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Instituto Metropolitano de Educação e Cultura LTDA. FAMA – Faculdade Metropolitana de Anápolis. FARMÁCIA. FARMACOTÉCNICA Professor: Marcelo Garcez Rodrigues. Anápolis, 2018. COMPRIMIDOS Comprimidos: Formas farmacêuticas sólidas, de dosagem unitária, forma variada, obtidos por compressão de substâncias medicamentosas secas, contendo, na maioria das vezes, adjuvantes farmacotécnicos adequados. Comprimidos: VANTAGENS: - Facilidade de administração; - Inodoros e insípidos; - Precisão na dosagem; - Boa conservação; - Rapidez na preparação. DESVANTAGENS: - Facilidade de automedicação; - Impossibilidade de adaptação à posologia individual; - Equipamentos específicos para as operações de produção; - Impossibilidade de obtenção econômica de quantidades reduzidas, dado o relativo alto custo do equipamento necessário. Comprimidos – Composição básica: Diluentes ou espessantes = aumentam o volume da formulação possibilitando a obtenção de comprimidos do tamanho desejado. Ex.: Lactose, amido, celulose microcristalina. Aglutinantes ou adesivos = promovem adesão das partículas dos pós. Ex.: PVP, goma acácia, gelatina, ácido algínico. Desintegrantes ou desagregantes = pro- movem a ruptura da massa sólida em par- tículas menores. Ex.: amido, ácido algínico, celulose microcristalina. Fármaco, Princípio ativo ou base medicamentosa Coadjuvantes Farmacotécnicos [Excipientes] Fase Biofarmacêutica: Comprimidos – Composição básica: Deslizantes, lubrificantes ou antiaderentes = previnem aderência dos materiais particulados nas matrizes e punções e conferem brilho aos comprimidos. Ex.: estearato de magnésio, talco farmacêutico. Coadjuvantes Farmacotécnicos [Excipientes] Comprimidos – Composição básica: Adjuvantes diversos = agentes corretivos: - da cor [corantes], - do sabor [saporificantes / edulcorantes], - do aroma [aromatizantes], - do sabor e do odor [flavorizantes]. Coadjuvantes Farmacotécnicos [Excipientes] Tipos de Comprimidos: - Desintegram rapidamente pela mastigação; - Úteis na administração de comprimidos grandes a crianças e adultos que têm dificuldade para deglutir formas farmacêuticas sólidas. Base cremosa de MANITOL, flavorizantes e corantes COMPRIMIDOS MASTIGÁVEIS Tipos de Comprimidos: - Destinados a serem dissolvidos sob a língua, sendo absorvidos pela mucosa oral; - Indicados para absorção de fármacos que são destruídos pelo suco gástrico e/ou mal absorvidos no trato gastrintestinal. COMPRIMIDOS SUBLINGUAIS Sacarose, lactose, sorbitol, celulose microcristalina, gelatina e gomas Tipos de Comprimidos: - Proporcionam rápido efeito do fármaco. COMPRIMIDOS SUBLINGUAIS Tipos de Comprimidos: - Preparados pela compactação de sais efervescentes que liberam CO2 quando em contato com a H20. Ácido cítrico [1] : Ácido tartárico [2] : Bicarbonato de sódio [3,4] Sal + H2O + CO2. COMPRIMIDOS EFERVESCENTES Tipos de Comprimidos: - Melhora a aparência do comprimido; - Para fármacos com sabor e odor desagradável; - Drageamento protege o comprimido contra o ar e a umidade; - Revestimento é hidrossolúvel e sua dissolução é rápida depois da deglutição. DRÁGEAS comprimidos revestidos com camada de açúcar. COMPRIMIDOS REVESTIDOS COM AÇÚCAR Tipos de Comprimidos: - Desenvolvidos de modo a passarem intactos através do estômago e alcançarem o intestino, onde se desintegram para permitir a dissolução e absorção e/ou efeitos terapêutico do fármaco; - Empregados quando a substância ativa é destruída pelo ácido gástrico, é particularmente irritante à mucosa gástrica ou, ainda, quando a passagem pelo estômago aumenta de forma substancial a absorção do fármaco; - Características de liberação retardada. - Revestimento: goma-laca farmacêutica, acetoftalato de celulose, ftalato de hidroxipropilmetilcelulose. COMPRIMIDOS COM REVESTIMENTO ENTÉRICO GASTRORRESISTENTES Tipos de Comprimidos: COMPRIMIDOS COM REVESTIMENTO ENTÉRICO Revestimento GASTRORRESISTENTE: Copolímero do ácido metacrílico, Talco farmacêutico, NaOH e Citrato de trietilo Tipos de Comprimidos: - Desenvolvidos para liberar o fármaco de modo predeterminado, durante um período prolongado. - VANTAGENS: - Redução das flutuações da concentração do fármaco; - Redução da frequência de administração; - Maior conveniência e adesão do paciente; - Redução dos efeitos colaterais; - Redução dos custos de atendimento de saúde. COMPRIMIDOS DE LIBERAÇÃO CONTROLADA Tipos de Comprimidos: - COMPRIMIDOS OBTIDOS POR MÚLTIPLAS COMPRESSÕES [Comprimidos de múltiplas camadas]: - Comprimido inserido em outro: com uma camada interna constituindo o núcleo e a camada externa – o invólucro [1]; - Comprimido com multicamadas paralelas [2]. COMPRIMIDOS DE LIBERAÇÃO CONTROLADA núcleo 1 2 Camada 1 Camada 2 Tipos de Comprimidos: - COMPRIMIDOS REVESTIDOS COM MATRIZ INSOLÚVEL: COMPRIMIDOS DE LIBERAÇÃO CONTROLADA etilcelulose Tipos de Comprimidos: - SISTEMAS MATRICIAIS HIDROFÍLICOS: COMPRIMIDOS DE LIBERAÇÃO CONTROLADA Hidroxipropil- metilcelulose (HPMC) Tipos de Comprimidos: - BOMBA OSMÓTICA DE LIBERAÇÃO: COMPRIMIDOS DE LIBERAÇÃO CONTROLADA Tipos de Comprimidos: COMPRIMIDOS DE LIBERAÇÃO CONTROLADA Tipos de Comprimidos: COMPRIMIDOS DE LIBERAÇÃO CONTROLADA Tipos de Comprimidos: COMPRIMIDOS DE LIBERAÇÃO MODIFICADA Padrões de qualidade: - √ Peso médio e uniformidade de peso; - √ Dureza (resistência à quebra); - √ Friabilidade [tendência a fragmentar-se / sofrer erosão mecânica friabilômetro]; - √ Desintegração; - √ Dissolução. Padrões de qualidade: - √ Dureza(resistência à quebra); Aparelho para testar a dureza de comprimidos Força de 4 kg » força mínima permitida para um comprimido satisfatório Padrões de qualidade: - √ Friabilidade [tendência a fragmentar-se / sofrer erosão mecânica friabilômetro]; Aparelho para testar a friabilidade de comprimidos Motor » 20 rpm Perda de peso máxima aceitável: 1% Padrões de qualidade: - √ Desintegração; Aparelho para testar a desintegração de comprimidos Frequência: 29 a 32 ciclos / minuto (água a 37º C) Comprimidos bucais » 4 horas Padrões de qualidade: - √ Dissolução. Aparelho para testar a dissolução de comprimidos Meio de dissolução: 37º +/- 0,5ºC. Comprimido deve satisfazer os requisitos da monografia no tocante à velocidade de dissolução GRANULAÇÃO POR VIA ÚMIDA Métodos de produção de Comprimidos: GRANULAÇÃO POR VIA SECA COMPRESSÃO DIRETA Tipos de Comprimidos: GRANULAÇÃO POR VIA ÚMIDA *Malaxagem = Molhagem da mistura de pós Adjuvantes = Dil. / Desint. * Aglutinantes líquidos Mistura Produção de Comprimidos: - Obs.: Técnica amplamente empregada para a produção de comprimidos obtidos por compressão. Etapas: PESAGEM e MISTURA = substância ativa, diluente ou material de enchimento e desintegrante necessários na formulação do comprimido são pesados nas quantidades exigidas e mantidos sob agitação em um misturador de pós até a obtenção de uma mistura homogênea; - Importância na seleção do excipiente: - Sais de cálcio » não devem ser empregados na preparação de comprimidos de tetraciclina Ca++ interfere na absorção do fármaco; - LACTOSE solubilidade e compatibilidade; - CELULOSE MICROCRISTALINA capacidade de compactação, compatibilidade e facilidade de fornecimento. GRANULAÇÃO POR VIA ÚMIDA Produção de Comprimidos: PREPARAÇÃO DA MASSA ÚMIDA: - O aglutinante líquido é adicionado à mistura de pós para facilitar a adesão das partículas; - Uma massa úmida semelhante a uma pasta é formada e usada para preparar os grânulos; - Um bom aglutinante conduz à obtenção de comprimidos de dureza apropriada e não impede a liberação do fármaco; - Aglutinantes: Povidona, preparação aquosa de amido de milho (10 – 20%), solução de glicose (25 – 50%), resinas naturais (como acácia), derivados da celulose (metilcelulose, carboximetilcelulose e celulose microcristalina). GRANULAÇÃO POR VIA ÚMIDA Produção de Comprimidos: TRANSFORMAÇÃO DA MASSA ÚMIDA EM GRÂNULOS: - A massa úmida é passada através de um tamis para preparar os grânulos; - Processo pode ser realizado manualmente ou em equipamento especial para granulação que fazem a extrusão da massa úmida através de perfurações. SECAGEM DOS GRÂNULOS: - Os grânulos podem ser secos em estufas especiais controladas por termostato, com medida e registro constantes de tempo, temperatura e umidade. GRANULAÇÃO POR VIA ÚMIDA Produção de Comprimidos: CALIBRAÇÃO: - Após a secagem, os grânulos são passados através de um tamis de malha menor do que a usada para a sua preparação; - O grau ao qual eles são reduzidos depende do tamanho dos punções que serão usados; - Em geral, quanto menor for o comprimido a ser produzido, menores devem ser os grânulos. GRANULAÇÃO POR VIA ÚMIDA Produção de Comprimidos: LUBRIFICAÇÃO: - Após calibração do tamanho dos grânulos, um lubrificante seco é pulverizado sobre eles com auxílio de um tamis de malha fina; - Os lubrificantes melhoram o fluxo a partir do alimentador para a matriz; previnem a adesão dos comprimidos nos punções e na matriz durante e compressão; reduzem o atrito entre o comprimido e a parede da matriz durante a ejeção da máquina e conferem brilho aos comprimidos acabados; - Lubrificantes: estearato de magnésio, ácido esteárico, talco farmacêutico e fumarato de estearila sódica. GRANULAÇÃO POR VIA ÚMIDA Produção de Comprimidos: COMPRESSÃO: - Há diversos tipos de prensas ou máquinas, as quais variam de acordo com a produtividade, mas são semelhantes quanto à operação básica; - A operação é a compressão do granulado no interior de uma matriz de aço, através da pressão exercida pelo movimento de dois punções de aço, um inferior e outro superior. GRANULAÇÃO POR VIA ÚMIDA Produção de Comprimidos: COMPRESSÃO Produção de Comprimidos: COMPRESSÃO Produção de Comprimidos: Técnicas de granulação em uma única etapa: - Os avanços da tecnologia agora permitem a obtenção de grânulos em um processo de leito fluidizado contínuo, usando um único equipamento, o granulador de leito fluidizado. Realiza as seguintes etapas: - (a) Pré-mistura dos pós da formulação, incluindo substâncias ativas, diluentes, desintegrantes, em um leito de ar fluidizado; - (b) Granulação da mistura por meio da atomização de um aglutinante líquido sobre o leito de pós: solução aquosa de goma arábica, hidroxipropilcelulose ou povidona; - (c) Secagem dos grânulos até a obtenção do teor de umidade necessário. GRANULAÇÃO POR VIA ÚMIDA Produção de Comprimidos: Produção de Comprimidos: VANTAGENS: - Aumenta a coesão, uniformidade, densidade, fluxo e compressibilidade dos pós, pelo aumento do tamanho e esfericidade das partículas; - Reduz o ar incorporadonos pós » secagem (pós mais compactados); - Reduz o nível de pó e contaminação cruzada durante a compressão. GRANULAÇÃO POR VIA ÚMIDA Produção de Comprimidos: LIMITAÇÕES: - Requer espaço, tempo e equipamentos, o processo é mais trabalhoso que o utilizado para a granulação seca devido as operações de mistura e granulação úmida e secagem; - Devido ao maior número de operações unitárias requer maior número de equipamentos e maior área com controle de temperatura e umidade; - O tempo gasto é maior e o de energia também principalmente para a granulação úmida e secagem; - Efeito da temperatura, tempo e taxa de umidade no fármaco durante o processo, podem interferir na estabilidade do produto. GRANULAÇÃO POR VIA ÚMIDA Produção de Comprimidos: CONSIDERAÇÕES: - Os produtos existentes no mercado que utilizam o método de granulação úmida já estão consagrados quanto a sua estabilidade, eficácia, sendo que a troca pela compressão direta exige novos estudos e validação do produto; - Apesar de vários fármacos servirem para a compressão direta, é necessário que seja feita grandes mudanças nos ingredientes da fórmula e no processo de fabricação. GRANULAÇÃO POR VIA ÚMIDA Tipos de Comprimidos: GRANULAÇÃO A SECO Mistura Compressão 1 Compressão 2 Produção de Comprimidos: - No método a seco, o grânulo não é formado por umedecimento ou adição de um aglutinante à mistura em pó, e sim por compactação na forma de grandes comprimidos e subsequente aglomeração e redução a grânulos menores DUPLA COMPRESSÃO; - Método desejável para fármacos sensíveis a temperatura (termolábeis) e umidade; - Utilizado quando o fármaco tem suficiente coesividade permite compressão. GRANULAÇÃO POR VIA SECA Produção de Comprimidos: PESAGEM e MISTURA dos componentes; COMPACTAÇÃO = os pós são compactados em forma de grandes comprimidos. Os comprimidos compactados devem ser duros o suficiente para serem quebrados sem produzir quantidade excessiva de pó; MOAGEM = as massas compactadas (comprimidos grandes) são quebradas em moinhos; CALIBRAÇÃO dos grânulos = Passagem dos grânulos através de um tamis do tamanho desejado para calibrar os grânulos; LUBRIFICAÇÃO; COMPRESSÃO. GRANULAÇÃO POR VIA SECA Produção de Comprimidos: VANTAGENS: - Reduções podem ocorrer no número de áreas para as operações unitárias, além da redução de tempo de processo, mão-de-obra e gastos de energia, pela ausência da etapa de secagem; - Menor número de operações e equipamentos para validar; - Permite a granulação de substâncias higroscópicas, termolábeis ou sensíveis à umidade. Ex.: AAS » hidrolisado quando exposto à umidade transformado em comprimido após granulação a seco. GRANULAÇÃO POR VIA SECA Produção de Comprimidos: DESVANTAGENS: - Dificuldade de alimentação da máquina durante a pré- compressão não ocorre adição de aglutinantes líquidos; - Não pode ser generalizado para todas as substâncias em função de suas caraterísticas próprias e da proporção entre P.A. e excipientes. GRANULAÇÃO POR VIA SECA Tipos de Comprimidos: COMPRESSÃO DIRETA Fosfato de cálcio diidratado Não há formação de grânulos Produção de Comprimidos: - Método utilizado para substâncias químicas que possuem fluxo livre e propriedades coesivas que as tornam passíveis de serem compactadas diretamente em máquinas de comprimir, sem necessidade de granulação úmida ou seca; - O número de fármacos que podem ser transformados em comprimidos sem granulação prévia é muito pequeno. Ex.: Cloreto de potássio / Metenamina (Sepurin®) » pH ácido (urina) formaldeído (antisséptico – bactericida) e amônia. COMPRESSÃO DIRETA Produção de Comprimidos: - Para substâncias desprovidas de fluxo livre e coesividade, excipientes farmacêuticos especiais podem ser usados para conferir as qualidade necessárias para a produção de comprimidos por compressão direta: - Diluentes = lactose nebulizada, misturas de amido de milho e açúcar invertido, celulose microcristalina, fosfato de cálcio; - Desintegrantes = amido pra compressão direta, carboximetilcelulose reticulada, polivinilpirrolidona reticulada; - Lubrificantes = estearato de magnésio; - Deslizantes = dióxido de silício. COMPRESSÃO DIRETA
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