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PESQUISA JURÍDICA_Metodologia da Pesquisa Científica - 2014.1

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PESQUISA 
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PESQUISA 
JURÍDICA 
Prof. M.Sc. Cleriston S. Silva 
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Muitas vezes, pensamos que as pesquisas 
são realizadas apenas em laboratórios das 
áreas da química, física, medicina e que nós, 
Bacharelandos em Direito, não fazemos 
pesquisas. 
 
Isso é um equívoco! 
Como compreender a noção de pesquisa e 
pesquisa jurídica? 
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Quando comparamos, analisamos as ideias de três 
autores sobre um mesmo assunto, fazemos 
investigação ou pesquisa. 
 
Quando buscamos fundamentação teórica ou 
jurisprudência para fundamentar um problema jurídico, 
também fazemos pesquisa. 
 
Quando comparamos três petições iniciais de temas 
(problemas) próximos de um processo jurídico de uma 
mesma área (civil, criminal ou outra) para buscarmos 
padrões de recorrências e compreendermos melhor a 
estrutura dessa peça, fazemos pesquisa. 
Como compreender a noção de pesquisa e 
pesquisa jurídica? 
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Logo, estudos, investigações são termos sinônimos 
(próximos) de pesquisa. 
 
Mas, como compreender melhor pesquisa na área 
jurídica, quais são as modalidades de investigações 
que podem ser realizadas? 
 
Quais são os parâmetros básicos necessários a esse 
estudo? 
 
Quais as partes necessárias para o 
desenvolvimento desse trabalho? 
Como compreender a noção de pesquisa e 
pesquisa jurídica? 
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 Como compreender a noção de pesquisa e 
pesquisa jurídica? 
Você já se questionou sobre as possíveis maneiras 
de se conhecer o mundo e sua realidade? 
 
Talvez uma resposta possível seja por meio da 
intuição. 
 
Mas, lembre-se de que o ser humano é um animal 
racional e, por isso, intuição e razão 
caminham juntas na construção do sentido 
e nas representações das ideias. 
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Tempo de Matar (EUA, 1996). Nele, em um acesso de ódio, um 
homem negro mata dois racistas brancos que, bêbados, 
estupraram sua filha de 10 anos. Há investigações de 
resultados de sentenças, jurisprudências, doutrinas, 
dados estatísticos e, assim, a defesa do acusado acontece. 
No julgamento, que é muito turbulento, percebemos como a 
construção do conhecimento daquele caso é (re)construída a 
partir das investigações. Vale a pena assisti-lo! 
DICA DE FILME 
“Tempo de Matar” 
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 Como compreender a noção de pesquisa e 
pesquisa jurídica? 
Na intuição, conhecemos a realidade sem intermediários, 
imediatamente. 
 
Essa palavra que tem origem latina significa “ver” e é o ponto de 
partida para a construção do conhecimento, descobertas, buscas de 
fundamentações teóricas e ou práticas de campo sobre uma questão 
que pode ser um problema, uma pergunta e/ou uma hipótese. 
Você sabia que a intuição pode ser sensível, inventiva e intelectual? 
Na sensível, temos conhecimento imediato por meio dos sentidos, 
como, por exemplo, quando ouvirmos o som de uma música, sentimos 
a textura do papel impresso. Ativamos a inventiva quando resolvemos 
um problema de maneira criativa e original, criamos uma nova hipótese 
para uma questão jurídica. Na intelectual, estabelecemos relações 
necessárias entre fatos, ideias, princípios e valores (ARANHA; 
MARTINS, 1996). 
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 Como compreender a noção de pesquisa e 
pesquisa jurídica? 
Para fazermos pesquisa científica, iniciamos a 
investigação com esse conhecimento imediato. 
 
Mas, para fundamentarmos melhor o fenômeno a 
ser estudado, devemos compreender a 
realidade inter-relacionando conceitos, 
legislações, doutrinas, jurisprudências, ou seja, 
ligando prática-teoria e teoria-prática com o 
objetivo de obtermos um estudo consistente e 
válido. 
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Deste modo, entra, também, a razão que deve ser 
permeada de fatos que nos conduzem à 
compreensão do objeto de estudo; 
 
análise de uma questão específica que 
conduz a uma compreensão mais geral e também 
da análise geral que requer a explicação de um 
ou vários tópicos (assuntos); 
 
investigação planejada, passível de mudanças. 
Como compreender a noção de pesquisa e 
pesquisa jurídica? 
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Por isso, pesquisa é uma “atividade investigatória, 
conduzida conforme padrões metodológicos, 
buscando a obtenção de informações que 
permitam a ampliação da cultura geral ou 
específica de uma determinada área” 
 (PASOLD, 2003, p. 77). 
 
Investigamos ou estudamos um determinado fato 
(fenômeno) por meio da busca de novos dados ou 
informações a fim de compreendermos o objeto de 
estudo, respondendo uma pergunta, buscando soluções 
ou alternativas que sinalizam essas soluções, 
confirmando ou refutando hipóteses. 
Como compreender a noção de pesquisa e 
pesquisa jurídica? 
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Essa pesquisa como uma atividade científica objetiva 
avançar em relação à (re)construção do 
conhecimento, acrescentando algo de novo sobre 
determinado tema ou alcançando um objetivo prático. 
 
Para Oliveira (2002, p. 62) “a pesquisa tem por objetivo 
estabelecer uma série de compreensões a fim de 
construir respostas para as indagações e questões 
levantadas nos diversos ramos de conhecimento humano”. 
 
Segundo Henriques e Medeiros (2006, p. 9), “será chamada 
pesquisa científica se sua realização for objeto de 
investigação planejada, desenvolvida e regida 
conforme normas metodológicas consagradas pela 
ciência”. 
Como compreender a noção de pesquisa e 
pesquisa jurídica? 
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A investigação científica é uma atividade pedagógica 
que objetiva, inicialmente, despertar o espírito de 
busca intelectual autônoma. 
 
Para isso, devemos aprender as formas de 
problematizar necessidades, solucionar 
problemas, indicar possíveis respostas, sendo, 
então, exercício, preparação. 
 
Nesse sentido, o que importa não é a resposta 
salvadora para a humanidade, mas a aquisição do 
espírito e metodologias adequadas. 
Como compreender a noção de pesquisa e 
pesquisa jurídica? 
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Como compreender, então, a pesquisa na área 
jurídica? 
 
Nascimento (2005, p. 62) argumenta que 
 
“a pesquisa jurídica utiliza primordialmente 
a interpretação para o conhecimento da 
problemática do direito, já que seu objeto de 
investigaçãoé constituído por fontes 
formais, explicitadas pela linguagem, pela 
simbologia e pelos postulados do dever ser”. 
Como compreender a noção de pesquisa e 
pesquisa jurídica? 
NASCIMENTO, Dinalva Melo. Metodologia do trabalho científico. Teoria e prática. São 
Paulo: Atlas, 2005. 
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Nesse sentido, o investigar no campo das 
ciências jurídicas (que faz parte das ciências 
humanas ou sociais), o estudioso deve estar 
atento para a questão de que o Direito lida 
com o comportamento humano e os fatos 
deles resultantes para tecer argumentos sobre 
a conduta humana, valorando-a e explicando-a. 
Como compreender a noção de pesquisa e 
pesquisa jurídica? 
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Outro aspecto necessário a esse contexto é a 
humildade científica, atitude de 
reconhecimento de que nunca sabemos tudo 
sobre o objeto de estudo, ação (comportamento 
efetivo) em busca da superação de nossas 
ignorâncias por meio de leituras de jornais, 
revistas especializadas, outras pesquisas, diálogos 
com outros profissionais/pesquisadores. 
Como compreender a noção de pesquisa e 
pesquisa jurídica? 
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Assim, a atividade de pesquisa é uma ação 
inesgotável, interminável. 
 
Construímos, dessa maneira, ciência a partir da atividade 
de pesquisa vinculada a Objeto próprio, voltada para 
Objetivo(s) específico(s), operacionalizada por meio de 
Metodologia compatível ao respectivo objeto e ao(s) 
seu(s) Objetivo(s) e comprometida com o 
desenvolvimento e a evolução 
do ser humano, na dimensão física e/ou dimensão social 
e/ou na dimensão intelectual (PASOLD, 2003, p. 75). 
Como compreender a noção de pesquisa e 
pesquisa jurídica? 
PASOLD, Cesar Luiz. Prática de pesquisa jurídica. 8. ed. Florianópolis: OAB/SC; OAB, 2003. 
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Então, por ciência jurídica compreendemos aquela em que se 
confronta com a compreensão de um fenômeno, com a “solução 
de questões jurídicas no contexto social e com base em um 
ordenamento de teorias jurídicas ou questões historicamente 
constituídas, ou seja, a tradicionalmente chamada jurisprudência” 
(OLIVEIRA, 2002, p. 9). 
 
Para Henriques e Medeiros (2006, p. 12), “jurística é a verdadeira 
ciência do direito e juristicista, o cientista que a ela se dedica”. 
 
Mas, que modalidades de pesquisas podemos 
desenvolver na área jurídica?” 
Como compreender a noção de pesquisa e 
pesquisa jurídica? 
HENRIQUES, Antônio; MEDEIROS, João Bosco. Monografia no curso de direito. Como elaborar trabalho de conclusão 
de curso (TCC). 5. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 
OLIVEIRA, Silvio Luiz. Metodologia científica aplicada ao Direito. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. M
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Os estudos investigativos podem ser realizados 
por meio da abordagem descritiva-
interpretativa 
(também chamada de qualitativa), bem como pela 
quantitativa. 
 
Em ambos, o estudioso deve escolher bem os 
instrumentos (maneiras de fazer) que se 
adéquam à metodologia de coleta e de análise 
dos dados. 
Pesquisa qualitativa (descritiva-
interpretativa) e quantitativa 
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No qualitativo, descrevemos o fenômeno a fim 
de interpretá-lo sem quantificações de dados. 
 
Entrevistas, observações em áudio e/ou vídeo, 
registros podem ser utilizados na coleta dos dados 
e, na análise, esses dados são demonstrados, 
explicitados e categorizações surgem 
(nomes dos agrupamentos de dados semelhantes 
encontrados no campo/prática). 
Pesquisa qualitativa (descritiva-
interpretativa) e quantitativa 
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O vocabulário utilizado pelo autor (delegado) do 
RIP revela-nos muito por meio do uso de 
adjetivos, verbos, substantivos e advérbios 
privilegiados na construção textual. Há a valoração 
dos fatos e a avaliação do autor, conforme 
podemos ver nos exemplos seguintes retirados do 
RIP. 
(BIAZOTTO, 2006, p. 69). 
Pesquisa qualitativa (descritiva-
interpretativa) e quantitativa 
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Exemplos 
(1) “(...) na madrugada de 13 p/ 14.03.03, dois elementos sendo 
um branco e um preto, porém, não identificados, entraram na 
residência do Sr. VLS (vítima), conhecido como “NV”, 
ceifaram sua vida com inúmeras facadas e, ainda, com uma mão 
de pilão deram-lhe um golpe brutal na cabeça, quase esfacelando-
a.” 
 
(2) “Em razão da brutalidade dos golpes sofridos pela vítima, a 
imprensa tocantinense (falada, escrita e televisada) deu ênfase 
ao caso, notadamente, por ser “NV” (vítima), como era 
conhecido carinhosamente na cidade XXXX, cobrando das 
Autoridades constituídas solução imediata daquele bárbaro 
assassinato.” 
 
(3) “E prossegue S (indiciada) no seu Rosário de mentiras 
quando interrogada nesta DEPOL juntamente com seu 
advogado[...]” M
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Na abordagem quantitativa..... 
 
quantificamos opiniões, dados na coleta das 
informações que podem ser realizadas por meio de 
questões que têm como foco principal numerar ou 
medir o objeto de estudo. 
 
A partir das classificações já previamente definidas 
na literatura da área, estudamos os dados. 
Demonstramos dados estatísticos, tais como 
porcentagem, números, tabelas, gráficos. 
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O assaltante típico que atemoriza a cidade de São Paulo não é 
negro nem nordestino, como fazem supor dois preconceitos bem 
arraigados na sociedade. 
Uma pesquisa inédita feita no judiciário, obtida com exclusividade 
pela Folha, revela que 57% dos crimes de roubo e furto são 
cometidos por brancos (os negros respondem por apenas 12%). 
Desses delitos, 62% são praticados por paulistas, percentual que 
sobe para 71% se forem somados os crimes realizados nos 
municípios de São Paulo por mineiros (5%) e paranaenses (4%). A 
Bahia responde por 8% dos envolvidos e Pernambuco por 6%. 
“O perfil do réu nos delitos contra o patrimônio” é o primeiro 
levantamento do gênero, feito a partir de consulta direta de 
processos no tribunal de alçada criminal (TACrim). 
O retrato obtido pela pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro e 
de Estudos e Pesquisas Judiciais (Cebepej) ajuda a entender o 
caldeirão em que se transformou o sistema penitenciário paulista. 
 
Exemplo: Pesquisa revela perfil de ladrão em SP 
(porcentagem) 
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Quase a metade dos delitos contra o patrimônio são cometidos 
por jovens, na faixa de 18 a 21 anos. Apenas 25% dos acusados 
por furto e 15% por roubo têm mais de 30 anos. Pouco mais da 
metade dos acusados declaram-se reincidentes. 
“É comum encontrar jovens de 20 anos acumulando penas em 
torno de 40 anos”, diz o juiz Caetano Lagrasta Neto,do TACrim e 
secretário executivo do Cebepej. 
“Uma vez encarcerado por um primeiro delito, dificilmente, o 
jovem volta a uma vida normal, diz o magistrado.” 
“A pesquisa mostra aos juízes que é desnecessário, de certa 
forma, encerrar imediatamente o ladrãozinho que roubou o 
relógio, colocando-o em regime fechado”, diz Lagrasta Neto. 
“‘Isso nos levou ao PCC”, diz o juiz. 
 
Fonte: Folha de São Paulo, 4/3/2001 (citado por OLIVEIRA, 2002, 
p. 59) 
Exemplo: Pesquisa revela perfil de ladrão em SP 
(porcentagem) 
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Fonte: (OLIVEIRA, 2002, p. 56) 
Exemplo: Sequestro (informações numéricas) 
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Fonte: (OLIVEIRA, 2002, p. 57) 
Exemplo: Vidas em risco (gráfico de colunas) 
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Fonte: (OLIVEIRA, 2002, p. 56) 
Exemplo: Cada vez mais comum (gráfico pizza) 
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Fonte: (OLIVEIRA, 2002, p. 56) 
Exemplo: Por que eles estão presos 
(gráfico pizza) 
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PARÂMETROS DE 
PESQUISA 
CIENTÍFICA: 
confiabilidade, 
validade e 
triangulação 
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A confiabilidade interna relaciona-se à 
questão de que se outro pesquisador 
analisar os mesmos dados, ele encontrará 
resultados semelhantes. 
 
Já na confiabilidade externa, resultados 
semelhantes são obtidos, se o estudo for 
reproduzido em contextos próximos. 
CONFIABILIDADE (interna e externa) 
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Quando os dados são frutos do tratamento 
experimental, da variável analisada, o trabalho 
tem validade interna. Isso é realmente 
importante porque os resultados devem ser 
consistentes no sentido de apresentar dados 
verdadeiros a partir da variável (questão) 
analisada. Se os dados (resultados) encontrados 
podem ser generalizados da amostra para uma 
população maior, obtemos o parâmetro validade 
externa. 
VALIDADE (interna e externa) 
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Outra questão, muito discutida na literatura da área, é o 
conceito de triangulação, ou seja, se usamos, pelo menos, 
três instrumentos na coleta dos dados para observarmos, 
de maneiras diferentes, o fenômeno estudado. 
 
Isso pode ser feito por meio de questionário aberto (perguntas 
não definidas), semiaberto (questionamentos predefinidos no 
qual a resposta sugere a próxima pergunta) ou fechado 
(perguntas previamente definidas), gravações em áudio e/ou 
vídeo do fenômeno, notas de campo do pesquisador, pesquisa 
documental, entre outras. 
 
Mas, para fazermos tal trabalho, um plano de investigação 
deve ser cuidadosamente realizado (LAKATOS; MARCONI, 
2007; SALOMON, 2004). 
TRIANGULAÇÃO 
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ACOSTUME-SE A TRABALHAR E 
ESTUDAR SOB PRESSÃO. 
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Leia as citações I e II sobre pesquisa científica. 
 
I. “Pesquisa científica é a realização concreta de uma investigação 
planejada, desenvolvida e regida de acordo com as normas da 
metodologia consagradas pela ciência. É o método de abordagem de 
um problema em estudo que caracteriza o aspecto científico de uma 
pesquisa” (RUIZ, 1996, p. 48). 
 
II. “Define-se pesquisa como atividade científica por meio da qual se 
descobre a realidade. O cientista examina os fatos ou a realidade não 
apenas analisando a face externa deles, mas a face interna.” 
(HENRIQUE; MEDEIROS, 2006, p.13) 
 
Considerando as argumentações das citações I e II, produza 
um parágrafo-padrão contendo tópico frasal, sentença(s) de 
desenvolvimento e sentença(s) conclusiva(s). 
 
Recomenda-se que você reveja este assunto na disciplina de Língua 
Portuguesa. 
EXERCÍCIO MULTIDISCIPLINAR 
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Leia as citações I e II sobre pesquisa científica. 
I. “Pesquisa científica é a realização concreta de uma investigação planejada, desenvolvida e regida 
de acordo com as normas da metodologia consagradas pela ciência. É o método de abordagem 
de um problema em estudo que caracteriza o aspecto científico de uma pesquisa” (RUIZ, 1996, 
p. 48). 
II. “Define-se pesquisa como atividade científica por meio da qual se descobre a realidade. O 
cientista examina os fatos ou a realidade não apenas analisando a face externa deles, mas a face 
interna.” (HENRIQUE; MEDEIROS, 2006, p.13) 
 
 
Lembrem-se que o trabalho científico pode ser qualitativo 
(descritivo-interpretativo) ou quantitativo (quantificação de dados). 
Além disso, há outros parâmetros a serem definidos nessa produção: 
confiabilidade, validade e triangulação. 
Recomenda-se observar o parágrafo-padrão (resposta possível) sobre 
triangulação. Com isso, percebe-se que a primeira sentença apresenta o 
tópico frasal (um traço) ou ideia-núcleo (triangulação) e a última é a 
conclusão (dois traços). O desenvolvimento é misto: tanto responde à 
pergunta do tópico frasal, como exemplifica (gravações, questionário, 
registros). 
EXERCITANDO 
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ARANHA, Maria Lúcia de arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução 
à filosofia. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1996. 
BIAZOTTO, Sibele Letícia Rodrigues de Oliveira. Relatório de inquérito policial: 
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de Linguística, Línguas Clássicas e Vernácula, Universidade de Brasília, Brasília, 2006. 
HENRIQUES, Antônio; MEDEIROS, João Bosco. Monografia no curso de direito. 
Como elaborar trabalho de conclusão de curso (TCC). 5. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia 
Científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 
NASCIMENTO, Dinalva Melo. Metodologia do trabalho científico. Teoria e prática. 
São Paulo: Atlas, 2005. 
OLIVEIRA, Silvio Luiz. Metodologia científica aplicada ao Direito. São Paulo: Pioneira 
Thomson Learning, 2002. 
PASOLD, Cesar Luiz. Prática de pesquisa jurídica. 8. ed. Florianópolis: OAB/SC; OAB, 
2003. 
RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 4. ed. São 
Paulo: Atlas, 1996. 
SALOMON, Delcio Vieira. Como Fazer uma Monografia. 11. ed. São Paulo: Martins 
Fontes, 2004. 
REFERÊNCIAS

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