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Ádila Cristie Matos Martins UC6 REVISÃO HABILIDADES CLÍNICAS EXAME FÍSICO DE ABDOME INSPEÇÃO • Avaliar a pele: Observa-se a presença de lesões elementares; se sim, dizer região que se encontra. • Forma do abdome: pode ser: - Normal/atípico: é simetrico; - Globoso/protuberante: predomínio do diâmetro anteroposterior sobre o transversal; - Ventre de batráquio: com o paciente em decúbito dorsal, observa-se predomínio do diâmetro transversal sobre o anteroposterior; - Pendular/ptótico: com o paciente em pé, as vísceras pressionam a parede inferior da parede abdominal, produzindo neste local uma protusão; - Avental: a parede abdominal pende “como um avental” sobre as coxas do paciente – mais evidente quando o paciente está de pé; - Escavado/escafoide/côncavo: percebe-se a parede abdominal retraída. • Cicatriz umbilical: • Abaulamentos e retrações: Observa se há ou não; se sim, dizer região que se encontra. • Veias superficiais: geralmente é pouco visível. Se visíveis, podem caracterizar circulação colateral. • Movimentos: - Movimentos respiratórios: em condições normais os movimentos no andar superior do abdome (respiração torocoabdominal) são comuns nos homens e pessoas em decúbito; - Pulsações: podem ser observadas em pessoas magras e quase sempre refletem as pulsações da aorta abdominal; - Movimentos peristálticos visíveis (ondas peristálticas): pode ser observado em pessoas magras. “Simétrico; sem abaulamentos ou retrações; pelos bem distribuídos; sem lesões de pele e cicatrizes (se tiver, descrever); cicatriz umbilical centralizada, sem infecções e com formato normal; sem massas abdominais visíveis; ausência de circulação colateral; sem pulsações visíveis; ausência de movimentos peristálticos visíveis; presença de movimentos respiratórios (andar superior)”. AUSCULTA É importante realizar a ausculta antes da percussão e palpação, pois podem estimular atividades peristálticas e encobrir os ruídos hidroaéreos. É necessário fazer a ausculta nos quatro quadrantes. Inicia-se no QID > QSD > QSE > QIE, por 10s em cada, ou até ouvir o ruído hidroaéreo. *Se o paciente referir dor em algum local, começar a ausculta pelo local mais distante do ponto doloroso. “Peristaltismo presente nos quatro quadrantes; sem sopros arteriais ou venosos; sem atrito peritoneal”. Ádila Cristie Matos Martins UC6 REVISÃO HABILIDADES CLÍNICAS PERCUSSÃO • Tipos de sons: - Timpanismo: mais comum – estomago, intestino delgado, cólon, espaço de Traube; - Hipertimpanismo: representa aumento da quantidade de ar – obstrução intestinal, meteorismo, aerofagia; - Submacicez: quando há uma víscera maciça atrás de uma víscera oca; - Macicez: ausência de ar – região hepática, ascite, tumores, cistos. * Hepatimetria: inicia a percussão na linha média do tórax, percorrendo a linha hemiclavicular direita em direção caudal – começa aproximadamente do 5º ou 6º espaço intercostal. Continua-se a percussão, e quando o som torna-se timpânico é sinal que o fígado já foi ultrapassado. * Baço: percutir o espaço de Traube, que deve estar livre (timpânico) > macicez pode indicar esplenomegalia ou hepatomegalia avançada. • Manobras usadas para pesquisa de ascite: - Sinal do piparote: o paciente adota o decúbito dorsal e coloca a mão sobre a linha mediana do abdome; enquanto o examinador – do lado direito – repousa a mão esquerda no flanco do outro lado e passa-se a golpear com piparotes a face lateral do hemiabdome direito. Se houver líquido (anormal) a mão esquerda captará choques das ondas líquidas – usado para diagnosticar ascite de grande volume. - Sinal da macicez móvel: percute-se todo o abdome do paciente em decúbitos dorsal e laterais; havendo ascite, as regiões superiores se apresentaram timpânicas e as mais inferiores (próximas da maca), submaciço a maciço – usado para diagnosticar ascite de médio volume. - Sinal de Skoda: com o paciente em decúbito dorsal, faz-se a percussão de todo o abdome de modo a fazer semicírculos em volta do umbigo. Quando mais próximo do umbigo (anterior), o som é timpânico; torna-se submaciço e maciço a medida que se percute a região posterior – usado para diagnosticar ascite de médio volume. PALPAÇÃO Com o paciente em decúbito dorsal, é necessário distrair o paciente e pedir para ele respirar com a boca semi-aberta e fletir as coxas – no intuito de relaxar a parede abdominal. Começa a palpação pelo local menos sensível, ou seja, onde não há dor. A técnica pode ser a monomanual (avalia a parede) ou bimanual (avalia o conteúdo). Superficial: checa a sensibilidade a partir dos pontos dolorosos (mostrados na figura ao lado), da resistência da parede abdominal (o normal é relaxada), continuidade da parede abdominal (observar a existência de diástase e hérnia), pulsações e reflexo cutâneo (o normal é contratura da musculatura ao roçar o dedo nos 4 quadrantes da região lateral para medial). “Sem hipersensibilidade; parede abdominal íntegra (s/ diástase); sem hérnias; sem pulsações; sem crepitações; musculatura abdominal relaxada; reflexos cutâneos abdominais preservados; sem pontos dolorosos”. Profunda: checa a existência de massas abdominais (parede abdominal x intra-abdominal – para diferenciar é feita a manobra de vasalva, que o paciente sobra o dorso da mão; com essa manobra, a massa de parede abdominal fica mais evidente), a localização, volume, tamanho e forma (compara a frutas), sensibilidade (espontânea ou desencadeada pela palpação), consistência (macias, duras, pétreas), mobilidade e pulsação. • Fígado: pode ser realizada a partir de duas manobras: - Lemos Torres: realizada durante a inspiração, sente-se a face inferior do fígado deslizando sob os dedos. Ádila Cristie Matos Martins UC6 REVISÃO HABILIDADES CLÍNICAS - Mathieu-Cardarelli: posicionado a direita do paciente, usa-se as mãos em garra durante inspiração profunda. “Fígado com borda fina; superfície lisa e sem nodulações; textura preservada; sem dor”. • Vesícula biliar: não é identificada na palpação, mas é necessário fazer a compressão no local. Durante a inspiração profunda, com o paciente em decúbito dorsal, comprime-se 2 cm abaixo do ponto cístico – se o paciente referir dor, o sinal de Murphy é positivo. • Baço: o normal é não conseguir palpá-lo no adulto. É usado a posição de Shuster: com o paciente em decúbito lateral, com a perna e braço de cima fletidos, o examinador traciona com a mão esquerda a face póstero-lateral e inferior do gradil costal, deslocando-a em sentido anterior. Com a mão direita abaixo da margem costal esquerda, comprime em direção ao hipocôndrio esquerdo, tentando perceber o baço na inspiração profunda. Manobras especiais: - Palpação bimanual para avaliar defesa localizada da parede abdominal: Examinador coloca as suas mãos paralelamente no sentido longitudinal e na posição craniocaudal e realiza compressões alteradas, comparando a contração da musculatura em cada lado – comum na irritação peritoneal localizada. - Manobra do rechaço: com a palma da mão comprime-se com certa firmeza a parede abdominal, e com a face ventral dos dedos e polpas digitais provoca-se um impulso rápido na parede, retornando-se os dedos à posição inicial sem afrouxar a compressão da parede. Há rechaço quando imediatamente após a incursão, percebe-se um choque da mão que provocou o impulso, que indica órgão ou tumor sólido flutuando em meio líquido – usada para palpação de abdômen globoso em decorrência da ascite de grande volume. - Manobra da descompressão súbita: Deve-se comprimir o localde maneira lenta e progressiva o ponto apendicular, tentando distrair o paciente e prestando atenção em sua expressão facial. Faz-se a retirada brusca da mão e, se ele referir dor, o sinal de Blumberg é positivo – sugere apendicite. - Pesquisa do vascolejo: (1) prende-se o estômago com a mão direita, movimentando-o de um lado para o outro, ao mesmo tempo em que se procuram ouvir ruídos hidroaéreos nele originados. (2) repousa-se a mão sobre a região epigástrica e executam-se rápidos movimentos compressivos com a face ventral dos dedos e as polpas digitais, tendo-se o cuidado de não deslocar a palma da mão. Quando se ouvem ruídos de líquidos sacolejando, diz-se que há vascolejo – chamada de patinhação. Há vascolejo em pessoas hígidas e ingeriram líquidos ou indica estase líquida. - Sinal de Gersuny: Sua pesquisa consiste em palpar o “tumor fecal” na topografia do sigmoide – encontrado em casos de fecaloma.
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