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Auxiliar AdminisA (IN)CONSTITUCIONALIDADE DA COBRANÇA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS INATIVOS E PENSIONISTAStrativo

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FACULDADE NORTE PARANAENSE 
CURSO DE DIREITO 
 
 
JESSICA DOS SANTOS AMARAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A (IN)CONSTITUCIONALIDADE DA COBRANÇA DE 
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DOS SERVIDORES 
PÚBLICOS INATIVOS E PENSIONISTAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LONDRINA 
2014 
 
 
JESSICA DOS SANTOS AMARAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A (IN)CONSTITUCIONALIDADE DA COBRANÇA DE 
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DOS SERVIDORES 
PÚBLICOS INATIVOS E PENSIONISTAS 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de Direito da Uninorte 
– Faculdade Norte Paranaense de Ensino, 
como requisito para obtenção do título de 
Bacharel em Direito. 
 
Orientador: Prof. Renata Caroline Talevi da 
Costa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LONDRINA 
2014 
 
 
JESSICA DOS SANTOS AMARAL 
 
 
 
 
 
A (IN)CONSTITUCIONALIDADE DA COBRANÇA DE CONTRIBUIÇÃO 
PREVIDENCIÁRIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS INATIVOS E 
PENSIONISTAS 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de Direito da Uninorte 
– Faculdade Norte Paranaense de Ensino, 
como requisito para obtenção do título de 
Bacharel em Direito. 
 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA 
 
 
 
 
____________________________________ 
Loreanne França Alvanham de Carvalho 
Uninorte–Faculdade Norte Paranaense de Ensino 
 
 
 
____________________________________ 
Priscila Abraão 
Uninorte–Faculdade Norte Paranaense de Ensino 
 
 
 
____________________________________ 
Renata Caroline Talevi da Costa 
Uninorte–Faculdade Norte Paranaense de Ensino 
 
 
 
 
Londrina, 01 de dezembro de 2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
`A mim, pela minha vontade, 
pelo meu esforço e pela minha 
dedicação. 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço a minha orientadora Doutora Renata Caroline Talevi da 
Costa, pela paciência, pelo comprometimento e pela sua generosidade, que fizeram 
toda a diferença durante a execução do presente trabalho. 
A meus pais, por me deixarem cursar o curso que escolhi, apesar de 
não acreditarem com a mesma força que eu. 
Ao meu amigo Clayton Saboia do Nascimento, pela força ao longo 
dos últimos meses, pela amizade e apoio. 
Aos colegas que estiveram comigo durante esse curso, pelas horas 
boas e ruis. 
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a minha 
caminhada, principalmente aqueles que não acreditaram, pois da minha vontade de 
mostrar que estavam errados veio a força para chegar até o fim. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Tudo que um sonho precisa para ser realizado é 
alguém que acredite que ele possa ser realizado” 
Roberto Shinyashiki 
 
 
 
 
 
AMARAL, Jessica dos Santos. A (In)Constitucionalidade da Cobrança de 
Contribuição Previdenciária dos Servidores Públicos Inativos e Pensionistas. 
2014. 57 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso de Direito – Uninorte – Faculdade 
Norte Paranaense de Ensino, Londrina. 2014. 
 
 
RESUMO 
 
 
O presente trabalho tem como objetivo analisar a constitucionalidade da cobrança 
de contribuição previdenciária dos servidores públicos inativos e pensionistas, 
passando por uma abordagem histórica do sistema previdenciário, trazendo uma 
evolução cronológica das suas leis disciplinadoras até atingirmos o ordenamento 
atual, culminando em uma explanação a respeito da conclusão que se chega ao 
analisar o tema. 
 
Palavras-chave: Constitucionalidade 1. Previdência 2. Servidores 3. Inativo 4. 
Aposentadoria 5. Pensionistas 6. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AMARAL, Jessica Santos. The (In)Constitutionality of Social Security 
Contribution Collection of Retirees and Pensioners Servers. 2014. 57 sheets. 
Completion of Law Course - Uninorte - Faculty of Education Northern Paraná, 
Londrina. In 2014. 
 
 
ABSTRACT 
 
 
This paper aims to analyze the constitutionality of social security contribution 
collection of retired and pensioned public servants, through a historical approach to 
pension system, bringing a chronological evolution of its disciplinary laws until we 
reach the current system, culminating in an explanation about the conclusion 
reached by analyzing the topic. 
 
Key words: Constitutionality 1. Security 2. Servers 3. Inactive 4. Retirement 5. 
Pensioners 6. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 – Funcionamento da Administração Pública .............................................. 24 
Figura 2 – Classificação dos Servidores Públicos .................................................... 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1 – Benefícios Previdenciários do RPPS da União ...................................... 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
ADIn – Ação Direta de Inconstitucionalidade 
ANAJUR – Associação Nacional dos Advogados da União e dos Advogados das 
Entidades Federais 
ANDES – Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior 
ANFIP – Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência Social 
ANPR – Associação Nacional dos Procuradores da República 
CONAMP – Associação Nacional dos Membros do Ministério Público 
CAPs – Caixa de Aposentadorias e Pensões 
CLPS - Consolidação das Leis da Previdência Social 
COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social 
CSSL - Contribuição Social sobre o Lucro das empresas CSSL 
DATAPREV - Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social 
EC – Emenda Constitucional 
FENAFISP – Federação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência Social 
FENAJUFE – Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores do Judiciário 
Federal e Ministério Público da União 
FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço 
FUNRURAL – Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural 
INPS - Instituto Nacional de Previdência Social 
IPASE – Instituto de Previdência dos Servidores do Estado 
MP – Medida Provisória 
PEC – Proposta a Emenda Constitucional 
PIS – Programa de Integração Social 
PRORURAL – Programa de Assistência ao Trabalhador Rural 
RGPS – Regime Geral de Previdência Social 
RPPS – Regime Próprio de Previdência Social 
SINDJUS-DF – Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário e do Ministério 
Público da União no Distrito Federal 
SINDIPOL – Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e Região 
SRP – Secretaria da Receita previdenciária 
 
 
UNAFISCO SINDICAL – Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita 
Federal 
Art. - Artigo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13 
 
2 REGIME PREVIDENCIÁRIO DO SERVIDOR PÚBLICO ..................................... 17 
2.1 O REGIME PREVIDENCIÁRIO ................................................................................... 17 
2.2 REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL ................................................................22 
2.3 REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL ............................................................. 23 
2.3.1 A História Do Regime Previdenciário Do Servidor Público .............................. 25 
2.3.2 Regime Próprio de Previdência Social e seus princípios basilares ................. 30 
2.4 BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS NO ÂMBITO DO RPPS DA UNIÃO ............................... 33 
 
3 AGENTES PÚBLICOS: DEFINIÇÕES, CLASSIFICAÇÕES E ESPÉCIES.......36 
3.1 AGENTES PÚBLICOS.... .......................................................................................... 37 
3.2 SERVIDORES PÚBLICOS ESTATUTÁRIOS .................................................................. 38 
3.3 EMPREGADOS PÚBLICOS ....................................................................................... 38 
3.4 SERVIDORES TEMPORÁRIOS .................................................................................. 39 
 
4 ANALISE DA CONSTITUCIONALIDADE DA COBRANÇA DE CONTRIBUIÇÃO 
DOS SERVIDORES INATIVOS ............................................................................... 40 
4.1 DA INCONSTITUCIONALIDADE DA COBRANÇA............................................................ 40 
4.2 DA CONSTITUCIONALIDADE DA COBRANÇA .............................................................. 47 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 52 
 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 54 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Quando a Constituição Federal de 1988 foi concebida, não previa a 
cobrança de contribuição previdenciária aos inativos ou aposentados. O simples 
preenchimento de certos requisitos era o bastante para o recebimento do beneficio. 
Um deles era o pagamento de contribuição durante o exercício da função. 
Com o advento da EC 41/2003, os inativos e pensionistas passaram a 
contribuir para o sistema, com o embasamento no caráter solidário do regime e sob 
o argumento de que o servidor recolhe para si e para as gerações futuras. Ocorre 
que em relação aos inativos, em tese, já houve a quitação de seu débito com o 
regime previdenciário próprio, uma vez que cumpriu todos os requistos para 
concessão do benefício. 
É com base nesse argumento que nasce a problemática de nosso trabalho. 
Os servidores públicos contribuem com a previdência no intuito de obter segurança e 
amparo no momento mais vulnerável de suas vidas, a velhice. As contribuições são 
pagas mês a mês pelo direito ao recebimento das parcelas da aposentadoria, por 
este motivo a cobrança não se justifica. Poderíamos comparar essa situação a uma 
apólice de seguro onde acontecendo caso fortuito, o interessado recebe o prêmio. 
No caso do aposentado ou inativo, acontecendo à premiação o mesmo tem que 
continuar contribuindo para manutenção do prêmio já merecidamente recebido. 
É interessante ressaltar que essa cobrança também configura uma afronta 
ao direito adquirido, pois ao se aposentar, o servidor completando os requisitos, esta 
apto a obter o benefício previdenciário da aposentadoria, adquiriu direito imutável 
uma vez a inatividade também é direito fundamental. 
Para melhor ilustrar o conceito, será apresentado o regime previdenciário do 
servidor, realização de analise constitucional a cerda da legalidade e 
constitucionalidade da cobrança de contribuição e tentativa de apontar novas formas 
de manutenção do regime. 
A meta geral da presente pesquisa é analisar a constitucionalidade e a 
legalidade da cobrança de contribuição previdenciária dos servidores públicos 
inativos e pensionistas sob o prisma das mudanças ocasionadas pelas emendas 
constitucionais que mudaram as regras da concessão do beneficio ao longo dos 
anos. Podemos também elencar como objetivos específicos apresentar o histórico 
sobre os benefícios previdenciários, com enfoque no Regime Próprio de Previdência 
14 
 
Social, conceituar os benefícios previdenciários e os regimes de previdência, mostrar 
através das alterações no Código a evolução do Regime Próprio de Previdência do 
Servidor Público (RPPS), analisar a constitucionalidade e a legalidade da cobrança 
de contribuição previdenciária dos servidores públicos aposentado e apontar novos 
caminhos para manutenção do regime sem a necessidade de cobrança de 
contribuição do servidor aposentado. 
A presente pesquisa é de extrema importância acadêmica, pois tem como 
objetivo discutir a constitucionalidade da cobrança de contribuição previdenciária dos 
servidores públicos inativos, cobrança esta instituída pela EC n° 41/2003 que 
modificou o panorama do art.40 da Constituição Federal, instituindo essa cobrança. 
Todos os trabalhadores, não somente os servidores públicos contribuem 
com a previdência no intuito de obter segurança na velhice e amparo no momento 
vulnerável de suas vidas. No caso dos servidores públicos, as contribuições são 
pagas mês a mês pelo direito ao recebimento das parcelas da aposentadoria, por 
este motivo a cobrança não se justifica. Poderíamos comparar essa situação a uma 
apólice de seguro onde acontecendo caso fortuito, o interessado recebe o premio. 
No item 2 da presente pesquisa temos a conceituação do que vem a ser a 
Previdência Social. Neste item podemos verificar que a Previdência Social é um 
seguro social, que tem como objetivo reconhecer e conceder direitos aos seus 
segurados por meio de transferência de renda do segurado a seguradora, renda 
esta que é utilizada para substituir a renda do trabalhador contribuinte, quando ele 
perde a capacidade de trabalho. Sua finalidade é garantir proteção ao trabalhador 
por meio de política previdenciária solidária, com o objetivo de promover o bem-estar 
social. 
Também no item 2, mais precisamente item 2.1 temos A História do Regime 
Previdenciário do Servidor Público que tem como bases a Lei Eloy Chaves, que foi 
batizada com esse nome em homenagem a seu autor, Eloy de Miranda Chaves, 
nascido em 27 de dezembro de 1875 e falecido em 19 de abril de 1964, formado 
pela Faculdade de Direito do Lago São Francisco, advogado, promotor público e 
deputado federal, idealizou o DECRETO Nº. 4.682 de 24 de janeiro de 1923, 
culminando com o Acordo Multilateral de Seguridade Social do Mercosul, onde foi 
proposta a criação da Secretaria da Receita do Brasil. 
No item 2.2, Regime Geral de Previdência Social – RGPS, temos a 
apresentação do Regime Geral que constitui um regime previdenciário com 
15 
 
organização de responsabilidade do estado, com caráter contributivo e compulsório. 
Este regime é o único que tem a sua administração exercida pelo INSS e pela 
SRFB, dessa forma, todos trabalhadores, com exceção dos servidores públicos, 
estão vinculados obrigatoriamente ao Regime Geral. 
No item 2.3, Regime Próprio de Previdência Social, adentramos ao regime 
que tem relação direta com o tema do presente trabalho, já que é nele que se 
concentram os servidores públicos. 
Desde sua criação, a Previdência Social brasileira já passou por várias 
mudanças a respeito de seus aspectos conceituais e estruturais, envolvendo várias 
características de sua formação como, por exemplo, o grau de cobertura, o valor dos 
benefícios oferecidos aos segurados e a forma de financiamento do sistema até 
chagar no formato atual. No Item 2.3.1, temos a evolução histórica dessas 
mudanças. 
No item 2.3.2, regime próprio de previdência social e seus princípios 
basilares, a explanação será sobre os princípios que baseiam o RPPS, em especial 
os princípios: da integralidade, paridade e solidariedade. O instituto da integralidade 
garantia que as aposentadorias fossemcalculadas com base na última remuneração 
do servidor antes da inatividade, enquanto que, o instituto da paridade permitia que 
proventos fossem atualizados de forma isonômica em relação aos servidores em 
atividade. 
No item 3, Agentes públicos: suas definições, classificações e espécies, 
podemos ver as definições para agente públicos, suas classificações e espécies. 
Uma boa definição par agente público é a seguinte: é toda pessoa física que presta 
serviços ao Estado, de forma remunerada ou gratuitamente, de forma permanente 
ou transitoriamente, política ou administrativamente. 
Nos itens 3.1, 3.2, 3.3 e 3.4, temos as definições das espécies de agentes 
públicos que são: agentes políticos, servidores públicos estatuários, empregados 
públicos e servidores temporários. 
No item 4, iremos analisar os votos dos ministros que deram ensejo as 
Ações Diretas de Inconstitucionalidade que julgaram a constitucionalidade da 
cobrança de contribuição previdenciária dos servidores públicos inativos e 
pensionistas. Apesar de o Supremo Tribunal Federal ter decidido pela 
constitucionalidade da contribuição previdenciária do servidor inativo, em análise no 
julgamento das ADIn’s 3.105-8 e 3.128-7. A Corte decidiu por maioria de votos, pela 
16 
 
improcedência das referidas ações. Mesmo assim é necessária uma analise a 
respeito do tema, uma vez que é de extrema relevância jurídica. Os itens 4.1 e 4.2 
trazem os votos, respectivamente, acusando a inconstitucionalidade da cobrança e 
depois a constitucionalidade. 
Por fim, no item 5, temos a conclusão do presente trabalho com o 
apontamento do que o estudo mostrou sobre a analise da constitucionalidade da 
cobrança de contribuição previdenciária dos servidores públicos inativos e 
pensionistas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
2 REGIME PREVIDENCIÁRIO DO SERVIDOR PÚBLICO 
 
2.1 O REGIME PREVIDENCIÁRIO 
 
Antes de falar sobre o regime previdenciário, vamos falar o que vem a ser a 
Previdência Social. 
A Previdência Social é um seguro social, que sobrevive mediante 
contribuições e que tem como objetivo reconhecer e conceder direitos aos seus 
segurados por meio de transferência de renda do segurado a seguradora, renda 
esta que é utilizada para substituir a renda do trabalhador contribuinte, quando ele 
perde a capacidade de trabalho, seja pela doença, invalidez, idade avançada, morte 
e desemprego involuntário, ou mesmo a maternidade e a reclusão. Sua finalidade é 
garantir proteção ao trabalhador por meio de política previdenciária solidária, com o 
objetivo de promover o bem-estar social. (IBRAHIM 2008) 
Para IBRAHIM (2008, p.04) em seu livro Curso de Direito Previdenciário, é 
possível conceituar a seguridade social da seguinte maneira: 
[...] A seguridade social pode ser conceituada como a rede protetiva 
formada pelo Estado e por particulares, com contribuições de todos, 
incluindo parte dos beneficiários dos direitos, no sentido de 
estabelecer ações positivas no sustento de pessoas carente, 
trabalhadores em geral e seus dependentes, providenciando a 
manutenção de um padrão mínimo de vida [...]. 
 
Existem dois tipos de regime de previdência: O regime próprio de 
previdência social (RPPS) e o regime geral de previdência social (RGPS), o estudo 
terá como base o Regime Próprio de Previdência Social. Segundo CUNHA JUNIOR. 
(2012, pg. 314), no livro Curso de Direito Administrativo: 
[...] A aposentadoria é um direito fundamental, de natureza social, à 
inatividade remunerada, assegurando ao servidor em caso de 
invalidez, idade ou a pedido, se satisfazer, neste ultimo caso, certas 
condições. Nestes termos, atendidos certos requisitos, o servidor tem 
o direito de se aposentar por invalidez, compulsoriamente ou 
voluntariamente [...]. 
 
O regime próprio de previdência social (RPPS) é disciplinado pelo artigo 40 
da Constituição Federal e engloba as seguintes categorias: agentes vitalícios, 
parlamentares e os servidores estatutários efetivos da Administração Direta, 
18 
 
autarquias e fundações da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. (IBRAHIM 
2008) 
Para TORRES (2012), em seu artigo Seguridade social: conceito 
constitucional e aspectos gerais, existe a possibilidade de conceituar a seguridade 
social da seguinte maneira: 
[...] A seguridade social é o conjunto de ações e instrumentos por 
meio do qual se pretende alcançar uma sociedade livre, justa e 
solidária, erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir as 
desigualdades sociais e promover o bem de todos. Essas são 
diretrizes fixadas na própria Constituição Federal no artigo 3º. Ou 
seja, o sistema de seguridade social, em seu conjunto, visa a garantir 
que o cidadão se sinta seguro e protegido ao longo de sua 
existência, provendo-lhe a assistência e recursos necessários para 
os momentos de infortúnios. É a segurança social, segurança do 
indivíduo como parte integrante de uma sociedade [...]. 
 
O artigo 40 da Constituição Federal trás a seguinte redação a respeito do 
regime próprio de previdência social (RPPS): 
[...] Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas 
autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de 
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo 
ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, 
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e 
o disposto neste artigo. 
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que 
trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a 
partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: 
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao 
tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, 
moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, 
especificadas em lei; 
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao 
tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, 
moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na 
forma da lei; 
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos 
proporcionais ao tempo de contribuição; 
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos 
de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo 
em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes 
condições: 
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se 
homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, 
se mulher; 
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de 
idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição. 
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de 
sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo 
19 
 
servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que 
serviu de referência para a concessão da pensão. 
§ 3º - Os proventos de aposentadoria, por ocasião da sua 
concessão, serão calculados com base na remuneração do servidor 
no cargo efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da lei, 
corresponderão à totalidade da remuneração. 
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da 
sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas 
como base para as contribuições do servidor aos regimes de 
previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei 
§ 4º - É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para 
a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que 
trata este artigo, ressalvados os casos de atividadesexercidas 
exclusivamente sob condições especiais que prejudiquem a saúde 
ou a integridade física, definidos em lei complementar. 
 
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a 
concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que 
trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis 
complementares, os casos de servidores: 
I portadores de deficiência; 
II que exerçam atividades de risco; 
III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que 
prejudiquem a saúde ou a integridade física 
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão 
reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, "a", 
para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo 
exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino 
fundamental e médio. 
§ 6.º As aposentadorias e pensões dos servidores públicos federais 
serão custeadas com recursos provenientes da União e das 
contribuições dos servidores, na forma da lei. 
§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos 
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de 
mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência 
previsto neste artigo. 
§ 7º - Lei disporá sobre a concessão do benefício da pensão por 
morte, que será igual ao valor dos proventos do servidor falecido ou 
ao valor dos proventos a que teria direito o servidor em atividade na 
data de seu falecimento, observado o disposto no § 3º. 
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por 
morte, que será igual: 
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o 
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de 
previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por 
cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do 
óbito; ou 
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo 
efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo 
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social 
de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela 
excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito. 
§ 8º - Observado o disposto no art. 37, XI, os proventos de 
aposentadoria e as pensões serão revistos na mesma proporção e 
na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos 
20 
 
servidores em atividade, sendo também estendidos aos aposentados 
e aos pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens 
posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive 
quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou 
função em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência 
para a concessão da pensão, na forma da lei. 
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-
lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios 
estabelecidos em lei. 
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será 
contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço 
correspondente para efeito de disponibilidade. 
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de 
tempo de contribuição fictício. 
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos 
proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da 
acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras 
atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência 
social, e ao montante resultante da adição de proventos de 
inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta 
Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação 
e exoneração, e de cargo eletivo. 
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos 
servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que 
couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de 
previdência social. 
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão 
declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de 
outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime 
geral de previdência social. 
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde 
que instituam regime de previdência complementar para os seus 
respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o 
valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime 
de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os 
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 
201. 
§ 15 - Observado o disposto no art. 202, lei complementar disporá 
sobre as normas gerais para a instituição de regime de previdência 
complementar pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, 
para atender aos seus respectivos servidores titulares de cargo 
efetivo. 
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será 
instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, 
observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, 
por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, 
de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes 
planos de benefícios somente na modalidade de contribuição 
definida. 
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto 
nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado 
no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do 
correspondente regime de previdência complementar. 
21 
 
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo 
do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, na 
forma da lei. 
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e 
pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que 
superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime 
geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual 
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. 
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as 
exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, 
e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de 
permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária 
até completar as exigências para aposentadoria compulsória 
contidas no § 1º, II. 
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de 
previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos, e 
de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente 
estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. 
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas 
sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que 
superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios 
do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta 
Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de 
doença incapacitante [...]. 
 
Segundo o artigo 40 da Constituição Federal, o regime próprio de 
previdência tem caráter contributivo e solidário, que se mantém mediante 
contribuição do respectivo ente publico, dos servidores ativos e inativos e 
pensionistas, levando em consideração os critérios necessários para a preservação 
do equilíbrio financeiro e atuarial. Podemos extrair as seguintes características do: 
caráter contributivo, caráter solidário e equilíbrio financeiro e atuarial. 
O reforço do caráter solidário se deu ao prever que tanto servidores ativos e 
inativos e pensionistas e o ente público contribuem para a previdência. Esse 
procedimento tem como base o argumento de que o servidor contribui para ele e 
para as gerações futuras. 
Por meio do equilíbrio financeiro e atuarial exige-se que o regime se 
autossustente, sem necessidade de auxilio de outros recursos oriundos de outras 
fontes não previdenciárias. O valor que sepaga na contribuição deve ser suficiente 
para manutenção do sistema, o que será obtido através da adequada definição de 
valores. 
 
 
 
22 
 
2.2 REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS 
 
O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) é um regime previdenciário 
com organização de responsabilidade do estado, com caráter contributivo e 
compulsório. Para o ilustre doutrinador Ivan Kertzman (2012), em sua obra Curso 
Prático de Direito Previdenciário, podemos compreender o regime da seguinte 
forma: 
[...] O Regime Geral de Previdência Social é aquele que abrange o 
maior número de segurados, sendo obrigatório para todos os que 
exercem atividades remuneradas por ele descritas. Assim, todos os 
empregados de empresas privadas e todas as pessoas que 
trabalham por conta própria estão também obrigatoriamente filiados, 
devendo contribuir com sua parte para o sistema [...]. 
 
Entre os sistemas de previdência existentes, o RGPS é o único que tem a 
sua administração exercida pelo INSS e pela SRFB, dessa forma, todos os 
brasileiros que trabalham, com exceção dos servidores públicos, estão vinculados 
obrigatoriamente ao Regime Geral. (KERTZMAN, 2012) 
A administração fica a cargo do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), 
suas contribuições tem a fiscalização e a normatização compreendidas pela Receita 
Federal. A partir da Lei 11.098/05, a competência tributária do INSS foi atribuída ao 
Ministério da Previdência Social, onde a criação da Lei deu ensejo a criação da 
Secretaria da Receita previdenciária (SRP) no âmbito da administração direta. 
(KERTZMAN, 2012) 
A intenção para que fosse criação a SRP era que fosse realizada a fusão 
entre o Fisco Previdenciário com a Receita Federal, com isso a efetividade da 
fiscalização dos tributos federais seria maximizada, a fusão ocorreu a partir da MP 
258/2005. A Medida Provisória criou a Secretaria a Receita Federal do Brasil 
(SRFB), assim o quadro de Auditores Ficais da Previdência Social foi transferido 
para a estrutura do Ministério da Fazenda e unificado o cargo dos auditores 
previdenciários e da receita, criando o cargo de Auditor-Fiscal da Recita Federal. Por 
conta do atraso na apreciação da referida MP, a eficácia da mesma foi pedida em 
19/11/2005 fazendo com que voltasse a existir a Secretaria da Receita Federal e a 
Secretaria da Receita Previdenciária. (KERTZMAN, 2012) 
Inconformado com essa derrota, o Governo enviou ao Congresso Nacional 
nova proposta de Lei que versava sobre o mesmo tema, e após uma longa 
23 
 
tramitação, foi aprovado em 16/03/2007 a Lei 11.457/07 que instituiu a Secretaria da 
Receita Federal do Brasil. (KERTZMAN, 2012) 
Após a criação, o INSS passou a ter total e única responsabilidade pela 
administração dos benefícios previdenciários. Ao SRFB cabia a competência sobre 
as atividades corelacionadas a arrecadação, fiscalização e cobrança de tributos 
previdenciários, também ficou encarregado dos tributos da antiga Receita Federal, 
que compreendem os seguintes tributos: Imposto de Renda, PIS, COFINS, 
Contribuição Social sobre Lucros Líquidos, PIS e COFINS Importação, Contribuição 
sobre Concurso de Prognósticos, Imposto de Importação e Imposto de Exportação. 
(KERTZMAN, 2012) 
 
2.3 REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 
Segundo artigo 40 da Constituição Federal: 
[...] Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas 
autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de 
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo 
ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, 
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e 
o disposto neste artigo [...]. 
 
São Beneficiários do Regime Próprio de Previdência Social, segundo artigo 
40 da Constituição Federal, os magistrados, ministros e conselheiros dos Tribunais 
de Contas, membros do Ministério Público, militares e servidores públicos ocupantes 
de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
incluindo as suas autarquias e fundações. (GOES, 2011) 
A aposentadoria dos Magistrados é regulada pelo artigo 93, VI da 
Constituição Federal, a dos membros do Ministério Público é regulada pelo 
artigo129, <§ 4° da Constituição Federal, a dos ministros e conselheiros de Tribunais 
de Contas são reguladas pelo artigo 73, §3° e 75°, porém, todas elas observam o 
disposto no artigo 40 da Constituição Federal. (GOES, 2011) 
No que diz respeito aos militares, a Constituição é um tanto vaga e dispõe 
apenas que a lei disporá sobre a sua mudança para a inatividade segundo o artigo 
42, <§1° a 142, §3°, X. Já em relação aos membros das forças armadas, 
24 
 
encontramos as regras dispostas na Lei 6.880/80, do Estatuto dos Militares. (GOES, 
2011) 
Conforme pudemos observar no primeiro parágrafo desse item, não são 
todos os servidores públicos que serão amparados pelo Regime Próprio de 
Previdência Social e para ilustrar essa afirmação temos o gráfico a seguir ilustrando 
primeiramente como funciona a Administração Pública: 
 
Figura 1 – Funcionamento da Administração Pública 
 
Fonte: Elaborado com base no livro Manual de Direito Previdenciário, 2011. 
 
As pessoas que trabalham em empresas públicas e em sociedade de 
economia mista, não são amparadas pelo Regime Próprio de Previdência Social e 
sim pelo Regime Geral de Previdência Social. Os amparados são os servidores da 
Administração direta das autarquias e fundações públicas. Estes são construídos da 
seguinte forma: 
 
Figura 2 – Classificação dos Servidores Públicos 
 
Fonte: Elaborado com base no livro Manual de Direito Previdenciário, 2011. 
25 
 
Dentre os servidores públicos da figura supra, apenas aqueles servidores 
ocupantes de cargos efetivos serão amparados pelo Regime Próprio de Previdência 
Social, os demais, ocupante em cargo de comissão, contrato por tempo determinado 
e ocupante de emprego público são assegurados pelo Regime Geral de Previdência 
Social. (GOES, 2011) 
O Regime Próprio de Previdência Social tem suas regras estabelecidas pela 
Lei 9.717/98 que organiza o funcionamento dos Regimes Próprios de Previdência 
Social. A orientação, supervisão e acompanhamento dos regimes ficam a cargo da 
União, assim como o a publicação dos parâmetros e diretrizes gerais dos regimes 
previstos na lei. (GOES, 2011) 
 
2.3.1 A História do Regime Previdenciário do Servidor Público 
 
Desde sua criação, a Previdência Social brasileira já passou por várias 
mudanças a respeito de seus aspectos conceituais e estruturais, envolvendo várias 
características de sua formação como, por exemplo, o grau de cobertura, o valor dos 
benefícios oferecidos aos segurados e a forma de financiamento do sistema até 
chagar no formato atual. Para melhor compreender esse sistema é necessário fazer 
uma análise evolutiva das alterações ao longo da história, por conta disso, 
destacaremos alguns pontos da história dessa instituição para melhor compreensão 
dessas mudanças. (FILHO 2014) 
As bases do sistema previdenciário foram erguidas a partir da Lei Eloy 
Chaves, que foi batizada com esse nome em homenagem a seu autor, Eloy de 
Miranda Chaves, nascido em 27 de dezembro de 1875 e falecido em 19 de abril de 
1964, formado pela Faculdade de Direito do Lago São Francisco, advogado, 
promotor público e deputado federal, idealizou o DECRETO Nº. 4.682 de 24 de 
janeiro de 1923. (FILHO 2014) 
Publicado em 24 de janeiro de 1923, a Lei Eloy Chaves consolidou as 
estruturas basilares do sistema previdenciário com a criação da Caixa de 
Aposentadorias e Pensões para os empregadosdas empresas ferroviárias que 
criava, em cada uma das empresas de estradas de ferro existentes no país, uma 
caixa de aposentadoria e pensões para os respectivos empregados. Em seus artigos 
terceiro e quarto, a lei esclarece como serão as formas de arrecadação da Caixa de 
Aposentadorias e Pensões: 
26 
 
[...] Art. 3º – Formarão os fundos da caixa a que se refere o art. 1º: 
a) uma contribuição mensal dos empregados, correspondente a 3% 
dos respectivos vencimentos; 
b) uma contribuição anual da empresa, correspondente a 1% de sua 
renda bruta; 
c) a soma que produzir um aumento de 1 ½% sobre as tarifas da 
estrada de ferro; 
d) as importâncias das jóias pagas pelos empregados na data da 
criação da caixa e pelos admitidos posteriormente, equivalentes a um 
mês de vencimentos e pagas em 24 prestações mensais; 
e) as importâncias pagas pelos empregados correspondentes à 
diferença no primeiro mês de vencimentos, quando promovidos ou 
aumentados de vencimentos, pagas também em 24 prestações 
mensais; 
f) o importe das somas pagas a mais e não reclamadas pelo público 
dentro do prazo de um ano; 
g) as multas que atinjam o público ou pessoal; 
h) as verbas sob rubrica de venda de papel velho e varreduras; 
i) os donativos legados feitos à Caixa; 
j) os juros dos fundos acumulados. 
Art. 4º – As empresas ferroviárias são obrigadas a fazer os 
descontos determinados no art. 3º, letras a, d e e nos salários de 
seus empregados, depositando-os mensalmente, bem como as 
importâncias resultantes das rendas criadas nas letras c, f, g e h do 
mesmo artigo, em banco escolhido pela administração da Caixa, sem 
dedução de qualquer parcela [...]. 
 
Após a promulgação desta lei, outras empresas foram beneficiadas e seus 
empregados também passaram a ser segurados da Previdência Social. (GURGELM, 
2008) 
A primeira instituição criada a partir desta lei foi a Caixa de Aposentadoria e 
Pensões dos Empregados da Great Western do Brasil, em 20 de março de 1923. As 
caixas possuíam organização semelhante à atual com que operavam as companhias 
de seguros, marcando uma fase da Previdência Social caracterizada pela iniciativa 
das classes, com legislação própria. Essas CAPs teriam como prioridade dar quatro 
benefícios para manter a renda e saúde da família de um trabalhado em caso de 
doença, incapacidade, velhice ou morte. (GURGELM, 2008) 
Outra lei significante para a previdência social foi a Lei no 5.109, de 20 de 
dezembro de 1926, estendeu o sistema aos trabalhadores portuários e marítimos. 
Ela foi criada em 1926, põem seus fundos só entraram em vigor em 1931. 
(GURGELM, 2008) 
Ela estabeleceu várias atribuições aos Conselhos de Administração das 
Caixas de Aposentadoria e Pensões como, por exemplo, alterou a Lei Eloy Chaves 
em relação aos benefícios e também quanto ao custeio, adotou o mecanismo de 
27 
 
recurso ao Conselho Nacional do Trabalho sobre as decisões das CAPs, de 
fiscalização das aplicações e fiscalização das contribuições das empresas, permitiu 
a absorção de Caixas Beneficentes pelas CAPs e criou uma Contadoria Central para 
elas. (GURGELM, 2008) 
Em 30 de junho de 1928, a Lei 5.485, estendeu o regime da Lei Eloy Chaves 
aos trabalhadores das empresas de serviços telegráficos e radiotelegráficos. O 
advento da criação do Decreto 19.433, de 26 de novembro de 1930, criou o 
Ministério do Trabalho, tendo como uma das atribuições orientar e supervisionar a 
Previdência Social, inclusive como órgão de recursos das decisões das Caixas de 
Aposentadorias e Pensões. Nessa mesma época tomou posse o primeiro ministro do 
Trabalho, Indústria e Comércio, Lindolfo Boeckel Collor. (GURGELM, 2008) 
O Decreto no 19.497, de 17 de dezembro de 1930, criou as Caixas de 
Pensões e Aposentadorias para os empregados nos serviços de força, luz e bondes. 
O Decreto no 19.540, de 17 de dezembro de 1930, dispôs sobre o número 
de inspeções de saúde para efeito de aposentadoria dos funcionários públicos de 
qualquer categoria, estabelecendo que bastaria uma única inspeção de saúde, na 
forma da lei em vigor. Esse decreto revogou o artigo 303 do Decreto no 16.300, de 
31 de dezembro de 1923. (GURGELM, 2008) 
O artigo 303 estabelecia a seguinte instrução: 
[...] No caso de o laudo não reconhecer a invalidez nessa inspeção, o 
funcionário só poderá ser inspecionado, novamente, decorrido o 
prazo de três meses, ou a juízo do Governo [...].( Decreto no 
16.300, de 31 de dezembro de 1923) 
 
Em 1946 a Constituição começa abrir espaço para a Previdência Social. 
Neste ano foi criado o Departamento Nacional de Previdência Social, no Ministério 
do Trabalho, Indústria e Comércio. Em meados do ano de 1960, foi editada a 1° 
(primeira) Lei Orgânica da Previdência Social e instituída a assistência patronal que 
resultaria na criação do Grupo Executivo de Assistência Patronal. (GURGELM, 
2008) 
Posteriormente em 1966, foi decretada a unificação dos Institutos de 
Assistência Patronal, foi também decretada à criação do Instituto Nacional de 
Previdência Social (INPS), instituído o pecúlio para o aposentado que retornasse ao 
trabalho, foram alterados os conceitos de segurados e dependentes e criado o 
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS. (GURGELM, 2008) 
28 
 
Em 1971 foi instituído o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural 
(PRORURAL), em substituição ao Plano Básico de Previdência Social Rural, e 
criado o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL). Neste mesmo 
ano foi constituída a Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social 
(DATAPREV). Foi expedida no ano de 1976 a Consolidação das Leis da Previdência 
Social (CLPS). Neste mesmo ano foi estendido o PRORURAL aos pescadores e 
extinta a cota de previdência que incidia sobre vários serviços públicos, como gás, 
luz, telefone, água, esgoto e transportes. (GURGELM, 2008) 
Foi instituído em 1990 o Regime Jurídico Único para os servidores públicos, 
passando todos a estatutários inclusive os celetistas, foi feita a criação do Instituto 
Nacional do Seguro Social, a extinção do Ministério da Previdência e Assistência 
Social e criação do Ministério do Trabalho e Previdência. Um ano após essa 
mudança foi instituída a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social 
(COFINS) e editados os Planos de Benefícios e de Custeio da Previdência Social. 
Em 1992 Foi criado o Ministério da Previdência Social. (GURGELM, 2008) 
Em 1994, no ano da criação do Plano Real, foi realizada a proposta a 1° 
(primeira) Reforma da Previdência, que infelizmente, suprimiu conquistas 
constitucionais e direitos sociais dos trabalhadores privados e dos servidores 
públicos. No ano de 2003 foi proposta a 2° Reforma da Previdência, que também 
suprimiu conquistas constitucionais e direitas sociais dos trabalhadores privados e 
dos servidores públicos. (GURGELM, 2008) 
Em 2004, o governo criou nosso objeto de pesquisa, passou a taxar os 
inativos. Finalmente em 2005, entrou em vigor o Acordo Multilateral de Seguridade 
Social do Mercosul, onde foi proposta a criação da Secretaria da Receita do Brasil, 
unificando as Secretarias da Receita Federal e da Receita Previdenciária. A Medida 
Provisória foi recusada pelo Congresso. O governo decretou a unificação, nomeando 
como Secretário interino da SRP o Secretário da Receita Federal. (GURGELM, 
2008) 
Nos últimos anos, a preocupação com a insustentabilidade do sistema vinha 
crescendo de maneira constante, por conta do aumento da expectativa de vida dos 
brasileiros, a diminuição na taxa de natalidade, o aumento de pessoas atuantes no 
mercado informal, aumento nos gastos públicos e os constantes desvios nas verbas 
previdenciárias. Para a manutenção do sistema era necessário que se alterassem 
algumasregras previdenciárias. (NASCIMENTO, 2013) 
29 
 
Um conjunto de Emendas a Constituição foram criadas com a intenção de 
alterar as regras previdenciárias. Dá-se a esse conjunto de regras o nome de 
reformas previdenciárias, que são compostas pelas Emenda Constitucional 
n°20/1998, a segunda editada em 2003 a Emenda Constitucional n°41, a terceira é a 
Emenda Constitucional n°47/2005 e a ultima a Emenda Constitucional nº70/2012. 
(NASCIMENTO, 2013 e FILHO, 2014) 
A Emenda Constitucional n°20/1998 teve como justificativa a manutenção do 
equilíbrio financeiro do regime, as principais alterações advindas dessa emenda 
foram: aposentadoria fundada no tempo de serviço passou a ser baseada no tempo 
de contribuição do servidor; exigência de tempo mínimo de exercício da função no 
serviço público e no cargo em que se deu a aposentadoria; os ocupantes de cargos 
em comissão e de cargo temporários passaram a ser beneficiários do Regime Geral 
de Previdência Social. (NASCIMENTO, 2013) 
Anteriormente à Emenda Constitucional 20/1998, era exigido do servidor 
tempo de serviço como requisito para garantida do direito a aposentadoria, a 
emenda alterou esse quesito e passou a prever o tempo de contribuição. No ano da 
nossa atual Constituição, 1988, foi adotado pela mesma o conceito de Seguridade 
Social e instituída a Contribuição Social sobre o Lucro das empresas (CSSL). 
(GURGELM, 2008) 
A segunda reforma foi a Emenda Constitucional nº 41/2003 que trouxe os 
efeitos negativos para o plano de previdência dos servidores. Suas principais 
alterações fora: extinção da aposentadoria voluntária com proventos integrais; 
menção expressa ao caráter solidário do regime de previdência; os inativos e 
pensionistas passaram a contribuir para o sistema; fim da paridade entre ativos e 
inativos; redução às pensões que ultrapassarem determinado limite; criação do 
regime de previdência complementar e instituição do abono de permanência. 
(NASCIMENTO, 2013) 
A terceira reforma Emenda Constitucional nº47/2005, apelidada de “PEC 
Paralela” não trouxe nenhuma mudança muito significativa ao texto constitucional. 
Por esse motivo, alguns doutrinadores afirmam que ela não foi uma reforma 
constitucional propriamente dita, seu intuito principal foi amenizar as perdas sofridas 
pelos servidores com as regras trazidas pela Emenda Constitucional nº 41/2003. A 
principal alteração dessa Emenda foi à ampliação dos casos de concessão de 
30 
 
aposentadoria especial com critérios diferenciados, porém esses critérios tem que 
ser estabelecidos por lei complementar. (NASCIMENTO, 2013) 
A Emenda Constitucional nº 70/2012 nasceu do anseio dos servidores para 
estabelecer novas regras a cerca da incerteza que resta quando o servidor fica 
afastado das suas atividades por mais de 24 meses por estar acometido de doença 
grave, contagiosa ou incurável na forma da Lei. A Emenda acrescentando o artigo 6º 
alínea A, à Emenda Constitucional nº 41, de 2003, estabelecendo critérios para o 
cálculo e a correção dos proventos da aposentadoria por invalidez dos servidores 
que ingressaram no serviço público até a data de 19 de dezembro de 2003, 
passando a ter a seguinte redação: 
[...] Art. 6º-A. O servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que tenha 
ingressado no serviço público até a data de publicação desta 
Emenda Constitucional e que tenha se aposentado ou venha a se 
aposentar por invalidez permanente, com fundamento no inciso I do 
§ 1º do art. 40 da Constituição Federal, tem direito a proventos de 
aposentadoria calculados com base na remuneração do cargo efetivo 
em que se der a aposentadoria, na forma da lei, não sendo aplicáveis 
as disposições constantes dos §§ 3º, 8º e 17 do art. 40 da 
Constituição Federal [...]. 
 
Com relação ao que diz respeito ao prazo para aplicação da nova regra, a 
mesma emenda concedeu 180 (cento e oitenta) dias para a adequação da União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, assim como as respectivas Autarquias e 
Fundações, a partir da entrada em vigor, que se deu a partir de 29 de março de 
2012, para seus efeitos financeiros. (BERNARDO, 2014) 
 
2.3.2 Regime Próprio de Previdência Social e seus princípios basilares 
 
O Regime Próprio de Previdência Social teve como princípios basilares os 
institutos da integralidade e da paridade, que garantiam que os proventos dos 
inativos fossem um espelho dos proventos percebidos pelos servidores em 
atividades. Basicamente falando, o instituto da integralidade garantia que as 
aposentadorias fossem calculadas com base na última remuneração percebida pelo 
servidor. Em contra partida, o instituto da paridade permitia que proventos fossem 
atualizados de forma isonômica em relação aos servidores em atividade. (FALCONI, 
2011) 
31 
 
Com a criação da Emenda Constitucional n° 41/2003, a nova redação dada 
ao artigo 40, § 3º e 8º, da Constituição Federal não previa mais a integralidade e 
paridade para os novos servidores. Segundo o § 3º do art. 40, o cálculo das 
aposentadorias deviam ser realizados considerando “as remunerações utilizadas 
como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que 
tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei”, o que deu origem ao cálculo pela 
média aritmética, disposta no artigo 1º da Lei n° 10.887/2004. (FALCONI, 2011) 
Art. 1o No cálculo dos proventos de aposentadoria dos servidores 
titulares de cargo efetivo de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas 
autarquias e fundações, previsto no § 3o do art. 40 da Constituição 
Federal e no art. 2o da Emenda Constitucional no 41, de 19 de 
dezembro de 2003, será considerada a média aritmética simples das 
maiores remunerações, utilizadas como base para as contribuições 
do servidor aos regimes de previdência a que esteve vinculado, 
correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período 
contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde a do início 
da contribuição, se posterior àquela competência. 
 
No § 8º do artigo 40 fica estabelecido que o reajuste dos benefícios 
concedidas com base na Emenda Constitucional n° 41/2003 será concedido apenas 
“para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios 
estabelecidos em lei”. (FALCONI, 2011) 
Podemos observar que o advento da criação da EC n. 41/2003, trouxe 
grandes golpes aos institutos da paridade e a integralidade. Na prática os institutos 
não desapareceram por conta de disposições transitórias que os garantiram para 
grupos limitados de sujeitos, que seriam: servidores ocupantes de cargos efetivos 
com direito adquirido à norma anterior à EC n. 41/2003; servidores ocupantes de 
cargos efetivos que conseguem se enquadrar nas regras de transição conforme art. 
6º da EC n° 41/2003 e do art. 3º da Emenda Constitucional n° 47/2005. (FALCONI, 
2011) 
Além dos institutos da integralidade e da paridade foi agregado caráter 
solidário, esse fez com que passasse a incidir contribuição previdenciária sobre o 
valor percebido em caráter de benefício do servidor que superar o limite máximo 
estabelecido para os benefícios do Regime Geral, no mesmo percentual 
estabelecido para os servidores públicos em atividade. (PÓVOAS, 2007) 
Nesse caso, somente aqueles que perceberem um valor até o limite do teto 
do Regime Geral, que segundo a ADI n°3105 é atualmente no valor de R$. 4.390,24 
32 
 
(quatro mil trezentos e noventa reais e vinte e quatro centavos) deixam de contribuir 
após a inatividade. Encontra-se previsto também a necessidade de o ente público 
contribuir com o dobro do percentual do servidor para o patrocínio do Regime ecaso 
o servidor venha a cumprir os requisitos de idade e tempo de contribuição para 
aposentadoria voluntária e mesmo assim venha a optar pela permanência em 
atividade, esse fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua 
contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria 
compulsória. (PÓVOAS, 2007) 
Após a realização dessas mudanças, a base de cálculo não será mais a 
última remuneração percebida, mas sim conforme a média aritmética das 
remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor conforme 
artigo 1º da Lei n° 10.887/2004. Quanto ao reajustamento dos benefícios, passa a 
ser feito por lei na forma de reajuste anual buscando preservar o poder aquisitivo do 
servidor, porém sem paridade de valores com a remuneração percebida pelo 
servidor em exercício da função, excluído o direito as vantagens salariais deferidas 
aos servidores na ativa. Desse modo ficam afastados os institutos da integralidade e 
a paridade dos benefícios de aposentadoria para os servidores que ingressaram no 
serviço público a partir então. (PÓVOAS, 2007) 
Solidariedade quer dizer cooperação de um grande número de pessoas em 
favor de uma minoria, algumas vezes, a totalidade em favor da individualidade. 
Partindo dessa simples ideia, cada um se apropria da sua parte. Financeiramente, o 
valor não utilizado por uns é direcionado para outros. (CARDOSO, 2014) 
O princípio da solidariedade foi pensado para sustenta a ideia de previdência 
social, pois através desse princípio se impede a adoção de um sistema de 
capitalização em todos os seus segmentos, vez que o mais dessa forma o mais 
bem-sucedido pode contribuir mais do que o desafortunado. (CARDOSO, 2014) 
 No que tange a solidariedade social, esta seria a manutenção do equilíbrio 
econômico-financeiro e fundamenta a instituição da cobrança da contribuição 
previdenciária não só para aqueles servidores públicos em exercício da função, 
como também para os inativos e pensionistas, que não possuem apenas direitos, 
mas também obrigações junto ao sistema, que seria o regime próprio a que estão 
vinculados. (CARDOSO, 2014) 
Esta solidariedade autoriza a obrigatoriedade da filiação ao sistema 
previdenciário e também ao pagamento da contribuição financeira que o mantém. O 
33 
 
legislador constituinte preocupou-se com o equilíbrio financeiro e atuarial daquele 
sistema, firmou no texto Constitucional, e agora de maneira taxativa, a obrigação dos 
servidores inativos e pensionistas de participarem do seu custeio. Tal obrigação 
demonstra que o sistema previdenciário público passou a te caráter contributivo, 
exigindo-se agora “tempo de contribuição” no lugar do “tempo de serviço”. 
(CARDOSO, 2014) 
 
2.4 BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS NO ÂMBITO DO RPPS DA UNIÃO 
 
A Lei que dispõe sobre regime jurídico dos servidores públicos da União é a 
Lei nº 8.112/91, que é conhecida como "Estatuto dos Servidores Públicos da União", 
traz especificamente um Título denominado "Da Seguridade Social do Servidor", 
Titulo esse que disciplina os direitos securitários dos servidores. Estão disciplinados 
ali vários institutos destinados aos servidores públicos. (BARROS, 2008) 
Infelizmente, a referida Lei é carente de técnicas mais adequadas para tratar 
do tema, por conta disso ela não distingue benefícios securitários genéricos de 
benefícios previdenciários. Inclusive, parte desses institutos, como é o caso das 
licenças em geral, não estão enquadrados nas definições de benefícios securitários, 
entende-se que são meros direitos institucionais do servidor público, garantidos por 
conta da relação jurídica existente entre o servidor e a Administração Pública, pela 
qual um é o prestador de serviços e o outro remunera e não por conta da relação 
jurídica previdenciária da qual ele faz parte enquanto participante de um Regime 
Próprio de Previdência Social. (BARROS, 2008) 
Por conta disso, dispõe a Lei nº 9.717/98, no seu art. 5º, que os benefícios 
previdenciários referentes aos Regimes Especiais, ou aos Regimes Próprios de 
Previdência Social que estes não podem ser distintos dos benefícios previstos para 
Regime Geral de Previdência Social, salvo disposição em contrário previsto na 
Constituição Federal. (BARROS, 2008) 
A Orientação Normativa 01, da Secretaria de Políticas de Previdência Social, 
datada de 23 de janeiro de 2007, no seu artigo 47, relaciona os seguintes benefícios 
previdenciários, conforme o quadro abaixo: 
 
 
 
34 
 
Tabela 1 – Benefícios Previdenciários do RPPS da União 
BENEFÍCIOS 
PREVIDENCIÁRIOS DO 
RPPS DA UNIÃO 
Destinados aos 
segurados 
1 – Aposentadoria por invalidez 
permanente; 
2 – Aposentadoria compulsória; 
4 – Aposentadoria voluntária; 
5 – Auxílio-doença 
6 – Salário-família; 
7 – Salário-maternidade. 
Destinados aos 
dependentes 
1 – Pensão por morte; 
2 – Auxílio-reclusão. 
Fonte: O rol de benefícios dos regimes próprios de previdência social e as aposentadorias 
em espécie, mar. 2008 e Curso de Direito Administrativo, 2012. 
 
Nossa pesquisa tem enfoque nas aposentadorias, por conta disso 
explanaremos a respeito das modalidades de aposentadoria. (JUNIOR, 2012) 
A primeira delas, Invalidez Permanente, assim como as demais teve suas 
regras regulares pela Emenda Constitucional 20/1998 que alterou o artigo 40 da 
Constituição Federal. Ela disponibiliza proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição, exceto se decorrentes de acidente ocorrido em horário de trabalho, 
doença acarretada pela atividade profissional ou doença grave, contagiosa ou 
incurável, especificadas pela Lei. (JUNIOR, 2012) 
A segunda, Aposentadoria Compulsória, ocorre quando o servidor completa 
70 anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. (JUNIOR, 
2012) 
A última, a Aposentadoria voluntária, ocorre desde que exista o cumprimento 
de tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos 
no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria do servidor. Observadas algumas 
condições: 
 
a) 60 (sessenta) anos de idade e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição no 
caso dos homens, no caso das mulheres 55 (cinquenta e cinco) anos de 
idade e 30 (trinta) anos de constribuição. Porém, esses requisitos serão 
reduzidos em cinco anos para o professor que comprove exclusivamente 
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação 
35 
 
infantil e no ensino fundamental e médio, conforme dispõe o parágrafo 5° 
do artigo 40 da Constituição Federal. (JUNIOR, 2012) 
b) 65 (sessenta e cinco) anos se homem, e 60 (sessenta) anos de idade se 
mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. 
(JUNIOR, 2012) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
3 AGENTES PÚBLICOS: SUAS DEFINIÇÕES, CLASSIFICAÇÕES E ESPÉCIES 
 
Agente Público é todo aquele que exerce, transitoriamente ou sem 
remuneração mandato, cargo, emprego ou função pública. Por eleição, designação, 
contratação, nomeação ou qualquer forma de investidura ou vínculo. 
Podemos extrair essa definição originariamente da Lei de Improbidade 
Administrativa 8.429/1992. Em seu artigo 2º ela dispõe o que podemos definir como 
sendo agente público: 
[...] Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele 
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por 
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma 
de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas 
entidades mencionadas no artigo anterior [...]. 
 
Dessa forma podemos perceber que agente públicoé toda pessoa física que 
presta serviços ao Estado, de forma remunerada ou gratuitamente, de forma 
permanente ou transitoriamente, política ou administrativamente. Podemos definir 
também como todo indivíduo ligado ao Estado por algum tipo de vínculo, e sua 
atuação nessa qualidade representa a manifestação de vontade do Estado. 
As subespécies do gênero Agente Público podem ser classificadas como 
servidores públicos, categoria que abrange aqueles que são prestadores de serviços 
à Administração Pública direta ou indireta e que a ela se vinculam por relações 
profissionais, em razão da investidura em cargos ou funções públicas, a título de 
emprego e com retribuição pecuniária. 
A Constituição vigente elenca dois como sendo os tipos de servidores 
públicos. Ela os define com as divisões “Dos servidores públicos” e “Dos Militares 
dos Estados, Distrito-Federal e dos Territórios”. Os militares das Forças Armadas 
são disciplinados no Capítulo II, “Das Forças Armadas”, do título V conforme 
podemos ver no artigo 142, § 3º. 
Conforme já explanamos anteriormente, diversas alterações foram feitas aos 
artigos da Constituição Federal pertinentes aos servidores públicos que foram 
trazidos pelas Emendas Constitucionais 18, 19 e 20, de 1998, e a EC 41, de 2003. 
Começando pela EC 19, que dispôs que a Lei poderá estabelecer requisitos 
diferenciados de admissão, de acordo com a complexidade do cargo ou emprego. 
 Por meio da EC 20, tivemos as modificações pertinentes à Previdência Social, 
objeto de estudo deste trabalho, distinguindo o servidor titular de cargo efetivo dos 
37 
 
demais servidores, titulares de outros cargos ou empregos públicos. Por ultimo 
temos a EC 41, também objeto de estudo deste trabalho que, trouxe alterações na 
parte relativa ao teto remuneratório e ao sistema de previdência social. 
Todos os agentes públicos que se vinculam à Administração Pública direta 
ou indireta são servidores públicos. Eles podem estar vinculados sob regime 
estatutário, sob regime administrativo especial, ou pode ser sob regime celetista. 
Neste ultimo caso estará regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 
natureza profissional e empregatícia. 
Dentro da subespécie dos servidores públicos podemos estabelecer quatro 
tipos de servidores públicos que são: agentes políticos; servidores públicos 
estatutários; empregados públicos e servidores temporários. 
 
3.1 AGENTES POLÍTICOS 
 
Os agentes políticos são toda e qualquer pessoa que exerce função pública 
e pratica atos imputáveis ao Poder Público, titulares dos cargos estruturais à 
organização política do País, tendo sido investido de competência para isso. 
Podemos ver as características e as peculiaridades dessa espécie de agente público 
através da explanação do ilustríssimo doutrinador MELLO(2012, p. 251 e 252): 
[...] Agentes políticos são os titulares dos cargos estruturais à 
organização política do País, ou seja, ocupantes dos que integram o 
arcabouço constitucional do Estado, o esquema fundamental do 
Poder. Daí que se constituem nos formadores da vontade superior do 
Estado. São agentes políticos apenas o Presidente da República, os 
Governadores, Prefeitos e respectivos vices, os auxiliares imediatos 
dos Chefes de Executivo, isto é, Ministros e Secretários das diversas 
Pastas, bem como os Senadores, Deputados federais e estaduais e 
os Vereadores. 
O vínculo que tais agentes entretêm com o Estado não é de natureza 
profissional, mas de natureza política. Exercem um múnus público. 
Vale dizer, o que os qualifica para o exercício das correspondentes 
funções não é a habilitação profissional, a aptidão técnica, mas a 
qualidade de cidadãos, membros da civitas e por isto candidatos 
possíveis à condução dos destinos da Sociedade [...]. 
 
Agentes políticos exercem funções públicas, funções estas que consistir na 
prática de atos políticos e de atos administrativos. Estando ele agindo em nome da 
Administração Pública, não se afasta a possibilidade de responsabilização pelos 
atos praticados. O sistema jurídico brasileiro elenca várias formas de 
38 
 
responsabilidade aplicáveis a esses agentes conforme a ação praticada, podendo 
ser elas: política, patrimonial, penal, por improbidade administrativa, popular e fiscal. 
 
3.2 SERVIDORES PÚBLICOS ESTATUÁRIOS 
 
Servidores estatutários são aqueles que possuem os cargos públicos 
efetivos, sendo integrantes da administração direta, das autarquias e das fundações 
públicas com personalidade de Direito Público. Podemos compreender melhor nas 
palavras do ilustre doutrinador MELLO (2012,p. 261): “A relação jurídica que interliga 
o Poder Público e os titulares de cargo público, - ao contrário do que se passa com 
os empregados -, não é de índole contratual, mas estatutária, institucional.” 
Por se tratar de um cargo efetivo, seus titulares podem adquirir estabilidade 
e estarão sujeitos a regime próprio de previdência social. 
 
3.3 EMPREGADOS PÚBLICOS 
 
 Os empregados públicos são aqueles titulares de emprego público da 
Administração direta e indireta, sujeitos ao regime jurídico da Consolidação das Leis 
do Trabalho (CLT). 
Para o doutrinador MELLO (2011, p.260 e 261) em sua obra Curso de 
Direito Administrativo podemos conceituar emprego público da seguinte maneira: 
[...] Empregos públicos são núcleos de trabalho permanentes a 
serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los, 
sob relação trabalhista, como, aliás, prevê a Lei 9.962, de 22.2.2000. 
Embora se trate de lei volvida à Administração Federal, este 
conceito, parece-nos, é aplicável a todas as esferas de governo. 
Quando se trate de empregos permanentes na Administração direta 
ou em autarquias, só podem ser criados por lei, como resulta do art. 
61, 1º, II, “a” [...]. 
 
Nesse caso eles possuem emprego público e não cargo. Dessa forma, por 
não ocuparem cargos públicos, eles não têm condições de adquirir a estabilidade 
prevista no artigo 41 da Constituição vigente, também não podem ser submetidos ao 
regime de previdência próprio dos servidores públicos (RPPS), sendo enquadrados 
no regime geral de previdência, como também os titulares de cargo em comissão ou 
temporários. 
39 
 
Não podemos deixar de dizer que, aplica-se aos empregados públicos a 
regra do concurso público ou do processo seletivo público. Os empregados públicos 
não têm estatuto próprio, por este motivo são regulados por lei específica que vai 
depender da esfera de Governo a que estejam atrelados seja ela Federal, Estadual 
ou Municipal. 
 
3.4 SERVIDORES TEMPORÁRIOS 
 
Os servidores temporários são aqueles que estão submetidos ao regime 
jurídico administrativo especial, que está regulado no artigo 37, IX, da Constituição 
vigente, bem como ao regime geral de previdência social. A contratação só pode ser 
feita por período de tempo determinado e com a finalidade de atender à necessidade 
temporária de para satisfação do interesse público. 
Para JUSTEN (2005, p. 577) em sua obra Curso de Direito Administrativo, 
podemos conceituar os servidores temporários da seguinte maneia: 
[...] Quando contratados tão somente para exercer a função publica, 
em virtude da necessidade temporária excepcional e de relevante 
interesse público. Por tanto exercem uma função publica remunerada 
temporária, apresentando cunho de excepcionalidade, o que autoriza 
o tratamento secundário [...]. 
 
A lei deve prever os casos de contratação temporária de forma específica, 
não sendo admitindo a contratação em outras hipóteses, Também não se admite 
que envolvam cargos típicos de carreira, sob pena de haver fraude à exigência 
constitucional de realização de concurso público para investidura. Os servidores 
integramtransitoriamente o corpo funcional estatal na qualidade de sujeitos que 
operam em nome do Estado, e exercem função pública desvinculada de cargo ou 
emprego público. 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
4 ANALISE DA CONSTITUCIONALIDADE DA COBRANÇA DE CONTRIBUIÇÃO 
DOS SERVIDORES INATIVOS 
 
Neste item iremos explorar os votos dos ministros que deram resposta as 
Ações Diretas de Inconstitucionalidade que julgaram a constitucionalidade da 
cobrança de contribuição previdenciária dos servidores públicos inativos e 
pensionistas. 
O Supremo Tribunal Federal decidiu pela constitucionalidade da contribuição 
previdenciária do servidor inativo em análise no julgamento das ADIn’s 3.105-8 e 
3.128-7. A Corte decidiu por maioria de votos, pela improcedência das referidas 
ações. Mesmo assim é necessária uma analise a respeito do tema, uma vez que é 
de extrema relevância jurídica. 
 
4.1 DA INCONSTITUCIONALIDADE DA COBRANÇA 
 
A analise da inconstitucionalidade da cobrança de contribuição 
previdenciária dos servidores públicos inativos e pensionistas inicia-se com as 
palavras de Diogo de Figueiredo Moreira Neto. Segundo o mesmo, no artigo 40 da 
Constituição podemos observar que o regime previdenciário tem caráter contributivo, 
não sendo cogitada a possibilidade de solidariedade na cobraça, argumento esse 
que vem para justificar o entendimento dessa contribuição, que fez com que o 
caráter mudasse para contraprestação, assemelhando a contribuição ao tributo. 
De acordo com o autor, após a passagem à aposentadoria, o servidor não 
estaria mais custeando a sua inatividade, nem se beneficiando desta contribuição, 
como é peculiar ao regime contributivo, mas estaria sendo submetido a um regime 
diverso, sob o qual ingressou e realizou suas contribuições, deduzidas dos seus 
proventos, com o pretexto da necessidade de solidariedade com as próximas 
gerações de servidores. Não se pode conceber que as contribuições tenham 
natureza tributária que justifiquem a generalidade da incidência. Por esta razão a 
incidência da contribuição é inconstitucional. 
A questão acerca da contribuição dos servidores inativos foi levada ao 
Supremo Tribunal Federal a partir da propositura de duas Ações Diretas de 
Inconstitucionalidade. Essas ADIns foram propostas por iniciativa da Associação 
Nacional dos Procuradores a República ADIn 3128-7: 
41 
 
[...] ADI 3128 / DF - DISTRITO FEDERAL 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
Relator(a): Min. ELLEN GRACIE 
Relator(a) p/ Acórdão: Min. CEZAR PELUSO 
Julgamento: 18/08/2004 Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
Publicação 18/02/2005 
Parte(s) 
REQTE.(S): ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROCURADORES DA 
REPÚBLICA - ANPR 
ADVDO.(A/S): ARTUR DE CASTILHO NETO E OUTRO (A/S) 
REQDO.(A/S): CONGRESSO NACIONAL 
Ementa 
 
EMENTAS: 1. Inconstitucionalidade. Seguridade social. Servidor 
público. Vencimentos. Proventos de aposentadoria e pensões. 
Sujeição à incidência de contribuição previdenciária. Ofensa a direito 
adquirido no ato de aposentadoria. Não ocorrência. Contribuição 
social. Exigência patrimonial de natureza tributária. Inexistência de 
norma de imunidade tributária absoluta. Emenda Constitucional nº 
41/2003 (art. 4º, caput). Regra não retroativa. Incidência sobre fatos 
geradores ocorridos depois do início de sua vigência. Precedentes da 
Corte. Inteligência dos arts. 5º, XXXVI, 146, III, 149, 150, I e III, 194, 
195, caput, II e § 6º, da CF, e art. 4º, caput, da EC nº 41/2003. No 
ordenamento jurídico vigente, não há norma, expressa nem 
sistemática, que atribua à condição jurídico-subjetiva da 
aposentadoria de servidor público o efeito de lhe gerar direito 
subjetivo como poder de subtrair ad aeternum a percepção dos 
respectivos proventos e pensões à incidência de lei tributária que, 
anterior ou ulterior, os submeta à incidência de contribuição 
previdencial. Noutras palavras, não há, em nosso ordenamento, 
nenhuma norma jurídica válida que, como efeito específico do fato 
jurídico da aposentadoria, lhe imunize os proventos e as pensões, de 
modo absoluto, à tributação de ordem constitucional, qualquer que 
seja a modalidade do tributo eleito, donde não haver, a respeito, 
direito adquirido com o aposentamento. 2. Inconstitucionalidade. 
Ação direta. Seguridade social. Servidor público. Vencimentos. 
Proventos de aposentadoria e pensões. Sujeição à incidência de 
contribuição previdenciária, por força de Emenda Constitucional. 
Ofensa a outros direitos e garantias individuais. Não ocorrência. 
Contribuição social. Exigência patrimonial de natureza tributária. 
Inexistência de norma de imunidade tributária absoluta. Regra não 
retroativa. Instrumento de atuação do Estado na área da previdência 
social. Obediência aos princípios da solidariedade e do equilíbrio 
financeiro e atuarial, bem como aos objetivos constitucionais de 
universalidade, equidade na forma de participação no custeio e 
diversidade da base de financiamento. Ação julgada improcedente 
em relação ao art. 4º, caput, da EC nº 41/2003. Votos vencidos. 
Aplicação dos arts. 149, caput, 150, I e III, 194, 195, caput, II e § 6º, 
e 201, caput, da CF. Não é inconstitucional o art. 4º, caput, da 
Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, que 
instituiu contribuição previdenciária sobre os proventos de 
aposentadoria e as pensões dos servidores públicos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas 
autarquias e fundações. 3. Inconstitucionalidade. Ação direta. 
Emenda Constitucional (EC nº 41/2003, art. 4º, § únic, I e II). Servidor 
42 
 
público. Vencimentos. Proventos de aposentadoria e pensões. 
Sujeição à incidência de contribuição previdenciária. Bases de 
cálculo diferenciadas. Arbitrariedade. Tratamento discriminatório 
entre servidores e pensionistas da União, de um lado, e servidores e 
pensionistas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de 
outro. Ofensa ao princípio constitucional da isonomia tributária, que é 
particularização do princípio fundamental da igualdade. Ação julgada 
procedente para declarar inconstitucionais as expressões "cinquenta 
por cento do" e "sessenta por cento do", constante do art. 4º, § único, 
I e II, da EC nº 41/2003. Aplicação dos arts. 145, § 1º, e 150, II, cc. 
art. 5º, caput e § 1º, e 60, § 4º, IV, da CF, com restabelecimento do 
caráter geral da regra do art. 40, § 18. São inconstitucionais as 
expressões "cinqüenta por cento do" e "sessenta por cento do", 
constantes do § único, incisos I e II, do art. 4º da Emenda 
Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, e tal pronúncia 
restabelece o caráter geral da regra do art. 40, § 18, da Constituição 
da República, com a redação dada por essa mesma Emenda. 
Decisão 
- O Tribunal, por maioria, julgou improcedente a ação em relação ao 
caput do artigo 4º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de 
dezembro de 2003, vencidos a Senhora Ministra Ellen Gracie, 
Relatora, e os Senhores Ministros Carlos Britto, Marco Aurélio e 
Celso de Mello. Por unanimidade, o Tribunal julgou inconstitucionais 
as expressões "cinqüenta por cento do" e "sessenta por cento do", 
contidas, respectivamente, nos incisos I e II do parágrafo único do 
artigo 4º da Emenda Constitucional nº 41/2003, pelo que aplica-se, 
então, à hipótese do artigo 4º da EC nº 41/2003 o § 18 do artigo 40 
do texto permanente da Constituição, introduzido pela mesma 
emenda constitucional. Votou o Presidente, o Senhor Ministro Nelson 
Jobim. Redigirá o acórdão o Senhor Ministro Cezar Peluso [...]. 
 
E da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público ADIn 3105-8: 
[...] ADI 3105 / DF - DISTRITO FEDERAL 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
Relator(a): Min. ELLEN GRACIE 
Relator(a) p/ Acórdão: Min. CEZAR PELUSO 
Julgamento: 18/08/2004 
Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
Publicação:

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