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Sistema Cardiovascular Sistema Nervoso Autônomo 
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
 
Introdução 
O organismo vivo é um sistema semi-aberto, capaz de autopoiese (auto = 
própria; poiesis = criação) e de auto-organização, e que recicla matéria e energia 
continuamente. Sendo assim, dinamismo e reciclagem são conceitos fundamentais para 
o organismo vivo e, portanto, conceitos fundamentais para se entender a Fisiologia. 
Se o organismo tem auto-organização e autopoiese, ou seja, se ele auto-sintetiza 
e recicla matéria e energia, ele necessita de sistemas que intercomuniquem todas as 
células, e que regulem o seu funcionamento, no sentido de dar uma unidade, garantindo 
um funcionamento orquestrado. E essa é uma essência da saúde: a capacidade de 
exercer a plena atividade como organismo vivo, de maneira integrada, organizada, 
harmônica; se não há desarmonia entre os órgãos e entre as células, não há doença. 
 
Os sistemas de controle corporal 
O controle geral do organismo é exercido pelo sistema nervoso 
(principalmente o sistema nervoso autônomo) e pelo sistema endócrino. O sistema 
nervoso, de maneira geral, pode ser dividido em sistema somático e sistema autônomo. 
 O sistema somático, como o próprio nome já diz, está relacionado ao soma 
(soma quer dizer “corpo”), estando relacionado ao sistema locomotor. O sistema 
somático, basicamente, é aquele relacionado à motricidade, ao controle da musculatura 
esquelética, da sinalização e recepção de informações da superfície corporal, ou seja, da 
somestesia (soma=corpo, estesia=sensibilidade). A somestesia está envolvida na 
interação com o meio externo, com a capacidade de se perceber o meio externo e de 
permitir o deslocamento. 
O sistema nervoso autônomo está mais relacionado ao controle e 
comunicação interna do organismo. Há uma ampla interação entre os sistemas 
somático e autônomo. O principal grupo de funções reguladas pelo sistema somático é a 
locomoção e a comunicação na superfície da pele, enquanto que o sistema nervoso 
autônomo está baseado no controle de vasos sangüíneos, vísceras e glândulas. 
 
 
 
 1
Sistema Cardiovascular Sistema Nervoso Autônomo 
O equilíbrio dinâmico dos sistemas vivos 
O equilíbrio dos sistemas vivos é, essencialmente, um equilíbrio dinâmico. O 
bom funcionamento dos sistemas vivos depende desta condição de dinamismo. Sendo 
assim, todas as variáveis biológicas prescindem não de um valor absoluto, mas sim de 
uma faixa de normalidade. Dessa forma, é natural e fisiológico que essas variáveis 
flutuem, uma vez que os organismos vivos interagem com o meio externo 
continuamente, e este meio é uma fonte constante de variações. 
A Fisiologia se interessa por esta capacidade de sobrevivência dos organismos 
vivos, apesar das grandes e inesgotáveis fontes de perturbação em potencial, que são 
apresentadas, a todo o momento, pelo meio externo. 
 
Os mecanismos de feedback 
 Um modelo de mecanismo adaptativo experimentado pelos sistemas vivos são as 
chamadas alças reflexas , ou seja, alças de retro-alimentação ou alças de feedback. 
Uma alça de retro-alimentação pode ser definida como sendo o encadeamento de 
processos, que têm por objetivo provocar um efeito final, a partir de um estímulo 
inicial. Sendo assim, a partir de um estímulo inicial, há um encadeamento do processo, 
que culmina numa resposta final, uma alça reflexa, ou seja, na produção de uma 
resposta em função de um estímulo. 
Essa alça de retro-alimentação pode ser positiva ou negativa. Um alça de retro-
alimentação negativa ocorre quando o efeito final tem por objetivo negar o efeito 
inicial, ou seja, tenta-se corrigir a percepção inicial. As alças de retro-alimentação 
positivas estimulam, amplificam o efeito inicial. Na maioria das vezes, vamos encontrar 
alças de retro-alimentação negativa, pois, se um organismo está trabalhando dentro da 
faixa de normalidade, e algo provoca uma perturbação, haverá um reflexo, no sentido de 
trazer de volta a normalidade. 
 
A natureza do feedback negativo 
A maioria dos sistemas de controle no corpo humano atua por meio do 
mecanismo de feedback negativo. Como exemplo, quando há uma elevada concentração 
de dióxido de carbono no meio extracelular, há uma alça reflexa que promove o 
aumento da ventilação pulmonar, reduzindo-se esta concentração inicial. Desta forma, a 
 2
Sistema Cardiovascular Sistema Nervoso Autônomo 
concentração aumentada de dióxido de carbono é o fator promotor da diminuição desta 
concentração, fato que é negativo em relação à origem do estímulo. 
No sistema nervoso, a alça de retro-alimentação negativa é composta de um 
sistema formado, inicialmente, por um receptor, capaz de identificar ou perceber uma 
perturbação inicial; e normalmente, estes receptores são um tanto quanto específicos. 
Estes receptores se configuram como órgãos, que tem como função, conduzir um 
processo denominado transdução. A transdução é a transformação de estímulos 
físicos em potenciais de ação. Essa é a linguagem com a qual nosso organismo percebe 
a maioria dos sinais, a forma com a qual o sistema nervoso funciona. 
Outro elemento importante em uma alça reflexa é a via aferente; essa é via que 
traz os sinais dos receptores até o chamado centro integrador, terceiro elemento da 
alça reflexa, normalmente localizado dentro do sistema nervoso central. Geralmente, 
esse centro integrador é um conjunto de corpos neuronais, formando núcleos, que 
possuem a informação básica do que é compreendido como normal. Os potenciais de 
ação gerados e que chegam ao centro integrador, apresentam duas características para 
serem consideradas: 
• A freqüência 
• O padrão de chegada 
As modificações nessas variáveis são identificadas pelo centro integrador, 
resultando no envio de sinais para o órgão efetor, através da via eferente, permitindo 
produzir um efeito final caracterizado pela modificação do meio interno. 
 
O sistema nervoso autônomo 
O sistema nervoso autônomo, de maneira geral, se refere aos sistemas nervosos 
simpático e parassimpático. Outra subdivisão, também considerada como integrante do 
sistema nervoso autônomo, é o sistema nervoso entérico. 
O sistema nervoso autônomo pode ser visto como uma parte integrante do 
sistema motor. Porém, no lugar de músculos esqueléticos, os efetores do sistema 
nervoso autônomo são a musculatura lisa, o músculo cardíaco e as glândulas. 
Uma das principais funções do sistema nervoso autônomo é a manutenção 
do ambiente interno, ou seja, a manutenção da homeostase. Quando estímulos 
internos sinalizam a necessidade de uma determinada regulação, o SNC ativa o sistema 
autônomo, que realiza as ações compensatórias. Como exemplo, quando há um súbito 
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Sistema Cardiovascular Sistema Nervoso Autônomo 
aumento da pressão arterial, o conjunto de barorreceptores aciona o sistema nervoso 
autônomo, para que este possa restabelecer a pressão aos níveis de antes da perturbação. 
O sistema nervoso autônomo não responde apenas a estímulos internos; ele está 
apto também a participar de respostas apropriadas e coordenadas a estímulos externos. 
Como exemplo, o sistema nervoso autônomo atua na regulação do tamanho de pupila, 
em resposta a diferentes níveis de exposição à luz. Outro exemplo extremo de interação 
do sistema nervoso autônomo e o meio externo, está caracterizado na resposta de “luta 
ou fuga (fight or fly)”, quando uma ameaça ativa intensamente o sistema nervoso 
simpático. Como conseqüência desta ativação, podem ser percebidas as seguintes 
respostas: 
• Hormônios da supra-renal são liberados; 
• A pressão arterial e a freqüência cardíaca aumentam; 
• Os brônquios se dilatam; 
• A motilidade e as secreções intestinaissão inibidas; 
• O metabolismo da glicose aumenta; 
• As pupilas dilatam-se; 
• Os pêlos ficam eretos, em função dos músculos piloeretores; 
• Os vasos esplâncnicos sofrem constrição; 
• Os vasos da musculatura esquelética dilatam-se. 
Acompanhando as fibras motoras autonômicas, nos nervos periféricos, estão as 
aferentes viscerais, que se originam de receptores sensoriais nas vísceras. Muitos destes 
receptores provocam reflexos, porém eles estão habilitados a provocar experiências 
sensoriais tais como dor, fome, sede, náuseas e uma sensação de distensão visceral. 
 
A organização do sistema nervoso autônomo 
• Introdução 
• A idéia generalizada de antagonismo entre os sistemas 
• A organização do sistema nervoso simpático 
• A organização do sistema nervoso parassimpático 
• As fibras aferentes viscerais 
• Os gânglios autonômicos 
 
 
 4
Sistema Cardiovascular Sistema Nervoso Autônomo 
Introdução 
A unidade funcional primária dos sistemas nervoso simpático e 
parassimpático consiste de uma via motora formada por dois neurônios, um pré-
ganglionar e um neurônio pós-ganglionar. O neurônio pré-ganglionar tem o corpo 
celular localizado no SNC, e o neurônio pós-ganglionar tem o seu corpo celular num 
gânglio autonômico. 
O sistema nervoso entérico tem uma organização própria, pois os neurônios e 
fibras nervosas estão localizados na parede do trato gastrintestinal. 
No sistema nervoso simpático, os neurônios pré-ganglionares estão localizados 
nos segmentos torácicos e lombares altos da medula espinhal, fazendo com que ele seja 
também denominado de divisão toracolombar do sistema nervoso autônomo. Em 
contrapartida, os neurônios pré-ganglionares do sistema parassimpático são 
encontrados no tronco encefálico e na medula espinhal sacral, fazendo com que ele seja 
também denominado de divisão craniossacral do sistema nervoso autônomo. 
Com relação à localização dos neurônios pós-ganglionares, no sistema 
simpático eles estão localizados nos gânglios paravertebrais ou no pré-vertebrais, 
que se encontram a alguma distância dos órgãos-alvo. No caso do sistema 
parassimpático, os neurônios pós-ganglionares são encontrados nos gânglios 
parassimpáticos que estão próximos ou mesmo localizados nas paredes dos órgãos-
alvo. 
 
A idéia generalizada de antagonismo entre os sistemas 
Em geral, pode-se assumir que o controle exercido pelas divisões simpática e 
parassimpática sobre muitos órgãos tenha um caráter antagônico. Porém, esta não é uma 
generalização que possa ser considerada como uma regra, em relação aos controles 
exercidos pelos sistema simpático e parassimpático. Desta forma, é mais correto afirmar 
que estas duas divisões do sistema autônomo trabalhem de forma coordenada, ou seja, 
em algumas situações eles agem de forma sinérgica e em outras atuam reciprocamente , 
no que se refere ao controle da atividade visceral. 
Outro contraponto à idéia generalizada de que o sistema simpático age de forma 
antagônica ao sistema parassimpático, é o fato de nem todos os órgãos receberem 
inervação dos dois sistemas. A evidência desta afirmação pode ser verificada nos 
músculos lisos, glândulas da pele e na maioria dos vasos do corpo. Nestes, a inervação é 
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Sistema Cardiovascular Sistema Nervoso Autônomo 
exclusivamente simpática. Apenas uma pequena fração dos vasos corpóreos recebem 
inervação parassimpática. 
 
A organização do sistema nervoso simpático 
Os neurônios pré-ganglionares do sistema simpático encontram-se localizados, 
preferencialmente, na coluna intermédio-lateral da medula espinhal em seus segmentos 
torácicos e lombares altos. 
Os axônios pré-ganglionares saem da medula espinhal pela raiz ventral entrando 
num gânglio paravertebral através de um ramo comunicante branco. 
Os axônios pós-ganglionares são distribuídos através de nervos periféricos até os 
órgãos efetores, tais como os músculos piloeretores, vasos e glândulas sudoríparas. 
De uma maneira geral, as fibras pré-ganglionares são fibras mielinizadas, 
enquanto as pós-ganglionares são geralmente não-mielinizadas. 
Em geral, os neurônios pré-ganglionares simpáticos distribuem-se para gânglios 
simpáticos ipsilaterais. Desta forma, eles controlam a função autonômica do mesmo 
lado do corpo. A exceção a esta regra é observada no intestino e nas vísceras pélvicas, 
onde a inervação simpática é bilateral. 
 
A organização do sistema nervoso parassimpático 
Os neurônios pré-ganglionares estão localizados em vários núcleos de nervos 
cranianos no tronco encefálico, bem como na região intermediária dos segmentos S3 e 
S4 da medula espinhal sacral; os neurônios pós-ganglionares encontram-se localizados 
próximo ou mesmo nas paredes das vísceras torácicas, abdominais e pélvicas. 
 Os neurônios pós-ganglionares parassimpáticos, que se projetam para as vísceras 
torácicas e de parte do abdômen, estão localizadas no núcleo motor dorsal do nervo 
vago e no núcleo ambíguo. Enquanto o núcleo motor dorsal do vago é amplamente 
secretomotor, o núcleo ambíguo é visceromotor (modifica a atividade do músculo 
cardíaco). 
 
As fibras aferentes viscerais 
São aquelas que trazem os estímulos que, em sua maioria, se originam dos 
receptores sensoriais das vísceras. A atividade destes receptores jamais chega ao nível 
da consciência, pois elas formam alças aferentes de arcos reflexos, fundamentais para a 
manutenção da homeostasia. 
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Sistema Cardiovascular Sistema Nervoso Autônomo 
Os gânglios autonômicos 
O principal tipo de neurônio nos gânglios autonômicos são os neurônios pós-
ganglionares, que recebem conexões sinápticas dos neurônios pré-ganglionares e se 
projetam sobre as células efetoras autonômicas periféricas. 
Os gânglios podem conter também interneurônios para processar a informação 
no interior do próprio gânglio, como se observa no plexo entérico. Acredita-se que esta 
regulação tenha caráter inibitório. 
 
Os sistemas simpático e parassimpático 
O sistema nervoso simpático é considerado, devido à sua origem, um 
sistema tóraco-lombar, enquanto o parassimpático é considerado um sistema 
crânio-caudal. Ao se promover um corte transversal na medula, na altura dos 
segmentos tóraco-lombares, percebe-se um alargamento na parte estreita (em forma de 
H) da substância cinzenta. É justamente nessa coluna intermédio-lateral que se 
localizam os corpos neuronais das fibras simpáticas. Elas vão emergir da medula e vão 
fazer sinapses com gânglios simpáticos muito próximos à coluna, seguindo então para 
inervar vasos sangüíneos, glândulas e órgãos como o coração, o sistema gastrintestinal, 
as vias aéreas, etc. O aglomerado de corpos neuronais dentro do sistema nervoso 
central é chamado de núcleo; fora dele, ele é chamado de gânglio. 
As fibras nervosas do sistema nervoso autônomo fazem sinapse num gânglio 
antes de atingirem o órgão alvo, sendo assim chamadas de fibras pré-ganglionares e 
fibras pós-ganglionares. As fibras pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo 
(simpáticas e parassimpáticas) liberam o neurotransmissor acetilcolina no gânglio 
autonômico e são chamadas de fibras colinérgicas. As fibras pós-ganglionares 
parassimpáticas são também colinérgicas, mas as fibras pós-ganglionares 
simpáticas podem ser tanto colinérgicas como adrenérgicas (liberam noradrenalina ou 
adrenalina). A maioria da fibras pós-ganglionares simpáticas, sem dúvidas, são do 
tipo adrenérgicas. 
Uma importante característica anatômica do sistema simpático é ter as fibras 
pré-ganglionares bastante curtas em comparação com as fibras pós-ganglionares. 
 O sistema nervoso parassimpático, considerado como sistema nervoso autônomo 
cranio-sacral, possui fibras pré-ganglionaresmuito longas que emergem do encéfalo ou 
dos segmentos sacrais. As fibras pré-ganglionares do sistema nervoso parassimpático 
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Sistema Cardiovascular Sistema Nervoso Autônomo 
vão até o órgão-alvo e lá, encontram gânglios bastante próximos da parede do órgão , e 
ali fazem sinapse com a fibra pós-ganglionar. As fibras pós-ganglionares inervam a 
própria estrutura (musculatura lisa) do órgão. Um bom exemplo ocorre no tubo 
gastrintestinal, entre as lâminas de músculo liso, onde é formado um plexo denominado 
mioentérico. Este plexo é composto por uma enorme rede de gânglios e fibras, que são 
encontradas entre as camadas musculares do tubo gastrintestinal. 
 
A medula adrenal e o sistema simpático 
A estimulação simpática das medulas das adrenais faz com que haja a produção 
de adrenalina ou noradrenalina, também reconhecidas, respectivamente como epinefrina 
e norepinefrina, ou catecolaminas. A maioria das fibras (80%) libera a adrenalina. Na 
medula da adrenal, a liberação é feita diretamente na corrente sanguínea, e não em uma 
fenda sináptica, o que garante os efeitos do sistema simpático de forma rápida e 
generalizada no organismo. 
A adrenalina e noradrenalina são liberadas ao mesmo tempo em que os 
diferentes órgãos são estimulados pelo sistema simpático. Sendo assim, há uma 
somação de estímulos sobre os órgãos alvo, ou seja, eles são diretamente estimulados 
pelo sistema simpático e, indiretamente, pelas catecolaminas medulares adrenais. 
Uma diferença entre a estimulação simpática e parassimpática está no tempo de 
duração; a estimulação promovida pela acetilcolina dura cerca de 5 a 10 vezes mais que 
a estimulação adrenérgica do simpático. 
A noradrenalina, assim como a acetilcolina, produzem seus efeitos nas células 
através da ligação a receptores específicos. Os receptores adrenérgicos são: α e β, 
sendo que desses, os mais bem estudados são: a 1 e a 2; já entre os β, são: β1 e β2 . 
Os receptores colinérgicos são classificados em: muscarínicos e nicotínicos. 
Eles recebem esses nomes, pois estas foram as drogas utilizadas para se descobrir a 
existência destes receptores. Já se sabe, atualmente, que existem os receptores M1, M2, 
M3, M4, M5. Entre os nicotínicos existem os receptores N1 , N2. Esses receptores são 
estimulados diferentemente um do outro; portanto, possuem afinidade por ligantes 
diferentes, e estão envolvidos em respostas distintas. 
 
 
 
 8
Sistema Cardiovascular Sistema Nervoso Autônomo 
Os receptores adrenérgicos 
O receptor α2 é conhecido como receptor pré-ganglionar, e também recebe 
o nome de auto-receptor (quando a noradrenalina, por exemplo, se liga ao receptor α2, 
ele inibe a função da noradrenalina, modulando uma resposta como uma alça reflexa – 
retro-alimentação negativa). 
Os receptores α1 existem, em grande quantidade, na musculatura lisa das 
arteríolas. A noradrenalina, ao se ligar aos receptores α1 das arteríolas, produz 
vasoconstrição, fazendo com que exista uma tendência ao aumento de pressão 
arterial. Quando o indivíduo é hipertenso, deve-se dar o antagonista do receptor α1, um 
vasodilatador, como o Prasozin, por exemplo, pois este é um bloqueador de α1. Ele 
inibe, por competitividade, o receptor, pois realiza a ligação, mas não provoca o efeito 
vasoconstritor (noradrenalina). 
Também se pode impedir a liberação do neurotransmissor por uso de um 
agonista; dessa forma, acontece a modulação da liberação dos neurotransmissores no 
sistema nervoso simpático. 
Os receptores β1, normalmente se localizam no coração, e têm influência 
direta no aumento da freqüência cardíaca e no aumento do inotropismo. Essa 
estimulação β1 é cronotrópica positiva, ou seja, aumenta a freqüência cardíaca, e tem 
um efeito inotrópico positivo, ou seja, aumenta a força de contração, aumentando a 
velocidade de liberação e recaptação de cálcio no sistema cardíaco. 
Os receptores β2 se localizam, fundamentalmente, na musculatura lisa das 
vias aéreas. 
Essas características podem demonstrar como os efeitos podem ser 
completamente diferentes. Os receptores β1 aumentam a força de contração do 
miocárdio, ao passo que a estimulação β2 relaxa a musculatura lisa brônquica e 
bronquiolar. 
Se um animal estiver em situação de luta ou fuga, ou durante o exercício, no 
caso de humanos, o sistema nervoso simpático será estimulado, e produzirá um aumento 
da freqüência cardíaca e da força de contração do coração; já nas vias aéreas, ocorrerá a 
broncodilatação. Essas respostas são necessárias devido à realização do exercício físico. 
 Na asma, há um aumento da resistência das vias aéreas, ou seja, uma constrição 
das vias aéreas, fato que dificulta a ventilação. A classe farmacológica utilizada para 
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Sistema Cardiovascular Sistema Nervoso Autônomo 
tratar esta doença é a classe β2, com ação agonista, para que seja promovido o 
relaxamento das vias aéreas, facilitando a respiração. 
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