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QUESTÕES - OAB - 1ª FASE
QUESTÕES CORRIGIDAS E COMENTADAS DA PROVA DA OAB
 1ª Fase
 (Questão 60 - OAB/Exame IX) Tendo como base o instituto da ação penal, assinale a afirmativa correta.
A) Na ação penal privada vigora o princípio da oportunidade ou conveniência.
ALTERNATIVA CORRETA – Na Ação Penal Privada vigora o princípio da oportunidade/conveniência, tendo em vista que o início da ação dependerá da vontade do ofendido, ou seja, se ele deseja ou não, ou ainda, se lhe convém iniciar uma ação penal privada. Diferentemente da Ação Penal Pública onde se aplica o princípio da obrigatoriedade.
B) A ação penal privada subsidiária da pública fere dispositivo constitucional que atribui ao Ministério Público o direito exclusivo de iniciar a ação pública.
ALTERNATIVA INCORRETA – A Ação Penal Privada subsidiária da pública não é inconstitucional, sua previsão esta no artigo 5º, inciso LIX da própria Constituição, que assim diz: “será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
Além da previsão constitucional, a ação penal privada subsidiária da pública encontra base de existência no artigo 100, §3º do CP, e no artigo 29 do CPP
C) Como o Código Penal é silente no tocante à natureza da ação penal no crime de lesão corporal culposa, verifica-se que a referida infração será de ação penal pública incondicionada.
ALTERNATIVA INCORRETA – O crime de lesão corporal culposa (art.129, §6 do CP) possui pena de dois meses a um ano. Desta forma, adéqua-se perfeitamente ao conceito de infração de menor potencial ofensivo visto no artigo 61 da Lei 9099/95, que determina no seu artigo 88 que os crimes de lesões corporais leves e lesões culposas, independentemente do silêncio do legislador, serão processados mediante representação do ofendido.
CUIDADO – O STF entende que no caso de violência doméstica praticada contra mulher em razão de gênero, não se aplicam os dispositivos da Lei 9099/95, sendo, portanto, os crimes de lesões corporais leves e lesões culposas de ação penal pública incondicionada.
D) A legitimidade para ajuizamento da queixa-crime na ação penal exclusivamente privada (ou propriamente dita) é unicamente do ofendido.
ALTERNATIVA INCORRETA – O CPP deixou de forma expressa no seu artigo 30, que tanto o ofendido, como qualquer das pessoas elencadas no artigo 24, §1º do CPP, poderão intentar a ação penal privada.
(Questão 61 - OAB/Exame IX) Acerca das causas excludentes de ilicitude e extintivas de punibilidade, assinale a afirmativa incorreta.
A) A coação moral irresistível exclui a culpabilidade, enquanto que a coação física irresistível exclui a própria conduta, de modo que, nesta segunda hipótese, sequer chegamos a analisar a tipicidade, pois não há conduta penalmente relevante.
ALTERNATIVA CORRETA – O objeto da questão não é a coação moral irresistível vista no artigo 22 do CP, mas sim a coação física que é exercida sobre alguém. Se alguma pessoa é obrigada fisicamente a praticar um ato, quando não se possui domínio sobre seu próprio corpo, não se verifica presente o elemento do fato típico que é a conduta humana voluntária. Logo, não havendo conduta não se verifica a prática de crime.
B) Em um bar, Caio, por notar que Tício olhava maliciosamente para sua namorada, desfere contra este um soco no rosto. Aturdido, Tício vai ao chão, levantando-se em seguida, e vai atrás de Caio e o interpela quando este já estava saindo do bar. Ao voltar-se para trás, atendendo ao chamado, Caio é surpreendido com um soco no ventre. Tício praticou conduta típica, mas amparada por uma causa excludente de ilicitude.
ALTERNATIVA INCORRETA – O problema tenda induzir o examinado a acreditar que tratar-se de uma legítima defesa. Ocorre que da forma posta não se é possível verificar a existência de uma Legítima Defesa, haja vista que não se verifica nenhum dos elementos do artigo 25 do CP “Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. 
C) Mévio, atendendo a ordem dada por seu líder religioso e, com o intuito de converter Rufus, permanece na residência deste à sua revelia, ou seja, sem o seu consentimento. Neste caso, Mévio, mesmo cumprindo ordem de seu superior e mesmo sendo tal ordem não manifestamente ilegal, pratica crime de violação de domicílio (Art. 150 do Código Penal), não estando amparado pela obediência hierárquica.
ALTERNATIVA CORRETA – A excludente de culpabilidade vista pela obediência hierárquica não é possível quando a ordem é manifestamente ilegal, assim como a vista na alternativa. No caso, a ordem dada a Mévio era manifestamente ilegal de forma que deverá sim responder pelo crime de violação de domicílio.
D) O consentimento do ofendido não foi previsto pelo nosso ordenamento jurídico-penal como uma causa de exclusão da ilicitude. Todavia, sua natureza justificante é pacificamente aceita, desde que, entre outros requisitos, o ofendido seja capaz de consentir e que tal consentimento recaia sobre bem disponível. 
ALTERNATIVA CORRETA – Havendo consentido e se tratando de bem jurídico disponível, não se considerar uma conduta como sendo ilícita.
(Questão 62 - OAB/Exame IX) José subtrai o carro de um jovem que lhe era totalmente desconhecido, chamado João. Tal subtração deu-se mediante o emprego de grave ameaça exercida pela utilização de arma de fogo. João, entretanto, rapaz jovem e de boa saúde, sem qualquer histórico de doença cardiovascular, assusta-se de tal forma com a arma, que vem a óbito em virtude de ataque cardíaco.
 Com base no cenário acima, assinale a afirmativa correta.
A) José responde por latrocínio.
ALTERNATIVA INCORRETA – Não deve José responder pelo resultado morte, tendo em vista que esse resultado não pode ser imputado, posto que sequer era previsível sua ocorrência, considerando para tanto, as características das vítima. O evento morte foi superveniente ao crime de roubo na forma que dispõe o artigo 13, §1º do CP.
B) José não responde pela morte de João.
ALTERNATIVA CORRETA – considerando a situação posta no problema, a única prática criminosa possível de ser imputada a José realmente é apenas o crime de roubo, que foi efetivamente o que deseja praticar. No que tange ao homicídio, deve esse ser considerado como um fato superveniente ao crime de roubo e por isso imputável, exatamente como determina o artigo 13, §2 do CP.
C) José responde em concurso material pelos crimes de roubo e de homicídio culposo.
ALTERNATIVA INCORRETA – Por ausência de imputação possível na forma do artigo 13, §1º do CP, não pode o evento morte ser imputado a José, mas tão somente os atos já praticados por ele, ou seja, o crime de roubo (art. 157, §2º, inciso I do CP).
D) José praticou crime preterdoloso.
ALTERNATIVA INCORRETA – Considera-se crime preterdoloso quando agente que o pratica possui dolo na primeira conduta e culpa na segunda. No caso, José realmente possuía o dolo de praticar o crime de roubo, enquanto que a culpa, que consiste na quebra de um dever de cautela e a previsibilidade do resultado, necessários para a imputação do homicídio culposo, não se fizeram presentes no caso.
(Questão 63 - OAB/Exame IX) Guilherme praticou, em 18/02/2009, contravenção penal de vias de fato (Art. 21 do Decreto Lei n. 3.688/41), tendo sido condenado à pena de multa. A sentença transitou definitivamente em julgado no dia 15/03/2010, mas Guilherme não pagou a multa. No dia 10/07/2010, Guilherme praticou crime de ato obsceno (Art. 233 do CP). Com base na situação descrita e na legislação, assinale a afirmativa correta.
A) Guilherme não pode ser considerado reincidente por conta de uma omissão legislativa.
ALTERNATIVA CORRETA - Ao tratar da reincidência no artigo 63 do CP, o legislador foi taxativo em dizer que só se verificará sua ocorrência quando “o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenhacondenado por crime anterior”. Portanto, no caso do problema, considerando que a condenação anterior se deu por contravenção penal e não por crime, não pode o agente ser tido como reincidente.
B) Guilherme deve ter a pena de multa não paga da primeira condenação convertida em pena privativa de liberdade.
ALTERNATIVA INCORRETA - Com o advento da Lei n.º 9.296/96, não há mais no artigo 51 do CP, a possibilidade que outrora existia de conversão da pena de multa em privativa de liberdade, de modo que hoje, por ausência de previsão legal essa conversão não é mais possível.
C) Guilherme é reincidente, pois praticou novo crime após condenação transitada em julgado.
ALTERNATIVA INCORRETA – Idem fundamentação da “A”
D) A pena de multa não gera reincidência.
ALTERNATIVA INCORRETA – Idem fundamentação da “A”
(Questão 64 - OAB/Exame IX) Jaime, brasileiro, passou a morar em um país estrangeiro no ano de 1999. Assim como seu falecido pai, Jaime tinha por hábito sempre levar consigo acessórios de arma de fogo, o que não era proibido, levando-se em conta a legislação vigente à época, a saber, a Lei n. 9.437/97. Tal hábito foi mantido no país estrangeiro que, em sua legislação, não vedava a conduta. Todavia, em 2012, Jaime resolve vir de férias ao Brasil. Além de matar as saudades dos familiares, Jaime também queria apresentar o país aos seus dois filhos, ambos nascidos no estrangeiro. Ocorre que, dois dias após sua chegada, Jaime foi preso em flagrante por portar ilegalmente acessório de arma de fogo, conduta descrita no Art. 14 da Lei n. 10.826/2003, verbis: “Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar”.
Nesse sentido, podemos afirmar que Jaime agiu em hipótese de
A) erro de proibição direto.
ALTERNATIVA CORRETA - No exemplo dado pela questão, o agente acreditava que não havia proibição em andar portando acessórios de arma de fogo, na verdade desconhecia completamente tal vedação. Da forma que foi relatada a história, o agente agiu em perfeito erro sobre o direito, ou seja, erro sobre a proibição existente, ele possuía plena consciência do que estava fazendo, mas acreditava que não se tratava de crime, e pelas circunstâncias vistas não lhe era exigível ter esse conhecimento, exatamente como prever o artigo 21 do CP:
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
B) erro de tipo essencial.
ALTERNATIVA INCORRETA – O erro de tipo essencial consiste num erro fático sobre a elementar de um tipo penal, ou seja, o indivíduo até conhece a proibição da lei, mas por conta de uma situação fática que esta acontecendo, é levado, por erro, a praticar elementar de tipo penal. Essa espécie de erro não ocorreu no caso, pois conforme visto, o problema indica para o erro de proibição, que diferente do erro de tipo que é um erro fático, ele consiste em um erro sobre o direito.
C) erro de tipo acidental.
ALTERNATIVA INCORRETA – O denominado erro de tipo acidental, diferentemente do erro sobre o tipo e até do erro de proibição, remonta uma ideia de falha durante a execução do crime pretendido. Esse erro pode ocorrer tanto sobre o objeto material do crime, sobre a pessoa visada, ou ainda, erro na própria execução.
D) erro sobre as descriminantes putativas.
ALTERNATIVA INCORRETA – O termo descriminante é sinônimo de excludente, e putativo significa imaginário, ou seja, no caso do problema, seria descriminante putativa se o sujeito acreditasse que estivesse agindo amparado por qualquer das causas excludentes de ilicitude do artigo 23 do CP. Mas veja que só se pode invocar esse benefício quem conhece a proibição da norma, e justamente por conhecer e saber dessa proibição é que acredita esta amparando por uma causa excludente de ilicitude.
(Questão 65 - OAB/Exame IX) Com relação à Lei n. 9.099/95, assinale a afirmativa incorreta.
A) A transação penal consiste na aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas àquele a quem se imputa uma infração de menor potencial ofensivo.
ALTERNATIVA CORRETA – A alternativa repete texto de lei:
(lei 9099/95) Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
B) Não poderá ser oferecida a suspensão condicional do processo ao acusado que tiver sido condenado anteriormente por contravenção penal.
ALTERNATIVA INCORRETA – Conforme redação do artigo 89 da Lei 9.099/95, a suspensão condicional do processo não poderá ocorrer se o acusado tiver sido condenado anteriormente por crime. O texto de lei não usa a expressão contravenção penal, portanto, deve-se considerar apenas o termo crime, até para evitar interpretação criminal para piorar a situação do acusado.
C) Em caso de delito persequível por ação penal pública condicionada à representação, havendo a representação do ofendido, o Ministério Público está legitimado para oferecer transação penal, mesmo que o ofendido se oponha e deseje a continuação do processo.
ALTERNATIVA CORRETA – Sendo crime de ação penal pública o legitimado para fazer a proposta de transação é o MP, conforme art. 76 da Lei 9.099/95.
D) Se, no curso da suspensão condicional do processo, o acusado vier a ser processado por contravenção penal, o benefício poderá ser revogado pelo juiz.
ALTERNATIVA CORRETA – Conforme redação expressa do §4º do artigo 89 da Lei 9.099/95, o magistrado estará facultado a revogar a suspensão condicional do processo se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção penal.
(Questão 66 - OAB/Exame IX) O Código de Processo Penal pátrio menciona que também se considera em flagrante delito quem é perseguido, logo após o delito, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser o perseguido autor da infração.
A essa modalidade dá-se o nome de flagrante
A) impróprio.
ALTERNATIVA CORRETA – Também denominado de “quase flagrante” essa forma de prisão refere-se justamente à situação vista no problema, ou seja, o agente que é perseguido, logo após a prática do crime e acaba sendo preso. Sua previsão esta no artigo 302, inciso III do CPP, que diz:
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
B) ficto.
ALTERNATIVA INCORRETA – Também denominado de “flagrante presumido”, consiste na prisão em flagrante efetuada, logo após a prática do crime, onde por meio de objetos encontrados é possível presumir ser o agente o autor da infração. Sua previsão esta no artigo 302, inciso IV do CPP, que diz:
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
C) diferido ou retardado.
ALTERNATIVA INCORRETA – Também conhecido pelo termo “postergado”, explica a hipótese do flagrante comumente visto nas ações contra o crime organizado e contra o tráfico de drogas, sua prática consiste na atuação do policial que retarda o momento do flagrante, a fim de fazê-la e momento futuro para assim obter melhores provas e informações, e até mesmo possibilitar na ação a prisão dos mentores ou popularmente conhecidos como “cabeças” da organização.
As reservas de lei para essa possibilidade de prisão em flagrante são: Artigo, 2°, inciso II da Lei 9.034/95, e artigo 53, inciso II da 11.343/06.
D) esperado.
ALTERNATIVA INCORRETA – É chamado de esperado porque a policia aguarda a prática do crime paraque em seguida possa prender o indivíduo, na maioria das vezes isso ocorre quando o individuo já estava sendo vigiado, e por isso após a prática do crime a policia realização sua prisão. 
CUIDADO – Deve-se tomar cuidado ao estudar essa modalidade de flagrante, pois se o agente foi provocado pela polícia a realizar o crime, se estará diante do crime impossível, logo a prisão é ilegal.
(Questão 67 - OAB/Exame IX) Em relação aos procedimentos previstos na Lei n. 8.666/93, que instituiu as normas de licitações e contratos da Administração Pública, assinale a afirmativa correta.
A) Todos os crimes definidos na lei de licitação e contratos são de ação penal pública incondicionada.
ALTERNATIVA CORRETA – Trata-se de repetição de texto de lei, conforme artigo 100 da Lei 8666/93, que diz: “Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la.”
B) Somente a vítima poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a ocorrência.
ALTERNATIVA INCORRETA – O termo empregado no inicio da frase já é por si só suspeito. Toda vez que uma questão trouxer expressões como: “somente”, “nunca”, “sempre” e outras, deve-se redobrar a atenção com a questão, pois é quase certo que seja ela a errada. No presente caso, a afirmativa em questão esta errada porque diz que “Somente a vítima poderá provocar a iniciativa do Ministério Público”, quando na verdade, com base no artigo 101 da Lei 8.666/93, qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do MP.
Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a ocorrência.
C) Não será admitida ação penal privada subsidiária da pública.
ALTERNATIVA INCORRETA – Conforme se viu na correção da questão 60, a Ação Penal Privada subsidiária da pública é uma garantia de que o Estado irá no mínimo apurar a prática de uma infração penal, e justamente por ser uma garantia é que consta no artigo 5º, inciso LIX, da pro´ria constituição Federal. Além disso, justificando o porquê da questão esta errada, bem como demonstrando perfeita consonância com o texto constitucional, fez a Lei 8.666/93 por deixar previsto no seu artigo 103, “in verbis”:
 
Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pública, se esta não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal.
D) Da sentença caberá apelação, interponível no prazo de 10 (dez) dias.
ALTERNATIVA INCORRETA – Simplesmente alterou o prazo previsto no artigo 107 da Lei 8.666/93, que é de 5 dias.
Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de 5 (cinco) dias.
(Questão 68 - OAB/Exame IX) Joel foi condenado pela prática do crime de extorsão mediante sequestro. A defesa interpôs recurso de Apelação, que foi recebido e processado, sendo certo que o tribunal, de forma não unânime, manteve a condenação imposta pelo juízo a quo. O advogado do réu verifica que o acórdão viola, de forma direta, dispositivos constitucionais, razão pela qual decide continuar recorrendo da decisão exarada pela Segunda Instância.
De acordo com as informações acima, assinale a alternativa que indica o recurso a ser interposto.
A) Recurso em Sentido Estrito.
ALTERNATIVA INCORRETA – A questão é incorreta, pois o cabimento do Recurso em Sentido Estrito (RESE), esta condicionado aos incisos do artigo 581 do CPP, e pelo que se observa nos dados fornecidos pelo problema, não houve nenhuma das possibilidades que indicasse o cabimento do RESE.
Sem contar ainda que, o caput do artigo 581 diz que o cabimento do RESE será contra “da decisão, despacho ou sentença”, portanto, interpretando a contrário senso, não se verifica possível o cabimento do recuso para atacar acórdão, como relatado no problema.
Lembrando aqui que os pressupostos processuais objetivos são:
Cabimento – a lei deve prever que para cada decisão há um recurso específico;
Adequação – além de previsto em lei, o recuso deve ser o adequado para aquela decisão especifica;
Tempestividade – deve-se respeitar o prazo de cada recurso;
Regularidade procedimental – a lei além de fazer previsão do recuso e da decisão que poderá ser ataca por ele, deve ainda estabelecer as formalidades necessárias para interposição e conhecimento do recuso;
Inexistência de fato impeditivo – como por exemplo a renuncia;
Inexistência de fato extintivo – como, por exemplo, desistência e deserção
B) Recurso Ordinário Constitucional.
ALTERNATIVA INCORRETA – Previsto na Constituição Federal de 1988 nos artigo 102, inciso II, e 105, inciso II, o cabimento do Recurso Ordinário Constitucional (ROC) é taxativo e específico para atacar as decisões negatórias de HC em sede de tribunal. Portanto, considerando as informações vistas no problema, não se verifica a possibilidade de interposição do ROC.
OBS – O processamento do referido recurso é regido pela Lei nº 8.038/90.
C) Recurso Extraordinário.
ALTERNATIVA INCORRETA – Certamente a alternativa que se apresenta como a mais incorreta. Previsto na Constituição Federal de 1988 nos artigo 102, inciso III, o cabimento do Recurso Extraordinário é contra as decisões que desafiarem dispositivos constitucionais
OBS – Assim como a alternativa “B” o processamento do referido recurso é regido pela Lei nº 8.038/90.
D) Embargos Infringentes.
ALTERNATIVA CORRETA – Considerando a informação discretamente lançada no texto da questão:“de forma não unânime”, indica que o recuso cabível é justamente os embargos infringentes, pois seu cabimento é para atacar as decisões, não unânimes, proferidas no 2º grau de jurisdição, contra os acórdãos proferidos no julgamentos dos recursos de Apelação, RESE e Agravo em Execução.
Previsão legal - Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de organização judiciária. 
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência. 
CUIDADO – Esse recurso é exclusivo da defesa, portanto, se a decisão não for unânime, mas favorável à defesa, não poderá a acusação lançar mão dos embargos infringentes.
QUESTÕES CORRIGIDAS E COMENTADAS DA PROVA DA OAB – 28/04/2013
1ª Fase
(Questão 59 - OAB/Exame X) Coriolano, objetivando proteger seu amigo Romualdo, não obedeceu à requisição do Promotor de Justiça no sentido de determinar a instauração de inquérito policial para apurar eventual prática de conduta criminosa por parte de Romualdo.
Nesse caso, é correto afirmar que Coriolano praticou crime de
A) desobediência (Art. 330, do CP).
ALTERNATIVA INCORRETA – trata-se de exercício de adequação típica, isto é, o candidato deveria conhecer cada um dos crimes informados, e verificar em qual situação o fato narrado no problema melhor se adequaria. Questão errada por não se tratar de crime de desobediência.
Desobediência
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
B) prevaricação (Art. 319, do CP).
ALTERNATIVA CORRETA – a conduta descrita no problema enquadra-se perfeitamente na redação do crime previsto no artigo 319 do CP, que diz:
Prevaricação
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
C) corrupção passiva (Art. 317,do CP).
ALTERNATIVA INCORRETA – Questão errada por não se tratar de crime de corrupção passiva.
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa
D) crime de advocacia administrativa (Art. 321, do CP).
ALTERNATIVA INCORRETA – Questão errada por não se tratar de crime de Advocacia administrativa
Advocacia administrativa
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
(Questão 60 - OAB/Exame X) Filipe foi condenado em janeiro de 2011 à pena de cinco anos de reclusão pela prática do crime de tráfico de drogas, ocorrido em 2006.
Considerando-se que a Lei n. 11.464, que modificou o período para a progressão de regime nos crimes hediondos para 2/5 (dois quintos) em caso de réu primário, foi publicada em março de 2007, é correto afirmar que
A) se reputará cumprido o requisito objetivo para a progressão de regime quando Felipe completar 1/6 (um sexto) do cumprimento da pena, uma vez que o crime foi praticado antes da Lei n. 11.464.
ALTERNATIVA CORRETA – Para responder esta questão além de saber como funciona a sucessão de leis no tempo, era exigível ainda do candidato que ele soubesse especificamente da questão envolvendo a lei de crimes hediondos. Esta lei na sua origem estabelecia que o regime de cumprimento de pena seria integralmente fechado, contudo, após o STF declarar a redação do artigo §1º do artigo 2º da Lei 8072/90 (Habeas Corpus nº 82959/2006), e,  por não haver outra disposição legal cuidando da matéria, passou-se então a aplicar a regra geral para todos os crimes, hediondos ou não, ou seja, 1/6. Visando reforçar o tratamento mais duro para os crimes hediondos e equiparados, em 2007, veio a Lei 11.464, que estabeleceu aquilo que esta até hoje, isto é, para crime hediondo ou equiparado a progressão se dará com o cumprimento de 2/5 da pena e 3/5 no caso de reincidente.
Feita essa breve apresentação, a afirmativa se apresenta como correta, pois reflete exatamente o que foi dito acima, e ainda por ser o cumprimento do tempo um critério objetivo, ou seja, ele se verifica com o simples transcorrer do período, independentemente de qualquer juízo valor. não significa dizer que isso bastará para que o individuo progrida, na verdade, a verificação da progressão é feita mediante aferição de requisitos objetivos, como por exemplo, tempo cumprido de pena, e ainda, pelos requisitos subjetivos que depende de uma valoração, como por exemplo, bom comportamento carcerário.
Considerando que no problema o individuo praticou o crime antes da vigência da Lei11.464/07, bastaria cumprir o quantum de 1/6 da pena para que assim o requisito objetivo estivesse satisfeito.
B) se reputará cumprido o requisito objetivo para a progressão de regime quando Felipe completar 2/5 (dois quintos) do cumprimento da pena, uma vez que a Lei n. 11.464 tem caráter processual e, portanto, deve ser aplicada de imediato.
ALTERNATIVA INCORRETA – considerando que a lei 11.464/07, além de ter sido posterior a prática do crime é tida ainda como uma novatio legis in pejus, ou seja, que veio estabelecer tratamento mais severo à questão, por isso não há que se falar em aplicação imediata da mesma.  Nesses casos, ainda que a nova lei regule com eficácia a matéria, por ser mais gravosa ao réu, não será aplicada em razão da ultratividade da lei processual mais benéfica. Por isso a alternativa esta errada.
C) se reputará cumprido o requisito subjetivo para a progressão de regime quando Felipe completar 1/6 (um sexto) do cumprimento da pena, uma vez que o crime foi praticado antes da Lei n. 11.464.
ALTERNATIVA INCORRETA – com exceção da palavra “subjetivo”, todo o restante da alternativa é semelhante à primeira (A), que está correta.
D) se reputará cumprido o requisito subjetivo para a progressão de regime quando Felipe completar 2/5 (dois quintos) do cumprimento da pena, uma vez que a Lei n. 11.464 tem caráter processual e, portanto, deve ser aplicada de imediato.
ALTERNATIVA INCORRETA – com exceção da palavra “subjetivo” o restante da alternativa é semelhante à segunda (B), que diga-se, também esta correta.
(Questão 61 - OAB/Exame X) João, com intenção de matar, efetua vários disparos de arma de fogo contra Antônio, seu desafeto. Ferido, Antônio é internado em um hospital, no qual vem a falecer, não em razão dos ferimentos, mas queimado em um incêndio que destrói a enfermaria em que se encontrava.
Assinale a alternativa que indica o crime pelo qual João será responsabilizado.
A) Homicídio consumado.
ALTERNATIVA INCORRETA – A presente questão deve ser respondida com análise sobre o nexo de imputação (art.13, §1º do CP). A alternativa esta errada porque, embora, João tivesse dolo de matar seu desafeto, ainda sim, o resultado morte não foi alcançado com sua conduta, mas por fato que ocorreu de forma completamente independente. Antes do incêndio tudo que poderia fazer para matar Antônio, ele o fez, mas este só veio a falecer em decorrência de uma causa relativamente independente, e por isso ele só deve responder pelos atos praticados, ou seja, a quase morte, a tentativa, e não o homicídio consumado.
Relação de causalidade
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Superveniência de causa independente
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
B) Homicídio tentado.
ALTERNATIVA CORRETA – Considerando que a morte de Antônio só ocorreu em função de um incêndio ocorrido no hospital, incêndio este que não teve qualquer participação de João, este só responderá por aquilo que efetivamente tenha, anteriormente, praticado, ou seja, uma tentativa de homicídio. Considerando mais uma vez o disposto no artigo 13, §1º do CP.
C) Lesão corporal.
ALTERNATIVA INCORRETA – Essa alternativa esta incorreta pois coloca que a intenção de João seria apenas de lesionar. Ainda que o resultado da conduta de João tenham sido as lesões corporais provocadas em razão dos disparos de arma de fogo, ainda sim, ele responderá pelo crime de homicídio na sua forma tentada, posto que esta claro no problema que a intenção dele, ou seja, seu DOLO, era de matar e não de lesionar, só não tendo alcançado seu objetivo por circunstancias alheias à sua vontade.
D) Lesão corporal seguida de morte.
ALTERNATIVA INCORRETA – mais uma vez, uma alternativa que exige uma análise do íntimo do agente, isto é, no dolo. Responderia pelo crime de lesão corporal seguida de morte, se o seu dolo fosse apenas o de lesionar e o resultado morte ocorresse em razão de culpa, seria um claro exemplo de preterdolo. Restando claro no problema que sua intenção desde o início era efetivamente de matar.
(Questão 62 - OAB/Exame X) José e Maria estavam enamorados, mas posteriormente vieram a descobrir que eram irmãos consanguíneos, separados na maternidade. Extremamente infelizes com a notícia recebida, que impedia por completo qualquer possibilidade de relacionamento, resolveram dar cabo à própria vida. Para tanto, combinaram e executaram o seguinte: no apartamento de Maria, com todas as portas e janelas trancadas, José abriu o registro do gás de cozinha.
Ambos inspiraram o ar envenenado e desmaiaram, sendo certo que somente não vieram a falecer porque os vizinhos, assustados com o cheiro forte que vinha do apartamento de Maria, decidiram arrombar a porta e resgatá-los. Ocorre que, não obstante o socorro ter chegado a tempo, José e Maria sofreram lesões corporais de natureza grave.
Com basena situação descrita, assinale a afirmativa correta.
A) José responde por tentativa de homicídio e Maria por instigação ou auxílio ao suicídio.
ALTERNATIVA CORRETA – ainda que ambos desejassem o suicídio, o fato de Jose ter aberto o registro de gás já o coloca como autor do crime de homicídio tentado em relação a sua irmã. Considerando que Maria, por não ter realizado conduta positiva no sentido de efetivarem o plano de morrerem juntos, deverá responder tão somente pela instigação ou auxílio ao suicídio.
B) José responde por lesão corporal grave e Maria não responde por nada, pois sua conduta é atípica.
ALTERNATIVA INCORRETA – Mais uma vez, uma alternativa que exige análise sobre o dolo do agente. Dessa forma, ficou claro no problema que o objetivo de José não era lesionar tão somente Maria, mas de fato matá-la para que juntos pudessem morrer, só não alcançando seu objetivo por circunstancias alheias à sua vontade. Sendo assim, o correto é que ele responda por tentativa de homicídio. De outra feita, em relação a Maria é incorreto dizer que sua conduta é atípica, posto que se amolda perfeitamente no artigo 122 do Código Penal.
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
C) José e Maria respondem por instigação ou auxílio ao suicídio, em concurso de agentes.
ALTERNATIVA INCORRETA – Alternativa esta errada em relação à imputação que deve ser feita sobre José, posto que ele deverá responder por tentativa de homicídio.
D) José e Maria respondem por tentativa de homicídio.
ALTERNATIVA INCORRETA – Alternativa esta errada em relação à imputação que deve ser feita sobre Maria, posto que ele deverá responder pela instigação ou auxílio ao suicídio de José.
(Questão 63 - OAB/Exame X) José, rapaz de 23 anos, acredita ter poderes espirituais excepcionais, sendo certo que todos conhecem esse seu “dom”, já que ele o anuncia amplamente. Ocorre que José está apaixonado por Maria, jovem de 14 anos, mas não é correspondido. Objetivando manter relações sexuais com Maria e conhecendo o misticismo de sua vítima, José a faz acreditar que ela sofre de um mal espiritual, o qual só pode ser sanado por meio de um ritual mágico de cura e purificação, que consiste em manter relações sexuais com alguém espiritualmente capacitado a retirar o malefício. José diz para Maria que, se fosse para livrá-la daquilo, aceitaria de bom grado colaborar no ritual de cura e purificação. Maria, muito assustada com a notícia, aceita e mantém, de forma consentida, relação sexual com José, o qual fica muito satisfeito por ter conseguido enganá-la e, ainda, satisfazer seu intento, embora tenha ficado um pouco frustrado por ter descoberto que Maria não era mais virgem.
Com base na situação descrita, assinale a alternativa que indica o crime que José praticou.
A) Corrupção de menores (Art. 218, do CP).
ALTERNATIVA INCORRETA – o problema exige conhecimento específico sobre os crimes lançados nas alternativas. A alternativa A esta errada, pois refere-se ao crime de corrupção de menor, contudo o tipo específica que a idade desse menor deve ser inferior a 14 anos. No caso visto no problema, Maria já havia completado os 14 anos, portanto, segundo a lei, não poderia ser sujeito passivo do crime em questão. Ademais, seguindo na análise típica, verifica que o crime considera a conduta daquele que corrompe o menor para que este satisfaça a lascívia de outrem e não a própria como foi no caso. Portanto, mais um ponto que torna impossível a configuração do crime do artigo 218 do CP.
Corrupção de menores
Art. 218.  Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
B) Violência sexual mediante fraude (Art. 215, do CP).
ALTERNATIVA CORRETA – Alternativa correta, pois os dados fornecidos no problema indicam claramente que José, valendo-se de fraude praticou ato sexual com Maria, que só o fez por acreditar eu isso a curaria.
Adequação típica perfeita ao artigo 215 do CP.
Violação sexual mediante fraude 
Art. 215.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
C) Estupro qualificado (Art. 213, § 1º, parte final, do CP).
ALTERNATIVA INCORRETA – restou claro no problema que o ato sexual entre José e Maria fora consentido, ou seja, não houve violência ou grave ameaça de Jose no sentido de constranger Maria a ter com ele relação sexual. O que se viu foi que ele se valeu de uma fraude, portanto, não há que se falar em crime de estupro.
Ressaltando apenas que a parte final do § 1º do artigo 213 do CP qualifica o crime de estupro, quando a vítima for menor de 18 anos.
Estupro
Art. 213.  Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
§ 1o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos
D) Estupro de vulnerável (Art. 217-A, do CP).
ALTERNATIVA INCORRETA – mais uma vez, o candidato deveria ter conhecimento sobre a espécie de crime, posto que tal figura traduz a violência sexual praticada contra o menor de 14 anos, ou então pessoa vulnerável. Maria não possuía idade inferior a 14 anos, portanto, a alternativa esta errada.
Estupro de vulnerável 
Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
(Questão 64 - OAB/Exame X) Jane, dirigindo seu veículo dentro do limite de velocidade para a via, ao efetuar manobra em uma rotatória, acaba abalroando o carro de Lorena, que, desrespeitando as regras de trânsito, ingressou na rotatória enquanto Jane fazia a manobra. Em virtude do abalroamento, Lorena sofreu lesões corporais.
Nesse sentido, com base na teoria da imputação objetiva, assinale a afirmativa correta.
A) Jane não praticou crime, pois agiu no exercício regular de direito.
ALTERNATIVA INCORRETA – na conduta descrita no problema não se verifica a excludente do exercício regular do direito, portanto, alternativa errada.
B) Jane não responderá pelas lesões corporais sofridas por Lorena com base no princípio da intervenção mínima.
ALTERNATIVA INCORRETA _ Vale fazer aqui um esclarecimento. Há princípios que se destinam e concentram suas forças no legislador e outros sobre o magistrado. O princípio da intervenção mínima, volta-se mais para o campo de elaboração de leis penais, fazendo de forma com que o mínimo possível de leis penais passem a vigorar, somente o sendo quando de fato verificar que o direito penal é sim necessário. No problema posto, não se verifica possibilidade de invocar o princípio da intervenção mínima, ater porque, o legislador já cuidou da matéria. Portanto, alternativa errada.
C) Jane não pode ser responsabilizada pelo resultado com base no princípio da confiança.
ALTERNATIVA CORRETA _ O referido principio da confiança estabelece situações onde, como regra, podemos contar, confiar, que as pessoas agirão de determinada forma ou dentro de uma normalidade já esperada. No caso do problema apresentado, verificou-se que Jane conduzia seu veículo dentro da uma normalidade necessária, tanto que assim como agiu, era perfeitamente razoável que esperasse a mesma conduta por parte dos demais motoristas. A conduta, no mínimo imprudente de Lorena, não só a colocou em risco como violou claramente o princípio da confiança, posto que todos na via confiavam que ela respeitaria as normas de condução de veiculo automotor,inclusive Jane. Portanto, resposta correta.
D) Jane praticou delito previsto no Código de Trânsito Brasileiro, mas poderá fazer jus a benefícios penais.
ALTERNATIVA INCORRETA _ O princípio da confiança visto no item anterior impede a verificação de crime. Portanto, resposta incorreta.
(Questão 65 - OAB/Exame X) João está sendo processado por um crime doloso contra a vida e, após o oferecimento das alegações finais, o magistrado impronuncia o réu. Assinale a alternativa que apresenta a situação em que seria possível processar João novamente pelo mesmo fato delituoso.
A) Desde que haja novas provas e não tenha ocorrido qualquer causa extintiva de punibilidade, pois a decisão de impronúncia não transita em julgado.
ALTERNATIVA CORRETA _ Alternativa correta, repetindo o teor do parágrafo único do artigo 414 do CPP.
Art. 414.  Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado.
Parágrafo único.  Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova.
B) A justiça já se manifestou em relação ao processo de João, tendo a decisão do magistrado transitado em julgado.
ALTERNATIVA INCORRETA _ A decisão de impronúncia vista no caso, não faz coisa julgada material, significa dizer que seus efeitos se restringem ao processo onde foi proferida. Desta forma, nada impede que outra denúncia seja reformulada caso novas provas surjam, e desde que o crime ainda seja punível.
C) Ninguém pode ser processado duas vezes pelo mesmo fato (non bis in idem ).
ALTERNATIVA INCORRETA _ Aproveitando a fundamentação anterior, a decisão de impronuncia só faz coisa julgada dentro do processo onde foi proferida, logo, o acusado poderá sim responder a outro processo desde que ocorra as situações já ditas.
D) A sentença de impronúncia é uma decisão interlocutória mista não terminativa.
ALTERNATIVA INCORRETA _ A presente alternativa esta errada, pois afirmar que a impronúncia é uma decisão não terminativa, quando de fato é terminativa. Veja, ela não faz coisa julgada material, mas termina com aquele processo que estava tramitando, havendo o surgimento de novas provas não haverá óbice no oferecimento de nova denúncia, mas esta dará ensejo a outro processo, haja vista que o primeiro terminou com a decisão de impronúncia, tanto que alguns doutrinadores como o professor Renato Brasileiro à classifica como absolvição de instância, uma vez que encerra a relação processual existente, não de forma definitiva, mas ainda sim encerra.
(Questão 66 - OAB/Exame X) Na cidade “A”, o Delegado de Polícia instaurou inquérito policial para averiguar a possível ocorrência do delito de estelionato praticado por Márcio, tudo conforme minuciosamente narrado na requisição do Ministério Público Estadual. Ao final da apuração, o Delegado de Polícia enviou o inquérito devidamente relatado ao Promotor de Justiça. No entendimento do parquet, a conduta praticada por Márcio, embora típica, estaria prescrita.
Nessa situação, o Promotor deverá
A) arquivar os autos.
ALTERNATIVA INCORRETA _ Promotor de justiça não determina o arquivamento de inquérito policial, ele simplesmente opina pelo arquivamento que só poderá ser feito pelo magistrado. Este inclusive, discordando, poderá submeter o requerimento do promotor à apreciação do procurador geral. Conforme artigo 28 do CPP.
Art. 28.  Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
B) oferecer denúncia.
ALTERNATIVA INCORRETA _ A alternativa apresenta-se como incorreta, posto que se houve a prescrição e por ser ela matéria de ordem pública, como fiscal da deli, não deve o parquet se omitir e simplesmente denunciar alguém por um crime prescrito, além de agir contra o direito estará ainda prestando um grande desserviço à justiça, movimentando uma ação que sabidamente estará fadada à extinção.
Além é claro, que estando o crime prescrito faltará ao promotor interesse de agir (condição da ação), logo, a peça acusatória deverá ser rejeitada conforme art. 395 do CPP.
Art. 395.  A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
I - for manifestamente inepta;
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou  
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.
C) determinar a baixa dos autos.
ALTERNATIVA INCORRETA _ ainda que o inquérito policial possua natureza jurídica de procedimento administrativo, não se pode simplesmente pedir sua baixa. O procedimento, conforme já visto, é que seja ele arquivado pelo juiz.
D) requerer o arquivamento.
ALTERNATIVA CORRETA _ alternativa de acordo com o artigo 28 do CPP, portanto esta correta.
Art. 28.  Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
(Questão 67 - OAB/Exame X) Um professor na aula de Processo Penal esclarece a um aluno que o Ministério Público, após ingressar com a ação penal, não poderá desistir dela, conforme expressa previsão do Art. 42 do CPP. O professor estava explicando ao aluno o princípio da
A) indivisibilidade.
ALTERNATIVA INCORRETA _ esse princípio guarda relação com a Ação penal privada onde o querelante não poderá, no caso de concurso de agentes, contra quem promoverá a ação, tendo, se assim optar, que fazê-lo contra todos, ou seja, será indivisível. Vale dizer que em se tratando de ação penal pública vigora o princípio da divisibilidade, pois se for conveniente para a instrução, poderá haver denúncia apenas contra uma pessoa. Portanto alternativa errada.
B) obrigatoriedade.
ALTERNATIVA INCORRETA _ o referido princípio refere-se na verdade ao momento que antecede ao que foi pedido do problema, ou seja, diz o princípio da obrigatoriedade que havendo justa causa para a ação penal, o ministério público é obrigado a oferecer denúncia. Portanto alternativa errada.
C) indisponibilidade.
ALTERNATIVA CORRETA _ o referido princípio da conta de que depois de iniciada ação penal, ainda que tenha ela sido iniciada por meio de queixa subsidiária, ainda sim, o Ministério público não poderá dispor da ação penal por meio da desistência. A mesma força principiológica também é vista nos recursos já interpostos. Conforme os artigos 42 e 576 do CPP.
Art. 42.  O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
Art. 576.  O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.
D) intranscedência.
ALTERNATIVA INCORRETA _ o referido princípio refere-se a proibição da sanção penal atingir pessoa diversa daquela que efetivamente tenha praticado a infração penal (art.5º, inciso XLV da CF/88). Sendo assim, o exercício da ação penal só pode ser movida contra quem efetivamente tenha praticado a infração penal. Portanto alternativa errada.
(Questão 68- OAB/Exame X) No curso de uma investigação policial que apurava a ocorrência dos delitos de sonegação fiscal e evasão de divisas, o Procurador da República "X" requereu ao Juízo Federal Criminal medida assecuratória, já que obteve documentos que informavam os bens que teriam sido adquiridos pelo investigado com proventos da infração penal. O Juiz Federal decretou a medida assecuratória,que foi cumprida a contento.
A partir do caso apresentado, assinale a alternativa que indica a medida assecuratória adotada.
A) Busca e Apreensão.
ALTERNATIVA INCORRETA _ primeiramente vale destacar que o problema pede para que se indique qual medida assecuratória foi adotada no caso, e, só por essa indagação já verificamos que a presente alternativa esta errada, posto que nem a busca e nem a apreensão figuram dentre as medidas assecuratórias vistas no processo penal no capítulo VI do título VI (Das Questões E Processos Incidentes).Enquanto que a busca e a apreensão esta no capítulo XI do título VII
(DA PROVA). Portanto, alternativa errada.
B) Arresto.
ALTERNATIVA INCORRETA _ A medida assecuratória do arresto não se aplica ao problema posto, pois ela é cabível para garantir futura indenização do ofendido, caso seja o réu condenado pelo crime. Para se determinar o Arresto não se indica quais bens devem ser arrestados, na verdade, isso já se apresenta como um diferenciador do sequestro, posto que este alcança apenas os bens determinados, também móveis e imóveis, mas que se tem noticia serem de origem criminosa.
C) Sequestro.
ALTERNATIVA CORRETA _ Alternativa correta, pois considerando os fatos narrados no problema a medida assecuratória em questão é sim a mais adequada, pois conforme foi dito há indícios de que os bens, sem determinar se móveis ou imóveis, foram adquiridos com proventos de infração penal. Sendo assim, não há dúvida de que a medida adequada é o sequestro.
Art. 125.  Caberá o seqüestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.
Art. 126.  Para a decretação do seqüestro, bastará a existência de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens.
OBS: o sequestro de bem móvel só poderá ocorrer quando não for possível busca a apreensão.
D) Hipoteca Legal.
ALTERNATIVA INCORRETA _ ficou claro no problema que a origem dos bens era sim de provento criminoso, contudo, não se determinou se seriam bens móveis ou imóveis, informação esta que impede a verificação da hipoteca legal, posto que esta só é cabível para bens imóveis. Além disso, vale registrar que a medida da hipoteca legal é utilizada para fins de garantir uma possível indenização do ofendido caso seja o réu condenado ao fim da ação. O que difere do sequestro, posto que para a decretação deste basta haver indícios de origem criminosa, já na hipoteca além da comprovação da materialidade e do indicio de autoria, o valor hipotecado só será revertido ao ofendido no caso de condenação.
Portanto, alternativa errada.
(Questão 69 - OAB/Exame X) José, após responder ao processo cautelarmente preso, foi condenado à pena de oito anos e sete meses de prisão em regime inicialmente fechado. Após alguns anos no sistema carcerário, seu advogado realizou um pedido de livramento condicional, que foi deferido pelo magistrado competente. O membro do parquet entendeu que tal benefício era incabível no momento e deseja recorrer da decisão.
Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa que menciona o recurso correto.
A) Agravo em Execução, no prazo de 10 (dez dias);
ALTERNATIVA INCORRETA _ O recurso esta certo, contudo o prazo de interposição é de 5 dias, conforme Súmula 700 do STF.
STF Súmula nº 700 - Prazo para Interposição de Agravo - Execução Penal
É de cinco dias o prazo para interposição de agravo contra decisão do juiz da execução penal.
B) Recurso em Sentido Estrito, no prazo de 05 (cinco dias);
ALTERNATIVA INCORRETA _ essa alternativa poderia induzir o candidato em erro, haja vista que o artigo 581, inciso XII do CPP, ainda faz previsão da possibilidade do Recurso em sentido estrito ser utilizado para desafiar decisão que negue ou revogue livramento condicional. Todavia, ainda que não tenha sido ele revogado expressamente, tacitamente já o foi quando entrou em vigor o artigo 197 da Lei de execuções penais (7210/84)
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
C) Agravo em Execução, no prazo de 05 (cinco dias);
ALTERNATIVA CORRETA _ Considerando o que foi dito na alternativa anterior, conforme redação expressa do artigo 197 da Lei 7210/84, o recurso cabível contra decisões proferidas no curso da execução penal será o agravo em execução. No que tange ao prazo do Agravo, aplica-se a Súmula 700 do STF que diz ser de 5 dias o prazo de agravo.
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
STF Súmula nº 700 - Prazo para Interposição de Agravo - Execução Penal
É de cinco dias o prazo para interposição de agravo contra decisão do juiz da execução penal.
D) Recurso em Sentido Estrito, no prazo de 10 (dez dias).
ALTERNATIVA INCORRETA _ Considerando tudo que já foi dito, a alternativa esta errada, pois além de indicar o recuso errado, o prazo também não esta de acordo.
QUESTÃO 59
O Art. 33 da Lei n. 11.343/06 (Lei Antidrogas) diz: “Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.”
Analisando o dispositivo acima, pode-se perceber que nele não estão inseridas as espécies de drogas não autorizadas ou que se encontram em desacordo com determinação legal ou regulamentar.
Dessa forma, é correto afirmar que se trata de uma norma penal
A) em branco homogênea.
ALTERNATIVA INCORRETA – considera-se norma penal em branco homogênea, em sentido amplo ou homóloga, aquela cujo complemento é fornecido pela mesma espécie normativa, isto é, por uma lei.  No caso da lei 11.343/06, considerando que o sentido da expressão “drogas” não é fornecido por uma lei, mas tão somente por uma portaria da ANVISA, é incorreto dizer que o artigo 33 é uma norma penal em branco homogênea.
B) em branco heterogênea.
ALTERNATIVA CORRETA – aproveitando o que foi dito acima, considerando que o complemento normativo exigido no artigo 33 da lei 11.343/06, que se refere às substâncias que são consideradas “Drogas”, é fornecido por portaria expedida pela ANVISA, é correto dizer que o referido artigo é sim, uma norma penal em branco heterogênea, em sentido estrito ou heteróloga.
C) incompleta (ou secundariamente remetida).
ALTERNATIVA INCORRETA – essa espécie de norma penal em branco é tida como incompleta, pois em sua estrutura verifica-se haver a necessidade de um complemento para o preceito primário, e ainda, no preceito secundário, do mesmo modo que ocorre com a norma penal em branco inversa, possui um preceito secundário incompleto necessitando assim de um complemento de outra norma.
D) em branco inversa (ou ao avesso).
ALTERNATIVA INCORRETA – essa espécie de normal penal em branco é assim classificada por possuir um preceito primário completo, e um secundário incompleto. O que não é o caso do artigo 33 da lei 11.343/06.
QUESTÃO 60
Para aferição da inimputabilidade por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, assinale a alternativa que indica o critério adotado pelo Código Penal vigente.
A) Biológico.
ALTERNATIVA INCORRETA – O critério biológico não guarda relação com doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, mas tão somente com a idade do agente. Portanto, é fácil a conclusão que tal critério esta sim inserido no contexto da inimputabilidade, mas além dele há ainda outras questões não abrangidas por ele. Por isso a alternativa esta incorreta.
B) Psicológico.
ALTERNATIVA INCORRETA – o critério psicológico, embora abarque a parte da inimputabilidade penal vista como consequência da inteira incapacidade do agente de entender o caráter ilícito do fato e de se determinar conforme regramentoestabelecido, não alcança por sua vez a inimputabilidade vista pelo critério biológico também presente no ordenamento vigente. Por isso a alternativa esta incorreta.
C) Psiquiátrico.
ALTERNATIVA INCORRETA -
D) Biopsicológico.
ALTERNATIVA CORRETA – Essa alternativa traz o critério verdadeiramente adotado pelo atual Código Penal, que é justamente o biopsicológico abarcando desse modo tanto o viés biológico como também o psicológico.
OBS – A questão apresenta-se como passível de recurso, haja vista que o problema pergunta de forma específica sobre qual o critério é utilizado para auferir a inimputabilidade decorrente de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado. Veja, o critério adotado pelo atual Código Penal foi o biopsicológico, mas se classifica desta forma justamente por ele comportar essas duas maneiras (biológico + psicológico), sendo que o biológico é empregado para se determinar a inimputabilidade dos menores de 18 anos, enquanto que psicológico se refere aos mentalmente enfermos.
Da forma com que se viu, perguntando especificamente sobre o critério empregado no caso de doença mental poderia indicar para a alternativa “B”, mesmo sendo sabido que o critério adotado de forma geral é o biopsicológico. 
QUESTÃO 61
Helena, condenada a pena privativa de liberdade, sofre, no curso da execução da referida pena, superveniência de doença mental. Nesse caso, o juiz da execução, verificando que a enfermidade mental tem caráter permanente, deverá:
A) aplicar o Art. 41, do CP, que assim dispõe, verbis: “ O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado.”
ALTERNATIVA INCORRETA – a questão pergunta qual deverá ser a conduta do juiz da execução frente a verificação da doença mental de Helena. O artigo 41 do CP estabelece tão somente a destinação do apenado, mas não diz especificamente como ele terá esse direito garantido.
B) aplicar o Art. 97, do CP, que assim dispõe, verbis: “ Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (Art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial.”
ALTERNATIVA INCORRETA – o artigo 97 do CP, não será aplicado no caso, posto que ele refere-se ao momento em que o juiz determina o tratamento (medida de segurança) como forma de punição, e isso na própria sentença. Isto é, ao invés de condenar o agente a uma pena privativa de liberdade, diante da já comprovada inimputabilidade do artigo 26 do CP, ele já determina sua internação. No caso passado pelo problema, Helena já havia sido condenada e já se encontrava cumprindo sua pena privativa de liberdade, quando então fora acometida por doença mental permanente.
C) aplicar o Art. 183 da LEP (Lei n. 7.210/84), que assim privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de Ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança.”
ALTERNATIVA CORRETA – respondendo exatamente ao que foi perguntado e atendendo ainda ao princípio da especificidade, o artigo 183 não deixa dúvida sobre a conduta que o juiz deverá tomar no caso posto, até porque considerando o quadro de saúde da personagem Helena, verifica-se que a doença mental suscitada no problema é irreversível/permanente, e de igual modo também deverá ser a medida de segurança.
D) aplicar o Art. 108 da LEP (Lei n. 7.210/84), que assim dispõe, verbis: “O condenado a quem sobrevier doença mental será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico”.
ALTERNATIVA INCORRETA – o problema deixou claro que a doença mental que acometeu a personagem Helena seria irreversível/permanente. Sendo assim, não se aplica o artigo 108 da LEP, visto que este deve ser invocado justamente quando a doença mental é passageira, assim como seus efeitos dentro da própria execução.
Questão 62
QUESTÃO 62
Débora estava em uma festa com seu namorado Eduardo e algumas amigas quando percebeu que Camila, colega de faculdade, insinuava-se para Eduardo. Cega de raiva, Débora esperou que Camila fosse ao banheiro e a seguiu. Chegando lá e percebendo que estavam sozinhas no recinto, Débora desferiu vários tapas no rosto de Camila, causando-lhe lesões corporais de natureza leve. Camila, por sua vez, atordoada com o acontecido, somente deu por si quando Débora já estava saindo do banheiro, vangloriando-se da surra dada.
Neste momento, com ódio de sua algoz, Camila levanta-se do chão, agarra Débora pelos cabelos e a golpeia com uma tesourinha de unha que carregava na bolsa, causando-lhe lesões de natureza grave.
Com relação à conduta de Camila, assinale a afirmativa correta.
A) Agiu em legítima defesa.
ALTERNATIVA INCORRETA – no caso apresentado não se verificou o preenchimentos dos requisitos necessários para a configuração da legítima defesa, vistos no artigo 25 do Código Penal.
Legítima defesa
 Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
B) Agiu em legítima defesa, mas deverá responder pelo excesso doloso.
ALTERNATIVA INCORRETA – no caso, até por não se admitir a possibilidade de ser caso de legítima defesa, também não se deve falar no seu excesso.
C) Ficará isenta de pena por inexigibilidade de conduta diversa.
ALTERNATIVA INCORRETA – incorreta, posto que, era sim exigida da personagem conduta diversa daquela praticada.
D) Praticou crime de lesão corporal de natureza grave, mas poderá ter a pena diminuída.
ALTERNATIVA CORRETA – das alternativas apresentadas pelo problema esta é a que mais se aproxima dos fatos praticados, devendo então a personagem Camila, responder pelo crime de lesão corporal de natureza grave, na forma prevista no artigo 129, § 1º, inciso II do CP, com a possibilidade de ter reduzida sua pena e face de todo o ocorrido (art. 66 do CP).
QUESTÃO 63
No ano de 2005, Pierre, jovem francês residente na Bulgária, atentou contra a vida do então presidente do Brasil que, na ocasião, visitava o referido país. Devidamente processado, segundo as leis locais, Pierre foi absolvido.
Considerando apenas os dados descritos, assinale a afirmativa correta.
A) Não é aplicável a lei penal brasileira, pois como Pierre foi absolvido no estrangeiro, não ficou satisfeita uma das exigências previstas à hipótese de extraterritorialidade condicionada.
ALTERNATIVA INCORRETA – considerando que o crime praticado por Pierre foi contra o presidente do Brasil (artigo 7º, inciso I, “a”  do CP), aplica-se neste caso o § 1º - do artigo 7º do CP, que assim diz:
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
B) É aplicável a lei penal brasileira, pois o caso narrado traz hipótese de extraterritorialidade incondicionada, exigindo-se, apenas, que o fato não tenha sido alcançado por nenhuma causa extintiva de punibilidade no estrangeiro.
ALTERNATIVA INCORRETA – ainda que a lei estrangeira faça previsão de alguma causa extintiva de punibilidade, ainda assim ela não será considerada para fins de aplicação da lei penal brasileira, haja vista que esta considerará tão somente àquelas consagradas no artigo 107 do Código Penal brasileiro.
C) É aplicável a lei penal brasileira, pois o caso narrado traz hipótese de extraterritorialidade incondicionada, sendo irrelevante o fato de ter sido o agente absolvido no estrangeiro.
ALTERNATIVA CORRETA – aproveitando o que fora dito na correção da alternativa “A”, aplicar-se-á no caso o § 1º - do artigo 7º do CP, que assim diz:
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
D) Não é aplicável a lei penal brasileira, pois como o agente é estrangeiro e a conduta foi praticada em território também estrangeiro,as exigências relativas à extraterritorialidade condicionada não foram satisfeitas.
ALTERNATIVA INCORRETA – a lei penal brasileira será aplicada no caso, independente de quem tenha praticado o crime, se nacional ou estrangeiro, e, independentemente de onde tenha se dado a ofensa contra o presidente.
QUESTÃO 64
Sofia decide matar sua mãe. Para tanto, pede ajuda a Lara, amiga de longa data, com quem debate a melhor maneira de executar o crime, o melhor horário, local etc. Após longas discussões de como poderia executar seu intento da forma mais eficiente possível, a fim de não deixar nenhuma pista, Sofia pede emprestado a Lara um facão. A amiga prontamente atende ao pedido. Sofia despede-se agradecendo a ajuda e diz que, se tudo correr conforme o planejado, executará o homicídio naquele mesmo dia e assim o faz. No entanto, apesar dos cuidados, tudo é descoberto pela polícia.
A respeito do caso narrado e de acordo com a teoria restritiva da autoria, assinale a afirmativa correta.
A) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a agravante de o crime ter sido praticado contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas partícipe do crime e deve responder por homicídio, sem a presença da circunstância agravante.
ALTERNATIVA CORRETA – Sofia realmente deverá responder pelo crime de homicídio (artigo 121 do CP), agravado por ter sido praticado contra sua mãe conforme artigo 61, inciso II, “e” do CP. E na forma do artigo 29 do mesmo código, Lara deverá responder pelo crime de homicídio, na qualidade de partícipe.
B) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicídio, incidindo, para ambas, a circunstância agravante de ter sido, o crime, praticado contra ascendente.
ALTERNATIVA INCORRETA – De fato, ambas as personagens deverão responder pelo crime de homicídio, todavia, a autora do mesmo será tão somente a personagem Sofia, restando a Lara a imputação na modalidade partícipe. Outrossim, a incidência da agravante será apenas para a filha da vítima (Sofia), tendo e vista que trata-se de uma qualidade de caráter pessoal e incomunicável, conforme dispõe o artigo 30 do CP que assim dispõe:
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
C) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicídio. Todavia, a agravante de ter sido, o crime, praticado contra ascendente somente incide em relação à Sofia.
ALTERNATIVA INCORRETA – Repetindo o que se viu acima, a personagem Lara não é autora do crime, mas tão somente partícipe.
D) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a agravante de ter sido, o crime, praticado contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas partícipe do crime, mas a agravante também lhe será aplicada.
ALTERNATIVA INCORRETA – por se tratar de uma agravante pessoal e incomunicável, ela não alcançará a personagem Lara, conforme dispõe o artigo 30 do CP.
QUESTÃO 65
Quanto ao julgamento pelo Tribunal do Júri, assinale a afirmativaINCORRETA.
A) As partes não poderão fazer referência, em plenário, à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado.
ALTERNATIVA CORRETA – a alternativa repete texto de lei:
Art. 478.  Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências:
I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado;
B) Durante o julgamento, não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de três dias úteis, dando-se ciência à outra parte.
ALTERNATIVA CORRETA – a alternativa repete texto de lei:
Art. 479.  Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte.
C) Durante os debates em Plenário, os jurados poderão solicitar ao orador, por intermédio do juiz-presidente do Tribunal do Júri, que esclareça algum fato por ele alegado em sua tese.
ALTERNATIVA CORRETA – a alternativa repete texto de lei:
Art. 480.  A acusação, a defesa e os jurados poderão, a qualquer momento e por intermédio do juiz presidente, pedir ao orador que indique a folha dos autos onde se encontra a peça por ele lida ou citada, facultando-se, ainda, aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o esclarecimento de fato por ele alegado.
D) Se a verificação de qualquer fato, reconhecida como essencial para o julgamento da causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz-presidente determinará que o Conselho de Sentença se recolha à sala secreta, ordenando a realização das diligências entendidas necessárias.
ALTERNATIVA INCORRETA – a alternativa contraria diretamente a redação do Art. 481 do Código de Processo Penal que assim diz:
Art. 481.  Se a verificação de qualquer fato, reconhecida como essencial para o julgamento da causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz presidente dissolverá o Conselho, ordenando a realização das diligências entendidas necessárias.
O conselho deverá ser dissolvido, e não recolhido na sala secreta.
QUESTÃO 66
Frida foi condenada pela prática de determinado crime. Como nenhuma das partes interpôs recurso da sentença condenatória, tal decisão transitou em julgado, definitivamente, dentro de pouco tempo. Pablo, esposo de Frida, sempre soube da inocência de sua consorte, mas somente após a condenação definitiva é que conseguiu reunir as provas necessárias para inocentá-la. Ocorre que Frida não deseja vivenciar novamente a angústia de estar perante o Judiciário, preferindo encarar sua condenação injusta como um meio de tornar-se uma pessoa melhor. Nesse sentido, tomando-se por base o caso apresentado e a medida cabível à espécie, assinale a afirmativa correta.
A) Pablo pode ingressar com revisão criminal em favor de Frida, ainda que sem a concordância desta.
ALTERNATIVA INCORRETA – A possibilidade de Pablo ingressar com o pedido revisional em favor de Frida, fica condicionado às hipóteses do artigo 623 do Código de Processo Penal, que assim dispõe:
Art. 623.  A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Como não há a ocorrência de nenhuma dessas causas ele não poderá fazer.
B) Caso Frida tivesse sido absolvida com base em falta de provas, seria possível ingressar com revisão criminal para pedir a mudança do fundamento da absolvição.
ALTERNATIVA INCORRETA – para se mudar a fundamentação de uma sentença absolutória, o recurso cabível seria a apelação e na forma do artigo 593, inciso I do Código de Processo Penal.
C) Da decisão que julga a revisão criminal são cabíveis, por exemplo, embargos de declaração, mas não cabe apelação.
ALTERNATIVA CORRETA – considerando que a revisão criminal é ação autônoma julgada originalmente nos tribunais, de igual modo fica condicionada a aplicação dos recursos ali existentes, como por exemplo, os embargos de declaração. A apelação realmente não é possível, tendo em vista que tal recurso é específico para desafiar sentença e não acórdão, conforme situações balizadas no artigo 593 do CPP.
D) Caso a sentença dada à Frida, no caso concreto, a tivesse condenado mas, ao mesmo tempo, reconhecido a prescrição da pretensão executória, seria incabível revisão criminal.
ALTERNATIVA INCORRETA - a revisão criminal pode ser requerida mesmo após a ocorrência de causa extintiva de punibilidade, conforme artigo 622 do CPP, que assim dispõe:
Art. 622.  A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da pena ou após.
QUESTÃO 67
De acordo com a doutrina, recurso é todo meio voluntáriode impugnação apto a propiciar ao recorrente resultado mais vantajoso. Em alguns casos, fenômenos processuais impedem o caminho natural de um recurso. Quando a parte se manifesta, esclarecendo que não deseja recorrer, estamos diante do fenômeno processual conhecido como
A) preclusão.
ALTERNATIVA INCORRETA – O fenômeno da preclusão relaciona-se com o pressuposto recursal objetivo da tempestividade, isto é, com o respeito que se deve ter para com os prazos previstos para cada tipo de recurso, não guardando de outro modo, relação direta com a vontade de uma parte processual recorrer de terminada decisão, mas sim com a perda de um prazo. A parte pode até ter desejo de recorrer, mas por conta de ter perdido o prazo, não poderá recorrer.
B) desistência.
ALTERNATIVA INCORRETA – para se desistir de determinada coisa é preciso que primeiro se detenha algo, é preciso ter algo para só então desistir. No caso do recurso, só poderá haver desistência do mesmo, caso ele já tenha sido interposto, ou seja, só se poderá desistir se o mesmo já estiver tramitando.
Até por isso que a desistência se apresenta como sendo uma das causas anormais de extinção dos recursos, haja vista que o normal é que sejam eles julgados.
No caso, se a parte não manifesta interesse em recorrer, essa falta de interesse impede inclusive a própria interposição do recurso, não se tratando, portanto, de caso de desistência, mas sim de renúncia há um direito.
C) deserção.
ALTERNATIVA INCORRETA – a deserção assim como a desistência, também é vista como uma causa anormal de extinção dos recursos. A deserção por sua vez, ocorre de duas maneiras: pela falta de preparo, isto é, pela falta de pagamento das custas recursais; e ainda, pela fuga daquele que seria o recorrente.
No caso visto no problema, a deserção também não guarda relação com a falta de vontade de recorrer.
D) renúncia.
ALTERNATIVA CORRETA – a renúncia é sim a causa que melhor explica a falta de vontade da parte em recorrer. Note, a parte pode ter o direito de recorrer, pode até ter preenchidos todos os requisitos para a interposição e mesmo assim lhe faltar vontade, desejo. Veja, o que há na verdade é a renúncia de um direito.
QUESTÃO 68
A Lei n. 9.099/95 modificou a espécie de ação penal para os crimes de lesão corporal leve e culposa. De acordo com o Art. 88 da referida lei, tais delitos passaram a ser de ação penal pública condicionada à representação. Tratando-se de questão relativa à Lei Processual Penal no Tempo, assinale a alternativa que corretamente expõe a regra a ser aplicada para processos em curso que não haviam transitado em julgado quando da alteração legislativa.
A) Aplica-se a regra do Direito Penal de retroagir a lei, por ser norma mais benigna.
ALTERNATIVA CORRETA – a questão resolve-se com aplicação da regra da lei mais favorável. Inclusive conforme se viu solidificada na Constituição Federal, no seu artigo 5º, inciso XL, que assim diz:
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
No mesmo sentido, também esta a Lei Penal que assim dispõe:
Lei penal no tempo
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
B) Aplica-se a regra do Direito Processual de imediatidade, em que a lei é aplicada no momento em que entra em vigor, sem que se questione se mais gravosa ou não.
ALTERNATIVA INCORRETA – o questionamento de ser uma lei penal, seja ela material ou processual, mais benéfica, é algo que deve sempre ser feito.
Muito embora o CPP determine no seu artigo 2º que a lei processual penal seja imediatamente aplicada, isso só ocorrerá caso essa nova lei não venha prejudicar a situação do acusado.
C) Aplica-se a regra do Direito Penal de irretroatividade da lei, por ser norma mais gravosa.
ALTERNATIVA INCORRETA – o fato de se passar uma infração penal de incondicionada para condicionada a representação é sim medida que muito beneficia o acusado, vez que coloca uma barreira no direito de punir do Estado, isto é, aquilo que antes era feito quase que automaticamente agora não pode mais ser feito. Por isso, não há como negar que trata-se de um benefício, e justamente por isso é que deverá retroagir.
D) Aplica-se a regra do Direito Processual de imediatidade, em que a lei é aplicada no momento em que entra em vigor, devendo-se questionar se a novatio legis é mais gravosa ou não.
ALTERNATIVA INCORRETA – aplica-se a regra do direito penal, conforme se falou acima.
QUESTÃO 69
Em um processo em que se apura a prática dos delitos de supressão de tributo e evasão de divisas, o Juiz Federal da 4ª Vara Federal Criminal de Arroizinho determina a expedição de carta rogatória para os Estados Unidos da América, a fim de que seja interrogado o réu Mário. Em cumprimento à carta, o tribunal americano realiza o interrogatório do réu e devolve o procedimento à Justiça Brasileira, a 4ª Vara Federal Criminal. O advogado de defesa de Mário, ao se deparar com o teor do ato praticado, requer que o mesmo seja declarado nulo, tendo em vista que não foram obedecidas as garantias processuais brasileiras para o réu. Exclusivamente sobre o ponto de vista da Lei Processual no
Espaço, a alegação do advogado está correta?
A) Sim, pois no processo penal vigora o princípio da extraterritorialidade, já que as normas processuais brasileiras podem ser aplicadas fora do território nacional.
ALTERNATIVA INCORRETA – o princípio invocado da extraterritorialidade é aplicado tão somente ao direito penal e não ao direito processual penal. Este que por sua vez possui aplicação limitada, não podendo ultrapassar as dimensões do Estado brasileiro. É isso inclusive que determina o artigo 1º do Código de Processo Penal:
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:
B) Não, pois no processo penal vigora o princípio da territorialidade, já que as normas processuais brasileiras só se aplicam no território nacional.
ALTERNATIVA CORRETA – vide correção acima.
C) Sim, pois no processo penal vigora o princípio da territorialidade, já que as normas processuais brasileiras podem ser aplicadas em qualquer território.
ALTERNATIVA INCORRETA – vide correção da alternativa “A”.
D) Não, pois no processo penal vigora o princípio da extraterritorialidade, já que as normas processuais brasileiras podem ser aplicas fora no território nacional.
ALTERNATIVA INCORRETA – vide correção da alternativa “A”.
Correção das questões de penal e processo penal da prova da OAB – 1ª Fase
(Questão 59 - OAB/Exame XII)
Lucas, funcionário público do Tribunal de Justiça, e Laura, sua noiva, estudante de direito, resolveram subtrair notebooks de última geração adquiridos pela serventia onde Lucas exerce suas funções. Assim, para conseguir seu intento, combinaram dividir a execução do delito. Lucas, em determinado feriado municipal, valendo-se da facilidade que seu cargo lhe proporcionava, identificou-se na recepção e disse ao segurança que precisava ir até a serventia para buscar alguns pertences que havia esquecido. O segurança, que já conhecia Lucas de vista, não desconfiou de nada e permitiu o acesso.
Ressalte-se que, além de ser serventuário, Lucas conhecia detalhadamente o prédio público, razão pela qual se dirigiu rapidamente ao local desejado, subtraindo todos os notebooks. Após, foi a uma janela e, dali, os entregou a Laura, que os colocou no carro e saiu. Ao final, Lucas conseguiu deixar o edifício sem que ninguém suspeitasse de nada. Todavia, cerca de uma semana após, Laura e Lucas têm uma discussão e terminam o noivado. Muito enraivecida, Laura procura a polícia e noticia os fatos, ocasião em que devolve
todos os notebooks subtraídos.
Com base nas informações do caso narrado, assinale a afirmativa correta.

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