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Beatriz Garcez ECZ7025 (2018.2) - Ecologia de Comunidades MOVIMENTO DOS ELEMENTOS NOS ECOSSISTEMAS Qual a principal diferença entre o movimento de energia do movimento de elementos num ecossistema? A energia é perdida em forma de calor, já os elementos químicos permanecem na biosfera, onde cicIam continuamente entre os organismos e os ambientes físicos. Explique os processos de assimilação e de desassimilação, dando exemplos. As transformações que incorporam as formas inorgânicas de alimentos em moléculas de organismos são processos assimilativos. Um exemplo de transformação assimilativa de um elemento é a fotossíntese, na qual as plantas usam a energia solar para mudar uma forma inorgânica de carbono (CO2) em uma forma orgânica de carbono encontrada nos carboidratos. Na ciclagem global do carbono, a fotossíntese é equilibrada pela respiração, um processo complementar desassimilativo que envolve a transformação de carbono orgânico de volta para uma forma inorgânica, acompanhada por liberação de energia. Comente sobre a disposição da água no planeta. O movimento da água através dos ecossistemas e da atmosfera, conhecido como ciclo hidrológico, é determinado em larga escala pela evaporação, pela transpiração e pela precipitação. O maior compartimento de água, cerca de 97% de toda a água na Terra, está nos oceanos. A água remanescente existe nos lagos, riachos, rios, alagados, aquíferos subterrâneos e no solo. Descreva o ciclo hidrológico. A evaporação da água ocorre nos corpos de água, no solo e nas plantas que sofrem evapotranspiração. A energia solar proporciona a energia para o processo da evaporação e evapotranspiração, que transforma a água de um líquido em um gás na forma de vapor de água. Há um limite para a quantidade de vapor de água que a atmosfera pode conter. Como a água continua a evaporar, o vapor de água na atmosfera se condensa em nuvens que criam a precipitação. Quando a precipitação cai da atmosfera, ela pode tomar diversos caminhos. Parte da precipitação cai diretamente sobre a superfície dos ecossistemas aquáticos, e o restante sobre os terrestres. A água que cai nos ecossistemas terrestres pode viajar ao longo da superfície do solo ou se infiltrar nele, onde é absorvida pelas plantas ou se move mais para o fundo do solo, tornando-se parte das águas subterrâneas. O escoamento superficial e parte das águas subterrâneas em algum momento encontrarão seu caminho de volta para os corpos de água, completando o ciclo. Beatriz Garcez ECZ7025 (2018.2) - Ecologia de Comunidades Como a energia do Sol determina o movimento da água dos oceanos para os continentes e de volta para os oceanos? A energia solar absorvida pela água executa o trabalho da evaporação. O vapor de água tem energia potencial, que é a energia exigida para manter as moléculas de água separadas no vapor d’água. Quando o vapor d’água se condensa, forma-se as nuvens, onde as moléculas de água se agregam e a energia potencial no vapor de água é liberada. A evaporação determina quão rápido a água se move através da biosfera. Como é a energia solar que causa a evaporação, também é ela que controla o movimento da água na biosfera. A energia solar absorvida pela água líquida para criar vapor de água é a fonte de energia motora do ciclo hidrológico. A evaporação dirige o movimento da água através do compartimento da atmosfera do ciclo hidrológico. À medida que o clima global se aquece, a evaporação aumentará, e a precipitação total sobre a superfície da Terra aumentará. Comente a relação da fotossíntese e da respiração no ciclo do carbono. Os produtores usam a fotossíntese nos ecossistemas terrestres e aquáticos para retirar o CO2 do ar e da água e convertê-lo em carboidratos que são usados para fazer outros compostos, incluindo as proteínas e as gorduras. O carbono que está preso nos produtores pode então ser transferido para os consumidores, carniceiros, detritívoros e decompositores. Todos esses grupos tróficos executam a respiração, que libera o CO2 de volta para o ar ou para a água. Por que o gás metano é normalmente produzido nos pântanos? Sob condições anaeróbicas, algumas espécies de arqueas usam compostos de carbono para realizar respiração. O metanol é um desses compostos, que durante o processo de respiração produz água (H2O), gás carbônico (CO2) e metano (CH4). Pântanos possuem ambientes anaeróbicos que liberam metano - gás de pântano. A produção de metano pelo processo da respiração anaeróbica é uma preocupação crescente, porque ele é um gás de estufa e é 72 vezes mais eficaz em absorver a radiação infravermelha de volta para a Terra do que o CO2. Como o oceano poderia reduzir os efeitos da queima de combustíveis fósseis sobre as concentrações de CO2 na atmosfera? Um dos processos de ciclagem do carbono envolve as trocas físicas de CO2 entre a atmosfera e os oceanos, lagos e águas correntes. O dióxido de carbono se dissolve imediatamente na água. Os oceanos contêm cerca de 50 vezes mais CO2 do que a atmosfera. O CO2 é continuamente trocado na fronteira entre os oceanos e a atmosfera - à medida que algumas moléculas se dissolvem nos oceanos, outras escapam para a atmosfera. A quantidade total de CO2 nos oceanos permanece constante, até que um novo dióxido de carbono entre de uma fonte externa ao sistema oceano-atmosfera (a partir da queima de combustíveis fósseis, por exemplo). A troca na fronteira ar-água conecta os ciclos de carbono dos ecossistemas terrestres e aquáticos. De fato, o oceano é um importante sumidouro para o dióxido de carbono produzido pela queima de combustíveis fósseis. À medida que as concentrações de CO2 na atmosfera aumentam, a sua taxa de dissolução nos oceanos também aumenta, desta forma reduzindo o aumento do CO2 atmosférico abaixo daquele que ocorreria na ausência dessa troca ar-água. Beatriz Garcez ECZ7025 (2018.2) - Ecologia de Comunidades Comente sobre a extração de combustíveis fósseis e seus possíveis impactos no ciclo de carbono e nas mudanças climáticas no planeta. A extração de combustíveis fósseis como o carvão, o petróleo e o gás natural representa uma mudança recente no ciclo do carbono. A maior parte da história humana viu pouca extração de carbono que foi soterrado por milhões de anos. Durante os últimos dois séculos, contudo, seres humanos têm extraído carbono em uma taxa progressivamente crescente para atender às progressivas demandas de energia. A extração dos combustíveis fósseis transfere o carbono fóssil do subsolo para a superfície da Terra, e a queima desses combustíveis fósseis altera o ciclo de carbono de modo significativo. Sobre o ciclo do nitrogênio, caracterize cada processo a seguir: a) fixação do nitrogênio O processo de converter o nitrogênio atmosférico em formas que os produtores podem usar é conhecido como fixação do nitrogênio, que converteo gás nitrogênio em amônia (NH3), e é rapidamente convertida em amônio (NH4+), ou em nitrato (NO3–). O composto que é formado depende de se a fixação do nitrogênio ocorre por organismos, por raios ou pela produção industrial dos fertilizantes. b) nitrificação O processo final no ciclo do nitrogênio, que converte o amônio em nitrito (NO2–) e então do nitrito em nitrato (NO3–). Essas conversões liberam boa parte da energia potencial que está contida no amônio. c) assimilação Os produtores podem assimilar o nitrogênio do solo ou da água como amônio ou nitratos. Uma vez que os produtores assimilaram o nitrogênio, eles o incorporam em seus tecidos. Quando os consumidores primários ingerem os produtores, eles podem assimilar o nitrogênio dos produtores ou excretá-lo como rejeito. O mesmo processo ocorre novamente com os consumidores secundários. d) mineralização O processo de decompor compostos orgânicos em compostos inorgânicos. e) desnitrificação Processo de converter nitratos em gás nitrogênio é conhecido como desnitrificação. Sob condições anaeróbicas, os nitratos podem ser transformados de volta em nitritos, que são transformados em óxido nítrico (NO), que pode ser convertido em gás nitrogênio. A desnitrificação é importante para a decomposição da matéria orgânica em solos e sedimentos carentes de oxigênio, mas também resulta na perda de nitrogênio dos solos como gás. A perda de nitrogênio prontamente disponível nos ecossistemas por desnitrificação é compensada pela fixação de nitrogênio. Dado que o fundo do oceano é anaeróbico, que processo no ciclo do nitrogênio é mais provável de ocorrer nesse local e por que a disponibilidade de formas utilizáveis de nitrogênio é baixa no fundo do oceano? O processo que é mais provável de ocorrer em ambientes anaeróbicos como o fundo do oceano é a desnitrificação. A desnitrificação é importante para a decomposição da matéria orgânica em solos e sedimentos carentes de oxigênio, mas é um processo que libera pouca quantidade de formas utilizáveis de nitrogênio. Beatriz Garcez ECZ7025 (2018.2) - Ecologia de Comunidades Como as bactérias fixadoras de nitrogênio, que vivem em simbiose com uma planta, podem afetar os tipos de ambientes nos quais a planta poderia viver? A maior parte do nitrogênio entra nas vias biológicas do ciclo do nitrogênio através de sua assimilação por certos micro-organismos num processo denominado de fixação de nitrogênio. As plantas obtêm o nitrogênio do solo, seja como amônio (NH4+) ou como nitrato (NO3-), que elas devem então reduzir para uma forma orgânica como o amônio, com um gasto de energia. É usado para construir proteínas, tanto para as próprias plantas quanto para os consumidores mais altos na cadeia alimentar. As proteínas são, por fim, metabolizadas, e o nitrogênio em excesso é excretado para o ambiente como rejeito. Comente sobre o ciclo do fósforo. Diferentemente do nitrogênio, o fósforo raramente muda sua forma química; ele normalmente se move como um íon fosfato. As plantas assimilam os íons fosfato do solo ou da água e os incorporam diretamente em vários compostos orgânicos. Os animais eliminam o excesso de fósforo em suas dietas por meio da excreção na urina contendo íons fosfato ou compostos de fósforo que são convertidos em íons fosfato pelas bactérias fosfatizadoras. As rochas fosfatadas são a grande fonte de fosfato. Estas sofrem intemperização, que faz com que elas liberem lentamente íons fosfato. Quando os íons fosfato entram nos ecossistemas terrestres, eles podem se ligar fortemente ao solo ou serem assimilados pelas plantas, e passados através da teia alimentar. As excreções dos animais e a decomposição de todos os organismos terrestres liberam fósforo de volta para o solo. Comente sobre o uso excessivo de fertilizantes e eutrofização. O uso excessivo de fertilizantes leva à um aumento da concentração de nitrogênio e fósforo nos ecossistemas, à níveis que excedem sua capacidade de ciclagem natural. Esses elementos acabam escoando para corpos d’água, possibilitando o início do processo de eutrofização (aumento na produtividade dos ecossistemas aquáticos). Esse aumento na produtividade se deve à proliferação drástica de algas que utilizam o nitrogênio e o fósforo para crescerem e se reproduzir rapidamente. A eutrofização tem inúmeras consequências, ocasionamento de eventos anóxicos, perda de habitats aquáticos, produção de toxinas e gases tóxicos, entre outras. Comente sobre a entrada de elementos nos ecossistemas e sua importância para a manutenção do equilíbrio dos ciclos e da vida na Terra. Os ecossistemas terrestres sofrem uma perda constante de nutrientes porque muitos são lixiviados do solo e transportados para longe em águas correntes e em riachos e rios. Para manter um nível estável de produtividade, uma saída de nutrientes de um ecossistema deve ser equilibrada por uma correspondente entrada. Para alguns nutrientes, como o nitrogênio, as entradas vêm da atmosfera. Para a maioria dos outros nutrientes, como o fósforo, as entradas vêm da intemperização da rocha matriz sob o solo. A intemperização é a alteração física e química do material da rocha próximo à superfície da Terra. Substâncias tais como o ácido carbônico na água da chuva e os ácidos orgânicos produzidos pela decomposição das serapilheiras das plantas reagem com os minerais na rocha matriz e liberam vários elementos que são essenciais ao crescimento das plantas. Beatriz Garcez ECZ7025 (2018.2) - Ecologia de Comunidades Por que a intemperização da rocha matriz é responsável por uma fração pequena dos nutrientes disponíveis para as plantas? A grande fonte de novos nutrientes para os ecossistemas terrestres é a formação de solo através da intemperização da rocha matriz e outros materiais parentais, mas tipicamente, a intemperização da rocha matriz proporciona somente 10% dos nutrientes do solo assimilados pela vegetação a cada ano. Isso ocorre pois os nutrientes importantes, como o nitrogênio, o fósforo e o enxofre, são tipicamente escassos no material parental. Assim, a intemperização adiciona pouco destes nutrientes ao solo - as entradas da precipitação e da fixação de nitrogênio são também pequenas. O desenvolvimento dos ecossistemas em substratos recentemente expostos exige longos períodos de acumulação de nutrientes. Nos ecossistemas maduros, a produção das plantas depende da rápida regeneração destes nutrientes dos detritos e sua retenção nos ecossistemas. Num ecossistema maduro, qual é a grande fonte de nutrientes do solo para as plantas? O grosso dos nutrientes tornados disponíveis para as plantas vem da decomposição dos detritos e pequenas moléculas orgânicas no próprio solo. Em outras palavras, a maior parte dos nutrientes nos ecossistemas é regenerada dentro destes ecossistemas. Comente sobre o processo de decomposição e sobre sua importância para a manutenção de nutrientesnos ecossistemas. Embora a intemperização dos nutrientes inorgânicos proporcione nutrientes para os ecossistemas terrestres, este é um processo muito lento. Portanto, a produção primária depende amplamente de uma rápida regeneração de nutrientes dos detritos, via decomposição de matéria orgânica. A decomposição é o processo que quebra a matéria orgânica em compostos químicos menores e mais simples, e é realizada principalmente por bactérias e fungos. Nos ecossistemas terrestres, 90% de toda a matéria vegetal produzida em um determinado ano não é consumida diretamente pelos herbívoros, mas em algum momento decomposta. Muitas plantas reabsorvem partes dos nutrientes de suas folhas antes de caírem. A biomassa vegetal morta acima do solo, combinada com a matéria orgânica de animais mortos e os rejeitos animais, caem na superfície do solo, de onde os nutrientes são lixiviados. Os detritívoros decompõem a matéria orgânica em partes menores e os decompositores a decompõem ainda mais. Aqui a decomposição é principalmente aeróbica, e as raízes das plantas e seus fungos micorrizais associados têm acesso imediato aos nutrientes liberados pelos decompositores. Por que os solos tropicais e temperados têm taxas diferentes de regeneração de nutrientes? Os padrões de circulação de nutrientes diferem ao longo dos ecossistemas em parte porque os climas afetam a intemperização, as propriedades do solo e as taxas de decomposição dos detritos pelos micro-organismos. Estas diferenças são evidentes quando comparamos os ecossistemas tropicais e temperados. Estudos comparativos de florestas temperadas e tropicais mostram que os detritos nos trópicos se decompõem mais rapidamente por causa das temperaturas mais quentes e maiores quantidades de precipitação. Como consequência, do carbono orgânico total nos ecossistemas terrestres, mais de 50% ocorrem no solo e na serapilheira nas florestas do Beatriz Garcez ECZ7025 (2018.2) - Ecologia de Comunidades norte, mas menos de 25% nas florestas pluviais tropicais, onde a maior parte da matéria orgânica existe na biomassa viva. Essas diferenças nas taxas de decomposição da serapilheira significam que as florestas tropicais têm uma proporção muito maior da matéria orgânica total na vegetação viva do que nos detritos. Explique por que os solos cultivados no Canadá boreal retêm seus nutrientes por muito mais anos do que os solos cultivados na América do Sul tropical. Solos com abundante matéria orgânica podem manter a fertilidade por mais tempo. Os solos temperados retêm matéria orgânica dez vezes mais tempo do que os tropicais, e, portanto, proporcionam um estoque mais persistente de nutrientes inorgânicos que podem ser liberados lentamente pela decomposição. Por que o aquecimento global poderia causar a liberação de CO2 dos solos florestados boreais? A decomposição é tão lenta nas florestas boreais e na tundra que camadas espessas de matéria or gânica se acumulam no solo. A decomposição é lenta em parte porque os solos estão congelados na maior parte do ano; abaixo de uma certa profundidade, os solos podem ficar permanentemente congelados . De acordo com uma estimativa, os solos permanente e sazonalmente congelados das florestas boreais em todo o mundo retêm cerca de 200-500 gigatoneladas de carbono, que representam quase 80% d a quantidade de carbono na atmosfera. Se as temperaturas dos solos boreais começarem a aumentar por causa do aquecimento global, os micro -organismos do solo e os animais poderiam metabolizar uma fração substancial deste carbono do solo, que retornaria para a atmosfera como dióxido de carbono respirado. Como a circulação de nutrientes difere entre os ecossistemas terrestres e aquáticos? O que é distinto na maioria dos rios, lagos e oceanos é que a matéria orgânica desce até o fundo e se acumula ness as camadas profundas de água e os nutrientes são regenerados e retornados para a zona de produtividade de forma relativamente lenta. A regeneração de nutrientes dos detritos terrestres acontece próximo às raízes das plantas, onde eles são assimilados. Em contrapartida, as plantas aquáticas e as algas assimilam nutrientes na zona superior d e luz solar (fótica) da coluna de água, normalmente longe dos sedimentos onde os nutrientes são regenerados. A decomposição de nitritos terrestres ocorre, em sua maior parte, aerobicamente, e assim relativamente rápido. Por outro lado, os sedimentos aquáticos normalmente tornam-se deplecionados de oxigênio. A falta de oxigênio retarda grandemente a maior parte das transformações bioquímicas e muda a forma pela qual alguns nutrientes são regenerados. Os sistemas aquáticos são capazes de manter uma alta produtividade somente quando os sedimentos do fundo não estão muito longe da zona fótica acima, ou algum meio existe de trazer os nutrientes regenerados naqueles sedimentos de volta para a zona fótica.
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