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R01. Direito Administrativo OK

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Assuntos da rodada 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Observação: Conteúdo programático conforme ordem apresentada no Edital. A 
ordem do conteúdo nas rodadas pode se alterar para melhor compreensão da 
matéria. Bons estudos! 
 
Direito Administrativo: 
1. Administração pública: princípios básicos. 
2. Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder 
regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder. 
3. Serviços Públicos: conceito e princípios; delegação: concessão, permissão e 
autorização. 
4. Ato administrativo: conceito, requisitos e atributos; anulação, revogação e 
convalidação; discricionariedade e vinculação. 
5. Organização administrativa: administração direta e indireta; centralizada e 
descentralizada; autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de 
economia mista. Órgãos públicos: conceito, natureza e classificação. 
6. Servidores públicos: cargo, emprego e função públicos. Regime jurídico dos 
servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas 
federais - Lei nº 8.112/1990. 
 
Rodada #1 
Direito Administrativo 
 
Professor Fabiano Pereira 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
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7. Processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal - Lei nº 
9.784/1999. 
8. Controle da Administração pública: controle administrativo; controle judicial; 
controle legislativo. 
9. Responsabilidade civil do Estado: evolução doutrinária; direito positivo 
brasileiro; causas excludentes e atenuantes; reparação do dano. 
10. Improbidade Administrativa - Lei nº 8.429/1992. 
11. Licitações - Lei nº 8.666/1993 e alterações posteriores: conceito, objeto, 
finalidades e princípios, obrigatoriedade, dispensa, inexigibilidade, vedação, 
modalidades, procedimentos e fases, revogação, invalidação, desistência e 
controle. 
12. Lei do Pregão, Pregão Eletrônico e Sistema de Registro de Preços - Lei nº 
10.520/2002, Decretos nº 5.450/2005 e Decreto nº 7.892/2013. 
13. Contratos administrativos: características; formalização, alteração, 
execução, inexecução, fiscalização e rescisão dos contratos administrativos; 
sanções administrativas. 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
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 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
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a. Teoria 
 
1. Os princípios são os preceitos básicos, os fundamentos, os pilares sobre os 
quais se sustentam o ordenamento jurídico. Correspondem a mandamentos com 
maior grau de abstração, já que não especificam ou detalham as condutas que 
devem ser seguidas pela Administração Pública e pelos administrados. No 
momento de criação da lei, o legislador deve observar os princípios informadores 
do Direito, sob pena de criar lei desconexa com o sentimento de justiça e os 
valores que norteiam a sociedade. Os princípios básicos da Administração 
Pública visam estabelecer um equilíbrio entre os direitos individuais dos cidadãos 
e as prerrogativas e poderes da Administração Pública. 
1.1. Princípios expressos e implícitos – Os princípios da Administração 
Pública que estão elencados no art. 37, caput, da Constituição são chamados de 
“expressos” (Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência) e 
os demais se denominam “implícitos” ou “reconhecidos”. 
1.1.1. Princípios expressos são aqueles taxativamente previstos em uma 
norma jurídica de caráter geral, obrigatória para todos os Entes Políticos 
(União, Estados, Municípios, e o Distrito Federal), bem como para as entidades 
administrativas (autarquias, fundações públicas de direito público, empresas 
públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado). 
1.1.2. Princípios implícitos ou “reconhecidos” são aqueles que não estão 
previstos expressamente em uma norma jurídica de caráter geral. Decorrem do 
reconhecimento oriundo de estudos doutrinários e jurisprudenciais, a exemplo do 
princípio da razoabilidade. São princípios cujos nomes não irão constar 
claramente no texto constitucional ou legal, mas que também determinam, 
norteiam, orientam as condutas e os atos praticados pela Administração Pública. 
1.2. Ponderação de princípios - não há hierarquia entre os princípios 
administrativos, apesar de vários autores afirmarem que o princípio da 
supremacia do interesse público sobre o interesse privado ser uma espécie de 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
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paradigma fundamental do Direito Administrativo. Os princípios devem ser 
interpretados no caso concreto, atribuindo-se lhes maior ou menor peso, 
conforme necessário ao equilíbrio entre as garantias fundamentais e a 
supremacia dos interesses públicos. 
1.3 Funções dos princípios – A Doutrina aponta pelo menos duas funções dos 
princípios em nosso ordenamento jurídico: 
1.3.1 Função fundamentadora - Que pode ser traduzida como a sustentação 
fundamental do ordenamento jurídico. Representarem os pilares, os valores 
supremos da sociedade sob os quais devem se erguer todas as outras normas. 
1.3.2 Função interpretativa – Os princípios orientam o operador do Direito na 
interpretação das normas. Também suplementam a ordem jurídica quando há 
lacunas das normas positivadas. 
2. Princípios constitucionais expressos 
2.1. Princípio da legalidade - o princípio da legalidade pode ser 
interpretado sob dois enfoques distintos: em relação aos particulares e em 
relação à Administração Pública. 
2.1.1. Em relação aos particulares, o princípio da legalidade está consagrado 
no inciso II, artigo 5º, da Constituição Federal de 1988, segundo o qual "ninguém 
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei". 
Isso significa que, em regra, somente uma lei (ato emanado do Poder Legislativo) 
pode impor obrigações aos particulares. Segundo o autor Hely Lopes Meirelles: 
 “enquanto os indivíduos, no campo privado, podem fazer tudo o que a lei não 
veda, o administrador público só pode atuar onde a lei autoriza”. 
2.1.2. Em relação à Administração, o princípio da legalidade assume um 
enfoque diferente. Nesse caso, está previsto expressamente no caput, do artigo 
37, da Constituição Federal de 1988, significando que a Administração Pública 
somente pode agir se existir uma norma legal autorizando. Conforme o autor 
Celso Antônio Bandeira de Mello, o princípio da legalidade: 
 
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 “implica subordinação completa do administrador à lei. Todos os agentes 
públicos, desde o que ocupe a cúspide até o mais modesto deles, devem ser 
instrumentos de fiel e dócil realização das finalidades normativas”. 
2.1.3. Celso Antônio Bandeira de Mello afirma, ainda, que o princípio da 
legalidade (entendido em seu sentido formal – edição de leis em sentido estrito) 
pode sofrer constrições (restrições) em função de circunstâncias excepcionais, 
mencionadas expressamente no texto constitucional, como no caso da edição de 
medidas provisórias, decretação de estado dedefesa e, ainda, a decretação de 
estado de sítio pelo Presidente da República. 
2.2. Princípio da impessoalidade - o princípio da impessoalidade pode ser 
analisado sob vários aspectos complementares, a saber: 1º) dever de tratamento 
isonômico a todos os administrados; 2º) imputação dos atos praticados pelos 
agentes públicos diretamente às pessoas jurídicas em que atuam, vedada 
promoção pessoal; 3º) dever de sempre agir com o intuito de satisfazer o 
interesse público. 
2.2.1. Sob o primeiro aspecto, o princípio da impessoalidade impõe à 
Administração Pública a obrigação de conceder tratamento isonômico a todos os 
administrados que se encontrarem em idêntica situação jurídica. Assim, fica 
vedado o tratamento privilegiado a um ou alguns indivíduos em função de 
amizade, parentesco ou troca de favores. Da mesma forma, o princípio também 
veda aos administradores que pratiquem atos prejudiciais ao particular em razão 
de inimizade ou perseguição política, por exemplo. 
2.2.2. Em relação ao segundo aspecto, o princípio da impessoalidade afirma 
que os atos praticados pela Administração Pública não podem ser utilizados para 
a promoção pessoal de agente público, mandamento expresso na segunda parte, 
do § 1º, artigo 37, da Constituição Federal de 1988, assim redigido: 
“§ 1º. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos 
órgãos públicos deverão ter caráter educativo, informativo ou de orientação 
 
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social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem 
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.” 
2.2.3. Sob um terceiro aspecto, o princípio da impessoalidade pode ser 
estudado como uma aplicação do princípio da finalidade, pois o objetivo maior da 
Administração deve ser sempre a satisfação do interesse público. A finalidade 
deve ser observada tanto em sentido amplo quanto em sentido estrito. Em 
sentido amplo, a finalidade dos atos editados pela Administração Pública sempre 
será a satisfação imediata do interesse público. Em sentido estrito, é necessário 
que se observe também a finalidade específica de todo ato praticado pela 
Administração, sempre prevista em lei. 
2.3. Princípio da moralidade - o princípio da moralidade, também previsto 
expressamente no artigo 37, caput, da Constituição Federal de 1988, determina 
que os atos e atividades da Administração devem obedecer não só à lei, mas 
também à própria moral, pois nem tudo que é legal é honesto. Como 
consequência do princípio da moralidade, os agentes públicos devem agir com 
honestidade, boa-fé e lealdade, respeitando a isonomia e demais preceitos éticos. 
2.3.1. É válido destacar que a moral administrativa é diferente da moral 
comum, pois, conforme o autor francês HAURIOU (pronuncia-se Urriú), a moral 
comum é imposta ao homem para a sua conduta externa, enquanto a moral 
administrativa é imposta ao agente público para sua conduta interna, segundo 
as exigências da instituição a que serve e a finalidade de sua ação, que é a 
satisfação do interesse público. 
2.3.2. Vedação ao nepotismo (Súmula vinculante nº 13 do STF) - com o 
intuito de impedir a prática do nepotismo no âmbito da Administração Pública 
Brasileira, o Supremo Tribunal Federal, em 29/08/2008, publicou a Súmula 
Vinculante nº 13, que assim dispõe: 
“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por 
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor 
da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou 
 
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assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, 
ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição 
Federal.” 
Analisando-se o texto da citada súmula vinculante, constata-se que estão 
impedidos de exercer cargos ou funções de confiança na Administração Pública 
os seguintes parentes de autoridades administrativas com poder de nomeação, 
além do cônjuge e companheiro: 
 
 
Parentes em linha reta 
GRAU DE 
PARENTESCO 
Consanguinidade Afinidade 
1º Pais e filhos Sogro e sogra; genro e nora; 
madrasta e padrasto; enteado e 
enteada. 
2º Avós e netos Avós e netos do cônjuge ou 
companheiro 
3º Bisavós e bisnetos Bisavós e bisnetos do cônjuge ou 
companheiro. 
 
 
Parentes em linha colateral 
 
 
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GRAU DE 
PARENTESCO 
Consanguinidade Afinidade 
1º Não há Não há 
2º Irmãos Cunhado e cunhada 
3º Tios e sobrinhos Tios e sobrinhos do cônjuge ou 
companheiro. 
 
2.3.2.1. Exceção ao nepotismo: cargos políticos - ao proferir o seu voto no 
julgamento do recurso extraordinário nº 579.951-4/RN, o Ministro Carlos Ayres 
Britto, do Supremo Tribunal, afirmou que devem ser excluídos da abrangência da 
súmula vinculante nº 13 os denominados cargos políticos, a exemplo dos 
Ministros, Secretários Estaduais e Secretários municipais. Sendo assim, não há 
qualquer ilegitimidade se o Prefeito nomear a sua irmã como Secretária Municipal 
de Saúde, desde que atenda aos requisitos exigidos pelo cargo. No mesmo 
sentido, é lícita a nomeação do pai do Governador para o cargo político de 
Secretário Estadual de Obras. 
2.4. Princípio da publicidade - impõe que a Administração Pública conceda aos 
seus atos a mais ampla divulgação possível entre os administrados, pois só assim 
estes poderão fiscalizar e controlar a legitimidade das condutas praticadas pelos 
agentes públicos. Ademais, a publicidade de atos, programas, obras e serviços 
dos órgãos públicos deverão ter caráter educativo, informativo ou de orientação 
social. 
2.4.1. Nem toda informação de interesse particular ou de interesse coletivo ou 
geral serão disponibilizadas aos interessados, pois foram ressalvadas aquelas que 
coloquem em risco a segurança da sociedade e do Estado. 
2.4.2. É importante destacar também que a divulgação oficial dos atos 
praticados pela Administração ocorre, em regra, mediante publicação no Diário 
Oficial, isso em relação à União, aos Estados e ao Distrito Federal. Em relação 
 
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aos Municípios, pode ser que algum não possua órgão oficial de publicação de 
seus atos (Diário Oficial). Nesse caso, a divulgação poderá ocorrer mediante 
afixação do ato na sede do órgão ou entidade que os tenha produzido. 
2.4.3. Para as questões de concursos públicos, é importante destacar ainda que 
a publicação do ato administrativo em órgão oficial de imprensa não é condição 
de sua validade ou forma, mas sim condição de eficácia e moralidade. 
2.5. Princípio da eficiência - somente foi introduzido no texto constitucional 
em 1998, com a promulgação da Emenda Constitucional nº. 19. Antes disso, ele 
era considerado um princípio implícito. O professor Diógenes Gasparini informa 
que esse princípio é conhecido entre os italianos como “dever de boa 
administração” e impõe à Administração Pública direta e indireta a obrigação de 
realizar suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento. 
2.5.1. A administração gerencial, consequência do princípio da eficiência, 
relaciona-se com os conceitos de boa administração, flexibilização, controle 
finalístico, contrato de gestão, qualidade e cidadão-cliente, voltando-se para as 
necessidades da sociedade, enfatizando mais os resultados que os próprios meios 
para alcançá-los. 
3. Princípios implícitos 
3.1. Princípio da supremacia do interesse público sobreo interesse 
privado - apesar de não estar previsto de forma expressa no texto 
constitucional, o princípio da supremacia do interesse público perante o interesse 
privado pode ser encontrado no artigo 2º da Lei 9.784/99. Assim, como a citada 
lei é federal, esse princípio somente pode ser considerado expresso na legislação 
infraconstitucional para a Administração Pública Federal. 
3.1.1. Respaldada pelo princípio da supremacia do interesse público, a 
Administração Pública irá atuar com superioridade em relação aos demais 
interesses existentes na sociedade. Isso significa que será estabelecida uma 
relação jurídica “vertical” entre o particular e a Administração, já que esta se 
encontra em situação de superioridade. Apesar de tal supremacia, o interesse 
 
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público não se sobrepõe de forma absoluta ao interesse privado, pois o próprio 
texto constitucional assegura a necessidade de obediência ao direito adquirido, 
ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada (artigo 5º, XXXVI). 
3.1.2. É possível concluir que o princípio da supremacia do interesse público sobre 
o interesse privado consiste, basicamente, no exercício de prerrogativas públicas 
(vantagens) que afastam ou prevalecem sobre os interesses particulares, em 
regra. 
3.2. Princípio da indisponibilidade do interesse público - pode ser estudado 
sob vários aspectos, mas todos eles estabelecendo restrições e limitações à 
disponibilidade do interesse público. São as denominadas sujeições 
administrativas. Como os bens e interesses públicos não pertencem à 
Administração nem aos seus agentes, mas sim à coletividade, criam-se 
instrumentos (sujeições) que tenham por fim resguardá-los, permitindo-se que 
tais bens e interesses sejam apenas gerenciados e conservados pelo Poder 
Público. 
3.2.1. A obrigatoriedade de realização de licitação e concursos públicos são 
exemplos de instrumentos criados com o objetivo de evitar que os agentes 
públicos, cujas condutas são imputadas ao Estado, disponham do interesse 
público. Com tais sujeições o administrador público fica impedido, por exemplo, 
de contratar os “colegas” e “indicados” para exercer funções inerentes a titulares 
de cargos de provimento efetivo, sem a realização de concurso público. A 
obrigatoriedade de realização de concurso público é uma sujeição, uma restrição 
que se impõe à Administração Pública. 
3.3. Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade - grande parte da 
doutrina afirma que os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade são 
sinônimos. Outra parte afirma que tais princípios são autônomos, apesar do fato 
de a proporcionalidade ser um dos elementos da razoabilidade. 
3.3.1. O princípio da razoabilidade está diretamente relacionado ao senso 
comum do homem médio, do aceitável, do justo, do mediano. Em respeito a tal 
 
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princípio, as condutas administrativas devem pautar-se no bom senso, na 
sensatez que guia a atuação do homem mediano, pois, caso contrário, serão 
invalidadas. Violará o princípio da razoabilidade, por exemplo, a edição de um 
decreto, por Prefeito de um determinado município, que proíba as servidoras de 
trabalharem de vestido. 
3.3.2. O princípio da razoabilidade, assim como o da proporcionalidade, é 
considerado implícito, já que não está previsto em uma norma jurídica de caráter 
geral. Entretanto, é válido destacar que ambos os princípios estão previstos no 
artigo 2º da Lei 9.784/99, sendo considerados expressos para a Administração 
Pública Federal. 
3.3.3. A professora Lúcia Valle Figueiredo, na tentativa de distinguir a 
proporcionalidade da razoabilidade, informa que a proporcionalidade pressupõe 
a adequação entre os atos e as necessidades, ou seja, “só se sacrificam interesses 
individuais em função dos interesses coletivos, de interesses primários, na 
medida da estrita necessidade, não se desbordando que seja realmente 
indispensável para a implementação da necessidade pública1”. 
3.3.4. O princípio da proporcionalidade também pode ser entendido como 
princípio da “proibição de excesso”, já que o fim a que se destina é justamente 
limitar as ações administrativas que ultrapassem os limites adequados. Em outras 
palavras, significa dizer que tal princípio impõe à Administração Pública a 
necessidade de adequação entre meios e fins, sendo vedada a imposição de 
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente 
necessárias ao atendimento do interesse público (inciso VI, artigo 2º, da Lei 
9.784/99). 
3.4. Princípio da autotutela - a Administração Pública, no exercício de suas 
atividades, frequentemente pratica atos contrários à lei e lesivos aos particulares 
(o que não é desejável, claro!). Entretanto, na maioria das vezes, a ilegalidade 
 
1 FIGUEIREDO, Lúcia Valle. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 2008. 
 
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somente é detectada pela Administração depois que o ato administrativo já 
iniciou a produção de seus efeitos, mediante provocação do particular. 
3.4.1. Apesar de ser comum o fato de o particular provocar a Administração para 
informá-la sobre a prática de um ato ilegal, exigindo a decretação de sua 
nulidade, tal revisão também pode ser efetuada de ofício, pela própria 
Administração, independentemente de provocação. 
3.4.2. A possibilidade de a Administração controlar a legalidade de seus próprios 
atos não afasta a atuação do Poder Judiciário. Caso a Administração se depare 
com uma situação de ilegalidade e não adote as providências cabíveis, poderá o 
particular ingressar com uma ação judicial para pleitear a anulação da situação 
de ilegalidade, se for de seu interesse. 
3.4.3. Não são somente os atos ilegais que podem ser revistos pela 
Administração, mas também os atos legais, quando forem inoportunos e 
inconvenientes. Neste último caso, o ato está em perfeita conformidade com a 
lei, mas a Administração decide revogá-lo, pois a sua manutenção não atende 
mais ao interesse público. 
3.4.4. Sobre o princípio da autotutela, é imprescindível que você memorize o 
inteiro teor da súmula 473 do Supremo Tribunal Federal, pois é muito cobrada 
em provas: “A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de 
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-
los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos 
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. 
3.5. Princípio da tutela ou controle - também conhecido como “princípio do 
controle”, permite à Administração Pública Direta (União, Estados, Municípios e 
Distrito Federal) controlar a legalidade dos atos praticados pelas entidades 
integrantes da Administração Pública Indireta (autarquias, fundações públicas, 
sociedades de economia mista e empresas públicas). 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
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Distinção entre os princípios da autotutela e da tutela 
 
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA PRINCÍPIO DA TUTELA 
A autotutela, uma decorrência do 
princípio constitucional da legalidade, 
é o controle que a administração 
exerce sobre os seus próprios atos, o 
que lhe confere a prerrogativa de 
anulá-los ou revogá-los, sem 
necessidade de intervenção do Poder 
Judiciário. 
Também conhecido como “princípio 
do controle”, permite à 
Administração Pública Direta 
(União, Estados, Municípios e 
Distrito Federal) controlar a 
legalidade dos atos praticados pelas 
entidades integrantes da 
Administração Pública Indireta 
(autarquias, fundações públicas, 
sociedades de economia mista e 
empresas públicas).Permite o controle (revogação ∕ 
anulação) da Administração Pública 
sobre todos os atos editados, sejam 
eles discricionários ou vinculados. 
Não possui fundamento hierárquico, 
já que não há subordinação entre 
a entidade controladora 
(Administração Direta) e a 
controlada (Administração Indireta). 
 
3.6. Princípio da segurança jurídica - conforme nos informa a professora 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, é muito comum, na esfera administrativa, haver 
mudança de interpretação de determinadas normas legais, com a consequente 
mudança de orientação, em caráter normativo, afetando situações já 
reconhecidas e consolidadas na vigência de orientação anterior. Essa 
possibilidade de mudança de orientação é inevitável, porém, gera uma grande 
insegurança jurídica, pois os interessados nunca sabem quando a sua situação 
será passível de contestação pela própria Administração Pública. 
Daí a regra que proíbe a aplicação retroativa de nova interpretação, prevista no 
artigo 2º, XIII, da Lei 9.784/99: 
Art. 2º, parágrafo único: Nos processos administrativos, serão observados, entre 
outros, os critérios de: 
 
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XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o 
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova 
interpretação. 
Desse modo, a nova interpretação somente poderá ser aplicada a casos futuros, 
não prejudicando situações que já estavam consolidadas com base na 
interpretação anterior. 
3.7. Princípio da continuidade dos serviços públicos – o princípio em estudo 
declara que o serviço público deve ser prestado de maneira contínua, o que 
significa dizer que, em regra, não é passível de interrupção, em virtude de sua 
alta relevância para toda a coletividade. Podemos citar como exemplo de serviços 
públicos que não podem ser interrompidos a segurança pública, os serviços de 
saúde, transporte, abastecimento de água, entre outros. 
3.7.1. Apesar da obrigatoriedade de prestação contínua, é válido ressaltar que os 
serviços públicos podem sofrer paralisações ou suspensões, conforme previsto no 
§ 3º, artigo 6º, da Lei 8.987/1995, em situações excepcionais: 
§ 3º. Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em 
situação de emergência ou após prévio aviso, quando: 
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, 
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. 
3.8. Princípio da motivação - impõe à Administração Pública a obrigação de 
apresentar as razões de fato (o acontecimento, a circunstância real) e as razões 
de direito (o dispositivo legal) que a levaram a praticar determinado ato. 
3.8.1. Para que o administrado ou mesmo os agentes públicos (nos casos em que 
estiverem respondendo a um processo administrativo, por exemplo) possam 
contestar ou defender-se dos atos administrativos praticados pela Administração, 
é necessário que tenham pleno conhecimento de seu conteúdo. Sendo assim, no 
momento de motivar o ato, o administrador não pode limitar-se a indicar o 
dispositivo legal que serviu de base para a sua edição. É essencial ainda que o 
 
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administrador apresente, detalhadamente, todo o caminho que percorreu para 
chegar a tal conclusão, bem como o objetivo que deseja alcançar com a prática 
do ato. Agindo dessa maneira, o administrador estará permitindo que os 
interessados possam exercer um controle efetivo sobre o ato praticado, que deve 
respeitar as diretrizes do Estado Democrático de Direito, o princípio da legalidade, 
da razoabilidade, proporcionalidade, do devido processo legal, entre outros. 
3.8.2. Embora renomados professores como Diógenes Gasparini e Maria Sylvia 
Zanella Di Pietro, por exemplo, entendam que todos os atos administrativos 
devam ser motivados, sejam eles vinculados ou discricionários, é válido destacar 
que existe uma exceção muito cobrada em concursos públicos: a nomeação e 
exoneração de servidores ocupantes de cargos em comissão (cargos de 
confiança). 
3.9. Princípio da especialidade - ao criar ou autorizar a criação de uma 
entidade administrativa, a lei estabelece previamente a sua área de atuação (a 
sua finalidade), isto é, a sua especialidade. Sendo assim, como a capacidade 
específica da entidade administrativa foi determinada por lei, somente esta pode 
alterá-la. Caso os administradores decidam alterar, por conta própria, a 
especialidade da entidade administrativa na qual atuam, poderão ser 
responsabilizados nos termos da lei. 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
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b. Mapas mentais 
PRINCÍPIOS EXPRESSOS 
 
 
 
 
 
Legalidade em 
sentido 
formal
• "agir 
autorizado 
por lei"
Legalidade em 
sentido 
material
• agir em 
conformidade 
com o Direito 
= legitimidade
não se 
confunde com 
a Legalidade 
comum
• "o cidadão 
pode fazer 
tudo que não 
é proibido"
= 
IGUALDADE 
/ ISONOMIA
•Ex: concurso 
público, 
licitação
VEDAÇÃO 
DE 
PROVEITO 
PESSOAL
•proibição de 
uso privado da 
máquina 
pública
= INTERESSE 
PÚBLICO
•vedação de 
desvio de 
finalidade
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
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CONDUTA 
ÉTICA
•probidade, 
honestidade, 
boa-fé
VEDAÇÃO 
DE 
NEPOTISMO
•Súmula 
Vinculante n. 
13 do STF
EXTRAÍDO 
DOS 
COSTUMES
•Não se 
confunde com 
a Legalidade
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
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TRANSPA-
RÊNCIA
•divulgação dos atos 
da Administração
CONTROLE
•permite o 
controle da 
Administração
SIGILO
•garantia da 
privacidade, 
segurança, 
informações 
estratégicas
RESULTA
DOS
• METAS DE 
DESEMPENH0
ADMIN. 
GERENCIAL
• BOA 
ADMINISTRAÇÃO
ECONOMI-
CIDADE
• EQUILÍBRIO 
ENTRE CUSTO E 
BENEFÍCIO
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
20
 
 SUPREMA-
CIA DO 
INTERESSE
PUBLICO
INDISPONI-
BILIDADE
RAZOABILI-
DADE
MOTIVAÇÃO
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
21
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
22
c. Revisão 1 
 
QUESTÃO 01 (FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - TRT - 24ª – 2017) 
Em importante julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, foi 
considerada inconstitucional lei que destinava verbas públicas para o custeio de 
evento cultural tipicamente privado, sem amparo jurídico-administrativo. Assim, 
entendeu a Corte Suprema tratar-se de favorecimento a seguimento social 
determinado, incompatível com o interesse público e com princípios que norteiam 
a atuação administrativa, especificamente, o princípio da 
a) presunção de legitimidade restrita. 
b) motivação. 
c) impessoalidade. 
d) continuidade dos serviços públicos. 
e) publicidade. 
 
QUESTÃO 02 (FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRT - 24ª – 2017) 
Em importante julgamento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, 
reconheceu a Corte Superior a impossibilidade de acumulação de cargos públicos 
de profissionais da área da saúde quando a jornada de trabalho superar sessenta 
horas semanais. Assim, foi considerada a legalidade da limitação da jornada de 
trabalho do profissional de saúde para sessenta horas semanais, na medida em 
que o profissional da área da saúde precisa estar em boas condições físicas e 
mentais para bem exercer as suas atribuições, o que certamente depende de 
adequado descanso no intervalo entre o final de uma jornada de trabalho e o 
início da outra, o que é impossível em condições de sobrecarga de trabalho. Talentendimento está em consonância com um dos princípios básicos que regem a 
atuação administrativa, qual seja, o princípio da 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
23
a) publicidade. 
b) motivação. 
c) eficiência. 
d) moralidade. 
e) impessoalidade. 
 
QUESTÃO 03 (FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRT - 11ª – 2017) 
A atuação da Administração é pautada por determinados princípios, alguns 
positivados em âmbito constitucional ou legal e outros consolidados por 
construções doutrinárias. Exemplo de tais princípios são a tutela ou controle e a 
autotutela, que diferem entre si nos seguintes aspectos: 
a) a autotutela é espontânea e se opera de ofício, enquanto a tutela é exercida 
sempre mediante provocação do interessado ou de terceiros prejudicados. 
b) a autotutela se dá no âmbito administrativo, de ofício pela Administração direta 
ou mediante representação, e a tutela é exercida pelo Poder Judiciário. 
c) ambas são exercidas pela própria Administração, sendo a tutela expressão do 
poder disciplinar e a autotutela do poder hierárquico. 
d) a tutela decorre do poder hierárquico e a autotutela é expressão da supremacia 
do interesse público fundamentando o poder de polícia. 
e) é através da tutela que a Administração direta exerce o controle finalístico 
sobre entidades da Administração indireta, enquanto pela autotutela exerce 
controle sobre seus próprios atos. 
 
QUESTÃO 04 (FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRE – 2017) 
Considere a lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro: A Administração não pode 
atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
24
é sempre o interesse público que tem que nortear o seu comportamento. (Direito 
Administrativo, São Paulo: Atlas, 29ª edição, p. 99). Essa lição expressa o 
conteúdo do princípio da 
a) impessoalidade, expressamente previsto na Constituição Federal, que norteia 
a atuação da Administração pública de forma a evitar favorecimentos e viabilizar 
o atingimento do interesse público, finalidade da função executiva. 
b) legalidade, que determina à Administração sempre atuar de acordo com o que 
estiver expressamente previsto na lei, em sentido estrito, admitindo-se mitigação 
do cumprimento em prol do princípio da eficiência. 
c) eficiência, que orienta a atuação e o controle da Administração pública pelo 
resultado, de forma que os demais princípios e regras podem ser relativizados. 
d) supremacia do interesse público, que se coloca com primazia sobre os demais 
princípios e interesses, uma vez que atinente à finalidade da função executiva. 
e) publicidade, tendo em vista que todos os atos da Administração pública devem 
ser de conhecimento dos administrados, para que possam exercer o devido 
controle. 
 
QUESTÃO 05 (FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - TRE – 2016) 
O Supremo Tribunal Federal, em importante julgamento ocorrido no ano de 2011, 
julgou inconstitucional lei que vedava a realização de processo seletivo para o 
recrutamento de estagiários por órgãos e entidades do Poder Público do Distrito 
Federal. O aludido julgamento consolidou fiel observância, dentre outros, ao 
princípio da 
 a) motivação. 
 b) impessoalidade. 
 c) segurança jurídica. 
 d) publicidade. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
25
 e) presunção de legitimidade 
 
QUESTÃO 06 (FCC – TÉCNICO ADMINISTRATIVO - PGE-MT – 2016) 
A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado pretende ordenar a 
contratação de serviços de manutenção de ar condicionado. No que tange à 
principiologia aplicável a tal contratação, há de se conhecer que ela se sujeita 
a) ao princípio da separação dos poderes, por força do qual o Poder Legislativo 
deve criar as próprias regras de contratação de serviços, independentemente do 
que disponham as normas gerais de licitação e contratação públicas. 
b) aos princípios do processo legislativo, por tratar-se de atividade de 
Administração pública desempenhada pelo Poder Legislativo. 
c) aos princípios do processo judicial, por ser o Poder Judiciário o órgão 
responsável pela revisão de contratações realizadas no âmbito dos demais 
Poderes do Estado. 
d) ao princípio da separação dos poderes, por força do qual o regramento 
aplicável às contratações a cargo do Poder Legislativo deve ser distinto do 
aplicável às contratações a cargo do Poder Executivo. 
e) aos princípios da Administração pública, por tratar-se de atividade da 
Administração pública, ainda que desempenhada pelo Poder Legislativo. 
 
QUESTÃO 07 (FCC – AGENTE DE APOIO LEGISLATIVO - ALMS – 2016) 
O regime jurídico administrativo tipifica o próprio direito administrativo e confere 
à Administração 
a) prerrogativas instrumentais à consecução de fins de interesse geral, não a 
sujeitando, no entanto, a restrições, isso em razão do princípio da supremacia do 
interesse público sobre o privado. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
26
b) prerrogativas não aplicáveis ao particular e instrumentais à cura do interesse 
público, tais como a autotutela e o poder de polícia, dentre outras tantas, que lhe 
permitem assegurar a supremacia do interesse público sobre o privado. 
c) privilégios em face do particular, que podem ser exercidos de forma ampla e 
irrestrita, em razão de sua posição vertical face aos mesmos. 
d) restrições e prerrogativas necessárias à consecução dos seus fins, que são 
igualmente identificáveis nas relações entre os privados em razão do princípio da 
isonomia. 
e) amplo poder em face do particular, que se sujeita aos seus comandos 
independentemente do fim objetivado, uma vez que o agir administrativo é 
presumidamente de acordo com a lei. 
 
QUESTÃO 08 (FCC – TÉCNICO DA RECEITA - SEGEP-MA – 2016) 
Sobre os princípios da Administração pública é exemplo de infração ao princípio 
da: 
I - legalidade, atuação administrativa conforme o Direito. 
II - moralidade, desapropriar imóvel pelo fato de a autoridade pública pretende 
prejudicar um inimigo. 
III - publicidade, se negar a publicar as contas de um Município. 
IV - eficiência, prefeito que contrata a filha para ser assessora lotada em seu 
gabinete. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e II. 
b) II e III. 
c) III e IV. 
d) I e III. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
27
e) II e IV. 
 
QUESTÃO 09 (FCC – AUXILIAR ADMINISTRATIVO - COPERGÁS – 2016) 
Um dos princípios do Direito Administrativo denomina-se especialidade. Referido 
princípio 
a) decorre dos princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público 
e concerne à ideia de descentralização administrativa. 
b) tem aplicabilidade no âmbito dos órgãos públicos, haja vista a relação de 
coordenação e subordinação que existe dentro dos referidos órgãos. 
c) aplica-se somente no âmbito da Administração direta. 
d) decorre do princípio da razoabilidade e está intimamente ligado ao conceito de 
desconcentração administrativa. 
e) relaciona-se ao princípio da continuidade do serviço público e destina-se tão 
somente aos entes da Administração pública direta. 
 
QUESTÃO 10 (FCC – TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRT - 23ª – 2016) 
O Supremo Tribunal Federal, em importante julgamento, considerou legítima a 
publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração pública, dos 
nomes dos seus servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e 
vantagens pecuniárias, não havendo qualquer ofensa à Constituição Federal, bem 
como à privacidade, intimidade e segurança dos servidores. Pelo contrário, trata-
se de observância a um dos princípios básicos que regem a atuação 
administrativa, qual seja, o princípioespecífico da 
a) proporcionalidade. 
b) eficiência. 
c) presunção de legitimidade. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
28
d) discricionariedade. 
e) publicidade. 
 
d. Revisão 2 
 
QUESTÃO 11 (FCC – ANALISTA – ADMINISTRADOR - PGE-MT – 2016) 
A respeito dos princípios básicos da Administração pública no Brasil, é 
INCORRETO afirmar que o princípio 
a) de impessoalidade demanda objetividade no atendimento do interesse público, 
vedada a promoção pessoal de agentes públicos. 
b) de legalidade demanda atuação da Administração pública conforme a lei e o 
Direito. 
c) de moralidade demanda atuação da Administração pública segundo padrões 
éticos de probidade, decoro e boa-fé. 
d) da eficiência demanda celeridade na atuação da Administração pública, se 
necessário em contrariedade à lei, dada a primazia do resultado sobre a 
burocracia. 
e) de publicidade demanda a divulgação oficial dos atos administrativos, 
ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas no ordenamento jurídico. 
 
QUESTÃO 12 (FCC – ANALISTA – ADMINISTRADOR - PGE-MT – 2016) 
Os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao funcionário que o 
pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa em nome do qual age o 
funcionário. Este é um mero agente da Administração Pública, de sorte que não 
é ele o autor institucional do ato. Ele é apenas o órgão que formalmente 
manifesta a vontade estatal. (José Afonso da Silva em COMENTÁRIO Contextual 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
29
à Constituição) Esse COMENTÁRIO refere-se ao princípio da Administração 
pública da 
a) impessoalidade. 
b) legalidade. 
c) moralidade. 
d) eficiência. 
e) publicidade. 
 
QUESTÃO 13 (FCC – ANALISTA – CONTADOR - PGE-MT – 2016) 
Considere a seguinte citação: Um problema subjacente ao denominado 
orçamento baseado em desempenho envolve o desafio da clareza. O termo é um 
dos muitos descritores diferentes (e o mais comum) utilizados para descrever a 
conexão entre informações sobre desempenho, por um lado, e recursos 
governamentais, por outro. Em alguns círculos, entretanto, esse termo passou a 
conotar a substituição da alocação ‘política’ de recursos por algum algoritmo 
mágico que aloca recursos com base nos dados sobre desempenho. (Hilton, RM 
e Joyce, PG. Informações sobre desempenho orçamentário em perspectiva 
histórica e comparativa. In: Administração Pública: coletânea. ENAP, Brasília: 
2010, 382). O uso da palavra "desempenho" no trecho acima remete o leitor ao 
princípio constitucional da Administração pública da: 
a) Presunção de Legitimidade. 
b) Supremacia do Interesse Público. 
c) Impessoalidade. 
d) Legalidade. 
e) Eficiência. 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
30
QUESTÃO 14 (FCC – ANALISTA JUDICIÁRIO - TRT - 20ª – 2016) 
Em importante julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, considerou 
a Suprema Corte, em síntese, que no julgamento de impeachment do Presidente 
da República, todas as votações devem ser abertas, de modo a permitir maior 
transparência, controle dos representantes e legitimação do processo. Trata-se, 
especificamente, de observância ao princípio da 
a) publicidade. 
b) proporcionalidade restrita. 
c) supremacia do interesse privado. 
d) presunção de legitimidade. 
e) motivação. 
 
QUESTÃO 15 (FCC – ENGENHEIRO CIVIL - COPERGÁS – 2016) 
Considere: 
I - Determinado Estado da Federação fiscaliza a atividade de autarquia estadual, 
com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais. 
II - A Administração pública pode, através dos meios legais cabíveis, impedir 
quaisquer atos que ponham em risco a conservação de seus bens. 
III - Os atos da Administração pública revestem-se de presunção relativa, sendo 
o efeito de tal presunção a inversão do ônus da prova. 
No que concerne aos princípios do Direito Administrativo, 
a)todos os itens relacionam-se corretamente a princípios do Direito 
Administrativo, quais sejam, princípios da tutela, autotutela e presunção de 
legitimidade, respectivamente. 
b) nenhum deles está relacionado a princípios do Direito Administrativo. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
31
c)apenas os itens I e II relacionam-se corretamente a princípios do Direito 
Administrativo, quais sejam, princípios da tutela e da autotutela, 
respectivamente, estando o item III incorreto. 
d)apenas o item II relaciona-se corretamente a princípio do Direito 
Administrativo, qual seja, o princípio da tutela, estando os itens I e III incorretos. 
e)apenas os itens I e II relacionam-se corretamente a princípios do Direito 
Administrativo, quais sejam, princípios da especialidade e da tutela, 
respectivamente, estando o item III incorreto. 
 
QUESTÃO 16 (FCC – ANALISTA ADMINISTRADOR - COPERGÁS – 2016) 
 O Governador de determinado Estado praticou ato administrativo sem interesse 
público e sem conveniência para a Administração pública, visando unicamente a 
perseguição de Prefeito Municipal. Trata-se de violação do seguinte princípio de 
Direito Administrativo, dentre outros, 
a) publicidade. 
b) impessoalidade. 
c) proporcionalidade. 
d) especialidade. 
e) continuidade do serviço público. 
 
QUESTÃO 17 (FCC – JUIZ DO TRABALHO SUBST. - TRT - 1ª – 2016) 
São princípios previstos na Constituição Federal e que devem ser obedecidos pela 
Administração Pública Direta e Indireta de qualquer dos poderes da União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios: 
I - Pessoalidade 
II - Legalidade 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
32
III - Formalidade 
IV - Eficiência 
Está correto o que consta em 
a) I e III, apenas. 
b) II e IV, apenas. 
c) I, II, III e IV. 
d) I e IV, apenas. 
e) II e III, apenas. 
 
QUESTÃO 18 (FCC – ANALISTA JUDICIÁRIO - TRT - 23ª – 2016) 
Manoela foi irregularmente investida no cargo público de Analista do Tribunal 
Regional do Trabalho da 23ª Região, tendo, nessa qualidade, praticado inúmeros 
atos administrativos. O Tribunal, ao constatar o ocorrido, reconheceu a validade 
dos atos praticados, sob o fundamento de que os atos pertencem ao órgão e não 
ao agente público. Trata-se de aplicação específica do princípio da 
a) impessoalidade. 
b) eficiência. 
c) motivação. 
d) publicidade. 
e) presunção de veracidade. 
 
QUESTÃO 19 (FCC – ADMINISTRADOR - DPE-RR – 2015) 
Quando um Prefeito comete um ato relacionado à indistinção entre os patrimônios 
público e privado, ele está violando o princípio da 
a) impessoalidade. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
33
b) eficiência. 
c) publicidade. 
d) moralidade. 
e) finalidade. 
 
QUESTÃO 20 (FCC – AUX. FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA II - TCE – 2015) 
Suponha que o prefeito de um pequeno município do interior do Estado tenha 
tomado a decisão de promover o recadastramento de todos os proprietários de 
imóveis residenciais, apontando, como motivação do ato, a necessidade de 
atualizar a base de dados para o lançamento de IPTU. Estabeleceu-se o prazo 
máximo de 10 (dez) dias para o recadastramento, que somente poderia ser feito 
na sede da Prefeitura e fixou-se uma multa diária pelo atraso. Considerando a 
precária estrutura de atendimento ao público, os cidadãos foram obrigados a 
permanecer por longos períodos em filas para o cumprimento do 
recadastramento. Muitos deles, inconformados, passaram a impugnar 
judicialmente a medida, alegando ofensa ao princípio da razoabilidade. 
O questionamento, com o fundamento apresentado, 
a) encontra, em tese, respaldo no ordenamento jurídico, permitindo verificar a 
adequação entre os meios empregados e os fins almejados.b) não encontra respaldo no ordenamento jurídico, que predica a supremacia do 
interesse público sobre o privado. 
c) somente encontraria guarida no ordenamento jurídico se comprovada a 
ocorrência de desvio de finalidade. 
d) depende, para sua aceitação, da comprovação da ilegalidade do ato ou da 
afronta ao princípio da moralidade. 
e) deve ser apreciado em cotejo com o princípio da eficiência, que se sobrepõe 
ao invocado. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
34
 
e. Revisão 3 
 
QUESTÃO 21 (FCC – TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRE-PB – 2015) 
Considere o seguinte trecho extraído da obra de Diogo de Figueiredo Moreira 
Neto: “... a melhor realização possível da gestão dos interesses públicos, posta 
em termos de plena satisfação dos administrados com os menores custos para a 
sociedade, ela se apresenta, simultaneamente, como um atributo técnico da 
administração, como uma exigência ética a ser atendida no sentido weberiano de 
resultados, e, coroando a relação, como uma característica jurídica exigível de 
boa administração dos interesses públicos." (Curso de Direito Administrativo, 16ª 
edição, 2014, Rio de Janeiro: Forense, p. 116). 
É correto concluir que os ensinamentos do autor se referem ao conteúdo do 
princípio da 
a) moralidade, que serve de parâmetro de controle para revogação dos atos 
administrativos. 
b) proporcionalidade, que possui primazia e preferência diante dos demais 
princípios que informam a atuação da Administração. 
c) economicidade, que se aplica após a prática do ato administrativo, como 
ferramenta de controle do menor custo para a Administração pública. 
d) impessoalidade, que impede escolhas baseadas em critérios eminentemente 
técnicos, pois analisa o desempenho da administração, para garantir o 
atingimento dos melhores resultados. 
e) eficiência, que visa orientar a gestão pública ao atendimento das finalidades 
previstas em lei pela melhor forma possível, não bastando a análise meramente 
formal. 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
35
QUESTÃO 22 (FCC – TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRE – 2015) 
O princípio da supremacia do interesse público 
a) é hierarquicamente superior aos demais princípios, impondo-se sempre que 
houver conflito entre o interesse público e o interesse particular. 
b) foi substituído pelo princípio da indisponibilidade dos bens públicos, posto que 
as decisões que visam ao atendimento do interesse público não colidem mais, na 
atualidade, com os interesses privados. 
c) depende de interpretação do conteúdo no caso concreto, não se aplicando 
apriorística ou isoladamente, sem considerar os demais princípios e as demais 
normas que se apliquem aos diversos interesses contrapostos, públicos e 
privados. 
d) é aplicado quando inexiste disposição legal para orientar determinada atuação, 
posto que, em havendo, é típico caso de incidência do princípio da legalidade. 
e) depende essencialmente do princípio da legalidade, uma vez que, para sua 
integral aplicação e validade, é necessário que exista norma legal expressa nesse 
sentido. 
 
QUESTÃO 23 (FCC – TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRT - 9ª – 2015) 
Os princípios balizadores das atividades da Administração pública ganharam 
importância e destaque nas diversas esferas de atuação, tal como o princípio da 
eficiência, que 
a) permite que um ente federado execute competência constitucional de outro 
ente federado quando este se omitir e essa omissão estiver causando prejuízos 
aos destinatários da atuação. 
b) autoriza que a Administração pública interprete o ordenamento jurídico de 
modo a não cumprir disposição legal expressa, sempre que ficar demonstrado 
que essa não é a melhor solução para o caso concreto. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
36
c) deve estar presente na atuação da Administração pública para atingimento dos 
melhores resultados, cuidando para que seja com os menores custos, mas sem 
descuidar do princípio da legalidade, que não pode ser descumprido. 
d) substituiu o princípio da supremacia do interesse público que antes balizava 
toda a atuação da Administração pública, passando a determinar que seja 
adotada a opção que signifique o atingimento do melhor resultado para o 
interesse público. 
e) não possui aplicação prática, mas apenas interpretativa, tendo em vista que a 
Administração pública está primeiramente adstrita ao princípio da supremacia do 
interesse público e depois ao princípio da legalidade. 
 
QUESTÃO 24 (FCC – TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRE – 2015) 
Considere a seguinte situação hipotética: Dimas, ex-prefeito de um Município do 
Amapá, foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Estado, tendo em vista que 
adotou na comunicação institucional da Prefeitura logotipo idêntico ao de sua 
campanha eleitoral. O Tribunal considerou tal fato ofensivo a um dos princípios 
básicos que regem a atuação administrativa. Trata-se especificamente do 
princípio da 
a) moralidade. 
b) publicidade. 
c) eficiência. 
d) impessoalidade. 
e) motivação. 
 
QUESTÃO 25 (FCC – TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRE – 2015) 
O Supremo Tribunal Federal, em importante julgamento, negou pedido formulado 
por servidor público em ação por ele ajuizada perante a Corte Suprema. O 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
37
mencionado servidor sustentou, na demanda, a inexistência de nepotismo. No 
entanto, exercia função comissionada em Tribunal ao qual seu irmão era 
vinculado como juiz. Assim, a Corte Suprema negou o pedido, reconheceu a 
configuração do nepotismo e, por consequência, a violação a um dos princípios 
básicos da Administração pública. Trata-se especificamente do princípio da 
a) motivação. 
b) impessoalidade. 
c) publicidade. 
d) proporcionalidade. 
e) supremacia do interesse privado. 
 
QUESTÃO 26 (FCC – ADMINISTRADOR - DPE – 2015) Quando um Prefeito 
comete um ato relacionado à indistinção entre os patrimônios público e privado, 
ele está violando o princípio da 
a) impessoalidade. 
b) eficiência. 
c) publicidade. 
d) moralidade. 
e) finalidade. 
QUESTÃO 27 (FCC – ANALISTA JUDICIÁRIO - TRT - 9ª – 2015) A 
Administração pública está sujeita a princípios que conformam sua atuação. Para 
esse fim, é dizer, da sujeição aos princípios elencados pela Constituição Federal, 
o termo Administração abrange a Administração 
a) direta, não estando sujeita aos mesmos princípios a Administração pública 
indireta e o Poder Judiciário, em razão do princípio da separação dos poderes. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
38
b) pública direta e indireta, não abarcando o Poder Judiciário e Legislativo, 
mesmo no exercício atípico da função administrativa, em razão do princípio da 
estrita legalidade. 
c) pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios. 
d) pública direta e indireta dos Poderes Executivo e Judiciário, excluído o Poder 
Legislativo, em razão da submissão ao Tribunal de Contas. 
e) pública direta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, excluindo a administração pública indireta, por estar 
sujeita a regime de direito privado. 
 
QUESTÃO 28 (FCC – ANALISTA JUDICIÁRIO - TRT - 9ª – 2015) 
O artigo 37 do § 1º da CF expressamente proíbe que conste nome, símbolo ou 
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores 
públicos em publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos 
órgãos públicos. A referida proibição decorre da aplicação do princípio da 
a) impessoalidade, que está expressamente previsto no art. 37 da CF e deve ser 
observado, como no exemplo, em relaçãoà própria Administração e também em 
relação aos administrados. 
b) especialidade, que a despeito de não estar expressamente previsto no art. 37 
da CF, deve ser observado, como no exemplo, tanto em relação à própria 
Administração como em relação aos administrados. 
c) impessoalidade, que está expressamente previsto no art. 37 da CF e deve ser 
observado, como no exemplo, em relação à própria Administração, mas não em 
relação aos administrados, que estão sujeitos ao princípio da supremacia do 
interesse público sobre o privado. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
39
d) especialidade, que decorre do princípio da legalidade e da indisponibilidade do 
interesse público sobre o privado e, por essa razão, aplica-se à atividade 
publicitária da Administração, tida por especial em relação às demais atividades 
públicas. 
e) publicidade, que está expressamente previsto no artigo 37 da CF e configura-
se no princípio legitimador da função administrativa, informada pelo princípio 
democrático. 
 
QUESTÃO 29 (FCC – ADMINISTRADOR - DPE-SP – 2015) 
Considere a seguinte situação hipotética. Em uma manifestação popular pacífica, 
centenas de policiais militares dispararam bombas de gás e balas de borracha 
por horas ininterruptas contra os manifestantes que reivindicavam direitos 
trabalhistas ao governo. Por considerar exagerada a reação dos policiais, que 
deixou centenas de feridos, o Ministério Público sustenta que os agentes públicos 
responsáveis pela operação violaram princípios da Administração pública, em 
especial o princípio da 
a) especialidade, uma vez que o excesso de violência dos policiais anula os 
objetivos de sua função, de garantir a ordem. 
b) segurança jurídica, porque a ação dos policiais colocou em risco a vida dos 
manifestantes, afetando a ordem social. 
c) proporcionabilidade, pois os policiais utilizaram medidas de intensidade 
superior à estritamente necessária à situação. 
d) impessoalidade, já que os policiais promoveram tratamento diferenciado, 
atingindo somente parte dos manifestantes. 
e) eficiência, em razão dos resultados da repressão policial acarretarem ônus 
financeiros para a Administração pública. 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
40
QUESTÃO 30 (FCC – JUIZ DO TRABALHO SUBSTIT. - TRT - 15ª – 2015) 
 Sobre os princípios informativos da atuação administrativa e a aplicação deles 
como ferramentas para controle interno e externo, considere: 
I - os princípios possuem força normativa e informativa aferível sempre em 
conjunto com as demais normas do ordenamento, não se lhes emprestando poder 
autônomo para servir de parâmetro de controle dos atos praticados pela 
Administração. 
II - os princípios que regem a atuação da Administração pública podem ser 
informativos ou interpretativos, mas em algumas hipóteses também se pode 
retirar força autônoma para, quando violados, servirem como fundamento direto 
para exercício de medidas de controle externo. 
III - os princípios implícitos não gozam da mesma força normativa dos princípios 
expressos, tendo em vista que estes podem ser invocados como fundamentos 
para controle dos atos da Administração, uma vez que possuem conteúdo 
definido e descrito na legislação vigente. 
Está correto o que consta em 
a) I, II, e III. 
b) I e II, apenas. 
c) II e III, apenas. 
d) I e III, apenas. 
e) II, apenas. 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
41
f. Normas 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios 
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, 
ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
Art. 37, § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas 
dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação 
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem 
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. (princípio da 
impessoalidade) 
 
LEI FEDERAL N. 9.784/99 
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da 
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, 
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, 
os critérios de: 
I - atuação conforme a lei e o Direito; LEGALIDADE 
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de 
poderes ou competências, salvo autorização em lei; INDISPONIBILIDADE 
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção 
pessoal de agentes ou autoridades; IMPESSOALIDADE 
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; 
MORALIDADE 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
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V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo 
previstas na Constituição; PUBLICIDADE 
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições 
e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento 
do interesse público; RAZOABILIDADE / PROPORCIONALIDADE 
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; 
MOTIVAÇÃO 
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos 
administrados; DEVIDO PROCESSO LEGAL 
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de 
certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; FORMALISMO 
MODERADO OU INFORMALISMO 
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à 
produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam 
resultar sanções e nas situações de litígio; AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO 
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em 
lei; GRATUIDADE 
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação 
dos interessados; OFICIALIDADE 
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o 
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova 
interpretação. SEGURANÇA JURÍDICA 
................................. 
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos 
e dos fundamentos jurídicos, quando: PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO 
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
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III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; 
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; 
V - decidam recursos administrativos; 
VI - decorram de reexame de ofício; 
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de 
pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato 
administrativo. 
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em 
declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, 
informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do 
ato. 
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio 
mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique 
direito ou garantia dos interessados. 
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões 
orais constará da respectiva ataou de termo escrito. 
.................................... 
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de 
vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. 
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que 
decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados 
da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. CONVALIDAÇÃO 
TEMPORAL – DECORRE DA SEGURANÇA JURÍDICA 
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-
á da percepção do primeiro pagamento. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
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§ 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade 
administrativa que importe impugnação à validade do ato. 
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse 
público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis 
poderão ser convalidados pela própria Administração. CONVALIDAÇÃO, PELA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DE ATOS ADMINISTRATIVOS ANULÁVEIS. 
 
SÚMULA 473 – STF - PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA 
“A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que 
os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por 
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e 
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.” 
 
SÚMULA VINCULANTE N. 13 – STF PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DE NEPOTISMO 
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por 
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor 
da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou 
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, 
ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em 
qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição 
Federal. 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
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g. GABARITO 
 
1 2 3 4 5 
C C E A B 
6 7 8 9 10 
E B B A E 
11 12 13 14 15 
D A E A A 
16 17 18 19 20 
B B A D A 
21 22 23 24 25 
E C C D B 
26 27 28 29 30 
D C A C E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
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h. Questões comentadas 
 
QUESTÃO 01 (FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - TRT - 24ª – 2017) 
Em importante julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, foi 
considerada inconstitucional lei que destinava verbas públicas para o custeio de 
evento cultural tipicamente privado, sem amparo jurídico-administrativo. Assim, 
entendeu a Corte Suprema tratar-se de favorecimento a seguimento social 
determinado, incompatível com o interesse público e com princípios que norteiam 
a atuação administrativa, especificamente, o princípio da 
a) presunção de legitimidade restrita. 
b) motivação. 
c) impessoalidade. 
d) continuidade dos serviços públicos. 
e) publicidade. 
 
COMENTÁRIO: 
a) presunção de legitimidade diz respeito ao atributo do ato administrativo pelo 
qual estes nascem prontos para surtir efeitos, é uma característica que autoriza 
a imediata execução do ato administrativo. ERRADA. 
b) motivação é o princípio que determina a explicitação dos motivos do ato 
administrativo, isto é, dos fundamentos de fato e de direto que autorizam a 
prática do ato administrativo. ERRADA. 
c) A questão cuida do princípio da impessoalidade. Segundo o professor Celso 
Antônio Bandeira de Mello, o princípio da impessoalidade “traduz a ideia de que 
a Administração tem que tratar a todos os administrados sem discriminações, 
benéficas (favorecimentos) ou detrimentosas. Nem favoritismos nem 
perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
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ideológicas não podem interferir na atuação administrativa”. Afirma ainda o 
professor que “o princípio em causa é, senão, o próprio princípio da igualdade ou 
isonomia.” Impessoalidade é sinônimo de interesse público. CORRETA 
d) continuidade dos serviços públicos é um princípio previsto na Lei Federal n. 
8.987/95 que compõe o conceito de serviço adequado e determina que os 
serviços não sejam interrompidos, salvo exceções previstas na própria lei. 
ERRADA 
e) publicidade é um princípio constitucional expresso e refere-se ao dever de 
transparência que é um dos limites impostos à Administração Pública. ERRADA 
GABARITO: C 
 
QUESTÃO 02 (FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRT - 24ª – 2017) 
Em importante julgamento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, 
reconheceu a Corte Superior a impossibilidade de acumulação de cargos públicos 
de profissionais da área da saúde quando a jornada de trabalho superar sessenta 
horas semanais. Assim, foi considerada a legalidade da limitação da jornada de 
trabalho do profissional de saúde para sessenta horas semanais, na medida em 
que o profissional da área da saúde precisa estar em boas condições físicas e 
mentais para bem exercer as suas atribuições, o que certamente depende de 
adequado descanso no intervalo entre o final de uma jornada de trabalho e o 
início da outra, o que é impossível em condições de sobrecarga de trabalho. Tal 
entendimento está em consonância com um dos princípios básicos que regem a 
atuação administrativa, qual seja, o princípio da 
a) publicidade. 
b) motivação. 
c) eficiência. 
d) moralidade. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
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e) impessoalidade. 
 
COMENTÁRIO: 
a) publicidade é um princípio constitucional expresso e refere-se ao dever de 
transparência que é um dos limites impostos à Administração Pública. ERRADA 
b) motivação é o princípio que determina a explicitação dos motivos do ato 
administrativo, isto é, dos fundamentos de fato e de direto que autorizam a 
prática do ato administrativo. ERRADA. 
c) O fundamento da questão acima está na ideia de boa prestação dos serviços 
públicos, já que o servidor público precisa estar em boas condições de saúde para 
realizar com eficiência as suas atividades. A eficiência, na lição de Hely Lopes 
Meirelles, é um dever que se impõe a todo agente público de realizar suas 
atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno 
princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada 
apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e 
satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros. 
CORRETA. 
d) moralidade é o princípio que determina o comportamento ético, probo, honesto 
do agente público. ERRADA. 
e) impessoalidade corresponde à finalidade da Administração Publica que é o 
próprio alcance do interesse público. Significa, ainda igualdade e isonomia. 
ERRADA 
GABARITO: C 
 
QUESTÃO 03 (FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRT - 11ª – 2017) 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
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A atuação da Administração é pautada por determinados princípios, alguns 
positivados em âmbito constitucional ou legal e outros consolidados por 
construções doutrinárias. Exemplo de tais princípios são a tutela ou controle e a 
autotutela, que diferem entre si nos seguintes aspectos: 
a) a autotutela é espontânea e se opera de ofício, enquanto a tutela é exercida 
sempre mediante provocação do interessado ou de terceiros prejudicados. 
b) a autotutela se dá no âmbito administrativo, de ofício pela Administração direta 
ou mediante representação, e a tutela é exercida peloPoder Judiciário. 
c) ambas são exercidas pela própria Administração, sendo a tutela expressão do 
poder disciplinar e a autotutela do poder hierárquico. 
d) a tutela decorre do poder hierárquico e a autotutela é expressão da supremacia 
do interesse público fundamentando o poder de polícia. 
e) é através da tutela que a Administração direta exerce o controle finalístico 
sobre entidades da Administração indireta, enquanto pela autotutela exerce 
controle sobre seus próprios atos. 
 
COMENTÁRIO: 
Para entender as assertivas, é bom lembrar que o princípio da tutela, também 
conhecido como “princípio do controle”, permite à Administração Pública Direta 
(União, Estados, Municípios e Distrito Federal) controlar a legalidade dos atos 
praticados pelas entidades integrantes da Administração Pública Indireta 
(autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas 
públicas). Por seu turno, o poder de autotutela é previsto na Súmula n. 473 do 
Supremo Tribunal Federal “A Administração pode anular seus próprios atos, 
quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam 
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados 
os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
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a) tanto a autotutela quanto a tutela podem iniciar-se de ofício ou a requerimento 
de um particular. A Administração pode, por exemplo, iniciar um processo para 
a revisão de atos administrativos ou pode, após um pedido de reconsideração ou 
um recurso, apreciar o pedido de um interessado. Da mesma forma, o poder de 
tutela pode ser iniciado com a apreciação de um recurso hierárquico impróprio 
ou mediante o simples dever de controle finalístico exercido sobre as entidades 
da administração indireta. ERRADA 
b) tanto a autotutela quanto a tutela são formas de controle interno, isto é, 
operam dentro do mesmo poder. O controle externo exercido pelo Poder 
Judiciário não se confunde com o poder de supervisão ministerial. ERRADA 
c) embora a autotutela possa estar associada com o poder hierárquico, já que 
pressupõe um controle dos atos dentro da estrutura de coordenação e 
subordinação dos órgãos, a tutela está ligada a o princípio da especialidade e não 
ao pode disciplinar. Este último designa o poder de aplicar sanções diretamente 
aos administrados que estejam sob a disciplina interna da Administração, tal qual 
os servidores públicos, por exemplo. ERRADA 
d) a tutela decorre do princípio da especialidade que é o oposto de hierarquia. A 
autotutela liga-se ao controle interno, logo, não pode ser relacionada ao poder 
de polícia, já que este corresponde ao poder de aplicar sanções ao administrado 
não sujeito à disciplina interna da administração. ERRADA 
e) como visto, esta assertiva traduz exatamente o comando que expressamos no 
início dos comentários a esta questão. CORRETA. 
GABARITO: E 
 
QUESTÃO 04 (FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRE – 2017) 
Considere a lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro: A Administração não pode 
atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que 
é sempre o interesse público que tem que nortear o seu comportamento. (Direito 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
51
Administrativo, São Paulo: Atlas, 29ª edição, p. 99). Essa lição expressa o 
conteúdo do princípio da 
a) impessoalidade, expressamente previsto na Constituição Federal, que norteia 
a atuação da Administração pública de forma a evitar favorecimentos e viabilizar 
o atingimento do interesse público, finalidade da função executiva. 
b) legalidade, que determina à Administração sempre atuar de acordo com o que 
estiver expressamente previsto na lei, em sentido estrito, admitindo-se mitigação 
do cumprimento em prol do princípio da eficiência. 
c) eficiência, que orienta a atuação e o controle da Administração pública pelo 
resultado, de forma que os demais princípios e regras podem ser relativizados. 
d) supremacia do interesse público, que se coloca com primazia sobre os demais 
princípios e interesses, uma vez que atinente à finalidade da função executiva. 
e) publicidade, tendo em vista que todos os atos da Administração pública devem 
ser de conhecimento dos administrados, para que possam exercer o devido 
controle. 
 
COMENTÁRIO: 
a) A alternativa resposta refere-se à impessoalidade que, como vimos, 
acompanhando a lição de Bandeira de Mello, o princípio da impessoalidade 
“traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados 
sem discriminações, benéficas ou detrimentosas. Nem favoritismos nem 
perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou 
ideológicas não podem interferir na atuação administrativa”. Afirma ainda o 
professor que “o princípio em causa é, senão, o próprio princípio da igualdade ou 
isonomia.” CORRETA 
b) A assertiva “b” é falsa porque, em nenhum momento, a legislação poderá ser 
descumprida sob a alegação de prevalência do princípio da eficiência ou qualquer 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
52
outro princípio. Caso isso ocorra, restará caracterizada grave e inadmissível 
violação ao princípio da legalidade. ERRADA 
c) é importante notar que não há hierarquia entre os princípios administrativos. 
Diante de uma aparente colisão entre princípios, o intérprete (administrador ou 
o juiz) deverá considerar o peso relativo de cada um deles e verificar, no caso 
concreto em análise, qual deverá prevalecer. ERRADA 
d) A solução da colisão entre princípios dar-se-á por meio da ponderação entre 
os diversos valores jurídicos envolvidos, pois os princípios possuem um alcance 
(peso) diferente em cada caso concreto e aquele que possuir maior abrangência 
deverá prevalecer. ERRADA 
e) lembre-se que o sigilo tem previsão constitucional. O princípio da publicidade 
encontra amparo no caput do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, bem 
como no art. 5º, inc. XXXIII, ao dispor que: “XXXIII - Todos têm direito a receber 
dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de 
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança 
da sociedade e do Estado”. ERRADA 
GABARITO: A 
 
QUESTÃO 05 (FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - TRE – 2016) 
O Supremo Tribunal Federal, em importante julgamento ocorrido no ano de 2011, 
julgou inconstitucional lei que vedava a realização de processo seletivo para o 
recrutamento de estagiários por órgãos e entidades do Poder Público do Distrito 
Federal. O aludido julgamento consolidou fiel observância, dentre outros, ao 
princípio da 
 a) motivação. 
 b) impessoalidade. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
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 c) segurança jurídica. 
 d) publicidade. 
 e) presunção de legitimidade 
 
COMENTÁRIO: 
a) motivação é o princípio que determina a explicitação dos motivos do ato 
administrativo, isto é, dos fundamentos de fato e de direto que autorizam a 
prática do ato administrativo. ERRADA. 
b) Novamente, a ideia é a de garantir igualdade. A alternativa resposta refere-se 
à impessoalidade que, como vimos, acompanhando a lição de Bandeira de Mello, 
o princípio da impessoalidade “traduz a ideia de que a Administração tem que 
tratar a todos os administrados sem discriminações, benéficas ou detrimentosas. 
Nem favoritismos nem perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades 
pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na atuação 
administrativa”. Afirma ainda o professor que “o princípio em causa é, senão, o 
próprio princípio

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