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MÓDULO 05: PSICOLOGIA HUMANISTA COMO ÉTICA
Abordagem Centrada na Pessoa como ética das relações humanas
 A palavra “ética” é definida no Dicionário Houaiss como:
1. parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo esp. a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social. (Dicionário Houaiss online, 2016) 
Dessa definição deriva o significado de conjunto de regras e valores morais. Ao formar-se psicólogo, você comprometer-se-á com o Código de Ética profissional, que rege os comportamentos aceitos e não aceitos dos psicólogos no exercício profissional. 
 Etimologicamente, ética deriva de duas palavras gregas que compartilham a mesma raiz: éthos e êthos. A primeira significa costume, uso, hábito e a segunda, caráter, maneira de ser de uma pessoa, disposições naturais de alguém. A disciplina filosófica Ética trata da segunda.
 O que significa, então, afirmar, como Amatuzzi (2010), que a Abordagem Centrada na Pessoa, de Carl Rogers, traz contribuições éticas e é, ela própria, uma ética? Significa que as propostas de Rogers não se dirigem a técnicas, manejos e procedimentos do psicólogo, como um código de ética faria, mas, sim, à sua atitude. Significa ainda mais que isso: que, embora a ACP seja tida como uma abordagem psicológica, ela propõe uma atitude, um modo de ser em relação com os outros e consigo mesmo.
 Já foi visto com Holanda (2015) que as Psicologias Humanistas são um acontecimento recente numa história de resgate da ética do pensamento. Assim como o Humanismo renascentista recolocou como centro de preocupação o homem, resgatando sua dignidade, devolvendo-lhe sua responsabilidade por seu ser e se seu mundo, a ACP surge como abordagem psicológica (no primeiro momento ela é Terapia Centrada no Cliente) para, em seguida, tornar-se uma reflexão sobre as relações humanas. (Amatuzzi, 2010)
 Diferenciando-se das psicologias em voga nos EUA na década de 1940, Rogers assume a crença na orientação positiva e na tendência ao crescimento das pessoas. Tal atitude manifesta-se na relação com o cliente como horizontalidade, ou seja, o psicólogo deixa de ser um “vidente ilustrado” (Amatuzzi, 2010, p.11), que usa teorias psicológicas gerais e casualistas para diagnosticar e intervir, para “facilitar ao o outro o recurso às suas próprias fontes interiores” (Amatuzzi, 2010, p.12). Contribui, portanto, postulando um modo de acontecer a relação psicólogo-cliente que resguarda (e resgata) sua autonomia e sua responsabilidade.
Bibliografia básica: AMATUZZI, M. A Abordagem Centrada na Pessoa como Ética das Relações Humanas. Rogers: Ética Humanista e Psicoterapia. Campinas, SP: Editora Alínea, 2010. 
 RELAÇÃO PSICÓLOGO – CLIENTE NA ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA: RELAÇÃO ÉTICA
“Tornar-se quem se é” é o objetivo da relação terapêutica. Significa poder experimentar seus sentimentos e se relacionar consigo mesmo e com os outros de modo profundo, complexo e satisfatório. Porém, as relações vivenciadas podem conduzir à direção oposta. Circunstâncias ameaçadoras fazem com que o indivíduo priorize a defesa de sua integridade, ficando limitada na sua capacidade de experimentar a complexidade de sentimentos presentes nas relações humanas. Outras circunstâncias podem levar o indivíduo a falsear ou negar a sua realidade vivenciada, ou ainda a reprimir seus sentimentos e desejos. Por exemplo, uma criança pode sentir inveja diante do nascimento de um irmão, mas esse sentimento é mal visto e repreendido pelos pais. Isso pode levar essa criança a reprimir sentimentos percebidos como errados, ficando limitado na sua capacidade de se relacionar com os demais, pois a inveja é um sentimento humano.
     A Abordagem Centrada na Pessoa compreende que a repetição e o acúmulo de ameaças à integridade ou repressão de sentimentos, que experimentamos na família, na escola e na cultura podem limitar nossa liberdade de nos reconhecermos como somos e nossas necessidades, de experimentarmos nossos sentimentos e de realizarmos escolhas pertinentes ao nosso desenvolvimento pessoal e relacional.
     O terapeuta nesta abordagem é um facilitador do desenvolvimento pessoal. É alguém que se dispõe a compreender o cliente, respeitá-lo e aceitá-lo tal como ele próprio de percebe. Vê o cliente como pessoa, isto é, um ser livre e responsável, capaz de compreender-se e transforma-se, e relaciona-se com ele enquanto tal. A partir dessa relação terapêutica, a pessoa (cliente) começa a afastar-se de modelos falseados de si mesmo, encaminhando-se para maior autonomia. Torna-se progressivamente mais responsável por si mesmo, pois capaz de decidir-se sobre quais são comportamentos e sentimentos significativos e quais não. Encaminha-se, assim, para uma realidade mais fluida, em processo.
    Esse modo de compreender a relação terapêutica se desenvolve ao longo da obra de Rogers para uma atitude nas relações humanas, isto é, não exclusivamente na relação terapêutica. O pressuposto humanista – resgate da dignidade humana, afirmação de sua responsabilidade, liberdade e autonomia – aparece na Abordagem Centrada na Pessoa como atitude de reconhecer que “O ser humano tem algum poder sobre as determinações que o afetam, e esse poder é, na verdade, mais relevante para o desenvolvimento do que aquelas determinações.” (Amatuzzi, 2010, p.17) Refere-se a um modo de ser, isto é, de assumir-se e estar com outro, como pessoa, no sentido da relação Eu-Tu descrita por Martin Buber. 
     Rosmaninho (2015) descreve os modos de relação Eu-Tu e Eu-Isso:
Para Buber existem duas formas básicas do homem se relacionar: uma ele chamou de Eu-Isso e outra de Eu-Tu. São modos do homem se relacionar e se colocar diante do outro e do mundo. Na relação Eu-Isso, o homem se coloca diante do mundo como algo objetivo e, nessa atitude, ele se torna capaz de conhecer e habitar o mundo. Já na relação Eu-Tu, o homem se coloca em relação a um outro, que pode ser uma outra pessoa, uma obra artística ou literária, ou, ainda, uma situação vivenciada. A relação Eu-Tu é marcada pelo impacto da presença do outro, é um encontro no qual o homem é atravessado pela potência e pela força da vivência do outro. Este encontro foge às apreensões usuais e se recusa a ser sistematizado ou esquematizado. (Rosmaninho, 2015, p.176-7)
    Na ACP, a relação Eu-Tu descreve o encontro inter-humano, no qual cada participante é aceito como pessoa autônoma, livre, criativa e capaz de dirigir suas ações na direção do crescimento do crescimento, da complexificação e da realização. Isso porque a pessoa que assim se coloca na vida reconhece a existência de uma tendência formativa universal. (Amatuzzi, 2010)
 
Referência bibliográfica: ROSMANINHO, M. A relação Eu – Tu no encontro terapêutico. In: EVANGELISTA, P. (org) Psicologia fenomenológico-existencial – Possibilidades da atitude clínica fenomenológica. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. Via Verita, 2015, pp. 173 – 182.    
O Aconselhamento Psicológico com prática psicológica humanista
História do Aconselhamento Psicológico
 
Bibliografia básica:SCHMIDT, M. L. S. “O nome, a taxonomia, e o campo do Aconselhamento Psicológico”, In: MORATO, H.T.P. et al. (Coord.) Aconselhamento Psicológico numa perspectiva fenomenológica existencial: uma introdução. Cap. I, p. 1-21.
 
O surgimento do Aconselhamento Psicológico como modelo de intervenção psicológica está vinculado a alguns acontecimentos históricos nos Estados Unidos, como a fundação de Centros de Orientação Infantil e Juvenil para pais e filhos, a criação de serviços de Higiene Mental e Centros de Aconselhamento Pré-Matrimonial e Matrimonial, ao surgimento de instituições de Assistência Social que necessitavam oferecer apoio emocional aos seus clientes e ao desenvolvimento de serviços de assistência psicológica nas empresas.
No começo do século XX, o aconselhamento não é realizado por psicólogos. O conselheiro é um perito no assuntoa ser tratado, enquanto o aconselhando, alguém que necessita de orientação. O Aconselhamento pode ser profissional, vocacional, educacional ou marital. Diferencia-se bastante da prática psicoterapêutica, então restrita à psicanálise. Segundo Scheefer (p.16) o Aconselhamento visa a ajudar na tomada de uma decisão e envolve informações objetivas que permitem ao orientando utilizar melhor seus recursos pessoais.
Dentre os principais autores ligados ao início da teorização sobre Aconselhamento Psicológico, destacam-se Parsons e Rogers. O primeiro era engenheiro e compreendia o aconselhamento como o fornecimento de informações e conselhos sobre escolha profissional, baseada na experiência do orientador. A partir da década de 1940, o trabalho como conselheiro leva Carl Rogers a questionar o modelo vigente, propondo em seu lugar o aconselhamento não-diretivo. Concomitantemente, ele desenvolve a Terapia Centrada no Cliente. O Aconselhamento é apresentado como um tipo de contato direto com o indivíduo a fim de lhe fornecer assistência na modificação de suas atitudes.
O Aconselhamento distingue-se da Psicoterapia, pois se trata de um auxílio para o aconselhando maximizar seus recursos pessoais e fazer escolhas. Pode ser útil também como prática educativa, preventiva ou de apoio situacional. Geralmente é um processo de curta duração, diferenciando-se do modelo tradicional de psicoterapia, de longa duração, que visa a reestruturação da personalidade e o tratamento de problemas emocionais e patologias.
Introdução ao Aconselhamento Psicológico na perspectiva da Psicologia Humanista
 
Bibliografia básica:SCHMIDT, M. L. S. “O nome, a taxonomia, e o campo do Aconselhamento Psicológico”, In: MORATO, H.T.P. et al. (Coord.) Aconselhamento Psicológico numa perspectiva fenomenológica existencial: uma introdução. Cap. I, p. 1-21.
 
O aconselhamento psicológico nasce nos anos 1930 nos Estados Unidos como especialidade e área de atuação e saber do psicólogo. No início é estreitamente ligado à orientação vocacional e à psicometria, focando as pesquisas em testes vocacionais e outros meios de medição de aptidões.
A primeira teoria mais expressiva chama-se Traço e Fator e foi desenvolvida pelo engenheiro William Parsons. A teoria Traço e Fator parte do pressuposto de que o aconselhamento deve focar o processo de ensino do aconselhando, pois tem como meta a solução de problemas específicos de adaptação do indivíduo nas áreas educacional e profissional através do desenvolvimento de atitudes e comportamentos (os “traços”) condizentes com o esperado para a realização da atividade proposta (os “fatores”).
Williamson, um dos expoentes do aconselhamento psicológico na Teoria Traço e Fator, define-o como um atendimento que auxilia o indivíduo a aprender determinadas matérias escolares, condutas adequadas de cidadania, valores sociais e todos os outros hábitos, habilidades, atitudes e crenças que constituem um ser humano normal. Em outras palavras, o processo teria o objetivo de eliminar ou modificar comportamentos considerados inadequados. A mudança de comportamentos e atitudes, segundo o autor, seria satisfatória para o aconselhando e para a sociedade em que vivia. Nesse sentido, a Teoria Traço e Fator, articulada à vertente experimental dos estudos psicométricos, dá ao Aconselhamento uma aura de cientificidade e abre espaço para a prática do psicólogo.
A Psicologia ainda não estava regulamentada como profissão nos EUA e aqueles que praticavam a psicologia buscavam delimitar seu campo de atuação. Uma possibilidade era a psicoterapia, que, na época, era prerrogativa dos médicos e encontrava na psicanálise a teoria que a fundamentava. A psicoterapia tinha como público indivíduos que sofriam de distúrbios psicológicos mais graves, exigindo tratamentos prolongados. O Aconselhamento Psicológico surge como possibilidade de prática psicológica voltada para questões de desajustamento, orientando o aconselhando na obtenção das habilidades que o tornam ajustado ao seu meio. Isso pode ocorrer num período mais curto do que a psicoterapia de longa duração.
Em 1942, Carl Rogers publica o livro Aconselhamento e Psicoterapia, lançando as bases da primeira fase de suas ideias: a terapia não-diretiva. A não-diretividade é geralmente associada a total não-interferência do terapeuta (ou conselheiro) no processo do cliente. Sua proposta surge em oposição ao processo de aconselhamento da Teoria Traço e Fator, que é considerada prepotente e autoritária por situar o conselheiro no lugar de quem sabe o caminho certo para modificar os comportamentos desajustados e desadaptados socialmente do aconselhando. Nesse sentido, o conselheiro psicológico que segue a proposta de Rogers coloca-se como “um ouvinte interessado e compreensivo, que, pela técnica da reflexão, queria proporcionar que a esfera de exploração pessoal do cliente ou aconselhando se configurasse o mais proximamente possível de suas vivências e percepções atuais e conscientes.” (Schmidt, 2009, p. 5). Com suas ideias, Rogers elimina a distinção entre aconselhamento e psicoterapia.
O Aconselhamento Psicológico fundamentado na Abordagem Centrada na Pessoa
 
O psicólogo norteamericano Carl Rogers não distingue aconselhamento psicológico e psicoterapia, pois considera que ambos consistem em contatos diretos com o indivíduo com o objetivo de facilitar mudanças significativas em suas atitudes e comportamentos. Esses encontros são marcados pelas atitudes facilitadoras – aceitação incondicional, compreensão empática e congruência – que propiciam um ambiente de desenvolvimento psicológico ao indivíduo.
Atualmente, o aconselhamento psicológico é prática exclusiva de psicólogos, caracterizada por centrar-se nas potencialidades e nos aspectos saudáveis dos indivíduos, não nas suas fragilidades ou aspectos psicopatológicos. Além disso, o aconselhamento também tem como foco o modo como a pessoa se percebe e os projetos pessoais que quer realizar para desempenhar um papel social produtivo.
Pode-se também caracterizar o aconselhamento como um atendimento psicológico em períodos de crise, no qual o objetivo é facilitar as escolhas do indivíduo na situação que vive, escolhas essas das quais depende seu desenvolvimento posterior.
Assim, esse atendimento está voltado a questões situacionais, ao apoio e à prevenção, mais comumente dirigido à solução de problemas.
No entanto, como assinala Schmidt logo no início de seu texto, aconselhamento tem dois sentidos: pode indicar os significados de sugestão, recomendação e orientação, mais próximos ao sentido de aconselhamento na perspectiva tradicional; pode ainda denotar a situação em que várias pessoas se reúnem para pensar e decidir com justeza a respeito de algo de seu interesse, o que se aproxima da definição de Rogers da relação de ajuda presente tanto no aconselhamento quanto na psicoterapia.
Plantão Psicológico
 
 
Bibliografia básica: CHALOM, M. et al. A experiência de implantação de um serviço de plantão psicológico no Projeto esporte-Talento por alunos de graduação do IPUSP. In: MORATO, H. T. P. (Org.) Aconselhamento Psicológico centrado na pessoa: novos desafios, p. 177-185.
Introdução ao Plantão Psicológico
 
            O Plantão Psicológico é um modelo de atendimento psicológico que se coloca disponível para acolher a experiência do cliente no momento em que ele se decide por procurar o psicólogo. Seguindo essa mesma orientação, é o cliente que determina o foco da sessão. O objetivo do encontro é propiciar uma compreensão da situação atual e o resgate de liberdade e autonomia. Trata-se, portanto, de um esclarecimento da situação vivenciada.
            Não exige um setting terapêutico como outros modelos de atendimento psicológico, podendo acontecer dentro de instituições. Exige apenas que a instituição e o profissional garantam a sistematicidade do serviço. Nos relatos de experiência de CHALOM et al. (1999) e CAUTELLA (1999), o plantão ocorre em instituições em dias e horários previamente combinados. Sempre nos períodos determinadoshá psicólogos-plantonistas disponíveis para atender os interessados. Essa sistematicidade e a disponibilidade do psicólogo oferecem àqueles que procuram atendimento um ponto de referência em momentos de necessidade.
            O Plantão, em geral, acontece em apenas um encontro. Existe a possibilidade de ser marcar retornos e follow up, mas o sentido do plantão é resgatar a capacidade de apropriação da situação existencial, o que não necessita de mais do que um encontro bem feito. O agendamento de retornos já é uma modificação em relação à proposta original, pois, nessa situação, o psicólogo determina quando o cliente deve voltar, decidindo por ele.
É um modelo que corresponde bem às possibilidades de prática psicológica em instituições, pois não há agendamento prévio, tampouco fila de espera. Todas essas condições facilitam a implementação do serviço nas instituições e viabilizam o atendimento a um número expressivo de pessoas.
 
 
 
	3. Responda: qual é o papel do cliente no plantão psicológico? E do psicólogo?
 O papel do psicólogo, segundo Oliveira (2005), acontece como um espaço que favorece a experiência, tanto do cliente como do plantonista, no qual o psicólogo se apresenta como alguém disposto, presente e disponível e não apenas como detentor do conhecimento técnico. E isto seria um estar junto, um inclinar-se na direção sofrimento, deixando-se afetar, e a partir daí compreender o outro. A delimitação do tempo é feita com o cliente, de modo que seja um dado com o qual ele lidará, explorando temas, conflitos e sentimentos conforme sua possibilidade e vontade.
Vista dessa maneira, a triagem volta-se para o conhecimento da pessoa como ela se apresenta, sem preocupações em relação a conteúdos pré-estabelecidos que qualifiquem esse saber. Mais do que o sintoma, busca-se contato com o sofrimento do cliente. A prioridade não é mais encontrar, nomear e classificar a doença para, então, decidir como deve se dar o tratamento ou cura
Sentido da intervenção psicológica no Plantão Psicológico
 
            O objetivo do plantão psicológico é o atendimento no momento da procura do cliente, o que possibilita um esclarecimento da situação atual que a motivou e a descoberta dos modos próprios de lida com ela. O psicólogo-plantonista precisa ter disponibilidade para lidar com o não-planejado. Este é um aspecto crucial deste modelo de atendimento, no qual o psicólogo coloca-se a disposição para acolher a demanda que aparecer, no momento em que acontece. Também é necessário que o plantonista compreenda como possível o acontecimento de um único encontro. Como já foi visto, o Plantão pode disponibilizar retornos, mas o objetivo não depende do prolongamento dos atendimentos. Ademais, o plantonista fica disponível para receber o paciente quando este tomar iniciativa por buscar ajuda, o que deixa de acontecer se o psicólogo indicar se e quando deve retornar.
            As intervenções do psicólogo-plantonista têm o sentido de abrir a compreensão da experiência do cliente, cultivando uma fala própria. Assim, não cabe a ele explicar o que está vendo ou propor alternativas. Fazer isso seria pressupor a incapacidade do cliente de lidar com sua situação, o que, do ponto de vista das abordagens humanistas, seria desconsiderar sua capacidade de autocompreensão e autodeterminação. Em geral, esse é um dos motivos da procura nas instituições, pois estas determinam as possibilidades existenciais de seus agentes, despindo-os de singularidade. (CAUTELLA, 1999) O plantão surge, assim, como resgate da autonomia do cliente para a autoria de sua narrativa.
 
Módulo 8 – Oficinas de Criatividade
 
Bibliografia básica: SCHMIDT, M.L.; OSTRONOFF, V.H. Oficinas de criatividade: Elementos para a explicitação de propostas teórico-práticas. In: MORATO, H. T. P. (Org.) Aconselhamento Psicológico centrado na pessoa, p. 335-344.
 
O termo Oficina remete a ofício, a artesanal. As Oficinas de Criatividade são espaço terapêuticos com o objetivo de resgatar possibilidades criativas na vida dos participantes. A criatividade pode ser descoberta (ou redescoberta), pois é condição humana para as abordagens humanistas em psicologia, e sua (re)apropriação repercute na vida dos participantes das oficinas, pois abre novos modos de se relacionar consigo mesmos e com os demais.
            Historicamente, as Oficinas de Criatividade surgem no contexto das experiências grupais intensivas da Abordagem Centrada na Pessoa e da Gestalt-terapia das décadas de 1960 a 1980. Nessas experiências (chamadas Workshops, que, traduzido literalmente, significa Oficina), os participantes desenvolviam novos modos de se relacionar com os demais. Iniciavam o Workshop desencontrados, estranhando-se, e encerravam o período (que podia durar de 1 a 10 ou mais dias) organizados como grupo.
            As Oficinas de Criatividade conferem organização a essa experiência. Oferecem um ambiente protegido e atividades temáticas que facilitam a confiança no processo e à entrega ao potencial criativo de cada um.
Propõe-se um processo de 6 a 8 sessões. Os facilitadores organizam o grupo e elaboram propostas temáticas. Estas utilizam materiais expressivos e/ou atividades corporais, solicitando que os participantes experimentem-se sensorialmente, sem a referência de “certo” ou “errado” (que frequentemente bloqueiam a criatividade).
São exemplos de recursos usados nas Oficinas de Criatividade: Corporais, que favorecem a sensibilização, conscientização e expressão, ampliando o contato com o próprio corpo e com os sentimentos; Sensibilização sensorial, que abre novos canais de conhecimento do mundo pouco experimentados; Música, que é afetiva, criadora de climas emocionais e convidativa ao ritmo; Recursos plásticos, que concretizam a experiência pessoal.
2. Responda: “As Oficinas de Criatividade não são psicoterapia, mas são terapêuticas. Por que?”
O Oficineiro é o psicólogo que organiza as atividades da Oficina de Criatividade. Seu papel no grupo é de coordenador e facilitador do processo. Schmidt e Ostronoff (1999) caracterizam as Oficinas como “espaços de elaboração da experiência pessoal e coletiva através do uso de recursos expressivos, tais como movimento corporal e atividades de expressão plástica e de linguagem” (p.335), que revitalizam a vida social ou comunitária tornando-a mais criativa e solidária. Cabe ao Oficineiro facilitar os processos criativos e criadores nos grupos.
            São várias as tarefas do coordenador. Cabe a ele, primeiramente, constituir o grupo, atento às necessidades que motivaram a escolha da Oficina de Criatividade como modelo de atendimento e às peculiaridades da população que atenderá. Feito isso, deve definir se o grupo é aberto ou fechado, o local onde acontecerá, planejar um roteiro de atividades (que será reelaborado ao longo do processo) e disponibilizar os materiais que serão utilizados. Além disso, deve divulgar o início do grupo, de modo que as pessoas se interessem e participem.
            Atento às necessidades do grupo, o Oficineiro escolhe o tema adequado às necessidades identificadas e os recursos que melhor atendam à exploração desse tema.
            Como modelo geral, acontecem de 6 a 8 encontros, que podem ser divididos em: 1. Aquecimento, no qual os participantes se voltam para a experiência imediata e se prepararam para entrar em contato consigo mesmos, com os outros e com o tema proposto; 2. Realização da atividade, que é quando entram em contato com a temática proposta e utilizam os recursos indicados para entrar em contato consigo mesmos e se expressarem; 3. Fechamento, que é ó compartilhar a experiência própria na realização da atividade com os demais e criar um espaço de discussão e socialização.
 
.
 
Oficinas de criatividade, constituição dos grupos e elaboração das experiências
 
Bibliografia obrigatória:
 
SCHMIDT, M. L. S. e OSTRONOFF, V. H. “Oficinas de criatividade: elementos para a explicitação de propostas teórico-práticas.” In: MORATO, H. T. P. (Coord.) AconselhamentoPsicológico Centrado na Pessoa: novos desafios. Cap. 20, pp. 329-338.
 
A constituição dos grupos de participantes é de suma importância numa oficina de criatividade. Há dois modos de formação de grupos: no primeiro o grupo se constitui de um coletivo já existente, como uma equipe de trabalho numa instituição; no segundo, o grupo se forma a partir da divulgação de oficinas oferecidas pelo facilitador.
No primeiro caso, é necessário explicitar-se a demanda do grupo para se saber se as oficinas são a melhor resposta a ela. Nesse sentido, é de suma importância que o psicólogo venha a conhecer as motivações, expectativas e objetivos do grupo, e se o nível de integração do grupo é compatível com a realização das oficinas, uma vez que estas não são o melhor tipo de atendimento psicológico a um grupo desintegrado.
No segundo caso, o grupo é formado circunstancialmente, em função da participação na oficina. Ao oficiei-o, neste tipo de coletivo, cabe definir a população-alvo e a temática, a duração, o local e o horário das oficinas. Cabe também a ele saber quais são as expectativas e motivação das pessoas com relação à realização dos trabalhos.
É fundamental também que o oficiei-o esteja atento aos efeitos que as oficinas acarretarão na instituição onde elas são oferecidas, tendo em vista certos “transtornos” que elas acarretam, uma vez que quebram a rotina institucional, e que mobilizam não apenas os participantes, mas também aqueles que ficam fora delas.
As oficinas proporcionam a elaboração de experiências pessoais e coletivas através das produções, que se realizam no eixo da aprendizagem significativa. Essas produções testemunham não só a força criativa das pessoas e grupos quando lhes é oferecido condições facilitadoras, mas também o desejo de compartilhamento de experiências. Assim, as oficinas rompem com o isolamento, ativam laços sociais e comunicacionais. Possibilitam também o desenvolvimento de sentimentos de pertença social dos participantes.
 
Atividades recomendadas:
 
1) Faça uma leitura criteriosa do texto de Schmidt e Ostronoff., observando os argumentos utilizados pelas autoras, em defesa de suas teses.
 
2) A partir da leitura, procure explicitar os aspectos importantes da constituição dos grupos em oficinas de criatividade. Também defina o que as oficinas proporcionam aos participantes.
. 
	Discorra sobre o percurso histórico do campo de Aconselhamento Psicológico e destaque a importância de Rogers a este campo.
O Serviço de Aconselhamento Psicológico (SAP) do Instituto de Psicologia da USP foi fundado em 1969, pelas mãos de Rachel Léa Rosenberg e Oswaldo de Barros Santos, tendo como objetivos a formação de psicólogos, a pesquisa e o atendimento à comunidade. Nasceu vinculado à Abordagem Centrada na Pessoa - dentro da chamada Terceira Força em relação ao Behaviorismo e à Psicanálise - desenvolvida por Carl Rogers, psicólogo americano. Atualmente, sem abandonar essa referência, temos nos aproximado e tomado como pano de fundo de nossos estudos e práticas a Fenomenologia Existencial e o Existencialismo. Rogers nos oferece sua proposta de prática psicológica e filósofos nos alimentam com suas reflexões sobre a existência humana.
	Qual é o lugar do PP no campo da AP, conforme Schmidt?
Estar de plantão é estar presente num determinado dia e hora, mas, sobretudo, é estar aberto e disponível para receber e escutar o outro que procura por ajuda psicológica. Compreendemos o plantão como uma modalidade de atendimento psicológico em que podemos facilitar o processo de compreensão do momento de vida em que o cliente se encontra e projetar seu cuidado. Trata-se de um atendimento com foco na experiência e não exclusivamente no problema do cliente, não cabendo ao plantonista avaliar, julgar ou decidir por ele.
	Destaque quais são os aspectos formais do PP.
	 Que pontos são importantes quanto ao trabalho terapêutico no PP? Diferencie conceitualmente queixa de demanda?
As intervenções do psicólogo-plantonista têm o sentido de abrir a compreensão da experiência do cliente, cultivando uma fala própria. Assim, não cabe a ele explicar o que está vendo ou propor alternativas. Fazer isso seria pressupor a incapacidade do cliente de lidar com sua situação, o que, do ponto de vista das abordagens humanistas, seria desconsiderar sua capacidade de autocompreensão e autodeterminação. Em geral, esse é um dos motivos da procura nas instituições, pois estas determinam as possibilidades existenciais de seus agentes, despindo-os de singularidade. (CAUTELLA, 1999) O plantão surge, assim, como resgate da autonomia do cliente para a autoria de sua narrativa.
Queixa: Aquilo que o paciente apresenta como relato de seus sintomas ou do seu sofrimento e seus motivos; Procura se libertar ou se proteger de um sofrimento através da queixa, seja um sofrimento presente ou vivido por antecipação;
Demanda: A experiência do sofrimento como é percebido pelo paciente, com o colorido dos sintomas e da carga afetiva que o acompanha. Aquilo que o impulsiona a procurar ajuda Aquilo que é o pedido de ajuda mesmo e não o motivo pelo qual ele veio. Demandar é pedir algo que o outro não tem, é exigir ou fazer uma reivindicação de alguma coisa que não temos, uma satisfação que não encontra sozinho e espera que o profissional encontre para ele;
	Quais são os aspectos fundamentais no PI? Discorra sobre. Quais são as etapas importantes do PI? Explique-as.
Psicodiagnóstico interventivo: Passarei, agora, a uma descrição do processo psicodiagnóstico infantil que se desenvolve em 10 ou 12 sessões, limitado no processo. Destas, frequentemente, 6 ou 7 são com os pais e o restante com a criança.
Do ponto de vista fenomenológico-existencial, considera-se todo ser humano mergulhado no mundo que, embora sempre presente, muitas vezes lhe é despercebido. O sentido dos objetos está na relação que eles têm com um conjunto estruturado de significados e de intenções inter-relacionadas.
Consequentemente, o mundo não é obstrutivo nem o são os objetos do mundo com os quais nos relacionamos diariamente, tem um visão horizontal com participação de todos no processo terapêutico, que visa diagnostico de encaminhamento ou fim em si mesmo.
1.Etapas: entrevista inicial Para a entrevista inicial convoco somente os pais. Início com os cumprimentos e apresentações habituais e deixo-os falar sobre como vieram até mim, por que e o que esperam. Em seguida, converso sobre minha forma de trabalhar, ou seja, compartilho com eles o fato de o psicodiagnóstico ser um processo cujo objetivo é compreender aquilo que ocorre com a criança e com eles, pais, na relação com o filho, dos motivos que levam a criança a apresentar determinados comportamentos, bem como o que é possível fazer para ajudá-la) 
2.Anamnese. O segundo encontro destina-se à anamnese, que pode ser feita de duas formas. Segundo M.Ancona-Lopez (1995), é possível entregar o questionário de anamnese aos pais, que o levam para casa e
Lá o respondem. Quando retornam ao atendimento, conversam com o profissional sobre suas respostas e sobre como responderam ao questionário: se apenas o pai ou a mãe o fez ou se a família se reuniu em
Torno dos temas, revivendo sua história, se consultaram outros membros da família em relação às informações etc.
3.contato inicial com a criança: Inicio o primeiro contato com a criança apresentando-me: informo que sou psicóloga e pergunto-lhe se ela sabe o que faz um psicólogo, bem como se conhece os motivos pelos quais foi trazida a esse atendimento.
4.Sessões devolutivas com os pais: Esses encontros são realizados alternadamente entre criança e pais. Neles, compartilho minhas
percepções sobre a criança, seu comportamento no atendimento e como eles se articulam com a queixa de modo geral.
5.Encontros com a criança: uso de testes psicológicos
Nas sessões com a criança posso usar testes psicológicos, observação lúdica, recursos como colagens, ou ainda intercalar essas e outras estratégias. A escolha do procedimento a ser utilizado é feitacaso a caso, dependendo das peculiaridades de cada criança e do decorrer do atendimento, não existindo, portanto, um conjunto padrão de procedimentos definidos anteriormente.
6.Visita escolar e vista domiciliar
Durante o processo de psicodiagnóstico, usualmente faço duas visitas: uma à escola da criança e outra a sua casa. Essas visitas têm por objetivo entender a criança em relação às circunstâncias em que vive. Procuro comunicar aos pais e à criança as razões da visita escolar. Marco o contato por telefone e, geralmente, deixo a critério da escola a indicação da pessoa com quem devo falar. Na visita, procuro observar as instalações da escola, suas possibilidades, sua conservação.
7.Últimas sessões com os pais
Nas últimas sessões com os pais, tenho cinco objetivos:
Alinhavar as percepções ocorridas durante o processo, ou seja, estabelecer um fio condutor que delineie o que foi trabalhado aos poucos, produzindo uma gestalt. Trabalhar o desligamento do processo de psicodiagnóstico, já que nesse trabalho conjunto se estabelece uma forte aliança com os pais e a criança, cujo rompimento produz sentimentos diversos que merecem ser discutidos e trabalhados.
Avaliar conjuntamente o processo, em que aspectos atingimos nosso objetivo em comum, no que mudamos etc.
Apontar os aspectos importantes que podem permitir aos pais e à criança continuar suas vidas mais fortalecidos.
Trabalhar eventuais encaminhamentos ou o desligamento do consultório ou instituição.
8. Relatório final
Ao final do processo, faço um relatório escrito, do qual constam as informações dadas pelos clientes, as questões trabalhadas durante o diagnóstico, enfim, tudo o que fez parte do atendimento. Ele é descritivo e é lido na íntegra para os pais, que podem retirar ou acrescentar algo ou ainda sugerir modificações.
9.Devolutiva final para a criança
O fechamento do processo para a criança pode assumir diferentes formas. Uma delas consiste em
fazer um livro cuja história é a própria história da criança. Esse procedimento baseia-se nas propostas de Fisher (1998),[1] desenvolvidas no Brasil por Becker (2001, 2002); Donatelli et al. (2001, 2004); Santiago (2001) Santiago et al. (2003).
	 O que são OC? Qual o papel do oficiei-o? Quais são suas possibilidades no contexto institucional? Explique-as.
Oficina da criatividade: As Oficinas de Criatividade são espaço terapêuticos com o objetivo de resgatar possibilidades criativas na vida dos participantes. A criatividade pode ser descoberta (ou redescoberta), pois é condição humana para as abordagens humanistas em psicologia, e sua (re)apropriação repercute na vida dos participantes das oficinas, pois abre novos modos de se relacionar consigo mesmos e com os demais.
Papel Oficineiro: Acompanha o processo criativo das pessoas;
Planeja as oficinas e a constituição dos grupos;
Tem a função de facilitador do processo de relação entre os participantes; Propõe e coordena atividades e cuida dos aspectos individuais e grupais nelas envolvidos;
Possibilidades: 1.através de duas modalidades, grupos institucionais, constituídos fundamentalmente por participantes que formam uma equipe de trabalho em instituições de saúde ou educação 
2. coletivos formados a partir da divulgação das oficinas num determinado circuito (comunidade, bairro ou mesmo instituição)
 Psicologia Humanista rogeriana (ACP) assume como pressuposto que o ser humano tem algum poder sobre as determinações que o afetam.
A valorização de atitudes do psicólogo, ou seja, os seus comportamentos nos atendimentos. 
O resgate da subjetividade, valorizando a emoção em detrimento da racionalidade.
A postura do psicoterapeuta preza por uma relação horizontal, isto é, não hierárquica.
Na relação, cada parte possui a sua especificidade e o psicoterapeuta humanista trabalhará no sentido de promover um clima facilitador para a autocompreensão e autopercepção do cliente. 
A abordagem Centrada na Pessoa é uma abordagem das relações interpessoais desenvolvida pelo psicólogo americano Carl Rogers. Seu pressuposto fundamental é que em todo indivíduo existe uma tendência atualizadora inerente ao organismo para crescer, desenvolver e atualizar suas potencialidades. Pensando nas atitudes psicológicas facilitadoras, aponte a alternativa que conceitua a Consideração Positiva Incondicional, quando a pessoa percebe acuradamente o quadro interno de referência da outra pessoa como se fosse o seu próprio.
Valorização do crescimento individual em detrimento do coletivo.
Abordagem psicoterapêutica com elementos chaves como, autenticidade, condições subjetivas do conselheiro, tendência atualizante, incluindo as atitudes básicas (empatia, congruência e aceitação incondicional).
Conforme Schmidt, a imagem do Aconselhamento Psicológico como prática a fornecer “solução de pequenos (ou grandes) desajustamentos de conduta” ou direções claras para decisões a serem tomadas pelo cliente tem raízes em suas teorias e práticas iniciais
O Aconselhamento Psicológico se desenvolve a partir da criação de serviços de higiene mental para adultos e aconselhamento pré-matrimonial, bem como a criação de instituições que ofereciam orientação para pais e filhos, as quais ofereceram campo para o desenvolvimento das técnicas de aconselhamento.
Faz-se necessário que o Conselheiro se faça presente, numa relação facilitadora e mantenha-se numa atitude em que seja capaz de se colocar no lugar do outro.
Segundo a teoria Traço e Fator é fundamental que o aconselhador tenha uma postura otimista em relação ao aconselhando. O aconselhador deve possuir um interesse genuíno e profundo pelo bem-estar do aconselhando, criando uma situação pessoal e de calor humano. Nota-se aqui claramente aspectos que se mantiveram na atitude de Rogers.
No aconselhamento centrado na pessoa é essencial que o conselheiro estabeleça uma relação de empatia com o cliente. (SCHMIDT, 2009) Segundo Rogers, empatia pode ser descrita como:
 Uma capacidade de penetrar no mundo fenomênico do cliente, sentindo o mundo do cliente como se fosse o seu próprio.
 Plantão Psicológico
Na relação psicólogo-cliente, a direção e a configuração do processo continuam pertencendo ao cliente. O conselheiro não adota estratégias que impliquem um papel mais diretivo.
A delimitação do tempo é feita com o cliente, de modo que seja um dado com o qual ele lidará, explorando temas, conflitos e sentimentos conforme sua possibilidade e vontade. Se o cliente sabe quanto tempo terá, saberá como melhor aproveitá-lo. Esta afirmação só tem peso se considerarmos o pressuposto básico desta abordagem: o de que o cliente é capaz de autodeterminação e regulação.
O orientador, nesse âmbito, pode ser definido como facilitador, ou seja, deve ser capaz de oferecer condições necessárias e suficientes tais como um clima psicossocial não ameaçador, obtendo, compartilhando ou abandonando poder, controle e/ou tomada de decisão.
As atitudes do conselheiro centrado na pessoa (empatia, aceitação, congruência) são condições necessárias e suficientes para que o processo de auto-exploração e crescimento ocorra no cliente. 
Um Plantão Psicológico em escola tem como elemento central o aluno, não suas notas ou comportamentos. Também pode estar a serviço de professores, funcionários e toda a comunidade da escola.
É um serviço prestado por profissionais que se mantêm à disposição de qualquer pessoa na instituição que dele necessite.
Do ponto de vista institucional, o atendimento de plantão pede uma sistematização do serviço oferecido.
O Plantão Psicológico exige do plantonista disponibilidade para se defrontar com o não planejado.
O cliente desempenha um papel ativo na relação com o terapeuta, cabendo ao cliente a definição do rumo do processo.
I- É um serviço que coloca um psicólogo ou equipe de profissionais trabalhando à disposição de qualquer pessoa que procure em locais e horários pré-determinados, sem que haja necessidade de um agendamento prévio ou de se responsabilizar pela continuidade do tratamento.
II – Encara-se o clientecomo indivíduo único, diferente de outras pessoas, sem que generalizar seu comportamento recorrendo a explicações psicológicas e/ou a psicopatologia.
III – Visa fornecer condições emocionais para que o cliente passe pelo processo de aprendizagem significativa.
O trabalho do psicólogo consiste em facilitar ao cliente uma visão mais clara de si mesmo e de suas possibilidades, estabelecendo a sua forma de enfrentar a problemática. 
O plantonista se coloca disponível a acolher a experiência do cliente em determinada situação, ao invés de enfocar o seu problema.
A expressão plantão está associada a certo tipo de serviço, exercido por profissionais que se mantêm à disposição de quaisquer pessoas que deles necessitem, em períodos de tempo previamente determinados e ininterruptos.
O Plantão Psicológico é um tipo de intervenção psicológica que acolhe a pessoa no exato momento de sua necessidade, ajudando-a a lidar melhor com seus recursos e limites.
O Plantão Psicológico na Psicologia Humanista não tem a pretensão de que uma única sessão seja capaz de resolver sérios problemas emocionais ou promover resultados reconstitutivos da personalidade. Para estes casos, o cliente é encaminhado para uma terapia contínua. Porém, muitos efeitos podem surgir de um encontro focado na solicitação do cliente. A ideia central desta modalidade de atendimento é oferecer à pessoa que o procura a possibilidade de ser acolhida e ouvida. A partir desta escuta, questões emergentes poderão ser trabalhadas. Qualquer questão que venha a incomodar o cliente é uma questão importante. Segundo a psicóloga ROSENTHAL (apud MAHFOUD, 1999, p.27), “Ouvir pode sugerir uma atitude passiva, mas não é. Ouvir implica acompanhar, estar atento, presente. Presença inteira”.
I – Oferecer atendimento psicológico para as pessoas que dele necessitem, no momento da queixa.
II – Facilitar ao cliente uma visão mais clara de si mesmo e de sua perspectiva frente à problemática que vive e gerou seu pedido de ajuda.
 Oficina terapêutica 
SCHMIDT & OSTRONOFF (1999) afirmam que as oficinas de criatividade caracterizam-se como espaços de elaboração da experiência pessoal e coletiva através do uso de recursos expressivos, tais como movimento corporal e atividades de expressão plástica e de linguagem. O oficineiro aparece como figura central na concretização deste processo
Acompanha o processo criativo das pessoas;
Planeja as oficinas e a constituição dos grupos;
Tem a função de facilitador do processo de relação entre os participantes;
Propõe e coordena atividades e cuida dos aspectos individuais e grupais nelas envolvidos;
Entre os “efeitos” da oficina de criatividade estão a expansão da possibilidade de expressão de afetos e sentimentos por meio da produção concomitante à descoberta de aspectos pessoais desconhecidos, tornados aparentes nas obras concluídas ou durante o processo de execução. Partindo deste contexto é possível afirmar que a oficina de criatividade (SCHMIDT & OSTRONOFF, 1999) assume um papel de:
I – integração pessoal e social, pois ao se ver produzindo ou participando da produção de um objeto, a pessoa consegue se ver no objeto pronto, terminado, podendo gerar a sensação de plenitude.
II – aprendizagem significativa, pois intercala afetivo e intelectual na mesma experiência, possibilitando que o indivíduo aprecie sua história pessoal e de convivência com seus pares.
III – trocas significativas, que são geradas de modo espontâneo, em ambientes facilitadores, podendo facilitar a constituição de territórios comuns compartilhados.
Algumas atividades que são promovidas nas oficinas de criatividade possibilitam um desencadear de conversas superficiais e profundas sobre as experiências vividas pelos integrantes do grupo. Isso significa que as oficinas de criatividade (SCHMIDT & OSTRONOFF, 1999) possibilitam àqueles que dela participam:
I – a descoberta de conflitos e um possível suporte psicológico para conflitos e descobertas.
elementos associados à formalidade e que esta pode ser aprendida.
III – a percepção que toda produção pode ser válida e que nem tudo é desvalorizado ou desqualificado por não ser perfeito ou bonito.
IV – a descoberta de que são possíveis na vida momentos de genuína solidariedade e apoio entre as pessoas, principalmente quando estas trabalham compartilhando objetivos.
Sobre as oficinas de criatividade Viabilizam que o conteúdo afetivo torne-se propulsor das criações pessoais.
As oficinas de criatividade caracterizam-se como espaços de elaboração da experiência pessoal e coletiva através do uso de recursos expressivos.” (SCHMIDT & OSTRONOFF, 1999) 
I – As tarefas do oficineiro consistem na clarificação de propostas teórico-práticas capazes de criar as condições propícias à elaboração e à transmissão da experiência dos grupos.
II – O lugar e o papel do oficineiro são imprescindíveis para a qualidade das intervenções junto ao grupo.
III – Os processos criativos resultam na produção de objetos que representam tanto a experiência do participante quanto a coletiva.
Podemos definir a Oficina de Criatividade (SCHMIDT & OSTRONOFF, 1999) como uma forma específica e recente de prática psicológica.
I – A Oficina de Criatividade tem ao mesmo tempo uma função formadora e de sensibilização. É um lugar propício à experimentação, cujos objetivos são promover a exploração de variadas formas de expressão; facilitar o autoconhecimento e o conhecimento e a aceitação do outro enquanto alguém diferente e, consequentemente, favorecer uma inserção social baseada na ética; ajudar a reconhecer o papel dos afetos na vida, nos processos de aprendizagem e nas práticas profissionais.
 
II – Constituem-se como atendimentos grupais, orientados por um facilitador, e baseados no uso de recursos expressivos de natureza artística. A produção por meio desses recursos expressa e torna explícitos sentimentos, valores e preconceitos dos participantes, que podem assim ser discutidos e elaborados.
IV – Promovem trocas significativas geradas de modo mais espontâneo em ambientes facilitadores e facilitam a constituição de territórios comuns compartilhados, associada à aceitação da diversidade manifesta em particularidades e diferenças individuais.
QUINTINO (in MORATO, 1999) narra uma experiência de Oficina de Criatividade (coerente com a descrita por SCHMIDT & OSTRONOFF, 1999) para alunos do Projeto Universidade Aberta para a Terceira Idade da USP. Como em outras Oficinas de Criatividade, o sentido desta foi o resgate e reapropriação da história pessoal. Considere as afirmações abaixo sobre essa prática psicológica e indique a alternativa correta.
 – O processo de elaboração de Oficinas de Criatividade para a terceira idade inicia-se com a pesquisa por parte das facilitadoras sobre a população que participará das atividades.
II – Cada encontro da Oficina de Criatividade é previamente preparado pelos Oficineiros, que selecionam um tema pertinente ao grupo e as técnicas expressivas a serem utilizados.
III – De maneira geral, cada encontro de Oficinas de Criatividade apresenta algumas etapas que caracterizaram o seu desenvolvimento: aquecimento corporal, atividade expressiva, discussão e reflexão sobre a atividade expressiva.
As Oficinas de Criatividade (SCHMIDT & OSTRONOFF, 1999) são prática psicológica humanista que utiliza materiais expressivos e/ou atividades corporais, solicitando que os participantes experimentem-se sensorialmente, sem a referência de “certo” ou “errado”, a fim de descobrirem novos modos de ser e estar consigo e com os outros. São facilitadas por psicólogos-Oficineiros. Sobre esse profissional está correto:
O psicólogo acompanha o processo criativo das pessoas que, no contato com recursos expressivos, têm a oportunidade de tomar consciência e ampliar seu potencial através de canais não-racionais e não-verbais.
Durante a realização de cada oficina, o psicólogo propõe e coordena as atividades, atento aos movimentos individuais e grupais.
O olhar do psicólogo para o grupo não é interpretativo, mas compreensivo:a partir do significado que cada um atribui a seu produto, o psicólogo ajuda na percepção das dimensões de seu fazer criativo.
Planejar as atividades que serão propostas e os materiais que serão utilizados nas oficinas favorece a criatividade do próprio psicólogo.

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