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Resenha da República de Platão

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Resenha da República de Platão
10/03/2013 POR FELIPE PIMENTA DEIXE UM COMENTÁRIO
 
 
A política e o mito em Platão
O filósofo Eric Voegelin analisou a obra a República, de Platão, na sua obra Ordem e História. Primeiramente Sócrates busca definir o que é um filósofo de verdade. Para ele, o verdadeiro( ALETHINOS) filósofo é o homem que ama olhar com admiração(PHILO THEAMONES) para a verdade. Aqueles que conseguem ver o “um” nas “muitas” coisas são os verdadeiros filósofos. Voegelin prossegue: apenas o conhecimento do “ser em si mesmo” pode realmente pretender o título de conhecimento(EPISTEME); o conhecimento do ser na multiplicidade das coisas é opinião(DOXA).
A humanidade requer uma teoria verdadeira, pois um homem com uma teologia falsa é um homem não verdadeiro. Estar enganado na alma sobre o ser (PERI TA ONTA) verdadeiro significa que a própria mentira (HOS ALETHOS PSEUDOS) tomou posse da parte mais elevada da pessoa (382). Para a teologia ser verdadeira, Platão destaca duas regras:
1-Deus não é o autor de todas as coisas, mas apenas das coisas boas.
2- Os deuses não enganam os homens em palavras ou atos.
A filosofia para Platão é acima de tudo um ato de salvação para si mesmo e para os outros, e também um ato de julgamento. Para Voegelin, a filosofia de Platão não é uma filosofia, mas a forma simbólica que uma alma Dionisíaca expressa sua ascensão para Deus.
Em seus primeiros anos, Platão ainda estava próximo da concepção Socrática de virtude que é o conhecimento. Agora encontramos uma Sophia que é nutrida pela parte racional da alma, o LOGISTIKON, presente em todos os homens, que só é despertado quando a sabedoria prevalece sobre as paixões.
Ao todo são quatro as faculdades do conhecimento: EIKASIA, PISTIS, DIANOIA e NOESIS ou EPISTEME. A constituição transcendental da alma pode ser alcançada quando um homem percorre as formas de conhecimento, quando ele ascende do domínio das sombras(EIKASIA) para o domínio das ideias(EPISTEME), e por fim, para a visão do próprio AGATHON( aquilo que dá aos objetos do conhecimento a sua verdade a ao conhecedor o poder de conhecer).
A oposição do filósofo aos poetas deve-se ao caráter mimético da sua obras. A mimesis é repreensível por duas razões, segundo Platão: a imitação não é o original e o filósofo está em busca do original, da ideia; em segundo lugar o imitador e sua obra é o terceiro grau de afastamento( 596-597). A Paideia do filósofo luta contra a Paideia do mito. Em Sócrates, a alma do homem encontrou a si mesma. Depois de Sócrates, nenhum mito é possível.
Agora Platão nos narra o seu mito da caverna. Voegelin diz que o mito prepara o conhecimento da PAIDEIA. A educação de um homem é incompleta se ele não experimentou a verdade da alma, a PERIAGOGE. Depois do homem ser solto da caverna e ter experimentado a contemplação divina, ele quer ficar lá para sempre(517). Esse homem( filósofo) que experimentou a eudaimonia irá sentir-se inclinado a permanecer na contemplação e não irá querer voltar para os seus companheiros prisioneiros. Haveria então a tentação de esse filósofo tornar-se apolítico. Mas ele deve descer e sacrificar-se à polis.
Ele então desce( KATABATEON). Sócrates desceu para ajudar os prisioneiros da caverna e consegue discernir as sombras(EIDOLA) das coisas reais. Como o filósofo viu o AGATHON, a polis sob seu comando será governada com uma mente desperta( HYPAR) em vez de ser conduzida como as outras Pólis como num sonho(ONAR) (520).
A Pólis é boa quando o LOGISTIKON predomina na alma. Ela é uma timocracia quando o PHILOMIKON predomina; e é uma oligarquia quando as paixões do EPITHIMETIKON e do PHILOCHREMATON predominam.Platão analisa também a transformação da alma democrática para a despótica.Em sonhos, a parte ruim da personalidade lança-se em assassinatos, incesto e perversões. O homem sábio conhece essa possibilidade, e então não dormirá antes de ter despertado o LOGISTIKON em sua alma. Ele não permitirá a oscilação de seus desejos para que a contemplação não seja perturbada. O seu sono não será perturbado por sonhos ruins( 571). Já o homem despótico irá deixar-se dominar pelos seus apetites e a volúpia de seus sonhos irá dominá-lo em sua vida desperta.
Por fim, há o destino da alma. Ela não pode ser destruída por seus próprios males, sendo duradoura e imortal(609), e como é imortal sua natureza é semelhante ao divino.

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