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Assuntos da Rodada DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO: Formas de solução de conflitos trabalhistas. Fontes do Direito Processual do Trabalho. Justiça do Trabalho: organização e competência (EC 45/2004). Varas do Trabalho, tribunais regionais do trabalho e Tribunal Superior do Trabalho: jurisdição e competência. Composição do Tribunal Superior do Trabalho. Do juiz do Trabalho: poderes do Juiz do Trabalho; impedimento e suspeição. Serviços auxiliares da justiça do trabalho: secretarias das Varas do Trabalho; distribuidores; oficiais de justiça e oficiais de justiça avaliadores. Ministério Público do Trabalho: organização. Processo judiciário do trabalho: princípios específicos do processo do trabalho; princípios gerais do processo aplicáveis ao processo do trabalho (aplicação subsidiária e supletiva do CPC ao processo do trabalho). Atos, termos e prazos processuais. Distribuição. Custas e emolumentos. Partes e procuradores; jus postulandi; substituição e representação processuais; capacidade postulatória no processo do trabalho; assistência judiciária; honorários de advogado. Nulidades no processo do trabalho: princípio informador; momento de arguição, preclusão. Exceções. Audiências: de conciliação, de instrução e de julgamento; notificação das partes; arquivamento do processo; revelia e confissão. Da prova testemunhal: quantidade de testemunhas e causas de impedimento e suspeição. Prova documental: falsidade documental. Prova pericial. Honorários periciais: responsabilidade pelo pagamento. Dissídios individuais: forma de reclamação e notificação; reclamação escrita e verbal; requisitos da petição inicial no processo do trabalho; legitimidade para ajuizar. Procedimento ordinário e sumaríssimo. Procedimentos especiais: inquérito para apuração de falta grave, homologação de Acordo Extrajudicial, consignação em pagamento, ação monitória, ação rescisória e mandado de segurança. Sentença e coisa julgada; liquidação da sentença: por cálculo, por artigos e por arbitramento. Dissídios coletivos: competência para julgamento, legitimidade para propositura, extensão, cumprimento e revisão da sentença normativa; efeito suspensivo. Da ação civil pública: legitimidade e cabimento no processo do trabalho. Execução: iniciativa da execução; do incidente de desconsideração da Rodada #1 Direito Processual do Trabalho Professor Milton Saldanha DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 2 personalidade jurídica; execução provisória; execução por prestações sucessivas; execução contra a fazenda pública; execução contra a massa falida. Citação; depósito da condenação e da nomeação de bens; mandado e penhora; bens penhoráveis e impenhoráveis. Embargos à execução; impugnação à sentença; embargos de terceiro. Praça e leilão; arrematação; remição; custas na execução. Recursos no processo do trabalho: princípios gerais, prazos, pressupostos, requisitos e efeitos; recursos em espécie: recurso ordinário, agravo de petição, agravo de instrumento, recurso de revista, embargos no TST, embargos de declaração, embargos infringentes e agravo regimental. Reclamação Correcional. Do incidente de uniformização de jurisprudência. Do Incidente de Recursos de Revista e Embargos Repetitivos (IN 38/TST). Do Processo Judicial Eletrônico: peculiaridades, características e prazos; normas aplicáveis ao processo judicial eletrônico. Súmulas da Jurisprudência uniformizada do Tribunal Superior do Trabalho sobre Direito Processual do Trabalho. Súmulas Vinculantes do Supremo Tribunal Federal relativas ao Direito do Trabalho. Instruções Normativa do Tribunal Superior do Trabalho que tratam de Processo do Trabalho – números 38, 39 e 40. Recados importantes! ➢ Você poderá fazer mais questões destes assuntos no teste semanal, liberado ao final da rodada. ➢ Tente cumprir as metas na ordem que determinamos. É fundamental para o perfeito aproveitamento do treinamento. ➢ Qualquer problema com a meta, envie uma mensagem para o WhatsApp oficial da Turma Elite (35) 9106 5456. ➢ O curso será realizado com a previsão da reforma trabalhista (Lei 13.467/2017), conforme item 18.2 do edital do TST. “A legislação com vigência após a data de publicação deste Edital, bem como as alterações em dispositivos constitucionais, legais e normativos a ela posteriores não serão objeto de avaliação nas provas do Concurso. Em matéria de Direito do Trabalho e Direito Processual do Trabalho será́ observado o texto da Lei no 13.467, de 13/7/2017.” ➢ Assim, mesmo antes do início da vigência da lei 13.467/2017 ela poderá ser cobrada. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 3 a. Teoria FORMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS TRABALHISTAS No mundo contemporâneo são distintos os métodos de solução de conflitos, podendo, basicamente, ser classificados em três grupos: autodefesa, autocomposição e heterocomposição. 1. Autodefesa A autodefesa ocorre quando o próprio sujeito busca afirmar, unilateralmente, seu interesse, impondo sua vontade à outra parte e à própria comunidade que o cerca. O significado da autodefesa remete à ideia de defesa própria, uma defesa pessoal, uma forma primitiva de solucionar conflitos, que pode ser autorizada, tolerada ou proibida pelo legislador. De certo modo, a autodefesa autoriza o exercício de coerção por um particular, em defesa de seus interesses. Atualmente, tem-se restringido, ao máximo, as formas de exercício da autodefesa. Podemos citar como exemplo de autodefesa ainda admitido a legítima defesa. Já em matéria trabalhista, encontramos exemplo de autodefesa, autorizada e regulamentada pelo Estado: o direito de greve. Art. 9o, CF/88 - É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. § 1o - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 4 § 2o - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. A greve constitui importante exemplo da utilização da autotutela na dinâmica de solução de conflitos coletivos trabalhistas. Outro exemplo seria o lockout (greve dos empregadores – vedado pela Lei no 7.783/89). 2. Autocomposição Na autocomposição, o conflito é solucionado pelas partes, de forma pacífica e negociada, sem a intervenção de outros agentes no processo de pacificação do conflito. A autocomposição pode ser unilateral, seja pela aceitação ou renúncia de uma das partes ao interesse da outra. Ou também pode ser bilateral, ocorrendo concessões recíprocas, com natureza de transação. A autocomposição merece destaque no âmbito laboral, pois é uma importante forma de solução de conflitos trabalhistas. São exemplos de autocomposição: Acordo coletivo de Trabalho (ACT) - Sindicato x Empresa Art. 611, § 1o, CLT - É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho. Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) - Sindicato x Sindicato Art. 611, CLT - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições detrabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 5 Cabe, ainda, falarmos acerca da mediação. Na mediação o terceiro, ou seja, o mediador não tem poderes de decisão e também não poderá impor a solução do conflito. Sendo assim, o mediador é o interventor que busca um consenso entre as partes conflitantes da negociação coletiva visando proporcionar a realização de um instrumento jurídico (convenção ou acordo coletivo). Desta forma, na mediação exige-se a participação de três sujeitos: as partes em conflito e o mediador que tem a função de atingir o equilíbrio em torno do qual o consenso das partes se perfaz. Importa ressaltar que, o mediador não impõe solução no conflito coletivo existente entre as partes sendo apenas o intermediário do diálogo entre os sujeitos da negociação coletiva tentando convencê-los por meio de recomendações, de sugestões. 3. Heterocomposição A heterocomposição ocorre quando o conflito é solucionado por meio da intervenção de um agente exterior à relação conflituosa original. Ao invés das partes isoladamente ajustarem a solução de sua controvérsia, submetem seu conflito a terceiro, em busca de solução. A heterocomposição trata-se de forma indireta de solução de conflitos porque a decisão que põe fim a controvérsia é originária de um terceiro estranho à relação conflitual. Nesse liame, os meios heterocompositivos se diferenciam dos meios autocompositivos. Nos meios heterocompositivos, a composição dos conflitos é feita por um terceiro investido de poderes para decidir, já nos meios autocompositivos, a presença do sujeito estranho ao conflito apenas se exige para coordenar o diálogo entre os litigantes (mediação). DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 6 Desde já, cabe ressaltar que a classificação das modalidades de heterocomposição não é uníssona na doutrina, o assunto é controvertido. a) Arbitragem: é meio procedimental heterocompositivo, ou seja, o árbitro deve atuar em conformidade aos limites impostos pelas partes do conflito julgando conforme as regras convencionadas pelos sujeitos litigantes. Esse procedimento termina com o laudo arbitral que tem caráter obrigatório para o seu cumprimento entre as partes do litígio. Assim, na arbitragem, o árbitro tem que ser conhecedor da matéria e pode impor a decisão (tribunal arbitral). b) Jurisdição: na jurisdição, o conflito submetido ao Estado é por ele solucionado, mediante processo judicial. O Estado, parte estranha à controvérsia, por meio do seu poder normativo, soluciona o litígio coletivo aplicando ao caso concreto regras legais abstratas para os sujeitos em conflito que não podem modificar ou escolher os mandamentos legais impostos. FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO As fontes são divididas em materiais e formais. 1. Fontes Materiais As fontes materiais referem-se aos fenômenos sociais, políticos e econômicos que inspiram a formação das normas juslaborais, todo e qualquer pressão exercida pelos trabalhadores em face do empregador buscando novas e melhores condições de trabalho influenciam no surgimento e modificação dos preceitos normativos, e representam a fonte material do Direito do Trabalho. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 7 2. Fontes Formais No que se refere às fontes formais do Direito Processual do Trabalho não se confundem com as fontes do Direito do Trabalho. As fontes formais do Direito Processual do Trabalho representam as normas que regulam o Processo do Trabalho em si e também a Justiça do Trabalho. Dividem-se em1: • Fontes formais diretas, as quais abrangem a lei em sentido genérico (atos normativos e administrativos editados pelo Poder Público) e o costume; • Fontes formais indiretas, que são aquelas extraídas da doutrina e da jurisprudência; • Fontes formais de explicitação, também denominadas de fontes integrativas do direito processual, como por exemplo a analogia, os princípios gerais de direito e a equidade. A Constituição Federal e as Emendas Constitucionais são fontes formais do Direito Processual do Trabalho, ocupando o topo da pirâmide hierárquica. É a lei suprema, aquela que regulamenta e organiza o nosso Estado, contendo previsões essenciais sobre o Processo do Trabalho. No ápice da hierarquia está a Constituição Federal e as Emendas Constitucionais, logo abaixo vêm as leis infraconstitucionais. As leis também são fontes formais do Direito Processual do Trabalho. São, em sentido amplo, normas infraconstitucionais, normas que se encontram abaixo da Constituição Federal, servem para regular vários aspectos do Direito Processual do Trabalho. No patamar infraconstitucional, podem ser citadas como fontes formais 1 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 14 ed. São Paulo: Saraiva, 2016. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 8 diretas e base do Direito Processual do Trabalho: a própria Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que dedica o Título X ao Processo Judiciário do Trabalho; a Lei nº 5.584/1970, que dispõe acerca das normas procedimentais e complementares aplicáveis ao processo trabalhista; o Código de Processo Civil (CPC), aplicável de forma subsidiária (art. 769 da CLT); Lei n. 6.830/80 (lei de execução fiscal); e a Lei Complementar 75/1993, que dispõe sobre a organização, as atribuições e o Estatuto do Ministério Público da União. A doutrina e a jurisprudência também ocupam um importante papel na interpretação do Direito Processual do Trabalho. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO Conforme estabelece o art. 111 da Constituição Federal de 1988, são órgãos da Justiça do Trabalho: • Tribunal Superior do Trabalho • Tribunal Regional do Trabalho • Juiz do Trabalho (ou Vara do Trabalho) Atenção! O órgão de cúpula da Justiça do Trabalho não é o Supremo Tribunal Federal (STF), mas sim o Tribunal Superior do Trabalho (TST). É muito comum o examinador perguntar se o STF é órgão da justiça do trabalho, a resposta é NÃO. 1. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO - TST O TST tem sede em Brasília-DF, possui jurisdição em todo o território nacional, e é composto por exatos 27 ministros (não é máximo, nem DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 9 mínimo, são EXATOS 27 ministros), que devem ser brasileiros (natos ou naturalizados), com mais de 35 e menos de 65 anos, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal. Dica! TST – Trinta Sem Três = 27 Os membros do TST são chamados de Ministros e não juízes. A composição do TST é da seguinte forma: Quatro quintos (4/5) são ministros oriundos dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT`S); um quinto (1/5) de seus membros é composto por advogados e membros do Ministério Público (regra do chamado “quinto constitucional”) com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e de efetivo exercício, respectivamente. Importante! Escolha de Ministro do TST via “regra do quinto constitucional”: Primeiramente, o Presidente do TST oficia a OAB e o Ministério Público do Trabalho sobre para que elaborem e enviem ao TST uma lista sêxtupla. O TST vai elaborar a partir dessa lista sêxtupla uma lista tríplice que será encaminhada ao Chefe do Executivo, para que no prazo de 20 dias ele escolha um nome. O nome escolhido vai ser sabatinado e aprovado por maioria absoluta do Senado Federal. E se aprovado, será nomeado pelo Presidenteda República. A Presidência, Vice-Presidência e a Corregedoria são cargos eletivos de direção, com mandato de 2 anos. Funcionarão junto ao TST (acrescidos pela EC 45/2004): a) Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento dos Magistrados do Trabalho (ENAMAT): encarregada de promover e regular os cursos para ingresso e promoção na carreira. Depois que o candidato foi aprovado no concurso de DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 10 provas e títulos, antes de ingressar na atividade, passará por um curso de formação, o mesmo ocorrerá para os promovidos. b) Conselho Superior Da Justiça Do Trabalho (CSJT): é encarregado da supervisão administrativa, financeira, orçamentária e patrimonial da Justiça do Trabalho de 1o e 2o graus. Órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. É formado por 11 membros: 3 do TST; 5 Desembargadores; Presidente e Vice do TST; Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho. 1.1. Órgãos do TST ▪ Tribunal Pleno ▪ Órgão Especial ▪ Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) ▪ Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI) ▪ 8 Turmas ▪ 3 Comissões Permanentes 1.1.1. Tribunal Pleno: Integram o Tribunal Pleno os Ministros da Corte. 1.1.2. Órgão Especial: O Órgão Especial tem em sua composição o Presidente, o Vice-Presidente do Tribunal e o Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho, os 7 Ministros mais antigos e, ainda, 7 Ministros eleitos pelo Tribunal Pleno. 1.1.3. Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC): A Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) é constituída por 9 Ministros, tendo em sua composição o Presidente, o Vice- Presidente do Tribunal e o Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 11 e mais 6 Ministros. 1.1.4. Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI): A Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI) é constituída por 21 Ministros, tendo em sua composição o Presidente, o Vice- Presidente do Tribunal e o Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho e mais 18 Ministros. A SDI pode funcionar com sua composição plena ou também poderá ser dividida em duas subseções: SDI-1 e SDI-2. 1.1.5. Turmas: O TST é composto de 8 Turmas, que são constituídas por três Ministros, a Presidência ficará a cargo do Magistrado mais antigo. Serão necessários os três Ministros para que ocorra o julgamento da lide. 1.1.6. Comissões Permanentes - Comissão de Regimento Interno - Comissão de Jurisprudência e de Precedentes Normativos - Comissão de Documentação 2. TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO – TRT Os Tribunais Regionais do Trabalho constituem a 2ª Instância da Justiça do Trabalho. Atualmente, são 24 Tribunais Regionais, que estão distribuídos pelo território nacional. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 12 O Estado de São Paulo possui dois Tribunais Regionais do Trabalho: o da 2ª Região, sediado na capital do Estado e o da 15ª Região, com sede em Campinas. NÃO há Tribunal Regional do Trabalho nos seguintes Estados: Tocantins, Amapá, Acre e Roraima. Contudo, todos os Estados estão vinculados a um Tribunal, como por exemplo o Tocantins é vinculado ao TRT da 10a Região que tem sede em Brasília-DF. Os Tribunais Regionais do Trabalho têm competência para apreciar recursos ordinários e agravos de petição e, originariamente, apreciam dissídios coletivos, ações rescisórias, mandados de segurança, entre outros. Os TRTs compõe-se de, no mínimo, sete juízes ou desembargadores, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos. Na composição dos membros do TRT também se respeita o quinto constitucional, sendo os demais oriundos da magistratura de carreira, que são promovidos alternadamente por antiguidade e merecimento. Atenção! A EC 45/2004 alterou o art. 112 da CF/88 ao excluir a obrigatoriedade de um TRT em cada Estado da federação. Os TRT`s são divididos por regiões e não Estados! Os TRTs possuem competências originárias e derivadas. As competências originárias são as que iniciam no próprio TRT, como é o caso dos dissídios coletivos, por exemplo. Já as derivadas são as que já existem, ou seja, já há um processo em curso, como é o caso dos recursos, por exemplo. Os TRT`S deverão criar a justiça itinerante, que consiste no deslocamento da vara do trabalho, dentro do limite territorial de sua jurisdição, com a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 13 Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. A estrutura do TRT se desloca para locais mais distantes. Tanto a Justiça Itinerante quanto as Câmaras Regionais NUNCA poderão ultrapassar o limite de sua jurisdição. 3. JUÍZES DO TRABALHO OU VARAS DO TRABALHO A Vara do Trabalho é, em regra, a primeira instância das ações de competência da Justiça Trabalhista, sendo competente para julgar conflitos individuais surgidos nas relações de trabalho. Tais controvérsias chegam à Vara na forma de Reclamação Trabalhista. A Vara é composta por um Juiz do Trabalho titular e um Juiz do Trabalho substituto. O Juiz do Trabalho ingressará na carreira como Juiz do Trabalho Substituto, após aprovação em concurso público de provas e títulos, sendo designado pelo Presidente do TRT para auxiliar ou substituir nas Varas do Trabalho. Após dois anos de exercício, o Juiz do Trabalho substituto torna-se vitalício. Alternadamente, por antiguidade ou merecimento, o Juiz será promovido a Juiz Titular da Vara do Trabalho e, posteriormente, pelo mesmo critério, ao Tribunal Regional do Trabalho. Atenção! A EC 24/99 extinguiu a figura dos juízes classistas (representantes da categoria econômica e profissional) e as juntas de conciliação e julgamento, que foram substituídas pelas Varas do Trabalho que são compostas por um juiz titular e um substituto, exercendo a jurisdição de forma singular, o que significa dizer que o juiz titular julga alguns processos e o juiz substituto julga outros. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 14 Em 1946 a Justiça do Trabalho foi integrada ao Poder Judiciário e, mais do que isso, os Tribunais Regionais do Trabalho substituíram as antigas Câmaras Regionais. Importante! Existem locais em que não existem juízes do trabalho. Nesses casos, por LEI, os Juízes de Direito serão investidos de jurisdição trabalhista, ou seja, vai julgar as causas trabalhistas também. Todavia, das sentenças que proferir caberá recurso para o TRT e não TJ. Quanto ao processo de execução, o feito retorna ao juiz de direito, mas se for criada Vara do Trabalho os autos serão remetidos à Justiça do Trabalho. Se trata de alteração de competência em razão da matéria (competência absoluta), vide art. 43 do CPC. JUSTIÇA DO TRABALHO: JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA 1. Jurisdição – Trata-se de poder-dever do Estado em pacificar conflitos, ou seja, de “dizer o direito” em determinada situação, assegurando a ordem jurídica. Deve-se ter em mente que a jurisdição é una e o que é passível de distribuição entre os órgãos jurisdicionais é apenas o seu exercício. 2. Competência – Tendo em vista o supra conceito de jurisdição, temos que a competência é a parcela de jurisdição atribuída a determinado órgão jurisdicional, ou seja, é a quantidade de jurisdiçãodistribuída entre os mais diversos órgãos e agentes responsáveis por “dizer o direito”. Assim, a competência limita o exercício do poder jurisdicional, sendo que alguns doutrinadores a chamam de “medida da jurisdição”. 2.1. Classificação da Competência – Existem várias divisões quanto a classificação da competência. Por uma questão didática falaremos primeiro do conceito das competências absolutas e relativas. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 15 2.1.1. Competência Absoluta e Relativa A competência absoluta baseia-se nos fatores de ordem pública, devendo ser obrigatoriamente obedecidos, sob pena de nulidade. A incompetência absoluta pode ser declarada ex-oficio pelo juiz (por iniciativa do próprio juiz, por dever do cargo). Se ele não declarar, a parte poderá alegá-la a qualquer tempo ou grau de jurisdição por uma simples petição nos autos. Os atos que o juiz incompetente praticou serão considerados válidos, no entanto, os atos decisórios serão considerados nulos. Declarada a incompetência absoluta remete-se os autos ao juízo competente. A competência relativa tem como fundamento questões de interesse predominantemente das partes. Esses critérios de competência poderão ou não ser obedecidos, tendo natureza jurídica relativa, ou seja, NÃO podem ser declarados ex-oficio. O juiz não pode por iniciativa própria rejeitar a ação, somente a parte interessada poderá arguir a incompetência relativa, e terá que fazê-la no momento oportuno, caso não o faça, prorroga-se a competência, e o juiz que era incompetente passa a ser competente. Importante! A incompetência absoluta poderá ser declarada ex- oficio pelo juiz. Já a incompetência relativa NÃO poderá ser declarada ex-oficio, tem que ser suscitada pela parte interessada que, ficando inerte, ocorrerá a prorrogação da competência. A prorrogação da competência somente poderá ocorrer quando o juízo for relativamente competente, nunca quando for absolutamente incompetente. Nesse sentido, quando a parte não opõe a exceção de incompetência relativa, o juízo que era inicialmente incompetente torna-se tacitamente competente. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 16 Nos termos do art. 62 do CPC, a competência em razão da matéria, pessoa ou função são competências absolutas, ou seja, são inderrogáveis por convenção das partes. A competência em razão do valor e do território podem ser prorrogadas, já que são competências relativas. 2.1.2. Competência em razão da Matéria e em razão da Pessoa Art. 114, CF. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 17 IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. a) Relações de Trabalho Compete às Varas do Trabalho processar e julgar as ações oriundas das relações de trabalho, como determinado pelo art. 114 da Constituição Federal. Art. 114, CF/88 - Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; A Emenda Constitucional 45/2004 foi responsável por um expressivo acréscimo na competência da Justiça do Trabalho: COMPETÊNCIA ANTES DA EC 45/2004 DEPOIS DA EC 45/2004 A Justiça do Trabalho era competente para julgar, em regra, apenas as ações decorrentes das relações de emprego (pessoalidade, subordinação, não eventualidade, onerosidade). A Justiça do Trabalho passa a ser competente para processar e julgar as ações oriundas das relações de trabalho gênero que engloba as relações de emprego, autônomos, avulsos, temporários etc. Art. 652, CLT - Compete às Juntas de Conciliação e Julgamento: a) conciliar e julgar: DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 18 I - os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade de empregado; II - os dissídios concernentes a remuneração, férias e indenizações por motivo de rescisão do contrato individual de trabalho; III - os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice; IV - os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho; V - as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão-de-Obra - OGMO decorrentes da relação de trabalho. Os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice e as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão de Obra - OGMO decorrentes da relação de trabalho. Essas ações já eram de competência da Justiça do Trabalho antes mesmo da edição da EC 45/04. Compete ressaltar que está FORA da competência da Justiça do Trabalho as ações oriundas de cobrança de honorários de profissionais liberais (médicos, engenheiros, arquitetos, advogados). A Constituição Federal traz em seu inciso I do artigo 114 como competência da Justiça do Trabalho, processar e julgar as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de Direito Público externo (Estados Estrangeiros e Organismos Internacionais) e da Administração Pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 19 b) Entes de Direito Público Externo Estados Estrangeiros e Organismos Internacionais: Os Estados Estrangeiros praticam ATOS DE IMPÉRIO, aqueles que dizem respeito a soberania do Estado. Quando atuam nessa condição não se submetem à Justiça brasileira, a exemplo da concessão de vistos, tendo IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO (não se submetem a fase de conhecimento do processo trabalhista) e IMUNIDADE DE EXECUÇÃO (seus bens não poderão ser expropriados pela Justiça brasileira), ou seja, têm imunidade absoluta. Os Estados Estrangeiros praticam também ATOS DE GESTÃO, que os equiparam aos particulares, dizem respeito, por exemplo, a contratação de pessoas. NÃO tem IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO, ou seja, não são imunes à Justiça brasileira. Ocorre quando um Estado estrangeiro contrata um empregado brasileiro e não paga seu salário devidamente, logo, o Estado estrangeiro não estará imune à Justiça do Trabalho. O que não ocorre é a Justiça brasileira ir até esse Estado estrangeiro para executá-lo, o Estado estrangeiro tem IMUNIDADE DE EXECUÇÃO, sendo assim, a execução será realizada por meio de carta rogatória. Aos OrganismosInternacionais aplicam-se as regras do tratado que os criou, as imunidades são regidas pelas normas internacionais (em regra terão imunidade absoluta). Os Estados deverão respeitar as normas que criaram os organismos internacionais. Normalmente, os organismos internacionais terão IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO e IMUNIDADE DE EXECUÇÃO, salvo se houver expressa renúncia. Dessa forma, quando houver expressa renúncia nos Tratados Internacionais que criaram os Organismos Internacionais, não haverá imunidade de jurisdição ou de execução. OJ 416, SDI-1 TST: As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados por norma DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 20 internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional. c) Entes da Administração Direta e Indireta Os trabalhadores da administração direta e indireta podem ser celetistas, estatutários ou figurar em outro regime jurídico administrativo, vejamos: - Celetistas: possuem com o poder público um vínculo de emprego. - Estatutários: possuem com o poder público um vínculo administrativo. - Outros regimes jurídicos administrativos. Ex. trabalhadores temporários contratados sem concurso público pelo poder público para atender necessidade de excepcional interesse público. O STF afirmou na ADI 3395 que a relação de trabalho entre o Poder Público e seus servidores apresenta caráter jurídico-administrativo e, portanto, a competência para dirimir conflitos entre as duas partes é sempre da Justiça Comum, e não da Justiça do Trabalho. Sendo assim, o STF tornou defeso à Justiça do Trabalho a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e os servidores a ele vinculados por típica relação baseada no regime estatutário ou jurídico- administrativo (temporários). Conclui-se, então, que em se tratando de litígio entre o Poder Público e servidor público estatutário, este NÃO poderá ajuizar reclamatória trabalhista na Justiça do Trabalho. O mesmo ocorre com o servidor contratado pelo ente público, temporariamente. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 21 Importante! Estão FORA da Justiça do Trabalho os trabalhadores estatutários e os decorrentes de outros regimes jurídicos administrativos (temporários). É possível ajuizar Reclamação Trabalhista contra Administração Pública, direta ou indireta, na Justiça do Trabalho, quando os servidores estiverem a ela vinculados por relação CELESTISTA. Nos demais casos, tratando-se de servidor público federal a ação poderá ser ajuizada na Justiça Federal. Tratando-se de servidor público municipal ou estadual a reclamatória poderá ser ajuizada na Justiça Estadual. d) Greve A Justiça do Trabalho é competente para julgar: Ações que envolvam o exercício do direito de GREVE. A Lei no 7.783/1989 dispõe sobre o exercício do direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade e sobre os interesses a serem defendidos. A referida Lei estabelece que a greve deverá ser exercida de maneira pacífica, de forma nenhuma os envolvidos poderão violar ou constranger os direitos e garantias fundamentais dos outros, veda-se, também, a ameaça ou dano à propriedade ou a pessoa. O abuso do direito praticado pelos grevistas, se praticados atos ilícitos ou até mesmo crimes, serão responsabilizados, conforme o caso, segundo a legislação trabalhista, civil ou penal. De acordo com a Súmula 189 do TST, compete à Justiça do Trabalho declarar a abusividade ou não greve. Vejamos: DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 22 Súmula 189, TST - A Justiça do Trabalho é competente para declarar a abusividade, ou não, da greve. Todavia, cumpre destacar que a Justiça do Trabalho NÃO tem competência para apreciar controvérsias decorrentes do exercício do direito de greve pelo servidor público estatutário, uma vez que o STF, na ADI 3395, excluiu da competência da Justiça do Trabalho as ações oriundas do Poder Público e seus servidores estatutários, tal como é a greve. Durante a greve, os trabalhadores podem ameaçar ou até mesmo ocupar a sede da empresa, nesses casos, o empregador poderá ajuizar ações de natureza possessória, com pedido preventivo de não ocupação ou desocupação, a depender da situação. Diante disso, o STF editou a Súmula Vinculante 23 que designa a Justiça do Trabalho como competente para processar e julgar as ações possessórias oriundas do exercício do direito de greve da iniciativa privada, ou seja, as greves dos servidores estatutários NÃO são de competência da Justiça do Trabalho. Súmula Vinculante 23 STF: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. e) Representação Sindical A Justiça do Trabalho é competente para julgar: Ações sobre REPRESENTAÇÃO SINDICAL. A relação sindical é intrínseca ao Direito do Trabalho, assim, todas as ações que envolvam os Sindicatos devem ser analisadas pela Justiça Trabalhista, sobretudo as ações sobre representação sindical entre DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 23 sindicatos e sindicatos, sindicato e empregado, e entre sindicatos e empregadores. f) Mandado de Segurança (MS), Habeas Corpus (HC) e Habeas Data (HD) A Justiça do Trabalho é competente para julgar: Mandado de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição. Na Justiça Laboral verifica-se a necessidade de impetrar-se o habeas corpus quando o empregador de alguma forma restringir a liberdade de locomoção do empregado. Essa limitação está ligada, geralmente, ao não pagamento de dívidas. A Constituição Federal consagra o Mandado de Segurança no art. 5o, LXIX que dispõe que “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”. Estudaremos mais a frente que no Processo do Trabalho as decisões interlocutórias são irrecorríveis de imediato. Diante de tal situação, as partes podem recorrer ao mandado de segurança em face de decisão interlocutória que ferir direito líquido e certo. Súmula 214, TST - Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 24 b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT. A autoridade pública a que se refere o mandamento constitucional pode ser um Auditor Fiscal do Trabalho, um Membro do Ministério Público do Trabalho; um Oficial de Cartório que se recusa a efetuar o registro de entidade sindical etc. Já o habeas data é muito pouco utilizado na Justiça Trabalhista, uma vez que o mandado de segurança soluciona os problemas. Um servidor celetistapoderá utilizar-se do habeas data para ter acesso ao seu prontuário no Estado, quando este lhe for negado ou, ainda, para ter acesso a lista de empregadores que tenham mantido trabalhadores em condições análogas às de escravo. O STF, na ADI 3.684, concedeu liminar com efeito ex tunc para declarar a incompetência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ações penais. Dessa forma, a Justiça do Trabalho NÃO é competente para processar e julgar ações decorrentes de crime contra a organização do trabalho, é o que estabelece o art. 109, V, CF, sendo de competência da Justiça Federal. g) Conflito de Competência entre os seus órgãos A Justiça do Trabalho é competente para julgar: Os CONFLITOS DE COMPETÊNCIA ENTRE SEUS ÓRGÃOS (JT, TRT, TST), salvo nos casos de competência do STJ e do STF. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 25 h) Dano Moral e Patrimonial A Justiça do Trabalho é competente para julgar: DANO MORAL e PATRIMONIAL decorrentes das relações de trabalho, inclusive em razão de acidente do trabalho. Súmula Vinculante 22, STF. A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar a ação de indenização por DANOS MORAIS e PATRIMONIAIS decorrentes das relações de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional 45/2004. Súmula 367, STJ: A competência estabelecida pela EC n. 45/2004 não alcança os processos já sentenciados. Ainda com relação ao acidente do trabalho, vale destacar que a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar tanto as ações indenizatórias ajuizadas pelo empregado contra o empregador, como também as movidas pelos sucessores contra o empregador. i) Penalidades Administrativas A Justiça do Trabalho é competente para julgar: PENALIDADES impostas pelos órgãos de fiscalização do trabalho (inclusive MS). O órgão de fiscalização aplicou uma multa na empresa, mas a empresa pretende recorrer administrativamente dessa multa, sendo assim, o art. 636, CLT dispõe que é necessário o depósito prévio da multa para que o recurso seja admitido. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 26 No entanto, o STF julgou esse artigo inconstitucional, pois viola o princípio da ampla defesa e do contraditório e também contraria o direito de petição. Súmula 424, TST. O § 1º do art. 636 da CLT, que estabelece a exigência de prova do depósito prévio do valor da multa cominada em razão de autuação administrativa como pressuposto de admissibilidade de recurso administrativo, não foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988, ante a sua incompatibilidade com o inciso LV do art. 5º. j) Contribuições Sociais A Justiça do Trabalho é competente para: EXECUTAR, de ofício, as CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS decorrentes das sentenças que proferir. Ressalte-se que quanto às contribuições fiscais, tem competência apenas para determinar a sua retenção, não podendo executá-las de ofício. Súmula 368, TST - I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribuição. Importante! Conforme o art. 114, VIII, da Constituição, a Justiça do Trabalho é competente para a execução de ofício das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, da CF/88 e acréscimos legais decorrentes das sentenças que proferir, o que inclui a contribuição denominada SAT (seguro de acidente do trabalho) em razão de sua natureza de contribuição para a seguridade social, destinada ao financiamento de DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 27 benefício relativo à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio no trabalho. OJ 414, SDI-1, TST. Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para a seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, "a", da CF), pois se destina ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio no trabalho (arts. 11 e 22 da Lei no 8.212/1991). Já as contribuições devidas à terceiro, ou seja, as destinadas ao sistema S (Senac, Senai, Sesi, Sebrae, etc.) não objetivam custear a seguridade social, mas sim às entidades privadas de serviço social e formação profissional vinculadas ao sistema sindical, razão pela qual sua execução NÃO se insere na competência da Justiça do Trabalho. 2.1.3. Competência em razão da função É também chamada de competência hierárquica, pois está vinculada a estrutura organizacional da Justiça do Trabalho. Juízes do Trabalho: Tem competência residual, ou seja, tem competência naquilo que não estiver expressamente disciplinado para os TRTs nem TST. Assim, julgam toda espécie de lide individual trabalhista, com exceção das previstas para os TRTs e TST. TRT: É competente para julgar originariamente diversas questões, como Dissídios coletivos, conflitos de competência entre Varas do Trabalho em sua jurisdição, HC e MS contra ato de juiz de primeiro grau. TST: É competente para julgar originariamente ações rescisórias contra suas decisões, conflitos de competência entre TRTs, bem DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 28 como dissídios coletivos e greve, quando ultrapassarem a jurisdição de um TRT. (art. 67 do seu Regimento Interno). 2.1.4. Competência Territorial A regra para a definição da competência territorial na Justiça do Trabalho é o LOCAL DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. Art. 651, CLT: A competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. Pode ser que tenhamos mais de um lugar da prestação de serviços, para os concursos públicos devemos considerar o juízo competente o do ÚLTIMO lugar da prestação dos serviços. O art. 651 da CLT determina como competência territorial o local da prestação dos serviços. Entretanto, existem três EXCEÇÕES à regra geral. a) Empregado agente ou viajante comercial: Quando o empregado for agente ou viajante comercial a competência será da Vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. Art. 651, § 1o, CLT – Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 29 localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. b) Competência da Justiça do Trabalho Brasileira para os empregados brasileiros trabalhando no estrangeiro: A competência será das Varas do Trabalho quando o empregado for brasileiro trabalhando em agência ou filial no exterior. Art. 651, § 2o, CLT – A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. c) Empregador quepromove a realização de atividade fora do lugar do contrato. Em se tratando de empregador que promove realização de atividade fora do lugar do contrato de trabalho, é o que geralmente ocorre com as empresas teatrais ou de transporte interestadual, é assegurado ao empregado apresentar reclamação trabalhista no foro da celebração do contrato ou no foro da prestação dos serviços. Art. 651, § 3o, CLT – Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 30 Via de regra, aplica-se o principio da territorialidade, ou seja, aplica-se a legislação “material” do país da prestação do serviço. Exceções ao principio da territorialidade: a) Quando o empregado for transferido para trabalhar no estrangeiro (trabalhava no Brasil e é removido, cedido ou contratado por empresa brasileira para trabalhar a seu serviço no exterior) aplica-se a lei brasileira se for mais favorável do que a do local da prestação dos serviços. b) Caso o trabalhador tenha sido contratado no Brasil para trabalhar no exterior, faz jus aos direitos do local da prestação dos serviços além dos garantidos pela Lei 7.064/1982. 2.1.5. Competência em razão do valor da causa. O ordenamento jurídico brasileiro pode atribuir a determinado órgão a competência para julgar determinada matéria em razão do valor da causa, como existe nos Juizados Especiais Civis, que julgam causas de até 40 salários mínimos. Não é aplicado na Justiça do Trabalho, pois a competência das Varas do Trabalho é irrestrita quanto ao valor. 2.2. Conflito de Competência O conflito de competência pode ser positivo ou negativo. No primeiro caso, dois ou mais juízes se declaram competentes para julgar a causa. Já na segunda hipótese, dois ou mais juízes se declaram incompetentes para julgar o processo. Também pode ocorrer conflito DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 31 de competência quando houver divergência entre dois ou mais juízes acerca da reunião ou separação de processos. O conflito de competência originado entre os órgãos da Justiça do Trabalho será solucionado pelas normas contidas na própria CLT e pelos artigos 102, I, “o” e 105, I, “d”, da Constituição Federal. Art. 102, CF/88 - Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo- lhe: I - processar e julgar, originariamente: o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; Art. 105, CF/88 - Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos; Art. 803, CLT. Os conflitos de jurisdição podem ocorrer entre: a) Juntas de Conciliação e Julgamento e Juízes de Direito investidos na administração da Justiça do Trabalho; b) Tribunais Regionais do Trabalho; c) Juízos e Tribunais do Trabalho e órgãos da Justiça Ordinária; Art. 808, CLT. Os conflitos de jurisdição de que trata o art. 803 serão resolvidos: DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 32 a) pelos Tribunais Regionais, os suscitados entre Juntas e entre Juízos de Direito, ou entre uma e outras, nas respectivas regiões; b) pelo Tribunal Superior do Trabalho, os suscitados entre Tribunais Regionais, ou entre Juntas e Juízos de Direito sujeitos à jurisdição de Tribunais Regionais diferentes; c) Revogado pelo Decreto Lei 9.797, de 1946 d) pelo Supremo Tribunal Federal, os suscitados entre as autoridades da Justiça do Trabalho e as da Justiça Ordinária. Assim, os conflitos serão resolvidos pelos TRT’s e TST e, também, pelo STJ, quando o conflito de competência ocorrer entre órgãos de justiças diferentes (entre quaisquer tribunais; entre tribunais e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos, ressalvada a competência do STF prevista no artigo 102, I, alínea “o” da CF) e pelo STF quando o conflito envolver Tribunal Superior (entre o STJ e qualquer outro tribunal; entre tribunais superiores e entre tribunais superiores e qualquer outro tribunal). Em razão do princípio hierárquico, NÃO se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do trabalho a ele vinculada. Súmula 420, TST - Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 33 b. Mapas mentais FORMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS TRABALHISTAS AUTODEFESA A autodefesa ocorre quando o próprio sujeito busca afirmar, unilateralmente, seu interesse, impondo sua vontade à outra parte. É uma forma primitiva de solucionar conflitos. Em matéria trabalhista, encontramos exemplo de autodefesa, autorizada e regulamentada pelo Estado: o direito de greve. AUTOCOMPOSIÇÃO Na autocomposição, o conflito é solucionado pelas partes, de forma pacífica e negociada. A autocomposição pode ser unilateral, seja pela aceitação ou renúncia de uma das partes ao interesse da outra. Ou também pode ser bilateral, ocorrendo concessões recíprocas, com natureza de transação. São exemplos: ACT e CCT MEDIAÇÃO Na mediação o terceiro, ou seja, o mediador não tem poderes de decisão e também não poderá impor a solução do conflito. HETEROCOMPOSIÇÃO A heterocomposição ocorre quando o conflito é solucionado por meio da intervenção de um agente exterior à relação conflituosa original. Ao invés das partes isoladamente ajustarem a solução de sua controvérsia, submetem seu conflito a terceiro, em busca de solução. Jurisdição: na jurisdição, o conflito submetido ao Estado, parte estranha à controvérsia, e é por ele solucionado, mediante processo judicial. Os sujeitos em conflito não podem modificar ou escolher os mandamentos legais impostos. Arbitragem: o árbitro deve atuar em conformidade aos limites impostos pelas partes do conflito julgando conforme as regras convencionadas pelos sujeitos litigantes. Esse procedimento termina com o laudo arbitral que tem caráter obrigatório para o seu cumprimento entre as partes do litígio. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 34 COMPOSIÇÃO DOS PRINCIPAIS TRIBUNAIS: ÓRGÃOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO TST TRT JUIZ DO TRABALHO 27 • (Trinta Sem Três = 27)TST 11 • (Somos Time de Futebol)STF 33 • (Somos Todos Jesus) Jesus morreu com • 33 anosSTJ DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 35 ANTES DA EC 45/2004 COM A EC 45/2004 DEPOIS DA EC 45/2004 Havia dúvida quanto a competência da Justiça do Trabalho para as ações indenizatórias decorrentes de acidente de trabalho. Algumas ações foram ajuizadas na Justiça Comum e outras foram ajuizadas na Justiça do Trabalho. Foi inserido o inciso VI no art. 114 determinando que: Compete a Justiça do Trabalho processar e julgar o dano moral e patrimonial decorrente das relações de trabalho. Dessa forma, a Justiça do Trabalho é competente para julgar os danos morais epatrimoniais decorrentes de acidente do trabalho. Depois da EC as novas ações serão ajuizadas na justiça do Trabalho. Quanto as ações ajuizadas na Justiça Comum antes da promulgação da EC, que: Já possuíam sentença de mérito NÃO possuíam sentença de mérito Ficam na Justiça comum. Serão deslocadas para a JT. CONFLITO OBSERVAÇÕES ÓRGÃO JULGADOR Conflito entre duas varas do trabalho. Conflito entre juiz do trabalho e juiz de direito investido da jurisdição trabalhista Ambos subordinados mesmo TRT TRT (art. 808, “a”, CLT) DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 36 Conflito entre duas Varas do Trabalho Conflito entre juiz do trabalho e juiz de direito investido da jurisdição trabalhista Subordinados a TRT diversos TST (art. 808, “b”, CLT) Conflito entre dois TRT’s TST (art. 808, “b”, CLT) Conflito entre órgãos de justiças diferentes como, por exemplo: • Conflito entre juiz do trabalho e juiz de direito • Conflito entre juiz do trabalho e juiz federal • Conflito entre TRT e juiz federal • Conflito entre TRT e juiz de direito STJ (art. 105, I, “d”, CF) Conflito envolvendo Tribunal Superior, como por exemplo: Conflito entre TST e TJ Conflito entre TST e TRF STF (art. 102, I, “o”, CLT) DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 37 c. Revisão 1 1. (FCC) TRT – 24a Região 2017 – Analista Judiciário – Área Judiciária Asclépio, residente e domiciliado em Manaus, participou de processo seletivo e foi contratado na cidade de Brasília, onde se localiza a sede da empresa Orfheu Informática S/A, para trabalhar como programador, na filial da empresa no Município de Campo Grande. No contrato de trabalho as partes convencionaram como foro de eleição a comarca de São Paulo. Após dois anos de contrato, Asclépio foi dispensado por justa causa sem receber nenhuma verba rescisória, retornando para Manaus. Não concordando com o motivo da sua rescisão, o trabalhador resolveu ajuizar reclamação trabalhista em face da sua ex- empregadora. Conforme a regra de competência territorial prevista na lei trabalhista a ação deverá ser proposta na Vara do Trabalho de (A) Brasília, por ser a sede da empresa reclamada. (B) Brasília, por ser o local da contratação. (C) Manaus, local de seu domicílio. (D) Campo Grande, local da prestação dos serviços. (E) São Paulo, foro de eleição contratual. 2. (FCC) TRT – 24a Região 2017 – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal A Constituição Federal do Brasil e a Consolidação das Leis do Trabalho instituíram regras sobre organização e competência da Justiça do Trabalho e dos órgãos que a compõem. Em observância a tais normas, (A) é competência da Justiça do Trabalho a apreciação de ação proposta por empresa para anulação de penalidade imposta em auto de infração lavrado por auditor fiscal do trabalho, por inobservância da cota de contratação de pessoas DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 38 com deficiência. (B) o Supremo Tribunal Federal, em sede de ação direta de inconstitucionalidade, interpretou ser da competência da Justiça do Trabalho a apreciação de demandas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico- administrativo. (C) o Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de dezessete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria simples do Senado Federal. (D) os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, nove juízes, recrutados exclusivamente na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos. (E) a Justiça do Trabalho passou a ser competente para julgar as ações de indenização por dano moral decorrentes da relação de emprego somente a partir da Emenda Constitucional n° 45/2004, visto que o texto original da Constituição Federal de 1988 e a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho não admitiam o processamento de tais ações na Justiça Especializada. 3. (FCC) TRT – 24a Região 2017 – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal A empresa Olimpos Construções S/A, com sede em Brasília, contratou empregado brasileiro através de sua sucursal em São Paulo, para gerenciar as obras existentes na Turquia, lugar onde prestou serviços durante dois anos. Rescindido o contrato o empregado retorna ao Brasil, pretendendo acionar o seu empregador em razão de créditos trabalhistas que entende devidos. Nessa DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 39 situação, conforme regra prevista na Consolidação das Leis do Trabalho, (A) é incompetente a autoridade judiciária brasileira, para conhecer da reclamação trabalhista, que deveria ser ajuizada na Turquia, local da prestação dos serviços. (B) se houver foro de eleição expressamente previsto no contrato, será este o competente para conhecer da reclamação trabalhista. (C) será competente para conhecer da ação trabalhista o foro de opção contratual do empregado, podendo ser o da contratação, da prestação de serviços ou o da demissão. (D) a autoridade judiciária brasileira é incompetente, devendo a ação ser proposta no País em que o empregado foi contratado. (E) a autoridade judiciária trabalhista brasileira é competente para conhecer da reclamação trabalhista, salvo se houver Convenção Internacional dispondo em contrário. 4. (FCC) TRT – 3a Região 2015 – Analista Judiciário – Área Judiciária Em relação às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, (A) a lei criará Varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos Juízes de Direito, com Recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. (B) a lei criará Varas da Justiça do Trabalho, não podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos Juízes de Direito, com Recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. (C) a lei criará Varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos Juízes de Direito, com Recurso para o respectivo Tribunal de Justiça. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 40 (D) há, atualmente, no Brasil, 22 Tribunais Regionais do Trabalho, sendo um em cada Estado, exceto no Estado de São Paulo que possui dois Tribunais Regionais do Trabalho. (E) compete aos Tribunais Regionais do Trabalho, julgar os recursos ordinários interpostos em face das decisões das Varas e também, originariamente, as ações envolvendo relação de trabalho. 5. (FCC) TRT – 20a Região 2016 – Analista Judiciário – Área Judiciária A Constituição Federal expressamente prevê regras que organizam a estrutura da Justiça do Trabalho, e tratam da sua competência. Conforme tal regramento, (A) os juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, que comporão o Tribunal Superior do Trabalho serão indicados pelos próprios Regionais, alternativamente, e escolhidos pelo Congresso Nacional. (B) os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiência e demais funções deatividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. (C) haverá pelo menos um Tribunal Regional do Trabalho em cada Estado e no Distrito Federal, e a lei instituirá as Varas do Trabalho, podendo, nas comarcas onde não forem instituídas, atribuir sua jurisdição a Vara do Trabalho mais próxima. (D) os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à jurisdição da Justiça do Trabalho serão julgados e processados na Justiça Federal, por se tratar de remédios jurídicos de natureza constitucional. (E) os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, nove juízes, que serão recrutados na respectiva região, e nomeados pelo Presidente DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 41 do Tribunal Superior do Trabalho dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos. 6. (FCC) TRT – 20a Região 2016 – Analista Judiciário – Área Judiciária Hera participou de processo seletivo e foi contratada como música instrumentista da Orquestra do Banco Ultra S/A, no Município de Itabaiana/SE, onde tem o seu domicílio. No contrato de trabalho foi estipulado como foro de eleição para propositura de demanda trabalhista o Município de Aracaju/SE. O banco possui agências em todos estados do Brasil e a sua sede está localizada em Brasília/DF. Durante os oito meses em que foi empregada do Banco, Hera exerceu suas funções apenas no Município de Aracaju/SE. Caso decida ajuizar reclamação trabalhista em face de seu ex-empregador, deverá propor em (A) Aracaju, porque foi o local da prestação dos serviços. (B) Aracaju, por ser o foro de eleição previsto em contrato de trabalho. (C) Itabaiana, porque é o foro do seu domicílio. (D) Brasília, por estar situada a sede do Banco reclamado. (E) Aracaju, Itabaiana ou Brasília, dependendo da sua própria conveniência como reclamante. 7. (FCC) TRT – 20a Região 2016 – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal Zeus é estivador inscrito e atuando como trabalhador avulso no Porto do Rio de Janeiro. Há alguns meses ele não tem concordado com os repasses que estão sendo efetuados pelos trabalhos realizados, entendendo ser credor de diferenças. Consultou um Advogado para ajuizar ação em face do Órgão Gestor de Mão de Obra e o operador portuário, demanda esta que deverá ser proposta DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 42 perante a (A) Justiça Comum Estadual, porque o trabalhador avulso é considerado autônomo sem vínculo de emprego com o órgão de mão de obra. (B) Justiça do Trabalho, ainda que o pedido seja somente de diferenças de repasses. (C) Justiça do Trabalho, desde que formule pedido principal de reconhecimento de vínculo de emprego e, acessoriamente de diferenças de repasses. (D) Justiça Federal, porque a matéria portuária é de segurança do Estado Federativo e, portanto, de ordem nacional. (E) Justiça Comum Estadual ou Justiça do Trabalho, visto que se tratando de matéria de relação de trabalho em sentido amplo, cabe ao trabalhador a opção. 8. (FCC) SEGEP-MA 2016 – Procurador do Estado De acordo com a jurisprudência dominante do Tribunal Superior do Trabalho, NÃO compete à Justiça do Trabalho (A) declarar a abusividade, ou não, da greve. (B) a execução, de ofício, da contribuição referente ao Seguro de Acidente do Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para a seguridade social. (C) processar e julgar ações ajuizadas por empregados relativas ao cadastramento no Programa de Integração Social (PIS). (D) determinar o recolhimento das contribuições previdenciárias incidentes sobre os salários pagos no período do vínculo de emprego reconhecido em juízo. (E) processar e julgar ações de indenização por dano moral e material oriundas de acidente do trabalho e doenças a ele equiparadas, quando estas forem propostas pelos dependentes e sucessores do trabalhador falecido. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 43 9. (FCC) ELETROBRAS-ELETROSUL 2016 - Direito Em relação à competência da Justiça do Trabalho, conforme normas previstas na Consolidação das Leis do Trabalho aplicáveis a matéria, (A) a regra da competência das Varas do trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. (B) a competência da Vara do Trabalho se dá pelo local em que o empregado tenha domicílio, como regra, em razão do princípio da proteção ao trabalhador. (C) quando for parte na ação agente ou viajante comercial, a competência da Vara do Trabalho será determinada pelo local onde está sediada a matriz da empresa. (D) não compete à Vara do Trabalho o julgamento dos dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice. (E) as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO decorrentes da relação de trabalho não estão abrangidas na competência da Justiça do Trabalho, mas sim da Justiça Comum Federal. 10. TRT 4a Região 2016 – Juiz do Trabalho Substituto Considere as assertivas abaixo sobre competência em casos de acidente de trabalho. I - Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores. II - A ação indenizatória proposta pelos sucessores do trabalhador vítima de DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 44 acidente de trabalho fatal é de competência da Justiça Estadual, já que se trata de questão de direito civil. III - A ação indenizatória proposta por servidor público estatutário em razão de acidente de trabalho será de competência da Justiça do Trabalho. Quais são corretas? (A) Apenas I (B) Apenas II (C) Apenas III (D) Apenas I e II (E) I, II e III DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 45 d. Revisão 2 11. (CONSULTEC) Prefeitura de Ilhéus – BA 2016 - Procurador De acordo com a Constituição Federal, o Tribunal Superior do Trabalho tem, dentre outras, a função de uniformizar a jurisprudência trabalhista e é composto de vinte e sete Ministros escolhidos dentre brasileiros (A) com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos. (B) com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos. (C) com mais de trinta e cinco e menos de sessenta anos. (D) com mais de trinta e menos de sessenta anos. (E) com trinta e cinco e menos de sessenta anos. 12. TRT 2a Região 2016 – Juiz do Trabalho Substituto Em relação à competência da Justiça do Trabalho, segundo a Constituição da República, a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e as Súmulas da Jurisprudência Uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, para as ações que atualmente venham a ser ajuizadas, analise as seguintes proposições: I- A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. II- A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação ajuizada por empregado em face de empregador relativa ao cadastramento no Programa de Integração Social. III- A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações que tenham como causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores. DIREITOPROCESSUAL DO TRABALHO 46 IV- A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores. V - A Justiça do Trabalho não é competente para processar e julgar as ações ajuizadas contra entidades privadas de previdência buscando-se o complemento de aposentadoria. Responda: (A) Somente as proposições I, II e lll estão corretas (B) Somente as proposições l, ll e V estão corretas (C) Somente as proposições II,III e IV estão corretas (D) Somente as proposições II, III e V estão corretas. (E) Todas as proposições estão corretas. 13. (FCC) TRT – 9a Região 2013 – Analista Judiciário – Área Judiciária Conforme normas legais aplicáveis à organização da Justiça do Trabalho, incluindo o Tribunal Superior do Trabalho, os Tribunais Regionais do Trabalho e as Varas do Trabalho, é correto afirmar que (A) os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, 11 juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente do Tribunal Superior do Trabalho dentre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos. (B) o Conselho Superior da Justiça do Trabalho funcionará junto ao Tribunal Superior do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 47 efeito vinculante. (C) o Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de 17 Ministros, togados e vitalícios, escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 e menos de 60 anos, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo Congresso Nacional. (D) dentre os Ministros do Tribunal Superior do Trabalho, 11 serão escolhidos dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, integrantes da carreira da magistratura trabalhista, três dentre advogados e três dentre membros do Ministério Público do Trabalho. (E) em cada Estado e no Distrito Federal haverá pelo menos um Tribunal Regional do Trabalho, e a lei instituirá as Varas do Trabalho, podendo, nas comarcas onde não forem instituídas, atribuir sua jurisdição aos juízes de direito, sendo que nesse caso os recursos são julgados diretamente pelo Tribunal Superior do Trabalho. 14. TRT 2a Região 2016 – Juiz do Trabalho Substituto Em relação à competência dos órgãos da Justiça do Trabalho, segundo a Constituição da República, a Consolidação das Leis do Trabalho, a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça e as Súmulas da Jurisprudência Uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, analise as seguintes proposições: I - Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada. II - Compete ao próprio Tribunal Regional do Trabalho dirimir o conflito de competência entre juízes trabalhistas vinculados ao mesmo Tribunal Regional do Trabalho; no entanto, tratando-se de conflito de competência entre juízes trabalhistas vinculados a Tribunais Regionais do Trabalho distintos, compete ao Superior Tribunal de Justiça dirimir o conflito de competência. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 48 III - Na lide trabalhista, compete ao Tribunal Regional do Trabalho dirimir o conflito de competência entre juiz trabalhista e juiz estadual investido de jurisdição trabalhista na mesma Região. IV - Na Justiça do Trabalho, a decisão interlocutória que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para outra Vara do Trabalho, vinculada ao mesmo Tribunal Regional do Trabalho a que se vincula o juízo excepcionado, enseja recurso imediato. V - E competente o Tribunal Regional do Trabalho para julgar mandado de segurança contra ato de seu presidente em execução de sentença trabalhista. Responda: (A) Somente as proposições l,II e III estão corretas. (B) Somente as proposições l,lll e V estão corretas (C) Somente as proposições II,III e IV estão corretas. (D) Somente as proposições II,III e V estão corretas. (E) Todas as proposições estão corretas. 15. (FCC) TRT - 14ª Região 2016 – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal Há previsão legal atribuindo aos órgãos judicias as questões que devem estar afetas ao seu julgamento, assim como os órgãos judiciais trabalhistas têm traçados em lei os seus poderes para conhecer e solucionar as lides. Sobre o tema, conforme ordenamento jurídico é INCORRETO afirmar: (A) Como regra, a competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. (B) Compete às Varas Cíveis da Justiça Federal julgar as ações envolvendo DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 49 trabalhadores portuários e os operadores portuários ou Órgão Gestor de Mão de Obra − OGMO, decorrentes da relação de trabalho, por envolver questão estratégica nacional. (C) A Justiça do Trabalho tem competência para analisar e decidir sobre as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho. (D) Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho. (E) É da competência das Varas do Trabalho conhecer e julgar os dissídios resultantes de contratos de empreitada em que o empreiteiro seja operário ou artífice. 16. (FCC) TRT - 14ª Região 2016 – Analista Judiciário – Área Judiciária Conforme norma constitucional é competência da Justiça do Trabalho processar e julgar (A) ação de reparação por dano material em face do órgão previdenciário em razão de não concessão de aposentadoria por invalidez. (B) demanda possessória envolvendo um sindicato de categoria profissional que alega ser proprietário do prédio onde está estabelecido o Sindicato da respectiva categoria econômica. (C) ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho. (D) execuções, de ofício, de imposto de renda dos diretores não empregados de sociedades anônimas que mantém relação de trabalho com essas empresas. (E) ação ordinária de trabalhador em face da Caixa Econômica Federal em razão de não ter sido autorizada movimentação de sua conta vinculada do FGTS. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 50 17. (FCC) TRT - 14ª Região 2016 – Analista Judiciário – Área Judiciária Apolo, auditor empregado da empresa de auditoria externa Fenix S/A, foi dispensado por justa causa diante da alegação de desídia no desempenho das suas funções. O trabalhador pretende ajuizar reclamatória trabalhista questionando o motivo da rescisão e postulando o pagamento de verbas rescisórias e horas extraordinárias não remuneradas. No caso, trata-se de empregador que promove realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho. De acordo com as regras de competência territorial Apolo deverá ingressar com a ação: (A) Somente no local da prestação de serviços. (B) No foro de celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. (C) Não havendo regras na Consolidação das Leis do Trabalho sobre a matéria, poderá escolher qualquer comarca do Estado em que tem seu domicílio. (D) No foro de eleição previsto no contrato de trabalho firmado entre as
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