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Obrigações: Definição; Fontes; Elementos; Classificação; Dar, Fazer, Não Fazer; Divisível e Indivisível; Solidárias

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Resumo para estudo. 
Clarcson Santana Maia de Medeiros 
 
Direitos das Obrigações 
 
 Relação jurídica entre duas pessoas, sempre uma relação de crédito e débito. 
 Também é chamado de direitos pessoais. 
Direitos obrigacionais, sempre há em ambos os polos as duas figuras a de credor e de devedor. 
Todos os contratos pertencem ao Direito obrigacional. 
Fontes das obrigações: 
Fontes indiretas: 
Atos ilícitos: art. 186 c/c art. 927, todos do CC. 
Aqui seria uma responsabilidade extracontratual. 
Negócio jurídico bilateral: 
Contrato. (duas ou mais vontades) 
Declarações unilaterais de vontades. (apenas uma vontade.) 
Aqui há uma responsabilidade contratual 
Títulos de créditos: são documentos que trazem em seu bojo, com caráter 
autônomo, a existência de uma relação obrigacional de natureza privada. 
Fonte Direta: 
Lei. 
Parte da doutrina acredita que é fonte direta das obrigações ou previsão legais. 
 
Elementos da Obrigação Civil 
São os pressupostos de existência da obrigação civil. Pressupostos sine qua non (sem o qual não existe). 
Elementos subjetivos: Existência de devedor (sujeito passivo) e credor (sujeito ativo). 
Elementos objetivos: 
Imediato: Prestação de dar, fazer, ou não fazer alguma coisa. 
Mediato: a prestação em si, a coisa, o dinheiro, o objeto. 
Elemento imaterial: Vínculo jurídico: elo que liga um devedor ao credor. Um contrato, a lei, etc. 
Should: debito -> cumprimento espontâneo da obrigação. 
Haftung: responsabilidade -> cumprimento forçado da obrigação. 
A prestação da obrigação moral não importa ao direito. Não há vinculo jurídico na prestação 
obrigacional moral. Ex de prestação moral: dar bom dia, ir à missa. 
 
Ao nascer a responsabilidade o credor poderá apenas ir atrás do patrimônio do devedor. 
Conceito de obrigação civil: relação jurídica que une o credor ao devedor, pelo qual o sujeito passivo vai se 
comprometer a dar, fazer ou não fazer alguma coisa, perante o sujeito ativo, e se não o fizer, nascerá a 
responsabilidade, que se trata da possibilidade de o sujeito ativo solicitar na justiça o cumprimento forçado da 
obrigação pelo sujeito passivo, que será garantido pelo seu patrimônio. 
 
Obrigações Civis: 
Obrigação moral: é aquela em que não há vínculo jurídico, havendo somente os sujeitos ativo e passivo e a 
responsabilidade obrigacional. Ex.: dar bom dia. 
Obrigações Civis: são aquelas em que há os sujeitos, a responsabilidade obrigacional, e o vínculo jurídico. 
Obrigação natural: 
É obrigação que também possui há sujeitos, responsabilidade e vínculo jurídico. 
Fica no meio termo entre a moral e a civil. 
Vínculos jurídicos: 
Somente representado pelo “should”, pelo cumprimento espontâneo. 
Desta forma ele também terá o direito do cumprimento espontâneo. 
Nunca aparecerá o “haftung”, a responsabilidade, e possibilidade de exigência desta obrigação 
na jurisdição. 
Nunca poderá ser exigido o cumprimento forçado. 
O não cumprimento espontâneo de uma obrigação natural, não cabe ao devedor repetir o indébito. 
Ex.: dívida prescrita. Aqui só há a should, a possibilidade de cumprimento espontâneo, uma vez que 
não há mais a possibilidade de realização da pretensão jurídica. 
Neste caso não há a possibilidade da repetição do indébito, pois era um débito, em outras 
palavras: se alguém devia algo que já tava prescrito e pagou, por mais que tivesse prescrito, 
não poderá solicitar que devolva o dinheiro (repetição do indébito ou repetitio indebiti), pois a 
dívida existia, o que não existia era a pretensão para cobrá-la, em suma, pagou porque quis. 
Se o devedor pagar a obrigação natural, surge para o credor a soluti retentio, e o devedor não poderá 
exigir a repetitio indebiti (devolução do dinheiro). 
Outros exemplos de obrigação natural: gorjeta, intermediação em algum negócio jurídico sem 
corretagem, dívida de jogos (art 814 do CC). 
 
Direitos patrimoniais 
Direitos reais (coisas): 
Relação jurídica entre pessoa e objeto. 
É numerus clausus (exaustiva). Os direitos reais são criados por lei. 
Efeitos erga omnes. Quando se é proprietário de um imóvel, é o proprietário perante todas as pessoas. 
O titular tem o direito de sequela: Possibilidade de o proprietário ir buscar (jurisdição e não autotutela) 
a coisa e reivindicá-la, nas mãos de quem a detenha, é uma ação imprescritível enquanto for 
proprietário, mas e o usocapião? No usocapião, ele já não é mais proprietário, desta forma não pode 
mais reivindicar. 
São os casos previstos em lei: penhor, hipoteca, anticrese, alienação fiduciária. 
Direitos obrigacionais (pessoais): 
Relação jurídica entre pessoas. 
Ilimitados, podendo se relacionar da forma que bem entender, pois o surgimento do direito pessoal, 
via de regra, só interessa aos dois, desde que lícito. 
É numerus apertus (exemplificativa). Não é exaustiva, e sim exemplificativa. 
Efeitos inter-partes. 
 
Os direitos obrigacionais e direitos reais coexistem. Há uma relação entre eles, como no caso de 
empréstimo mediante uma hipoteca de um bem imóvel, ou ainda em um empréstimo mediante alienação 
fiduciária, em caso da compra de um carro por exemplo. Nestes casos, há uma relação de direitos 
obrigacionais, entre as pessoas (física e jurídica), e há uma relação de direito real entre a pessoa jurídica e 
o bem móvel ou imóvel que está sendo dado em garantia para o cumprimento da obrigação pessoal 
firmada. Em casos em que há a garantia com um patrimônio bem móvel ou imóvel, não é possível a 
utilização do direito de sequela por parte do detentor da propriedade. 
Obs.: é possível a compra de um bem imóvel hipotecado, porém, junto com a posse do bem imóvel, com a 
compra o novo comprador adquire também a hipoteca do mesmo, desta forma, o adquirente de um imóvel 
hipotecado poderá vir a perder o imóvel, se o devedor não quitar a dívida. 
 
Obrigações reais 
 Se situam entre os direitos reais e os direitos pessoais. 
Também conhecidos como obrigações propter-rem (através da coisa) ou obrigações reipersecutórias 
(perseguir a coisa). 
Nesta o credor vira o devedor não por vontade, mas por ter uma relação jurídica com o objeto. 
Ex.: obrigação condominial. Tem que pagar o condomínio só por ter a posse daquele imóvel condominial. 
Não foi uma obrigação que ele desejou. Veio junto com o a relação. 
A partir de um momento que não tem mais a posse ou propriedade de um determinado objeto, deixa-se 
de ter a obrigação real, ou obrigação propter rem, e a nova pessoa que estiver na propriedade do objeto é 
que terá essa obrigação real, ainda que haja cobrança dessa obrigação real relacionada a período anterior 
à sua aquisição da propriedade do objeto. 
 Não se pode opor uma obrigação pessoal em relação ao condomínio. 
 Direito de vizinhança: também é direito real. 
 Obrigações com eficácia real: 
Esta permite que o credor vá atrás do objeto caso não haja cumprimento de uma obrigação. 
Pode ser um contrato de doação com cláusula de retorno: faz doação, com clausula dizendo que se 
o donatário falecer primeiro que o doador, a doação voltará ao patrimônio do doador. Neste caso 
ainda que haja uma nova relação obrigacional entre o donatário e outro terceiro, e o bem passe a 
fazer parte do patrimônio do terceiro, e o donatário venha a falecer, o doador do bem, que 
atualmente está em posse de terceiro, poderá ir atrás do bem, retornando este bem para o 
patrimônio do doador, e o terceiro deverá ir atrás dos sucessores do referido donatário, para 
solucionar o pro. 
Classificação das obrigações 
Pode ser feita de vários ângulos: 
 Quanto ao vínculo jurídico: 
 Civil: já vista 
 Moral: já vista 
 Naturais: já vista 
 Quanto ao objeto: 
 De dar: entrega de um determinado objeto. 
 De fazer: prestação de um serviço. 
Não fazer: obrigaçõesnegativas, comprometimento de se abster. 
 Liquidez: 
Líquidas: são aquelas certas quanto a existência e determinadas quanto ao objeto. 
São as únicas que podem ser exigidos o cumprimento. 
Ilíquidas: são aquelas que são certas quanto à existência e indeterminadas quanto 
ao objeto, necessitando a transformação em líquidas, isto é, a determinação do 
objeto para que possam ser exigidas. 
 Modo de execução: 
 Simples: são aquelas cuja prestação é única. Ex. pagar x, ao credor A. 
Cumulativas: são aquelas representadas por mais de um objeto (prestações), e o 
devedor só cumprirá a obrigação quando cumprir todas as prestações. São 
representadas pela partícula “E”. 
 Art 313, 314: 
Não se pode exigir do devedor outro objeto ainda que de menor 
valor, e nem do credor pode exigir que receba outro objeto ainda 
que que de maior valor. 
Se a obrigação é da prestação por inteiro, não se exige que se 
receba pelo credor parte desta, só se recebe inteiro. Não cabe 
consignação em pagamento de prestação que não seja inteira. 
Alternativas: são aquelas que embora haja mais de um objeto, o devedor cumpri a 
obrigação, cumprindo com apenas uma das obrigações. Representada pela 
partícula “OU”. Pode pertencer tanto ao devedor, quanto ao credor. 
Facultativas: é uma prestação são aquelas em que há um único objeto, porém, se 
não puder, por algum motivo, realizar aquela prestação, haverá a previsibilidade do 
cumprimento de outra obrigação. 
Ex1: se A contrata um carro de B, B tem que entregar o carro a A. porém, 
se não o puder fazer por um motivo específico, e assim estiver expresso no 
contrato, B poderá entregar uma moto. O carro ficaria “in obligatione” e a 
moto ficaria “in facultate solutione”. A obrigação não é de entregar a moto, 
e sim entregar o carro, mas por um motivo externo, o carro não pode ser 
entregue, e a moto, nesta situação, resolveria a obrigação. 
Tem que ter um motivo que vá dar a possibilidade de utilizar um “soldado 
de reserva”, neste caso, a moto. 
Ex2: se deixar um carro em uma concessionária para venda, e após um 
período não vender, a concessionária devolverá o carro. A devolução do 
carro não era a obrigação, e sim a venda, desta forma o dinheiro da venda 
o carro estaria “in oblicatione”, e a devolução do carro “in facultate 
solutione”. 
 De execução: 
Instantâneas: o momento de conclusão do contrato coincide com o momento de 
execução do mesmo. Quando nasce já são cumpridas. No momento que surge já é 
cumprida. 
Momentos do contrato: Conclusão (nascimento do contrato: acordo de 
vontades) e Execução (cumprimento das obrigações). 
Ex.: Compra e venda a vista, no momento que o contrato nasce, já se 
executa a obrigação. 
 
Diferidas: são aquelas que surgem em um contrato em que o momento de 
conclusão é um, e o momento de execução é outro. Ex. compras a prazo. 
Continuadas: são aquelas em que o momento de execução se protrai no tempo, 
isto é, será posterior, e serão vários. 
 Ex.: compra parceladas. 
 Elementos: 
 Puras: quando não tem nenhum empecilho quanto à sua eficácia. 
 Condicionais: quando tem um empecilho quanto a um evento futuro e incerto. 
 A termo: quando tem um empecilho quando a um evento futuro e certo. 
 Modais (encargo): quando com a obrigação há um ônus. 
 Pluralidade dos sujeitos: 
 Divisível: quando divisível for o seu objeto. 
Indivisível: quando indivisível for o seu objeto, ou ainda quando o bem for divisível, 
mas por alguma razão PREVISÃO LEGAL OU CONTRATUAL, estipula-se a 
indivisibilidade deste bem. 
 Quanto ao fim: 
De meio: são aquelas em que o devedor se compromete a ser diligente para tentar 
atingir determinado resultado, mas ainda que não atinja este resultado ainda não 
necessariamente surgirá a responsabilidade. Neste caso a responsabilidade será 
subjetiva. 
De resultado: nesta há o comprometimento de determinado fim. Ex. carro em 
oficina. Responsabilidade objetiva. 
 Ainda podem ser: 
Principais: são aquelas que buscam fundamento jurídico de sua validade dentro 
delas próprias. 
Acessórias: são aquelas que buscam fundamento jurídico de sua validade em 
outras obrigações. Segue a regrinha de que a obrigação acessória segue a principal. 
 
Obrigações de Dar. 
O Código Civil começa com as obrigações de dar. 
A obrigação de dar se traduz na obrigação da entrega de um determinado objeto. 
Para que haja o cumprimento da obrigação de dar, é necessário a existência desse objeto. 
Conceitos úteis: 
Perda do objeto: objeto não mais existir. 
 Deterioração do objeto: avaria, perda parcial do objeto. 
A transferência de propriedade de bens móveis: tradição, que é a entrega de determinado objeto. Art. 1267 
do CC. Desta forma, não se transfere com a realização do negócio jurídico, e sim pela tradição, entrega 
deste. Se vou a uma loja e compro algo, que só vai chegar daqui a 10 dias, a propriedade daquele objeto 
não é minha, e só será minha após ele ser entregue. Se vou em uma loja compro algo no crediário e levo o 
objeto para casa, a propriedade daquele objeto já é minha, ainda que eu não pague nenhuma das parcelas 
estabelecidas no contrato. 
A propriedade de bens imóveis só serão transferidas com o registro no cartório de bens imóveis. Art. 1245 
do CC. 
Obrigações de dar podem ser: 
 “Res perit in domino” – a coisa perece com seu proprietário. 
 Dar coisa certa: diante de objeto que é individualizado, particularizado. O objeto da coisa certa é infungível. 
Dar coisa propriamente dita: são as que existem em contratos de compra e venda. Há a 
transferência do objeto a ser entregue. São aquelas em que o objeto pertence ao devedor, e através 
da tradição, passa a pertencer ao credor. O objeto inicialmente pertence ao devedor. 
 Perda do objeto antes da tradição: 
Com culpa do devedor (art. 234, 2ª parte): nasce responsabilidade. O credor tem 
direito às perdas e danos. (art. 402). O credor poderá cobrar do devedor todo o 
prejuízo que lhe sobrevier, com o não cumprimento daquela obrigação. 
Sem culpa do devedor (art. 234, 1ª parte): não nasce responsabilidade. A obrigação 
estará extinta. A obrigação resolve-se. Isto significa que se houver adiantamento de 
valores, este tem que ser devolvido. Volta-se ao “statu quo ante”. O prejuízo da 
perda do objeto será do proprietário: “res perit in domino”. 
 Deterioração do objeto antes da tradição: 
Com culpa do devedor (art. 236): nasce responsabilidade. Pode-se arguir perdas e 
danos. 
O credor terá duas alternativas: 
Recusa o objeto deteriorado. + PeD. 
Aceita o objeto deteriorado abatido o equivalente à deterioração. 
+ PeD. 
 Sem culpa do devedor (art. 235): não nasce responsabilidade. 
O credor pode: 
Aceitar o objeto deteriorado com o abatimento proporcional no 
preço. 
Resolver (extinguir) a obrigação e não querer o objeto, uma vez que 
não fora comprado objeto deteriorado. As partes voltam ao statu 
quo ante. O objeto continua pertencendo ao devedor. 
OBS. do art. 237: Aos melhoramentos no objeto até antes da tradição, logo, o objeto ainda 
pertence ao devedor da obrigação, pode ser exigido um aumento do preço do objeto ao 
credor, que pode aceitar ou não esse aumento, uma vez que este não fora o objeto do 
negócio jurídico. Se não aceitar, a obrigação extingue-se, resolve-se, e ambos voltam ao 
“statu quo ante”. 
 
De restituir: são obrigações que não há transferência de propriedade. Oriundas, por exemplo, de 
contratos de comodato. O objeto, sempre vai pertencer ao credor. 
Perda do objeto antes da tradição (não há tradição, pois não há transferência de 
propriedade, e sim da posse, mas o código usa este termo.): 
Com culpa do devedor (art. 239): nasce responsabilidade. Cobrança de perdas e 
danos. 
Sem culpa do devedor (art. 238): não nasce responsabilidade. Obrigaçãoestá 
resolvida, extinta, resguardados os direitos do credor até o dia da perda. Statu quo 
ante. Prejuízo fica com o credor. “Res perit in domino.” 
Deterioração do objeto antes da tradição (não há tradição, pois não há transferência de 
propriedade, e sim da posse, mas o código usa este termo.): 
Com culpa do devedor: nasce a responsabilidade. Cobrança de perdas e danos. O 
credor pode aceitar o objeto ou pode rejeitar o objeto e a obrigação resolve-se. Em 
ambos os casos o credor pode exigir perdas e danos. 
Sem culpa do devedor: não nasce responsabilidade. O credor deverá aceitar o 
objeto da maneira em que se encontra para diminuir o prejuízo pela deterioração 
do objeto, uma vez que o prejuízo pertence ao proprietário e ele é o proprietário. 
OBS dos arts 241 e 242: em casos de melhoramento do objeto sem culpa do devedor, o credor 
lucrará com o melhoramento não sendo possível o devedor solicitar indenização. Se houver o 
melhoramento com culpa do devedor, isto é, ele realizar o melhoramento, será regido pelos casos 
das benfeitorias do CC. 
 Dar coisa incerta: quando o objeto pode ser substituído. O objeto é fungível. 
“Genus nunquam perit” – o gênero nunca perece. O devedor nunca poderá alegar perda ou 
deterioração do objeto antes da tradição, pois deverá arrumar outro, uma vez que é fungível. Desta 
forma, não importa a obrigação ser de dar coisa incerta propriamente dita ou de restituir coisa incerta, 
que independente da culpa ou não do devedor, ele deverá fazê-lo, não podendo alegar a perda ou 
deterioração sem culpa, tentando se eximir da obrigação. Art. 246. 
Toda obrigação pecuniária é obrigação de dar coisa incerta. 
Concentração ou escolha: momento em que o devedor vai no gênero e escolhe o objeto e disponibiliza 
para o credor. Apenas neste momento, a obrigação deixa de ser de coisa incerta e passa a ser coisa 
certa, e passa a ser tratado como tal para fins legais. Art. 245. 
A escolha é em regra do devedor, salvo quando o contrato disser diferente, não devendo entregar a 
coisa pior, e nem a melhor, logo, o critério é o mediano. Art 244. 
 
Obrigações de fazer 
 
Exige-se um comportamento do devedor. 
 Ex.: contrato de prestação de serviço: 
Ao devedor assiste o direito de não cumprir a obrigação. 
Se por conduta deliberada do devedor ele se recusa a fazer uma obrigação que era personalíssima, a 
consequência será apenas perdas e danos. 
Se divide em: 
 Obrigações de fazer fungíveis: Possibilidade de substituição do devedor. 
Descumprimento com culpa do devedor: perdas e danos. Possibilidade de requerer a 
execução específica ou a obtenção de um resultado prático equivalente, às custas do 
devedor, ou ainda a possibilidade de autotutela, isto é, poderá ele mesmo fazer, ou às suas 
expensas mandar fazer, e depois requerer em ação regressiva ressarcimento. (art. 249, e p. 
ú.) 
 Descumprimento sem culpa do devedor: resolve-se a obrigação (art. 248). 
Obrigações de fazer infungíveis (obrigações personalíssimas ou “intuito persone” – em razão da 
pessoa): Impossibilidade de substituição do devedor. 
 Pode ser em razão da pessoa ou em razão do contrato. 
Descumprimento com culpa do devedor: perdas e danos (art 247). Só poderá pedir 
indenização, sendo possível solicitar que haja o cumprimento forçado, mediante a 
instituição de astreintes, mas este pode pagar multa e não fazer. 
Descumprimento sem culpa do devedor: a obrigação está em resolvida, e não se fala em 
perdas e danos (art. 248). 
OBS.: As obrigações civis quando da morte do devedor, serão passadas para seus sucessores, na medida da 
herança. V ou F? Verdadeiro em parte, pois de fato as obrigações são repassadas para os herdeiros, exceto 
as obrigações de fazer personalíssimas ou infungíveis, pelo óbvio. Então a resposta é F. 
 
Obrigações de não fazer. 
 Quando o devedor se compromete a não fazer determinado ato. 
O inadimplemento se dará quando o devedor faz o ato que se comprometeu não fazer. 
Possibilidade de reversão do descumprimento da obrigação de não fazer: 
Inadimplemento da obrigação sem culpa do devedor: a obrigação estará resolvida, extinta. (art 
250) 
Ex.: realização de contrato entre vizinhos com a obrigação de não construir um muro maior 
que 1 metro. Prefeitura edita norma que diz que todos os muros têm que ser maiores que 
1,5 m. devido a imposição da norma municipal há a obrigação de construir um muro maior 
que um metro, o que acarretará no descumprimento da obrigação de não fazer. 
 Inadimplemento da obrigação com culpa do devedor: 
Se for reversível, poderá: 
Se exigir o cumprimento da obrigação, isto é, poderá exigir que este desfaça o ato 
que fez e que antes se obrigara a não fazer; + perdas e danos. 
Poderá mandar que outrem desfaça este ato, às custas do devedor; + perdas e 
danos. 
Utilizar de autotutela em caso de urgência, e mandar desfazer, às suas expensas, 
sendo ressarcido depois. + perdas e danos. 
 
Obrigações alternativas 
São aquelas que embora haja mais de um objeto, o devedor cumpre a obrigação cumprindo com apenas uma das 
obrigações. 
Representada pela partícula “OU”. 
O contrato vai determinar a quem a escolha da prestação pertence, se ao devedor ou ao credor, quando o contrato 
for omisso a escolha pertence ao devedor. Então a regra é que a escolha per pertence ao devedor (art. 252). 
Devedor “qui certat de damno vitando”. O devedor estará evitando um dano maior. 
Não se pode obrigar o credor a receber parte de uma prestação ou/e de outra. 
A obrigação de prestação periódica, a alternatividade de escolha se dará em cada uma das prestações. 
Se a escolha cabe mais de uma pessoa, a questão não pode ser resolvida pela maioria, apenas pela unanimidade. 
Neste caso, apenas o Juiz poderá decidir. Se for estabelecido que um uma pessoa vai realizar a escolha, e esta não 
quiser ou não puder, caberá ao juiz da causa realizar a escolha. (art. 251 e 252). 
 
Nas obrigações alternativas dar coisa certa: 
 Escolha cabendo ao devedor: 
A perda de um dos objetos, independente de culpa do devedor, não acarreta nenhuma sanção ao 
devedor, haja vista que a obrigação continua para os outros objetos. (art 253). 
O devedor pode perder a maioria dos objetos da obrigação alternativa, restando pelo menos um 
para cumprir a obrigação. 
Perda do último objeto com culpa do devedor: o valor do último objeto + perdas e danos. (art 254). 
 Perda do último objeto sem culpa do devedor: a obrigação se resolve. (art 256) 
 Escolha cabendo ao credor: 
Perda do objeto sem culpa do devedor: o credor só poderá exigir o objeto que resta, não cabendo 
perdas e danos. 
Perda do objeto com culpa do devedor: ao credor pode escolher o valor do objeto perdido + perdas 
e danos, ou escolhe o objeto que resta. (art 255, 1ª p.). 
Se se perderem todos os objetos: 
Com culpa do devedor: o credor poderá exigir o valor de qualquer dos objetos + perdas e 
danos. (art 255, 2ª p.) 
 Perda do último objeto sem culpa do devedor: a obrigação se resolve. (art 256) 
 
Obrigações Divisíveis 
A obrigação é divisível, quando divisível for o seu objeto. 
Por mais que a obrigação seja divisível, não se pode fracionar, a obrigação deve ser paga por inteira, pois caso 
contrário não há adimplemento da obrigação. 
Só é estudada se houver mais de um credor ou mais de um devedor. 
Regra geral: Concursu partes fiunt (art 257) 
 Na obrigação divisível, esta obrigação será dividida em tantos quantos forem os devedores ou credores. 
 Ex.: João e maria devem 1000 reais a Pedro. 
 Logo Pedro pode cobrar 500 reais de João, e 500 reais de Maria. As obrigações não se comunicam. 
Exceções: obrigações indivisíveis, obrigações solidárias (não é presumida, apenas por força da lei ou expressa 
vontade das partes). 
 
 
Obrigação Indivisível 
Só é estudada se houver mais deum credor ou mais de um devedor. 
Obrigação é indivisível, quando indivisível for o seu objeto. 
O objeto pode ser indivisível além de por sua natureza (o objeto ser indivisível em si), ou ainda que divisível, ele 
passa a ser indivisível por determinação legal, ou as vontades das partes, ou por seu valor econômico. 
Regra geral: 
 Com pluralidade de devedores: 
 Ex.: Pedro e Maria devem um carro a João. 
Neste caso, uma vez que é uma obrigação indivisível, João poderá cobrar a obrigação por inteira 
(art 259) tanto a Pedro, quanto a Maria. Cobrando de qualquer um dos devedores, este devedor 
que pagou a obrigação será sub-rogado (substituição do credor dentro da mesma obrigação) e terá 
todas as prerrogativas e garantias que tinha o credor para cobrar do outro(s) devedor(es) (art 259 
p. ú.). 
A sub-rogação não causa extinção da obrigação primária, surgindo uma nova obrigação, exceto ao 
devedor primitivo. 
 Com pluralidade de credores: 
 Ex.: A, B, e C são credores de um carro do devedor G. 
Qualquer um dos credores poderá exigir o todo dos credores. O devedor só cumpre a obrigação 
pagando a todos em conjunto ou pagando a um credor e este pagando caução de ratificação 
perante os demais credores. (art. 260). 
Se um dos credores receber o todo, os demais poderão exigir do credor a parte que lhe toca, mas 
a obrigação com o devedor primário não cumpriu a obrigação, ele estaria pagando mal, e quem 
paga mal, paga duas vezes. 
Se um dos credores der o perdão da dívida (remissão [missa] da dívida), os outros credores poderão 
exigir o todo, desde que dê ao devedor a cota parte que lhe foi perdoada. (art 262) 
Preso pode remir a pena. Haverá a remição [com Ç], que é a substituição da pena. 
A obrigação se torna divisível quando se está em frente a perdas e danos. 
 
Obrigações solidárias 
 
Solidariedade não se presume, é decorrente apenas por força de lei, ou por vontade das partes (previsão 
contratual). 
Se há solidariedade no polo passivo, isto é, pluralidade de credores, significa que a cada um dos devedores poderá 
ser exigida a dívida. 
Se há solidariedade no polo ativo, isto é, pluralidade de devedores, significa que cada um dos credores poderá exigir 
a dívida. 
Por que se tornar credor solidário? 
 Parte da doutrina diz que a solidariedade ativa já deveria ter saído do CC, por estar em completo desuso. 
Já a solidariedade passiva é importantíssima, uma vez que é muito importante para uma garantia do cumprimento 
da obrigação. 
Solidariedade ativa: 
Dizer que há a solidariedade ativa, implica em dizer que qualquer credor poderá cobrar a obrigação inteira 
(art 267). 
 O devedor cumpre a obrigação pagando a qualquer um dos credores. 
 No momento do pagamento integral a qualquer um dos credores há a extinção da obrigação do devedor.
 Ex.: solidariedade ativa: conta conjunta (credores em relação àquela conta). 
Enquanto nenhum dos credores entrar em juízo, a obrigação poderá ser paga a qualquer um dos credores. 
(art. 268) 
Antes do cumprimento da obrigação, se algum dos credores falecer, se deixou herdeiro, estes somente 
poderão cobrar a sua cota parte, em nome próprio, exceto se a obrigação for indivisível, onde poderá cobrar 
o objeto todo, aplicando a regra da indivisibilidade. (art 270) 
Dúvida no art 269. Ora, se o credor não é obrigado a aceitar nada, incluindo aí, objeto mais valioso, senão 
a obrigação estipulada, como é que poderá ter pagamento parcial, e este se extinguirá até o montante 
pago? 
Nas obrigações solidárias ativas, havendo perdas e danos, tocantemente ao valor do objeto, os credores 
continuam sendo solidários. (art 271). 
O credor que tiver remitido (remissão) a dívida, responderá aos outros pela parte que coubessem a estes 
outros. (art. 272) 
Oposição de exceções (defesa em juízo): 
Gerais: oponíveis a qualquer pessoa. Ex.: caso que venha a gerar nulidade. Ato praticado por 
absolutamente incapaz. 
 Pessoais: oponíveis a pessoa específica. Ex.: defeito do negócio jurídico, como coação. 
Não se pode opor exceções pessoais aos demais credores solidários. Isto significa que se um contrato foi 
feito com pluralidade de polo ativo, e um dos credores coagiu o devedor à realização do contrato, e o outro 
credor do polo ativo, que nada teve a ver com a coação cobrar a dívida, esta exceção pessoal, o fato de ter 
sido coagido por um dos credores, não pode ser levantado para evitar o adimplemento da obrigação. (art. 
273) 
O julgamento contrário a um dos credores não atinge os outros, já o julgamento favorável é aproveitado, 
exceto se este se fundar em exceção pessoal que o credor obtiver. (art 274) 
 
Solidariedade passiva: 
 É a possibilidade de se ter vários devedores e um credor. 
O credor pode exigir o pagamento da dívida integral ou parcial a qualquer um dos devedores solidários. 
Neste caso, ao devedor haverá a sub-rogação da obrigação, o que implicará no direito de exigir a cota-parte 
de cada um dos outros devedores. Art 275, 283. 
O fato de o credor escolher um devedor para realizar a cobrança da obrigação, não implica a exoneração 
da solidariedade em relação aos demais. Art 275 p. ú. 
Se houver a remissão da cota-parte de um devedor, os demais devedores ainda serão devedores solidários, 
porém, o credor não poderá exigir a cota-parte que perdoou. O Credor pode também exonerar a 
solidariedade de algum devedor, caso em que este devedor responderá apenas por sua cota-parte, e os 
outros devedores solidários não mais poderão ser cobrados pela cota-parte do devedor exonerado. Art 282. 
O pagamento parcial por parte de um devedor, não se aproveita a nenhum dos outros devedores, exceto 
no caso de ser solicitado o pagamento integral de outro devedor, caso em que o valor parcial já pago será 
subtraído. Art. 277. 
Depois de surgir a obrigação solidária, qualquer cláusula, condição, ou obrigação adicional feito por um 
devedor, não atinge os outros devedores sem o consentimento destes. Art 278. 
Em caso de insolvência de um dos devedores, a sua cota-parte deverá ser dividida entre todos os outros 
devedores solidários, inclusive ao devedor que teve a remissão de sua dívida. Art. 283. 
Em caso de falecimento de um dos devedores solidários, os seus herdeiros serão obrigados a pagar 
individualmente a sua cota-parte, relativo à cota-parte do devedor solidário que faleceu. Porém, os 
herdeiros em conjunto, isto é, antes de haver a partilha da herança, onde há o espólio do falecido, ainda 
responderão de forma solidária aos outros devedores, podendo deles ser exigido o valor integral da 
obrigação. Há uma ressalva quanto à obrigação ser indivisível, caso em que o herdeiro poderá ser cobrado 
pelo todo. Art 276. 
Se o objeto se perder por culpa de todos os devedores, todos os devedores continuam solidários às perdas 
e danos. Se o objeto se perder por culpa de apenas um dos devedores, se tratando do valor do objeto, os 
devedores serão todos solidários, mas se tratando de perdas e danos, estes só serão exigidos do devedor 
que perdeu o objeto. Art 279. 
Os juros de mora serão devidos por todos os devedores solidariamente, porém o culpado responderá aos 
outros pelo que pagarem a mais. Art 280. 
Ao devedor que for cobrado, há a previsão de como defesa utilizar as suas exceções pessoais e as que forem 
comuns a todos, não podendo utilizar as exceções pessoais que forem de outro devedor. Art 281. 
Se a dívida toda foi contraída em razão de um dos devedores, em caso de se cobrar essa dívida de devedor 
diferente do que fora o motivo da contração da dívida, este devedor, ao se sub-rogar poderá cobrar a dívida 
integralmente apenas do devedor em razão do qual a dívida fora contraída. Art. 285.

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