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ANÁLISE DE RISCO NA ATIVIDADE DE TESTE HIDROSTÁTICO EM TUBULAÇÃO ENTERRADA EDINEIA CRISTINA DE FREITAS CORDEIRO (UNIVERSO ) CHRISCORDEIROBH@HOTMAIL.COM Helder Henrique Lima Diniz (UFPE ) helder.diniz@terra.com.br Wagner Barbosa dos Santos (UFPE ) wagner_b_santos@hotmail.com Enrique Lopez Droguett (UFPE ) ealopez@ufpe.br Nos últimos anos, as empresas de construção tem aumentado a preocupação com os requisitos de segurança e saúde de seus trabalhadores, devido aos inúmeros cenários de perigo encontrado nas obras. Dentre os vários ramos de atuação da construção, temos as obras de construção e montagem de dutos terrestres. Neste ambiente, buscam-se continuamente técnicas de análise de risco eficaz que possam levantar os eventos indesejáveis e propor medidas de controle evitando assim atrasos ao projeto, perdas materiais, impactos ao meio ambiente e principalmente danos as pessoais envolvidas. O objetivo deste trabalho é realizar análise dos riscos, da atividade de teste hidrostático de uma das linhas de dutos, a qual interligará a refinaria em construção ao terminal de armazenamento e de transporte, bem como a área portuária no litoral sul do estado de Pernambuco. Nesta análise, foram empregadas às técnicas FMEA (Failure modes and effects) e HAZOP (Hazard and operability studies) e utilizada à ferramenta da qualidade, Ciclo do PDCA (Plan, Do, Check, Action), para o gerenciamento os processos de análise. A junção das técnicas, análise de risco e qualidade, propõe uma nova metodologia para o processo de análise e avaliação dos riscos. A partir da proposta do uso do Ciclo do PDCA para gerenciamento das análises de risco foi selecionada a linha de dutos, aplicada às técnicas e elaboradas as planilhas FMEA e HAZOP como resultado deste trabalho, sendo levantadas as medidas de controle existentes, bem como, proposta de novas medidas de controle. Palavras-chaves: Análise de risco, FMEA, HAZOP, Ciclo do PDCA XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 2 1. Introdução Com o crescimento no segmento da indústria da construção e o aumento expressivo das obras em todo o país ao longo dos últimos anos, surgiram inúmeras preocupações com os requisitos de segurança e saúde dos trabalhadores deste setor. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o setor de construção é um dos setores mais perigosos. Inserido neste cenário de construção tem-se as obras de dutos terrestres que é tida como uma obra horizontal, a exemplo da construção de estradas. Os dutos terrestres são utilizados para transporte de grande volume de petróleo e os seus derivados, dentre outros produtos, por longas distâncias de forma mais eficiente e segura. O grande avanço tecnológico tem permitido um maior controle operacional, tornando este tipo de modal também utilizado para transportar gás natural, os chamados gasodutos. O modal dutoviário se destaca dos rodoviários e ferroviários por permitir maior agilidade, segurança, capacidade de fluxo e baixa flexibilidade. Neste ambiente, tem-se verificado a busca contínua pela execução segura das atividades, sendo empregados esforços para evitar a ocorrência de eventos indesejáveis que possam acarretar em atrasos no projeto, perdas materiais, impactos ao meio ambiente e principalmente danos pessoais. Quando um acidente ocorre são inúmeras as consequências. Nos acidentes, com uma ou mais vitimas, devem ser considerados os gastos com pagamento do acidentado enquanto estiver impossibilitado de executar sua atividade e caso tenha sofrido lesão incapacitante deve ser previsto o pagamento de indenização, conforme previsto em lei. Dentre as etapas de uma obra de dutos terrestres são inúmeros os cenários de risco que se encontra. Para este trabalho será analisada, especificamente a etapa do teste hidrostático da tubulação, que possui um alto potencial de dano. Segundo Quaresma (2007), o teste de pressão serve para provar a integridade da tubulação. A pressão do teste hidrostático é normalmente igual a 1,5 vezes a pressão de projeto. Em alguns casos, pode ser maior. Segundo Oliveira (2009), riscos relacionam-se a condições que, caso venham a ocorrer, podem comprometer ou impedir a realização de um dado projeto, isto é, um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. Portanto, uma análise adequada e eficaz dos riscos das atividades realizada, poderá assegurar o cumprimento deste requisito previsto na Constituição. XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 3 Existem algumas técnicas utilizadas na análise dos riscos, como Análise Preliminar de Risco (APR), que é boa para identificar os riscos e recomendar medidas, porém não é eficiente para um controle direto, pois se trata de uma análise inicial qualitativa a qual tem seu desenvolvimento na fase de projeto e desenvolvimento de um processo, de um produto ou de um sistema. Para realizar uma análise mais profunda para a fase de operação dever-se-ia associá-la a técnicas complementares como Análise por Árvore de Falhas e Análise por Árvore de Eventos. Ao buscar técnicas mais aprofundadas para esta análise qualitativa dos perigos/riscos, identificou-se o método da Análise dos Modos Falha e Efeitos - FMEA (Failure modes and effects), que segundo Zambrano e Martins (2007), a FMEA consiste em identificar as falhas prováveis em projetos ou processo, estabelecer as prioridades para o tratamento das falhas e implementar as ações recomendadas. Para auxiliar esta análise dos modos de falha e efeitos, será aplicado o Estudo dos Perigos e da Operacionalidade - HAZOP (Hazard and operability studies). De acordo com Florence e Calil (2005) é, técnica sistemática para identificar perigos e problemas operacionais. Envolve uma visão detalhada da operação do produto, focalizando os possíveis desvios dos processos operacionais. Desta forma, serão ajustados os métodos de análise de risco escolhido, FMEA e HAZOP, a utilização da ferramenta da qualidade Ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Action), que irá gerenciar todo o processo de análise de risco na atividade de teste hidrostático. Encontra-se na ferramenta da qualidade este suporte para garantir a eficácia da análise, pois segundo Gomes e Mattioda (2011), o Ciclo PDCA é uma ferramenta de qualidade que facilita a tomada de decisões visando garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência dos estabelecimentos e, embora simples, representa um avanço sem limites para o planejamento eficaz. Pode-se encontrar a aplicação desta técnica de análise de risco em varias literaturas, como a de Florence e Calil (2005), onde aplicou o FMEA para uma nova perspectiva no controle dos riscos da utilização de tecnologia médico-hospitalar. Por outro lado, Zambrado e Martins (2007) propôs a aplicação da FMEA para avaliação do risco ambiental. Calixto (2006) realizou uma avaliação das técnicas de gerenciamento de risco na indústria do petróleo, onde apresentou o uso da técnica proposta. Silva (2008) aplicou análise de risco baseada na ferramenta FMEA em um gerador de vapor. Já Gomes e Mattioda (2011), realizou um ajustedo Ciclo PDCA as técnicas de prevenção e controle de perdas em segurança do trabalho. XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 4 Pelo exposto, o presente trabalho visa realizar uma avaliação das condições de segurança na atividade de teste hidrostático de uma obra de dutos, a qual interligará a refinaria em construção ao terminal de armazenamento e de transporte, bem como a área portuária no litoral sul do estado de Pernambuco. O trabalho foi realizado sob dois pontos, o primeiro foi da elaboração da planilha FMEA, que serviu como base para segunda etapa, concretização do HAZOP da atividade de teste hidrostático. 2. Metodologia Para a realização das análises de risco proposta para este trabalho, foi utilizada a Ferramenta da Qualidade, PDCA, no intuito de gerenciar todo o processo de análise. Está fusão de técnicas, análise de risco e qualidade, busca propor uma nova metodologia ao processo de gerenciamento dos riscos. Nas Figuras 1 e 2, abaixo, são apresentadas as relações entre as duas Técnicas de Análise de Risco que foram abordadas neste trabalho, e suas correlações com cada etapa do Ciclo do PDCA. A técnica FMEA deve ser aplicada a todos os prováveis modos de falhas dos processos escolhidos. Figura 1 – Técnica FMEA x Ciclo do PDCA Fonte: Adaptação, Gomes e Mattioda (2011) XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 5 (P) Planejamento – Nesta etapa definir o duto em que esteja sendo realizado o teste hidrostático, para que seja realizado o levantamento dos componentes do sistema e suas respectivas funções através do procedimento escrito; (D) Execução – Deve ser realizada a aplicação dos potenciais modos de falha do processo, através da técnica de brainstorming com a equipe envolvida no teste. (C) Verificação – Após levantamento dos modos de falha, realizar a verificação dos efeitos e sua interação com os demais componentes do sistema. (A) Ação – Nesta etapa, deve ser realizada a análise das consequências geradas pela falha individual ou combinada, sendo proposta medidas de controle do risco e de emergência e apresentada a planilha concluída. Para o estudo dos riscos através do Hazop, será aplicada nos nós de processo selecionado para que os riscos sejam avaliados e as medidas de controle e controles de emergências sejam estabelecidas. Figura 2 – Técnica HAZOP x Ciclo do PDCA Fonte: Adaptação, Gomes e Mattioda (2011) (P) Planejamento – Deve ser selecionada a etapa do processo com probabilidade da ocorrência do dano e que tenha interação com o homem, para que sejam aplicadas as palavras guias; XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 6 (D) Execução – Após o levantamento dos desvios e preenchimento do formulário proposto deve ser realizada a análise das causas básicas, através da técnica de brainstorming realizado com aos responsáveis da área e da experiência da equipe de segurança da área. (C) Verificação – Realizar avaliação qualitativa das consequências dos desvios encontrados. (A) Ação – Nesta etapa, deve ser realizada a proposta medidas de controle do risco e de emergência para os desvios levantados e apresentada a planilha preenchida. 3. Estudo de Caso: análise de risco na atividade de teste hidrostático em tubulação enterrada 3.1. Caracterização da empresa O presente estudo de caso foi realizado em um Consórcio formado por duas conceituadas empresas de médio porte no mercado de Construção Civil e Óleo & Gás. O escopo do projeto deste Consórcio é construção de faixa de dutos, tubovias, montagem de bombas, serviços e acessórios de interligações de braços de carregamento em píeres, emissário submarino e fibra óptica. 3.2. Aplicação da Técnica FMEA x Ciclo do PDCA 3.2.1. (P) Planejamento Para aplicação da Técnica FMEA dentre as 13 (trezes) linhas de dutos que foram montadas para transporte do Petróleo e seus derivados, escolheu-se a linha Diesel 50, pois era a linha que estava sendo testada no período de execução deste trabalho. Uma equipe multidisciplinar, composta por Supervisor de segurança, Inspetor de dutos, Encarregado do teste hidrostático e um Técnico em mecânica, iniciou a identificação dos processos a serem analisados pela técnica FMEA. Dentre os processos citados no procedimento foram analisadas duas etapas do processo de execução do Teste Hidrostático, sendo estas: o teste de resistência mecânica e teste de estanqueidade. O teste de resistência mecânica visava verificar a integridade estrutural e resistência mecânica da linha de Diesel 50, assim como aliviar as tensões do duto oriundas da montagem. Já o teste de estanqueidade visava garantir que a linha de Diesel 50 estava isenta de vazamentos. 3.2.2. (D) Execução XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 7 Para o levantamento dos potenciais modos de falha do teste hidrostático da linha de Diesel 50 utilizou-se da técnica de brainstorming. Durante a reunião foi exposto pelos participantes vários possíveis modos de falha. Após uma revisão das ideias, permaneceram os seguintes modos de falhas para cada etapa do processo analisado: a) Etapa do teste de resistência mecânica: (1) Variar vazão de enchimento da linha; (2) Aplicar material de cobertura insuficiente na cabeça de teste; (3) Interromper o funcionamento da bomba de alta pressão; (4) Romper das Mangueiras de alta pressão; (5) Aplicar pressão maior que a necessária; (6) Vazar água pelo flange; b) Etapa do teste de estanqueidade: (7) Diminuir pressão além do especificado para o teste; (8) Vazar água por juntas soldadas; (9) Variar a pressão de início e término do teste. 3.2.3. (C) Verificação Após a realização do levantamento dos modos de falhas do processo de teste hidrostático, a equipe de estudo, através da técnica do brainstorming onde foram verificados os efeitos de cada modo potencial de falha, levando em consideração seus efeitos no sistema e ambiente, assim como sua interação com os demais componentes do processo. Todos os efeitos possíveis sugeridos por cada membro da equipe foram relacionados no quadro branco. Após a participação de todos, cada efeito relacionado foi analisado e os que foram considerados condizentes passou a ser relacionado na tabela de análise FMEA, Quadro 1. 3.2.4. (A) Ação Nesta etapa foram levantadas as medidas de controle do risco e de emergência existentes, bem como proposta medidas para aqueles onde foi verificada a ausência de medidas de controle. Foi observado que para o controle de emergência o Consórcio possui um procedimento específico, Plano de Resposta a Emergências (PRE), que contempla a hipótese acidentaria em atividades de teste hidrostático, assim como todos os recursos humanos, materiais e financeiros para atendimento a este tipo de emergência. Este procedimento é disponibilizado as equipes de teste hidrostático e todos os membros da equipe encontram-se treinados no mesmo. XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e DesenvolvimentoSustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 8 Abaixo é apresentado no Quadro 1 o resultado da análise de um dos modos de falha e efeito da atividade de Teste Hidrostático. Quadro 1– FMEA da atividade de teste Hidrostático da Linha de Diesel 50 Fonte: Pesquisa de Campo, (2013). 3.3. Aplicação da Técnica HAZOP x Ciclo do PDCA 3.3.1. (P) Planejamento Sabe-se que para uma análise eficaz do estudo do Hazop, este deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar. Este estudo com a participação de especialistas que possuíam a qualificação técnica necessária e que demonstraram interesse em participar deste trabalho. Sendo a equipe formada por 4 (quatro) profissionais, sendo: 1 (um) Supervisor de segurança, 1 (um) Inspetor de dutos, 1 (um) Encarregado de teste hidrostático e 1 (um) Técnico em mecânica. Na reunião, para o estudo do Hazop, foi realizada a análise do procedimento de teste hidrostático para linha de Diesel 50, onde foram selecionadas as etapas do processo, sendo: teste de resistência mecânica e teste de estanqueidade. XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 9 Estas etapas foram selecionadas para que se pudesse realizar a separação das palavras chaves do processo e a aplicação das palavras guias, visando à identificação de problemas operacionais ou perigos que resultassem de possíveis desvios no processo de execução das rotinas previstas no procedimento. A definição dos nós de estudo foi feita como sendo cada uma das principais instruções descrita no procedimento que se utilizavam do verbo no imperativo ou infinitivo. Cada instrução dessas foi dividida em palavras chaves que indicavam ações a serem realizadas pelos envolvidos na atividade. Para todas as palavras chaves indicadas, que são as variáveis de controle do processo, empregou-se as palavras guias. As variáveis de controle e as palavras guias foram empregadas nos três principais processos do teste de hidrostático, que foram os nossos nós de estudo e assim foram identificados os desvios. a) Nó 1 - Etapa do monitoramento de estabilização da linha com pressões que variavam de 50% a 99% da pressão de teste estabelecida para o teste de resistência mecânica. (1) Palavra-Chave: Volume de ar; (1.1) Palavra-Guia: Menor; (1.1.1) Desvio: Volume de ar menor que o estabelecido no procedimento; (2) Palavra-Chave: Pressão; (2.1) Palavra-Guia: Maior; (2.1.1) Desvio: Aplicar pressão maior que o estabelecido no procedimento; (2.2) Palavra-Guia: Menor; (2.2.1) Desvio: Aplicar pressão menor que o estabelecido no procedimento; (2.3) Palavra-Guia: Nenhuma; (2.3.1) Desvio: Não aplicar nenhuma pressão na linha. b) Nó 2 - Etapa do monitoramento do teste de resistência mecânica com 100% da pressão de teste estabelecida; (1) Palavra-Chave: Volume de ar; XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 10 (1.1) Palavra-Guia: Maior; (1.1.1) Desvio: Volume de ar maior que o estabelecido no procedimento; (2) Palavra-Chave: Pressão; (2.1) Palavra-Guia: Maior; (2.1.1) Desvio: Aplicar pressão maior que o estabelecido no procedimento; (2.2) Palavra-Guia: Menor; (2.2.1) Desvio: Aplicar pressão menor que o estabelecido no procedimento; (2.3) Palavra-Guia: Nenhuma; (2.3.1) Desvio: Não aplicar nenhuma pressão na linha. c) Nó 3 – Etapa do monitoramento do teste de estanqueidade com redução da pressão de teste para 90,2%. (1) Palavra-Chave: Volume de ar; (1.1) Palavra-Guia: Maior; (1.1.1) Desvio: Volume de ar maior que o estabelecido no procedimento; (2) Palavra-Chave: Pressão; (2.1) Palavra-Guia: Menor; (2.1.1) Desvio: Reduzir a pressão para um patamar menor que o estabelecido no procedimento; (2.2) Palavra-Guia: Nenhuma; (2.2.1) Desvio: Não aplicar nenhuma pressão na linha. 3.3.2. (D) Execução No prosseguimento da reunião, na etapa de execução, cada desvio levantado foi minuciosamente analisado quanto a sua possível causa. As causas prováveis, também foram levantadas através da técnica de brainstorming. Devido à experiência dos profissionais, que participaram no estudo do Hazop, com a execução da atividade de teste hidrostático o estudo segui de forma clara e objetiva. XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 11 Em cada palavra-guia de uma palavra-chave do Nó em análise, os participantes sugeriam sua provável causa que foram relacionadas no quadro branco. Após a segunda rodada de sugestões, cada causa sugerida era analisada por todos os participantes do grupo. Depois de eliminadas as que não condiziam, separavam-se as que seriam inseridas na planilha do Hazop. Esta sequência foi executada, para todas as palavras guias do Nó 1, Nó 2 e Nó 3. Todas as consequências levantadas pela equipe de estudo foram relacionadas no Quadro 2, abaixo. 3.3.3. (C) Verificação Seguindo a sequência prevista do estudo, para cada desvio levantado no Nó 1, Nó 2 e Nó 3 foram analisadas, através da técnica de brainstorming, suas prováveis consequências de forma qualitativa direta, onde foi de grande relevância as informações levantadas pelos profissionais técnicos, devido às experiências vividas. Nesta etapa, também foram utilizados relatórios de investigação e vídeos de acidentes envolvendo teste hidrostático. As consequências foram analisadas tanto do ponto de vista a segurança das pessoas e comprometimento da operação, como danos materiais e impactos ao meio ambiente. Todas as consequências relacionadas aos respectivos desvios foram relacionadas na planilha do Hazop, na coluna específica – Consequência, conforme apresentado no Quadro 2, abaixo. 3.3.4. (A) Ação Na etapa final do estudo, a equipe analisou os meios de proteção e atenuação dos perigos que existiam a fim de avaliar se os mesmos eram adequados e suficientes para assegurar a execução da atividade de teste hidrostático. Para os desvios que foram identificados sem medidas de controle, a equipe propôs medidas que pudessem garantir uma execução segura da atividade. Conforme já mencionado, para o controle de emergência o Consórcio possui um procedimento específico para resposta a emergências, que contempla a hipótese acidentaria envolvendo a atividade de teste hidrostático, assim como prevê todos os recursos: humanos, materiais e financeiros para atendimento a este tipo de emergência. Este procedimento é disponibilizado a equipe de teste hidrostático, estando todos os membros da equipe treinados no mesmo. É apresentado no Quadro 2 abaixo, como resultado proposto para o trabalho a aplicação e análise de uma das palavras guias em um dos Nós de estudo (Nó 1). XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 12 Quadro 2 – Hazop para avaliação dos perigos da atividade de Teste Hidrostático da Linha de Diesel 50 Fonte: Pesquisa de Campo, (2013) 3.4. Análise dos Resultados A utilização da ferramenta da qualidade, Ciclo do PDCA, para gerenciar a análise de risco através das duas ferramentas, FMEA e HAZOP,foi de fundamental importância na condução das reuniões do grupo de estudo. Todos os participantes tiveram conhecimento das etapas propostas para serem executas dentro do PDCA. As análises foram realizadas em 5 (cinco) reuniões, sendo 2 (duas) para análise FMEA, que consumiu 8 horas de cada participante e 3 (três) reuniões para análise Hazop, consumindo 12 horas de cada participante. Desta forma, as analises foram realizas em 20 horas de cada participante, ou seja, um total de 80 horas. A análise através da técnica FMEA levantou 9 (nove) modos de falha prováveis, sendo 6 (seis) na etapa do teste de resistência mecânica e 3 (três) no teste de estanqueidade, com 25 XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 13 (vinte e cinco) prováveis causas potenciais, que foram desde escolha inadequada de material a imperícia do operador. Todos os efeitos foram analisados segundo sua ação no sistema e em outros componentes, sendo 11 (onze) efeitos diretos no sistema e 8 (oito) em outros componentes. Os métodos de detecção identificados foram 4 (quatro), sendo a utilização equipamentos de medição e monitoramento, a parada do equipamento ou inspeção visual. Foram encontradas 23 (vinte e três) medidas de controle do risco e de emergência, o grupo de estudo sugeriu a implementação de mais 5 (cinco) medidas sendo: a) Aplicação de Lista de Verificação (LV) antes do início da atividade; (principalmente para os casos onde o modo de falha só é detectado pela inspeção visual do operador) – O responsável pela elaboração da LV será o inspetor de dutos; b) Aplicação de check list periódico na bomba de alta pressão; – O responsável pela aplicação do check list será o Encarregado do Teste Hidrostático; c) Realização de manutenção preditiva na bomba de alta pressão; – O responsável pela manutenção será o Técnico em mecânica; d) Controle dimensional da montagem do flange; – O responsável pela realização do controle dimensional é o Inspetor de dutos, que acompanhará toda montagem do flange. O estudo através da técnica de análise de risco Hazop foi divido em 3 (três) Nós de estudo. Para o Nó 1 foram aplicadas 2 (duas) palavras-chaves, que geraram 4 (quatro) palavras-guias, sendo respectivamente 4 (quatro) desvios. O Nó 2 (dois) teve a mesma quantidade de palavras-chaves, palavras-guias e desvios. O Nó 3 (três) teve 2 (duas) palavras-chaves e 3 (três) palavras guias. Vale ressaltar que não houve a palavra guia Menor, quando se tratou da palavra chave volume de ar, pois a condição ideal de operação é que não ocorra há na linha para realização do teste hidrostático. As causas foram analisadas chegando-se a um total de 9 (nove) causas básicas, as quais eram comuns em alguns dos desvios. Todas as consequências foram analisadas levando em consideração a possibilidade de lesão pessoal, dano ao patrimônio e impactos ao meio ambiente. Foram encontradas 8 (oito) medidas de controle já estabelecida e comum aos Nós de estudo, cabendo ainda a aplicação de outras propostas medidas. XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 14 a) Verificação para utilização apenas de conexões, válvulas e materiais compatível com a classe de teste. – O responsável pela verificação da classe de material a ser empregada no teste será o inspetor de dutos. Nesta análise também foram empregadas às novas medidas de controle levantadas como recomendação na elaboração da planilha FMEA. A elaboração das planilhas de análise de risco contribuiu para unir o conhecimento dos envolvidos na análise, identificando assim as variáveis de falha do sistema ou desvios da atividade de teste hidrostático de dutos terrestres, em uma análise mais aprofundada da tarefa. Uma vez que, a equipe só dispõe para realização da atividade da APR – Análise Preliminar dos Riscos. Os objetivos específicos deste trabalho de levantamento dos dados, identificação e análise dos potenciais modos de falha e desvios, utilização da ferramenta da qualidade na condução da análise, definição das medidas de controle, a análise dos resultados e aplicação das técnicas FMEA e Hazop foram atendidos de forma satisfatória. 4. Conclusão A aplicação das técnicas FMEA e Hazop, sendo gerenciadas pelo ciclo do PDCA comprovou a capacidade e abrangência da ferramenta da qualidade em gerenciar os processos de análise de risco. Estando as etapas das análises bem definidas pelo PDCA as reuniões foram objetivas e houve um grande aproveitamento do tempo da equipe de estudo. A construção da planilha por uma equipe multidisciplinar favoreceu a aplicação da técnica, pois a equipe possuía uma grande experiência na execução deste tipo de teste hidrostático e por também terem participado de várias outras análises de risco. Esta análise realizada, FMEA, foi à primeira análise deste tipo realizada no Consórcio, que poderá servir como instrução de segurança para o dia a dia da atividade. A planilha elaborada foi o resultado deste trabalho de pesquisa. A análise dos riscos realizada propôs ainda, mais 5 (cinco) medidas de controle para serem aplicadas à atividade de teste hidrostático. A análise realizada foi apresentada a Gerência de Segurança do Consórcio, como sugestão de implantação deste tipo de análise mais aprofundada aos próximos projetos. XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 15 Fica a sugestão para ser implantado o modelo proposto, análise de risco e ferramenta da qualidade, para as demais atividades operacionais do Consórcio. 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