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Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 1 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 Dicas Especiais Prof. Pedro Barretto – COACH PB XXVIII EXAME DE ORDEM – 1ª FASE BLOCO I – ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS: PARTE I DICA 1: O nosso atual Sistema Tributário conta com cinco espécies de tributos, a saber: IMPOSTOS, TAXAS, CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA, EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS e CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS. Na nossa Constituição, os Impostos são mencionados no art.145, I e disciplinados nos arts.147, 153, 154, 155 e 156, havendo ainda regrinhas importantes de repartição das receitas tributárias por eles geradas nos arts.157 a 162. As Taxas são previstas no art.145, II e §2º e as Contribuições de Melhoria no art.145, III. Os Empréstimos Compulsórios aparecem no art.148 e as Contribuições Especiais nos arts.149 e 149-A, merecendo ainda atenção o art.177,§4º, o art.195 e o 212,§5º. No Código Tributário Nacional – CTN as espécies tributárias são disciplinadas nos arts.15 a 82 (no art.15 aparecem os Empréstimos Compulsórios; do art.16 ao 76 estão os Impostos; as Taxas nos arts.77 a 80 e as Contribuições de Melhoria nos arts.81 e 82), e alguns desses artigos, escritos em 1966, estão totalmente ou parcialmente não recepcionados pela Constituição, ao passo que outros precisam passar por uma filtragem constitucional para que possa fazer a leitura adequada adaptando-os à realidade normativa imposta após a Constituição de 1988. DICA 2: A mais importante de todas as espécies tributárias é o imposto. Quanto aos impostos, eles podem ser agrupados em três “famílias”: impostos “ordinários”, impostos “residuais” e impostos “extraordinários de guerra”. Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 2 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 DICA 3: Os impostos “ordinários” são os que o Constituinte disponibiliza aos entes federativos para que utilizem no seu dia a dia como principal via de captação de receitas para o custeio de suas despesas. A União possui sete impostos ordinários, previstos no art.153 (Imposto de Importação – II, Imposto de Exportação – IE, Imposto de Renda – IR, Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, Imposto sobre Operações Financeiras – IOF, Imposto sobre propriedade Territorial Rural – ITR, e, por fim, o Imposto sobre Grandes Fortunas – IGF (dos setes, apenas esse último ainda não foi instituído, dependendo-se de uma lei complementar para definir o que são “grandes fortunas” para que então se possa criar esse imposto). Os Estados e o Distrito Federal recebem no art.155 a titularidade de outros três impostos ordinários: Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação – ITCMD, Imposto sobre Operações de Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Intermunicipal ou Interestadual e Comunicação – ICMS e, por fim, o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores terrestres – IPVA (destacando-se aqui que o Distrito Federal, além desses três impostos, é titular também dos três impostos ordinários de competência municipal, conforme a regra especial de “competência cumulativa tributária” do art.147, CRFB/88). Por fim, os Municípios também titularizam três impostos ordinários, quais sejam, o Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU, o Imposto sobre Transmissões inter vivos e onerosas de Bens Imóveis e de direitos reais relativos a imóveis exceto os de garantia – ITBI. Quanto a esses impostos ordinários registre-se que caso voltem a existir territórios federais no Brasil a União, além de cobrar os seus impostos ordinários federais, assume competência cumulativa em relação aos impostos estaduais, e se por ventura o território não for dividido em Municípios ocorrerá ainda a cumulação dos impostos municipais, ficando a União com a competência sobre todos os impostos ordinários nesses casos de eventuais territórios não divididos em Municípios. Ao contrário, se o eventual território federal criado for dividido em Municípios, cada Município cobra seus impostos e a União cumulará apenas os impostos estaduais com os federais (art.147, CRFB/88). Esse rol de impostos ordinários pode ser aumentado a qualquer tempo, possuindo a União de forma exclusiva a chamada competência residual, prevista no art.154, I, CRFB/88, que faculta a possibilidade de criação de novos impostos além dos trezes ordinários já oferecidos pelo constituinte. Para criar tais impostos, chamados de impostos “residuais”, só poderá fazê-lo mediante lei complementar (nunca por lei ordinária, lei Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 3 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 delegada ou medida provisória) e ditos impostos deverão ter fato gerador e base de cálculo diferente dos já previstos na Constituição além de se submeterem, se for o caso, ao princípio da não cumulatividade (art.154, I, CRFB/88). Caso criados impostos residuais, 20% de sua receita se destina aos Estados (art.157, II, CRFB/88). Por fim, lembre-se que em caso de guerra externa acontecendo ou na sua iminência a União é autorizada, ainda, a instituir temporários impostos de caráter extraordinário para suprir as despesas geradas com o envolvimento na guerra. São os chamados Impostos Extraordinários de Guerra, previstos no art.154, II da Constituição e que podem ser instituídos por mera lei ordinária (não se exigindo lei complementar), ou, até mesmo, por medida provisória, vide a inequívoca relevância e urgência do feito. DICA 4: TAXAS E CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA – As taxas e contribuições de melhoria são tributos que guardam muitos traços comuns, a listar: ambos são tributos que podem ser criados pelos quatro entes federativos, razão pela qual são chamados de tributos de “competência comum”; ambos são criáveis por mera lei ordinária (regra geral!), não sendo necessário lei complementar para sua criação; ambas para serem cobradas se submetem, em regra, ao procedimento chamado lançamento “direto” ou “de ofício”, assim como a CIP, o IPTU e o IPVA; por fim, ambos são tributos vinculados, já que para cobrá-los o ente federativo se vincula ao dever de fornecer uma contraprestação específica ao sujeito passivo que será tributado. DICA 5: CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA – A contribuição de melhoria é tributo que só pode ser cobrado em uma única hipótese: quando ocorre valorização em imóveis, decorrente de obras realizadas pelo poder público, sendo exatamente esse o seu fato gerador. Cuidado na prova: o fato gerador não é o simples feito de uma obra pública mas sim a valorização imobiliária decorrente da obra; se não houver valorização, não pode incidir o tributo, não há fato típico. Prestem atenção com uma habitual pegadinha: não incide contribuição de melhoria sobre obras de RECAPEAMENTO ASFÁLTICO (famosas obras de “tapa buraco”), pois não se gera qualquer melhoria aos imóveis com tais obras; não há valorização e sim mera reposição do prejuízo; os imóveis apenas voltam ao seu real patamar de valoração, que estava depreciado. Em tais obras não cabe cobrar o tributo!!! Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anosfazendo a diferença! Página 4 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 DICA 6: CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: A base de cálculo para a cobrança da contribuição de melhoria é o quantum de valorização imobiliária se aufere; nesse viés, quem se valorizou mais, paga mais, e vice e versa. Não se pode utilizar como base de cálculo apenas o valor da obra, dividindo-o pro rata entre os sujeitos passivos; se a lei assim fizer, será INCONSTITUCIONAL, violando o Princípio da Isonomia. O sujeito passivo é o proprietário do imóvel valorizado. Existem três limites importantes a serem respeitados: o limite geral, pelo qual o ente que fez a obra não pode arrecadar, na soma de todas as contribuições de melhoria cobradas, um valor superior ao que gastou com a obra; o segundo limite é o limite individual pelo qual nenhum sujeito passivo vai pagar, individualmente, um valor superior ao benefício que auferiu; por fim, o último, o limite do pagamento anual, pelo qual ninguém será obrigado a pagar dentro do mesmo ano um valor superior a 3% do maior valor fiscal do seu imóvel. DICA 7: CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: Registre-se que a contribuição de melhoria até pode ser cobrada antes de concluída a obra, sem problemas, desde que em áreas nas quais se possa comprovar que já houve valorização nos imóveis por força da obra ainda não conclusa. Frise-se que o poder público é obrigado a publicar um edital prévio, antes do fim da obra, informando todos os detalhes sobre a mesma, sendo essa publicação requisito de validade para o cabimento da cobrança do tributo. DICA 8: TAXAS – As taxas só podem ser cobradas em duas hipóteses: de um lado, em razão do exercício do poder de polícia (quando almejam recuperar para os cofres públicos o valor gasto com o exercício do poder de polícia), quando são chamadas de taxas de polícia, e, do outro, quando são efetivamente prestados, colocados a disposição de um grupo de administrados, um serviço público específico e divisível (nessas situações, tem- se a chamada taxa de serviço). É comum em provas que as bancas induzam cândidos a erro mencionando a cobrança de taxas para retribuir o custo suportado com a prestação de serviços públicos indivisíveis, o que não permite a cobrança de Taxa. Todas as vezes que certo ente federativo institui uma Taxa em razão de ter prestado serviços públicos indivisíveis essa taxa é inconstitucional, afinal, a Constituição só autoriza a cobrança desse tributo quando o serviço, além de específico é também divisível. Exemplos claros de taxas inconstitucionais em razão da indivisibilidade do serviço são os das Taxas cobradas em Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 5 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 razão de serviços de segurança Pública, Limpeza Pública e Iluminação Pública. Vale a leitura das Súmulas Vinculantes nº19 e 41 do STF, além da Súmula 670. DICA 9: TAXAS – As taxas de polícia podem ser cobradas desde que a Administração realmente exerça poder de polícia. Importante lembrar que para caber a cobrança da Taxa de Polícia não precisa que haja uma diligência fiscalizadora guiada presencialmente por um agente público dentro do estabelecimento do administrado fiscalizado; não. O STF aceita que o poder de polícia se exerce à distância, bastando à Administração provar que o órgão / autarquia fiscalizadores estão em regular funcionamento. Se estão funcionando, a presunção é que estão fiscalizando. Logo, cabe a Taxa de Polícia mesmo que sem ter ocorrido uma fiscalização presencial. O exemplo típico é o da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA que a União cobra para recuperar os custos da fiscalização que o IBAMA exerce sobre as indústrias potencialmente poluidoras do meio ambiente. DICA 10: TAXAS – As taxas de serviço tem como fato gerador a conduta do estado de colocar à disposição de um grupo de particulares um serviço público específico e divisível. Observe-se que os requisitos são cumulativos, tendo o serviço que ser, ao mesmo tempo, específico E divisível. O fato gerador é a disponibilização desse serviço, independente de o particular a quem o serviço é oferecido vir a usar efetivamente ou não (sendo mero usuário potencial). Por isso que alguns doutrinadores afirmam que o fato gerador é o uso efetivo ou potencial do serviço público específico e divisível efetivamente prestado ou colocado à disposição. Lembrem-se que alguns serviços públicos do dia a dia são flagrantemente indivisíveis, pelo que não se pode, em hipótese alguma, cobrar uma Taxa para recuperar o custo despendido na prestação desses serviços; é o caso clássico dos serviços de iluminação pública, o serviço de policiamento de ruas a, também o serviço de limpeza pública das ruas e praças. O mesmo se dá quanto às famosas Taxas de Segurança Pública, cobradas em razão dos serviços de segurança oferecidos à população pelo Estado. Em todos esses casos, caso seja instituída uma Taxa de Serviço, a mesma é inconstitucional, e os lançamentos feitos podem ser impugnados judicialmente, o que normalmente se faz por via de Mandado de Segurança, bastando que se haja dentro do prazo de 120 dias e que seja desnecessária a dilação probatória (requisitos de admissibilidade do MS). Registre-se que independente do uso do MS, sempre cabível o Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 6 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 manejo de ação de procedimento comum, que no caso, seria a típica e conhecida Ação Anulatória, para requerer a anulação da cobrança. DICA 11: TAXAS – Cuidado para não confundir o serviço de limpeza pública (varredura de ruas e praças; conservação genérica dos logradouros públicos) com o serviço de coleta de lixo domiciliar. Esse último, pode gerar o ato de taxação, sem problemas, pois é específico e divisível. É constitucional a Taxa de Coleta de Lixo Domiciliar, a qual não pode ser confundida com a ilícita Taxa de Limpeza Pública (também chamada de Taxa de Conservação de logradouros públicos). Muitas vezes o Município tenta fazer uma “cobrança casada” e exige numa única taxa a cobrança pelos custos com os dois serviços ao mesmo tempo, instituindo a chamada “Taxa de Coleta de Lixo e Limpeza Pública – TCLLP’, a qual é, inconfundivelmente, inconstitucional. Só é constitucional a taxa cobrada exclusivamente em razão do serviço de coleta de lixo domiciliar. Quanto ao tema, vale a leitura da Súmula Vinculante nº 19, STF. DICA 12: TAXAS – Quando se calcula o valor que cada sujeito passivo vai pagar na taxa que lhe é cobrada, é proibido que se utilize como base de cálculo de taxa uma que seja prórpia de imposto. Isso mesmo! Fiquem atentos com essa verdade na hora da prova: taxa não pode ter base de cálculo própria de imposto. Os tributos em comento tem finalidades diferentes, sendo que seria irrazoável utilizar as mesmas bases para calcular o modo de pagamento dessas duas exações fiscais. Logo, sem medo na prova: taxa não pode ter base de cálculo própria de imposto. Exemplo clássico a ser exemplificado é o da tentativa do governo federal de instituir Taxa sobre Licenciamento de Importação utilizando como Base de Cálculo o valor aduaneiro; não pode, é INCONSTITUCIONAL por violação ao art.145,§2º, CRFB/88. Registre-se, todavia, a outro giro, que essa verdade em nada afeta o uso (lícito!) da “metragem do imóvel” como base de cálculo de algumas taxas; nenhum problema. A “metragem’(tamanho!) do imóvel não é sinônimo de “valor”; o STF entendeu que a “metragem” não é por si só, base própria de imposto. A guisa de exemplo, a base de cálculo do IPTU é o “valor venal do imóvel”; o valor não se confunde com o tamanho. Logo, na prova, sem problemas, é possível utilizar como base de cálculo de uma taxa o tamanho do imóvel do sujeito passivo, e isso não fere a regra que veda a identidade entre a base de taxa e a de imposto. Quanto ao tema, oportuna a leitura da Súmula Vinculante nº 29, STF. Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 7 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 DICA 13: O STF entende que a Taxa Judiciária até pode ter como base cálculo o “valor da causa”, mas deve haver um teto, um limite, não pode ser qualquer valor, ilimitadamente, sob pena de se gerar, de um lado, um óbice ao acesso ao Judiciário, e, do outro, uma super arrecadação que configure enriquecimento ilícito do Poder Público. Logo, na cobrança da Taxa Judiciária, quando se adotar o valor da causa como base de cálculo, esse não pode ser ilimitado. Válida a leitura da Súmula 667, STF. DICA 14: EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS – Os Empréstimos Compulsórios são tributos de competência exclusiva da União, que só pode os instituir mediante lei complementar (vedado, a qualquer título, uso de medidas provisórias), e só podem ser instituídos em três hipóteses: a) para custear despesas com eventual guerra externa na qual o Brasil se envolva; b) para custear a recuperação de calamidades públicas; c) para custear a realização de investimentos públicos urgentes e que atendam a um relevante interesse nacional. Nesses três casos, a União pode, desde que se valendo de lei complementar, obrigar o povo a emprestar dinheiro para o custeio desses fins. DICA 15: EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS – Caso instituídos, podem incidir imediatamente, salvo nos casos de custeio de investimentos públicos urgentes e de relevante interesse nacional, situação em que ficam sujeitos às duas cláusulas temporais do princípio da anterioridade, só podendo ser exigidos no exercício financeiro seguinte e desde que já passados noventa dias a contar da publicação da lei. Logo, se for nos casos de guerra externa ou calamidade, INCIDÊNCIA IMEDIATA. DICA 16: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS – As Contribuições Especiais são tributos que destinam recursos financeiros para um de quatro possíveis fins específicos, verdadeiramente “especiais”, escolhidos pelo Constituinte e afirmados de modo expresso no texto constitucional. O papel dessa espécie tributária é assegurar arrecadação própria para tais segmentos permitindo que os mesmos não tenham seu custeio dependente de recursos emanados da arrecadação de impostos. São tributos em que a receita é vinculada, afetada para cada um desses fins pré-determinados pelo constituinte, quais sejam: (i) o custeio das despesas do estado social (e aí surgem as chamadas Contribuições Sociais); (ii) o custeio das atividade federais de intervenção no domínio econômico (e aí surgem as Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE); (iii) a manutenção das entidades de classes profissionais (e aí surgem as Contribuições de Categorias Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 8 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 Profissionais ou Econômicas) e, por fim, (iv) o custeio da rede de iluminação pública das cidades (e aí surge a Contribuição de Iluminação Pública). DICA 17: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CIDE – As CIDES se afeiçoam como espécie do gênero “Contribuição Especial”. Se destinam a custear atividades que a União desenvolve e que se enquadram na noção de “intervenção no domínio econômico”. São tributos que podem ser criados por mera lei ordinária (seguem a regra geral), de competência exclusiva da União (regra geral das contribuições especiais – salvo a CIP e a contribuição previdenciária dos servidores efetivos quando o DF, Estados e Municípios possuem regime próprio de previdência social para esses servidores). Para serem cobradas, se utiliza em regra o lançamento por homologação (regra no sistema arrecadatório brasileiro – o sujeito passivo é obrigado a fazer o pagamento antes mesmo de ser notificado, no prazo fixado pela legislação, cabendo ao fisco, em momento posterior, homologar o pagamento que foi feito). DICA 18: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CIDE – A lei que vier a instituir a CIDE pode fixar tanto alíquotas ad valorem como específicas, não havendo qualquer restrição a uma ou outra modalidades. Registre-se ainda que as CIDES PODEM INCIDIR NA IMPORTAÇÃO, MAS NÃO INCIDEM SOBRE RECEITAS DECORRENTES DE EXPORTAÇÃO. Aplica-se, aqui, o mesmo rol de regras das Contribuições Sociais, que incidem na importação mas não incidem sobre receitas decorrentes da exportação. DICA 19: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CIDE – Existe uma CIDE que é perigosa, merece atenção: é a CIDE DOS COMBUSTÍVEIS, que incide sobre a comercialização de tais bens. Nessa CIDE: o fato gerador é a circulação de combustíveis, produzidos no Brasil ou vindos de fora; o sujeito passivo é quem comercializa; a receita é destinada a três fins (compreendidos na noção de “intervenção no domínio econômico”), quais sejam, a política nacional de transportes, os transportes de combustíveis (e especial os gasodutos e oleodutos) e os projetos de recuperação do meio ambiente (especialmente quanto aos danos decorrentes da atividade de exploração de petróleo e gás). DICA 20: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CIDE – A CIDE/COMBUSTÍVEIS apresenta uma exceção ao princípio da legalidade, no que tange à cláusula da “reserva legal”; as alíquotas da CIDE/COMBUSTÍVEIS podem ser REDUZIDAS e Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 9 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 RESTABALECIDAS por mero ato do Poder Executivo, não precisando de lei. Observe-se que não é permitido MAJORAR por ato executivo, e sim, apenas, reduzir, e, após, restabelecer (voltar a alíquota para o patamar que se encontrava antes da redução). Ocorrendo o ato de restabelecimento da alíquota, SÓ SE RESPEITA O PRAZO DA ‘NOVENTENA”, não sendo necessário aguardar o exercício financeiro seguinte. DICA 21: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CIDE – A CIDE/COMBUSTÍVIS tem uma regra especial de repartição de receita tributária, de sorte a que a União só fica com 71% da arrecadação, REPASSANDO 29% AOS ESTADOS / DF. Quando cada Estado Membro recebe sua parcela do repasse, fica obrigado a repassar um quatro do montante que recebeu aos seus Municípios (25% da parcela que cada Estado recebe será entregue aos seus Municípios). Observe-se que são regras de repartição da receita tributária arrecadada, não tendo nada a ver com delegação de competência (o que não existe no nosso Dir. tributário brasileiro); a CIDE, qualquer que seja o caso (inclusive no caso dos Combustíveis) é SEMPRE tributo de COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO. DICA 22: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – as Contribuições Sociais de Seguridade Social (são as que destinam recursos para SAÚDE, ASSISTÊNCIA SOCIAL e PREVIDÊNCIA SOCIAL), caso criadas ou majoradas, só respeitam a “noventena”, não precisando aguardar o exercício financeiro seguinte para que possam ser cobradas. Assimcomo nas majorações do IPI e nos casos de restabelecimento de alíquotas reduzidas da CIDE dos Combustíveis, caso se crie ou majore uma Contribuição de Seguridade Social, não se aplica a regra temporal do “exercício financeiro seguinte” emanada do Princípio da Anterioridade. Só é necessário obedecer o prazo de 90 dias. DICA 23: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – A Constituição autoriza cobrar contribuições para o custeio da seguridade social sobre quatro perfis de sujeitos passivos, razão pela qual se fala que existem quatro espécies de Contribuições “ordinárias” para a Seguridade Social (as que já estão previstas “ordinariamente” na Carta, de modo expresso), e, são elas: a) contribuições sobre os empregadores; b) contribuições sobre os trabalhadores e demais segurados da Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 10 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 previdência social; c) contribuições sobre as receitas dos concursos de prognósticos (jogos!); d) contribuições sobre os importadores. DICA 24: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – No que tange à incidência das Contribuições de Seguridade Social sobre os empregadores, elas incidem tanto sobre o empregador, sobre a empresa e sobre entidade a ela equiparada na forma da lei. DICA 25: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – No que tange à incidência das Contribuições de Seguridade Social sobre os empregadores, sobre a empresa e sobre entidade a ela equiparada na forma da lei, fundamental se lembrar que tais contribuições podem incidir tanto sobre a receita ou faturamento, como também sobre o lucro líquido e, ainda, sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. DICA 26: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – Ainda sobre o custeio da Seguridade Social, quero chamar a atenção para duas imunidades tributárias: primeiro, frisar que não incidem contribuições previdenciárias sobre contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social. Ou seja, os aposentados e pensionistas do RGPS são IMUNES à incidência de Contribuição Previdenciária. A segunda imunidade é: as entidades beneficentes de assistência social também são imunes à incidência de contribuições para o custeio da seguridade social. DICA 27: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – Fundamental lembrar que além das quatro modalidades de contribuições ‘ordinárias” de seguridade social já previstas na Carta, o constituinte expressamente autoriza que OUTRAS FONTES DE CUSTEIO PARA A SEGURIDADE SOCIAL POSSAM SER INSTITUÍDAS. Fiquem atentos, pois é o que se chama de COMPETÊNCIA RESIDUAL DA UNIÃO PARA INSTITUIR NOVAS CONTRIBUIÇÕES DE SEGURIDADE SOCIAL. Ou seja, a União pode instituir uma quinta, sexta, sétima, quantas queira, novas contribuições para custear a seguridade social. Todavia, fiquem atentos pois para criar Contribuições RESIDUAIS de Seguridade Social, SOMENTE Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 11 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 POR LEI COMPLEMENTAR. Nesse caso, é terminantemente vedado uso de medidas provisórias. DICA 28: CIP – A Contribuição de Iluminação Pública é um tributo admitido na Constituição, desde a EC 39/02, que criou o art.149-A. A CIP tem por natureza jurídica ser uma contribuição especial; se agregou às três espécies de Contribuições Especiais previstas desde 1988 no art.149 (Contribuições Profissionais, Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE) e passou a ser a quarta espécie de “contribuição especial” prevista na Constituição. Sua finalidade é gerar recursos para custear a rede de iluminação pública das cidades (ou do DF), sendo sua receita arrecadada totalmente afetada para esse fim. A CIP incide sobre o consumo de energia elétrica, sendo esse seu fato gerador, sendo normal inclusive que a cobrança do tributo seja feita junto com a fatura de consumo de energia elétrica; nessas situações, os Municípios (ou DF) fazem um simples convênio com a concessionária de energia elétrica e essa cobra a CIP junto com a “conta de luz”, repassando a arrecadação do tributo ao Município. DICA 29: CIP – A CIP é tributo de competência dos Municípios e do Distrito Federal. Cuidado na prova para não confundir e incluir os Estados; não! Somente os Municípios e o DF. A CIP quebra, portanto, a regra que apenas a União tem competência para instituir contribuições especiais. Tal regra só tinha uma exceção (os Municípios, o DF e os Estados que possuem regime próprio de previdência social para seus servidores públicos efetivos instituem a contribuição previdenciária a ser cobrada dos referidos servidores efetivos), ganhando a segunda por força da CIP. Na prova, lembre-se: somente os Municípios e o DF podem instituir Contribuição para o custeio da rede de iluminação pública (CIP). DICA 30: CIP - A CIP não se confunde com a velha (e inconstitucional!) TIP – Taxa de Iluminação Pública. Cuidado na prova: iluminação pública é serviço indivisível, não permite taxação. Exatamente por isso se fez uma emenda constitucional para permitir a cobrança de uma contribuição especial. Só se pode cobrar uma taxa de serviço quando o serviço público prestado, além de específico, é também, “divisível”, o que não ocorre na iluminação pública, que é flagrantemente serviço indivisível. Logo, é inconstitucional a cobrança de Taxa de Iluminação Pública – TIP (Súmula 670, STF e Súmula Vinculante 41, STF), não obstante seja plenamente constitucional a cobrança da Contribuição de Iluminação Pública. Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 12 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 Por fim, lembremo-nos que a CIP é tributo criado por lei ordinária (regra geral!), que é cobrado mediante a técnica do lançamento de ofício (assim como ocorre nas taxas, contribuições de melhoria, IPTU e IPVA), tem como fato gerador o consumo de energia elétrica e para sua cobrança se utiliza como base de cálculo o valor do consumo da energia, de modo a que quanto mais se consome, mais se paga Contribuição para custear a iluminação das ruas. Por fim, é tributo regido pelo princípio da capacidade contributiva. BLOCO II – COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA, PRINCÍPIOS E IMUNIDADES DICA 31: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA. Recordem-se que alguns tributos são de competência comum, podendo os quatro entes federativos instituí-los. É o caso das taxas e contribuições de melhoria. Alguns são de competência exclusiva da União, e falo aqui dos empréstimos compulsórios e das contribuições especiais, sendo que, quanto a essas, há duas exceções! Das quatro espécies de contribuições especiais, duas são realmente exclusivas da União (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE e Contribuições Profissionais); todavia, no reino das contribuições sociais (mais uma das quatro espécies de contribuições especiais) temos uma exceção: os Estados, DF e Municípios que tiverem regime próprio de previdência para os seus servidores efetivos devem instituir a contribuição previdenciária desses servidores. Logo, a primeira exceçãoà exclusividade da União é essa, prevista no art.149,§1º, CRFB/88. A segunda exceção é a da Contribuição de Iluminação Pública – CIP, que é de competência dos Municípios e do DF. Cuidado, não vai marcar que a CIP é dos Estados, heim!!! Iluminação Pública é serviço de interesse local e está ligado ao urbanismo; logo, por dois motivos, competência municipal, e o DF cumula! Portanto, o que vocês estão vendo: as taxas e contribuições de melhoria são de competência comum da União, Estados, DF e Municípios; os empréstimos compulsórios e contribuições especiais são de competência exclusiva da União, ressalvada a CIP que é dos Municípios e DF e a contribuição previdenciária dos servidores públicos efetivos se houver regime próprio no DF, Estados e Municípios, caso em que esses entes é que cobrarão a contribuição. DICA 32: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA – Quanto aos impostos, o macete é simples: basta lembrar quais são os três impostos ordinários dos Municípios e os três dos Estados (o DF cumula e fica com os seis); todo o resto é da União. Logo, lembrem-se: os Municípios instituem o IPTU, ITBI e ISS (art.156, CRFB/88); já os Estados instituem o ITD, ICMS Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 13 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 e IPVA (art.155, CRFB/88); o DF fica com os seis (competência cumulativa – art.147 c/c art.155). Todos os demais impostos são da União, sejam os outros sete impostos ordinários (II, IE, IPI, IOF, IR, ITR e IGF), vide art.153, CRFB/88, sejam os impostos residuais (art.154, I, CRFB/88) ou os impostos extraordinários de guerra (art.154, II, CRFB/88). DICA 33: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA / COMPETÊNCIA CUMULATIVA TRIBUTÁRIA – Lembrem-se que no Brasil não existem mais Territórios Federais, mas, caso existam, a União, nos mesmos, cumulará os impostos estaduais e, caso o Território não seja dividido e Municípios, ocorrerá também a cumulação dos impostos municipais. Cuidado pois se o Território for dividido em Municípios, por lógico, o próprio Município ficará com os impostos municipais, e, nesse caso, a União só cumulará os impostos estaduais com os federais. Falamos aqui da competência cumulativa da União nos Territórios (art.147, CRFB/88). DICA 34: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA – COMPETÊNCIA RESIDUAL: Quanto à competência residual tributária, lembrem-se que a Carta nos arts.154, I e 195, §4º assegura que a União (e apenas ela!) poderá instituir tanto impostos residuais como contribuições de seguridade social residuais, e, em ambos os casos, somente por via de lei complementar, não cabendo lei ordinária nem medida provisória; impostos residuais terão que ter fato gerador e base de cálculo diferente dos impostos já previstos na Carta, idem quanto às Contribuições de Seguridade Social em relação às Contribuições de mesma natureza previstas na Constituição. E, se for o caso, terão também que respeitar a não cumulativa, técnica que, a priori, se aplica no IPI e no ICMS para combater enriquecimento ilícito na tributação. DICA 35: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA / INDELEGABILIDADE – Recordemos também que A COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA É INDELEGÁVEL, ainda que o ente competente possa delegar duas das quatro capacidades que integram a competência. Ou seja, o ente competente pode delegar as capacidades tributárias de fiscalização e arrecadação, inclusive a particulares, o que, todavia, jamais permite crer que se delegou a titularidade sobre o tributo (competência), a qual, repito, é sempre indelegável. Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 14 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 PRINCÍPIOS GERAIS TRIBUTÁRIOS DICA 36: Quanto ao PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA, previsto no art.150, I, CRFB/88, lembrem-se que é aquele que foi idealizado para condicionar certos atos do Estado a uma prévia autorização popular, estabelecendo que os comportamentos da Administração devem ter respaldo na vontade do povo. É o povo, através da lei, construída com a participação dos seus representantes eleitos, que legitimará as mais importantes práticas do poder público. E no campo das relações tributárias não é diferente. Em razão de tal princípio se estabelece um rol de condutas e comportamentos da Administração Tributária que somente podem ser praticados por via de lei. Com a definição dessas atuações que só podem ser praticadas em virtude de lei, cria-se o campo da reserva legal tributária. DICA 37 Quanto à análise da chamada reserva legal tributária, pode-se afirmar que existem algumas medidas /atuações que somente em razão de lei se podem praticar, sendo veado ao Poder Executivo tais práticas, e são elas: a) criação, extinção, majoração e redução de tributos (ressalvadas algumas exceções a seguir comentadas); b) definição do fato gerador e do sujeito passivo do tributo; c) definição da base de cálculo, alíquota dos tributos; d) definição de infrações e cominação penalidades; e) estabelecimento das causas de suspensão, extinção e exclusão do crédito. Vale a leitura do art.97, CTN. DICA 38: Existem atuações que independem de lei e pode o Poder Executivo promovê- las: a) criação de obrigações acessórias; b) modificação da data de recolhimento dos tributos; c) atualização monetária da base de cálculo dos tributos; d) majoração ou redução das alíquotas do II, IE, IPI e IOF; e) redução e restabelecimento das alíquotas da CIDE dos Combustíveis. DICA 39: Atenção com a majorações e reduções das alíquotas dos impostos extrafiscais. O STF, julgando precedente sobre o Imposto de Importação, entendeu que além de não ser necessário lei, também não seria necessário decreto do Presidente, podendo o Poder Executivo em toda sua estrutura, de acordo com a organização interna e distribuição de competências e atribuições, promover tais atos. Logo, o STF aceitou o ato da CAMEX que modificou as alíquotas do imposto de importação. Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 15 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 DICA 40: somente a lei pode criar, extinguir, majorar e reduzir tributos. Essa é a regra! Não se esqueçam que a regra para tal é no sentido de que bastará uma mera LEI ORDINÁRIA. É dizer: não obstante em alguns casos excepcionais o constituinte condicione a criação de tributos à necessidade de uma lei complementar, a regra é que realmente bastam leis ordinárias para dita instituição. DICA 41: Somente em quatro situações é que a Constituição exige LEI COMPLEMENTAR para que se possa ter a criação de tributos. É nos casos de empréstimos compulsórios, impostos residuais, contribuições residuais de seguridade social e no imposto sobre grandes fortunas, as quais necessariamente devem ser definidas nos termos de lei complementar. DICA 42: Salvo os quatro casos de lei complementar, os tributos realmente se criam por leis ordinárias, e, havendo relevância e urgência E NÃO SENDO CASO DE LEI CIMPLEMENTAR, é possível criar tributo por MEDIDA PROVISÓRIA. Mas nunca nos casos de tributos de LC, pois é vedada a edição de MP em matéria de LC. DICA 43: A Constituição no famoso art.146, III, ‘a’ determina que cabe a lei complementar estabelecer NORMAS GERAIS para a legislação tributária com a finalidade de DEFINIR O PERFIL DOS TRIBUTOS,e, em especial, quanto aos IMPOSTOS, DEFINIR O FATO GERADOR, BASE DE CÁLCULO E CONTRIBUINTE. Em momento algum o que se diz é que “lei complementar deveria criar os impostos” Não! O papel da LC é fazer as norma gerais, montando o perfil do imposto, para que então, dentro desse perfil, dentro das normas gerais, cada ente, por mera lei ordinária local, crie o seu imposto. Salvo as quatro exceções já comentadas, tributo se cria por lei ordinária, cabendo a lei complementar apenas definir as normas gerais que elaboram o perfil do tributo. DICA 44: Sobre o princípio da anterioridade e a cláusula da noventena, fiquem atentos pois em alguns casos o tributo criado/majorado incide imediatamente, não se aplicando qualquer das cláusulas temporais (nem a do “exercício financeiro seguinte” nem a do “mínimo nonagesimal”), a saber: incide na hora se for II, IE, IOF; EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO PARA GUERRA EXTERNA OU CALAMIDADE PÚBLICA; IMPOSTOS EXTRAORDINÁRIOS DE GUERRA. Na prova, confiem, vocês só vão Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 16 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 marcar que incide na hora se for uma dessas hipóteses! Cuidado com a pegadinha dos empréstimos compulsórios para custeio de investimentos públicos urgentes de relevante interesse nacional; nesses, somente se pode cobrar no ano seguinte e respeitada também a noventena; ficam na regra geral, sem qualquer exceção (ex: se em 2012 o Governo aprova LC para criar empréstimo compulsórios para fazer investimentos em razão da Copa do Mundo, só poderá cobrar em 2013). Para incidir na hora, somente se for empréstimo para guerra externa ou calamidade. DICA 45: Cuidado com o IPI. Caso majorado o IPI, TEM QUE SER OBSERVADA A NOVENTENA!!! Só se aplica o IPI mais caro depois de 90 dias. Pode ate ser no mesmo ano, pois o IPI é exceção à regra do “exercício financeiro seguinte”, mas respeita a noventena. Recentemente, no último julgado de princípios tributários no Supremo, fim do ano passado, tivemos a questão do IPI MAJORADO NOS CARROS IMPORTADOS (ADIN 4661-MQ/DF), no qual tive a honra de ser citado elogiosa e carinhosamente pelo Ministro Celso de Mello em seu voto transcrito nos informativos do STF. Nesse julgamento o STF reafirmou que só se aplica o IPI majorado aos fatos geradores ocorridos 90 dias após a sua majoração. DICA 45: Assim como o IPI¸ também fica só na noventena, a situação das criações ou majorações de CONTRIBUIÇÒES DE SEGURIDADE SOCIAL. Se na hora da prova você ler na questão que foram criadas Contribuições de Seguridade Social (ou majoradas), que são as contribuições que destinam receitas para Saúde, Previdência e Assistência Social, marque sem medo a resposta que disser: só noventena! Ainda que no mesmo ano! Igual ao IPI. DICA 46: O último caso para você marcar só noventena é o dos restabelecimentos de alíquotas reduzidas nos combustíveis. Nesses dois casos expressamente previstos na Constituição, você marca só noventena. Falo dos restabelecimentos das alíquotas outrora reduzidas na CIDE DOS COMBUSTÍVEIS e no ICMS INCIDENTE SOBRE OPERAÇÒES QUE DESTINAM DE UM ESTADO PARA OUTRO COMBUSTÍVEIS DERIVADOS DE PETROLEO, ICMS ESSE QUE INDICE NA ORIGEM DA OPERAÇÀO. Se cair na prova que as alíquotas haviam sido reduzidas, mas agora estão sendo restabelecidas, marque só noventena! Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 17 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 DICA 47: Por fim, atenção com os tributos que não respeitam a noventena mas respeitam a regra do 1º de Janeiro do Exercício Financeiro Seguinte. Somente em três caos marque na prova que a resposta é só primeiro de Janeiro, independente de noventena: majorações de imposto de renda, assim como majorações de BASE DE CÁLCULO de IPTU e IPVA. Cuidado com o IPTU e IPVA, pois para ter exceção à noventena e o gabarito dar “só primeiro de Janeiro” é apenas nos casos em que a majoração for pela base de cálculo. Se for majoração nas alíquotas de IPTU e IPVA, não há qualquer exceção e se aplica a regra geral (“ano que vem e noventena”). DICA 48: Quanto ao princípio da IRRETROATIVIDADE (amado pela Banca da FGV – o que mais caiu), lembrem-se: somente em três casos a lei tributária se aplica retroativamente, excepcionando-se o princípio da irretroatividade. São eles: a) leis benéficas em penalidade (desde que não tenha ocorrido pagamento ou coisa julgada; a lei benéfica não retroagirá, mesmo que benéfica, se já teve pagamento ou coisa julgada; a lei só retroage quanto a atos ainda não definitivamente julgados e se na houve extinção do crédito pelo pagamento da multa); b) leis interpretativas; c) leis que alterem aspectos meramente formais do lançamento (leis que mudam apenas o procedimento de “como lançar”, mas não mudam o “conteúdo” do que se lança). DICA 49: Lembrem-se que o princípio que veda a tributação desigual a contribuintes em situações equivalentes é o chamado princípio da ISONOMIA (art.150, II, CRFB/88). Da mesma forma, veda tributações iguais a contribuintes em situações econômicas diferentes. A finalidade do Princípio da ISONOMIA é evitar privilégios e discriminações e assim gerar a chamada justiça fiscal. DICA 50: O princípio da NÀO DISCRIMINAÇÀO PELA PROCEDÊNCIA OU DESTINO é aquele que, previsto no art.152, CRFB/88, ensina que os Estados, DF e Municípios não podem se discriminar uns aos outros pelo critério “localidade”. Esse princípio é muito importante no mundo do ICMS e do ISS, e busca evitar discrimine dos entes entre si, fortalecendo o federalismo. Por isso se fala que ele é um dos princípios que consagra o federalismo fiscal. DICA 51: O STF aplicou o princípio da NÃO DISCRIMIINAÇÀO PELA PROCEDÊNCIA OU DESTINO na famosa questão dos IPVA’s mais caros sobre carros Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 18 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 importados. Entendeu o STF que as leis estaduais eram inconstitucionais, pois estavam discriminando o IPVA em razão da origem. Apesar da nossa particular discordância, pois entendemos que o princípio em apreço não se aplicaria em ralação a outros países mas apenas em relação aos entes entre si, na prova,marque verdadeiro se afirmarem que o STF declarou inconstitucional utilização de alíquotas diferenciadas do IPVA em razão do critério “nacional x importado” e o fundamento foi suposta violação ao princípio da NÃO DISCRIMINAÇÀO PELA PROCEDÊNCIA OU DESTINO. DICA 52: O outro grande princípio de FEDERALISMO FISCAL, é o famoso PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA DA TRIBUTAÇÃO FEDERAL (caiu no primeiro provão que a FGV fez, já faz tempo que não cai...pode cair!), que ensina que é vedado à União, quanto aos tributos federais, estabelecer tributos que não sejam uniformes em todo o território nacional. Ou seja, a estrutura do tributo federal será uma só em todo o país. Dessa forma, se a alíquota do IR for 27,5% para tal limite de renda, assim será em qualquer lugar do Brasil. Todavia, e muito cuidado agora, fiquem atentos pois isso não impede que a União conceda incentivos fiscais apenas em uma ou outra região, sempre que tais incentivos de caráter regional se justifiquem em prol da promoção da busca do equilíbrio federativo. Ouseja, é lícito que a União promova isenções e incentivos fiscais de caráter regional, especialmente nas regiões menos favorecidas, para fins de promover o desenvolvimento socioeconômico dessas regiões, buscando o equilíbrio federativo no país. DICA 53: Cuidado com o princípio da CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. A capacidade contributiva é uma qualidade que nem toda pessoa tem. É a qualidade que revela que a pessoa tem aptidão, tem condições, tem potencial para poder suportar a incidência dos impostos. Essa qualidade se revela quando pessoas praticam fatos/atos reveladores de riqueza (capacidade econômica).Quando essa riqueza externada supera o limite da reserva do mínimo existencial, nasce essa qualidade chamada capacidade contributiva em seus perfis, e assim ficam sujeitas à incidência dos impostos. Logo, a capacidade contributiva é uma qualidade que surge no perfil de algumas pessoas, quando elas revelam capacidade econômica acima da reserva do mínimo existencial. Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 19 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 DICA 54: Ainda sobre o princípio da capacidade contributiva, lembrem-se que é ele que fundamenta a incidência dos impostos. Não esqueçam nossa velha frase das alas de aula: “só se pode impor a alguém que contribua, se esse alguém tem capacidade de contribuir”. DICA 55: Não obstante a capacidade contributiva seja princípio que foi criado para legitimar os impostos, o STF JÁ ACEITOU, EM CARÁTER EXCEPCIONAL, A APLICAÇÀO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA NAS TAXAS, AINDA QUE NÃO SEJA O MAIS COMUM. Se cair na prova, certamente cairia o caso da CVM – Comissão de Valores Mobiliários, em que a lei utilizou como base de cálculo da Taxa da CVM a dimensão do patrimônio líquido das empresas fiscalizadas, e o STF, nesse precedente, não apenas aceitou como constitucional, como afirmou que em caos especiais como esse seria possível aplicar a CAPACIDADE CONTRIBUTIVA NAS TAXAS. DICA 56: Até mesmo nos empréstimos compulsórios e nas contribuições especiais o STF já reconheceu aplicação do princípio da capacidade contributiva. O último precedente foi o da CIP – CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA, de competência dos Municípios e do DF, que o Supremo entendeu que ao incidir sobre o fato gerador “consumo de energia elétrica” era constitucional, e afirmou pela aplicação da capacidade contributiva. DICA 57: É muito comum em prova se transcrever o art.145,§2º, CRFB/88 para embasar a capacidade contributiva. Esse dispositivo também indica o princípio da pessoalidade, da personalização. Logo, se você ler na prova a famosa frase “sempre que possível, os impostos terão um caráter pessoal e serão graduados de acordo com a capacidade econômica do contribuinte”, é desses princípios que se está falando. DICA 58: Sobre o PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO, a Carta, no art.150, IV, afirma que é vedado estabelecer tributo com efeito de confisco. Observem que o texto não fala que é vedado estabelecer “multa” confiscatória, mas apenas tributo. Todavia (atenção!!!), apesar de a Constituição não afirmar que é vedado estabelecer multas com efeito de confisco, O STF JÁ FIRMOU POSICIONAMENTO QUE MULTAS CONFISCATORIAS SÃO INCONSTITUCIONAIS, ferindo, também, o princípio da PROPORCIONALIDADE. Tenham atenção na pergunta feita!!! Se a questão falar Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 20 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 “segundo o texto constitucional”, pode ter certeza, marque sem medo, o gabarito é “é vedado tributo com efeito de confisco”. Se fizer alusão ao entendimento do STF, as multas confiscatórias também são proibidas e são inconstitucionais. DICA 59: O PRINCÍPIO DA NÃO LIMITAÇÃO AO TRÂNSITO DE PESSOAS OU BENS, previsto no art.150, V, CRFB/88, veda que se possam cobrar tributos pelo simples deslocamento das pessoas de um ponto a outro, ou, da simples remessa de bens de um lugar a outro. Protege a liberdade de deslocamento. Todavia, tenham muita atenção, pois a Carta expressamente ressalva o pedágio. Na prova de vocês, o pedágio é constitucional e o STJ inclusive tem entendimentos de ser desnecessária a existência de via alternativa, apesar de toda a polêmica na doutrina sobre a necessidade de vias alternativas. Logo, na prova, é vedado cobrar tributo pelo ir e vir ou pelo simples ato de remessa de bens, mas é AUTORIZADO O PEDÁGIO. DICA 60: O ordenamento brasileiro não adota mais o princípio do solve et repet (solver e depois repetir – depositar e depois recuperar), que foi muito usado na época do regime militar e da Carta passada. Por esse princípio, se um contribuinte quisesse ajuizar uma ação anulatória para questionar o lançamento do tributo, teria que obrigatoriamente depositar o valor primeiro (solver), sob pena de inadmissibilidade da ação, para que, caso ganhasse ao final, levantar seu dinheiro de volta (“repetir” – mas não em dobro, apenas corrigido e atualizado!). No uso desse princípio, pessoas pobres e pequenos empresários não conseguiam acessar o Judiciário para questionar cobranças indevidas feitas contra eles e só os ricos que tivessem o dinheiro cobrado indevidamente para depositar conseguiam se defender. O STF entendeu que a fórmula “solve et repeat” é incompatível com a Constituição de 1988, a para proteger o direito de acesso ao Judiciário como livre e de todos (art.5º, XXXV), bem como o contraditório, ampla defesa e devido processo legal, declarou a inconstitucionalidade da exigência do depósito (Súmula Vinculante 28). A consequência é que qualquer contribuinte pode ajuizar a ação sem fazer o depósito, o qual será meramente opcional e não uma condição de admissibilidade da ação. PRINCÍPIOS SETORIAIS TRIBUTÁRIOS: DICA 61: O IR – Imposto de Renda se sujeita a três princípios expressos na Constituição, quais sejam: PUG – Progressividade, Universalidade e Generalidade. Na Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 21 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 medida em que o valor da renda aumenta, a alíquota progride (progressividade); as rendas são tributadas independente de sua origem (universalidade das origens das rendas); qualquer pessoa que tenha renda se submete ao imposto (generalidade das pessoas). DICA 62: O IR – Imposto de Renda é também regido pelo princípio da PESSOALIDADE. Questões da vida pessoal de cada pessoa são levadas em consideração pelo legislador e interferem na definição do valor final do imposto a recolher. Dessa forma, a lei leva em consideração aspectos como números de filhos e dependentes, despesas com saúde e educação, etc, e permite que se façam deduções no valor a recolher. Ou seja, aspectos da vida pessoal de cada pessoa são valorados e interferem na definição do valor a pagar. Observem que pessoas com a mesma renda, podem pagar valores diferentes, face a esses aspectos pessoais. Percebam ainda que esses aspectos pessoais são ligados ao MÍNIMO EXISTECIAL de cada pessoa e de seus dependentes. DICA 63: O IR – Imposto de Renda é também regido pelo princípio do NON OLET, que é apenas uma especialização do princípio da Universalidade das origens das rendas. Pelo non olet se dá o “plus” afirmando-se que as rendas são tributadas ainda que as origenssejam ilícitas. O tributo incide independente do crime. A ilicitude “não fede nem cheira” para a tributação. DICA 64: O ICMS e o IPI são regidos por três princípios. São eles: princípio da TRANSPARÊNCIA FISCAL, assim como o princípio da NÃO CUMULATIVIDADE e também o princípio da SELETIVIDADE. DICA 65: Quando ao ICMS e IPI, atenção com o princípio da seletividade das alíquotas! No IPI a seletividade é OBRIGATÓRIA, já no ICMS a Constituição FACULTOU o uso da seletividade. O texto da Carta afirma que “O IPI SERÁ SELETIVO” e “O ICMS PODERÁ SER SELETIVO”. Como sabemos a “seleção” das alíquotas se dá em razão da essencialidade dos bens. Bens mais essenciais terão alíquotas menores, e bens mais supérfluos, alíquotas maiores. DICA 66: O princípio da TRANSPARÊNCIA, aplicável ao IPI e ao ICMS, TAMBÉM SE APLICA AO ISS! Na verdade, o princípio da Transparência Fiscal se aplica sempre que se tributam relações de consumo, seja na venda de mercadorias/produtos industrializados, seja na venda de serviços. Está positivado no art.150,§5º. Por esse Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 22 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 princípio, os fornecedores (contribuintes de direito – “de jure”) ficam obrigados a INFORMAR os consumidores (contribuintes de fato) qual foi a carga tributária repassada no preço do bem de consumo adquirido. DICA 67: O princípio da NÃO CUMULATIVIDADE se aplica ao IPI e ICMS; todavia, fiquem atentos, pois caso sejam criados IMPOSTOS RESIDUAIS a Carta determina que também se aplique o princípio da NÃO CUMULATIVIDADE aos eventuais impostos residuais (atualmente, ainda nenhum imposto residual foi criado, ainda que permitidos, desde que mediante lei complementar, no art.154, I, CRFB/88). DICA 68: O princípio da PROGRESSIVIDADE das alíquotas EM RAZÃO DO VALOR DA RIQUEZA REVELADA NO FATO GERADOR, além de se aplicar no IR se aplica também no IPTU. Prestem muita atenção pois somente no IR e no IPTU cabe a aplicação da progressividade em razão do valor da riqueza. Cuidado com o ITBI que é a grande pegadinha na prova. O ITBI não pode ser cobrado com alíquotas progressivas! DICA 69: Ainda sobre a progressividade de alíquotas em razão do valor das riquezas, atenção: em 1988 somente o IR poderia ser progressivo; o IPTU só foi autorizado por força da EC 29/00; até 2000, inconstitucional o IPTU progressivo. E reiterando o alerta da dica anterior, a EC 29/00 não autorizou ITBI progressivo, somente IPTU. O STF com as Súmulas 656 e 668 deixou claro que após a EC 29/00 o IPTU progressivo em razão do valor venal do imóvel é constitucional, mas o ITBI segue inconstitucional. DICA 70: Para encerrar sobre PROGRESSIVIDADE DE ALÍQUOTAS, a progressividade ainda se pode dar por outro fundamento: a ilicitude no modo de usar o imóvel! E, nesses casos (IPTU e ITR), passa-se a falar na progressividade sanção! Nesse caso, a Carta prega que o IPTU pode ter alíquotas progressivas em razão do desrespeito à função social da propriedade assim como o ITR pode ter alíquotas progressivas em razão da improdutividade do imóvel rural. Nesses casos, costumamos falar em progressividade sanção e é normal se falar em prova que o ITR e o IPTU ASSUMIRAM UMA FUNÇÀO EXTRAFISCAL! Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 23 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS DICA 71: IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS – Imunidade Tributária é expressão que utilizamos para indicar um perfil de benefício fiscal emanado da Constituição da República. Trata-se de importantíssimo instituto, o qual indica uma proteção gerada pelo constituinte em favor de certas pessoas. Ocorre sempre que no texto constitucional se edifica uma norma que proíbe a incidência de certo tributo sobre determinada situação da vida real. Tais normas constitucionais excluem a legitimidade para o exercício da competência tributária por parte do ente federativo, vedando que o tributo possa incidir, protegendo, portanto, as pessoas que ficam favorecidas pelo comando constitucional vedatório. Essas pessoas ficam “imunes” ao tributo, não podendo ser atingidas pelo mesmo. DICA 72: Lembremo-nos que quando falamos de uma imunidade tributária estamos nos reportando ao maior dos benefícios fiscais existentes no sistema jurídico. Não obstante existam outras categorias jurídicas de benefícios fiscais (isenções, anistias, remissões, etc), é indubitável que a “imunidade tributária” é reconhecida como a mais elevada dessas benesses, já que é o único que emana diretamente da Constituição, fonte suprema do nosso ordenamento. O instituto tem, portanto, viés constitucional, sendo essa sua essência. Imunidades não emanam de leis, tratados ou quaisquer outras fontes normativas infraconstitucionais mas sim e exclusivamente da Constituição do país. As imunidades tributárias decorrem de normas constitucionais proibitivas de incidência de tributos. Não se esqueçam: AS IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS EMANAM DO PODER CONSTITUINTE E TEM ORIGEM NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA! Derivam de normas constitucionais proibitivas do exercício da competência tributária, por via das quais o constituinte optou por proteger algumas pessoas e situações vedando que os entes federativos possam exercer suas competências tributárias, proibindo atos de tributação nos casos ali determinados. É comum se falar que ditas normas, ao proibirem a incidência de tributos nas situações por elas indicadas, definem hipóteses de não incidência tributária; são as hipóteses de não incidência tributária constitucionalmente qualificadas! Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 24 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 DICA 73: Curioso (e importante) destacar que a não obstante as imunidades tributárias emanem da Constituição, o constituinte não se refere a essa terminologia quando as gera. É dizer, se vocês fizerem uma leitura do texto constitucional constatarão que nele não se encontra a expressão “imunidade tributária”, a qual foi construída pela doutrina. E é simples entender a escolha dessa terminologia pelos estudiosos: é que quando o constituinte ergue uma norma proibindo que determinado tributo incida sobre certa situação, torna-se inviável a ocorrência da tributação naquele feito, já que nenhuma lei pode autorizar aquilo que o constituinte veda, ficando a situação protegida “imune” à possibilidade de incidência do tributo. E faz total sentido pensar dessa forma, afinal, se a Constituição estabelece que o tributo não pode incidir, qual outra fonte normativa poderia, indo contra, autorizar a incidência? Nenhuma. Nesse mister, corolário lógico é perceber que a situação protegida pela regra constitucional se torna “imune” à incidência do tributo, não podendo, pelo menos de maneira válida, ser por ele alcançado. Qualquer que seja a lei ou outra fonte que venha a autorizar que o tributo incida sobre situação para a qual a Constituição impôs proibição será nula de pleno direito, padecendo da mais hedionda das patologias jurídicas, a inconstitucionalidade material, não possuindo aptidão alguma para produzir efeitos de forma lícita. A situação alcançada pelo comando constitucional proibitivo, fica, de fato, imuneao tributo, ganhando uma imunidade tributária. A título de exemplo, reflitamos: o constituinte proibiu a incidência de ICMS e IPI nas exportações; logo, quando exportadores comercializam seus bens para o exterior, ditos impostos não podem incidir, já que de forma expressa o constituinte vedou. O que ocorre nesses casos? Ocorre que sempre que exportadores comercializarem seus bens para adquirentes no exterior estarão protegidos com a certeza jurídica absoluta da não tributabilidade relativa aos impostos mencionados, ficando imunes em relação aos mesmos. Nenhuma lei poderá autorizar o IPI e o ICMS sobre as exportações e caso autorize será inconstitucional, não produzindo qualquer efeito válido. A conclusão é que os exportadores, por força das referidas normas constitucionais, se tornaram imunes ao IPI e ao ICMS quando celebram operações de exportações de bens. É como sempre digo nas aulas: “ter uma imunidade tributária significa possuir uma proteção gerada pelo constituinte que ao impor a proibição de incidência do tributo blinda o beneficiado com a impossibilidade jurídica que ser alcançado pelo mesmo”. Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 25 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 DICA 74: IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS E O SEU POSICIONAMENTO NA CRFB/88 – Amigos, as imunidades tributárias podem ser alinhadas e estudadas em dois grandes blocos. De um lado, aquelas que se concentram dentro do art.150, VI, ínsitas no rol de alíneas elencadas no mencionado inciso; de outro lado, as que ficam fora desse dispositivo e aparecem esparsas em diferentes sítios constitucionais. O art.150 da Constituição inaugura a Seção II do Sistema Tributário Nacional, chamada de “Das Limitações ao Poder de Tributar” e possui seis incisos, abrigando nos cinco primeiros uma série de princípios tributários gerais (Legalidade, Isonomia, Irretroatividade, Anterioridade, Não Confisco e Não Limitação ao Trânsito de pessoas ou bens) e no sexto e último inciso edifica um catálogo de normas imunizatórias, distribuídas em cinco alíneas desse art.150, VI. No dispositivo em apreço o constituinte apresenta uma série de vedações, proibindo que os entes federativos promovam a incidência de impostos nas situações ali descritas. E aqui vale a pena chamar a atenção de vocês para esse precioso detalhe: as imunidades previstas no art.150, VI, CRFB/88 SÃO APENAS DE IMPOSTOS, não abrangendo outras espécies tributárias. Fiquem sempre atentos com esse apontamento nas provas pois não raro os Examinadores apresentam nas questões uma situação descrita no art.150, VI e trazem, exatamente nesse linear, afirmações falsas que podem induzir os candidatos a erro (ex: uma questão mencionando que certo Município está cobrando uma Taxa de uma entidade religiosa, hipótese que não goza de proteção constitucional, inexistindo imunidade tributária, já que, como dito, a imunidade prevista em favos dos templos religiosos de qualquer culto é apenas para impostos). Sobre as situações imunizadas no referido dispositivo, teceremos comentários mais detalhados nas linhas a seguir. Importante, todavia, registrar que existem outras normas constitucionais imunizantes fora do art.150, VI, esparsas ao longo do texto constitucional. E nesses dispositivos encontramos imunidades que não são apenas de Impostos mas, além desses, também de Taxas e de Contribuições Especiais. Para orientar a leitura de vocês facilitando o caminho para que encontrem essas normas constitucionais que estabelecem imunidades tributárias fora do art.150, VI, tomem Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 26 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 nota dos seguintes dispositivos (em todos eles encontram-se normas que concedem imunidades tributárias): art.5º, XXXIV, XXXV, LXXVI, LXXVII; art.149,§2º, I; art.153,§3º, III e §4º, II; art.155, §2º, X, ‘a’, ‘b’, ‘c’, ‘d’ e §3º; art.156,§2º, I; art.185,§4º; art.195, II e §7º. DICA 75: IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS DO ART.150, VI, CRFB/88 – Peço a atenção de vocês com o art.150, VI, CRFB/88, no qual se abrigam importantes imunidades de impostos (e apenas de impostos), as quais são chamadas ora de imunidades subjetivas e ora de imunidades objetivas, já que em suas cinco alíneas o referido inciso estabelece a vedação de incidência de impostos, ora sobre certas pessoas, ora sobre a circulação de certos bens. Nas alíneas ‘a’, ‘b’ e ‘c’ encontram-se vedações de incidência de impostos sobre certas pessoas, sendo as imunidades ali fincadas concedidas em razão do perfil do sujeito (e por isso chamadas de “imunidades subjetivas”); já nas alíneas ‘d’ e ‘e’ do referido art.150, VI, fica vedada a incidência de impostos sobre a circulação de certos bens, sendo irrelevante a pessoa que promove a circulação, instituindo-se a imunidade em razão de perfil da coisa que circula, em atenção à importância do objeto (e nesses casos temos as chamadas “imunidades objetivas”). DICA 76: IMUNIDADES SUBJETIVAS DO ART.150, VI, CRFB/88 – Quanto às alíneas ‘a’, ‘b’ e ‘c’ do mesmo art.150, VI, temos pessoas, instituições, sendo protegidas pelo constituinte, em razão da importante atividade fim que desempenham. Opta o constituinte por protegê-las proibindo que os entes federativos possam fazer incidir impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços dessas pessoas, quanto dito patrimônio, renda e serviços são vinculados nas finalidades essenciais dessas instituições (importante a leitura do parágrafo quarto do art.150). Na alínea ‘a’ a imunização é gerada em favor de pessoas de direito público, ficando vedado aos entes federativos se cobrarem impostos reciprocamente, naquilo que se convencionou chamar de “imunidade recíproca” entre os entes federativos, a qual se estende a algumas entidades por eles criadas e ínsitas no plano da chamada “Administração Indireta”, como autarquias e fundações públicas por eles mantidas, assim como empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço público. Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 27 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 Nas alíneas ‘b’ e ‘c’ o constituinte proíbe a incidência de impostos sobre pessoas de direito privado, particulares. Na alínea ‘b’ temos a imunidade religiosa em favor dos templos de qualquer culto (“igrejas”). Já na alínea ‘c’ aparecem outras pessoas importantes que também gozam da imunização constitucional, como os partidos políticos e suas fundações, as entidades sindicais de trabalhadores e as entidades de educação e assistência social sem fins lucrativos. O STF reconheceu a imunidade também par entidades de SAÚDE sem fins lucrativos. DICA 77: IMUNIDADES SUBJETIVAS E O ROL DE IMPOSTOS – Chamo a atenção de vocês para importante apontamento em relação às imunidades subjetivas das alíneas ‘a’, ‘b’ e ‘c’. Analisando a literalidade do texto constitucional pode-se perceber que, salvo quanto aos templos religiosos mencionados na alínea ‘b’, a Constituição, nas alíneas ‘a’ e ‘c’ apenas assegura a imunidade quanto a impostos sobre PATRIMÔNIO, RENDA E SERVIÇOS, não trazendo vedação expressa quanto à incidência dos demais impostos (estariam, assim, exclusos da abrangência literal, os impostossobre circulação – ICMS, IPI e IOF – e sobre comércio exterior – II, IE). Logo, quanto ao ICMS e os quatro impostos federais extrafiscais (II, IE, IPI e IOF), a Carta não assegura expressamente a imunidade, a qual para ser reconhecida impõe uma análise casuística, avaliando-se cada caso concreto nas suas particularidades para compreender se é devida ou não a interpretação extensiva do texto constitucional para fins de possibilitar a ampliação do alcance da imunização contemplando os impostos não abrangidos no texto. Já existiram precedentes em que o STF entendeu adequada a extensão da imunidade, ponderando o caso concreto e interpretando a Constituição na sua unidade dentro daquela realidade avaliada e reconheceu que naquelas situações específicas se o constituinte pudesse se manifestar ele concederia a imunidade para os demais impostos. DICA 78: IMUNIDADE RECÍPROCA –Normalmente as questões que são trabalhadas em provas sobre a imunidade recíproca do art.150, VI, ‘a’ e §§2º e 3º da CRFB/88 indagam se os candidatos sabem para quais pessoas além da União, dos Estados, do DF e dos Municípios a imunidade se estende e para quais pessoas ela não tem extensão. Ou seja, passam pelo conhecimento específico sobre o fato de que a norma se aplica para proteger outras pessoas que atuam no exercício da atividade típica da Administração, não se Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 28 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 restringindo a imunização apenas para os próprios entes federativos, sabendo-se quem são essas pessoas favorecidas. Os parágrafos segundo e terceiro do art.150 auxiliam na busca dessa resposta. O art.150, §2º assegura que a imunidade se estende para proteger autarquias e fundações públicas mantidas pelo poder público e o STF, já há muito tempo, dando expansão a tal comando vem reconhecendo a imunidade não apenas em favor das autarquias e fundações mantidas pelo poder público, aceitando a imunidade em favor das empresas públicas e sociedades de economia mista PRESTADORAS DE SERVIÇO EXCLUSIVO DE ESTADO, como é o caso da Casa da Moeda do Brasil, da INFRAERO e da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, rol que passou a abranger também o SERPRO – Serviço de Processamento de Dados, empresa pública federal prestadora de serviços ao Poder Público (em Abril de 2018 o STF, julgando a ACO 2658 entendeu que o SERPRO faria jus à imunidade de ICMS quando prestava serviços de telecomunicações ao Poder Público, reconhecendo a extensão da imunidade recíproca, similarmente ao que já ocorria com a CMB, a INFRAERO e a ECT). Peço, todavia, que tenham cuidado com essa informação, pois como regra as empresas públicas e as sociedades de economia mista não gozam de imunidade tributária, já que em regra desenvolvem atividade econômica, sendo exceção atuarem como prestadoras de serviços públicos. A imunidade tributária só será reconhecida se ficar provado que a empresa pública ou sociedade de economia mista realmente atuam como prestadoras de serviço exclusivo de estado; caso atuem como agentes econômicos competindo na livre iniciativa com os demais particulares, não gozam da imunidade, aplicando-se a proibição de concessão desse benefício fiscal prevista noart.150,§3º c/c art.173,§1º, II e §2º, CRFB/88. Por fim, lembremo-nos ainda que não cabe a imunidade para as concessionárias e permissionárias, que atuam no segundo setor explorando atividade econômica com fins lucrativos. Igualmente não se reconhece a imunidade recíproca para as entidades cartorárias. Incide normalmente o ISS sobre os preços arrecadados com a prestação dos serviços notariais e de registro. Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 29 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 DICA 79: IMUNIDADE RECÍPROCA E ALIENAÇÕES DE IMÓVEIS PÚBLICOS OU AO PODER PÚBLICO. Importante registrar que quando certo bem público é alienado a particular, sendo o adquirente alguém para quem a CRFB/88 não concedeu o benefício da imunidade tributária, passam a incidir de imediato os impostos patrimoniais, já que não mais haverá razão para se falar em imunidade tributária relativa a tal imóvel. A partir do momento em que ele deixar de pertencer a uma das pessoas imunizadas e tem sua titularidade transferida para um novo proprietário que não goza da mesma benesse fiscal, fica autorizada a incidência tributária. A título de exemplo, imagine que você que nesse momento está lendo esse texto venha a adquirir um imóvel pertencente a uma autarquia federal ou estadual, ou a certo Estado membro da Federação ou à própria União. Configurada a sua aquisição, o imóvel deixa de ficar envolto pelo manto da imunidade tributária. Sendo onerosa a aquisição, incidirá normalmente o ITBI (imposto incidente em razão da transmissão onerosa e inter vivos do bem imóvel) assim como passará, a incidir também o IPTU, salvo hipótese de imóvel rural em que o imposto a incidir será o ITR. Oportuno acrescer comentários quanto a uma situação envolvendo promessa de compra e venda de imóvel público. Durante a fase da promessa e antes de se celebrar a compra e venda definitiva, não pode ser cobrado o ITBI, já que não ocorre o fato típico para a sua hipótese de incidência pelo mero fato de se celebrar uma promessa de compra e venda (e também não ocorre quando se faz o registro da promessa). Importuno, todavia, informar que após a celebração da promessa, caso haja imissão na posse por parte do promitente comprador (o que normalmente ocorre, salvo situações verdadeiramente excepcionais), passa a incidir o IPTU (ou ITR caso se trate de imóvel rural) contra o promitente comprador. Ainda que não se tenha aperfeiçoado a aquisição da propriedade imobiliária (o que só ocorrerá quando se efetivar o registro da escritura da compra e venda definitiva – e não da promessa), já restará tipificada uma das hipóteses de incidência do IPTU (ou do ITR), qual seja, a posse com animus domini do bem imóvel (arts.29 e 32 do CTN). Ou seja, a partir da imissão na posse do bem após a celebração da promessa o promitente comprador passa a praticar, com o seu comportamento possessório, fato gerador da obrigação tributária referente aos impostos reais em apreço. Daí ser costumeiro afirmar que “a imunidade recíproca não exonera o promitente comprador”, o que se Prof. Pedro Barretto Pioneiro no sistema de COACHING no Exame de Ordem Coach PB – Prof. Pedro Barretto – Há 15 anos fazendo a diferença! Página 30 Instagram: @pedrobarrettoportalf3 constata na parte final do texto do parágrafo terceiro do art.150 da Constituição o qual apenas veio corroborar entendimento que já era consolidado na jurisprudência do STF nos idos da década de 1980 (Súmula 583, STF c/c art.150,§3º, parte final, CRFB/88). Válido asseverar que esse mesmo raciocínio, esposado em relação à imunidade recíproca da alínea ‘a’ do art.150, VI pode ser aplicado igual e simetricamente em relação às entidades privadas das alíneas ‘b’ e ‘c’. Nesse compasso, se alguém adquire imóvel de uma igreja, ou de uma entidade sindical de trabalhadores ou de um partido político, não poderá crer que será protegido pela imunidade tributária, a qual não acompanha a coisa, não se transmite ao adquirente do bem. ATENÇÃO: caso, todavia, a situação seja analisada sob uma perspectiva
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