Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Unidade III POLÍTICA SOCIAL EM SAÚDE, EDUCAÇÃO E HABITAÇÃO Profa. Amarilis Tudella IntroduçãoIntrodução Nesta Unidade, vamos falar das questões históricas e contemporâneas da habitação e da educação e o papel do assistente social junto às políticas sociais de atendimento aassistente social junto às políticas sociais de atendimento a essas questões sociais. Habitação significa: lugar em que se habita, morada, residência A função da habitação, no seu sentido geral, é a do abrigo. Desde os primórdios da civilização, o homem teve necessidade de se abrigar com a finalidade de se protegernecessidade de se abrigar com a finalidade de se proteger. Os povos primitivos utilizavam como abrigo espaços naturais, tais como as cavernas e as árvores.naturais, tais como as cavernas e as árvores. Segundo Larcher, a habitação tem 3 funções: social, ambiental e econômica Como função social, ter de abrigar a família é um dos fatores do seu desenvolvimento. Segundo Hábito (1995), a habitação passa a ser o espaço ocupado antes e após as jornadas depassa a ser o espaço ocupado antes e após as jornadas de trabalho, acomodando as tarefas primárias de alimentação, descanso, atividades fisiológicas e convívio social. Assim, entende-se que a habitação deve atender os princípios básicos de agitabilidade, segurança e l b id d (LARCHER 2005 6)salubridade (LARCHER, 2005, p. 6). A função ambientalA função ambiental A inserção no ambiente urbano é fundamental para que estejam assegurados os princípios básicos de infraestrutura, saúde educação transporte trabalho lazer etc ; além desaúde, educação, transporte, trabalho, lazer etc.; além de determinar o impacto dessas estruturas sobre os recursos naturais disponíveis. Além de ser o cenário das tarefas domésticas, a habitação e o espaço no qual muitas vezes ocorrem, em determinadas situações, atividades de trabalho, como pequenos negócios (ABIKO 1995) Nesse sentidocomo pequenos negócios (ABIKO, 1995). Nesse sentido, moradia e trabalho da população estão estreitamente vinculados ao processo de desenvolvimento (LARCHER 2005 6)(LARCHER, 2005, p. 6). Função econômicaFunção econômica A função econômica da moradia é inquestionável: sua produção oferece novas oportunidades de geração de emprego e renda mobiliza vários setores da economiaemprego e renda, mobiliza vários setores da economia local e influencia os mercados imobiliários e de bens e serviços (LARCHER, 2005, p. 7). TerritórioTerritório O território não é apenas o resultado da superposição de um conjunto de sistemas atuais, é um conjunto de sistemas de coisas criadas pelo homemsistemas de coisas criadas pelo homem. O território é o chão e mais a população, isto é, uma identidade, o fato e o sentimento de pertencer aquiloidentidade, o fato e o sentimento de pertencer aquilo que nos pertence. O território é a base do trabalho, da residência, das trocas materiais e espirituais e da vida b i l i fl i (SANTOS 1994 174)sobre os quais ele influi (SANTOS, 1994, p. 174). Valor da terraValor da terra Desde que os seres humanos passaram a se agrupar para se proteger ou satisfazer suas necessidades, o território passou a ser disputado o que ocorria pela atribuição depassou a ser disputado, o que ocorria pela atribuição de valor monetário, de poder, sentimental ou de sobrevivência. Na sociedade contemporânea, a propriedade privada da terraNa sociedade contemporânea, a propriedade privada da terra passou a ser exercida como uma forma de dominação (poder) de um indivíduo sobre o outro, havendo pessoas com t t i d dterras e outras sem propriedades. Rural e urbanoRural e urbano Zona rural são as áreas que possuem a economia baseada em atividades agropecuárias e da agricultura. Zona urbana são áreas que possuem uma economia baseada no comércio ou na produção de bens e serviços. Uma de suas características é a existência de um complexo industrial.suas características é a existência de um complexo industrial. Essas áreas possuem um alto índice de ocupação demográfica, que podemos denominar como um aglomerado d di d tilhde moradias onde pessoas compartilham um pequeno território. Séculos XIX e XXSéculos XIX e XX Os problemas habitacionais existentes atualmente no Brasil são frutos de um processo de urbanização desordenado ocorrido durante o final do século XIX e todo o século XX Aocorrido durante o final do século XIX e todo o século XX. A história brasileira mostra um atraso na concepção e na formação dos grandes centros urbanos, desconsiderando o planejamento da habitação e sua infraestrutura como parte primordial para qualidade de vida tanto urbana como rural e para a classe alta média e baixa da populaçãopara a classe alta, média e baixa da população. Valor da terra: desigualdade socialValor da terra: desigualdade social Precisamos compreender que a valorização da terra, seja ela rural ou urbana, desenvolve a segregação e a desigualdade social A partir do momento em que um determinado territóriosocial. A partir do momento em que um determinado território adquire um valor monetário elevado, estando fora das possibilidades de aquisição de grande parte da população, esta acaba sendo obrigada a buscar locais menos valorizados para habitar, gerando desigualdade social. Abolição dos escravosAbolição dos escravos Após a Abolição, em 1889, os escravos que residiam nas propriedades tornaram-se pessoas livres, sendo que muitos senhores não quiseram dar trabalho assalariado a elessenhores não quiseram dar trabalho assalariado a eles e preferiram utilizar a mão-de-obra dos imigrantes que chegavam em grande número ao Brasil, não restando outra opção para grande parte dos negros senão migrar para as grandes cidades. São Paulo e Rio de JaneiroSão Paulo e Rio de Janeiro Nesse momento histórico, o Brasil vivia um enorme crescimento populacional e urbano, com destaque para São Paulo e Rio de Janeiro que recebiam os imigrantesSão Paulo e Rio de Janeiro, que recebiam os imigrantes. Com isso, os proprietários de habitação passaram a ter uma grande valorização imobiliária com rentabilidade garantida. A iniciativa privada absorveu esse mercado, visando à locação dos imóveis, para ofertar e dar conta da procura. Cortiços e aluguéisCortiços e aluguéis A produção de casas e cortiços, juntamente com o ganho certo dos aluguéis, superou de forma quantitativa o déficit da habitação existente no início da República com exceçãoda habitação existente no início da República, com exceção dos períodos críticos da Primeira Guerra Mundial e da Revolução de 1924. Esse relativo equilíbrio entre oferta e procura de habitação era proporcional. Habitação insalubreHabitação insalubre “[...] produção ou adaptação para moradia popular de pequenas células insalubres, de área reduzida e precárias condições habitacionais genericamente denominadas ‘cortiços’condições habitacionais, genericamente denominadas ‘cortiços’, consideradas o inimigo número 1 da saúde pública. A questão dos valores dos aluguéis esteve, no período, quase sempre entregue à livre negociação entre o locador e o inquilino, não intervindo o Estado na sua regulamentação, como era a regra da ação estatal no que se referia aos diversos aspectos daação estatal no que se referia aos diversos aspectos da reprodução da força do trabalho.” (BONDUKI, 1994, p. 713) InteratividadeInteratividade A valorização da terra, seja ela rural ou urbana, desenvolve a segregação e a desigualdade social. A partir do momento em que: I Um determinado território adquire um valor monetário elevadoI. Um determinado território adquire um valor monetário elevado, estando fora das possibilidades de aquisição de grande parte dapopulação. II A população pobre é obrigada a buscar locais menos valorizadosII. A população pobre é obrigada a buscar locais menos valorizados para habitar. III. A população pobre não se acostuma com a áreas urbanas dos grandes centros devido sua cultura rural. Escolha a alternativa correta: a) I) b) II c) I e II d) IIId) III e) I e III Lei do InquilinatoLei do Inquilinato No período entre 1921 e 1927, a Lei do Inquilinato congelou os aluguéis para responder a crise de moradia e elevação exagerada dos valores locativos causados pelo períodoexagerada dos valores locativos causados pelo período de guerra e reforçados pela queda na construção civil. DescentralizaçãoDescentralização O Estado não intervir na produção de moradias e no controle dos aluguéis, as organizações populares também não parecem reconhecer no Estado o interlocutor capaznão parecem reconhecer no Estado o interlocutor capaz de dar andamento a suas reivindicações em torno da questão do Estado no período liberal, sem interferir no âmbito da reprodução da força de trabalho contribuía no sentido de levar os movimentos populares a negarem o poder público como uma instância a qual deveriam ser dirigidas reivindicaçõesuma instância a qual deveriam ser dirigidas reivindicações. Em suma, o Estado não assumia a responsabilidade de prover moradias nem a sociedade lhe atribuía esta função (BONDUKI, 1994 714)1994, p. 714). Primeiras intervenções estataisPrimeiras intervenções estatais O primeiro foi o grupo de 120 casas localizado na Avenida Salvador de Sua, no Rio de Janeiro, em 1906. Essa construção foi financiada pelo município do Rio de Janeiroconstrução foi financiada pelo município do Rio de Janeiro, lembrando que, naquela época, a cidade era a capital do Brasil. O segundo grupo de moradias foi construído em Recife, em 1926: 40 casas construídas pela Fundação A Casa Operária, órgão do governo do estado de Pernambuco. Essa fundação foi criada em 1924 com a finalidade deEssa fundação foi criada em 1924 com a finalidade de construir pequenas casas destinadas a pessoas pobres mediante pagamento de aluguel reduzido. Cabe destacar i i i d P bo pioneirismo de Pernambuco. Vilas operáriasVilas operárias Privada a construir casas e vilas para seus operários, eximindo-se da sua responsabilidade com a população e, principalmente não investindo diretamente dinheiro públicoprincipalmente, não investindo diretamente dinheiro público na habitação. Entretanto, parte dos problemas habitacionais estaria resolvida com as vilas operárias. Essa estratégia estava sustentada pela lógica de “menos gastos, mais lucro” para as empresas – isso sob a lógica do liberalismo, de não intervenção do Estado o que manteria ode não intervenção do Estado, o que manteria o controle absoluto sobre o trabalhador. Êxodo ruralÊxodo rural Com o aumento dos investimentos na industria, o seu entorno passa por profundas transformações de cidades rurais e pequenas para grandes centros urbanos A quantidade depequenas para grandes centros urbanos. A quantidade de trabalhadores que trocava as áreas rurais pelo emprego garantido e o salário mensal começava a inchar as cidades, e logo a questão da habitação ganha visibilidade, com a pressão das massas para melhores condições de habitualidade ede habitualidade e Getúlio VargasGetúlio Vargas Getúlio Vargas, com o slogan “pai dos pobres”, tinha o apoio de grande maioria da população que clamava por um Estado mais presente nas questões sociaisum Estado mais presente nas questões sociais. Getúlio precisava responder às massas populares, garantindo trabalho e renda. Para isso, foi necessário tornargarantindo trabalho e renda. Para isso, foi necessário tornar o mercado brasileiro atrativo para investimento industrial internacional e, ao mesmo tempo, aumentar a arrecadação d E t d ti l i tiddo Estado e garantir o lucro para os investidores. Getúlio VargasGetúlio Vargas Como o Estado precisava das massas urbanas e, ao mesmo tempo, dos empresários e de seu investimento, o governo de Vargas anunciou um programa de produção de moradiasde Vargas anunciou um programa de produção de moradias e de uma política de proteção ao inquilinato, para se mostrar preocupado com a população e com a qualidade de vida dos trabalhadores, ganhando a confiança do povo. Entretanto, não houve efetivamente uma política habitacional no governo de Vargas apenas ensaios para a implantação de uma açãode Vargas, apenas ensaios para a implantação de uma ação intervenção do Estado. Gasto com moradiaGasto com moradia De acordo com Bonduki (1994), diversas pesquisas realizadas entre 1930 e 1940 apontavam que cerca de 20% dos orçamentos familiares eram gastos com o aluguelorçamentos familiares eram gastos com o aluguel. Hoje, no Brasil, a média, segundo a revista IstoÉ de março de 2012, 35% é gasto em habitação.de 2012, 35% é gasto em habitação. Melhoria das cidadesMelhoria das cidades Paralelamente às questões da urbanização, a industrialização nas cidades agravava-se muito, principalmente para a população trabalhadora que estava desprovida de recursospopulação trabalhadora, que estava desprovida de recursos financeiros e a mercê dos aluguéis. A preocupação com a estética das cidades e em tornás-las parecidas com as cidades europeias consumia recursos públicos e privados e eliminava a população do centro para os subúrbios e encostas dos morros Essa remodelação deu início àsencostas dos morros. Essa remodelação deu início às favelas, sendo que o Rio de Janeiro foi a primeira cidade a formá-las. InteratividadeInteratividade Vilas operárias são: a) Casas de aluguel. b) Casas suburbanas. c) Casas nas favelas. d) Casas dentro das fábricas ou em seu arredor para os seus trabalhadores. e) As alternativas “b” e “c” estão corretas. O período getulista, a partir do ano 1930, modificou profundamente a estrutura das cidades brasileiras Deu início a uma grande industrialização baseada no modelo de substituição de importações, principalmente porque como já vimos a industrialização vem acompanhadaporque, como já vimos, a industrialização vem acompanhada da urbanização. Nesta época, tem-se um crescimento da população urbana de 11,3%, em 1920, para 31,2%, em 1946. A partir de então, o Brasil viveria o seu grande surto de crescimento urbano e de industrialização (BOTEGA 2007 p 67)(BOTEGA, 2007, p. 67). Lei do inquilinato de 1942Lei do inquilinato de 1942 Tal ação impactou a relação inquilino-proprietário, pois desmotivou os proprietários a investirem em construções novas pelo fato de o aluguel não ser mais rentável enquantonovas, pelo fato de o aluguel não ser mais rentável, enquanto os recursos que iriam ser investidos na habitação foram alocados na indústria e no comércio. Para a população de baixa renda, essa intervenção do Estado possibilitou um aumento na qualidade de vida e a possibilidade de construir ou adquirir a casa própria devido ao fato deconstruir ou adquirir a casa própria, devido ao fato de os proprietários estarem vendendo seus imóveis para poderem acumular capital. Eurico Gaspar DutraEurico Gaspar Dutra O Governo do general Eurico Gaspar Dutra, iniciado em 1946, implantou a Fundação da Casa Popular, que deveria ser articuladora com os recursos financeiros advindosser articuladora com os recursos financeiros advindos dos IASP para créditos imobiliários para os trabalhadores. Entretanto, a desarticulação dos gestores por interesses políticos não possibilitou grandes avanços. Eurico Gaspar DutraEurico Gaspar Dutra Esse mecanismo do Estado em centralizar as ações da política habitacional em um órgão, cuja proposta era ofertar crédito imobiliário paraque a população adquirisse sua casacrédito imobiliário para que a população adquirisse sua casa, foi o início da política de habitação social no Brasil. 19461946 As iniciativas das carteiras prediais dos IASP, seguidas pela instituição da Fundação da Casa Popular, em 1946, foram um marco relevante para o início da habitação social ainda quemarco relevante para o início da habitação social, ainda que a produção e a gestão da Fundação Casa Popular não tenham cumprido o seu papel. Tirando assim a exclusividade do investimento privado, o qual visava à construção de moradias para fins locatórios. Estado intervirEstado intervir Os financiamentos dos IASP, que foram cerca de 140.000 casas. Essa ação, mesmo que insignificante diante da grandiosidade do Brasil, marcou a entrada e a intervenção do Estado na questão da habitação. A partir do momento em que a açãoquestão da habitação. A partir do momento em que a ação estatal se tornou realidade, principalmente com o agravamento da crise de moradia em 1940, os movimentos i i i d úblisociais começaram a pressionar o poder público para o cumprimento do seu papel. Famílias despejadas do aluguel socialFamílias despejadas do aluguel social Os seus salários não eram suficientes para o pagamento de um novo aluguel, não sendo possível encontrar casas para locaçãopara locação. O crescimento das indústrias e, consequentemente, de seu entorno necessitava de mão de obra, o que gerou um forteentorno necessitava de mão de obra, o que gerou um forte incentivo público e privado de migração da população rural para os centros urbanos. Entretanto, a população que h t b ã ti h di h ichegava aos centros urbanos não tinha emprego, dinheiro para pagamento de aluguéis e nem casas para serem locadas. Invasão de áreas públicasInvasão de áreas públicas Os trabalhadores que tinham suas casas financiadas sofriam com a inflação e a diminuição do salário, inviabilizando o cumprimento do pagamento da prestaçãocumprimento do pagamento da prestação. Esses impactos acabaram empurrando a população para áreas públicas desocupadas e afastadas dos centros urbanos.áreas públicas desocupadas e afastadas dos centros urbanos. O Decreto-lei n° 58 de 1938O Decreto-lei n 58, de 1938 Regulamentou a aquisição de terrenos em prestação, dando garantias ao comprador do lote. Esse decreto aumentou a especulação imobiliária subindo os valores dos terrenos nasespeculação imobiliária, subindo os valores dos terrenos nas áreas urbanas ao mesmo tempo em que tirava a população do centro e as colocava em terrenos afastados e sem valor comercial. Esse sistema visava a estimular o trabalhador a construir sua casa, atrelando a venda do lote ao material de construçãode construção. Pós-golpe militarPós-golpe militar Em 1964, após o Golpe Militar que derrubou o governo João Goulart, o modelo de política habitacional implementou um conjunto de estratégias e “características que deixaramum conjunto de estratégias e “características que deixaram marcas importantes na estrutura institucional e na concepção dominante de política habitacional nos anos que se seguiram” (BRASIL, 2004, p. 9). Cria o Sistema Financeiro de Habitação (SFH), composto pela t ã d ífi F d d G ti dcaptação de recursos específicos: o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), arrecadação compulsória. BNHBNH O BNH tornou-se uma das principais instituições financeiras do país e a maior instituição mundial voltada especificamente para o problema da habitaçãopara o problema da habitação. Para termos uma noção, em 1969, o BNH era o segundo maior banco em termos de recursos disponíveis, ficando atrásbanco em termos de recursos disponíveis, ficando atrás somente do Banco do Brasil. Sua gestão e sua lógica de organização não foram suficientes para superar o déficit habitacional. Crise BNH: extinção em 1980Crise BNH: extinção em 1980 No final de 1967, a construção civil foi substituída pela produção de bens duráveis e pela indústria automobilística. Esse fato afetou diretamente o BNH levando a uma novaEsse fato afetou diretamente o BNH, levando a uma nova estratégia de investimentos somente para as camadas sociais com maior poder aquisitivo e deixando as construções de habitações populares. Com isso, a inadimplência aumentou e o poder de renegociação ficou mais difícil, além de terem ocorrido denúncias de corrupção e desvio de dinheiro aoocorrido denúncias de corrupção e desvio de dinheiro ao longo da existência do BNH. MutirõesMutirões Alguns programas alternativos do SFH tentaram resistir, como o Programa Nacional de Mutirões Comunitários, voltado a famílias com renda inferior a três salários mínimos e quea famílias com renda inferior a três salários mínimos e que propunha financiar cerca de 550 mil unidades habitacionais, mas a ausência de uma política clara para o programa acabou levando-o ao fracasso, concluindo o cumprimento de menos de um terço do previsto. InteratividadeInteratividade Em 1964, após o Golpe Militar que derrubou o governo João Goulart, o modelo de política habitacional tem uma nova característica e cria:característica e cria: a) Mutirões b) Casas de aluguelb) Casas de aluguel. c) BNH. d) Casas popularesd) Casas populares. e) Favelas. Constituição de 1988Constituição de 1988 Com o advento da Constituição Federal de 1988 e a reforma do Estado, o processo de descentralização redefiniu as atribuições e as competências da política de habitaçãoatribuições e as competências da política de habitação, passando a ser de responsabilidade dos Estados e dos Municípios a gestão dos programas sociais, seja por iniciativa própria, seja por adesão a algum programa proposto por outro nível de governo. Presidente CollorPresidente Collor Com a entrada do presidente Collor e o aprofundamento do neoliberalismo, existiam “cerca de 60 milhões de cidadãos de rua em uma realidade na qual 55 2% das famílias quede rua, em uma realidade na qual 55,2% das famílias que se encontravam em déficit habitacional e recebiam até dois salários mínimos” (BOTEGA, 2007, p. 71). Esse déficit estava sob a responsabilidade das iniciativas de Estados e Municípios. El d t fi i t b d Elevaram o grau de autofinanciamento, baseados em modelos alternativos e locais, como os programas de urbanização, regularização de favelas e de loteamentos ç g ç periféricos. Responsabilidade do EstadoResponsabilidade do Estado Isso reafirma a necessidade de ações descentralizadas e participativas e também a primazia de responsabilidade do Estado na condução da política Isto posto é permitido que aEstado na condução da política. Isto posto, é permitido que a sociedade civil execute e desenvolva ações em assistência social; no entanto, o ente que possui maior responsabilidade em executar essas ações é o poder público representado em Estados, Municípios e Distrito Federal e no Governo Federal. A Caixa Econômica Nacional de política habitacional: 1995 A Caixa Econômica passa a desenhar linhas e modelos de financiamentos nacionais, com o intuito de dar o primeiro passo para a retomada de uma estratégia nacional de políticapasso para a retomada de uma estratégia nacional de política habitacional. A carta de crédito associativa, que se tornou uma espécie deA carta de crédito associativa, que se tornou uma espécie de válvula de escape para o setor privado, captava recursos do FGTS para a produção de moradias prontas. Estatuto da CidadeEstatuto da Cidade Avançando na linha do tempo, em 2001 foi assinado o Estatuto da Cidade e, em 2003, deu-se a criação do Ministério das Cidades A história da política de habitação pode serdas Cidades. A história da política de habitaçãopode ser analisada como uma reprodução das relações capitalistas e da criação de mecanismos de exclusão e abandono como forma de valorizar o capital imobiliário e favorecer a produção. Ministério das Cidades: 2003Ministério das Cidades: 2003 A aprovação da Política Nacional de Habitação (PNH), em 2004. A PNH visa a promover as condições de acesso à moradia digna a todos os segmentos da populaçãomoradia digna a todos os segmentos da população, especialmente o de baixa renda, contribuindo, assim, para a inclusão social. Os princípios da política são: Direito à moradia, como um direito humano, individual e coletivo, previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos. ContinuandoContinuando Moradia digna como direito e meio de inclusão social, garantindo padrão mínimo de agitabilidade, infraestrutura, saneamento ambiental mobilidade transporte coletivosaneamento ambiental, mobilidade, transporte coletivo, equipamentos, serviços urbanos e sociais. Função social da propriedade com melhor distribuição e maiorFunção social da propriedade com melhor distribuição e maior controle do uso do solo; questão habitacional como uma política de Estado; gestão democrática com participação dos dif t t d i d d ti l ã d õ ddiferentes segmentos da sociedade; articulação das ações de habitação com as demais políticas sociais e ambientais (BRASIL, 2004).( ) PNHPNH O subsídio a PNH visa à promoção do atendimento da população de baixa renda, aproximando-o ao perfil do déficit qualitativo e quantitativo e com prioridade para adéficit qualitativo e quantitativo e com prioridade para a população com renda de até três salários-mínimos, apoiando os órgãos públicos nas intervenções para a infraestrutura urbana, saneamento, mobilidade e transporte adequado para a população. Urbanização de assentamentosUrbanização de assentamentos A política preconiza também a urbanização dos assentamentos precários e a produção da habitação, garantindo a função social da propriedade e respeitandogarantindo a função social da propriedade e respeitando o direito da população de permanecer nas áreas ocupadas por assentamentos em más condições ou nas áreas próximas que estejam adequadas ambiental e socialmente. FNHFNH Com a aprovação da PNH, legitimou-se a criação do Sistema e Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS/FNHIS) e em 2007 do Programa de Aceleração de(SNHIS/FNHIS) e, em 2007, do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC 1), tendo como objetivo destinar R$ 235,5 bilhões para construção de um milhão de moradias para a população de baixa renda e para a urbanização de favelas. Minha Casa Minha VidaMinha Casa Minha Vida Art. 1º O Programa Minha Casa Minha Vida – PMCMV tem por finalidade criar mecanismos de incentivo à produção e aquisição de novas unidades habitacionais ou requalificaçãoaquisição de novas unidades habitacionais ou requalificação de imóveis urbanos e produção ou reforma de habitações rurais, para famílias com renda mensal de até R$ 4.650,00 (quatro mil, seiscentos e cinquenta reais) e compreende os seguintes subprogramas I P N i l d H bit ã U b PNHU III. o Programa Nacional de Habitação Urbana – PNHU; e II – o Programa Nacional de Habitação Rural – PNHR. Serviço SocialServiço Social Os assistentes sociais utilizam-se de meios teóricos para contribuição no planejamento da política de habitação e na elaboração de diagnósticos pesquisas e projetos deelaboração de diagnósticos, pesquisas e projetos de intervenções, compondo a equipe multiprofissional na instituição e também entidades parceiras, realizando trabalhos com as comunidades para o desenvolvimento socioeducativo, inclusão social e articulação com a rede socioassistencial e com os órgãos públicos (BRAGA 2010)socioassistencial e com os órgãos públicos (BRAGA, 2010). Assistente socialAssistente social Articular os recursos existentes ao entorno para receber esses novos moradores. Quanto aos recursos não existentes, cabe ao profissional propor e defender a construção decabe ao profissional propor e defender a construção de equipamentos públicos para atendimento à população, como centros de saúde, centros de referência de assistência social, escolas, meios de transporte e lazer, promovendo a participação da comunidade nesse processo e na defesa dos seus direitos por meio dos conselhos municipaisdos seus direitos, por meio dos conselhos municipais, organizações e associações de moradores. História da educaçãoHistória da educação A origem das instituições educativas remonta ao momento de ruptura do modo de produção comunal (o comunismo primitivo) que determinou o advento das sociedadesprimitivo) que determinou o advento das sociedades de classes. Localiza-se aí, nessa época remotíssima, o surgimento da escola, cuja data de referência e o ano de 3.238 a.C. no âmbito das civilizações suméria e egípcia (GENOVESI, 1999, p. 38 apud SAVIANI, 2008). HistóriaHistória Diferentemente da educação ateniense e espartana, assim como da romana, em que o Estado desempenhava papel importante na organização da educação; na Idade Média asimportante na organização da educação; na Idade Média, as escolas trouxeram fortemente a marca da Igreja Católica. O modo de produção capitalista provocou decisivas mudanças na própria educação confessional e colocou em posição central o protagonismo do Estado, da escola pública, universal gratuita leiga e obrigatória (SAVIANI 2008)universal, gratuita, leiga e obrigatória (SAVIANI, 2008). Educação no BrasilEducação no Brasil A educação no Brasil foi introduzida com a chegada dos jesuítas, em 1549, com métodos pedagógicos, além da moral, da religiosidade e dos costumes Esses métodosda religiosidade e dos costumes. Esses métodos funcionaram por 200 anos, até a expulsão dos jesuítas. O período entre 1759 e 1827 foi marcado pelas aulas régias,O período entre 1759 e 1827 foi marcado pelas aulas régias, instituídas pela reforma pombalina como uma primeira tentativa de se instaurar uma escola pública estatal i i d id i il i i t d t té i dinspirada nas ideias iluministas, segundo a estratégia do despotismo esclarecido (SAVIANI, 2008). Constituição de 1934Constituição de 1934 A Constituição de 1934 contemplou algumas propostas do manifesto, estabelecendo a educação como um direito de todos a obrigatoriedade da escola primária integral ede todos, a obrigatoriedade da escola primária integral e extensiva aos adultos, a gratuidade do ensino na escola pública e a assistência dos alunos necessitados, além de estabelecer a família e o Estado como responsáveis pela educação. O documento também trouxe, pela primeira vez, a determinação de existir uma Lei de Diretrizes e Basesa determinação de existir uma Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Em 1990, o Brasil participou da Conferência Mundial de Educação para Todos Os nove países com a maior taxa de analfabetismo do mundo (Bangladesh, Brasil, China, Egito, Índia, Indonésia, México, Nigéria e Paquistão) tiveram que assumir intervenções com aNigéria e Paquistão) tiveram que assumir intervenções com a intenção de suprir as necessidades básicas de aprendizagem, da universalização do acesso à educação e da promoção da qualidade, destacando as competências e as responsabilidades das instâncias do governo. LDBLDB Após um longo debate e manobras políticas sobre a educação, foi aprovada em 1996 a LDB. Podemos considerá-la um marco nas mudanças que começaram a ser gestadasum marco nas mudanças que começaram a ser gestadas no campo educacional, tendo como um dos seus objetivos a colaboração nas atividades profissionais e acadêmicas dos educadores, estudantes e demais trabalhadoresda educação. A LDB tem como missão fornecer meios e instrumentos que facilitem o seu navegador pelos canais nem sempre visíveisfacilitem o seu navegador pelos canais nem sempre visíveis na legislação educacional brasileira. DescentralizaçãoDescentralização A organização dos sistemas de educação nacional está sobre a responsabilidade da União, Estados, Distrito Federal e municípios cabendo a cada qual sua parcela demunicípios, cabendo a cada qual sua parcela de responsabilidade. A qualidade do ensino é mediada pela Prova Brasil e ENEM. No Ensino Médio temos o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com o objetivo de democratizar as oportunidades de acesso as vagas federais de Ensino Superior e no Ensino Superior o ENADESuperior e, no Ensino Superior, o ENADE. EJAEJA A Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem por finalidade atender adultos e jovens que não tiveram acesso ou continuidade de estudos tanto no Ensino Fundamentalcontinuidade de estudos tanto no Ensino Fundamental como no Ensino Médio. O Brasil está entre os 53 países que ainda não atingiramO Brasil está entre os 53 países que ainda não atingiram e nem estão perto de atingir os objetivos da Educação para Todos até 2015, apesar de ter apresentado i t t d d ãimportantes avanços no campo da educação ao longo das duas últimas décadas Serviço SocialServiço Social E nesse contexto de lutas de interesses e preservação do conhecimento, que o Serviço Social atua nas escolas, tendo o objetivo principal de emancipação do ser humanotendo o objetivo principal de emancipação do ser humano. Podemos aqui refletir a ação do Serviço Social sobre a importância do conhecimento para emancipação. Evasão escolar. Agressividade/Violência/Insubordinação. Território. Articulação. Desatenção. InteratividadeInteratividade A Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem por finalidade atender: a) Aos adultos e jovens que não conseguiram entrar no Ensino Superior. b) Aos adultos e jovens que não tiveram acesso oub) Aos adultos e jovens que não tiveram acesso ou continuidade de estudos tanto no Ensino Fundamental como no Ensino Médio. c) Aos adultos e jovens da classe mais pobres. d) Aos adultos e jovens de todas as classes sociais. e) As alternativas “b” e “d” estão corretas. ATÉ A PRÓXIMA!
Compartilhar