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Direito Civil l – Parte Geral (Dependência)
Av1
Aluna: Sabrinny da Silva Gomes
Resumo sobre os elementos do negócio jurídico e resumo sobre nulidade e anulabilidade do negócio jurídico.
Em todo ato jurídico, temos três espécies de elementos: os essenciais, os naturais e os acidentais.
 Elementos essenciais são aqueles sem os quais o negócio jurídico não pode existir, transformando-se em outro. Assim, na compra e venda, são elementos essenciais a coisa, o preço e o consentimento. Se não houver consentimento, poderá ocorrer desapropriação de coisa particular pelo Estado, mas não compra e venda (art. 482 do CC).
Há certos elementos essenciais que são básicos para todos os atos jurídicos: O sujeito capaz, o objeto lícito e a forma permitida ou não proibida por lei.
São elementos naturais do negócio os que existem em geral em certos negócios jurídicos, sem serem, todavia, imprescindíveis para a sua realização. Por exemplo, a garantia contra a evicção (responsabilidade do vendedor no caso de algum terceiro reivindicar do comprador a coisa comprada) ou responsabilidade no caso de vícios redibitórios (vícios ocultos) (art. 441 e 447 do CC) no caso de compra e venda.
Os elementos acidentais são as estipulações facultativas introduzidas pelas partes no negócio jurídico, como, por exemplo, a cláusula penal, a condição (fato futuro e incerto), o termo (fato futuro e certo) ou o encargo.
2- Devemos distinguir inicialmente a nulidade da anulabilidade dos atos jurídicos. O ato jurídico nulo é o que não chega a se formar em virtude de ausência de um elemento básico que é a declaração de vontade consciente. O ato jurídico anulável é o que se constitui com um defeito ou vício em virtude do qual a parte interessada pode pleitear judicialmente a sua ineficácia.
São nulos os atos praticados por pessoas absolutamente incapaz sem a intervenção do seu representante, os que tenham objeto ilícito, ou jurídica ou fisicamente impossível ou indeterminável o seu objeto, os que tenham motivo ilícito determinante, comum com ambas as partes, os que não revistam a forma prescrita em lei, ou nos quais falte uma solenidade considerada por lei essencial para a validade do ato e ainda aqueles que a lei taxativamente declara nulos. (Art.166 do CC)
Quanto ao objeto ilícito, um contrato de herança de pessoa viva é um exemplo de ato nulo de pleno direito. Quanto ao objeto impossível, podemos fazer referência a um contrato em que uma das partes se obrigasse a tocar o céu com o dedo.
São atos nulos, por não revestir a forma prescrita em lei, um testamento particular que seja assinado pelo testador e por uma testemunha em vez de duas, como a lei exige (art.1.864 do CC); um pacto antenupcial lavrado por instrumento particular, em vez de escritura pública (art. 256 do CC).
As nulidades podem ser alegadas por qualquer interessado, pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir, e pronunciadas pelo juiz, independentemente da alegação das partes (art. 168 do CC)
O ato nulo não tem efeitos jurídicos, isto é, não produz os efeitos desejados pelas partes na sua declaração, podendo, todavia, as circunstâncias desta declaração ter outras consequências jurídicas. Assim, a venda de um bem por quem não é o seu proprietário é nula, mas, se o adquirente ficou na posse mansa e pacífica do bem, por certo tempo, poderá adquirir a sua propriedade por usucapião. Na realidade o ato não produziu os efeitos desejados pelas partes, a transferência da propriedade por alienação. O que ocorreu foi uma situação de fato, a posse do adquirente com consequências jurídicas próprias, o usucapião.
A nulidade propriamente dita, também chamada por alguns nulidade absoluta, é um caso de ineficácia total, não podendo o ato nulo convalescer pelo decurso do tempo ou ser ratificado posteriormente pelas partes. A lei não autoriza o juiz a suprir as nulidades mesmo a requerimento das partes (art. 168, parágrafo único, do CC).
A nulidade pode ser total, quando abrange todo o ato jurídico, ou parcial, quando alcança apenas parte dele. 
A nulidade pode ser originária, quando a data da constituição da relação jurídica (quando uma das partes é absolutamente incapaz e não está sendo representada por quem de direito), ou sucessiva, também denominada caducidade, quando algum fato posterior torna caduco o ato que antes era válido e perfeito (o testamento feito por quem não tinha descendentes fica caduco com o nascimento de um filho) (art.1.973 do CC).
As anulabilidades são relativas; só podem ser alegadas por certas pessoas, admitindo ratificação pelas partes interessadas e convalescendo com o decurso do tempo, em virtude da prescrição das ações anulatórias.
São causas de anulabilidade a incapacidade relativa do agente e os vícios resultantes de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. Também é anulável o ato em que não interveio uma das partes interessadas cuja autorização era necessária para plena validade do ato. Exemplificando, no caso de penhor de máquinas, é necessária a autorização do locador do prédio em que se encontram sob pena de anulação da garantia, ou de ineficácia da mesma em relação ao locador.
Se as nulidades decorrem de preceitos de ordem pública, no caso das anulabilidades resguardam-se interesses privados da parte prejudicada, que pode pedir anulação do ato praticado em que não houve expressão correta de sua vontade consciente.
As anulabilidades não podem ser pronunciadas de ofício pelo juiz e não afetam o ato e os seus efeitos jurídicos enquanto não decretada a anulação por sentença.
A ação de anulação de negócio jurídico por vício de vontade está sujeita à decadência decorrido o prazo de quatro anos (art. 178 do CC), contado, no caso de coação, a partir do dia em que ela cessar; no caso de erro, dolo, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores, do dia em que se realizou o negócio jurídico; no caso de incapacidade, no dia em que se tornou capaz.
O prazo decadencial de quatro anos só se aplica in agendo, ou seja, quando alegado pela parte interessada como autor da ação; para sua defesa; in excipiendo, tem o interessado prazo igual ao da ação do contrato.
Diziam os romanos que as ações eram temporárias para serem intentadas e perpétuas como meio de defesa, pois o prazo em que podem ser alegadas, em defesa, corresponde ao prazo em que a outra parte pode vir a juízo exigir os seus direitos com base no contrato.
Os atos anuláveis são suscetíveis de ratificação, que pode ser expressa ou tácita, sendo desta última natureza quando a parte prejudicada, ciente do vício de vontade, dá início ao cumprimento do contrato ou continua a executá-lo.
Casos distintos da nulidade e da anulabilidade são os de rescisão, revogação e resolução.
Rescisão é o desfazimento do negócio jurídico por vontade das partes ou por declaração judicial. Revogação é o desfazimento nos negócios jurídicos unilaterais. Resolução é o desfazimento quando houver pendente condição ou encargo não cumprido.
Na nulidade e na anulabilidade existe um vício do ato jurídico de menor ou maior importância que impede a produção de efeitos normais do ato no campo jurídico. Nos casos de rescisão, revogação e resolução, o ato jurídico é perfeito, não tem vício algum, mas um ato posterior modifica ou exclui os efeitos jurídicos do ato anterior.
Bibliografia:
Wald, Arnoldo (2009). Direito Civil, introdução e parte geral. Vol. 1 - Editora Saraiva.
Direito Civil l – Parte Geral (Dependência)
Av2
Aluna: Sabrinny da Silva Gomes
Resumo sobre prescrição e decadência.
Prescrição
O tempo exerce importante influência sobre as relações jurídicas, criando e extinguindo direitos. A prescrição surgiu no direito romano, na época das Leis das XII Tábuas, como medida de defesa pela qual o possuidor defendia a sua posse, admitindo-se que o simples decurso do tempo pudesse transformá-lo em proprietário, quando adquirira o bem mancipi sem as solenidades exigidas pela legislação então vigente.
O direito distinguiu posteriormente três espécies de efeitos do decurso dotempo sobre as relações jurídicas, tratando de modo diverso a prescrição aquisitiva ou usucapião, instituto próprio do direito das coisas, e a prescrição liberatória ou extintiva, também denominada simplesmente prescrição e a decadência, meios de defesa que se aplicam em todos os ramos do direito. Se todas elas dependem de decurso do tempo de inércia do titular do direito, é evidente que os seus efeitos e o campo de aplicação dos diversos institutos são diferentes, necessitando, pois, de regulamentação distinta, como ocorre no Código Civil, no qual a prescrição é regulada no fim da Parte Geral (arts. 189 a 206 do CC) do mesmo modo que a decadência (arts. 207 a 211), enquanto o usucapião, considerado como meio de aquisição da propriedade, é objeto de regulamentação nos arts. 1.238 a 1.244 (propriedade imobiliária) e 1.260 a 1.262 (propriedade móvel) todos do CC.
A prescrição e o usucapião têm as suas origens no direito romano, tendo superado a hostilidade e as reservas, que lhes opôs o direito canônico, com fundamento moral e encontrando-se atualmente consagrados em diversas legislações.
A base da prescrição extintiva é a inércia do titular do direito durante um certo prazo, que é fixado por lei e cujo decurso importa perda da ação judicial própria.
A doutrina brasileira, seguindo o exemplo do Código Civil alemão, distingue a prescrição da decadência, considerando que os prazos fatais (ou de decadência) não se interrompem, nem se suspendem. Como o Código Civil de 1916 não fazia referência a tal distinção, coube a jurisprudência e à doutrina encontrar o critério de diferenciação entre os prazos prescricionais e os de decadência.
Sempre que houver direito subjetivo ao qual corresponda um dever jurídico de outrem, há possibilidade de lesão, o prazo de convalescença é prescricional. Tratando-se, ao contrário, de uma faculdade, o prazo estabelecido é fatal, ou seja, prazo de decadência.
Analisando a prescrição, os romanistas nela vira um modo de extinção das ações que, de modo indireto, viria afetar a própria existência dos direitos. Os autores mais modernos insurgiram-se contra esta possibilidade de existência de um direito sem ação. A doutrina contemporânea considera a prescrição como decurso do tempo que faz convalescer uma lesão de direito no interesse social. Assim sendo, o que prescreve não é o direito em si, mas a lesão ao direito.
Nos prazos prescricionais, o momento a partir do qual se conta o decurso do tempo é o da lesão do direito, se um devedor não paga o quantum devido na época fixada, o prazo é prescricional passa a correr a partir dessa data.
Não pode haver renúncia à prescrição antes de decorrido prazo estabelecido por lei, podendo a renúncia posterior ser expressa ou tácita. É tácita quando o beneficiário da prescrição pratica atos incompatíveis com a prescrição, paga parte do débito prescrito. A renúncia à prescrição não pode prejudicar terceiros (art.191 do CC).
Tanto pessoas físicas como as jurídicas estão sujeitas aos efeitos da prescrição. Os relativamente incapazes têm ação contra os seus assistentes ou representantes legais que derem causa à prescrição (art.195 do CC). É uma aplicação do princípio básico da responsabilidade civil que encontramos no art. 186 do CC.
A lei esclarece, ainda que a prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu herdeiro, tendo a jurisprudência e a doutrina interpretado os termos usados pela lei, a fim de aplicar o princípio da accessio temporis (a soma do prazo prescricional com o que fluiu anteriormente) ao sucessor a título universal e a título singular, ao cessionário ou ao legatário.
A prescrição interrompe-se e suspende-se nos casos taxativos enumerados pela lei. Na interrupção, o prazo anterior não é computado, enquanto na suspensão, soma-se o prazo anterior ao início da suspensão com o período posterior à ocorrência da causa ou do fato que se fez terminar a suspensão. Assim, se o prazo prescricional é de cinco anos e decorreram dois anos a partir da lesão do direito, havendo uma interrupção, será necessário para que ele se complete mais cinco anos após a interrupção. No mesmo caso, havendo uma suspensão por um ano, soma-se o período anterior ao início da suspensão (dois anos) e o posterior ao fim da suspensão de modo, que três anos após o fim da suspensão do prazo prescricional, ocorrerá a prescrição. Na suspensão soma-se os períodos anteriores e posteriores, enquanto na interrupção inicia-se nova contagem após o ato que interrompeu o curso prescricional.
A lei estabelece um prazo geral de prescrição e prazos especiais. O prazo geral de prescrição é de dez anos, quando a lei não tenha fixado prazo inferior (art.205). Os prazos especiais de prescrição estão elencados no artigo. 206 do CC.
Decadência 
A decadência ocorre quando não existe dever jurídico do sujeito passivo que não tenha sido cumprido, ocasionando uma lesão do direito, mas tão-somente faculdade que pode ou não ser exercida, durante um certo prazo fixado pela lei.
Enquanto a prescrição não corre contra certas pessoas e se suspense e se interrompe, o prazo de decadência corre contra todos e não se suspende, e nem se interrompe. O prazo de decadência implica extinção do direito e deve ser reconhecido pelo juiz ex officio, independentemente de invocação pelas partes interessadas, quando estabelecida por lei (art.210). No caso da convencional, somente as partes podem alega-la (art. 211).
O Código Civil regulou a decadência nos artigos. 207 a 211. Assim o próprio código estabelece a distinção entre prescrição e decadência, pois prevê expressamente, os casos de prescrição no art. 206, parágrafo 1 ao 5.
Desse modo, os demais prazos são decadenciais, como por exemplo, os que fluem para anulação de negócio jurídico (art.178), ou ainda na hipótese dos artigos. 179 e 516 do CC. São também casos de decadência os previstos nos artigos. 26, 45, parágrafo único, 48, parágrafo único, 119, parágrafo único, 178, 179, 445,495, 504,505,513, parágrafo único, 559, 618, parágrafo único, 745, 1.078, 1.122, 1.302, 1.555, 1.560.1.649, 1.815, parágrafo único, 1.859 e 1.909, parágrafo único.
A decadência não se suspende e nem se interrompe, salvo disposição legal (art. 207 do CC). É nula a renúncia à decadência prevista em lei. Todavia, caso seja ela estabelecida pelas partes, sua renúncia será admitida (arts. 209 e 211 do CC). Contrariamente à prescrição, a decadência deve ser conhecida de ofício pelo juiz, desde que estatuída por lei.
Bibliografia:
Wald, Arnoldo (2009). Direito Civil, introdução e parte geral. Vol. 1 - Editora Saraiva.

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