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Este capítulo apresenta a técnica da associação livre criada por Sigmund Freud, considerado como principal método da psicanálise no setting terapêutico, através da escuta, em que o paciente fale livremente o que lhe vier à cabeça não selecionando conteúdos intencionais para falar ao analista.
É importante retomar dentro da psicanálise, o histórico da noção de escuta. Quando em 1912, Freud no texto Recomendação aos Médicos que Exercem a Psicanálise, contribui afirmando que devemos escutar o paciente no mesmo sentido em que eles praticam a associação livre, ou seja, através do nosso inconsciente, sem a preocupação de memorizar falas. 
Consiste em simplesmente não dirigir o reparo para algo específico e em manter a mesma ‘atenção uniformemente suspensa’ em face de tudo que se escuta [...] Ver-se-á que a regra de prestar igual reparo a tudo constitui a contrapartida necessária da exigência feita ao paciente, de que comunique tudo o que lhe ocorra, sem crítica ou seleção (FREUD, 1911, p.125-26).
Ao produzir esse texto, Freud mostrou aos médicos uma nova maneira de agir, deixando o supôs saber sobre os sintomas para começar a escutar os pacientes. 
Em um dos atendimentos de suas pacientes histéricas, Freud foi pego de surpresa quando essa o interrompeu, pedindo que ele a escutasse e parasse de falar. Escutar implica um deslocamento da posição narcísica, do lugar de mestre e de poder sobre o outro (BEATRI et al, 2009). Seguindo a afirmação de Lacan (1979), em que o analista precisa dar atenção à singularidade do sujeito, estar atento ao que ouve e ter curiosidade em sua escuta.
Freud veio nos mostrar que a escuta dos pacientes é essencial para o tratamento e que saber ouvi-los é uma verdadeira arte. A noção de escuta encontra-se atrelada ao conceito de inconsciente, na medida em que a associação livre é uma possibilidade para a investigação das próprias formações inconscientes (BEATRI et al, 2009, p.4-2).
Entretanto, quando o paciente entra em análise com o método da associação livre depara-se com um obstáculo na associação de ideias. Criando um mecanismo de defesa em relação ao sintoma e impedindo o processo de análise (CASTRO).
A resistência configura-se como um obstáculo à regra fundamental de modo que o sujeito não se coloca em associação livre e deixa de dizer aquilo que vem a sua cabeça no decorrer das sessões. No texto Recordar, repetir e elaborar (FREUD, 1914/1996), Freud afirma que o sujeito encontra-se sob resistência quando ele paralisa suas associações porque seus pensamentos estão direcionados para a figura do analista. 
Em relação a esse momento, Freud (1914/1996) afirma que: 
Deve-se dar ao paciente tempo para conhecer melhor essa resistência com a qual acabou de se familiarizar, para elaborá-la, para superá-la, pela continuação, em desafio a ela, do trabalho analítico, segundo a regra fundamental da análise. Só quando a resistência está em seu auge é que pode o analista, trabalhando em comum com o paciente, descobrir os impulsos recalcados que estão alimentando a resistência; e é este tipo de experiência que convence o paciente da existência e do poder de tais impulsos. O médico nada mais tem a fazer senão esperar e deixar as coisas seguirem seu curso, que não pode ser evitado nem continuamente apressado (FREUD, 1914/1996, p. 202)
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