Buscar

Sociologia Juridica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Lição 2
Desde os finais do século 19 é possível encontrar análises profundas sobre o direito, nas obras de Durkheim e Weber.
Weber e Durkheim dedicaram-se ao estudo de vários fenômenos sociais, analisando o direito assim como a economia, moral, as classes sociais, a religião, etc.
A sociologia jurídica nasce como disciplina específica no início do século 20, quando os fenômenos jurídicos começaram a ser analisados a partir de conceitos e métodos da sociologia geral.
A sociologia é um embasamento científico para o direito, ela não é o Direito.
A sociologia jurídica deve pesquisar os fatos do direito, não as leis escritas.
O direito se manifesta como uma das realidades observadas na sociedade: a sua criação, evolução e aplicação podem ser explicadas por meio da análise de fatores, de interesses e de forças sociais.
Fonte do direito: Vontade do grupo social.
Duas abordagens da sociologia jurídica: do direito e no direito. Possuem métodos e visões diferentes sobre a finalidade e os objetivos da disciplina.
Sociologia do direito: Pretende uma abordagem mais neutra sob o direito (abordagem positivista). Externa ao sistema jurídico.
A sociologia pode analisar, mas não faz parte do direito.
Teve origem na obra de Weber que pretendia construir uma sociologia livre de avaliações (neutralidade axiológica) e em Kelsen sobre a pureza da ciência jurídica, que não deve se misturar com análises filosóficas e sociológicas.
A sociologia jurídica pode estudar e criticar o direito, mas não pode ser parte integrante desta ciência. A sua tarefa é ser um observador neutro do sistema jurídico.
O positivista crê que é possível a aplicação imparcial do direito e constitui garantia para os cidadãos. Ex: juízes julgarem diferentes casos semelhantes.
Os juízes que aplicam o Direito conforme suas convicções pessoais,ou mesmo segundo recomendações sociológicas comprometem a segurança jurídica, pois juízes com posições diferentes irão decidir diferente sobre casos similares.
Para o positivista as indagações sociológicas sobre o direito são muito interessantes, mas não podem intervir na aplicação do mesmo.
Sociologia no direito: (abordagem evolucionista) sua abordagem adota uma perspectiva interna ao sistema jurídico.
Afirmam que a sociologia jurídica deve interferir ativamente na elaboração, no estudo dogmático e inclusive na aplicação do direito. 
Aceitam que os conceitos elaborados pela sociologia jurídica integrem a ciência jurídica, afirmam que não existe jurista neutro.
O jurista sociólogo pode influenciar o processo de elaboração das leis. Muitas vezes será necessário que o aplicador do direito recorra a estudos sociológicos e consulte peritos para constatar a opinião da sociedade em casos juridicamente relevantes. Ex: significado de obsceno.
O jurista e os demais profissionais do direito devem fazer interpretações, levando em conta o ponto de vista sociológico jurídico.
Sociologia jurídica: A sociologia jurídica examina a influência dos fatores sociais sobre o direito e as incidências deste último na sociedade.
Examinam as causas e efeitos da norma jurídica, seu objeto de análise é a realidade jurídica.
O jurista sociólogo examina as relações entre o direito e a sociedade em 3 momentos: produção, aplicação e decadência da norma.
Externa: O jurista sociólogo observa o direito “de fora”, examinando as relações entre direito e sociedade.
O pesquisador procura olhar o direito, abandonando por um momento a ótica do jurista, e colocando-se numa outra perspectiva.
Jurista sociólogo: abordagem quantitativa do sistema jurídico (estatísticas generalizações).
Interna: O juiz entender o sentido das normas e busca soluções para o caso concreto. O direito é um subsistema da sociedade.
Lição 3
A sociologia jurídica analisa o processo de criação do direito e sua aplicação na sociedade. 
Especificidades da abordagem sociologia do direito (abordagem neutra do direito- externa).
No caso do furto do xampu como o sociólogo direito deve se posicionar? Dar razões ao advogado, juiz ou professor?
Para responder essa pergunta: O sociólogo deve fazer uma pesquisa empírica, analisar as relações entre p direito e a evolução da sociedade.
Ao realizar esta pesquisa o jurista sociólogo não pode emitir juízos de valor pessoais sobre a desigualdade e a exclusão social que estão na base do problema.
Sua função é compreender o pensamento e o comportamento do legislador, das autoridades e dos cidadãos. 
A sociologia jurídica não se interessa pelo estudo da justificação do direito, A análise dos fundamentos (razão, ideia de moral, justiça, vontade da classe dominante, racionalização) é pertinente a filosofia do direito.
A sociologia jurídica não realiza análises normativas, isto é, não se ocupa do problema da validade e da interpretação do direito.
A validade é objeto de análise dos teóricos do direito positivo: Kelsen, a interpretação dos operadores do direito (juiz, advogado, promotor, policial).
Os filósofos do direito costumam afirmar que o sistema jurídico tem 3 dimensões, podendo ser abordado sob 3 pontos de vista: justiça, validade e eficácia.“Trialismo do conhecimento jurídico”- Reale.
Justiça: interessa aos filósofos do direitoqu3 examinam a idealidade do direito (busca dos melhores princípios de organização social, relação entre direito e moral e entre normas positivas e ideais de justiça, relação entre o direito e a verdade.
Validade: O estudo interno do direito positivo interessa ao dogmático ou intérprete do direito, que tem como objetivo identificar as normas válidas, solucionar os problemas de colisão entre normas e adaptá-las aos problemas concretos.
Eficácia: Campo de análise da sociologia do direito. Examinando a realidade social do direito. 
A sociologia jurídica elabora uma teoria sociológica dos fenômenos jurídicos, sem interessar-se pelas questões técnicas da interpretação do direito nem pelos ideais jurídicos.
Estas três dimensões do conhecimento jurídico estão relacionadas entre si.
O sociólogo e o filósofo do direito necessitam conhecer o conteúdo das normas em vigor para poder analisar a realidade e a idealidade do direito.
A sociologia jurídica analisa o impacto do sistema normativo na sociedade. Ex: Código civil- O intérprete trabalhará com as normas indicando por ex as condições para contrair matrimônio. O filósofo do direito analisará a justificação e as conseqüências morais e políticas da instituição do matrimônio. O sociólogo vai examinar o impacto social das previsões legais com relação ao casamento. Ex: grau de aceitação e conhecimento da norma pela população.
A sociologia jurídica concede como já vimos uma particular atenção ao tema da eficácia e dos efeitos sociais do direito.
A análise das repercussões sociais de uma norma jurídica formalmente válida pode ser feita em 3 perspectivas: Efeito, eficácia e adequação da norma.
Efeitos da norma: Qualquer repercussão social ocasionada por uma norma constitui um efeito social da mesma. Ex: Empresa se muda para outro município para não pagar tributo que aumentou em 50%.
Eficácia da norma: Trata-se do grau de cumprimento da norma dentro da prática social. Uma norma é considerada socialmente eficaz quando é respeitada por seus destinatários ou quando a sua violação é efetivamente punida pelo Estado.
Eficácia de preceito ou primária: Respeito espontâneo da norma.
Eficácia da sanção ou secundária: Resulta da intervenção regressiva do Estado.
Na realidade as normas jurídicas nunca são plenamente eficazes. O ponto de partida é uma maior ou menor diferença entre a pretensão jurídica e o efeito real.
Uma pesquisa empírica pode estabelecer matematicamente o grau (porcentagem) de eficácia de uma norma identificando a quota de eficácia.
Quota de eficácia: O grau de cumprimento do direito na realidade social.
Adequação interna da norma: Quando as suas conseqüências na prática permitem alcançar os fins objetivados pelo legislador. (funcionalidade da norma). Ex: norma que estabelece o rodízio de carros no centro de SP. Efeitos da norma:debates televisivos, notícias de jornais, manifestações contra a sua vigência. Eficácia: é o grau de cumprimento da norma por parte por parte dos motoristas e controle de aplicação pela polícia. Adequação interna da norma: Indica se o respeito a mesma é suficiente para alcançar os objetivos do legislador . (Diminuir a poluição), mas as pessoas compraram um segundo carro.
Normas simbólicas: Uma norma ineficaz ou inadequada pode ter relevância social. Tais normas são colocadas em vigor para dar uma mensagem sobre as intenções políticas do legislador para satisfazer os anseios de uma parte da população destacando determinados valores e sensibilizando a sociedade. Ex: penalização do assédio sexual- É difícil que tais condutas sejam denunciadas e punidas.
Adequação externa da norma: Os objetivos do legislador e os resultados obtidos por meio da aplicação da norma são avaliados segundo critérios da justiça.
O juízo de valor sobre a adequação eterna da norma pertence ao campo da filosofia do direito.
Para estudar o tema da eficácia, o sociólogo do direito faz uma pesquisa empírica que lhe permite responder a 4 questões: Se a norma tem efeitos, eficácia e adequação interna? Quais as razões sociais que levam a concretização ou não de tais aspectos. A relação do legislador diante da constatação dos efeitos, eficácia e adequação interna da norma. Quais as razões sociais de determinada reação do legislador?
Na maioria dos casos é muito difícil determinar a quota de eficácia.
Há casos onde é impossível responder com um simples sim ou não sobre a questão de obediência a lei.
É difícil identificar as situações nas quais deveria ser aplicada a norma.
Fatores de eficácia da norma no direito moderno: quanto mais forte é a presença destes fatores maiores serão as chances de eficácia da norma jurídica. Se a influência destes fatores é fraca é provável que se verifique a ineficácia da norma.
Fatores instrumentais: São 7, dependem da atuação dos órgãos de elaboração e de aplicação do Direito.
Divulgação: do conteúdo da norma na população pelos meios adequados. Ex: propagandas que orientam os eleitores para uso da urna eletrônica.
Conhecimento efetivo da norma: por parte dos seus destinatários que depende da divulgação e nível de instrução da população.
Perfeição técnica da norma: Clareza da redação, brevidade, precisão do conteúdo. Esses elementos devem ser observados no momento de elaboração da lei.
Elaboração de estudos preparatórios: sobre o tema que se objetiva legislar. Comissões preparatórias de anteprojetos, as estatísticas e os estudos sobre os custos e a infra estrutura necessária para a aplicação de determinadas normas jurídicas.
Preparação dos operadores do direito: Responsáveis pela aplicação da norma.
Rechtsfolgen: Elaboração de regras que estimulam a adesão dos cidadãos á norma em questão como pelo oferecimento de vantagem como pela imposição de sanção não tradicional.
Expectativa de conseqüências negativas: Quando as pessoas sabem que a desobediência a uma lei é punida na prática elas tendem a respeitá-la.
Fatores referentes à situação social: O sistema de relações sociais e a atitude do poder político diante da sociedade covil influenciam as chances de aplicação: 4 fatores.
Participação dos cidadãos no processo de elaboração e aplicação das normas: Uma reforma legal que atende reivindicações da maioria da população tem mais possibilidades de aplicação do que uma norma decidida de forma autoritária.
Coesão social: Quanto menos conflitos existam em uma sociedade em determinado momento, e quanto mais consenso haja entre os cidadãos com relação a política do Estado mais forte será o grau de eficácia das normas vigentes.
Adequação da norma à situação política e as relações de força dominante: Uma norma que corresponde à realidade política e social possui mais chances de ser cumprida.
Contemporaneidade das normas com a sociedade: Em geral, não se tornam eficazes normas que exprimem ideias antigas ou invadoras.

Outros materiais