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DOUTRINAS DA CONTABILIDADE

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Introdução
O presente trabalho de pesquisa tem como o tema, As doutrinas da Contabilidade, onde falaremos de algumas escolas de pensamento económico. Na verdade, A Contabilidade é um dos conhecimentos mais antigos que surgiu pela necessidade prática do próprio gestor do património. O propósito era conhecer, controlar, medir resultados, obter informações sobre produtos mais rentáveis, fixar preços e analisar a evolução de seu património. Dessa forma, o gestor passou a criar rudimentos de escrituração que atendessem a tais necessidades. Ao longo dos séculos, muitas tentativas foram sendo elaboradas até que o método das partidas dobradas, princípio de que para todo débito em uma conta existe simultaneamente um crédito, da mesma maneira que a soma do débito será igual ao do crédito, sendo a soma dos saldos devedores igual a soma dos saldos credores, mostrou-se o mais adequado, produzindo informações úteis e capazes de atender a todas as necessidades dos usuários para gerir o património. Com a formação de companhias, a Contabilidade passou a interessar a grupos maiores de pessoas, accionistas, financiadores, banqueiros, fornecedores, órgãos públicos, empregados -, além da sociedade em geral, uma vez que a vitalidade das empresas tornou-se assunto de relevante interesse social. A Contabilidade formatou-se de acordo com o ambiente no qual fora operada. Como os povos têm histórias, valores e sistemas políticos diferentes, ela ganhara padrões diferenciados de desenvolvimento financeiro.
Conforme soubemos, “Não existe ciência sem teoria”. Quando a Contabilidade iniciou, pois, a sua era científica buscou teorizar sobre o que elegia como objecto de indagação. Tal ocorreu na mesma ocasião em que a maioria das disciplinas fazia igualmente a sua passagem de uma milenar história empírica, para uma fase racional superior, ou simplesmente, a partir do século XVIII. Contudo, Percebe-se que a Contabilidade possui vários modelos e padrões, mediante as características dos países. No entanto, de qualquer forma tem uma dinâmica e uma maleabilidade muito grande, adaptando-se perfeitamente em qualquer contexto socioeconómico e cultural em que esteja inserida. 
1.Objectivo geral
Desenvolver o raciocínio da contabilidade, adquirindo uma visão ampla das doutrinas da Contabilidade, pela sua fundamentação.
1.1.Objectivo Especifico
Interpretar e analisar os fenómenos da Contabilidade, de tal modo a permitir a sua adequada análise, avaliação, classificação e reconhecimento, de acordo com os princípios e convenções contabilísticas
2.Metodologia
A abordagem indutiva partiu de uma leitura investigativa por meio de obras literárias e artigos divulgados em sites, a fim de se obter maior embassamento teórico-prático sobre o tema.
4.Contextualização
Num estudo realizado por (RODRIGUES, 2004), há evidências de que o termo Contabilidade é de origem Ibérica. Ficou definido no Primeiro Congresso de Contabilidade, realizado no Rio de Janeiro que Contabilidade é a “ciência que estuda e pratica as funções de orientação e controlo relativo aos actos e aos factos da administração económica” (AIROSA NETTO, 1980). Várias foram as doutrinas sobre Contabilidade. Na visão de (MIRANDA, 2004), trata-se da ciência que estuda e controla o património, objectivando representá-lo graficamente, evidenciar suas variações, estabelecer normas para sua interpretação, análise e auditagem, além de ser utilizado como instrumento básico para a tomada de decisões de todos os sectores directa ou indirectamente envolvidos com a empresa. Corroborando com, (ALMEIDA, 1996) diz que mediante o registo, a demonstração expositiva e as revelações de fatos ocorridos no património das entidades, o escopo da Contabilidade é oferecer informações acerca da composição do património, suas variações e o resultado económico decorrente da gestão da riqueza económica.
De modo geral, na Contabilidade o objecto sempre será o Património de uma entidade, definido como um conjunto de bens, direitos e obrigações para com terceiros, pertencentes a uma pessoa física ou a um grupo de pessoas (RODRIGUES, 2004).
No Brasil, a Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade, inicialmente elaborada pelo Instituto de Pesquisas Contábeis, Actuarias e Financeiras (IPECAF) e incorporada ao conjunto de pronunciamento do Instituto Brasileiro de Contadores (IBRACON) em 22 de Novembro de 1985, define a Contabilidade como "um sistema de informações e avaliação destinada a prover seus usuários com demonstrações e análise de natureza económica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objecto de contabilização”.
5.Escolas de contabilidade
Quando a Contabilidade iniciou, pois, a sua era científica buscou teorizar sobre o que elegia como objecto de indagação. Desta forma a Contabilidade se construiu com a cooperação de muitos pensadores, todos intelectuais de grande valor; conseguiram, tais luminares, através de suas correntes científicas, fazer com que elas se proliferassem em movimentos coordenados, conduzidos por ideias fundamentais e características. Tais eventos se acentuaram a partir do século XVIII, tomaram vigor no século XIX e no século XX alcançaram o apogeu; As mais expressivas correntes científicas surgiram a partir do século XVIII na França, Itália, Alemanha, Portugal e Espanha.
As doutrinas da contabilidade representam as diversas linhas do raciocínio o qual construíram o pensamento da contabilidade. Podemos observar a utilização da contabilidade a 8000 a.C. Os pensadores dessas diversas doutrinas defenderam uma linha de pensamentos uns até muito diferente dos outros. Certamente a contabilidade hoje é um reflexo do passado e sem essas diversas linhas de pensamento anteriormente lidas e pesquisadas a contabilidade não estaria evoluída como hoje está, razão pela qual afirma-se que não existe ciência sem teoria. No entanto, acredita-se que as doutrinas contabilísticas foram introduzidas por diversas escolas conforme o perfil da época em que eram delineadas.
Escola italiana 
Surgiu entre os séculos XIII e XIV, ganhando repercussão por toda a Europa com a obra do Frei Luca Pacioli “La Summa de Arithmetica, Proportioni et Proportionalitá ”. Várias foram as correntes de pensamento contabilística derivadas da Escola Italiana, dentre as mais relevantes (RODRIGUES, 2004):
Contismo – define a Contabilidade como a ciência das contas. O termo “Conta Capital” era visto como a dívida da empresa para com o capitalista.
Foi a primeira doutrina de pensamento da contabilidade e sua criação foi instituída na contabilidade moderna, Precisamente no século XV, pelosseguintes idealizadores: Oitaliano Luca Paciolo, Professor de matemática e Contador, o primeiro a editar um livro com o sistema de partidas dobradas denominado La summa de arithimetica, geometria, proportioniet proportionalitá e Benedotto Cotruglitam bemitaliano,que lançou um manuscrito denominado II líbrodellarté de mercatura com método de partidas dobradas antes de Pacciolo, Porém muitos acreditam que ele foi o primeiro a desenvolver o método de partidas dobradas. 
Esta doutrina defendia que a contabilidade deveria se preocupar principalmente com o processo de escrituração através do método de partidas dobradas. Pois para esta doutrina o objectivo das contas é de escriturar valores a receber e a pagar. Como também acreditavam que as contas deveriam representar pessoas de carne e osso e que o sócio credor era um capitalista(valor investido pelos sócios) e conforme afirma o princípio da entidade, o património de seus sócios não se confunde com o da empresa.
Personalismo – enfatiza a relação jurídica entre as pessoas como propósito da Contabilidade. A Contabilidade passou a ser considerada como informacional sobre a gestão das entidades.
O Personalismo surgiu na metade do século XIX e teve sua origem científica com o francês HypolitteVannier, que refutava o Contismo e apresentava, com coloração científica, o Personalismo. Mas foi Francesco Marchi quem apresentou as ideias que viriamposteriormente a substituir as do Contismo e lançou as bases de um Personalismo científico, abrindo caminho para outros pensadores como Cerboni que apresentou o pensamento logismográfico, dividido em dois sistemas de escrituração: Patrimonial e Financeira.
Os Personalistas defendiam que, as contas devem representar pessoas de carne e osso tal como a contista. Defendiam ainda que o gestor da empresa seja responsável por todos os direitos e obrigações da mesma sendo ainda ele devedor aos sócios da empresa do valor investido pelos capitalistas.
Controlismo – limita a ciência em função do controle das entidades, mediante critérios de conveniência económica. Desenvolveu princípios sistémicos que informavam acerca do património, dos inventários, das avaliações de bens, dos orçamentos e das demonstrações contabilísticas.
O Controlismo, idealizada pelo italiano Fábio Besta, que se baseou em estudos deixados por Francesco Villa da doutrina administrativa, promoveu grande reacção às ideias personalistas de CERBONI. A sua primeira preocupação foi distinguir a administração geral (governar negócios) da administração económica (administrar o património para gerar riquezas). BESTA acreditava que o objecto de estudo da contabilidade era o controlo económico. 
Segundo SHMIDTapudSÁ (1998:162) referindo-se sobre BESTA, a contabilidade estuda os procedimentos racionais com os quais há-de ser desenvolvido o controlo económico com seus princípios e normas, ou seja, é ciência do controlo económico.
Neocontismo – acentua a ciência como sendo o estudo da análise patrimonial e dos fenómenos decorrentes da gestão empresarial. Concentrou-se na teoria materialista ou positivista das contas. Sua maior contribuição foi a separação entre passivo e situação líquida no balanço;
Esta escola surgiu no fim do século XIX, com o mais notável pensador JEAN DUMARCHEY, que acreditava que a contabilidade era uma ciência social o qual utilizava a matemática como instrumento e continha relacionamentos com economia, filosofia e sociologia.
Segundo Lopes de Sá (1995:252) a escola Neocontistaé uma nova forma de Contismo. Esta doutrina criticou a personalista, pois defendia que as contas deveriam um valor e não expressões jurídicas ocasionados por direitos e obrigações de seus participantes como defendia a escola personalista.
Os Neocontistasapregoam que a contabilidade deve evidenciaro activam, o passivo e a situação líquida. Para tal é necessária a quantificação de valores monetários aos componentes de cada grupo (Activo e Passivo). Acreditava ainda que a finalidade da contabilidade seja acompanhar a evolução e a modificação do património das entidades. Através das transacções empresariais as contas seriam modificadas e revelariam a situação patrimonial das entidades. 
Aziendalismo – define Contabilidade como a ciência da administração da entidade. O resultado era considerado o mais importante fenómeno económico da empresa.
O Aziendalismo surge a partir de estudos de CERBONI e Fábio Besta,voltados para a organização e a administração. Destacam-se os trabalhos de Giovanni Rossi, Gino Zappa, Ugo Benedetti e Theodoro D’Ippolito. O aziendalismo considera que o verdadeiro conteúdo da contabilidade é os factos da gestão, representados mediante os métodos, sistemas e processos de escrituração, que constituem o instrumental da ciência. É o primeiro momento em que se deixa de lado o foco em contas e em controlos e se passa a observar a contabilidade dentro de uma unidade empresarial (azienda) que é impactada, constantemente, pelos factos da gestão.
Patrimonialismo – vê a ciência como estudo da estática, da dinâmica e da revelação patrimonial.
Um dos grandes estudiosos do Patrimonialismo foi VicenzoMasi. Este criticou a doutrina Contista por se preocuparem demasiado com registos contabilísticos, esquecendo-se do seu conteúdo. Segundo esta doutrina “Contabilidade é a ciência que estuda o património à disposição das aziendas” (Herman Junior, 1972:52). Ou seja, o principal objecto de estudo da contabilidade é o património.
O Patrimonialismo apregoa ainda que o património é uma grandeza real que se transforma com o desenvolvimento das actividades económicas. O capital representado pela riqueza acumulada deve ser conservado e renovado para manter sua utilidade potencial. Na visão patrimonialista o património sob dois aspectos, a saber:
Estático: permite o conhecimento da situação patrimonial da empresa ou instituição num dado momento; 
Dinâmico: permite estudar as variações provocadas pelos factos administrativos gerando aumento ou diminuição da situação patrimonial.
Para estes, a conta possui a função de acolher valores monetários capazes de reflectir a real situação líquida da empresa, onde as contas do activo representam valores positivos da empresa o qual independe de seus titulares de serem pessoas ou entidades, e o mesmo ocorre nas contas do passivo.
Reditualismo
Desenvolveu-se principalmente na Alemanha, tendo como principal líder EugenSchmalenbach e, entre outros seguidores, W. Malhberg, E. Geldmacher, M. R. Lehmannn, E. Walb e FrederichLeiter com seu reditualismo específico.
Era a corrente de pensamento que enunciava ser o resultado (lucro ou prejuízo) o objecto de estudo da contabilidade, ou seja, o reconhecimento da perda ou do lucro como fonte principal da continuidade da actividade empresarial.
Os reditualistas estudavam a dinâmica da riqueza patrimonial, mas desprezavam a estrutura dos elementos patrimoniais. Conseguiram desenvolver-se num país socialista, embora a corrente estivesse voltada para o capitalismo.
Essa corrente de pensamento foi desenvolvida na Alemanha, produzindo efeitos em outros países da Europa. 
SÁ (1997:92) lembra que: 
Os reditualistas tiveram como princípio admitir que o lucro é o que mais preocupa como objeto de estudo, sendo o fenômeno básico a ser observado, embora com a relatividade necessária.
GOBBIS apud SÁ (1997:89) define rédito como:
O redito é representado por aquela quantidade de riqueza que periodicamente aflui a unidade económica ou pessoa determinada e que pode ser consumido sem diminuição da riqueza originária.
O reditualismo não ganhou força como escola, pois diversos apreciadores das enunciações de SCHMALENBACH criticavam seu objecto de estudo argumentando que o rédito é o efeito da dinâmica patrimonial e não a causa.
Escola americana 
Surgiu juntamente com as grandes corporações no início do século XX. Caracterizou-se pelo aspecto prático no tratamento de problemas económico administrativo, com limitadas construções teóricas as quais tiveram origem em entidades ligadas a profissionais da classe contabilística (RODRIGUES, 2004). A Escola Americana transformou-se numa das mais importantes e influentes no mundo, ditando regras para o tratamento de questões ligadas à Contabilidade de Custos, Análise das Demonstrações, Gestão Financeira, Controlo Orçamentário etc. Foram estabelecidos dois objectivos gerais, quanto ao fornecimento de informações sobre os (as): 
Recursos económicos e obrigações da entidade; 
Mudanças nos recursos da entidade, visando fomentar a qualificação das informações aos diversos usuários.
Neopatrimonialismo
O Neopatrimonialismo surgiu nas últimas décadas do século XX como uma nova corrente científica da Contabilidade, preocupadaem estabelecer um método de raciocínio para o entendimento sobre o que sucede com a riqueza patrimonial das empresas e das instituições de fins ideais. Partiu da ideia fundamental de que o património não se move por si mesmo e que tanto ele quanto as suas forças motoras estão em constante transformação.
O Neopatrimonialismo ainda admite que o objecto de estudo da contabilidade seja o património das células sociais (empresas e instituições de fins ideais), mas estudado sob a óptica de funções sistemáticas, e essas, em relação à eficácia. 
É inspirada nas obras de MASI e tem como criador Lopes de Sá que, em sua definição, diz: “Contabilidade é a ciência que estuda os fenómenos patrimoniais, preocupando-se com realidades,evidências e comportamentos dos mesmos, em relação à eficácia funcional das células sociais”.
Universalismo
Esta doutrina apresenta a Sistemologia, que para o Prof. A. Lopes de Sá foi criada pelo emérito Prof. Francisco D’Auria. Visa a universalizar o objeto da Contabilidade fazendo-o extensivo a todos os sistemas.
Entende-se por Sistemologia a ciência formal e lógica que estuda a estática e a dinâmica dos sistemas, isto é, suas estruturas e suas finalidades, as variações e as suas causas, no tempo e no espaço, e sua expressão qualitativa e quantitativa em qualquer instante. O Prof. D’Auria, partindo do ponto de vista patrimonialista que adotava desde o início de suas publicações, observou as possibilidades de generalizar a Contabilidade, dando-lhe amplitude tal que nenhum sistema do Universo pudesse escapar à sua alçada.
Revelam-nos os apontamentos do Prof. Dr. Eloy Teixeira Azeredo  que o Universalismo surgiu muito antes de o Prof. D’Auria tornar públicos seus pensamentos. Surgiu, na verdade, com o francês René Delaporte, em 1930, com a publicação de sua obra Concepts raisonnis de la Comptabilité économique, afirmando que a Contabilidade é a ciência das contas aplicada aos movimentos dos ciclos de quaisquer operações, para enumerar, agrupar e classificar o seu objeto e deles tirar conclusões expressas em números segundo o espírito de cada uma das ciências que ela utiliza. Ela aplica-se universalmente a todas as ciências, segundo uma adoção de suas contas que permanece numa generalidade científica.
Escola alemã 
Na concepção de (MEDRADO, 2004), a Escola Alemã é derivada em parte das crescentes necessidades dos usuários das informações contabilísticas nos vários sectores da sociedade entre o final do século XIX e início do XX. Essa evolução ocorreu mediante factores como: 
Desenvolvimento dos mercados financeiros; 
Aceleração crescente da concentração das companhias; 
Expansão dos grupos empresariais; 
Crises sociais dos períodos de guerra e pós-guerra. 
A criação de grandes empresas, como as multinacionais ou transnacionais, por exemplo, que requerem grandes capitais, de muitos accionistas, foi o primeiro motivo do estabelecimento das teorias e práticas contábeis. A ideia era permitir uma correcta interpretação das informações, por accionistas ou outros interessados, em qualquer parte do mundo (CONTABILIDADE, 2004). Acima de tudo, a Escola Alemanha significou uma importante contribuição ao processo de comunicação contabilística.
Escola neopatrimonialista 
Consiste em uma nova corrente científica que se aplicou na direcção de classificar e reconhecer, especialmente as relações lógicas que determinam a essência do fenómeno patrimonial das dimensões ocorridas. O Neopatrimonalismo enfatiza a “razão dos acontecimentos dos fatos”, ou seja, qual a verdadeira influência dos factores que produzem a transformação da riqueza ambientes interno e externo que envolvem os meios patrimoniais (RODRIGUES, 2004).
6.Primórdios da contabilidade
A Contabilidade é tão antiga quanto a própria civilização. Há fortes evidências de que ela surgiu 6.000 anos a.C., dos povos Babilónicos, Fenícios, Egípcios, Gregos, Cretenses, Romanos etc. A ciência passou por um período: “Época Empírica” (6.000 a 1.202 a.C.) que se caracterizou pela ausência de sistematização dos registos e pela ausência dos estudos de natureza científica e metodológica. Numa obra, (SANTOS, 2004) afirma que a Contabilidade surgiu das necessidades que as pessoas tinham de controlar aquilo que possuíam, gastavam ou deviam. Procura constante de sempre encontrar uma maneira simples de aumentar suas posses. Logo, com as primeiras administrações, apareceu a necessidade dos registos. Durante um longo período a Contabilidade foi vista como arte da escrituração mercantil do povo Sumério, o qual utilizava técnicas específicas que foram sendo aperfeiçoadas e especializadas, sendo algumas delas aplicadas até os dias de hoje. Conforme o enriquecimento gradual do homem, era imposto o estabelecimento de técnicas para controlar e preservar seus bens. 
A priori, a Contabilidade era utilizada para anotar a medição, o transporte e a comercialização de trigo que acontecia entre-os-rios Tigres e Eufrates, na região da Mesopotâmia. Pesquisas de (VIANA, 1997), apontam hieróglifos – desenhos – como figuras de pastores registando suas ovelhas por meio de pedrinhas. Na Babilónia, a escrituração era realizada em tábuas de argila. Os templos já possuíam escritórios próprios – DUB-SAR – e o chefe de escrituração era DUB-SARMAG ou PA-DU-SAR. Com a intenção de evitar adulterações, criaram o “Selo do Sigilo” do Templo. Marcando uma nova fase de evolução no controle e nas administrações. Período este em que apareceram o Diário e o Memorial. No Império Médio, (SANTOS, 2004) relata que foi encontrado um livro escriturário, o “Livro de Contas da Corte Real”, em que era feito o registo diário da entrada de bens. Até o aparecimento da moeda a evolução da ciência Contábil foi lenta. Na época da barganha – troca pura e simples de mercadorias -, os negociantes anotavam as obrigações, os direitos e os bens perante terceiros, porém, obviamente, tratava-se de um mero elenco de inventário físico, sem avaliação monetária. Entretanto, foi o Egipto que revolucionou a humanidade e, por seguinte, a evolução da Contabilidade, tanto pelo amor à Escrita quanto pela revolução de todas as ciências.
7. Actividades mercantis da Europa
Foi na Europa que a Contabilidade atingiu a fase adulta e madura. Cidades como Veneza, Gênova, Florença e Pisa fervilhavam de actividade mercantil, económica e cultural a partir do século XIII. Época essa em que Luca Pacioli escreveu o famoso “Tractus de Computis et Scripturis ” – exposição da Contabilidade mais completa e rica em detalhes de todos os tempos.
8.A contabilidade Moderna
A partir de 1920, a ascensão econômico-cultural da região norte-americana, com o surgimento das gigantescas corporações, aliado ao formidável desenvolvimento do mercado de capitais e ao extraordinário ritmo de desenvolvimento que os EUA experimentaram e seguem ainda. Constituíram-se em avanço das teorias e das práticas contabilísticas vindo a influenciar de forma global todo o mundo, inclusive a própria Itália que muito fez pela Contabilidade na Europa.
9.Princípios fundamentais de Contabilidade 
Representam a resposta da disciplina contabilística aos Postulados verdadeira postura filosófica prática. Os Princípios são constituídos pelo núcleo central da estrutura contabilística. Delimitam como o profissional irá se posicionar diante da realidade socioeconómico institucional admitida pelos Postulados. O Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer oficialmente os Princípios Fundamentais, tendo o Conselho Federal de Contabilidade, em 1981 por meio da Resolução CFC nº 530/81, identificado 16 Princípios Fundamentais de Contabilidade, actualmente reduzidos, pela Resolução nº 750/93 em apenas seis:
Custo original como base de valor – activos incorporados pelo preço pago para adquiridos ou fabricá-los, mais todos os gastos necessários para colocá-los em condições de gerar benefícios para a empresa. Permitindo-se na contabilização: amortizações, depreciações e cálculo da quota de exaustão dos activos que ocasionaram diminuições de valor, pelo uso, decurso do tempo ou obsolescência; 
Realização da receita e confrontação das despesas – produtos ou serviços transferidos ao cliente, muitas vezes com o ponto de venda; 
Denominador Comum Monetário – de natureza essencialmente financeira está associado à qualidade de evidenciar a composição patrimonial de bens, direitos e obrigações de várias categorias, homogeneizando-os por meio da mensuração monetária; 
Competência – receitas e despesas atribuídas aos períodos de sua ocorrência, independentemente de recebimento e pagamento. 
Numa obra, (SANTOS, 2004) complementa dizendo que os Princípios são inerentes à própria Ciência Contabilística e existem independentemente do desejo ou da escolha por parte de todos aqueles envolvidospesquisadores, doutrinadores ou profissionais. Os Princípios precisam ser identificados e respeitados para que a Contabilidade possa atingir os objectivos colocando à disposição dos usuários, informações contabilísticas úteis e relevantes, capazes de suprir as necessidades dos que delas têm carência.
Conclusão
Ao chegar o fim deste trabalho, constatou-se que a Contabilidade nasceu com o compromisso e a necessidade de informar. Seu progresso passou por fases conforme a evolução dos povos, suas literaturas e doutrinas. No entanto, apenas no século XX os estudiosos tiveram a preocupação de identificar e formalizar de maneira prática e objectiva os princípios que regem a Contabilidade, bem como fixar normas e regras para sua aplicação íntegra e efectiva. As ciências Contabilísticas concentram-se no cálculo e na apresentação do lucro líquido resultante de regras específicas de realização e vinculação num balanço que se relaciona com o período corrente a períodos futuros.
Em suma, o escopo principal da Contabilidade e dos relatórios dela emanados é fornecer informação económica relevante para que cada usuário possa tomar suas decisões com segurança. Tendo em vista que as Informações Contabilísticas devem ser elaboradas rigorosamente de acordo com as normas vigentes, estas subordinadas aos Princípios Contabilísticas. Em outras palavras, a preposição específica das Ciências Contábeis é o seu usuário, interno e externo. Pouca importância terá uma informação contabilística se a utilidade a que se destina for nula. 
Como toda ciência, a Contabilidade necessidade de mudanças para acompanhar a evolução da economia, ampliando sua quantidade e dando maior confiabilidade nas informações – hoje é vista como sistema de informações e aprimoramento das demonstrações. Mesmo assim, a função essencial da Contabilidade não se alterou ao longo do tempo. Para atender as necessidades dos usuários seria imprescindível um estudo de modelo decisório de cada tipo de tomador de decisão, sabendo-se que a informação contabilística disponível poderá também influenciar no modelo de decisões do usuário. A moderna Contabilidade deve ser estruturada visando ser um instrumento de informação, decisão e controle, fornecendo informações capazes de atender plenamente os objectivos dos usuários.
Bibliografia
ALMEIDA, M. C. Curso básico de contabilidade: introdução à metodologia da contabilidade. São Paulo: Atlas, 1996.
ANDERSEN, A. Normas e práticas contabilísticas no Brasil. São Paulo: Atlas, 1997.
ARAÚJO, Dirceu Carneiro de. Conceito de contabilidade. In: Gesbanha. Disponível em: http://www.gesbanha.pt/cont/conthis/cont_his.htm. Acesso em: 28 Março. 2015.
CREPALDI, S.A. Curso de contabilidade: resumo e teoria. São Paulo: Atlas, 1995.
IUDICÍBIUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2004.
MIRANDA, Daniela. Conceitos e tipos de contabilidade. In: SERCONTEL. Disponível em: http://www.pessoal.sercontel.com.br/carneiro/contal. Acesso em: 03 de Abril de 2015.
RODRIGUES, Márcia.Teoria da contabilidade. In: FUMEC. Disponível em: http://www.fumec.com.br. Acesso em 09 de Abril de 2015.
WALTER, M. A. Contabilidade básica. São Paulo: Saraiva, 1996.

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