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Farmacognosia Produção de drogas

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Produção de drogas
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Origem:
Vegetais silvestres: oriundos de processos extrativos, a qualidade não é padronizada.
Vegetais cultivados: produzido em larga escala, adapta vegetais exóticos (pimenta-do-reino), seleciona variedades, promove melhoramento genético (maior produção de princípios ativos, maior resistência).
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Problemas inerentes à produção de drogas vegetais:
A) Seleção 
B) Cultura 
C) Colheita
D) Preparo após a colheita
E) Secagem
F) Estabilização
G) Armazenamento
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A) Seleção:
Tem por objetivo: obter droga padronizada, através da escolha de indivíduos da mesma espécie e variedades de qualidade superior (geneticamente diferenciadas).
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B) Cultura : objetivo é selecionar o orgão vegetal, a época do ano e o período do dia. Pois, favorece o aspecto, os caracteres organolépticos e a qualidade das substâncias presente nas drogas. 
1-Fatores extrínsicos climáticos (Extrínsico = fatores relacionados a condições exteriores, relativo ao meio ambiente) 
2-Fatores extrínsicos climáticos – edáficos (Intrínsicos = fatores relacionados com o patrimônio genético e Edáfico = relativo ao solo)
3-Fatores extrínsicos edáficos 
4-Fatores intrínsicos
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1- Fatores extrínsicos climáticos: 
Temperatura = influencia na sobrevivência da planta, germinação da semente e assimilação de nutrientes Ex. Tragacanto (Astragalus gummifer Labillardiere) não produz os princípios ativos em países frios.
Radiação = dependendo do comprimento de onda é necessário para síntese, tropismo e assimilação de CO2 (Tabela). 
Vento = evapora os óleos essenciais, pode-se barrar com o uso de quebra-ventos ou cultivo protegido por estufa. 
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2- Fatores extrínsicos climáticos-edáficos: 
Deriva do relacionamento entre clima e solo.
Água transporta alimentos do solo para a planta, necessário para a síntese de hidratos de carbono (glicose). Disponibilizada pela irrigação, a quantidade é especifica para cada espécie, deve ser de boa procedência e realizada nas horas menos quente do dia (evita a queima). 
Gás carbônico vem da atmosfera e do solo pela ação dos microrganismos decompositores.
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 3- Fatores extrínsicos edáficos: 
Estrutura física do solo relacionado a permeabilidade da água, a quantidade de CO2 e ao arejamento.
pH do solo Antes do início do cultivo, submeter a análise. O solo brasileiro é normalmente ácido. A correção por calagem visa pH em torno de 6,5. O pH esta relacionado a síntese de compostos. Ex. os alcalóides dependem de terrenos de pH ácido. 
Microrganismos auxiliam na absorção de água e nutrientes (Leguminosas fixadoras).
Altitude quanto maior, aumenta a produção de óleo essencial.
 Preparação do solo tipo de cova para a semente (profundidade); espaçamento para evitar competição por recursos. O declividade do solo é importante para a elaboração do plano de plantio, pois solos com grande declive exigem a utilização de curvas de nível para conter a erosão e a lixiviação de nutrientes do solo. 
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 4- Fatores intrínsicos:
Semente = algumas necessitam de determinados estímulos, como ser submetidas a baixas temperaturas, à exposição à luz ou ainda a escarificação, para romper o tegumento da semente. 
Dormência é uma estratégia adaptativa dos vegetais, favorecendo a germinação somente quando as condições ambientais forem favoráveis.
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C) Colheita :
A colheita é a última fase do processo de produção de plantas medicinais. Se não for feita de forma adequada, pode pôr a perder todo o material produzido. Objetivo é selecionar o órgão vegetal, a época do ano e o período do dia. Favorecendo o aspecto da droga, os caracteres organolépticos e a qualidade das substâncias presente nas drogas. 
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 1- Normas gerais para colheita dos diferentes órgão vegetais: 
Raízes (primavera ou outono) antes da floração, pois os processos vegetativos entram em fase estacionária. 
Cascas (primavera).
Folhas (durante o dia), pois a fotossíntese é mais intensa.
Flores (época de polinização), pois se encontram bem abertas e desenvolvidas.
Sementes (antes do fruto abrir), pois encontram-se totalmente maduras.
Cascas colheita apenas da região indicada evitando a contaminação com lenho. 
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 2- Tipos de colheita:
Manual – custo mais elevado, porém evita lesões, indicado para folhas. Ex. Dedaleira (Digitalis)
Mecanizada – economiza mão-de-obra e tempo, indicada para flores, ramos floridos, inflorescências e planta inteira. Ex. Hortelã e Valeriana 
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 3- Horário da colheita de acordo com o princípio ativo:
Óleo essencial – antes do meio dia (calor menos intenso) e sem ventos intensos. 
Alcalóides – por volta do meio dia (calor mais intenso). 
Glicosídio – dias não chuvosos, pois evita o ataque de fungos e microorganismos.
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4- Estágio de desenvolvimento da planta na colheita, depende: 
Idade da planta. Ex. folhas jovens de hortelã possuem maior teor de óleo essencial.
Ciclo bianual. Algumas espécies produzem duas vezes ao ano.
Fase de vida do vegetal. Em geral antes da floração o conteúdo é máximo e menor quando a planta está produzindo sementes.
Meses do ano. 
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Teor de quinina de acordo com a idade da Cinchona ledgeriana
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Ciclo bianual de Digitalis purpurea L.
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Teor de alcalóides em Beladona de acordo com a fase de vida.
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Alcalóides atropina e escopolamina em Trombeteira (Datura suaveolens), nos diferentes meses do ano.
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D) Preparo após a colheita : 
Consiste na retirada de impurezas ou substâncias que alteram o princípio ativo.
Lavar, principalmente raízes, em água hipoclorada ou ozonizada. 
Mondagem retirada da camada externa. 
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E) Secagem :
Objetivo é eliminar água (menos de 15%).
Inibe a ação de microrganis-mos.
Reduz o volume da droga.
Facilita a conservação.
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Secagem natural :
Indicada para clima quente e seco.
Sol – evaporação de princípios voláteis e termolábeis.
Sombra - lento e facilita a decomposição pela ação de enzimas autolíticas.
Mista – seca ao sol e posteriormente a sombra, diminui o tempo de secagem sem alterar a qualidade e teor dos princípios ativos. 
As plantas deverão ser homogeneamente espalhadas sobre a superfície secante, em camadas de no máximo 5 centímetros de espessura, e revolvidas a cada 2 ou 3 dias. 
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Secagem artificial:
Câmara de circulação de ar - equivale a secagem a sombra com vento controlado.
Aquecimento por estufa - análogo a secagem ao sol, porém entre 35 a 40 graus.
Aquecimento com circulação de ar – reduz o tempo da operação, é indicado para drogas com princípios não voláteis e sujeita ao ataque das enzimas.
Vácuo – é prejudicial para drogas com princípios voláteis.
Liofilização -congela e retira água por sublimação, porém o custo é elevado.
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F) Estabilização :
Objetivo inativar enzimas. Ex. nas drogas cardiotônicas, as enzimas desdobram a cadeia glicosídica, reduzindo a atividade farmacológica.
Somente usada quando a secagem não for suficiente.
Constitui processo adicional e violento.
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Formas de estabilização de drogas:
Solventes – o álcool metanol desnatura as enzimas, porém pode retirar parte do princípio. 
Irradiação – com raios ultravioletas, a exposição deve ser prolongada, porém a penetração é pequena.
Aquecimento – em estufas (80 a 90 graus), em curto período de tempo (15 a 30 min.) para inativar rapidamente as enzimas.
Passagem de vapor – aparelhos específicos.
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Aparelhos de estabilização a vapor
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G) Armazenamento : 
Relacionado a conservação da droga.
Refere aos aspectos de estocagem, embalagem e a manutenção da droga. 
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Ambiente:
Temperatura de 5 a 15C. Ex1. Óleos essenciais volatilizam a partir de 20 C. Ex2. Drogas abaixo de 0C tornam-se quebradiças.
Umidade máxima incorporada a droga 10 a 30%. Portanto, ambiente seco.
Evitar luz direta que podem
degradar substâncias.
Boa ventilação, provido com ar condicionado.
Alvenaria com ladrilhos e cerâmica, sem materiais comburentes.
Livre de insetos e ratos (telas). 
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Limpeza:
Periódica de desinfestação de insetos e roedores.
Desinfecção com vapores de p-diclorobenzeno e brometo de metila.
Expurgo por aquecimento a 60 C, durante alguns minutos a três dias dependendo da natureza da droga (ovos e larvas). 
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Estado de divisão da droga:
Pedaços menores reduz o volume para estocagem. 
Quanto mais dividida a droga, mais acelera os processos de decomposição, pois absorve mais umidade, acelerando a oxidação e perda de substâncias voláteis.
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Embalagem:
Inócua (não reagir com as substâncias da droga). Ex. óleo essencial atacam embalagens plásticas e ácidos orgânicos reagem com metais. 
Porosas (permita as trocas gasosas). 
Embalagens não porosas para evitar a absorção de umidade (Digitalis e esporaão do centeio) é necessário usar dissecantes ou desidratantes. 
Em farmácias e laboratórios pequenos, todas as drogas podem ser armazenadas em frascos de vidro escuro hermeticamente fechados.
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Tempo de armazenamento:
Até um ano de estocagem, segundo as farmacopéias.
Exceção a Cáscara-Sagrada que deve perder glicosídeos irritantes, antes do consumo. 
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Bibliografia 
Fernando de Oliveira / Gokithi Akisue / Maria Kubo. Farmacognosia

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