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DIREITO CONSTITUCIONAL I
Professora Leide Oliveira Ramos da Silva
Aluno. Luciano Rodrigues
Matricula. 201403022623
 Direito/Manhã
Caso Concreto 2
Numa audiência no Juizado Especial Cível, em cujo processo o autor pleiteava uma indenização por danos morais no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), o advogado da empresa demandada, com amparo no art. 133 da Constituição da República, pleiteou a extinção do processo sem apreciação de mérito (CPC, art. 267, IV), sob o fundamento de que o advogado é essencial à administração da justiça. O autor, mesmo não tendo formação jurídica, ofereceu defesa alegando que a Lei n.º 9.099/95 lhe garantia a possibilidade de postular em juízo sem assistência de defensor técnico. Diante de tal hipótese, considerando a aplicabilidade do art. 133, CRFB, seria correto afirmar que a Lei n.º 9.099/95 padece de vício de inconstitucionalidade?
A lei 9099/95 não contraria a Constituição Federal considerando que o artigo 133, configura norma constitucional de aplicabilidade de eficácia contida (que nada mais é que o legislador constituinte também regulamentou de forma suficiente a sua imediata aplicabilidade, no entanto, admite que a lei posterior venha conter/limitar a sua abrangência), sendo permitida pela própria Constituição. Logo não há vício na Lei nº 9.099/95 porque esta já foi considerada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Em 2003, o STF manifestou-se definitivamente, por meio da ADI nº1.539/03, reafirmando e estendendo a interpretação cautelar da ADI nº1.127/94, no sentido da não obrigatoriedade de advogado em determinadas ações. O artigo 133 da Constituição Federal pode ser considerado como um exemplo de Norma de Eficácia Contida, uma vez que produz os seus efeitos, porém admite ser restringida ou contida em seus efeitos por legislação infraconstitucional. Portanto, podemos dizer que o artigo 133, CF tem aplicabilidade imediata e direta, mas não integral. EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ACESSO À JUSTIÇA. JUIZADO ESPECIAL. PRESENÇA DO ADVOGADO. IMPRESCINDIBILIDADE RELATIVA. PRECEDENTES. LEI 9099/95. OBSERVÂNCIA DOS PRECEITOS CONSTITUCIONAIS. RAZOABILIDADE DA NORMA. AUSÊNCIA DE ADVOGADO. FACULDADE DA PARTE. CAUSA DE PEQUENO VALOR. DISPENSA DO ADVOGADO. POSSIBILIDADE. 1. Juizado Especial. Lei 9099/95, artigo 9º. Faculdade conferida à parte para demandar ou defender-se pessoalmente em juízo, sem assistência de advogado. Ofensa à Constituição Federal. Inexistência. Não é absoluta a assistência do profissional da advocacia em juízo, podendo a lei prever situações em que é prescindível a indicação de advogado, dados os princípios da oralidade e da informalidade adotados pela norma para tornar mais célere e menos oneroso o acesso à justiça. Precedentes. 2. Lei 9099/95. Fixação da competência dos juízos especiais civis tendo como parâmetro o valor dado à causa. Razoabilidade da lei, que possibilita o acesso do cidadão ao judiciário de forma simples, rápida e efetiva, sem maiores despesas e entraves burocráticos. Ação julgada improcedente.
Caso 2 – Tema: Recepção
A Emenda Constitucional nº 1/69 permitia a criação, em sede de Lei infraconstitucional, de monopólios estatais. Com o advento da Constituição da República de 1988, a possibilidade de criação de monopólios por lei não foi mais contemplada. À luz da teoria da recepção, é possível sustentar a manutenção de monopólios estatais criados em sede infraconstitucional pelo ordenamento pretérito e não reproduzidos pela Constituição de 1988?
Como regra a lei anterior á Constituição nova com ela materialmente incompatível será revogada, no entanto, como a questão trata do serviço realizado pela Empresa publica de Correios e Telégrafos, ou seja, entrega de correspondências, o STF decidiu que tal atividade não configura atividade econômica, o que estaria dedada pela Constituição Federal, mas sim serviço público o que continua como responsabilidade do Estado. No caso apresentado o STF entendeu que a lei só não seria sido recepcionada no que tange a entregas de pacotes “encomendas”, podendo estes ser entregues por empresas privadas. Segundo Nivaldo Oliveira da Silva em sua obra “Teoria da Recepção”, a recepção é o instituto pelo qual a nova constituição, independente de qualquer previsão expressa recebe norma infraconstitucional pertencente ao ordenamento anterior, com ela compatível, dando-lhe, a partir daquele instante, nova eficácia. Ou seja, a luz da teoria da Recepção, A nova constituição recepciona todas as leis infraconstitucionais da legislação anterior, objetivando dessa forma a segurança jurídica no Estado. Caso a Lei de Monopólios estatais seja declarada inconstitucional, ela deverá ser retirada posteriormente através de uma nova lei, revogação ou arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF).

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