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Direito das Coisas - roteiro de estudos

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Profª Suely Mitie Kusano – DIREITO DAS COISAS 
 
1 
 
1.- NOÇÕES DE DIREITO ROMANO: 
-Propriedade (“dominium”, “proprietas”): relação direta e imediata entre o titular e a 
coisa (objeto ou pessoas livres sujeitas à “patria potestas”, definido como “in re plena 
potestas”. 
 
Propriedade Quiritária 1- Titular cidadão romano 
2- Coisa corpórea “in commercio” (exceto 
terreno provincial) 
3- Aquisição por meio reconhecido pelo “ius 
civile” 
 
Formas de Aquisição 
1- Aquisição originária 
2- Usucapião (ex: vender e não entregar) 
3.a- “Res mancipi” - ”mancipatio” e a “in iuri cessio” 
3.b- “res nec mancipi”- “traditio” 
 
Propriedade 
Pretoriana 
Propriedade bonitária (“in boni esse”), cujo domínio era 
concedido pelo pretor, em contraposição à propriedade 
quiritária. 
Formas e 
meios de 
aquisição 
1- “Exceptio rei venditae et traditae” - proteção do comprador 
contra o antigo proprietário que se recusa a entregar a coisa 
vendida, com intenção de usucapí-la (reivindicatória atual). 
2- “Actio Publiciana”- reconhecimento ficto de usucapião da 
coisa comprada sem as formalidades legais e solenes, mas que 
cuja coisa caiu em mãos de terceiro. 
* Confere a posse definitiva a quem não era proprietário 
quiritário (exemplo:- execução do devedor insolvente, sucessão 
pretoriana, doação). 
Profª Suely Mitie Kusano – DIREITO DAS COISAS 
 
2 
 
-Propriedade de terrenos provinciais- propriedade do povo romano administrado 
pelo Senado ( praedia stipendiaria) e propriedade do Imperador (praedia tributaria), 
cujo gozo era concedido pelo Estado ao particular= “POSSESSIO VEL 
USUSFRUCTUS” ( ususfructus). 
-Propriedade de Pelegrinos-domínio concedido ao estrangeiro (faltava o requisito da 
cidadania e, por isso, não eram passíveis de propriedade)-”DOMINIUM” para permitir 
a defesa processual da coisa, imitando a da propriedade quiritária. 
-Co-Propriedade- propriedade por duas ou mais pessoas (actio communi dividundo) 
ou adjudicação pelo maior pagamento. 
-Posse- é um fato, enquanto que a propriedade é um direito. 
“POSSESSIO NATURALIS”= detenção (corpus) 
“POSSESSIO AD INTERDICTA”= posse (corpus e animus)-fato tutelado pelo “ius 
civile”. 
 
AQUISICÃO DE PROPRIEDADE ROMANA: ORIGINÁRIA e DERIVADA. 
 
-Aquisição Originária - Ocupação 
- Invenção 
- União de coisas 
- Especificação 
- Aquisição dos frutos 
 
-Aquisição Derivada -”mancipatio”(venda) 
-”in iuri cessio” (cessão de direito) 
-”traditio”(tradição) 
 
Profª Suely Mitie Kusano – DIREITO DAS COISAS 
 
3 
-USUCAPIÃO (“usucapio”)- modo especial de aquisição da propriedade quiritária, 
pelo exercício prolongado da posse- terreno= dois anos e outros (coisas, 
paterfamílias)=um ano 
 
REQUISITOS 
PARA 
“USUCAPIO” 
1- “Res in commercio” (não podiam a “res furtivae” e a “res vi 
possessae” (posse violenta) 
2- possessio civilis (posse com ânimo de dono) 
3- “iustus titulus” ou “iusta causa usucapionis” (ato jurídico 
precedente= compra, doação, lote, pagamento de dívidas). 
4- Boa fé inicial do possuidor (irrelevante a má fé superveniente) 
5- “tempus” (prazo=dois ou um ano) 
 
 
 
PRESCRIÇÃO a- “Praescriptio longi temporis (réu possuidor) 
b- “Praescriptio longissimi temporis” (réu proprietário) 
 
 
PRESCRIÇÃO: é meio de defesa processual. 
A- “PRAESCRIPTIO LONGI TEMPORIS”- defesa do réu possuidor, que paralisava a 
pretensão do autor contra o réu, em virtude deste possuir a coisa durante muito 
tempo (dez anos presentes ou vinte ausentes), justo título e boa fé do possuidor. 
B-”PRAESCRIPTIO LONGISSIMI TEMPORIS”- perda do direito do proprietário por 
falta de exercício (o proprietário não merece proteção judicial), pelo prazo de 
quarenta anos (início), alterado para trinta anos, independentemente de boa fé e 
justo título do possuidor = impedia que o proprietário propusesse ação 
reivindicatória, porém não se concedia a propriedade ao possuidor. 
 
Profª Suely Mitie Kusano – DIREITO DAS COISAS 
 
4 
 
-DIREITOS REAIS SOBRE A COISA ALHEIA:- (“iura in re aliena”) 
 
A-DIREITOS REAIS DE GOZO Servidões prediais e pessoais, enfiteuse e 
superfície. 
 
B-DIREITOS REAIS DE GARANTIA Fidúcia, penhor e hipoteca. 
 
-SERVIDÕES PREDIAIS (“servitutes praediorum”) = servidão entre dois prédios 
(mudando o titular, permanece a servidão ao novo titular): servidão de passagem, de 
trânsito, de canais de fontes, de esgoto, de não construir acima de certa altura etc.) 
-SERVIDÕES PESSOAIS (“servitutes personarum”) = estabelecidos um favor de 
determinadas pessoas:- usufruto, uso, habitação e o trabalho de escravos. 
-SUPERFÍCIE- direito de usar as construções introduzidas em terreno alheio, cuja 
propriedade pertencia ao proprietário do terreno, por longuíssimo tempo (direito 
alienável gratuito ou oneroso e transmissível aos herdeiros) 
-ENFITEUSE- direito de usar e gozar de púdio rústico alheio, por tempo ilimitado, 
mediante pagamento de foro anual. 
-FIDÚCIA- (“Fiducia cum creditore”) - transferência da propriedade, com a obrigação 
de o credor devolver a coisa quando recebesse o pagamento da dívida (o credor era 
dono da coisa, podia usar/gozar) 
-PENHOR-(“pignus”)-transferência da posse ao credor até pagamento de dívida, 
sem formalidades e seguido de entrega. Se o acordo previa que os frutos da coisa 
pertencessem ao credor, dava-se a anticrese (“antichresis”); se não, configurava 
furto (penhor). 
-HIPOTECA- (“hypotheca”)- a coisa dada ficava vinculada ao pagamento da dívida, 
sem que houvesse a transferência da propriedade ou da posse da coisa. A posse e 
domínio somente seria transferida ao credor no caso de não haver pagamento da 
dívida. 
Profª Suely Mitie Kusano – DIREITO DAS COISAS 
 
5 
2.- INTRODUÇÃO AO DIREITO REAL – O direito das coisas é a parte do Direito 
Civil que por mais longo tempo se manteve fiel à tradição romana e aos princípios 
individuais que traçaram a história da humanidade, proclamando a intangibilidade do 
domínio- verdadeiro resquício da propriedade quiritária do direito romano 
(propriedade absoluta). Inicialmente, a propriedade do solo compreendia, além da 
superfície, também a de seus acessórios, o espaço aéreo e o subsolo. Alterações: 
 
CÓDIGO 
DE 
MINAS 
Decreto 24642/34 
DL 1985/40 
Lei 2004/53 
Lei 3924/61 
- separaram a propriedade do solo e das jazidas 
(monopólio da União) 
- pesquisa e lavra do petróleo, hidrocarbonetos e 
gases raros – monopólio da União 
 
DL 227/67 - jazidas arqueológicas ou pré-históricas distintas 
da propriedade particular 
 
 -deu nova redação ao Código de Minas - DL 
1985/40 
 
CÓDIGO DE ÁGUAS Decreto 
24643/34 
quedas de água, fontes de energia elétrica 
não integram a propriedade da terra 
 
CONSTITUIÇÕES 
FEDERAIS 
CF/69 e 
CF/88 
mantiveram a distinção da propriedade da 
superfície da das jazidas, fontes de energia, 
estabeleceu a função social da propriedade 
(CF/88) 
 
IMÓVEIS Compromisso de compra e venda sem cláusula expressa de 
arrependimento confere direito real que permite a Ação de 
Adjudicação Compulsória, caso o vendedor se recuse a outorgar a 
escritura definitiva (Lei 649/49, Lei 6014/73; DL 58/37 e Decreto 
3079/38). 
 
 
Profª Suely Mitie Kusano – DIREITO DAS COISAS 
 
6 
DIREITOS 
REAIS DE 
GARANTIA 
Penhor não só dos bens móveis rural, agrícola ou pecuário, 
mas estendido também à caução de títulos de créditos, 
máquinas e aparelhos industriais, sal, salina, créditos 
hipotecários, pignoratícios (Decreto 24.778/34) e 
estabelecimentos de ensino (DL 7780/45) - DL 413/69 
 
 
CLASSIFICAÇÃO 
DO DIREITO DAS 
COISAS 
-CIENTÍFICO - Direito Romano ampliado pela Doutrina 
-LEGAL - direito atual, conforme situação jurídica regulada 
pela legislação - OBJETO DE NOSSOS ESTUDOSDIREITO REAL (“jus in re”) é o direito SOBRE A COISA, exercido de modo exclusivo 
por seu titular, que pode exigir a observância relativa desse direito contra tudo e 
contra todos (“erga omnes”), indiscriminadamente. Difere do DIREITO PESSOAL 
(“jus ad rem”) à medida em que o direito pessoal confere ao seu titular a exigência 
de determinada prestação APENAS contra o sujeito passivo (agressor/ devedor). 
 
2.b.) CARACTERÍSTICAS, NATUREZA JURÍDICA, OBJETO e ELEMENTOS. 
- CARACTERÍSTICAS DO DIREITO REAL: 
1.) ADERÊNCIA À COISA: sujeita a coisa ao seu titular, de forma que o titular pode 
exigir os direitos sobre a coisa, independentemente de quem quer que tenha 
praticado a agressão, pouco importando se preexistia contrato ou acordo ou se o 
agressor conhecia ou não a titularidade da coisa. O DIREITO É SOBRE A COISA; 
não contra um determinado agressor. 
2.) DIREITO DE SEQUELA: direito de perseguir a coisa onde estiver ou com quem 
estiver. É o pressuposto da aderência do direito à coisa. 
3.) EXCLUSIVIDADE DA TITULARIDADE: cada direito real permite apenas uma 
única titularidade; de maneira que se alguém já detém a titularidade, não comportar-
se-á outro titular do mesmo direito. 
Profª Suely Mitie Kusano – DIREITO DAS COISAS 
 
7 
O direito real tem uma ÚNICA e EXCLUSIVA TITULARIDADE, que pode ser 
exercida por uma ou mais pessoas ao mesmo tempo, de modo não controvertido ou 
disputado (o TÍTULO é UM só). 
4.) AMPARO POR AÇÃO REAL: a proteção judicial do direito real é feita através de 
ação real. A tutela judicial mediante AÇÃO REAL confere algumas vantagens 
inexistentes na ação pessoal, como, por exemplo: 
-a) MAIOR PRAZO PRESCRIONAL (o máximo de 20 anos em alguns casos, 
enquanto que a ação pessoal prescreve no máximo em 5 anos); 
-b) SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL - desnecessidade de extinção de uma ação e 
ajuizamento de nova ação, quando a ação for indevidamente ajuizada em face de 
parte ilegítima; i.é., suficiente que a ação ajuizada tenha sido adequada à tutela do 
direito exigido, prosseguindo a mesma ação em face da parte que for legítima e que 
integrará o pólo passivo no estágio em que se encontrar, ainda que a parte legítima 
não tenha quaisquer vínculos com a pessoa inicialmente demandada. 
-C) DISPENSA DA RECONVENÇÃO - a ação real tem natureza dúplice, o que, em 
razão da exclusividade do titular, deverá haver um sucumbente (vencido) 
independentemente da apresentação da Reconvenção, quando cabível. A 
Contestação, na ação real, tem efeitos também de Reconvenção (inversão de pólo 
passivo em ativo). 
5.) EXISTÊNCIA EM NÚMERO LIMITADO: os direitos reais existem em “numerus 
clausus”, não comportando interpretação ampliativa. Vale dizer, são direitos reais 
apenas aqueles que a lei especifica (POSSE, PROPRIEDADE, REAIS SOBRE 
COISAS ALHEIAS e REAIS DE GARANTIA). 
6.) SUCEPTIBILIDADE DE POSSE OU QUASE-POSSE: são reais os direitos que 
podem ser apreendidos ou fruídos (tocar, ver, sentir, perceber). Refere-se às coisas 
corpóreas/materiais (posse) ou incorpóreas/imateriais (quase-posse); que possuem 
existência física (posse) ou abstrata (quase-posse:- por exemplo, os Direitos 
Autorais). 
 
 
 
Profª Suely Mitie Kusano – DIREITO DAS COISAS 
 
8 
 -FATO (Savigny) 
NATUREZA JURÍDICA DA 
POSSE 
-DIREITO (Ihering) 
-ESTADO DE FATO (Clóvis) 
 
OBJETO -bens corpóreos (móveis/imóveis) 
 -bens incorpóreos (direitos) 
 
 
2.c.) TEORIA OBJETIVA E TEORIA SUBJETIVA DA POSSE. 
 
- TEORIA OBJETIVA: Defendido por Ihering, para quem seria POSSUIDOR aquele 
que apresentasse APARÊNCIA da propriedade; sendo suficiente o “CORPUS”, já 
que o “animus” deve estar implícito. É a teoria adotada pelo Código Civil Brasileiro 
(art. 485, CC) para fins de PROTEÇÃO POSSESSÓRIA. 
 
- TEORIA SUBJETIVA: Segundo Savigny, para que seja considerado POSSUIDOR, 
necessário haja ânimo de dono, que tenha o poder de disposição. Significa que, 
além do “CORPUS”, é preciso ter também o “ANIMUS DOMINII” (aparência + 
intenção = possuidor). É a teoria que rege a aquisição da propriedade pelo exercício 
prolongado da posse (usucapião). 
 
3.- CLASSIFICAÇÃO, AQUISIÇÃO, OBSTÁCULOS E EFEITOS DA POSSE. 
3.a.) CLASSIFICAÇÃO DA POSSE: 
- POSSE JUSTA: adquirida/exercida SEM violência física (pacificamente), SEM 
clandestinidade (às claras) ou SEM precariedade (legitimamente e em nome 
próprio). 
- POSSE INJUSTA: adquirida/exercida mediante violência física (à força), 
clandestinidade (às escondidas, de forma sorrateira), OU com precariedade (abuso 
Profª Suely Mitie Kusano – DIREITO DAS COISAS 
 
9 
de confiança). Somente se convalesce quando cessada a violência, clandestinidade 
ou precariedade ou, então, ao cabo de um ano e um dia. 
- POSSE DE BOA FÉ: o possuidor DESCONHECE os vícios da posse; i.é, NÃO 
SABE que a posse foi adquirida através de violência, clandestinidade ou 
precariedade. A existência de JUSTO TÍTULO (transmissão “inter-vivos”) pressupõe 
a posse de boa fé, mantendo a mesma qualidade da posse pela qual foi transmitida 
por “causa-mortis”. 
O possuidor de boa fé tem direito (1)à PERCEPÇÃO DOS FRUTOS COLHIDOS (os 
frutos pendentes e os colhidos com antecipação devem ser restituídos ao legítimo 
possuidor, a partir da cessação da boa fé), (2)às DESPESAS FEITAS COM A 
PRODUÇÃO DOS FRUTOS, (3)à RETENÇÃO DA COISA PELAS BENFEITORIAS 
NECESSÁRIAS (essenciais à manutenção da coisa) E PELAS BENFEITORIAS 
ÚTEIS (aquelas que valorizam a coisa ou aumentam sua utilidade) ENQUANTO 
NÃO FOREM INDENIZADAS PELO LEGÍTIMO POSSUIDOR e (4)à 
INDENIZAÇÃO OU LEVANTAMENTO (retirada) DAS BENFEITORIAS 
VOLUPTUÁRIAS (aquelas tendentes ao deleite ou lazer), este se não causar 
prejuízo à coisa (pela introdução unicamente de benfeitorias voluptuárias, não se 
defere direito de retenção da coisa pelo possuidor de boa fé). 
O possuidor de boa fé não responde por perdas e danos ao legítimo possuidor, uma 
vez que exerceu a posse como se legítimo fosse e cuidando da coisa como se sua 
veramente fosse. A restituição é feita conforme se encontra a coisa. 
- POSSE DE MÁ FÉ: o possuidor CONHECE os vícios que maculam a posse; ou 
seja, o possuidor SABE que a posse foi adquirida mediante violência, 
clandestinidade ou precariedade, mesmo que não tenha sido ele a praticar tais 
vícios ou mesmo que não tenha sido ele a adquirir a posse dessas maneiras. O ônus 
da prova da posse de má fé compete ao opositor (legítimo possuidor), pelo princípio 
geral de que “todos são bons até prova em contrário”. 
O possuidor de má fé tem direito apenas (1) ao RESSARCIMENTO DAS 
DESPESAS FEITAS COM A PRODUÇÃO DOS FRUTOS (NÃO tem direito a 
nenhum fruto: responde ao legítimo possuidor pelos frutos pendentes, pelos colhidos 
e pelos não colhidos por sua culpa) e (2) ao RESSARCIMENTO DAS 
BENFEITORIAS NECESSÁRIAS (NÃO tem direito de retenção da coisa enquanto 
Profª Suely Mitie Kusano – DIREITO DAS COISAS 
 
10 
não indenizado pelas benfeitorias necessárias e, logicamente, também NÃO tem 
direito de retenção da coisa pelas benfeitorias úteis ou voluptuárias; que, aliás, não 
se lhe conferem nem mesmo direito à indenização - as benfeitorias úteis e 
voluptuárias beneficiam ao legítimo possuidor (o possuidor de má fé as perde em 
favor do legítimo possuidor, exceto se comprovada a má fé também deste - má fé 
concorrente, quando o legítimo possuidor sabia da agressão e não adotou nenhuma 
providência para cessá-la, pautando-se com omissão - vedação do enriquecimento 
sem causa). 
Ao contrário do possuidor de boa fé, além de o possuidor de má fé quase não ter 
direitos (tem direito apenas a ressarcimento de despesas de produção de frutos e 
das benfeitorias necessárias), o possuidor de má fé pode ser compelido a REPOR 
AS COISAS NO “STATUS QUO ANTE” (restituir a coisa como era antes de apossá-
la) se assim exigir o legítimo possuidor que não cocorre commá fé; bem como o 
possuidor de má fé “RESPONDE PELAS PERDAS E DANOS (lucros cessantes e 
danos emergentes) experimentados pelo real possuidor, independentemente de dolo 
ou culpa, exceto se provar que as perdas e danos ocorreriam ainda que a coisa 
estivesse em poder do legítimo possuidor (força maior ou caso fortuito irresistível). 
- POSSE DIRETA: o possuidor exerce a posse pessoalmente, de perto, de fato. 
- POSSE INDIRETA: o possuidor exerce a posse de longe, através de interposta 
pessoa em seu nome, às suas ordens ou mediante sua autorização. 
- POSSE JURÍDICA: a lei lhe reconhece o direito, posse civil, no sentido legal. 
- POSSE DE FATO: o possuidor está investido na posse, exercendo-a diretamente 
em seu próprio nome ou quando exerce mera detenção (exercício da posse em 
nome de outrem; por ordem, autorização, permissão ou tolerância do legítimo 
possuidor). 
- POSSE “AD INTERDICTA”: confere amparo legal, viabiliza a proteção possessória 
ao proprietário/possuidor. 
- POSSE “AD USUCAPIONEM”: exercício da posse com ânimo de ser dono, com 
intenção de ter a coisa para si. Conduz ao usucapião, gera propriedade. 
- POSSE NOVA: exercício da posse conta com MENOS de um ano e um dia. 
Quando o esbulho ou turbação da posse for considerada posse nova, confere ao 
Profª Suely Mitie Kusano – DIREITO DAS COISAS 
 
11 
legítimo possuidor a concessão liminar de reintegração ou de manutenção da posse, 
nas ações correspondentes. 
- POSSE VELHA: posse exercitada por MAIS de um ano e um dia. Impede que o 
legítimo possuidor retome liminarmente (antes que o réu seja ouvido ou tome 
conhecimento da ação através da citação) a posse perdida total (esbulho) ou 
parcialmente (turbação); ou seja, o possuidor ilegítimo (réu com posse velha) só 
restituirá a posse ao real possuidor APÓS o trânsito em julgado da ação 
possessória. 
- “JUS POSSIDENDI”: direito À posse, direito do proprietário (confere a posse ao 
titular da propriedade). 
- “JUS POSSESSIONIS”: direito DE posse, confere ao possuidor a proteção de sua 
posse, tem por finalidade as ações possessórias. 
- COMPOSSE: exercício da posse SIMULTANEAMENTE por duas ou mais pessoas, 
ao mesmo tempo, sobre a mesma coisa, de forma conjunta. A titularidade da posse 
é exercida por duas ou mais pessoas em comum. 
 
3.b.) AQUISIÇÃO DA POSSE: 
a.)MODOS 1.APREENSÃO - DESLOCAMENTO dos bens móveis; 
- USO dos bens imóveis 
 
2.DISPONIBILIDADE 
 
- compra e venda, doação, permuta, outros 
contratos que transfiram a posse 
 
 
b.)QUEM PODE ADQUIRIR 
- o próprio interessado ou seu representante legal 
- por terceiro sem mandato, dependendo de 
ratificação (constituto possessório) 
 
 
 
Profª Suely Mitie Kusano – DIREITO DAS COISAS 
 
12 
3.c.)OBSTÁCULOS 
À AQUISIÇÃO DA 
POSSE CIVIL 
- permissão ou tolerância não gera posse civil 
- posse violenta ou clandestina convalesce em ano e dia 
- posse do principal presume também a dos acessórios 
 
4- EFEITOS DA POSSE: 
- USO DOS INTERDITOS - legitimidade para ajuizamento das ações 
possessórias 
- PERCEPÇÃO DOS 
FRUTOS 
- direito do possuidor de boa fé 
- RESPONSABILIDADE 
PELAS DETERIORAÇÕES 
- obrigação do possuidor de má fé 
- RETENÇÃO DA COISA 
PELAS BENFEITORIAS 
- direito do possuidor de boa fé, quanto às 
benfeitorias necessárias ou úteis enquanto não 
indenizado. Exercido através dos Embargos de 
Retenção, na fase executiva da Ação Possessória 
- USUCAPIÃO - aquisição da propriedade pelo exercício 
prolongado da posse de boa fé ou de má fé 
- INVERSÃO DO ÔNUS DA 
PROVA 
- transfere ao contestante o ônus da prova. 
Exceção do princípio de processo civil que incumbe 
ao autor provar suas alegações 
- POSIÇÃO FAVORÁVEL - prevalência da posse nas ações possessórias 
(“jus possessionis” ou da propriedade nas ações 
específicas ao proprietário “jus possidendi”) 
 
 
 
 
 
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13 
5- PROTEÇÃO POSSESSÓRIA 
- EXTRAJUDICIAIS - ATOS DE DEFESA 
- ATOS DE DESFORÇO 
 
 
- JUDICIAIS - MANUTENÇÃO 
- REINTEGRAÇÃO 
- INTERDITO PROIBITÓRIO 
- PUBLICIANA 
- IMISSÃO DE POSSE 
- EMBARGOS DE TERCEIRO 
- EMBARGOS DE OBRA NOVA/ 
 NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA 
- SUMÁRIA DE POSSE 
 
5.a.) PROTEÇÕES POSSESSÓRIAS EXTRAJUDICIAIS: Intentadas 
IMEDIATAMENTE À AGRESSÃO, independentemente de tutela judicial, praticando 
atos NECESSÁRIOS E SUFICIENTES para repelir a ofensa (meio e intensidade 
compatíveis e proporcionais à agressão) - exceção permitida no caso de esbulho ou 
de turbação para a LEGÍTIMA DEFESA DA POSSE (exceção do comando legal de 
vedação da “justiça pelas próprias mãos”). 
- ATOS DE DEFESA: proteção intentada exclusivamente pelo possuidor. 
- ATOS DE DESFORÇO: proteção intentada pelo possuidor com o auxílio de 
terceiros. 
 
5.b.) PROTEÇÕES POSSESSÓRIAS JUDICIAIS (NCPC, arts.554/587): Tutela 
judicial (ação/processo) pleiteada pelo possuidor quando não mais for possível a 
defesa da posse extrajudicial. O juízo competente, nos casos de bens IMÓVEIS, 
será sempre o da SITUAÇÃO DA COISA (Comarca onde se localiza o imóvel). 
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- AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE: ação de força nova turbativa. Cabível 
quando ocorrer TURBAÇÃO DA POSSE (perda parcial da posse, perda da posse 
sobre parte da coisa como um todo). 
 Se a ação for ajuizada quando a turbação for considerada posse NOVA, cabe 
concessão de MANDADO LIMINAR (ordem para manter o autor na posse, 
determinando que o réu restitua-lhe a posse ANTES que tenha oportunidade de se 
manifestar nos autos), COM ou SEM justificação prévia. A concessão LIMINAR 
depende do requisito OBJETIVO (turbação ocorrente há MENOS de um ano e um 
dia:- se a posse for VELHA, o juiz está PROIBIDO de conceder liminar, ainda que 
esteja previamente convencido do merecimento e, se conceder a liminar ainda 
assim, cabe MANDADO DE SEGURANÇA em razão da lesão do direito líquido e 
certo ofendido) e do requisito SUBJETIVO (além de a turbação ser posse NOVA, o 
Juízo deve estar convencido da urgência dessa tutela: presença do “fumus boni 
juris” e “periculum in mora”, apreciados subjetivamente pelo juiz da causa). Se a 
turbação for considerada posse VELHA, a ação tomará o RITO ORDINÁRIO (a 
manutenção poderá ser concedida somente APÓS o trânsito em julgado da 
Decisão). É possível a cumulação de pedidos compatíveis ou decorrentes da causa, 
inclusive a fixação de pena pecuniária para o caso de nova turbação. 
 
- AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE: cabível quando ocorrer ESBULHO (perda 
total da posse; perda da posse sobre toda a coisa; não mais há o exercício da 
posse, nem mesmo sobre qualquer parcela da coisa). São aplicáveis as mesmas 
disposições processuais previstas para a Ação de Manutenção de Posse. 
 
- INTERDITO PROIBITÓRIO: cabível quando ocorrer grave, concreta e iminente 
AMEAÇA À POSSE ou ao seu exercício. É proteção preventiva e, por conseguinte, 
não cabe concessão liminar (produz efeitos APÓS o julgamento) e infirma ao réu 
uma obrigação de não fazer (não mais praticar a ameaça apontada), podendo ser 
fixada pena pecuniária para nova transgressão (o pedido deve constar da Petição 
Inicial, cujo “quantum” pode ser reduzido pelo juiz). 
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- PUBLICIANA: ação dominial cabível para retomada da posse perdida quando a 
propriedade já tiver sido adquirida pelo usucapião ainda não declarado por sentença 
judicial. 
 
-IMISSÃO DE POSSE (CPC antigo, art. 381): Ação de rito ordinário que objetiva a 
OBTENÇÃO DA POSSE (aquisição inicial da posse) por aquele que detenha o título 
de PROPRIETÁRIO, cuja posse foi intransigentemente negada. Discute-se a 
PROPRIEDADE (“jus possidendi”) e inexiste o requisito da posse. O julgado traçaexecução para entrega de coisa certa. 
 
-EMBARGOS DE TERCEIRO (NCPC, art.674ss): Objetiva a liberação da constrição 
judicial (penhora, arresto, seqüestro, apreensão) de bem/direito que pertença a 
quem não é parte no feito onde efetivada. EFEITO: suspende o curso da ação 
principal, a menos que os embargos não versarem sobre a totalidade da constrição. 
PRAZO: processo de conhecimento, até a prolação da sentença; processo de 
execução, até 5 dias da arrematação ou adjudicação, desde que não assinado o 
respectivo auto. 
_______________________________________ 
DIREITOS REAIS: 
I - a propriedade; 
II - a superfície; 
III - as servidões; 
IV - o usufruto; 
V - o uso; 
VI - a habitação; 
VII - o direito do promitente comprador do imóvel; 
VIII - o penhor; 
IX - a hipoteca; 
X - a anticrese. 
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; 
XII - a concessão de direito real de uso. 
 
 
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16 
 
CLASSIFICAÇÃO 
DA 
PROPRIEDADE 
IMÓVEL 
PLENA: todos os poderes da propriedade estão concentrados no 
titular. 
LIMITADA: um ou alguns dos poderes da propriedade são 
transferidos a outrem, temporariamente e em caráter real. 
RESOLÚVEL: sob condição resolúvel ou termo certo, em caráter 
real (ex. retrovenda – 3 anos, sob condição resolutiva, 
fideicomisso) 
 
 
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL: 
1) USUCAPIÃO 
2) TRANSCRIÇÃO IMOBILIÁRIA: Regra geral, para cada imóvel há, apenas, um 
Cartório de Registro de Imóveis competente para abertura de Matrícula, onde 
lançar-se-ão Registros e Averbações à sua margem. 
ATRIBUTOS 
a. prioridade ou preferência 
b. especialidade objetiva 
c. legalidade 
d. continuidade 
e. força probante 
f. constitutividade 
g. publicidade 
 
3) ACESSÃO NATURAL: 
 ILHAS (meio da testada, lado da formação, desdobro de braço do rio) 
 ALUVIÃO 
 AVULSÃO (indenização ou remoção – 1 ano) 
 ABANDONO DE ÁLVEO 
4) ACESSÃO ARTIFICIAL: CONSTRUÇÃO e PLANTAÇÃO – pertencem ao 
proprietário do solo, com indenização ao construtor/plantador de boa fé, 
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exceto se a construção/plantação exceder o valor do solo, caso em que o 
construtor/plantador adquire a propriedade do solo, mediante indenização (má 
fé do construtor/plantador: sem indenização, exceto se o proprietário concorrer 
com má fé) 
USUCAPIÃO 
CONCEITO: Usucapião é modo de aquisição da propriedade e de outros direitos 
(usufruto, uso, habitação, enfiteuse, servidões prediais) através da POSSE 
PROLONGADA da coisa, com observância dos requisitos legais. 
 
HISTÓRICO: DIREITO ROMANO (Lei das XII Tábuas, Direito Quiritário, Justiniano, 
Imperador Teodósio) 
 
DIREITO ATUAL - A prescrição passou a ser uma maneira de adquirir e de perder o 
direito de propriedade de uma coisa ou de um direito pelo efeito do tempo (TEORIA 
MONISTA - CC Francês que influenciou o direito contemporâneo. TEORIA 
DUALISTA - Prescrição é energia extintiva e o usucapião é energia aquisitiva) - O 
CC brasileiro adotou a Teoria Monista. 
 
OBJETIVO (fundamento): Visa garantir a estabilidade e segurança da propriedade, 
fixando um prazo, além do qual não se pode mais levantar dúvidas ou contestações 
a respeito e sanar a ausência de título do possuidor, bem como os vícios intrínsecos 
do título que esse possuidor tiver. 
 
 
REQUISITOS: PESSOAIS 
 REAIS 
 FORMAIS 
 
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18 
REQUISITOS PESSOAIS: Refere-se à pessoa do possuidor, em relação ao 
proprietário (impedimento/suspensão/prescrição:- arts. 118/170 e 172, CC). 
IMPEDEM o usucapião (se a posse for iniciada numa dessas condições, obsta o 
usucapião e sua marcha se interrompe): 
 
1) entre cônjuges, na constância do matrimônio, 
2) entre ascendente e descendente, durante o pátrio poder, 
3) entre tutelados/curatelados e seus tutores/curadores, durante a tutela/curatela, 
4) em favor do credor pignoratício, do mandatário e pessoas equiparadas, contra o 
depositante, devedor, mandantes, pessoas representadas, os seus herdeiros, 
quanto ao direito/obrigações relativas aos bens confiados ã sua guarda, 
5) contra os absolutamente incapazes (menores de 16 anos; loucos, surdos e mudos 
que não puderem expressar vontade; ausentes - art. 5º, CC) -Orlando Gomes 
defende a tese de inexistir impedimento ao usucapião contra os absolutamente 
incapazes, ante a atuação do representante legal que deve promover a defesa da 
propriedade, 
6) ausentes em serviço público da União, Estado ou Município, 
7) contra os que servem na Armada e Exército, em tempo de guerra, 
8) pendente de condição suspensiva, 
9) quando não vencido o prazo, 
10) pendendo ação de evicção, 
11) havendo protesto, citação pessoal feita ao devedor, 
12) havendo ato extrajudicial ou judicial que reconheça o direito do devedor ou o 
constitua em mora. 
 
 
 
 
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REQUISITOS REAIS - Referem-se aos bens e direitos insuceptíveis de usucapião. 
Não podem ser objeto de usucapião:- 
1) coisas que estão fora do comércio (ar, luz solar, água - “in natura”), 
2) bens públicos, 
3) condomínio/composse; exceto quando excluído o estado de comunhão, 
# quando a inalienabilidade de um bem decorre de ATO NEGOCIAL que NÃO 
envolva o usucapiente, NADA impede a aquisição por usucapião. 
# USUCAPIÃO DE DIREITO: somente usucapião de direitos REAIS que recaiam 
sobre bens PRESCRITÍVEIS (servidão, enfiteuse, usufruto, uso e habitação). 
# As SERVIDÕES NÃO APARENTES NÃO SÃO SUCEPTÍVEIS DE USUCAPIÃO, 
porque são estabelecidas mediante TRANSCRIÇÃO IMOBILIÁRIA. 
 
REQUISITOS FORMAIS - Elementos necessários e comuns ao instituto:- 
1) Posse mansa, pacífica e contínua, com “animus dominii”; 
2) Lapso de tempo fixado na lei e preenchimento dos requisitos específicos, 
conforme a espécie cabível; 
3) Sentença judicial declaratória. 
 
ESPÉCIES DE USUCAPIÃO: EXTRAORDINÁRIO (CC, 1238) 
 ORDINÁRIO (CC, 1242) 
 ESPECIAL - URBANO (CC, 1240) 
 - RURAL (CC, 1239) 
 - COLETIVO (Estatuto da Cidade) 
 - FAMILIAR (CC, 1240-A) 
EXTRAJUDICIAL (NCPC, 1071) 
 
 
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20 
 
1) USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO: 
-decurso do prazo de 15 anos (10 anos, se for moradia habitual ou ter realizado 
obras ou serviços de caráter produtivo) 
-não depende de título e boa fé da posse exercida pelo usucapiente 
-possível a soma do tempo de posse exercida pelo antecessor 
 
2) USUCAPIÃO ORDINÁRIO: 
-existência de justo título, 
-posse de boa fé, 
-Prazo: 10 anos (5 anos, se adquirido onerosamente com registro no CRI 
cancelada posteriormente e desde que estabelecido sua moradia ou 
realizado investimentos de interesse social e econômico) 
-possível a conversão da posse de má fé do antecessor desconsiderando-se tal 
tempo, a fim de que a posse do sucessor seja de boa fé, desde que a aquisição 
da posse tenha se dado a título singular (inter vivos). 
 
3) USUCAPIÃO ESPECIAL URBANO (art. 183, §§ 1º a 3º, CF/88):- 
-área igual ou inferior a 250 m2, 
-não ser proprietário de outro imóvel, 
-utilização do instituto por uma única vez, 
-prazo de 5 (cinco) anos de posse, 
-imóvel essencial para moradia do usucapiente e sua família, 
-posse de boa fé, não sendo necessário o justo título. 
OBS.: Lei 10.257/2001 (rito sumário) – a) possível somar a posse do antecessor 
causa mortis, desde que residente no imóvel por ocasião da abertura da sucessão; 
b) possível usucapião coletivo de área superior a 250m2 não demarcada, podendo 
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21 
somar o tempo de posse do antecessor a qq título; c) justiça gratuita inclusive 
perante CRI (idem Estatuto da Cidade – Lei 10.257/2001) 
4) USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL (art. 191, Parágrafo Único, CF/88):- 
-usucapião “pro labore”, 
-área igual ou inferior a 50 hectares, 
-não ser proprietário de outro imóvel, 
-utilização do instituto por uma única vez, 
-prazo de 5 (cinco) anos de posse, 
-tornar a terra produtiva, dela retirar seu sustento e nela ter sua moradia, 
-posse de boa fé, não sendo necessário o justo título, 
-usucapiente brasileiro (aquisição limitada para estrangeiro). 
 
5) USUCAPIÃO COLETIVO (Estatuto da Cidade – L.10.257/2001, art.10 ss.) – 
aquisição da propriedade por várias pessoas de baixa renda e não proprietários de 
outro imóvel, de área superior a 250m2, onde instalada a moradia, por posse de pelo 
menos 5 anos (independe de boa fé e pode haver a soma do tempo de posse do 
antecessor) e frações não identificadas (condomínio indivisível, salvo mediante 
deliberação de, no mínimo, 2/3 dos condôminos e no caso de execução de 
urbanização posterior à constituição do condomínio) – rito sumário. 
OBS.: CC,1228, §4º e §5º: Ação de Adjudicação com Indenização: quando a área for 
extensa, possuída por várias pessoas com posse ininterrupta e de boa fé, nela 
realizado obras ou serviços de interesse social e econômico relevante, adquirirão a 
propriedade mediante pagamento de indenização em resposta a reivindicatória. 
 
6) USUCAPIÃO FAMILIAR (CC, 1240-A): 
- Prazo: 2 anos 
- Objeto: imóvel urbano de até 250m2 
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- Requisitos: copropriedade/composse anterior com ex-cônjuge ou ex-companheiro 
que abandonou o lar, uso essencial para moradia, não ser proprietário de outro 
imóvel urbano ou rural, utilização única de uma ação de usucapião familiar. 
 
USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL (NCPC, 1071): mediante requerimento assinado pelo 
advogado representante, instruído com uma ata notarial, planta e memorial 
descritivo do imóvel, certidões negativas e outros documentos, apresentará o pedido 
ao registro de imóveis em cuja circunscrição esteja localizado o imóvel usucapiendo, 
onde será protocolado, autuado e tomadas todas as providências necessárias ao 
reconhecimento da posse aquisitiva da propriedade imobiliária e seu registro em 
nome do possuidor (semelhante à retificação consensual de matrícula imobiliária – 
tramitação aproximada de 90 a 120 dias) – não impede ação judicial de usucapião 
no caso de indeferimento da usucapião extrajudicial. 
 
PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL: 
1) ALIENAÇÃO 
2) RENÚNCIA 
3) ABANDONO (3 anos – Município/DF (urbano), União (rural) – cessada a 
posse e não satisfeitos os ônus fiscais) 
4) PERECIMENTO 
5) DESAPROPRIAÇÃO 
_____________________________________ 
RESTRIÇÕES AO DIREITO DE PROPRIEDADE: 
1) CONFISCO 
2) DESAPROPRIAÇÃO – DIRETA 
 – INDIRETA 
 – REFORMA AGRÁRIA 
 – ESTATUTO DA CIDADE 
3) REQUISIÇÕES – ADMINISTRATIVA 
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23 
 – MILITAR 
 – ELEITORAL 
4) TOMBAMENTO 
5) POSTURAS ADMINISTRATIVAS 
6) SERVIDÕES ADMINISTRATIVAS 
7) DECORRENTES DO DIREITO CIVIL / DE VIZINHANÇA 
 
 
PROPRIEDADE MÓVEL: 
1) USUCAPIÃO a)EXTRAORDINÁRIO: 5 anos 
b)ORDINÁRIO: 3 anos, justo título e boa fé 
 
2) OCUPAÇÃO: assenhorar-se de coisa alheia, sem caracterização de ato defeso 
em lei. 
 
3) ACHADO DE TESOURO: dividido entre o descobridor e o proprietário do imóvel 
particular ou aforado (será só do proprietário do imóvel se achado por ele, 
decorrente de pesquisa que ordenou ou por terceiro não autorizado). 
 
4) TRADIÇÃO: entrega da coisa pelo alienante proprietário (o negócio jurídico, por si 
só, não transfere a propriedade, mas se a posse foi transferida ao adquirente e o 
alienante adquirir posteriormente a propriedade, a tradição aperfeiçoa a propriedade, 
exceto se nulo o negócio jurídico). 
 
5) ESPECIFICAÇÃO: espécie nova a partir do trabalho em matéria prima – 
propriedade do proprietário da matéria prima (inclusive quando o especificador for de 
má fé), exceto se a espécie nova for mais valiosa que a matéria prima ou não puder 
reduzir à forma anterior, quando de boa fé o especificador. 
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24 
 
6) CONFUSÃO (mistura homogênea – indissolubilidade dos ingredientes) 
COMISTÃO (mistura não homogênea – separável por procedimento elaborado) 
ADJUNÇÃO (ajuntamento – separável por catação) 
 
 
DIREITO DE VIZINHANÇA 
1) USO ANORMAL DA PROPRIEDADE: objetiva segurança, saúde e sossego dos 
vizinhos, podendo exigir demolição, reparação necessária ou caução por dano 
iminente. Cabimento das ações de Nunciação de Obra Nova com ou sem Embargos 
de Obra Nova (extrajudicial, liminar, cautelar preparatória ou incidental), Demolitória 
(ação provisional satisfativa – CPC, 888, VIII), Cominatória ou de Dano Infecto. 
 
2) ÁRVORES LIMÍTROFES: árvores ou plantas que ficam exatamente na linha 
divisória de propriedades distintas pertencem a ambos os vizinhos – as raízes e os 
ramos que ultrapassarem o plano vertical podem ser cortados desde que não 
prejudique a planta, os frutos caídos pertencem ao proprietário do solo particular 
onde caírem. 
 
3) PASSAGEM FORÇADA: direito de passagem ao dono do prédio que se acha 
encravado, sem saída para via pública, fonte ou porto pelo imóvel mais natural e 
facilmente se prestar à passagem. 
 O dono do prédio serviente tem direito à indenização. Se ocorrer alienação 
parcial do prédio e havendo encravamento, o alienante vizinho fica obrigado a 
conceder passagem ao adquirente da parcela alienada (extingue a outra passagem 
anterior fornecida por outro vizinho, para constranger o alienante à passagem atual – 
NCCB, 1285, §3º). 
 
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25 
4) PASSAGEM DE CABOS E TUBULAÇÕES SUBTERRÂNEAS DE SERVIÇOS DE 
UTILIDADE PÚBLICA: idem passagem forçada indenizada pelo prédio mais 
acessível, devendo ser feita de modo menos gravoso ao prédio onerado, podendo 
ser removida para outro local do imóvel às custas do serviente (se as instalações 
oferecerem grave risco, o proprietário serviente pode exigir as obras de segurança 
pelo proprietário dominante, se não alterar a localização). 
 
 
5) LIMITES ENTRE PRÉDIOS: AÇÃO DEMARCATÓRIA – o proprietário tem direito 
de exigir de seu vizinho que com ele proceda à DEMARCAÇÃO, AVIVENTAR 
RUMOS APAGADOS ou RENOVAR MARCOS DESTRUÍDOS, repartindo-se 
proporcionalmente as despesas (jurisdição voluntária – Ação Demarcatória Simples). 
# Havendo confusão nos limites, a ação transforma-se para jurisdição contenciosa – 
Ação Demarcatória Qualificada, conferindo-se a propriedade do excedente ou 
evitando a perda verificada: 
1) Àquele que tiver a posse, 
2) Sendo a posse contestada ou não provada, o excedente/diminuição repartir-
se-á proporcionalmente entre os titulares, se houver divisão cômoda, 
3) Se a divisão não for cômoda, adjudicar-se-á a um dos proprietários, definido 
pela indivisão, mediante indenização ao proprietário prejudicado. 
# Os muros, cercas, valas entre prédios, até prova em contrário, é dos confinantes. 
 
6) DIREITO DE CONSTRUIR: o proprietário pode edificar no seu imóvel as 
construções que lhe aprouver, desde que observadas as posturas municipais e o 
direito do vizinho: 
a) não pode deitar goteiras (as calhas não podem desaguar no vizinho) a menos 
de 10cm da divisa; 
b) janela, sacadas, terraços a menos de 1,5m da divisa, com visão direta – o 
prazo para exigir o fechamento é de 1a1d após a conclusão da obra (após 
esse prazo, o prejudicado nãopoderá construir janela, sacada ou terraço a 
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26 
menos de 1,5m da divisa com visão direta, nem impedir ou dificultar o 
escoamento das águas pluviais, com prejuízo para o prédio vizinho) – 
aberturas com visão perpendicular distante 75 cm da divisa; 
c) não cabe ação contra frestas ou seteiras não maiores de 10 X 20cm 
construídas a mais de 2m de altura do piso, mas pode, a qualquer tempo, 
vedar-lhe a abertura; 
d) na zona rural, a edificação deve estar a pelo menos 3m do terreno vizinho; 
e) parede divisória urbana pode ser madeirada ou travejada, se agüentar, 
mediante indenização pela meia parede e meio chão – se o alicerce não 
aguentar, o outro deve levantar novo alicerce ou parede, prestando caução 
pelos riscos a que expõe a obra anterior); 
f) o 1º que construir poderá, definindo a largura e profundidade do alicerce, 
avançar meia espessura, sem perder o direito à indenização pelo 
travejamento; 
g) quaisquer dos confinantes pode altear a parede divisória, reconstruindo o 
alicerce para suportar o alteamento e arcando com as despesas sozinho ou 
pela metade, se o vizinho adquirir a meação também da parte aumentada; 
h) o condômino de parede-meia não pode encostar chaminés, fornos, aparelhos 
ou depósitos suscetíveis de produzir infiltrações ou interferências prejudiciais, 
exceto chaminés ordinárias ou fogões de cozinha comum; 
i) ao vizinho são proibidas construções ou escavações que possam poluir, 
inutilizar ou suprimir água de poço ou nascentes; 
j) não é permitida a execução de obra ou serviço suscetível de provocar 
desmoronamento ou deslocamento de terra ou que comprometa a segurança 
do prédio vizinho, senão após as obras acautelatórias; 
k) o vizinho deve tolerar que o outro adentre em seu imóvel, desde que 
previamente avisado, para reparação da obra; construção; limpeza de esgoto, 
goteiras, aparelhos higiênicos, poços, nascentes; aparo de cerca viva; 
resgatar coisas ou animais de sua posse ou propriedade (se vizinho entregar 
a coisa/animal, pode impedir a entrada do outro). 
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# O exercício do direito de vizinhança prescreve em 10 anos (sem previsão de prazo 
menor), sem prejuízo do direito de reparação de danos daí decorrentes, cuja 
prescrição é de 3 anos. 
 
 
 
7) DIREITO DE TAPAGEM: os tapumes divisórios presumem-se comuns, podendo 
ser exigido do vizinho que concorra com o pagamento das despesas para 
construção e conservação do tapume, que pode ser sebes vivas ou árvores 
divisórias, cercas de arame ou madeira, valas, alvenaria, etc, desde que impeçam a 
passagem de animais de grande porte (a obrigação de cercar é do proprietário de 
animais de pequeno porte ou que exija tapume especial). 
8) ÁGUAS: o proprietário de baixo deve tolerar a passagem da água pluvial ou de 
nascente que venha de cima (conformação do solo e lei da gravidade), mas o de 
cima não pode agravar ou prejudicar o de baixo (canalização num só corpo aumenta 
o ímpeto do escoamento/ deitar goteira). 
 FONTES ARTIFICIAIS (poços, olhos d’água escavado) – a passagem pelo 
terreno de baixo é mediante indenização. 
 FONTE NÃO CAPTADA – o proprietário onde inicia a fonte não pode impedir 
o uso pelo vizinho de baixo, se não for captado ou o que sobejar (idem águas 
pluviais), vedada a poluição (contaminação, conspurcação) da água natural 
indispensável às primeiras necessidades (tratando-se de água servida, o proprietário 
deve promover a recuperação da água ou reparação dos danos, se impossível o 
desvio do curso artificial da água). 
 ÁGUAS PLUVIAIS que correm por lugares públicos podem ser utilizadas por 
qualquer do povo, observados os regulamentos administrativos. O proprietário do 
imóvel onde caia a água pluvial não pode desviar o curso das águas remanescentes 
nem impedir o uso pelos prédios inferiores. 
 SERVIDÃO DE AQUEDUTO (canalizar águas superabundantes para prédios 
rústicos que não sejam chácaras, sítios) mediante indenização ao proprietário 
prejudicado (idem à servidão urbana de aqueduto e águas pluviais – CA, art.38) – o 
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28 
aqueduto não impede que os proprietários cerquem os imóveis e construam sobre 
ele, sem prejuízo para sua segurança e conservação, nem impede que os vizinhos 
façam uso das águas do aqueduto para as primeiras necessidades. Se houver 
águas superficiais, outros poderão canalizá-las para recebê-las em seu prédio, 
mediante pagamento de indenização aos proprietários prejudicados e ao dono do 
aqueduto, correspondente ao valor das despesas para condução das águas até o 
ponto de derivação. 
 ÁGUAS PÚBLICAS não podem ter seu curso desviado. A captação 
(montante) e o escoamento de águas servidas (juzante) da/para águas públicas 
sujeitam-se, em alguns Estados-Membros (SP) à outorga do uso da água, mediante 
pagamento de preço público (SP – DAEE) ou taxa. 
 ÁGUAS PARTICULARES podem ter o álveo (curso da corrente) alterado, 
desde que mantenha o mesmo ponto de entrada e de saída para o prédio vizinho. O 
proprietário pode fazer barragens, açudes ou outras obras para represamento de 
água em seu prédio, responsabilizando-se pelos prejuízos que vierem a ser 
causados ao vizinho (reparação do dano, deduzido o valor do benefício obtido), não 
podendo suprimir o fornecimento normal da água aos demais prédios. 
 
DIREITOS 
REAIS DE 
FRUIÇÃO 
1)SUPERFÍCIE (concessão gratuita ou onerosa para construir ou 
plantar em imóvel de propriedade alheia, transmissível 
gratuitamente aos herdeiros causa mortis – indenização ao 
superficiário somente se houve prévia estipulação) – direito de 
preferência ao superficiário no caso de venda da propriedade 
imobiliária. 
2)SERVIDÕES: -PREDIAIS (usucapião para titulação da servidão 
aparente: ordinário em 10 anos/ extraordinário em 20 anos) 
 -DE PASSAGEM ou DE TRÂNSITO 
 -SUBTERRÂNEA 
 -NÃO APARENTES (luz e/ou visão) 
 
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29 
3)USUFRUTO: -IMPRÓPRIO (bens consumíveis) 
 -CONVENCIONAL 
 -LEGAL (dir. família) 
4)USO 
5)HABITAÇÃO 
6) DIREITO DE LAJE 
 
DIREITOS REAIS DE GARANTIA 
1)ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA (venda em leilão, no caso de inadimplemento do 
comprador) 
2)PROMESSA DE VENDA (escritura pública registrada no CRI, sem cláusula de 
arrependimento: ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA) 
3)PENHOR: -móveis 
-agrícola (equipamentos agrícolas) 
-pecuário (animais) 
-industrial ou mercantil 
-direitos e títulos de crédito 
-veículos (transporte ou condução – 2anos máximo) 
-legal (hospedagem, locação rústica ou urbana) 
4)HIPOTECA: 
-convencional 
-legal (às p.j.dir.públ. interno, aos filhos quando os pais passar a outras núpcias 
sem inventário do casal anterior, ao ofendido para recebimento dos danos 
causados por delito e custas judiciais) 
-de vias férreas (registro no CRI do Município da estação inicial, vedada a venda 
das linhas ou fusão de empresas – execução hipotecária intimada ao 
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30 
representante da União ou Estado para remir a estrada de ferro hipotecada, 
pagando o preço da arrematação/adjudicação) 
5)ANTICRESE – garantia sobre os rendimentos de determinado imóvel, por prazo 
certo: supõe-se quitada a dívida, independentemente do valor recebido. 
 
______________________________ 
 
 
 
CONDOMÍNIO 
ORIGEM 
1) CONVENCIONAL 
2) INCIDENTAL (ou eventual) – causas alheias à vontade dos 
condôminos (ex. herança a vários herdeiros) 
3) FORÇADO (ou legal) – imposição da lei (ex. edilício) 
 
 
OBJETO 1) UNIVERSAL: todos os bens, frutos e rendimentos 
2) PARTICULAR: restrito a efeitos ou a determinadas coisas do total 
 
 
NATUREZA 1) ORDINÁRIO (ou transitório):pode cessar a qualquer momento 
2) PERMANENTE: não se extingue em razão da lei ou da natureza 
indivisível 
 
 
FORMA 1) PRO DIVISO: existência só jurídica, mas não de fato (ex. apto.) 
2) PRO INDIVISO: comunhão de fato e de direito 
 
 
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31 
 
 
ESPÉCIES 
1) PAREDES, CERCAS, MUROS E VALAS 
2) COMPÁSCUO (pastagens) 
3) EDILÍCIO- constituição: 
a) destinação do proprietário (venda antes ou depois de concluída a 
obra) 
b) incorporação imobiliária (alienação de unidades autônomas) 
c) por testamento (herança com esta configuração) 
d) constituição do regime pelos herdeiros ou proprietários 
 
 
ADMINISTRAÇÃO 1)SÍNDICO / SUB SÍNDICO 
2)ADMINISTRADOR 
3)ÓRGÃO CONSULTIVO (3 consortes para auxiliar síndico) 
4)ÓRGÃO DELIBERATIVO (Assembleia Geral ou 
Extraordinária)

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