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Síntese Objetivos Aula 11

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Fundamentos das Ciências Sociais
AULA 11 – A sociologia de Max Weber.
I – Entender a sociologia compreensiva de Max Weber.
Weber afirma que a Ciência Social que ele pretende exercitar é uma “Ciência da Realidade”, voltada para a compreensão da significação cultural atual dos fenômenos e para o entendimento de sua origem histórica. Utiliza para seu trabalho o método compreensivo, isto é, um esforço interpretativo do passado e de sua repercussão nas características peculiares das sociedades contemporâneas. Assim, o conhecimento histórico é formado a partir da busca de evidências, onde o método permite ao cientista dar sentido social e histórico aos fatos separados, fragmentados.
II – Identificar os tipos ideais de ação social.
Nos conceitos de ação social e definição de seus diferentes tipos, Weber não analisa as regras e normas sociais como exteriores aos indivíduos. Para ele as normas e regras sociais são o resultado do conjunto de ações individuais que se ligam a outros indivíduos formando uma teia de sentidos.
Tipo ideal ou tipo puro é um recurso metodológico criado por Max Weber onde se constrói modelos típicos baseados em generalizações que não se encontram, nesse grau de pureza, disponíveis na sociedade. Os tipos ideais ou puros servem de apoio metodológico para se estudar uma variedade de casos e acontecimentos. Desta forma, o tipo ideal apresenta 3 características básicas: a racionalidade, unilateralidade e o caráter utópico. Exemplos de tipos ideais.: o aluno típico, o burocrata típico, etc.
As ações variam em grau de racionalidade: à medida que se afastam dos costumes e afetos elas são mais racionais.
Ação racional com respeito a fins - De acordo com este tipo, o sentido racional da ação se encontra na escolha dos meios mais adequados para a realização de um fim. O único critério de seleção dos meios é a sua capacidade de realizar o objetivo estabelecido. Qualquer meio eficiente é válido tão somente por sua eficiência, independentemente de avaliações morais ou éticas. É o tipo de ação mais frequente na sociedade moderna. É a ação do empresário capitalista, é a ação do político que leu Maquiavel, é a ação do crime organizado, é a ação de Auschwitz.
Ação racional com respeito a valores - A diferença em relação à primeira é que o fim é um VALOR que pode ter conteúdo ético, moral, religioso, político ou estético. O que dá sentido à ação é a sua racionalidade quanto aos valores que a guiaram. A ação é orientada pela fidelidade aos valores que inspiram a conduta. Desde que fiel aos valores, o comportamento é válido por si mesmo. A “ação racional com respeito a valores” pode tender para a irracionalidade tanto mais quanto maior for a adesão aos valores absolutos. É a ação do crente que prefere pregar para as paredes a fazer alguma adaptação de suas ideias de acordo com o gosto do público. É a ação do artista que prefere não vender nenhuma obra a fazer concessões à patuleia. É a ação do político que prefere perder as eleições a renegar a sua ideologia.
Ação afetiva ou emocional - De acordo com a Teoria de Max Weber, uma ação afetiva é movida por emoções imediatas, ou seja, por sentimentos. Não tem qualquer motivação racional, visto que não há um objetivo preestabelecido. Não é racional. É a ação inspirada por emoções imediatas tais como vingança, desespero, admiração, orgulho, medo, inveja ou entusiasmo. Na ação afetiva o agente segue um impulso e não elabora as consequências da sua ação. É a ação de quem larga tudo por amor. É a ação de quem dá um tiro na cara da mulher quando descobre que foi traído. É a ação de quem larga o emprego porque foi xingado pelo chefe. A “ação afetiva” se diferencia da “racional com respeito a valores” porque nesta última o agente elabora racionalmente o sentido de sua ação de modo que sua conduta seja fiel aos valores aos quais adere. Como foi dito, na ação afetiva não existe elaboração racional das consequências.
A ação afetiva se difere da ação racional em relação a valores porque não é guiada por valores e não traça caminhos para alcançá-los.
Ação tradicional - Também não é racional. Ocorre quando o agente cumpre hábitos e costumes arraigados simplesmente porque é o que sempre foi feito. Quando o grau de automatismo é muito alto, o comportamento pode deixar de ter um sentido subjetivo para o agente. Neste caso, deixaria de ser ação. É a ação daquelas pessoas que se casam na igreja e batizam os filhos sem nunca terem sido religiosas, mas apenas porque todo mundo faz assim.
III – Distinguir ação social da relação social.
Por ação social entende-se a conduta humana (ato, omissão, permissão) dotada de sentido, ou seja, de uma justificativa elaborada subjetivamente, isto é, um significado subjetivo dado de forma racional ou irracional por quem o executa, o qual orienta seu próprio comportamento, tendo em vista a ação – passada, presente ou futura – de outro ou outros.
Partindo do conceito de ação social podemos compreender o que seja relação social, definida por Weber como uma conduta plural, reciprocamente orientada, dotada de conteúdos significativos que descansam na probabilidade de que se agirá socialmente de um certo modo, porém o caráter recíproco da relação social não obriga os agentes envolvidos a atuarem da mesma forma, entendemos que na relação social todos os envolvidos compreendem o sentido das ações, todos sabem do que se trata ainda que não haja correspondência. Quanto mais racionais forem as relações sociais, maior será a probabilidade de que se tornem normas de conduta.

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