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Campus de Ilha Solteira UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Engenharia Departamento de Matemática Álgebra Linear II – 2o Semestre de 2018: Matemática Roteiro 5: Diagonalização de Operadores Lineares e Polinômio Minimal Objetivo: Definir e determinar o polinômio minimal de um operador linear; 1. Introdução Considere o operador linear 7 0 0 0 0 0 5 3 0 0 0 2 4 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 5 2 A . Problema 1: (a) Determinar o polinômio característico de A e seus autovalores; (b) Determinar os autoespaços de T, e suas dimensões; (c) T é diagonalizável? No processo de resolução do Problema 1, a primeira grande dificuldade deparada é na determinação do polinômio característico de A. Em seguida, a resposta à questão relativa a diagonalização, devido ao processo de resolução ser longo e cansativo. Surge dessa forma a pergunta: será que não existe uma maneira mais rápida e eficiente de verificar a questão da diagonalização de operadores lineares de ordem elevada, sem a determinação de seus autovetores? Procura-se, então, uma resposta para tal questionamento. Problema 2: Considere o polinômio característico p(x) e a matriz A, obtidos no Problema 1. Calcule p(A). O que você observa? Têm-se, então, os seguintes resultados: Teorema 1: Toda matriz A é um zero de seu polinômio característico. Teorema 2: Se o polinômio característico p(x) de uma matriz quadrada A é um produto de fatores lineares distintos, p(x) = (x - 1)(x - 2) ... (x - n), isto é 1, 2 ... n são raízes distintas de p(x), então A é semelhante a uma matriz diagonal cujos elementos diagonais são os i. Corolário: Se A é uma matriz quadrada nxn sobre , então A tem pelo menos um autovalor. Prova: Exercício Campus de Ilha Solteira UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Engenharia Departamento de Matemática 2 Problema 3: Verifique se o operador linear 2- 1 0 5- 2 0 0 0 3 A é diagonalizável: Teorema 3: Matrizes semelhantes têm o mesmo polinômio característico. Problema 4: (a) Suponha que 2 1 A 0 B A A , sendo que A1 e A2 são matrizes quadradas. Mostre que o polinômio característico de A é o produto dos polinômios característicos de A1 e A2. Generalize este resultado; (b) Determine o polinômio característico do operador linear 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 3 1 0 0 0 0 0 2 4 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 8 2 A . Problema 5: Considere o polinômio característico p(x) e a matriz A, obtidos no Problema 1. (a) Determine todos os polinômios m(x), obtidos a partir de p(x), que possuem a matriz A como uma raiz; (b) Qual deles tem o menor grau? Tem-se, então, a seguinte definição: Definição: O polinômio minimal da matriz quadrada A é um polinômio m(x) = xk + ak-1x k- 1 + ... + ao, mônico, tal que: (a) m(A) = 0; (b) m(x) é o polinômio de menor grau entre aqueles que anulam A. Têm-se, então, os seguintes resultados, que relacionam os polinômios característicos e minimal. Teorema 3: Os polinômios característico e mínimal de uma matriz A possuem os mesmos fatores irredutíveis. Prova: Exercício Campus de Ilha Solteira UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Engenharia Departamento de Matemática 3 O Teorema 3 não nos diz que m(t) e p(t) são iguais, mas que qualquer fator irredutível de um deve dividir o outro. Em particular, como fator linear é irredutível, m(t) e p(t) têm os mesmos fatores lineares e portanto, as mesmas raízes. Tem-se, então, que: Teorema 4: Um escalar é um autovalor de uma matriz A se e somente se é raiz do polinômio mínimal de A. Prova: Exercício Teorema 5: Um escalar é um autovalor de uma matriz A se e somente se é raiz do polinômio mínimal de A. Teorema 6: Se r 2 1 A ... 0 0 .............. 0 .... A 0 0 ... 0 A A é uma matriz diagonal em blocos, com blocos diagonais A1, A2, ..., Ar, então o polinômio mínimo de A é igual ao mínimo múltiplo comum dos polinômios mínimos dos blocos diagonais Ai. Problema 6: Determine os polinômios minimais dos seguintes operadores lineares: (a) 5 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2 0 0 0 1 2 A ; (b) 4 2- 0 0 1 1 0 0 0 0 2 0 0 0 1 2 A ; (c) 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 3 1 0 0 0 0 0 2 4 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 8 2 A ; Campus de Ilha Solteira UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Engenharia Departamento de Matemática 4 (d) 4 0 0 0 0 1 4 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 1 4 0 0 0 0 1 4 A . Observação: Nota-se que o Teorema 6 aplica-se a matrizes diagonais em blocos, enquanto a generalização efetuada no Problema 4 – (a) análogo sobre polinômios característicos, aplica-se a matrizes triangulares em blocos. Questão: Que relação existe entre diagonalização e polinômio minimal? Teorema 7: O operador linear VVT : , sendo V de dimensão n, é diagonalizável se e somente se m(x) = (x - 1)(x - 2) ... (x - r), isto é, o polinômio minimal de T é um produto de fatores lineares distintos. Prova: Exercício Problema 7: O operador linear definido por T(x, y, z, t) = (3x - 4y, 3y + 5z, -z, -t) é diagonalizável? Definição: (a) A multiplicidade algébrica de um autovalor é a quantidade de vezes que ele aparece como raiz do polinômio característico; (b) A multiplicidade geométrica de um autovalor é a dimensão do autoespaço associado ao autovalor . Observação: Suponha que T seja diagonalizável. Então, existe uma base n21 e ..., ,e ,eB de V formada por autovetores de T tal que a matriz A = [T]B é diagonal. sejam 1, 2, ..., r (r n) os autovalores distintos de T. Então, os elementos diagonais de A são 1, 2, ..., r . Se para casa j = 1, 2, ..., r j está repetido nj vezes, então A tem a forma de blocos: rIr 22 11 .... 0 0 ..................... 0 .... Iλ 0 0 .... 0 Iλ onde Ij )( M jn é a matriz identidade. Agora, Campus de Ilha Solteira UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Engenharia Departamento de Matemática 5 rr 22 11 I) - (t .... 0 0 ......................................... 0 .... )Iλ - (t 0 0 .... 0 )Iλ - (t A] - [tIn . Observe que: (1) r21 n r n 2 n 1 )t( ... )t( )t()t(p ; (2) Se j = 1, 2, ..., r, como: rrj xnn 22j 11j B I) - ( .... 0 .... 0 0 ........................................................ 0 .... 0 .... 0 0 ......................................................... 0 .... 0 .... )Iλ - ( 0 0 .... 0 .... 0 )Iλ - ( = T] - Ij [ jj . Como i j para i j, o número de zeros que aparece na diagonal principal é nj, isto é, dimKer(jI - T) = nj. Portanto, dimWj = nj. Teorema 7: Seja um autovalor de um operador linear VVT : . Então, a multiplicidade geométrica de não excede sua multiplicidade algébrica. Teorema 8: Sejam 1, 2, ..., r (r n) os autovalores distintos de T e seja Wj = Ker(jI - T). São equivalentes: (a) T é diagonalizável; (b) rn r nn ttttp )( ... )( )()( 21 21 é o polinômio característico de T e dim Wj = nj, j = 1, 2, ..., r; (c) dim W1 + dim W2 + .. + dim Wr = dim V = n. Corolário: Se )( ... )( )()( 21 nttttp com i j, então T é diagonálizável. Exemplos: (1) Verificar se 33:T definido por T(x, y, z) = (3x + y - z, 2x + 2y - z, 2x + 2y) é diagonalizável; (2) Verificar se 33:T definido por T(x, y, z) = (5x -6y - 6z, -x + 4y + 2z, 3x -6y - 4z) é diagonalizável. Em caso afirmativo ache a matriz de T numa base formada por autovetores de T.
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