Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RESISTÊNCIA BACTERIANA AOS ANTIBIÓTICOS Pressão de seleção: O aumento na prevalência e disseminação da Resistência resulta da seleção natural e deve ser visto como um fenômeno esperado, pelo princípio biológico darwiniano "sobrevivência do mais apto". Em toda grande população de bactérias vão estar presentes algumas células que possuem características que lhe permitem sobreviver em presença de substâncias nocivas, neste caso, a capacidade de escapar da ação dos antimicrobianos. Aqueles organismos suscetíveis que não possuem essa vantajosa característica, serão eliminados, deixando no meio somente o restante das populações resistentes. O uso de antimicrobianos em determinado ambiente a longo prazo modificar drasticamente as comunidades de bactérias aumentando em proporção a presença dos organismos mais resistentes. Isto pode resultar numa situação na qual numa próxima vez que um antimicrobiano for necessário, ele poderá não ser eficaz para tratar uma infecção que antes seria facilmente tratável. Mecanismos de resistência antimicrobiana: Bactérias suscetíveis podem adquirir resistência aos antimicrobianos por uma mutação genética ou recebendo os genes de resistência antimicrobiana de outras bactérias. Isso geralmente ocorre através de um dos vários mecanismos bioquímicos: 1-Mutação: A mutação é uma alteração do DNA que às vezes pode causar uma mudança nos produtos (proteínas) dos genes que são os alvos dos antimicrobianos. Quando uma bactéria suscetível entra em contato com a concentração terapêutica de antimicrobianos como por exemplo fluorquinolonas eles podem se ligar a enzimas específicas nesse caso a DNA girase. A DNA girase é uma enzima bacteriana essencial é necessária para a replicação do DNA. O resultado final é que as fluoroquinolonas bloqueiam a replicação do DNA bacteriano, levando à morte celular. No entanto quando mutações espontâneas ocorrem em áreas específicas dos genes que codificam essas enzimas os antibióticos não se ligam a ela de forma eficiente. Isso permite que a bactéria continue a replicação do DNA. 2-Destruição ou Inativação: Muitas bactérias possuem genes que produzem enzimas que degradam quimicamente ou desativam os antimicrobianos tornando-os ineficazes contra a célula bacteriana. Neste caso o antimicrobiano é degradado ou modificado pela atividade enzimática antes que ele possa chegar ao local do alvo e causar danos a célula bacteriana. 3- Efluxo: Certas bactérias muitas vezes tornam-se resistentes aos antimicrobianos através do mecanismo conhecido como bomba de efluxo. Uma bomba de efluxo essencialmente o canal que ativamente exporta compostos antimicrobianos e outros compostos tóxicos para fora da célula. O antimicrobiano penetra na bactéria por um canal chamado porina, em seguida, é bombeado para fora da bactéria pela bomba de efluxo. Devido ao bombeamento ativo dos antimicrobianos, a bombas de efluxo evitam sua acumulação intracelular, que é necessária para que ele exerça sua atividade letal no interior da célula. Transferência genética: O material genético pode ser transferido entre bactérias através de diversos meios na maioria das vezes ocorre por: 1-Conjugação: A conjugação é mediada por um tipo particular de DNA circular denominado plasmídeo, que replica independentemente do cromossomo. Muitos plasmídeos carregam os genes que conferem resistência aos antimicrobianos. Quando duas células estão próximas umas das outras, uma estrutura oca semelhante a uma ponte, conhecido como pilus, se forma entre as duas células. Isso permite que uma cópia do plasmídeo, que foi duplicado, possa ser transferida de uma bactéria para outra. Isso permite que bactérias suscetíveis adquirem resistência a um determinado agente antimicrobiano. 2-Transformação: Durante este processo genes são transferidos de uma bactéria para outra como DNA "desprotegido". Quando as células morrem E se desintegram o DNA pode ser liberado no meio ambiente. Outras bactérias nas proximidades podem retirar esse DNA que se encontra livre em flutuação e incorporado ao seu próprio DNA. Esse DNA pode conter genes vantajosos tais como os genes de resistência antimicrobiana e beneficiar a célula receptora. 3-Transdução: Neste processo, o DNA bacteriano é transferido de uma bactéria para outra, dentro de um tipo de vírus que infecta bactérias. Estes vírus são chamados bacteriófagos ou fagos. Quando um fago infecta uma bactéria, é essencial que ele utilize a maquinaria genética da bactéria para a produção de mais fagos. Durante este processo, o DNA bacteriano pode casualmente ser incorporado ao ADN do fago. Após a morte da bactéria contaminada e sua lise estes novos fagos irão infectar outras bactérias. Estes trazem consigo os genes de resistência da bactéria previamente infectada.
Compartilhar