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Autismo - Um Universo Particular

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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA 
PRÓ-REITORIA ACADÊMICA 
CURSO DE PSICOLOGIA 
NOITE – TURMA N1 
 
 
 
 
JONATHAN SCHUENCK CARDOSO 
600764600 
 
 
 
 
AUTISMO: UM UNIVERSO PARTICULAR 
 
 
 
 
 
 
 
NITERÓI 
2018 
 
 
 
 
 
JONATHAN SCHUENCK CARDOSO 
600764600 
 
 
 
 
 
AUTISMO: UM UNIVERSO PARTICULAR 
 
Projeto apresentado à Disciplina Psicologia da Diferença 
e Inclusão Social do curso de Psicologia da 
Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO, como 
parte dos requisitos para conclusão do curso. 
 
Orientador: Prof.º Frederico Augusto Max Vianna Martins 
Graduado em Psicologia e Mestre em Filosofia 
 
 
 
 
 
 
 
NITERÓI 
2018 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O que é preciso olhar é o ser e não a imagem do ser. [...] O olhar capta a 
imagem e não a essência da imagem, o olhar, capta tudo o que está na tela, 
mas, jamais o que é a tela. Uma tela não é nada mais que um apanhado de 
materiais, tintas e outros elementos. Uma tela não é o artista é a 
representação daquilo. O meu ser tem que ser o meu ser e não a imagem 
do meu ser, não se pode interpretar o outro na e pela liberdade do olhar. 
(ASSIS E SILVA, 2009) 
 
Pensando sobre psicologia da diferença e inclusão social, é importante a 
indagação do que é ser diferente ou ser normal nos dias atuais. A medida que 
traçamos linhas que delimitam a normalidade, automaticamente estamos afirmando 
que tudo que está acima ou abaixo desses padrões está fora da normalidade, logo, 
são anormais. Tendemos a olhar pessoas deficientes ou com quaisquer 
necessidades especiais de forma diferente, como se elas fossem menos do que nós 
somos, automaticamente, excluindo-as de um grupo majoritário que se considera 
normal. 
Uma busca desenfreada em catalogar sintomas e comportamentos 
identificados como anormais em patológicos, impede muita das vezes de olhar para 
o universo particular do outro e compreender suas necessidades, subjetividades, 
ações e desejos. Cria-se uma barreira que impede de olhar o outro de uma forma 
que se entenda que há naquele portador de alguma necessidade ou cuidado 
especial um ser que, mesmo de forma fisicamente ou cognitivamente limitada, 
possui um devir existencial em busca de dar a vida um sentido. Nossas diferenças 
demarcam em sua maioria quem somos e o que podemos fazer, mas, poderia definir 
se somos mais humanos que outros? 
Não é preciso ser especialista e nem conhecedor do que se passa no outro 
para promover a inclusão de um ser humano. É preciso apenas olhar. E olhar com 
olhos que não veem suas diferenças, limitações ou deficiências, mas com olhos que 
conseguem enxergar no outro uma alma humana, que possui seus valores, suas 
qualidades e suas diferenças como qualquer outra pessoa, como a si mesmo. 
Os autistas têm um universo particular que precisamos compreender e olhar 
as diferenças não como patológicas, mas como características que fazem essas 
pessoas únicas como qualquer outra. É preciso imergir nesse universo para se 
conhecer realmente o que é o autismo e suas peculiaridades que não os fazem 
serem menos que qualquer outro ser humano. 
AUTISMO: UM UNIVERSO PARTICULAR 
 
Um diagnóstico, muita das vezes tardio ou equivocado, que transforma a 
realidade de uma família, trazendo perguntas sem respostas e os desafiam a 
encarar novas situações todos os dias diante de uma variedade de comportamentos, 
além de ter que lidar muita das vezes com o preconceito e a exclusão social. 
De uma forma geral, pais relatam crianças com comportamentos normais nos 
primeiros meses de vida, até que um dia começam a perceber situações que fogem 
da normalidade, e, então, começam a peregrinação em busca de uma resposta, 
passando por vários profissionais até chegar num diagnóstico de algo que ainda é 
em parte um mistério para a ciência. São impactados ao verem se desfazer todos os 
planos, sonhos e desejos projetados num filho, considerando apenas o que diz o 
prognóstico, onde por um momento não conseguem ver diante deles uma pessoa 
com desejos, anseios e, sobretudo, a capacidade de surpreender o mundo. 
De acordo com o DSM-V, o autismo é classificado como Transtorno do 
Espectro Autista, apresentando prejuízo persistente na comunicação social 
recíproca e na interação social, além de padrões restritos e repetitivos de 
comportamento, interesses ou atividades. 
Na CID-10, o autismo é classificado como Transtornos Globais do 
Desenvolvimento (F-84), e se alocam em: autismo infantil (F84-0), autismo atípico 
(F84-1), síndrome de Rett (F84-2), síndrome de Asperger (F84-5), transtorno 
desintegrativo da infância (F84-3) e transtorno Geral do Desenvolvimento não 
especificado (F84-9). 
 A nova atualização, a CID-11, prevista para entrar em vigor em janeiro de 
2022, já unifica todos os diagnósticos do autismo em Transtorno do Espectro do 
Autismo, sob o código 6A02, com divisão relacionada apenas aos prejuízos na 
linguagem funcional e deficiência intelectual. 
Em 1943, Kanner utilizou o termo autismo baseado nos conceitos de Eugen 
Bleuer, publicando o artigo “Os distúrbios autísticos do contato afetivo”, onde 
descreveu 11 crianças com incapacidade de se relacionarem com pessoas e 
situações desde o princípio de suas vidas. Acreditava que a causa do transtorno 
poderia estar associada a uma incapacidade inata ou com a personalidade dos pais 
e o tipo de relações estabelecidas entre eles e a criança – o que irá contradizer em 
 
1968, afirmando que o autismo não é uma doença primariamente adquirida ou feita 
pelo homem. 
Asperger, médico psiquiatra, também utilizou o termo autismo e publicou o 
artigo “Psicopatia autística na infância”, onde descreve quatro crianças que 
apresentavam transtorno no relacionamento com o ambiente, por vezes 
compensado pelo alto nível de originalidade no pensamento e nas atitudes. 
Asperger atribuiu as causas a uma deficiência biológica, especialmente genética, 
não especulando sobre aspectos psicodinâmicos. 
Em 1978, Michael Rutter classifica o autismo com base em quatro critérios 
criando um marco divisor na compreensão desse transtorno mental. Com isso, 
contribui na influência desta condição no DSM-III, onde pela primeira vez o autismo 
é reconhecido e colocado na classe de Transtornos Invasivos do Desenvolvimento. 
Foi então em 2007 que a ONU instituiu o dia 2 de abril como o Dia Mundial da 
Conscientização do Autismo, causando um despertamento da sociedade em busca 
de provocar curiosidade sobre o tema e abertura para diálogos nos grupos sociais. 
Foi um ato necessário para que os olhares se voltassem com mais responsabilidade 
e atenção para esta causa. Estima-se que o autismo atinja 1% da população, ou 
seja, 70 milhões de pessoas no mundo, sendo 2 milhões no Brasil. 
O transtorno do desenvolvimento caracteriza os transtornos mentais na 
infância com um início muito precoce e uma tendência evolutiva crônica. Por esse 
motivo, os transtornos do espectro do autismo se enquadram nesta categoria, visto 
que a síndrome autista costuma persistir no decorrer da vida. Mas, é importante 
entender que o transtorno do desenvolvimento não é apenas um atraso ou uma 
interrupção do processo normal do desenvolvimento, mas sim a manifestação clínica 
de um processo atípico e prejudicial do desenvolvimento. 
O TEA é um transtorno global do desenvolvimento que se inicia antes dos três 
anos de idade, comprometendo a interação social, a comunicação e o 
comportamento, resultando em atividades restritas, estereotipadas e repetitivas. As 
manifestações do transtorno variam muito dependendo dos sintomas, do nível de 
desenvolvimento e da idade cronológica, por isso, o usodo termo espectro. A família 
influi significativamente na determinação do comportamento e da personalidade e, 
nesse sentido, a alteração de um membro do grupo familiar pode produzir 
consequências para seus componentes individualmente e também para o contexto 
familiar. 
Embora o TEA possa ser diagnosticado nos 2 a 3 anos de idade, o 
diagnóstico é muito tardio chegando a ser definido apenas aos 6 a 7 anos de idade 
da criança, o que prejudica no tratamento precoce e se torna um significativo 
estressor, visto que nos primeiros anos de vida, a criança possui uma maior 
plasticidade neuronal, permitindo um melhor aproveitamento das intervenções nesse 
período, onde se aproveita as constituições psicossociais e a construção das 
experiências de vida da criança. 
Muitos pais questionam que o diagnóstico é informado de forma muito 
abrangente, enfatizando apenas as dificuldades no desenvolvimento da criança, 
passando informações genéricas ou incompletas. A realidade é que muitas famílias 
não possuem conhecimento do autismo e não sabem como lidar. Precisam enfrentar 
o preconceito e os julgamentos da sociedade que ficam incomodadas com a 
presença da criança autista, o que acaba gerado um comportamento de 
superproteção devido a insegurança. 
A família representa um dos principais contextos de socialização dos 
indivíduos e é a primeira mediadora entre o sujeito e a cultura. É a partir das 
experiências familiares que acontece a formação de repertórios comportamentais, 
de ações e resoluções de problemas, rede de relações e emoções onde perpassam 
experiências de realizações e de fracasso do sujeito. Estudos apontam que as mães 
de crianças autistas sofrem de sobrecarga de atribuições, muita das vezes por 
serem mães solteiras ou porque os pais são os únicos provedores da família e 
precisam estar mais ausentes. As mães, em sua maioria, são as principais 
responsáveis pelos cuidados e obrigações em relação ao filho, isto porque os pais 
também possuem uma maior dificuldade em aceitar e se adaptar às situações que o 
autismo traz. Mães e pais podem demonstrar reações diferenciadas em relação ao 
diagnóstico, por exemplo: luto, choque, negação, depressão, sentimentos de culpa, 
raiva e vergonha. 
Com a falta de apoio social e um alto nível de dependência de outros 
integrantes da família, acaba gerando insegurança e ansiedade nos pais quanto ao 
futuro dos filhos. Tudo que os pais mais desejam é que os filhos autistas se insiram 
na sociedade pela busca da normalidade. Observa-se sinais de estresse agudo mais 
significativo em famílias com crianças com TEA do que com outras alterações de 
desenvolvimento, como as decorrentes da Síndrome de Down. O número de 
divórcios em famílias de crianças com TEA é duas vezes maior do que em famílias 
 
de crianças com desenvolvimento típico, e, aqueles que permanecem casados, 
relatam um decréscimo no grau de satisfação conjugal. 
Não se pode afirmar quais são as causas do TEA, mas, acreditam que tenha 
origem nas anormalidades em alguma parte do cérebro ainda não definida e, 
provavelmente, de origem genética. Especula-se também que o autismo possa ser 
causado por problemas relacionados a fatos ocorridos durante a gestação ou no 
momento do parto. 
Os sinais podem se manifestar logo nos primeiros 2 a 3 anos de idade. Em 
grande parte dos casos, a criança é excessivamente sonolenta e calma ou chora por 
um longo período de tempo; não gosta de colo e rejeita aconchegos; não imita, não 
aponta no sentido de compartilhar sentimentos ou sensações, não sabe se 
comunicar com gestos como outros bebês; não acenam as mãos para cumprimentar 
ou se despedir; não procuram o contato ocular ou se dá por um curto período; 
podem apresentar estereotipias; fixação do olhar nas mãos; hábitos de morder-se, 
morder as roupas ou puxar os cabelos; problemas de alimentação e de sono 
também são comuns. 
Dentro da variação do espectro do autismo, podemos encontrar uma criança 
sem linguagem verbal e com dificuldade na comunicação por qualquer outra via, 
como podemos também encontrar crianças que apresentam linguagem verbal, de 
uma forma repetitiva e não comunicativa – fenômeno denominado de ecolalia. Os 
autistas possuem dificuldade em relacionar-se com os outros, uma incapacidade de 
compartilhar sentimentos, gestos e emoções. Porém, a criança autista 
aparentemente pode ser muito afetiva aproximando-se das pessoas para abraçar, 
beijar ou mexer nos cabelos, mas, na maioria das vezes, esse comportamento 
segue um padrão repetitivo e não contém nenhum tipo de troca ou 
compartilhamento. Elas também possuem uma imaginação muito rígida, o que 
dificulta nos processos criativos, gerando comportamentos obsessivos e ritualísticos. 
Frequentemente, os autistas buscam sensações que os façam se sentir vivos. 
Eles são sensíveis às sensações estéticas que ressoam com emoções profundas, 
suscitadas pelas suas formas internas em formação (LHEUREUX-DAVIDSE, 2015). 
Embora uma das características que marcam o TEA seja o evitamento do olhar 
direto, será a experimentação dessas sensações que tornará possível uma 
aproximação e aprofundamento desse universo particular. 
Além dos tratamentos psicoterapêuticos, fonoaudiológicos, equoterapia e 
musicoterapia, existem outros métodos que contribuem no tratamento terapêutico de 
crianças com autismos. 
O TEACCH (Tratamento e educação para crianças com autismo e com 
distúrbios correlatos da comunicação) idealizado e desenvolvido pelo Dr. Eric 
Schoppler, foi desenvolvido nos anos 60 e é muito utilizado em várias partes do 
mundo. O método utiliza a avaliação PEP-R (Perfil Psicoeducacional Revisado) para 
avaliar a criança, levando em conta os seus pontos fortes e suas maiores 
dificuldades, tornando possível um programa individualizado. Tem como objetivo 
desenvolver a independência da criança de modo que ela necessita do professor 
para o aprendizado, mas que possa também passar grande parte de seu tempo 
ocupando-se de forma independente. 
A ABA (Análise aplicada do comportamento) busca ensinar à criança 
habilidades que ela não possui, através da introdução destas habilidades por etapas. 
A resposta adequada da criança tem como consequência a ocorrência de algo 
agradável para ela, o que na prática é uma recompensa, fazendo com que a criança 
repita a mesma resposta. Já as respostas problemáticas, não são propositalmente 
reforçadas. Os fatos são registrados e analisados, com o objetivo de levantar quais 
são os estímulos que funcionam como reforço ou recompensa para os 
comportamentos negativos, desencadeando-os. 
O PECS (Sistema de comunicação através da troca de figuras) foi 
desenvolvido para ajudar crianças e adultos com autismo e com outros distúrbios de 
desenvolvimento a adquirir habilidades de comunicação. Busca ajudar os autistas a 
perceberem que através da comunicação podem conseguir muito mais coisas que 
desejam, estimulando a comunicação e a redução de problemas de conduta. 
A FC (Comunicação Facilitada) foi um meio facilitador da comunicação 
desenvolvida na Austrália, inicialmente para portadores de paralisia cerebral, e mais 
tarde adotado pelos autistas. Se utilizam o teclado de um computador, onde o 
autista transmite seus pensamentos com a ajuda de um facilitador. Porém, essa 
técnica foi muito questionada por não saber se a opinião emitida era a do assistido 
ou a do facilitador, quando este último poderia influenciar o conteúdo da mensagem 
comunicada. 
O computador também é utilizado como técnica de apoio ao aprendizado da 
escrita em crianças que já haviam adquirido a leitura e, por dificuldades na 
 
coordenação motora fina ou por desinteresse, não conseguiam adquirir a escrita 
através dosmétodos tradicionais de ensino. O trabalho vai evoluindo em tempo e 
complexidade à medida que a criança vai conseguindo movimentar o mouse, 
avançando depois para o quadro negro e dando sequencia para o lápis e o papel. 
 
CONCLUSÃO 
 
Embora o TEA tenha características comuns que se desenvolvem na maioria 
das pessoas, cada um se torna um caso específico podendo apresentar diferentes 
comportamentos e reações devido a variabilidade do espectro. Sendo assim, é 
preciso tratar cada caso de uma forma única, observando suas especificidades e 
reconhecendo no outro um universo único e particular. 
Não é possível falar do TEA sem abarcar o núcleo familiar. São eles que 
captam os primeiros sinais e são impactados com o diagnóstico, que na maioria das 
vezes é tardio, doloroso e castrador. Se torna muito importante que os diagnósticos 
sejam dados de forma completa e seja oferecido uma rede de apoio, já que muitos 
pais não sabem nem o que significa tal transtorno ou não possuem condições 
financeiras para realizar os tratamentos. 
Embora o diagnóstico precoce seja importante para que seja feito uma 
intervenção terapêutica já no início do desenvolvimento da criança, é preciso que o 
Brasil tenha estrutura para esse atendimento, o que não é a realidade atual 
daqueles que dependem da saúde pública. O que não deixa de ser importante que 
os profissionais se especializem a cada vez mais e estejam qualificados para 
diagnosticar precocemente de forma correta esse transtorno, sempre visando a 
atuação de uma equipe multidisciplinar. 
Porém, é preciso lutar contra a banalização do diagnóstico psiquiátrico, onde 
se torna patologia qualquer sintoma que antes era classificado como normal. É 
preciso respeitar o outro e suas diferenças e entender suas subjetividades, suas 
complexidades e seu universo particular. Rotular uma pessoa com um diagnóstico 
como o TEA ou qualquer outro transtorno mental não faz ele deixar de ser quem é, 
uma pessoa como qualquer outra e não um transtorno. O rótulo não irá jamais 
captar a totalidade daquele ser e nem a sua dimensão humana. É preciso olhar para 
o outro além daquilo que se pode ver. 
 
REFERÊNCIAS 
 
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. DSM-V. Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artmed, 2014, 5ª ed., p. 50-59. 
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Ciências e Cognição, [S.I.], v.21, n.1, mar. 2016. ISSN 1806-5821. Disponível em: 
<https://goo.gl/x3iF6Y>. Acesso em: 25 out. 2018. 
ASSIS E SILVA, Francisco. A importância do olhar do outro e do olhar para o outro. 2009. 
Disponível em: < https://goo.gl/biuMnR>. Acesso em: 01 nov. 2018. 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas 
Estratégicas. Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do 
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Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 74, p. 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada 
e Temática. Linha de cuidado para a atenção às pessoas com transtornos do espectro do 
autismo e suas famílias na Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde / 
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada e 
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CACHALOTE DOCUMENTÁRIOS. O olhar do autista. 2014. (29m56s). Disponível em: 
<https://youtu.be/ZoYr9ef8320>. Acesso em: 02 nov. 2018. 
CORREA, Mônica Brotas; QUEIROZ, Sávio Silveira de. A família é o melhor recurso da criança: 
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Autismo e família: revisão bibliográfica em bases de dados nacionais. 
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VELOSO, Amanda Mont'Alvão. Afinal, o que é ser normal? 2017. Disponível em: 
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