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Aulas 11 e 12 Sujeitos do processo TGP 2018.2

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Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – UniFMU 
Teoria geral do Processo – 2018.2 
 
Professor Gustavo Belucci 
1 
 
A D V E R T Ê N C I A 
Este roteiro é apenas um esboço para o acompanhamento das aulas. Não é 
material suficiente para fins de estudo completo, que DEVERÁ SEMPRE ser 
complementado com a bibliografia indicada e com a leitura dos dispositivos 
legais. O estudo feito aqui pode eventualmente incluir conceitos de outros 
professores consagrados, pois é elaborado com fins meramente de orientação 
dos alunos para acompanhamento das aulas, sem finalidade de divulgação ou 
cópia das respetivas obras. 
 
Aulas 11 e 12 – SUJEITOS DO PROCESSO. 
EMENTA: Identificar os sujeitos do processo e os direitos e 
deveres das partes, dos procuradores e do juiz. Conceituar 
parte. Diferenciar capacidade de ser parte e capacidade 
processual. Entender a diferença entre representação e 
assistência. Definir as modalidades de curador. Entender 
sucessão das partes e dos procuradores. Analisar a pluralidade 
de partes: litisconsórcio. Analisar intervenção de terceiros. 
 
1. Sujeitos do processo. 
 Cintra, Grinover e Dinamarco, lecionam que sendo um instrumento para a 
resolução imparcial dos conflitos que se verificam na vida social, o processo apresenta, 
necessariamente, pelo menos três sujeitos: o autor e o réu, nos polos contrastantes 
da relação processual, como sujeitos parciais; e, como sujeito imparcial, o juiz, 
representando o interesse coletivo orientado para a justa resolução do litígio. Vejamos 
cada uma destas partes. 
 
2. Direitos e deveres das partes, dos procuradores e do juiz. 
 Conceito de parte1: o conceito de parte é em verdade conceito eminentemente 
processual, além de ser técnico. Não é nada fácil, porém, a determinação do conceito 
de parte, mesmo que no campo processual. Parte revela-se como conceito ambíguo e 
 
1 Mais informações em: http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7153 
Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – UniFMU 
Teoria geral do Processo – 2018.2 
 
Professor Gustavo Belucci 
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por vezes polissêmico, uma vez que pode significar ao mesmo tempo, a porção ou 
quinhão integrante de um todo maior, e também pode indicar aquele que participa, 
tomando parte de relação jurídica processual. A ideia matriz é a de litígio como conflito 
de interesses tal como vem descrito na petição inicial, que sendo tal conflito uma 
unidade processual, algo inteiro e completo, onde os sujeitos em conflito serão uma 
porção deste, na medida em que, pelo antagonismo em que os mesmos se encontram 
em relação à controvérsia, sua própria posição de contraste afinal define o conflito. 
Parte será, portanto, toda a pessoa física ou jurídica com envolvimento numa 
demanda, diante do juiz fazendo um elo trilateral juiz-autor-réu. Como supracitado, 
o conceito de parte é ligado intimamente ao conceito de jurisdição, uma vez que o 
conceito de parte é eminentemente processual devendo cada parte colaborar com a 
justiça. As partes, formadas por demandante (autor) e demandado (réu), podem ser 
chamadas de exequente e executado nas ações de execução, de promovente e 
promovido nas ações de demarcação de terras, de reivindicante e reivindicado nas 
ações reivindicatórias, de querelante e querelado nas ações penais privadas, de 
reclamante e reclamado nas ações trabalhistas, enfim, dependendo da natureza da 
ação há um nome técnico usado para determinar as partes. Além disso, deve estar em 
claro que uma das partes – o autor – ao acionar a máquina estatal para intervir num 
determinado conflito, não quer de maneira alguma dizer que o Estado fará a vontade do 
demandante, uma vez que o Estado-juiz foi apenas acionado e, a partir disso, torna-se 
um ser imparcial e cego para as diferenças entre as partes, podendo inclusive a decisão 
judiciária ser contra o esperado do próprio autor da demanda, uma vez que o que está 
em jogo é a justiça e não o desejo de quem demanda. 
 
2.1. Deveres das partes (artigos 77 a 79, do CPC). 
São deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer 
forma participem do processo: 
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade; 
II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que 
são destituídas de fundamento; 
III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à 
declaração ou à defesa do direito; 
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Teoria geral do Processo – 2018.2 
 
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IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória 
ou final, e não criar embaraços à sua efetivação; 
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o 
endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando 
essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou 
definitiva; 
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. 
 Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas 
mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato 
atentatório à dignidade da justiça. 
 A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade 
da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais 
cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, 
de acordo com a gravidade da conduta. 
 Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no § 2o será 
inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em julgado da 
decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da execução fiscal. 
 Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista poderá ser 
fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo. 
 Advogados públicos ou privados e membros da Defensoria Pública e do 
Ministério Público terão eventual responsabilidade disciplinar a ser apurada pelo 
respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará. 
 Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determinará o 
restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar nos 
autos até a purgação do atentado, sem prejuízo da multa 
 O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir decisão em 
seu lugar. 
Também é vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos membros do 
Ministério Público e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa que participe do 
processo empregar expressões ofensivas nos escritos apresentados. Quando 
expressões ou condutas ofensivas forem manifestadas oral ou presencialmente, o juiz 
advertirá o ofensor de que não as deve usar ou repetir, sob pena de lhe ser cassada a 
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palavra. De ofício ou a requerimento do ofendido, o juiz determinará que as expressões 
ofensivas sejam riscadas e, a requerimento do ofendido, determinará a expedição de 
certidão com inteiro teor das expressões ofensivas e a colocará à disposição da parte 
interessada. 
OBS: segundo o Novo CPC, também não se deve esquecer: 
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral 
do mérito, incluída a atividade satisfativa. 
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-
se de acordo com a boa-fé. 
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que seobtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao 
exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos 
ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao 
juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
 
2.2. Consequências da violação dos deveres das partes e a litigância de má-fé 
(artigos 80 e 81, do CPC). 
Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou 
interveniente (artigo 79, do CPC). 
Considera-se litigante de má-fé aquele que (artigo 80, do CPC): 
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato 
incontroverso; 
II - alterar a verdade dos fatos; 
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; 
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; 
VI - provocar incidente manifestamente infundado; 
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. 
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De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, 
que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido 
da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com 
os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou. 
 Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um 
na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que 
se coligaram para lesar a parte contrária. 
 Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada 
em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo. 
 O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-
lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos. 
 
2.3. Deveres, direitos, sucessão e responsabilidade dos procuradores (artigos 103 
a 111, do CPC). 
 A parte será representada em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem 
dos Advogados do Brasil. É lícito à parte postular em causa própria quando tiver 
habilitação legal. 
 Necessidade de procuração para o advogado (artigos 104 e 105, do CPC): O 
advogado não será admitido a postular em juízo SEM PROCURAÇÃO, salvo 
para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato 
considerado urgente. O advogado deverá, independentemente de caução, exibir 
a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por 
despacho do juiz. O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente 
àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e 
por perdas e danos. 
 A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular 
assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, 
exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, 
desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, 
firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que 
devem constar de cláusula específica. 
 A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma da lei. A procuração 
deverá conter o nome do advogado, seu número de inscrição na Ordem dos 
Advogados do Brasil e endereço completo. Se o outorgado integrar sociedade de 
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Teoria geral do Processo – 2018.2 
 
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advogados, a procuração também deverá conter o nome dessa, seu número de 
registro na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo. Salvo 
disposição expressa em sentido contrário constante do próprio instrumento, a 
procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas as fases do 
processo, inclusive para o cumprimento de sentença. 
 O advogado tem direito a (artigo 107, do CPC) - ver também o artigo 7º, do 
Estatuto da OAB2: 
I - examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, mesmo sem 
procuração, autos de qualquer processo, independentemente da fase de 
tramitação, assegurados a obtenção de cópias e o registro de anotações, 
salvo na hipótese de segredo de justiça, nas quais apenas o advogado 
constituído terá acesso aos autos; 
II - requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo, pelo 
prazo de 5 (cinco) dias; 
III - retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo legal, sempre 
que neles lhe couber falar por determinação do juiz, nos casos previstos em 
lei. 
 Ao receber os autos, o advogado assinará carga em livro ou documento próprio. 
 Sendo o prazo comum às partes, os procuradores poderão retirar os autos 
somente em conjunto ou mediante prévio ajuste, por petição nos autos. É lícito ao 
procurador retirar os autos para obtenção de cópias, pelo prazo de 2 (duas) a 6 
(seis) horas, independentemente de ajuste e sem prejuízo da continuidade do 
prazo. 
 O procurador perderá no mesmo processo o direito de retirar os autos se não 
devolver os autos tempestivamente, salvo se o prazo for prorrogado pelo juiz. 
 
2.3.1. Sucessão das partes e dos procuradores (artigos 108 a 112, do CPC). 
 Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio 
ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 313, §§ 1o e 2o. 
 
2 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8906.htm 
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 A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado constituirá, no mesmo 
ato, outro que assuma o patrocínio da causa. Não sendo constituído novo procurador 
no prazo de 15 (quinze) dias, observar-se-á o disposto no art. 763. 
 O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo, provando, na forma 
prevista neste Código, que comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que este 
nomeie sucessor. Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a 
representar o mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo. Dispensa-se a 
comunicação quando a procuração tiver sido outorgada a vários advogados e a parte 
continuar representada por outro, apesar da renúncia. 
 
2.4. Deveres, poderes e responsabilidade do juiz (artigos 139 a 143, do CPC). 
No primeiro grau de jurisdição, os órgãos judiciários civis são monocráticos ou 
singulares, isto é, formados apenas por um juiz. Nos graus superiores (instâncias 
recursais), os juízos são coletivos ou colegiados, formando tribunais, compostos de 
vários juízes, que, às vezes, recebem denominações especiais como as de 
desembargador ou ministro. A Constituição de 1988 criou, outrossim, a figura do Juiz de 
Paz, que deve ser eleito pelo voto popular, com competência definida por lei ordinária, 
para o procedimento de habilitação e celebração do casamento, e para exercer 
atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional. 
O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: 
I - assegurar às partes igualdade de tratamento; 
II - velar pela duração razoável do processo; 
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e 
indeferir postulações meramente protelatórias; 
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou 
sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, 
inclusive nas ações que tenham por objeto prestaçãopecuniária; 
 
3 Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz 
suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício. § 1o Descumprida a 
determinação, caso o processo esteja na instância originária: I - o processo será extinto, se a providência 
couber ao autor; II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; II - o terceiro será considerado 
revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre. § 2o Descumprida a determinação 
em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator: I - não 
conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente; II - determinará o desentranhamento das 
contrarrazões, se a providência couber ao recorrido. 
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V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com 
auxílio de conciliadores e mediadores judiciais; 
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios 
de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir 
maior efetividade à tutela do direito (somente pode ser determinada antes 
de encerrado o prazo regular); 
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força 
policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais; 
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, 
para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena 
de confesso; 
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento 
de outros vícios processuais; 
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar 
o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros 
legitimados a que se referem o art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 
1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o 
caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva. 
 O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do 
ordenamento jurídico e só decidirá por equidade nos casos previstos em lei (artigo 
140). 
 O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado 
conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte 
(artigo 141). 
 Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se serviram do 
processo para praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por lei, o juiz proferirá 
decisão que impeça os objetivos das partes, aplicando, de ofício, as penalidades 
da litigância de má-fé (artigo 142). 
 O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando: I - no 
exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; II - recusar, omitir ou 
retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a 
requerimento da parte (somente serão verificadas depois que a parte requerer ao 
juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado no prazo de 
10 dias) – artigo 143. 
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3. Capacidade para ser parte x capacidade processual x capacidade postulatória. 
 A capacidade de ser parte é a aptidão para figurar como parte em um dos polos 
da relação processual. Pode ser parte todo aquele que tiver capacidade de direito 
(artigos 1º e 2º do Código Civil4). 
 Já a capacidade processual é a aptidão para agir em juízo. Toda pessoa que se 
acha no exercício dos seus direitos tem capacidade para estar em juízo, conforme reza 
o artigo 70 do Código de Processo Civil5. 
 A capacidade postulatória, por sua vez, é a capacidade (capacidade técnica-
formal - inscrição na OAB) conferida pela lei aos advogados para praticar atos 
processuais em juízo, sob pena de nulidade do processo, de acordo com os artigos 1º 
e 3º da Lei 8.906/94. As pessoas não advogadas precisam, portanto, integrar a sua 
incapacidade postulatória, nomeando um representante judicial: o advogado. Nos 
termos do artigo 133 da CF, o advogado é indispensável à administração da justiça. 
Assim, para postular em juízo é imprescindível que a parte tenha a habilitação de 
advogado, ou seja, que ostente o título de bacharel em Direito e encontre-se inscrito na 
OAB. 
OBS1: Curador especial – artigo 72, do CPC: o juiz nomeará curador especial 
ao: I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem 
com os daquele, enquanto durar a incapacidade; II - réu preso revel, bem como 
ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído 
advogado. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos 
da lei. 
OBS 2: Necessidade de consentimento do cônjuge – artigo 73, do CPC: o 
cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre 
direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta 
de bens. Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: I - que 
verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de 
separação absoluta de bens; II - resultante de fato que diga respeito a ambos os 
cônjuges ou de ato praticado por eles; III - fundada em dívida contraída por um 
dos cônjuges a bem da família; IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a 
 
4 Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Art. 2o A personalidade civil da pessoa 
começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. 
5 Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo. 
Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei. 
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constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. 
Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é 
indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. Aplica-
se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos. O 
consentimento pode ser suprido judicialmente quando for negado por um dos 
cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. A falta de 
consentimento, quando necessário e não suprido pelo juiz, invalida o processo. 
OBS3: Demais representações – artigo 75, do CPC: serão representados em 
juízo, ativa e passivamente: I - a União, pela Advocacia-Geral da União, 
diretamente ou mediante órgão vinculado; II - o Estado e o Distrito Federal, por 
seus procuradores; III - o Município, por seu prefeito ou procurador; IV - a 
autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado 
designar; V - a massa falida, pelo administrador judicial; VI - a herança jacente ou 
vacante, por seu curador; VII - o espólio, pelo inventariante; VIII - a pessoa jurídica, 
por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa 
designação, por seus diretores; IX - a sociedade e a associação irregulares e 
outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber 
a administração de seus bens; X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, 
representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou 
instalada no Brasil; XI - o condomínio,pelo administrador ou síndico. 
 
5. Litisconsórcio (artigos 113 a 118, do CPC) – breve noção. 
A doutrina é pacífica em conceituar o litisconsórcio como pluralidade de sujeitos 
em um ou nos dois polos da relação jurídica processual que se reúnem para litigar em 
conjunto. 
Segundo o artigo 113, do CPC, “duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo 
processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: I - entre elas houver comunhão 
de direitos ou de obrigações relativamente à lide; II - entre as causas houver conexão 
pelo pedido ou pela causa de pedir; III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum 
de fato ou de direito”. 
É irrelevante a postura no processo dos sujeitos que litigam no mesmo polo, sendo 
admissível até que sejam adversários entre si na demanda judicial. 
 
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5.1. Classificação do litisconsórcio. 
1) Quanto à posição das partes: o litisconsórcio pode ser ativo, passivo ou misto. 
Ativo quando a pluralidade for de autores; passivo quando a pluralidade for de réus; e 
misto quando a pluralidade for de autores e réus. 
2) Quanto ao momento de sua formação: o litisconsórcio pode ser inicial ou 
incidental (ulterior). Inicial quando sua formação é pleiteada na petição inicial. Várias 
pessoas envolvidas em acidente de veículos, em conjunto, ingressam com ação de 
reparação de danos contra o ofensor (litisconsórcio ativo inicial). 
3) Quanto à sua formação: o litisconsórcio pode ser necessário ou facultativo. O 
litisconsórcio necessário decorre de imposição legal (como na ação de usucapião) ou 
da natureza da relação jurídica (como em uma ação de anulação de casamento). Nesta 
hipótese, impõe-se a presença de todos os litisconsortes. A ausência de algum deles 
resulta na falta de legitimidade dos que estiverem presentes e na extinção do processo 
sem resolução de mérito. O Litisconsórcio facultativo é aquele que se forma em função 
da vontade de quem propõe a demanda. Neste caso, a formação do litisconsórcio não 
é obrigatória. O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de 
litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando 
este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da 
sentença. 
4) Quanto ao regime de tratamento dos litisconsortes: pode se falar 
em litisconsórcio unitário e litisconsórcio simples. No litisconsórcio unitário a situação 
jurídica litigiosa deverá receber disciplina uniforme, ou seja, a decisão da lide não 
poderá uma para uma para uma parte e outra para a outra. No litisconsórcio simples, os 
litisconsortes serão tratados como partes distintas, o destino de cada um é independente 
do destino dos demais. 
Regras gerais do CPC: 
 Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou 
quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da 
sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes. 
 Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação 
jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os 
litisconsortes. 
 Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a 
parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, 
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caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas 
os poderão beneficiar. 
 Art. 118. Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do 
processo, e todos devem ser intimados dos respectivos atos. 
 
6. Intervenção de terceiros (breve noção). 
 É um instituto que permite o ingresso de um terceiro na relação jurídica existente 
entre o autor e o réu. 
 O terceiro, estranho à relação jurídica, ao ingressar em um dos polos estabelece 
uma nova relação jurídica, independente e autônoma da relação jurídica original. 
 
6.1. Classificação. 
 A intervenção de terceiros pode ser classificada como adesiva ou principal e 
espontânea ou provocada. 
a) Intervenção adesiva (ad coadjuvandan): o terceiro ingressa na relação jurídica e 
assume a posição de auxiliar da parte. 
b) Intervenção principal: o terceiro ingressa na relação jurídica e exerce o direito de 
ação. 
c) Intervenção espontânea: o ingresso do terceiro na relação jurídica entre o autor e 
réu ocorre de forma voluntária. É forma voluntária a modalidade de assistência. 
d) Intervenção provocada: o ingresso do terceiro na relação jurídica entre o autor e 
réu ocorre de forma não espontânea, ou seja, imposta, provocada pelo autor ou pelo 
réu. São formas provocadas as modalidades denunciação da lide e chamamento ao 
processo. 
 
6.2. Modalidades de intervenção. 
 São 5 as modalidades: assistência, chamamento ao processo, denunciação da 
lide, intervenção do “amicus curiae” e incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica. 
a) Assistência (art. 119 a 124, CPC): é uma modalidade de intervenção de terceiros 
que se apresenta de forma voluntária (espontânea) que permite ao terceiro formular 
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pedido de ingresso na relação jurídica processual que inicialmente era composta por 
autor e réu. A assistência poder ser simples ou litisconsorcial. Na assistência simples o 
assistente intervém no auxílio da parte contra a outra em função do interesse jurídico 
que tem na vitória ou na derrota da outra parte. O papel do assistente é o de auxiliar a 
parte assistida em defesa do direito da mesma. O assistente simples, também chamado 
de adesivo, atua coadjuvando a atividade processual do assistido em conformidade com 
os interesses deste e isto se dá porque ele não pode ser parte e, portanto, ingressa no 
processo como assistente. A atuação do assistente é vinculada a atuação da parte. 
Assistência litisconsorcial: o assistente atua como se ele fosse um verdadeiro 
litisconsorte do assistido. Diferente do assistente simples que não pode ser parte, o 
assistente litisconsorcial poderia sê-lo, porém entra na relação jurídica processual como 
assistente litisconsorcial. Deve haver uma relação jurídica entre o interveniente e o 
adversário do assistido. Toda vez que a sentença influir na relação jurídica existente 
entre o assistido e o adversário do assistido tem o litisconsorte da parte principal. 
b) Chamamento ao processo (art. 130, CPC): é uma das modalidades de intervenção 
de terceiro qualificada como forma coacta, cuja provocação é exclusiva do réu. A 
finalidade desta modalidade é ampliar o objeto do processo trazendo para a causa os 
demais obrigados solidariamente responsáveis com o réu e atribuir ao réu-chamante 
título executivo judicial contra os réu-chamados. É um mecanismo que introduz na 
relação jurídica processual original a figura do devedor ou do fiador para que cada um 
responda total ou parcialmente a prestação exigida no processo. O chamamento ao 
processo é admissível em três situações: para trazer ao processo o devedor principal 
quando o fiador for réu; para trazer ao processo os outros fiadores quando na ação 
tenha sido citado apenas um dos fiadores; para trazer ao processo os demais devedores 
solidários, quando a ação foi proposta apenas em face de um ou alguns dos devedores 
principais da dívida comum. 
c) Denunciação da lide (art. 125 a 129, CPC): é uma das modalidades de intervenção 
de terceiros qualificada como forma provocadae cuja provocação se dá pelas partes, 
ou seja, ou pelo autor ou pelo réu. A denunciação da lide visa garantir a recomposição 
das perdas, caso sobrevenha a derrota, portanto nessa modalidade tem-se previsto o 
direito de regresso. Sendo feita a denunciação da lide duas ações tramitarão 
simultaneamente. Uma será a principal movida pelo autor em face do réu e a outra 
eventual movida pelo litisdenunciante em face do litisdenunciado e só será apreciada a 
segunda ação se o julgamento da principal for desfavorável ao denunciante. A 
denunciação da lide é admissível em três situações: pode ocorrer nas ações relativas a 
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coisas alienadas para que o adquirente possa exercer o direito de evicção; para trazer 
ao processo aquele que estiver obrigado, por lei ou contrato, a indenizar, em ação 
regressiva, o prejuízo estabelecido na demanda. 
d) Amicus curiae (art. 138): o amicus curiae é terceiro desinteressado na vitória de 
uma das partes. Sua intervenção serve para trazer subsídios aos julgados para que 
possa julgar adequadamente. Tem lugar, sobretudo nas causas que tenham relevância 
social (ADIN/ADC/ADPF, por exemplo). Requisitos: Matéria relevante ou específica, 
com repercussão social. Decisão de admissão é irrecorrível e pode ser tomada de ofício. 
O Amicus curiae pode ser pessoa natural ou pessoa jurídica. 
Quanto aos poderes que podem ser exercidos pelo amicus curiae, tem-se que cabe ao 
magistrado que admitir sua intervenção delimitar tais poderes. 
e) Incidente de desconsideração de personalidade jurídica (arts. 133 a 137): a 
desconsideração da personalidade jurídica imputa aos sócios ou administradores a 
responsabilidade pelo ato ilícito praticado pela empresa – art. 50, C.C. O incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica não poderá ser instaurado de ofício, como 
já previa o art. 50 do CC – O CPC/15 elimina risco trazido pela interpretação do art. 28 
do CDC (possibilidade da desconsideração ex officio). O pedido pode ser realizado 
pela parte ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo – art. 133, 
caput. Há 2 oportunidades para se requerer: a) juntamente à petição inicial; b) como 
incidente processual, por petição autônoma, sendo esta protocolada no curso da ação. 
 
Complemento: 
1) Artigos: http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI271931,41046-
Os+sujeitos+do+processo+no+novo+CPC

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