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4. Nulidade No processo penal a nulidade tem duas formas sendo a primeira majoritária e a segunda minoritária; sendo elas a sanção processual de ineficácia e o defeito do ato processual. Na ordem já mencionada, se refere a uma sanção que será aplicada ao ato processual defeituoso impedindo os efeitos dele. Quando se fala em “declaração da nulidade” é porque a lei em sua forma prescrita não foi observada tendo como consequência o ato vicioso, assim se encaixa a nulidade para barrar os efeitos do mesmo. Enquanto a outra trata-se da nulidade como uma qualidade, uma característica do ato processual. 4.1. Espécie de Nulidade Ela se subdivide em três maneiras de modo doutrinário, sendo a terceira minoritário; sendo elas absoluta, relativa e anulabilidade, como veremos a seguir. 4.1.1. Nulidade Absoluta Em busca de um processo justo ocorre de modo constante uma transgressão ao interesse público, sendo este um vício. A absoluta tem como característica o prejuízo presumido e arguição a qualquer momento. A primeira tem como base o princípio pas des nullités sans grief isto é não há nulidade sem prejuízo. O artigo 563 do código de processo penal: "Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.", ou seja este prejuízo tem que ser concreto; a maioria da doutrina diz que ela é presumida ,portanto a partir do momento em que não se tem esse prejuízo seja da defesa ou acusação, não cabe a nulidade. Por se tratar de uma natureza relativa ocorre uma inversão na regra do caput do artigo já mencionado, sendo este o ônus da prova exemplificando que a parte responsável pela alegação de nulidade absoluta fica isento de provar o prejuízo, passando assim a outra parte esta responsabilidade, desde que tenha interesse no ato. O segundo a arguição poderá ocorrer em qualquer momento antes do trânsito em julgado. Em regra, o erro do ato absolutamente nulo não pode ser convalidada e nem saneada. Mas quando se trata de sentença absolutória própria poderá ser convalidada já que a revisão criminal pro societate não é aceita. Já quando for a sentença condenatória ou absolutória imprópria, pode ser até mesmo depois do trânsito em julgado, tendo como ferramenta o habeas corpos em desfavor do condenado e a revisão criminal. Os Tribunais Superiores estão de modo temporário restringido apenas as instâncias recursais ordinárias; mas poderá por exemplo, expedir uma ordem de habeas corpus desde que não passe por cima de nenhuma instância. 4.1.1.1. Hipóteses de nulidade absoluta Tem a natureza absolutória todos aqueles do artigo 564 do código de processo penal que não estão ressalvados pela convalidação e a sanação, sendo estas previstas no artigo 572 do mesmo código. Outra hipótese é quando apresentar irregularidade contínuas na Constituição Federal e nos Tratados Internacionais de Direitos Humanos, mesmo que não apresentados no artigo 564. E a última é em decorrência de não estar prevista expressamente na lei ou que transgrida o que consta nela de modo a afetar o interesse público. 4.1.2 Nulidade relativa São aquelas contra as normas infraconstitucionais, que buscam proteger o interesse das partes; caracterizadas pela comprovação do prejuízo e pela arguição oportuna, sob pena de preclusão e consequente convalidação. Enquanto a absoluta é presumida, o prejuízo na relativa deve ser comprovado, por conta da falta de atenção perante a forma prescrita na lei. A segunda característica cabe quando se tratar de um momento oportuno já que pode ser feita até depois do trânsito em julgado como já mencionado neste capítulo, tendo como punição a preclusão e consequentemente a convalidação. 4.1.2.1 Hipótese de nulidade relativa Primeiramente são aquelas no artigo 564 que cabe sanação e a convalidação, já que a partir do momento que poderá vir a caber preclusão, esta será nulidade relativa. A outra é a mesma da última característica da nulidade absoluta, mas ao contrário da dela esse visa o interesse das partes; exemplo dela é a ausência das cartas precatórias. 4.1.2.2. Momento para a arguição das nulidades relativas Quando se fala em “momento oportuno” tem em mente que deve seguir o artigo 571 do código processual penal, lembrando que ao longo dos anos ocorreu mudanças estás que serão mencionadas a seguir devido a lei nº 7.209/84,8.039/90 e 8.658/93,11.689/08 e 11.719/08. No inciso I do artigo 571 menciona como prazo o artigo 401, expressava que deveria ocorrer as alegações finais das partes ao fim da 1º fase do procedimento de júri, mas em 2008 isso veio a mudar passando a ser oralmente as alegações da parte segundo o artigo 411, §4°,5° e 6°;tendo como pena a preclusão temporal. Em continuação ao artigo citado a cima, no inciso II, que constava as alegações finais nos crimes que tem pena de reclusão no fim do procedimento comum, com a reforma de 2008, passa a ser orais que serão no fim da audiência de instrução e julgamento como expressa o artigo 403 do código de processo penal. No caso de tratar de um crime mais difícil o juiz pode optar por memoriais. Referido a mesma norma, em seu inciso III, traz que o artigo537 que se refere expressamente no inciso, foi revogado; por isso deve ser seguido o mesmo que ocorre no procedimentos comum ordinário. Já que nas de comum sumário deve ser entre o oferecimento da peça acusatória e a citação do acusado, aquelas que forem após a apresentação de respostas ao acusado será penalizado com a preclusão. Inciso IV, menciona um Capítulo, este trata de como aplicar a medida de segurança por fato não criminoso o que demonstra nos artigos 549 ao 555.A partir da reforma da lei n° 7.208/84, veio para revogar tanto o Capítulo VII, Título II e do Livro II mencionado, como o artigo 571, IV. Dando andamento aos incisos, o V devido a mudança deve ser interpretado na forma que quando vier a ocorrer as nulidades relativas depois da preparação do processo para que seja julgado no plenário, deverão ser arguidas de modo imediato, após ocorrer o julgamento e proclamado as partes. No VI do artigo 571, faz menção ao artigo 500 que expressava referente as alegações escritas; mas com a mudança este passa a ser revogado o que consequentemente cabe à todos os TJs, ao TRF, STJ e STF em suas competências deverão seguir os artigos 1° e 12° da lei n°8.038/90.Então a nulidade relativa depois dessas mudanças, devem ser arguidas por apresentar as alegações escritas ou na sustentação oral; correndo risco de precluir; estes ocorre nos processos que forem gerados no Tribunais. Um dos poucos incisos que não foi modificado é o VII, já que em sua redação consta que “se verificadas após a decisão da primeira instância, nas razões de recurso ou logo depois de anunciado o julgamento do recurso e apregoadas as partes” seja por sustentação oral em juízo de instância superior; quando tiver ausência de fundamentação ou qualquer irregularidade que surja entre as alegações finais e a decisão na primeira instância. Portanto quando forem depois dessa decisão quando forem alegadas em um momento oportuno, esta pode ser novamente preliminar de recurso interposto, deixando longe de precluir. O último inciso sendo ele o VIII, mostra que nos casos expressos nele, a arguição deve ser de modo imediato correndo risco de precluir no tempo e decorrer em uma convalidação do vício. Exemplo trago pelo doutrinador Renato Brasileiro “de nulidade relativa que deve ser arguida em plenário do júri imediatamente após sua ocorrência, podemos citar a impugnação aos quesitos formulados pelo juiz-presidente.” 4.1.3 Anulabilidades Estas estão sujeitas no artigo 527 do código de processo penal e naqueles que não prevê a nulidade; o juiz não pode conhecer de ofício cabendo apenas as partes. Trata-se daquelas que protegem as partes, mais como a nulidade relativa está também sujeita as impeditivas,mas ao contrário da mesma cabe as sanatórias. 4.2. Reconhecimento das Nulidades 4.2.1. Na primeira instância Não há impedimento ao juiz para que estabeleça o tipo de nulidade oficialmente. Caso ele não reconheça nenhum dos dois tipos, poderá as partes entrar para defender seja o fato da nulidade relativa, lembrando que a um momento certo; como na absolutória que poderá ser a qualquer momento. 4.2.2. Na segunda instância Enquanto na 1° o juiz é livre, quando vai para a 2° instância é recurso, e devido ao efeito devolutivo o Tribunal está sujeito a decisão da parte que entrou com o recurso, assim mantém a regra da inércia da jurisdição, para evitar a instigação das partes. A Súmula n° 160 do Supremo traz que “É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não argüida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício.” abrindo espaço para três correntes: O Tribunal se torna livre para decidir e por meio do reexame não poderá precluir nada que dali for sentenciado; sendo este o recurso oficial. O Tribunal também é livre para decidir, desde que neste caso seja de modo a prejudicar o acusado e por conta da interposição do recurso o vício tenha sido entregue a instância superior. Este é o recurso á acusação. Contando com o princípio da reformatio in mellus, o Tribunal tem a liberdade para decidir em favor do acusado mesmo que a matéria não esteja expressa cientemente para o Tribunal. O recurso desta corrente é da acusação ou defesa.
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