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História Direito do Trabalho

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A ESCRAVIDÃO
A estratificação social é composta por homens livres e escravos. O trabalho escravo predominava.
A prática escravagista surgiu das guerras. Nas lutas contra grupos ou tribos rivais, os adversários feridos eram mortos. Posteriormente, ao invés de matá-los, percebeu-se que era mais útil escravizar o derrotado na guerra, aproveitando os seus serviços. A escravidão foi um fenômeno universal no mundo antigo.
Na Roma republicana, a reposição de escravos era confiada principalmente às regras expansionistas; no Alto Império, a criação e o comércio do "gado humano" predominaram com a captura de prisioneiros em batalha. Aristóteles afirmava que "a arte de adquirir escravos... é como uma forma da arte da guerra ou da caça".
O trabalho manual – exaustivo – era exclusivo dos escravos, portanto, considerado atividade subalterna, desonrosa para os homens válidos e livres. Era tratado como carga, fadiga, penalidade. Isso gerou vários preconceitos sobre o trabalho humano.
Ao lado do trabalho escravo, existia também o trabalho livre. A vida de um escravo, do momento da escravização até a morte, durava cerca de dez anos.
Era exigido do escravo um trabalho produtivo. Era um trabalho realizado por conta alheia, visto que a titularidade dos seus resultados pertencia ao amo.
Mais tarde, alguns pensadores gregos ensinaram que a noção de escravo não era ser servo por natureza, e sim por convenção dos homens, não era instituição de direito natural.
Mesmo nos tempos medievais a escravidão também existiu e os senhores feudais faziam grande número de prisioneiros, especialmente entre os bárbaros e infiéis.
Até mesmo na Idade Moderna, a escravidão continuou, principalmente com o descobrimento da América. Os colonizadores espanhóis escravizavam os indígenas e os portugueses também faziam viagens pela costa africana, conquistando escravos para trazer para o Novo Continente.
SERVILISMO
Após a escravidão, segue-se o servilismo, apesar da escravidão não ter sido completamente abolida. A servidão é uma característica das sociedades feudais.
A maioria das terras agrícolas na Europa estava dividida em áreas conhecidas como feudos. Cada propriedade feudal tinha um senhor.
A estratificação social da sociedade feudal era assim dividida: a aristocracia (bellatores), com o dever de combater para defender a comunidade; os clérigos e monges (oratores), com o dever de rezar; os camponeses (laboratores), com o dever de trabalhar para criar riquezas e nutrir a comunidade inteira. Mais uma vez, o trabalho produtivo era relegado ao último degrau da hierarquia social.
O trabalho servil significou uma forma mais branda do escravagismo. Foi um tipo de trabalho organizado, em que o indivíduo, sem ter a condição jurídica de escravo, não dispunha de liberdade, visto que seus senhores eram os donos da terra e de todos os direitos. Sujeitavam-se à abusivas restrições, inclusive de deslocamento, submetidos a um regime de estrita dependência do senhor feudal. Havia muitos pontos comuns entre a servidão e a escravidão. O senhor podia mobilizá-los obrigatoriamente para a guerra e também cedia seus servos aos donos das pequenas fábricas e oficinas existentes.
O camponês vivia em uma situação miserável. Trabalhava longa e arduamente em suas faixas de terra espalhadas e conseguia arrancar do solo apenas o suficiente para uma vida miserável. Dois ou três dias por semana, tinha que trabalhar a terra do senhor, sem pagamento. A terra do senhor tinha que ser arada, ceifada e semeada primeiro. Eram quase ilimitadas as imposições do senhor feudal ao camponês. Jamais se pensou em termos de igualdade entre senhor e servo. Havia muitas limitações, como por exemplo, se uma viúva desejava casar-se outra vez, tinha que pagar uma multa ao senhor.
Os servos tinham que entregar parte da produção rural aos senhores feudais em troca da proteção que recebiam e do uso da terra. Assim, ficavam presos às glebas que cultivavam, e pesava-lhes a obrigação de entregar parte da produção rural como preço pela fixação na terra e pela defesa dada pelos senhores.
O direito de propriedade era inteiramente respeitado, podendo o proprietário usar, gozar e dispor da forma que quisesse. Havia impostos a vários títulos. Ao servo era proibido recorrer a juízes contra os senhores feudais, com uma única exceção: no caso de querer se apossar do arado e dos animais que o servo possuía.
A economia era baseada basicamente na agricultura e na pecuária. Na época, inexistiam governos fortes centralizados, sistemas legais organizados ou qualquer comércio intenso, assim como a circulação monetária.
O homem trabalhava em benefício exclusivo do senhor da terra, tirando como proveito próprio a alimentação, o vestuário, a habitação.
A relação se estabelecia entre o senhor feudal e o servo, considerado por alguns como "um acessório da terra pertencente ao dominus".
O servo estava vinculado perpetuamente à terra e podia cultivá-la, desde que pagasse um tributo ao senhor. O uso da terra era retribuído com produtos da agricultura, com serviços, e, posteriormente, com dinheiro. Quando fugia, o senhor o perseguia, obrigando-o a voltar. Quando o senhor vendia a terra, o servo era também vendido. Os seus filhos eram também servos e o juramento de fidelidade era transmitido de geração a geração.
A servidão começou a desaparecer no final da Idade Média. As grandes perturbações, decorrentes das epidemias e das Cruzadas, davam oportunidade à fuga dos escravos e também à alforria. A Peste Negra também foi um grande fator para a liberdade. Morriam muitas pessoas, sendo atribuído maior valor ao serviço dos que continuavam vivos. O trabalhador camponês valia mais do que nunca, podia pedir e receber mais pelo seu trabalho. O crescimento do comércio, a introdução de uma economia monetária, o crescimento das cidades, proporcionaram ao servo meios para romper os laços que mantinha com o senhor feudal. Além disso, o senhor feudal percebeu que o trabalho livre é mais produtivo. Sabia que o trabalhador que deixava sua terra para cultivar a terra do senhor o fazia de má vontade, sem produzir o máximo. Era melhor deixar de lado o trabalho tradicional.
CORPORAÇÕES DE OFÍCIO
O corporativismo foi o resultado do êxodo rural dos trabalhadores para as cidades e da ativação do movimento comercial da Idade Média. Suas raízes mais remotas estão nas organizações orientais, nos collegia de Roma e nas guildas germânicas. O progresso das cidades e o uso do dinheiro deram aos artesãos uma oportunidade de abandonar a agricultura e viver de seu ofício.
O extremo poder dos nobres sobre os servos determinou o êxodo para as cidades, causando uma aglomeração de trabalhadores, que se uniam em defesa de seus direitos. A necessidade de fugir dos campos levava à concentração de massas de população nas cidades, principalmente naquelas que tinham conseguido manter-se livres. Assim foram se formando as Corporações. Além disso, em torno do século X, a vida econômica medieval ressurgia de forma intensa.
O homem, assim, passa a exercer a sua atividade em forma organizada, mas não gozava de inteira liberdade. As Corporações eram grupos de produtores, organizados rigidamente, de modo a controlar o mercado e a concorrência, bem como garantir os privilégios dos mestres. O sistema significava uma forma mais branda de escravização do trabalhador.
Apesar de significar um avanço em relação ao servilismo, por ter o trabalhador um pouco mais de liberdade, o corporativismo foi um sistema de enorme opressão. Os objetivos eram os interesses das Corporações. Este não podia exercer seu ofício livremente, era necessário que estivesse inscrito em uma Corporação. Assim, foi simplesmente uma forma menos dura de despojar o trabalhador.
As Corporações regulavam a capacidade produtiva e a técnica de produção. Nas corporações de artesãos agrupavam-se todos os artesãos do mesmo ramo em uma localidade.
Cada Corporação estabelecia as suas próprias leis profissionais, e recebia privilégios concedidos pelos reis. Mais tarde, entretanto, os própriosreis e imperadores sentiram a necessidade de restringir os direitos das corporações, para evitar sua influência e também para amenizar a sorte dos aprendizes e trabalhadores.
Possuíam um estatuto com algumas normas disciplinando as relações de trabalho. Além disso, estabeleciam uma rígida hierarquia. Havia três categorias de membros: os mestres, os companheiros e os aprendizes.
Os mestres eram os proprietários das oficinas e que já tinham passado pela prova da "obra mestra". Equivalem aos empregadores de hoje. Tinham sob suas ordens os trabalhadores, mediante rigorosos contratos nos quais o motivo não era simplesmente a "locação de trabalho". Além do salário, os trabalhadores tinham a proteção de socorros em casos de doenças.
Os aprendizes (trabalhavam a partir de 12 ou 14 anos) estavam submetidos à pessoa do mestre. Eram jovens trabalhadores que aprendiam o ofício, e a eles era imposto um duro sistema de trabalho. O mestre poderia impor-lhe inclusive castigos corporais. Os pais dos aprendizes pagavam taxas, muitas vezes elevadas, para o mestre ensinar seus filhos. Se o aprendiz superasse as dificuldades dos ensinamentos, passava ao grau de companheiro.
Os companheiros eram trabalhadores qualificados, livres, que dispunham de liberdade pessoal e recebiam salário salários dos mestres. O companheiro só passava a mestre se fosse aprovado no exame de "obra mestra", e além de ter que pagar para realizá-lo, a prova era muito difícil. Quem se casasse com a filha de mestre ou casasse com a viúva do mestre, passava a esta condição, desde que fosse companheiro. Não era exigido qualquer exame dos filhos dos mestres.
A jornada de trabalho era extensa, chegando até a 18 horas no verão. Normalmente, terminava com o pôr-do-sol, não para proteger os aprendizes e companheiros, mas para qualidade do trabalho.
Apesar de o ajudante de artesão objetivamente ser um operário dependente, que vendia a seu mestre a força de seu trabalho, ele tinha, porém, a real esperança de estabelecer-se autonomamente ao cabo de alguns anos.
Com a Revolução Francesa as Corporações de Ofício foram suprimidas, por serem consideradas incompatíveis com o ideal de liberdade do homem. Outras causas de extinção das Corporações foram a liberdade de comércio e o encarecimento dos seus produtos.
ORGANIZAÇÃO SINDICAL
Direito Coletivo do Trabalho
O direito coletivo pressupõe uma relação coletiva de trabalho, quer dizer uma relação jurídica cujos sujeitos nela figuram em função de um grupo social. Os interesses que esta relação põe em jogo são os interesses abstratos do grupo, como tal, e não os interesses mediatos, reflexos e concretos dos indivíduos que pertençam, ou possam a ele pertencer.
São instituições do direito coletivo do trabalho:
a) Liberdade de coalizão. Fundamento do direito coletivo, traduzindo a possibilidade jurídica da união em defesa de interesses comuns: o direito de greve é uma conseqüência do reconhecimento desta liberdade.
b) Associação profissional. Significa a organização permanente de empregados, ou de empregadores, em defesa dos interesses das respectivas categorias.
c) Convenção coletiva. O estabelecimento de normas sobre condições de trabalho pelas próprias categorias a que se destinam.
d) Dissídios coletivos de trabalho. Reconhecimento pelo direito de que os conflitos entre interesses abstratos, de grupos, podem ser, processualmente, resolvidos.
O direito coletivo tem caráter instrumental: meio para alcançar a criação de novas condições de trabalho, através de normas estabelecidas pelas próprias categorias interessadas ou pela Justiça do Trabalho, com a participação daquelas.
Liberdade de Coalizão
As corporações de partes e ofícios da Idade Média tinham feição aristocrática, escalonadas na gradação de mestre, companheiro e aprendiz, sendo que a ascensão acabou por se tornar praticamente impossível pela natureza hereditária da posição de mestre.
Com a queda do antigo regime, vitoriosa a Revolução Francesa, viram por isso os operários, como salienta Mario de la Cueva, não entenderam por que o novo regime queria também destruir as associações de companheiros.
A igualdade teórica entre patrão e empregado, estabelecida pela Constituinte, ia tornar-se irrisória quando, no início do século XIX, a revolução industrial concentrou nas mãos dos patrões todos os meios de produção.
Mas o Estado liberal foi além. A coalizão e a greve tornaram-se crimes.
Na Inglaterra, a coalizão foi proibida por lei de 1799.
Inicia-se, então, como conseqüência da exploração de que era vítima o empregado, isoladamente colocado diante do empregador, a luta pela conquista da liberdade de coalizão, com "suor, lágrimas e sangue".
Na Inglaterra, graças a Francis Place, um empregador humano e compreensivo, em 21.61824, por Ato do Parlamento, deixa a coalizão de ser proibida aos trabalhadores. Ainda não se reconhecera a greve, como um direito, nem a existência dos sindicatos (trade unions), mas cessava a perseguição aos que se reunissem em defesa de seus interesses comuns. É a fase da tolerância.
Em 1848 eclodiu em França novo movimento revolucionário e pareceu, a princípio, que os trabalhadores iriam obter o direito de associação. Instalada a célebre Comissão de Luxemburgo, a 29 de fevereiro foi decretada a liberdade associativa. Mas o sentido nitidamente popular das reformas sociais anunciadas assustou a burguesia, cujo triunfo ficou assegurado com a eleição de Luis Bonaparte para a Presidência da República, depois dos combates de rua de 23 a 26 de junho. Por lei de 27/11/1849, foram restabelecidos os artigos do Código Penal que puniam a coalizão.
Apesar disto, não cessou a agitação e as greves eclodiram. Pela reforma de 15/05/1864, de Napoleão III, entrou a França, por sua vez, na fase de tolerância: a greve pacífica já seria admitida.
Na Alemanha, em 1845, na Prússia, reproduziram-se velhas Ordenanças contra os companheiros medievais. Em 21/05/1869 (lei ulteriormente ratificada para o Império, em 1872), tais Ordenanças foram, porém, revogadas e suprimidas as punições para a coalizão que visasse à melhoria das condições de trabalho. Mas a expansão extraordinária do movimento socialista, com a conseqüente redação do Programa de Gotha, seguido de agitações operárias, provocou a lei anti-socialista de 21/10/1879.
Na Inglaterra, lei de 1875, consolidada em 1906, assegurou o desenvolvimento sindical através das trade unions. A liberdade de coalizão em França é reconhecida em 1884. E a Constituição de Weimar, de 1919, dá início, na Europa, ao processo de constitucionalização do direito coletivo do trabalho.
Liberdade Sindical
Não há sindicalismo verdadeiro sem o autogoverno democrático das associações (Ardau).
Nas palavras de Mario Giuliano, a liberdade sindical "importa necessariamente... o reconhecimento dos seguintes princípios":
a) liberdade, e não obrigação, de constituição de sindicatos e de adesão a estes;
b) liberdade de auto-organização dos sindicatos, sem outra obrigação que a de um ordenamento interno democrático;
c) autogoverno dos sindicatos em relação aos próprios interesses, sem interferência alguma do Estado;
d) possibilidade de mais de um sindicato para a mesma categoria.
O VII Congresso Mundial da Confederação Internacional das Organizações Sindicais Livres, realizado em Berlim de 5 a 12/07/1962, reafirmou "os direitos fundamentais dos trabalhadores de todo o mundo de estabelecer e aderir a organizações sindicais livres e independentes de todo controle, seja dos governos o dos patrões".
O sistema legal dos sindicatos. Em França, repousa sobre três grandes princípios: o da liberdade, o da pluralidade e o da autonomia. Devem agrupar os sindicatos somente pessoas exercendo a mesma atividade, ou atividades similares; limitar-se à defesa dos interesses profissionais.
Encontram-se os sindicatos franceses reunidos em quatro grandes entidades de cúpula: a Confederação Geral do trabalho (CGT); a Confederação Geral do Trabalho-Força (CGT-FO); a Confederação Francesa dos Trabalhadores Cristãos (CFTC) e a ConfederaçãoGeral dos Quadros (CGQ).
Na Inglaterra, a liberdade sindical foi assegurada por lei de 21.12.1906, que aboliu o delito civil de conspiracy. Nesse mesmo ano fundou-se o Partido Trabalhista (Labour Party), como resultado do Congresso dos sindicatos ingleses (Trade Unions) de 1903. O congresso dos sindicatos é o órgão de cúpula da organização sindical dos trabalhadores ingleses.
Na Alemanha Ocidental, cujo movimento operário reconquistou a liberdade com o término da II Guerra, a principal organização sindical é a Confederação dos Sindicatos Alemães (DGB), com sede em Düsseldorf.
Nos Estados Unidos da América do Norte, foi criada, em 1886, a Federação Americana do Trabalho (AFL); em 1937, sindicatos dissidentes, liderados por John Lewis, entendendo demasiado moderada a ação da AFL, formaram novo organismo de cúpula, o Congresso de Organizações Industriais (COI). Ambas as entidades uniram-se numa poderosa Central de Trabalhadores, agrupando 15 milhões de aderentes, em dezembro de 1955 (AFL-CIO).
Quando se conclui uma convenção coletiva, o empregador procura conservar sua liberdade e, não podendo utilizar-se da cláusula da non union shop, ou seja, de exclusão dos sindicatos, defende o regime da open shop, que lhe permite escolher livremente seus empregados, pertençam ou não ao sindicato com o qual celebrou a convenção. Os sindicatos, por sua vez, pugnam pela cláusula closed shop, que impede o empregado de contratar trabalhadores que não sejam associados do sindicato com que fez a convenção.
A Lei Talf-Hartley, de 1947, proibiu a cláusula da closed shop. Na Suíça, declarada esta cláusula ilegal pelos tribunais, foi substituída pelo pagamento de uma quota de solidariedade com a qual os trabalhadores não associados ao sindicato convenente contribuem para a manutenção deste, a fim de beneficiar-se da convenção por ele celebrada. No México admite-se cláusula do tipo closed shop.
Questão das mais controvertidas é a que se refere à compatibilidade do sindicato único, oficialmente reconhecido como representante de toda a categoria, com a liberdade sindical.
Em uma sociedade democrática, a unidade do movimento sindical não deve ser legalmente imposta pelo Estado, mas resultar da unidade mesma do grupo profissional, principalmente através de órgãos de cúpula, superando, por instrumentos próprios, os conflitos de interesses que inevitavelmente existirão dentro dele. É o caso típico da unidade sindical inglesa.
O problema da liberdade sindical envolve, também, o da liberdade de individuo no que respeita às suas relações com o sindicato e à ação por este desenvolvida. Quatro são os sistemas pelos quais se estruturam tais relações entre indivíduo e sindicato:
a) o indivíduo pode estar obrigado associar-se e a continuar associado de determinado sindicato, como na Inglaterra, correndo o risco de vir a ser despedido pelo empregador, se infringir norma sindical;
b) pode estar obrigado a associar-se a um sindicato, embora não a determinado sindicato, como ocorre na Suécia;
c) pode ser obrigado a mero apoio econômico, como ainda acontece entre nós (contribuição sindical), apesar das várias tentativas objetivando extinguir tal contribuição; e
d) consideradas ilegais todas as fontes de exclusividade sindical, pode ter o indivíduo liberdade de associar-se ou não a sindicato ou de associar-se ao sindicato que escolher (pluralidade sindical), como acontece na Bélgica, França, República Federal Alemã e Suíça.
Note-se que, ainda quando o indivíduo possa negar-se a ser associado de sindicato, nem por isso, sempre e necessariamente, escapará ao controle coletivo sindical, por isso que pode estar obrigado a respeitar a convenção coletiva.
A prevalência dos interesses coletivos do grupo, como tal, pressuposto da existência mesma dos sindicatos, importa, por conseguinte, em maior ou menor grau, certa restrição à liberdade do trabalhador, como indivíduo, para negociar, por conta própria, as condições de seu contrato de trabalho. Mas essa restrição, como aliás, a que decorre, também, das normas legais que regem tal contrato, visa a beneficiar o próprio indivíduo, dada a desigualdade econômica entre empregado e empregador, empecilho a que em geral, se possa chegar, no plano individual, a uma relação contratual justa. Cumpre à lei garantir a liberdade do trabalhador, como indivíduo, em relação ao sindicato, resguardando-lhe o direito de associar-se ou não e de participar nas deliberações do sindicato.
Sindicato
O sindicato é uma forma de associação instituída para proteger os interesses profissionais dos que o integram. Como escreve Georges Friedmann e Jean René Treanton, "a mais freqüente, mas não a única". Mas, as associações do tipo mutualista ou amistoso, sem vínculo que lhes unifique a ação, sem faculdade para celebrar convenções coletivas, agem apenas como grupo de pressão. Somente o molde sindical "permite aos agrupamentos profissionais alcançar a plenitude de personalidade e ação".
Natureza Jurídica do Sindicato
A personalidade de direito público pressupõe que participe a entidade da essência da atividade do Estado e disponha de parcela do poder de império.
Nos países totalitários é evidente a natureza de pessoa de direito público do sindicato. Integra o aparelho estatal de tipo corporativo. Mas, num regime democrático, o caráter de pessoa de direito privado é uma decorrência do próprio princípio de liberdade sindical.
É que o sindicato participa de atividades que envolvem uma colaboração mais direta com o poder público, "sempre orientadas, porém, no sentido de melhoria das condições de trabalho". Não há identificação entre os fins do Estado e do sindicato, predominando em relação a este os interesses do grupo organizado.
CONVENÇÃO COLETIVA
O Estado liberal e individualista deixara o trabalhador isolado e enfraquecido, diante do empregador economicamente poderoso e que, por reunir sob o seu controle os meios de produção funcionalmente organizados, já representava, no dizer de Adam Smith, em si mesmo, uma "coalizão". Daí resultou, como sabemos, que o contrato de trabalho se resumia na adesão forçada do trabalhador às cláusulas que lhe eram impostas pelo contratante mais forte e que constavam do regulamento da empresa.
A possibilidade da celebração de convenção coletiva verificou-se na Inglaterra desde 1824, mas os empregadores não estavam obrigados a aceita-la.
A união dos trabalhadores, na Inglaterra, Bélgica, França e Alemanha, permitiu-lhes lutar vantajosamente no sentido do estabelecimento coletivo das condições de trabalho. "Esta generalização foi anterior ao reconhecimento da nova figura jurídica pela doutrina e por lei, fato que explica as dúvidas e hesitações doutrinárias." Enquanto os civilistas se esforçavam por encaixar a convenção coletiva no esquema do direito comum e falhavam no seu intento, começou a ser reconhecida pelo legislador. O Código Civil Holandês, de 01/02/1909, foi o primeiro diploma legal a lhe dar cobertura.
Conceito e Natureza Jurídica
Convenção coletiva é a solução, por via de acordo, dos conflitos de interesses coletivos de grupos ou categorias, através do estabelecimento de normas e condições de trabalho reguladoras, durante o prazo da respectiva vigência, das relações individuais entre os integrantes das categorias ou grupos convenentes.
Segundo o direito de cada país, variam os tipos legais de convenção coletiva, com maior ou menor âmbito de eficiência normativa. As convenções com eficácia geral, isto é, cujas normas obrigam todos os integrantes das categorias representadas pelos sindicatos, sejam ele sindicalizados ou não, são as que, por não se ajustarem aos esquemas clássicos do direito comum, suscitaram e suscitam controvérsias doutrinárias quanto à sua natureza jurídica.
A convenção coletiva, historicamente, nasceu no campo do direito privado, regulando entre particulares: o Estado a ignorava. Natural, portanto, que os juristas a procurassem explicar, a princípio, pela figura do contrato. Outras teorias foram, sucessivamente, aventadas para lhe dar uma justificaçãojurídica, procurando, sempre, aproveitar os moldes tradicionais do direito comum: teoria do mandato (incapaz de explicar a inderrogabilidade, pelos supostos mandantes, através do contrato individual, das cláusulas estabelecidas pelos sindicatos mandatários); teoria da gestão de negócios (que pressupõe o proveito individual do dono do negócio e a responsabilidade do gestor pelos prejuízos que excederem a este proveito); teoria da estipulação em favor de terceiro (que implica aceitação do benefício, renunciável, por natureza); teoria da personalidade moral fictícia (que não explica a obrigatoriedade das condições ajustadas); teoria do contrato inominado (insuficiente por insistir no esquema contratual).
A convenção Coletiva no Direito Brasileiro
A convenção coletiva é uma das vias em que se pode desdobrar a negociação coletiva. Juntamente com o acordo coletivo, representa a solução do conflito coletivo pela autocomposição por parte dos interlocutores naquele processo. A negociação coletiva, por sua vez, foi amplamente valorizada pela Constituição de 1988 como processo mais adequado e eficaz na busca da composição dos conflitos coletivos de trabalho.
As convenções e os acordos serão celebrados por escrito, sem emendas nem rasuras, em tantas vias quantos forem os sindicatos convenentes ou as empresas acordantes, além de uma destinada a registro.
Os sindicatos só poderão celebrar convenções ou acordos coletivos de trabalho por deliberação de assembléia-geral especialmente convocada para esse fim, consoante o disposto nos respectivos estatutos.
Os sindicatos convenentes ou as empresas acordantes promoverão, conjunta ou separadamente, dentro de 8 dias da assinatura da convenção ou acordo, o depósito de uma via do mesmo, pra fins de registro e arquivo, na Secretaria Nacional do Trabalho, em se tratando de instrumento de caráter nacional ou interestadual, ou nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho, nos demais casos.
As convenções e os acordos entrarão em vigor 3 dias após a data de entrega dos mesmos no órgão referido neste artigo.
Conteúdo e Efeito das Convenções Coletivas
As cláusulas normativas da convenção são todas as que podem constituir o conteúdo de uma relação individual de trabalho.
As cláusulas normativas são inderrogáveis e se aplicam não só "aos contratos que vierem a ser celebrados depois de sua entrada em vigor, como aos que já existiam anteriormente".
As condições estabelecidas em convenção, quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em acordo. As convenções e os acordos poderão incluir entre suas cláusulas disposição sobre a constituição e funcionamento de comissões mistas de consulta e colaboração, no plano da empresa e sobre participação nos lucros. Estas disposições mencionarão a forma de constituição, o modo de funcionamento e as atribuições das comissões, assim como o plano de participação quando for o caso.
Os empregados e as empresas que celebrarem contratos individuais de trabalho, estabelecendo condições contrárias ao que tiver sido ajustado em convenção ou acordo que lhes for aplicável, serão passíveis da multa neles fixada.
ACORDO COLETIVO
É um dos instrumentos pelo que é possível pôr fim aos conflitos coletivos, ou seja, é a negociação no plano do nosso direito positivo, que tem como objetivo pôr termo aos conflitos coletivos através da negociação coletiva, negociação está denominada de: acordo coletivo e convenção coletiva de trabalho.
Cabe observar que o ponto em comum do acordo e da convenção coletiva é que em ambos serão estipuladas condições de trabalho que serão aplicadas aos contratos individuais dos trabalhadores, que tem efeito normativo. Tendo como diferenças entre os instrumentos em referência os sujeitos envolvidos, posto que o acordo coletivo é feito entre uma ou mais empresas e o sindicato da categoria profissional, enquanto na convenção coletiva o pacto é realizado entre sindicato da categoria profissional, de um lado, e sindicato da categoria econômica, de outro.
É facultado aos sindicatos celebrar acordos coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho aplicáveis no âmbito daquelas, às respectivas relações de trabalho (CTL, art. 611, § 1º); a legitimação para o acordo coletivo, pelo lado patronal, é da empresa, porém a CF/88 (art. 8º, VI) considera obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas.
O acordo tem um efeito mais restrito na medida em que atinge apenas os trabalhadores e empresas que celebraram o acordo. É um pacto feito entre o sindicato dos trabalhadores e a empresa (acordo se formaliza com a presença tão somente do sindicato da categoria profissional, sendo desnecessária a da categoria econômica).
De acordo com a Constituição Federal de 1988 (art. 8º, VI) é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas. Porém, não é permitido que o empregado negocie acordos coletivos (caso contrário não seria necessária a existência dos sindicatos), salvo quando o sindicato for acionado e não cumprir o pedido daquele que o faz nesse caso é permitida a negociação. O sindicato exerce o monopólio da negociação mesmo se desenvolvida diretamente perante uma empresa.
Negociação Coletiva
Negociação coletiva, segundo a Convenção n0 154 da OIT, compreende todas as negociações que tenham lugar entre, de uma parte, um empregador, um grupo de empregadores ou uma organização ou várias organizações de empregadores e, de outra parte, uma ou várias organizações de trabalhadores visando a: a) fixar as condições de trabalho e emprego; b) regular as relações entre empregadores e trabalhadores; c) regular as relações entre empregadores ou suas organizações e uma ou várias organizações de trabalhadores ou alcançar todos estes objetivos de uma só vez.
A negociação coletiva é uma forma de ajuste de interesses entre as partes, que acertam as diferentes posições existentes, visando encontrar uma solução capaz de compor as suas posições.
Funda-se a negociação na teoria da autonomia privada coletiva, visando suprir a insuficiência do contrato individual do trabalho. Tem um procedimento mais simplificado, mais rápido, flexível, com trâmites mínimos se comparados com os da elaboração da lei. E descentralizada, atendendo a peculiaridades das partes envolvidas, passando a ser específica. Há uma periodicidade menor nas modificações.
Os sindicatos das categorias econômicas ou profissionais e as empresas, mesmo as que não tenham representação sindical, não poderão se recusar à negociação coletiva (art. 616 da CLT).
Funções da Negociação Coletiva
Tem várias funções a negociação coletiva: 1 - jurídicas: a) normativa, criando normas aplicáveis às relações individuais de trabalho; b) obrigacional, determinando obrigações e direitos para as partes; c) compositiva, como forma de superação dos conflitos entre as partes, em virtude dos interesses antagônicos delas; II - políticas, de fomentar o diálogo, devendo as partes resolver suas divergências entre si; III - econômicas, de distribuição de riquezas; IV - ordenadora, quando ocorrem crises, ou de recomposição de salários; V -social, ao garantir aos trabalhadores participação nas decisões empresariais.
O direito de negociar livremente constitui elemento essencial da liberdade sindical. A negociação deve ser feita não só pelos sindicatos, como pelas federações e confederações, ou, ainda, por entidades sindicais registradas ou não registradas. As autoridades públicas, entretanto, não poderão restringir o direito de negociação, assim como não se deve exigir a dependência de homologação pela autoridade pública, pois a negociação concretizada se constitui em lei entre as partes.
A negociação visa a um procedimento de discussões sobre divergências entre as partes, procurando um resultado. A convenção e o acordo coletivo são o resultado desse procedimento. Se a negociação for frustrada não haverá a norma coletiva. Declara, ainda, o § 4º do artigo 616 da CLT que nenhum processo de dissídio coletivo de naturezaeconômica será admitido sem antes se esgotarem as medidas tendentes à formalização de acordo ou convenção coletiva.
Os sindicatos devem participar obrigatoriamente das negociações coletivas de trabalho (art. 80, VI, da CF), prestigiando a autonomia privada coletiva. Haveria, assim, a participação obrigatória do sindicato patronal nos acordos coletivos. Entretanto, a interpretação sistemática da Lei Maior leva o intérprete a verificar que o sindicato profissional é que deve participar obrigatoriamente das negociações coletivas, pois nos acordos coletivos só ele participa juntamente com as empresas e não o sindicato da categoria econômica.

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