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PATIDOS POLITICOS - ELEITORAL - EAD

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MÓDULO VI 
PARTIDOS POLÍTICOS 
Professor José Augusto 
 
A Constituição Federal garante o pluralismo político e o pluripartidarismo, 
ou seja, observadas as regras do artigo 17 da Constituição Federal, é livre a 
criação, fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos, qualquer que seja a 
sua ideologia. Tal liberdade, porém, não é irrestrita, pois todos os partidos devem 
resguardar a soberania nacional, o regime democrático, o próprio 
pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana. 
Desde a Lei n. 9.096/95, os partidos políticos estão expressamente 
classificados entre as pessoas jurídicas de Direito Privado (artigo 16, inciso III, 
do Código Civil). Para a sua constituição, inicialmente são registrados no 
Cartório de Registros Civil das Pessoas Jurídicas, da Capital Federal (artigo 114, 
inciso III, da Lei dos Registros Públicos – Lei n. 6.015/73, combinado com os 
artigos 7.º e 8.º da Lei Orgânica dos Partidos Políticos – Lei n. 9.096/95) e, após 
adquirirem personalidade jurídica, são registrados no Tribunal Superior Eleitoral 
(artigo 17, § 2.º, da Constituição Federal). 
Para ter seu estatuto registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral, e 
assim desfrutar dos recursos do fundo partidário e do acesso gratuito ao rádio e à 
televisão, o partido deve ter caráter nacional, ou seja, o apoio de eleitores em 
número correspondente a 0,5% dos votos dados na última eleição para a Câmara 
dos Deputados (não computados os votos nulos e os votos em branco), 
distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com o mínimo de um décimo 
por cento do eleitorado que haja votado em cada um desses Estados. 
 
As principais proibições impostas aos partidos políticos são: 
• receber recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros, ou manter 
subordinação a esses; 
• utilização de organização paramilitar. 
 
Os partidos têm direito ao fundo partidário (constituído pelas multas aplicadas 
com base na legislação eleitoral, doações e dotações orçamentárias da União fundadas 
no número de eleitores – artigo 38 da Lei n. 9.096/95) e acesso gratuito ao rádio e à 
televisão, nos termos da Lei n. 9.504/97. De acordo com a alínea “c” do inciso VI do 
artigo 150 da Constituição Federal, atendidos os requisitos da lei, não incidem 
impostos (imunidade) sobre patrimônio, rendas e serviços dos partidos políticos. 
O parágrafo único do artigo 52 da Lei n. 9.096/95 estabelece que as 
emissoras de rádio e televisão têm direito a compensação fiscal pela cedência do 
horário gratuito previsto naquela norma. 
Ao contrário da Constituição Federal anterior, que até a Emenda 
Constitucional n. 25/85 exigia a fidelidade partidária e previa a perda do mandato 
para o parlamentar que abandonasse o partido pelo qual fora eleito (artigo 152, § 
5.º), a Constituição Federal de 1988 remete a questão da fidelidade partidária ao 
estatuto de cada partido (artigo 17, § 1.º). 
 Mestres do porte de WALTER CENEVIVA sustentam ser de bom direito 
admitir que o estatuto do partido possa prever, mediante processo que assegure 
plena defesa, a perda de mandato do parlamentar, eleito sob a sua legenda, que: 
• deixar o partido; 
• votar contra diretriz partidária legítima. 
Outros estudiosos do tema, porém, sustentam que, para os casos de 
infidelidade e indisciplina partidária, os estatutos partidários podem prever 
sanções que vão da advertência até a exclusão, mas acrescentam que a 
Constituição Federal de 1988 não permite a perda do mandato por infidelidade 
partidária. 
Diante do sistema adotado pela legislação eleitoral, que demonstra ser o 
partido político veículo indispensável para alguém obter um mandato (acolhendo 
inclusive o sistema proporcional e o quociente partidário para a eleição de 
deputados e vereadores – artigo 45 da Constituição Federal), entendo que a razão 
está com WALTER CENEVIVA, exceto quanto à hipótese de perda do mandato por 
votar contra as diretrizes partidárias, já que os parlamentares são invioláveis por 
suas opiniões, palavras e votos. 
Nem mesmo a regra geral de que ninguém é obrigado a associar-se ou a 
permanecer associado se aplica na hipótese, pois, no caso específico, a filiação a 
partido político é obrigatória (pela Constituição Federal) para que alguém dispute 
um mandato eletivo. 
Observa-se, contudo, que a questão é bastante polêmica e que o TRE/SP já 
deliberou que os estatutos, no máximo, podem impor ao faltoso a expulsão, sem 
a perda do mandato (Acórdão 123.930, publicado no DOJ de 1.º.3.1996, p. 41). 
No mesmo sentido, merece destaque a seguinte decisão do Paraná : 
“ACÓRDÃO: 16121 
DESCRIÇÃO: Apelação Cível 
RELATOR: Des. Pacheco Rocha 
COMARCA: Foz do Iguaçu – 4.ª Vara Cível 
ÓRGÃO JULGADOR: Primeira Câmara Cível 
PUBLICAÇÃO: 12.4.1999 
 
Ementa 
Decisão: acordam os desembargadores integrantes da Primeira Câmara Cível do 
Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em negar 
provimento à apelação. 
Ementa: Vereador – mudança de partido político – infidelidade – compromisso 
anterior – impossibilidade jurídica do pedido – a mudança de partido político, 
ainda que rotulada de infidelidade partidária, não acarreta a perda do mandato 
conferido ao eleito Vereador – por força do ordenamento jurídico, o mandato 
conferido pela eleição proporcional é pertinente única e exclusivamente ao eleito e 
constitui um bem indisponível, do que se segue que pedir em Juízo acerca do 
mandato e dos seus consectários, como a percepção de subsídios, contra esse mesmo 
ordenamento, caracteriza uma impossibilidade jurídica do pedido.” 
Os artigos 25 e 26 da Lei n. 9.096/95, de péssimas redações, estabelecem 
que o parlamentar que deixar o partido pelo qual se elegeu, ou votar contra as 
diretrizes partidárias, perderá o cargo e a função que exerce na respectiva Casa 
Legislativa em virtude da proporção partidária. Prevalece, porém, que os 
dispositivos atingem os cargos internos (secretário da Mesa Diretora, por 
exemplo), mas não o mandato parlamentar. 
O mestre FÁVILA RIBEIRO esclarece que “a matéria não pode escapar do 
disciplinamento estatutário, por ser terreno defeso à ingerência da lei, 
caracterizando-se abuso de poder normativo, por usurpação da competência 
reservada pela Constituição Federal aos partidos políticos...”. 1 
Em síntese, entende-se que somente os estatutos partidários podem prever 
as hipóteses de infidelidade partidária e suas conseqüências (cláusula de reserva 
estatutária), ainda assim, respeitando a inviolabilidade dos parlamentares quanto 
às suas opiniões, palavras e votos. 
Acredito, por isso, ser legítima a perda do mandato pelo parlamentar que, 
voluntariamente, abandona o partido pelo qual foi eleito, desde que a sanção 
esteja prevista no estatuto do partido; mas incabível a sanção na hipótese de voto 
contrário às orientações partidárias (pela inviolabilidade que o parlamentar 
desfruta quanto às suas opiniões, palavras e votos). Ou seja, as hipóteses de perda 
do mandato previstas no artigo 55 da Constituição Federal não são taxativas 
(essa posição é minoritária, pois prevalece que as hipóteses do artigo 55 são 
taxativas e que infidelidade partidária pode, no máximo, implicar a expulsão do 
partido, sem que isso acarrete a perda do mandato). 
De acordo com o Conflito de Competência 3.024-8/SC – STJ, j. de março de 
1993, compete à Justiça Comum (e não à Justiça Eleitoral) julgar ação declaratória 
de perda do mandato por infidelidade partidária. Em regra, a competência da Justiça 
Eleitoral se esgota com a diplomação definitiva do eleito. 
 
 
Ponto 3 . SISTEMA PROPORCIONAL E SISTEMA MAJORITÁRIO 
No sistema majoritário, adotados nas eleições para Prefeitos, 
Governadores, Presidente da República e Senadores, ganha o candidato mais 
votado, independentemente dos votos de seu partido. 
Pelo sistema proporcional, adotadonas eleições para deputado federal, 
deputado estadual e vereador e disciplinado nos arts. 105 a 113 do Código 
Eleitoral, inicialmente mais vale a votação do partido que a do candidato, 
circunstância que deu ao critério a denominação de colorido partidário. 
Nesse sistema proporcional, inicialmente se somam os votos válidos 
(votos dados para os partidos e seus candidatos) e divide-se o resultado pelo 
número de cadeiras a preencher, obtendo-se assim o quociente eleitoral. 
Atualmente, de acordo com o art. 5.º da Lei n. 9.504/97 (que alterou a regra do 
art. 106 do Código Eleitoral), os votos brancos e os votos nulos não são 
considerados nos cálculos. 
Em seguida, dividem-se os votos de cada partido ou coligação pelo quociente 
eleitoral, obtendo-se assim o número de eleitos de cada agremiação (quociente partidário). 
 
1
 Direito Eleitoral. 5.ª ed. Rio de Janeiro: 1999. p. 331. 
[CN1] Comentário: se de um a outro 
art., usar “a”; se ou um e outro art., usar “e” 
Partido que não atinge o quociente eleitoral não elege qualquer deputado 
ou vereador (salvo se nenhum partido atingir o quociente eleitoral, quando as 
vagas serão preenchidas pelos candidatos mais votados independentemente do 
partido). 
As sobras também serão destinadas aos partidos que obtiverem as 
maiores médias. Essa técnica da maior média determina que os votos do partido 
ou coligação sejam divididos pelo número de cadeiras por ele obtidas mais um, 
atingindo-se assim a média de cada um dos concorrentes e o número final de 
cadeiras a que cada partido ou coligação terá direito. 
Obtido o número final de cadeiras de cada um, estarão eleitos os 
candidatos mais votados de cada partido ou coligação, em número capaz de 
preencher as vagas destinadas à agremiação. 
Exemplo: município no qual sejam apurados dez mil votos válidos (votos 
dados para as legendas ou para os candidatos) e que tenha dez cadeiras de 
vereador a preencher: 
O quociente eleitoral é 1.000, ou seja, 10.000 votos divididos por dez 
cadeiras a preencher. 
O Partido A e seus candidatos somam 5.500 votos. Dividido esse número 
pelo quociente eleitoral (5.500 : 1.000 = 5,5), desde logo o partido A terá 5 
cadeiras. 
A Coligação B/C e seus candidatos somam 3.800 votos, garantindo 
desde logo 3 cadeiras (3.800 : 1.000 = 3,8). 
O Partido D e seus candidatos somam 700 votos e assim não atingem o 
quociente eleitoral (1.000). Com isso, o Partido D não elege nenhum candidato. 
Por ora, foram preenchidas oito vagas e restam duas. Essas sobras (duas 
cadeiras) serão divididas da seguinte forma: 
• divide-se o número de votos do Partido A (5.500) pelo número de 
cadeiras por ele obtidas (5) + 1, ou seja, 5.500 : 6, atingindo-se a média 916; 
• divide-se o número de votos da coligação B/C (3.800) pelo número de 
cadeiras por ela obtidas (3) + 1, ou seja, 3.800 : 4, atingindo-se a média 950. 
 
A maior média foi obtida pela Coligação B/C, que assim ganha mais uma 
cadeira (a 4.ª). 
Resta, porém, a 10.ª cadeira. Por isso, os cálculos são repetidos, agora 
considerando a nova cadeira obtida pela Coligação B/C, nos seguintes termos: 
• divide-se o número de votos do Partido A (5.500) pelo número de 
cadeiras por ele obtidas (5) + 1, ou seja, 5.500 : 6, atingindo-se a média 916; 
• divide-se o número de votos da coligação B/C (3.800) pelo número de 
cadeiras por ela obtidas (agora 4) + 1, ou seja, 3.800 : 5, atingindo-se a média 
760. 
 
A maior média foi obtida pelo Partido A, que assim ganha mais uma 
cadeira (a 6.ª). 
No final, o Partido A preencherá 6 cadeiras e a coligação B/C preencherá 
4, sendo esses seus quocientes partidários. 
Nas eleições proporcionais, somente após a apuração dos números finais 
de cada partido ou coligação é que interessará a ordem interna de votação 
individual, ou seja, o número de votos obtidos por cada candidato. Os lugares 
que cada partido ou coligação obtiver serão distribuídos aos seus candidatos mais 
votados (os 6 mais votados do Partido A e os 4 mais votados da Coligação B/C 
ganharão uma cadeira). 
 
 
MODULO VII 
A PROPAGANDA PARTIDÁRIA 
Professor José Augusto 
 
Em primeiro lugar há que se observar que a própria CF, em seu art. 17, § 
3.º, garante aos partidos políticos acesso gratuito ao rádio e à televisão. 
A Lei Orgânica dos Partidos Políticos (Lei n. 9.096/95), em seus arts. 
45/49 e 56/5, estabelece que aos partidos é assegurada a propaganda partidária 
gratuita, no período entre às 19:30 e às 22:00 horas (transmissão em bloco pelas 
emissoras). Para elaborar a propaganda o partido pode utilizar recursos do fundo 
partidário, que é formado pelas multas eleitorais, dotações orçamentárias da 
União, doações e outros recursos que lhe forem destinados por lei (arts. 38 e 41, 
II, da Lei n. 9.096/95). 
De acordo com o número de votos obtidos e o número de parlamentares 
que elege, cada agremiação contará com tempo de propaganda que varia de dois 
minutos por semestre (em cadeia nacional) a um programa em cadeia nacional e 
um programa em cadeia estadual em cada semestre, com duração de vinte 
minutos cada, mais 40 minutos em cadeira nacional e 40 minutos em cadeia 
estadual para inserções de trinta segundos a um minuto cada. 
No segundo semestre do ano em que há eleição, não será veiculada a 
propaganda partidária no rádio e na TV. 
As emissoras de rádio e televisão têm direito a compensação fiscal pela 
cedência do horário gratuito para a propaganda partidária, conforme consta do 
par. ún. do art. 52 da Lei n. 9.096/95. 
 
2. A PROPAGANDA ELEITORAL 
A propaganda eleitoral está disciplinada basicamente nos arts. 36 a 57 da 
Lei n. 9.504/97. 
A propaganda intrapartidária (realizada pelo candidato a candidato a cargo 
eletivo), vedado o uso de rádio, televisão e outdoor, é permitida na quinzena 
anterior à convenção de escolha dos candidatos. A escolha dos candidatos pelos 
partidos, dentre aqueles que estão filiados pelo prazo de, pelo menos (estatuto 
pode prever prazo maior), um ano antes do pleito, deve se dar entre os dias 10 e 
30 de junho do ano em que são realizadas as eleições. 
Aos detentores de mandato de Deputado Federal, Estadual, Distrital ou 
Vereador, e aos que tenham exercido esses cargos em qualquer período da 
legislatura que estiver em curso, é assegurado o registro de candidatura para o 
mesmo cargo pelo partido a que estejam filiados. São os candidatos natos. 
A propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 5 de julho do ano 
da eleição, que é a data fatal para o pedido de registro da candidatura perante a 
justiça eleitoral. 
A violação das regras temporais sujeita o infrator à multa. 
No rádio e televisão é vedada a propaganda eleitoral paga, sendo que os 
horários gratuitos (blocos de 25 minutos, quatro vezes por dia, nos termos do § 
1.º do art. 47 da Lei n. 9.504/97) são garantidos aos partidos e coligações com 
candidato e representação na Câmara dos Deputados. 1/3 do tempo será dividido 
igualitariamente. Os 2/3 restantes serão divididos proporcionalmente ao número 
de representantes do partido ou coligação na Câmara dos Deputados na data do 
início da legislatura em curso. 
Havendo segundo turno (possível para a chefia do executivo), as 
emissoras de rádio e televisão reservarão dois períodos diários de vinte minutos 
para cada eleição. O tempo de cada período será igualitariamente dividido entre 
os candidatos. 
Independentemente da propaganda eleitoral gratuita, é facultada a 
transmissão, por emissora de rádio ou televisão, de debates sobre as eleições 
majoritária ou proporcional. Nas eleições majoritárias a apresentação do debate 
poderá ser feita com todos os candidatos ou com grupos de pelo menos três. É 
admitida a realização do debate sem a presença de um ou mais candidatos, desde 
que a emissora comprove tê-los convidadocom a antecedência mínima de 72 
horas. 
É vedado às emissoras de rádio e televisão dar tratamento privilegiado ou 
discriminatório a qualquer candidato, partido ou coligação, bem como divulgar 
nome de programa que se refira a candidato escolhido em convenção. A partir de 
1.º de agosto do ano de eleição é vedado às emissoras transmitir programa de 
candidato escolhido em convenção. 
Cidadão não filiado a outra agremiação partidária pode participar da 
propaganda eleitoral em apoio a candidatos de qualquer partido. Veda-se, porém, 
a participação de qualquer pessoa mediante remuneração. 
O descumprimento das normas sujeita a emissora infratora a sanções que 
podem chegar à suspensão da programação por 24 horas, com duplicação da 
sanção caso seja verificada reiteração da conduta. A sanção será aplicada a 
pedido de partido, coligação ou candidato. 
É vedada a censura prévia ou cortes instantâneos nos programas eleitorais 
gratuitos, mas o infrator das normas de propaganda fica sujeito à perda do dobro 
do tempo usado na prática do ilícito, dobrada a sanção em caso de reincidência. 
Também fica sujeito a responder por crime de divulgação de fatos inverídicos, 
calúnia, injúria ou difamação (arts. 323 a 326 do Código Eleitoral). 
 Também pela cessão de horário para a propaganda eleitoral gratuita há 
direito à compensação fiscal pelas emissoras de rádio e TV (art. 99 da Lei n. 
9.504/97). 
A propaganda eleitoral na imprensa escrita é paga e permitida até o dia das 
eleições, nos limites de 1/8 de página de jornal padrão ou ¼ de página de revista 
ou tablóide. 
Mediante outdoors a propaganda somente é permitida após a realização de 
sorteio dos espaços pela Justiça eleitoral. 
Nos bens particulares, a veiculação de propaganda por meio de faixas, 
cartazes, placas, pinturas ou inscrições independe de licença municipal. Também 
independe de licença municipal e de autorização da justiça eleitoral a distribuição 
de folhetos, volantes e outros impressos que identifiquem o partido, coligação ou 
candidato responsável. 
O uso, na propaganda eleitoral, de símbolos, frases ou imagens associadas 
ou semelhantes às utilizadas por órgãos da administração pública direta ou 
indireta também caracteriza crime. 
À exceção das condutas previstas no art. 26 da Lei n. 9.504/97 (que 
autoriza a distribuição de chaveiros, camisetas e outros brindes), desde o registro 
da candidatura até o dia da eleição constitui captação de sufrágio, vedada em lei, 
o candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem 
pessoal de qualquer natureza , com o fim de obter-lhe o voto. A pena é a de multa 
e de cassação do registro ou do diploma. As sanções administrativas podem ser 
impostas sem prejuízo da tipificação do crime de corrupção eleitoral previsto no 
art. 299 do Código Eleitoral. 
Não se admite a realização de propaganda eleitoral em língua estrangeira 
(art. 335 do Código Eleitoral). 
A propaganda exercida nos termos da lei eleitoral não poderá ser objeto de 
multa nem cerceada sob alegação do exercício do poder de polícia. 
No dia da eleição, a distribuição de material de propaganda política, 
inclusive volantes e outros impressos, ou a prática de aliciamento, coação ou 
manifestação tendente a influir na vontade do leitor, constitui crime. Admite-se a 
manifestação individual e silenciosa, a exemplo do uso de camiseta ou flâmula, 
conforme esclarece o art. 63 da Instrução n. 46 do TSE. 
Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do Poder Público e nos 
bens públicos é vedada qualquer espécie de publicação, exceto a fixação de 
faixas e placas nos postes de iluminação pública, viadutos e passarelas (desde 
que sem danos ou prejuízo quanto às suas utilizações). 
A realização de qualquer ato de propaganda partidária ou eleitoral não 
depende de licença da polícia. 
 
 
3. O DIREITO DE RESPOSTA 
A partir da escolha de candidatos em convenção assegura-se o direito de 
resposta àquele candidato, partido ou coligação atingidos, ainda que de forma 
indireta, por conceito, imagem ou afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou 
sabidamente inverídica, difundidos por qualquer veículo de comunicação. 
O exercício do direito de resposta poderá ser solicitado à justiça eleitoral 
nos prazos de 24 horas (quando de tratar de horário eleitoral gratuito), 48 horas 
(quando se tratar de programação normal do rádio ou TV) ou 72 horas (quando 
se tratar de imprensa escrita), a contar da veiculação da ofensa. 
O pedido contra a imprensa escrita deverá ser instruído com exemplar da 
publicação e o texto da resposta. 
Recebido o requerimento do direito de resposta, a Justiça Eleitoral 
providenciará a imediata notificação do órgão ofensor, para que se defenda em 
24 horas. A decisão deverá ser prolatada no prazo máximo de 72 horas. 
Na imprensa escrita a resposta deverá ser publicada no mesmo local, 
página, tamanho e caracteres usados na ofensa, em 48 horas ou no dia da semana 
em que a ofensa foi publicada (ou ainda na primeira edição que circular se 
veículo de periodicidade superior a 48 horas), garantindo-se assim que a defesa 
seja proporcional ao agravo. Caso seja necessário para a reparação da ofensa, a 
justiça eleitoral poderá determinar a imediata publicação da resposta. 
Caso a ofensa seja praticada em programação normal do rádio ou pela TV, 
a resposta será dada em até 48 horas da decisão, em tempo igual ao da ofensa, 
mas nunca inferior a um minuto. 
Se a ofensa for perpetrada no horário eleitoral gratuito o ofendido terá 
tempo igual ao da ofensa (mas nunca inferior a um minuto) e a resposta será 
veiculada no tempo destinado ao partido ou coligação responsável pela ofensa. 
Caso seja necessário, a resposta será divulgada até mesmo nas 48 horas 
anteriores à eleição, de modo a não ensejar tréplica. 
Das decisões sobre o exercício do direito de resposta cabe recurso em 24 
horas da data de sua publicação em cartório ou sessão de julgamento, 
asseguradas contra-razões no mesmo prazo e decisão nas 24 horas seguintes. 
Há precedente do TSE (Resolução n. 15.796, Representação n. 
10.480) no sentido de que somente ofensa individualizada às 
qualidades éticas da pessoa é que autoriza o direito de resposta, sendo 
insuficiente para tanto críticas à administração ou às atividades 
políticas do candidato ou acusações impessoais.

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