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PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO

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PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO
AUTONOMIA E SINCRETISMO
Sincretismo – celeridade, economia processual, efetividade. É uma fase processual, ou seja, não precisa formar outra relação jurídica processual – executo a sentença no próprio processo.
“NULLA EXECUTIO SINE TITULO” – Título Executivo
Não há execução sem título executivo, ou seja, para a atividade executiva, seja ela qual for, sempre tem que ser apresentado um título executivo, visto que isso traz legitimidade à relação jurídica processual, pois é nula a execução sem título.
Sempre que pensar em execução, o executado será colocado em situação de desvantagem, tanto processual, como material.
Desvantagem processual – citação e intimação não chama o demandado para dar sua versão do fato, mas para cumprir a obrigação, ou seja, processualmente já é tratado como devedor.
Desvantagem material – atos de restrição de direitos e constrição de bens
Tanta desvantagem tem que ter uma justificativa, e essa é o título executivo, pois traz grande probabilidade do direito existir. Ou seja, é um caráter abstrato da dívida, mas não comprova.
Decisão Interlocutória – pode ser executada se existir obrigação – não tem como estar tudo previsto em lei
“NULLA TÍTULOS SINE LEGE”
Só a lei pode criar espécies de títulos executivos. Partes, doutrina ou jurisprudência não podem criar títulos. Ou seja, o rol legal dos títulos é exauriente.
Como justificar a executabilidade da decisão interlocutória que tem como objeto a tutela antecipada?
Primeiramente, importante ressaltar que não está expresso em lei. Se estivesse, teria que estar no artigo 475-N do CPC, nos títulos executivos judiciais.
Há uma divergência doutrinária sobre esta questão:
ARAKEN DE ASSIS: É o jeito mais fácil de resolver essa questão, pois entende que o artigo 475-N, inciso I, do CPC, menciona SENTENÇA, mas esta pode ser interpretada como decisão, uma vez que o legislador usou a espécie de decisão, e a doutrina prefere usar o gênero.
MARINONI/ MEDINA: A outra corrente entende que nesse caso a doutrina estaria criando uma espécie de título, o que esse princípio não permite. Portanto, para preservar esse princípio eles sacrificam o princípio do título executivo, e criam uma teoria da “execução sem título”. Ou seja, a decisão interlocutória de tutela antecipada não é título, mas cumpre a função de título, por isso não é um problema sua execução, visto que a função do título executivo é justificar as desvantagens do executado, pois há grande probabilidade do direito existir, uma vez que sem isso não seria concedida a tutela antecipada.
Título Executivo – análise em abstrato da grande probabilidade, não pode analisar caso a caso. Ou seja, mesmo que for uma pessoa conhecida por praticar golpes do gênero, abstratamente tenho que considerar que o direito existe, pois quem faz essa análise é o legislador, quando seleciona o que é considerado título executivo (presunção relativa).
Decisão Interlocutória de Tutela Antecipada – A análise já não é mais feita em abstrato, pois vai ser analisada as circunstâncias do caso concreto (prova inequívoca da verossimilhança da alegação), realizada pelo juiz
Qual das duas é a forma mais correta? Não tem como saber, são necessários dados estatísticos, portanto, se foram consideradas no mesmo nível de certeza já justifica essa teoria, visto que a função de título executivo foi cumprida.
 
PATRIMONIALIDADE/REALIDADE/NATUREZA REAL
É o resultado de um processo de humanização da execução.
	Na época das leis das XII tábuas, havia previsão que o credor podia matar o devedor. E se fosse mais de um credor podiam esquartejar o devedor entregando pedaços para cada um dos credores.
	Passou a ser escravidão, o que já foi uma melhora, passando de perpétua à temporária, levando em conta o valor da dívida. Ou seja, o que respondia pela dívida era o corpo do devedor.
	À frente, a dívida passou a ser paga com o patrimônio, mas perdia todo o patrimônio, independente do valor da dívida, o que ainda era considerado um meio de vingança, se enquadrando na responsabilidade pessoal.
	Para aprimorar esse entendimento, foi criada a vinculação entre o valor da dívida com o valor do patrimônio. Ex: se tenho 200 reais e devo 200 reais, vou ficar sem nada.
	Hoje em dia, o devedor vigora o princípio do patrimônio mínimo, em virtude do princípio da dignidade humana. Ou seja, o devedor tem o direito de manter um patrimônio mínimo, que seja suficiente para sua sobrevivência digna. Este é uma opção do legislador, que gera o sacrifício do credor, que na maioria das vezes está em condições de vantagem. E a forma de garantir esse patrimônio mínimo é por meio das impenhorabilidades.
	Sintetizando, hoje em dia a responsabilidade é patrimonial, não pessoal, com exceção da prisão por alimentos (não substitui, continua devendo), e obrigação de fazer e não fazer. Visto que a penhora só acontece para obrigação de pagar, e apreensão para obrigação de entregar.
DISPONIBILIDADE
O interesse é o credor – decorrente do princípio da inércia (a ação quebra inércia)
- Pode desistir da execução, independente da anuência do executado, desde que não tenha apresentado embargos à execução. Ou seja, a execução é disponível do exequente, juiz homologa na hora.
Se houver embargos com matéria processual – embargos serão extintos (sentença terminativa, pois perde o objeto)
Se houver embargos com matéria de mérito – sentença de mérito, nunca mais poderá ser executado pelo mesmo motivo – segurança jurídica, coisa julgada.
ADEQUAÇÃO
Adequar ao que se pretende. Ou seja, a obrigação e fazer tem que ter como resultado a obrigação de fazer, não pode converter antes de citar, mesmo que a obrigação seja impossível, tem que dar a possibilidade para a realização. Portanto, cada obrigação deve seguir seu objetivo principal.
TIPICIDADE DOS ATOS EXECUTIVOS
Atos executivos devem estar previstos em lei.
EXECUÇÃO MENOS GRAVOSA AO DEVEDOR/MENOR ONEROSIDADE
A execução não pode servir como instrumento de vingança privada. Ou seja, servem para proibir os meios executivos que não geram satisfação do direito – obrigação impossível (Ex: multa para transferir um imóvel que não é seu) ou os que geram pouca satisfação para muito sacrifício – artigo 659, §2 do CPC – em caso de penhora, se os bens não pagam nem as custas do processo, não vai conseguir cumprir a obrigação, não tem porque realizar a penhora.
Segundo o artigo 620 do CPC, se houver diferentes formas para executar a obrigação, deve ser escolhida a menos onerosa ao devedor – gerar menor grau de sacrifício para satisfazer o direito.
Conforme melhor doutrina, Dinamarco e Greco, este princípio sempre deve ser analisado em conjunto com o princípio da efetividade da tutela executiva. Ou seja, não pode gerar dificuldades extremas ao princípio da efetividade, mas executado também tem direitos. Portanto, os princípios se conflitam, e devem ser analisados no caso concreto, aplicando as regras do princípio da proporcionalidade, razoabilidade, ponderação, mas não pode haver prevalência.
RESULTADO OU DESFECHO ÚNICO
Se existe um processo ou fase de execução, pode haver 2 fins:
	- Normal: satisfação do direito – tutela jurisdicional é exclusiva do exequente.
	- Anormal: sentença terminativa (artigo 267, CPC)
OBS: Este princípio funciona se não tiver defesa incidental de mérito, ou seja, o executado também quer tutela jurisdicional, portanto, além dos embargos à execução, começam a admitir defesas incidentais do executado (mérito, dívida já foi paga, prescrição). E se esta é acolhida, a execução vai ser extinta com uma sentença de mérito em favor do executado, ganhando tutela jurisdicional . Assim, nem toda defesa tem que ser pelos embargos.

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