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TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO

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TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO
ESQUEMA DE AULA
Conceitos;
Autonomia;
Princípios gerais;
Princípios singulares;
Regras de Aplicação
Fontes
Introdução
Quando duas ou mais pessoas têm interesse opostos (são opostos porque a satisfação do interesse de uma exclui a satisfação do interesse da outra) sobre o mesmo bem (ou seja, exigem a subordinação de um interesse alheio a um interesse próprio) e uma não se sujeita à pretensão da outra se estabelece uma lide, isto é, há um exercício de um direito (direito à pretensão da titularidade daquele bem), qualificado por uma pretensão resistida; sem resistência a uma pretensão não há lide.
Se as partes em litígio (sujeitos da lide) não se utilizam da autocomposição (não chegam espontaneamente a um acordo), recorrem ao Estado, através da ação, para que se lhes faça a heterocomposição (isto é, a aplicação coativa [cogente, obrigatória, compulsória] e jurisdicional [porque se trata da atividade do Estado de dizer o direito, distribuída em diversos órgãos sob o monopólio do Estado. Lembre das lições de Direito Constitucional acerca das atribuições do Poder Judiciário] da norma jurídica objetiva [de direito material], sobre o caso em concreto [sobre a discussão que se trouxe para o processo]).
O conflito de interesses nasce no campo pré-processual, isto é, fora do processo, no campo dos fatos, na esfera da atuação das pessoas em sociedade. Lide é, rigorosamente, apenas a parte do litígio (objeto ou ponto litigioso) que o sujeito titular do direito de ação, que se julgue prejudicado ou ameaçado de o ser, leva ao processo, por meio da ação, e para o qual requer a tutela jurisdicional do Estado.
1-       CONCEITO DIDÁTICO DE PROCESSO
Como a lide se forma no momento em que uma pretensão de direito material a um bem juridicamente protegido colide com igual pretensão, sobre o mesmo bem, em sentido oposto, e que a parte litigiosa desse dissenso (ponto litigioso) é trazida frente ao Estado, por meio da ação, reclamando-se a tutela jurisdicional no processo.
Para MAURO CAPPELLETTI, processo é um fenômeno social de massa; para GUSTAV RADBRUCH, processo é um mal social (seria ideal que nunca nascesse, mas, uma vez nascido, convém que termine o quanto antes; exige um tratamento social: acessível a todos, de curta duração, por um baixo custo, com maior carga de certeza na entrega da prestação jurisdicional e justiça na decisão).
O processo constitui-se de ATOS SUCESSIVOS (um após o outro), ENCADEADOS (o posterior é conseqüência necessária do anterior, e, por sua, vez, pressuposto lógico do seguinte) e lógicos(coerentes entre si, uns complementando ou excluindo os outros), QUE RESULTAM DA ATIVIDADE(da atuação, voluntária ou compulsória, segundo o determine ou faculte a lei, e segundo o interesse das partes na sua prática) DOS SUJEITOS TITULARES DE INTERESSES EM CONFLITO (partes, testemunhas, advogados, juízes, auxiliares do juízo, perito, intérprete etc.), DO ÓRGÃO JURISDICIONAL E DOS AUXILIARES DESTE (o juiz é sujeito do processo, ou parte supra-processual; o Estado, personificado no juiz, tem interesse em entregar a prestação jurisdicional de forma célere, eficiente e definitiva), E QUE SE MOVEM (a lei pune a inércia das partes, dos auxiliares do juízo e do próprio juiz) SEGUNDO UMA ORDEM ESTABELECIDA (a lei fixa, previamente, prazos, tempo, modo e forma de se praticarem os atos do processo; há prazos peremptórios (não podem ser prorrogados. Ex.: prazo de recurso, prazo de agravo, prazo de embargos declaratórios, de embargos à execução etc.) e prazos dilatórios podem ser ampliados segundo as circunstâncias dos autos (prazo para impugnação a cálculos, prazo para juntada de róis, prazo para réplica, prazo para formulação de quesitos etc.) para o fim a que se destinam (obtenção de um ato jurisdicional justo, eqüitativo, célere e definitivo), isto é, um ato jurisdicional, compondo a lide (sentença, provimento jurisdicional que ponha fim ao litígio).
 O PROCESSO COMPÕE-SE DE UMA RELAÇÃO PROCESSUAL E DE UM PROCEDIMENTO. RELAÇÃO PROCESSUAL É UM NEXO ENTRE OS SUJEITOS, AÍ INCLUÍDO NECESSARIAMENTE O ESTADO. PROCEDIMENTO É A FORMA DE CADA ATO, O ENCADEAMENTO DE UM ATO COM OS OUTROS. MAIS DE UM PROCEDIMENTO PODE OCORRER NA FORMAÇÃO DE UM PROCESSO.
2- CONCEITO DE DIREITO PROCESSUAL
 Direito Processual do Trabalho é um sistema de princípios e leis que regulamentam o exercício da jurisdição quanto às lides de natureza trabalhista (EM RAZÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL 45/04 – QUE ALTEROU O ARTIGO 114 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ENTEDEDE-SE POR NATUREZA TRABALHISTA AQUELA QUE DERIVA DA RELAÇÃO DE TRABALHO E OUTRAS QUESTÕES TAXATIVAS EXPRESSAS NO ARTIGO 114.
O direito material e o direito processual do trabalho se complementam para a conservação da ordem jurídica trabalhista e para a realização do direito objetivo e subjetivo, através do processo. Para CALMON DE PASSOS, o direito material é uma qualificação de formas de comportamento; o direito processual, a predeterminação de uma forma de comportamento.
3- AUTONOMIA
O Direito Processual do trabalho é autônomo em face dos os aspectos:                legislativo (as leis materiais o declaram autônomo ou o disciplinam preservando essa autonomia); didático - seu ensino é individualizado das outras disciplinas jurídicas; científico - seu campo é vasto a ponto de exigir atenção particular, possui conceitos e princípios próprios e tem seu próprio método.
4- PRINCÍPIOS
 Princípios são regras fundamentais e gerais. Segundo MIGUEL REALE, — "princípios são verdades fundantes de um sistema de conhecimento, como tais admitidas, por serem evidentes ou por terem sido comprovadas, mas também por motivos de ordem prática de caráter opcional, isto é, como pressupostos exigidos pelas necessidades da pesquisa e da práxis".
4.1 - FUNÇÃO DOS PRINCÍPIOS
Princípios informativos dividem-se em:          LÓGICOS - consistem na seleção dos meios mais eficazes e rápidos de procurar e descobrir a verdade. JURÍDICOS - igualdade no processo, justiça na decisão e imparcialidade do juiz. POLÍTICOS - máxima de garantia social com o mínimo sacrifício individual da liberdade. ECONÔMICOS - processo acessível a todos, com vista ao seu custo e à sua duração.
São funções dos Princípios:
·         Preceituação: têm caráter de preceitos jurídicos, pois sua aplicação é de competência da autoridade judicial.
·         Interpretação: orientam a interpretação de lei e resolvem situações de dúvida, ou não previstas, colaborando no entendimento de normas jurídicas com forma e conteúdo polêmicos.
·         Normatização: têm caráter normativo, quando inseridos expressamente em norma positiva, tornando-se, aí, de aplicação obrigatória, pois se aplicam as situações de fato e de direito.
·         Informação: têm função informadora na elaboração da norma.
·         Construção: têm função construtora, indicando e formulando uma filosofia dominante no ordenamento jurídico.
·         Unificação:- conferem unidade e solidez à disciplina.
·         Generalização: têm aplicação em todos os campos do direito (individual e coletivo); não têm forma técnica de exteriorização; sua aplicação se faz por uma norma legal, indiretamente.
·         Integração: têm função integrativa, suprindo, direta ou indiretamente, as omissões do legislador.
4.2 - PRINCIPIOS GERAIS
Nesta oportunidade apresentamos alguns dos princípios gerais :
Devido processo legal - Ou due process of law, trata-se de uma garantia constitucional, por meio da qual se assegura a qualquer acusado o direito de se defender, de ter o seu dia na Corte (his day in the Court). Em síntese, todo homem tem direito ao processo. a)    na CF/88, art. 5º, incisos XXXV, LIV, XXXVII, LIII, LX, LXXIV.b)         nas Lei 1.060/50 e 5.584/70.c)            no CPC, arts. 125, I (igualdade de tratamento das partes), 214 (citação inicial do réu como condição de validade do processo), 264 (proibição de alteração do pedido após a citação do réu, com exceções), 321 (proibição dealteração do pedido, na revelia), 326 (prazo ao autor, na hipótese de alegação de fato impeditivo, modificativo ou extintivo de seu direito); 327 (oitiva do autor, se argüidas preliminares). d)     na CLT, art. 841 (notificação inicial ao reclamado), art. 847 (oportunidade de defesa) e art. 850 (razões finais), além de outros.
 Contraditório - É parte integrante do devido processo legal; assegura às partes igualdade de tratamento no processo, necessidade de citação inicial do réu como condição de validade do processo, proibição de alteração do pedido após a citação do réu (há exceções), direito de ser intimado da juntada de qualquer documento, oitiva de testemunhas, prazo de recurso etc.
Ampla defesa - É, também, corolário do devido processo legal; consiste no direito de merecer o mesmo tratamento no processo, com iguais prazos e de produzir todas as provas legais, com a mesma intensidade e amplitude.
Publicidade - Destina-se a dar completa transparência ao processo, às audiências e às sentenças. Excepcionam-se os processos que correm em segredo de justiça (por exigência do interesse público e os que dizem respeito a casamento, filiação, separação de cônjuges, conversão da separação em divórcio, alimentos e guardas de menores). 1)               Constituição, art. 5º, LX e art. 93, 1ª parte.2) CPC, arts. 155 e 444.3)                 na CLT, arts. 770, 813 e 834.
Juiz natural - Também corolário do devido processo legal. Deve entender-se o direito de ser submetido a julgamento por um juiz investido de jurisdição pelo Estado e não por um juízo de exceção, constituído para aquele caso em concreto, na Constituição, art. 5º, XXXVII e LIII.
Gratuidade - O processo deve ser, sempre que possível, gratuito, ou, no mínimo, acessível a todos; impedir o acesso do menos favorecido ao Judiciário, em razão de custas exorbitantes, é denegar-lhe justiça. 1)      Na Constituição, art.  5º, LXXIV.2)  Leis nº. 1.060/50 e 5.584/70.3)CLT, art. 822.
Inafastabilidade do Judiciário - Detendo, o Estado, o monopólio da jurisdição, nenhuma lei pode excluir do Judiciário lesão ou ameaça de lesão. na Constituição, art. 5º, XXXV.
Livre convencimento - Significa que o juiz poderá apreciar livremente as provas, não ficando adstrito a nenhuma delas; deverá, contudo, fundamentar as razões de seu convencimento. 1) CPC, arts. 335, 340, 342, 355, 359, 382 e 386, 418, 427 e 436.2)             CLT, arts. 456, 818, 829, 830, 844.
Lealdade e boa-fé - Presume que as partes ajam com lealdade entre si e para com o Juiz, não demandando pretensões infundadas, não produzindo provas desnecessárias e não interpondo recursos despropositados. Boa-fé significa que todos os sujeitos processuais (inclusive o juiz e os auxiliares de justiça) devem agir lealmente para alcançar seus propósitos comuns: No CPC, arts. 14, I, II, III, IV; 15 a18, 31 (lealdade das partes), 144 (auxiliares de justiça), 147 (peritos), 153 (intérpretes).
 Economia - Significa que os atos processuais devem ser praticados da forma menos onerosa possível e com o maior grau de eficácia.
Imparcialidade - Significa que só haverá lisura na entrega da prestação jurisdicional se estiver diante de um juiz descomprometido com a causa e com as partes, isto é, um juiz isento, insuspeito, imparcial. No CPC, arts. 125 a 137. Na CLT, art. 801.
 Preclusão - O processo é um andar para frente. Os atos processuais devem ser praticados no tempo, lugar, forma e modo definidos em lei. A parte que não praticar o ato processual que lhe incumbe incorre em preclusão, que pode ser lógica ou temporal; lógica é a preclusão em que incorre a parte quando pratica um ato e, num momento processual seguinte, manifesta a intenção de praticar outro com ele incompatível; temporal é a preclusão em que incorre a parte que deixa de praticar um ato no prazo definido em lei ou pelo juiz. no CPC, arts. 245, 300, 302, 357 c/c 359, 516. Na CLT, art. 795.
Eventualidade - Significa que os atos processuais devem ser praticados de forma concentrada, isto é, de uma só vez, de sorte que a economia processual não seja comprometida e o processo não se alongue além do necessário. no CPC, arts. 245, 300, 302, 357 c/c 359, 516. na CLT, art. 795.
Dispositivo - A jurisdição é inerte e demanda provocação da parte interessada; uma vez provocada, prevalece o impulso oficial. O processo começa com a ação, de iniciativa da parte O sistema brasileiro é o dispositivo (CPC, 333 e 355), com mitigação. no CPC, arts. 130 e 131 (livre convencimento racional), art. 262 (processo começa com a iniciativa das partes e desenvolve-se com impulso oficial), art. 335 (se não houver normas jurídicas particulares, o juiz aplicará as regras de experiência comum e regras de experiência técnica), art. 342 (o juiz pode, de ofício, em qualquer momento do processo, determinar o comparecimento pessoal das partes, para interrogatório), art. 381 (o juiz pode ordenar, de ofício, a exibição de livros e documentos), art. 417 (pode ordenar inquirição de testemunhas referidas), art. 440 (pode inspecionar pessoas e coisas). O Direito do Trabalho e o Processual do Trabalho brasileiro são dispositivos, mas é intenso o caráter inquisitório de ambos. No direito do trabalho há duas exceções: Quanto ao ajuizamento da ação: dissídio coletivo instaurado de ofício;             reclamação trabalhista instaurada de ofício, quando o empregador, na DRT, nega a relação de emprego (CLT, 39); Quanto ao procedimento: a)        CLT, arts. 765; 856 e 878; b) Lei nº. 5584/70, art. 4º (impulso de ofício); c)    chamamento ao processo CLT, art. 2º, § 2º)d)             sucessão (CLT, 10 e 448); e) empreitada (CLT, 455)f)    execução de ofício (CLT, 878).
Inquisitoriedade - Significa que a despeito de o processo ser marcado pela dispositividade, o juiz pode, em busca da verdade real, afastar-se dessa dispositividade, até a inquisitoriedade, determinando prova que nem mesmo tenham sido pretendidas pelas partes.      no CPC, arts. 130 e 440.      na CLT, arts. 39, § 1º, 765, 795, § 1º, 820, 827, 848 etc.
 Imediatidade ou imediação - Significa que o juiz mais habilitado a julgar a causa é aquele que tomou contato mais íntimo com as partes e as provas, isto é, aquele que presidiu a instrução. Daí o princípio da identidade física do juiz com o processo, de tal sorte que o juiz que iniciou o processo só não o sentenciará ser for transferido, promovido, aposentar-se ou morrer. Não se aplica à Justiça do Trabalho.
Conciliação - A conciliação é obrigatória no processo do trabalho (CLT, art. 764). Não havendo pelo menos duas propostas de conciliação, a sentença será nula. A Lei nº. 9.022, de 5/4/95 alterou os arts. 764 847 e 850 da CLT. Pelo art. 847 a 1ª proposta conciliatória deveria ser feita após a defesa do reclamado; pelo art. 850, assim que terminada a instrução. Com a Lei nº. 9.022/95 a 1ª proposta de conciliação deverá ser feita antes da defesa. CLT, arts. 764, §'s 1º, 2º e 3º, 847 e 850, Lei nº. 9.022/95.
Non reformatio in pejus - Significa que os Tribunais só podem apreciar a matéria que lhes foi devolvida no recurso; nunca poderão reformar a decisão para prejudicar o recorrente (non reformatio in pejus).
 Duplo grau de jurisdição - em tese, assegura-se a todo vencido o direito de ver reexaminada a sentença de mérito de 1ª instância, por um Tribunal, desde que satisfeitos certos requisitos de prazo, forma, depósito prévio, encargos de sucumbência. A Lei nº. 5584/70, ainda em vigor, estabeleceu que nenhuma sentença caberá de decisão cujo valor da causa seja inferior a dois salários mínimos.)           No CPC, arts. 475 e 515.)             Na CLT, arts. 893 e seguintes.
Eventualidade - Significa que toda a defesa da parte (processual e mérito) deve ser feita num único momento. No CPC, arts. 297, 299, 300, 301, 302 e 303.
4.3 PRINCIPIOS SINGULARES
Irrenunciabilidade - Visa tutelar o direito dos trabalhadores para que não sejam diminuídos ou suprimidos. Limita a autonomia da vontade. Fundamenta-se no princípio de que trabalho É UM DIREITOFUNDAMENTAL, não pode ser ressarcido. Privilegia o fato de que as normas trabalhistas são imperativas e, na sua maioria, de ordem pública. Os direitos trabalhistas compõem um estatuto mínimo abaixo do qual as partes não podem transigir; a irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas é regra; a renunciabilidade, exceção.           Na CLT, arts. 9º e 444.
 Ultrapetição da sentença - Em alguns casos, e exatamente porque admite o jus postulandi, a sentença trabalhista pode conceder além do pedido. Caso típico é aquele em que o empregado reclama verbas rescisórias que decorrem de uma relação de emprego que não é reconhecida pelo empregador. Nesse caso, reconhecida por sentença a relação de emprego, o juiz pode condenar a empresa, de ofício, a anotar a CTPS do empregado; ainda que não tenha sido pedida a dobra das verbas salariais incontroversas, o juiz poderá determiná-la na sentença, ante o comando imperativo do art. 467 da CLT. Ver, também, os arts. 484 e 496 da CLT.
Jus postulandi - Significa que, na Justiça do Trabalho, as partes podem litigar pessoalmente, sem patrocínio de advogados. O art. 133 da CF/88 não revogou a CLT. O TST já se pronunciou sobre o assunto, firmando esse entendimento. na CLT, arts. 791, 839, a, 840 e 846.
Oralidade - prevalência da palavra como meio de expressão. A oralidade pressupõe outro princípio: imediação ou imediatidade, isto é, o contato direto do juiz com as partes e com as provas. No direito comum, a aplicação desse princípio impõe a identidade física do juiz, isto é, determina que o juiz que haja presidido à instrução, isto é, assistido a produção das provas, em contato pessoal com as partes, testemunhas, peritos julgue a causa. As impressões colhidas pelo juiz no contato direto com as partes, provas e fatos são elementos decisivos no julgamento. Na CLT, art. 840, § 2º, 846, 848 e 850.
Pagamento imediato das parcelas salariais incontroversas - Impõe pesados encargos ao empregador que protela pagamento de verbas salariais incontroversas. O art. 467 da CLT manda pagar em dobro as verbas salariais incontroversas. Lembrem-se: não é qualquer verba que se pode dobrar; apenas as de natureza jurídica salarial e, mesmo assim, se incontroversas. Aviso prévio, férias, 13º salário, FGTS, vale-transporte, seguro-desemprego, horas extras não têm natureza salarial, e, portanto, não se dobram. na CLT, art. 467.
Irrecorribilidade das interlocutórias - visa impedir, tanto quanto possível, interrupções da marcha processual; motivadas por recursos opostos pelas partes das decisões do juiz. A matéria fica imune à preclusão, sendo apreciada depois, pelo Tribunal. Atende ao princípio da celeridade processual. Na CLT, arts. 799, § 2º e 893, § 1º.
Sentenças de alçada - O § 4º do art. 2º da Lei nº. 5584/70 estabelece que nenhum recurso cabe de sentença a cuja inicial se tenha dado valor de causa inferior a dois salários mínimos. O STF já disse que a Lei nº. 5584/70 é constitucional.
Concentração - Significa que toda a instrução deve resumir-se a um número mínimo de audiências; se possível, a uma. na CLT, art. 845 a 851.
Celeridade - Significa que todos os sujeitos processuais (partes, advogado, juízes, auxiliares, perito, intérprete, testemunhas etc.) devem agir de modo a que se chegue rapidamente ao deslinde da controvérsia com o menor dispêndio de atos, energia e custo e com o maior grau de justiça e de segurança na entrega da prestação jurisdicional. na CLT, arts. 765 768 (nos casos de falência) e 843 a 852.
5- REGRAS DE APLICAÇÃO DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
·         Toda norma processual tem por princípio a aplicação imediata; não se confunde com retroatividade.
·         Os atos processuais praticados sob a lei revogada mantêm plena eficácia depois de promulgada a lei nova, embora dite preceitos de conteúdo diferente. Tempus regit actum: a lei processual provê para o futuro, ou seja, para os atos processuais ainda não realizados ao tempo em que se iniciou a sua vigência.
·         Os atos anteriores não são atingidos pelo novo dispositivo legal em virtude da irretroatividade da norma processual, exceto nos casos de competência e jurisdição, que se aplicam imediatamente e regem o processo e o julgamento de fatos anteriores à sua promulgação.
·         Desdobrando-se o ato por partes, concluir-se-á segundo a lei sob a qual se iniciou, salvo se a nova lei o houver extinguido ou suprimido. Se o ato não praticado for seqüência de outro realizado segundo a lei anterior, esta o regerá.
·         A nova lei processual se aplica de imediato aos processos em curso ou pendentes quanto aos atos ainda não praticados.
·         Permanecem todos os efeitos de um ato praticado sob domínio da norma revogada.
·         Rege-se a prova pela lei em vigor ao tempo de sua produção.
·         Os recursos regem-se, quanto à admissibilidade, pela lei do tempo em que a decisão é proferida, e quanto ao processamento, pela lei nova.
·         Os prazos iniciados na vigência da lei anterior continuam a ser regulados por ela, e a correr até o seu término.
·         Toda lei processual é eminentemente territorial e de direito público interno; sua aplicação é circunscrita ao território do Estado que a promulga.
6- FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
1)   Constituição;
2)   Leis (materiais e processuais);
3)   Disposições regulamentares do Poder Executivo;
4)   Disposições regulamentares dos órgãos corporativos;
5)   Usos e costumes processuais; 6)·.
OBS.: analogia e eqüidade não são fontes; são métodos integrativos de direito.com relação àJurisprudência as Súmulas do TST na prática se colocam como verdadeira fonte do direito.
Teoria das Nulidades no Processo do Trabalho - Gabriela Duarte Fonseca
 Autor: Gabriela Duarte Fonseca; 
A Teoria das Nulidades tem diferentes aplicações no ramo do Direito Civil e no ramo do Direito do Trabalho. No Direito Civil, se um ato é nulo, ele tem efeitos ex tunc (retroativos; anula o ato em si e todos os seus reflexos); por outro lado, no Direito Trabalhista, a nulidade gera efeitos ex nunc (irretroação da nulidade decretada), afinal, pela natureza desse ramo do Direito, deve-se preservar o trabalho já executado, é preciso evitar o enriquecimento ilícito do empregador e impedir que a atividade ilícita prossiga.
Os negócios jurídicos, tanto civis quanto laborais, para serem válidos, necessitam dos requisitos essenciais postos no art. 104 do Código Civil: agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei. Dessa forma, a nulidade deriva da ocorrência de defeitos ou vícios no próprio ato ou em seus elementos integrantes.
As diferentes aplicações da Teoria das Nulidades no Direito Civil e no Direito do Trabalho, no entanto, não é algo pacífico. Há doutrinadores que defendem a maleável aplicação desta Teoria no ramo trabalhista devido à relevância do objeto principal do acordo - o trabalho - e na impossibilidade de retorno ao status a quo. Em contraposição, há aqueles que mantêm a posição clássica por pautarem-se na impossibilidade de ratificar situação que não existiu, ou seja, ato que sequer produziu efeitos na seara jurídica.
Analisando os requisitos indispensáveis à formalização do negócio jurídico, a relevância da capacidade do agente repousa no fato de que, para a perfeição do ato jurídico, imprescindível é a vontade das partes. Esta só é juridicamente considerada quando manifestada por quem é capaz de efetivar de per si atos da vida civil. A lei, tendo em vista a idade, a saúde ou o desenvolvimento intelectual de determinadas pessoas, e com o objetivo de protegê-las, não lhes permite o exercício pessoal de direitos. Logo, de acordo com o Princípio pacta sunt servanda, segundo o qual o disposto no contrato faz lei entre as partes, a condição para que a manifestação da vontade não seja eivada de vício é de que o agente que a manifesta seja capaz.
A licitude do objeto é requisito necessário para que o Direito possa considerar o negócio como jurídico e dispensarproteção aos negociantes. De fato, o objetivo da lei é vedar atos cujo escopo a contrariem ou contrariem a moral e os bons costumes. Dessa maneira, o Princípio da Ética garante que o Direito não poderia se prestar a convalidar atos viciados na essência de seus objetos.
No que tange à forma, a grande maioria dos negócios jurídicos é elaborada por escrito e observando determinadas formalidades, cuja desobediência pode eivar de nulidade o negócio firmado. Entretanto, é importante ressaltar que o contrato escrito não é a regra no Direito do Trabalho.
Importante também analisar os diferentes tipos de nulidade, sendo que a Nulidade Total resulta de defeito grave em elemento essencial do contrato e, por isso, estende seus efeitos ao conjunto do pacto, logo, dela decorre a nulidade total do vínculo.
Parcial é a nulidade em elemento não essencial do contrato ou em alguma cláusula, assim, sua decretação tem o objetivo de sanar o defeito, preservando o conjunto do contrato. A anulação do defeito gerará efeitos ex tunc, retroagindo à data do surgimento do vício.
No Direito do Trabalho, há ainda a Nulidade Relativa, que se opera quando são feridas, no contrato de trabalho, normas de proteção ao trabalho concernentes a interesses estritamente individuais. E, ocorre a Nulidade Absoluta quando, no contrato de trabalho, são feridas normas de proteção ao trabalho referentes a interesses que se sobrepõem aos meramente individuais.
O Direito do Trabalho construiu uma teoria específica com relação ao problema das Nulidades. O contrato de trabalho, apesar de ter os mesmos requisitos legais que os contratos civis, obedece à ideologia distinta quanto à declaração de nulidade e às conseqüências que do ato podem advir.
Tal singularidade repousa em face dos elementos fundamentais do contrato de trabalho. Diferentemente do que estabelece a legislação civil, no âmbito trabalhista vigora a impossibilidade do retorno ao status a quo. A situação fato-jurídica já vivenciada não pode ser simplesmente banida. O contrato tido como nulo ensejará efeitos jurídicos até o instante da decretação da nulidade, só inviabilizando a produção de novas repercussões jurídicas.
Uma vez realizado o serviço contratado, não há como restituir a força de trabalho dispensada pelo trabalhador em sua consecução, não sendo possível, dessa forma, alcançar a situação a quo. A observância da lei civilista ocasionaria imoral enriquecimento ilícito do empregador, eis que já se beneficiou do serviço prestado e não incidiria sobre ele os efeitos justrabalhistas da relação socioeconômica desenvolvida. Se o enriquecimento ilícito é combatido pelo direito, uma razão a mais tem o Direito do Trabalho para fazê-lo, pois que a ele cabe reduzir o desequilíbrio que normalmente existe entre as partes da relação jurídica que regulamenta. Não é plausível a negação apriorística dos direitos a serem exercidos pelo trabalhador, em virtude de declaração de nulidade do contrato de trabalho, já que a obrigação foi por ele satisfeita, tendo que ser respaldada pelo Estado.
A ordem jurídica deve priorizar o valor-trabalho e os direitos trabalhistas, salvaguardando os efeitos justrabalhistas referentes ao trabalho efetivamente cumprido, embora negando repercussões a partir do instante em que a nulidade é reconhecida.
Neste contexto, ressalte-se que, embora a regra seja a irretroatividade dos efeitos da nulidade contratual, há importantes manifestações da doutrina, bem como da jurisprudência, que defendem que os efeitos emergidos da declaração de nulidade de um contrato de trabalho dependem do vício que originou tal situação. Assim, há situações em que os efeitos do contrato de trabalho devem ser respaldados pelo direito, como se, no pacto, nenhum defeito houvesse; em outras devem ser estabelecidas de forma parcial e, em outras ainda, nenhum efeito pode ser produzido.
Daí surge uma subdivisão para a Teoria da Nulidades que deve ser aplicada no âmbito trabalhista e que se divide em: Aplicação Plena da Teoria Especial Trabalhista, Aplicação Restrita da Teoria Especial Trabalhista e Inaplicabilidade da Teoria Especial Trabalhista.
Há situações muito comuns que ensejam a aplicação Plena da Teoria Justrabalhista de Nulidades, afastando-se, completamente, a clássica Teoria do Direito Civil. A total inobservância da lei civilista ocorre quando o defeito que vicia o contrato de trabalho é de cunho particular e não afeta a sociedade.
Cita-se, para efeito elucidativo, a relação empregatícia firmada entre empregador e empregado menor de 16 (dezesseis) anos. Ora, o artigo 7º, inciso XXXIII da CF e o artigo 403 da CLT vedam, expressamente, o trabalho de menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, neste caso a partir dos 14 (quatorze) anos. Contudo, comprovado o exercício de atividade laborativa pelo postulante, quando menor de 14 anos de idade, devida é a averbação desse período para efeitos previdenciários.A limitação da idade para o trabalho é imposta em benefício do menor e, não, em seu prejuízo, razão pela qual o período de trabalho prestado antes dos 14 anos deverá ser computado como tempo de serviço para fins previdenciários.
Também se procede beneficiando o trabalhador quando o defeito é concernente à forma. Verificada a relação de emprego, mesmo sem a observância da formalidade legal imperativa, as repercussões justrabalhistas devem ser reconhecidas ao contrato irregularmente celebrado. Então, tem-se que, por exemplo, ao firmar contratos de trabalho com atletas, estes devem ser escritos, uma vez que constituem forma especial de contratação. Entrementes, a não observação da forma, no caso, não deve comprometer a validade do contrato permitindo-se outros meios de prova da existência deste.
Dessa maneira, é possível perceber situações em que não se deve cogitar da elisão da validade do contrato de trabalho. Todos os efeitos naturais oriundos deste devem ser observados, como se estivessem presentes todos os requisitos de validade, eis que o serviço foi concretizado. Ademais, anulando-se o ato jurídico, o único prejudicado seria o empregado, situação que não pode ser acobertada pelo Direito, primordialmente quando se pretende promover ou preservar direitos fundamentais como a subsistência familiar, a moradia, a educação e a saúde, buscando a garantia da dignidade do trabalhador.
De outro modo, há casos em que existe um defeito emergente de um ato jurídico e este defeito atinge bens jurídicos que se aproximam do interesse público. Nesses casos, a aplicação da Teoria Justrabalhista Especial deve ocorrer de forma Restrita, isto é, proporcionalmente.
Essa situação pode ser bem exemplificada em caso de contratação empregatícia irregular, tal qual quando falta concurso público. Apesar de não ter sido o contrato precedido de concurso, houve trabalho dos servidores contratados o que impede a devolução dos valores correspondentes ao trabalho devido.
No caso em tela há posições polares: uma que nega qualquer possibilidade de aplicação da Teoria Justrabalhista Especial de Nulidades, sob o fundamento de que o interesse público envolvido suplantaria o interesse laboral e que, conseqüentemente, negaria o pagamento de verbas contratuais trabalhistas ao trabalhador contratado irregularmente. A outra, prega a plena aplicação da Teoria, concedendo ao trabalhador irregularmente contratado todos os direitos laborais com o objetivo de evitar enriquecimento ilícito do empregador e pela impossibilidade de restituir ao empregado o trabalho já efetivamente cumprido.
Mas essas posições não iriam de acordo com o atual conjunto normativo, nem com os princípios constitucionais. A única maneira de equilibrar os interesses do caso é a aplicação ponderada da Teoria Especial das Nulidades. Afinal, diante da norma que estipula a proibição ao administrador e aos cidadãos de ingressar no aparelho estatal sem concurso público e sua evidente contraposição ao respeito ao trabalho como um dos valores essenciais da ordem econômica, social e jurídica, deve-se aplicar a Teoria das Nulidades em relação ao períodojá trabalhado, mas deve-se anular o pacto em questão em virtude da inobservância à formalidade essencial do concurso. Assim, as verbas contratuais trabalhistas da prestação laboral efetivada seriam devidas, porém seria negado o direito a verbas rescisórias próprias à dispensa injusta (aviso prévio, 40% FGTS e seguro desemprego), vez que o contrato teria sido anulado de ofício (extinção por nulidade).
É importante ressaltar que há situações em que a segurança dos direitos particulares não pode se sobrepor aos interesses públicos, de tal sorte que o contrato de trabalho não pode ser ratificado in totum.
Então, no caso do servidor público que entra para o quadro do funcionalismo público sem a realização de concurso, todas as verbas salariais são garantidas, em virtude do disposto no art. 19-A da Lei nº 8.036/90. Considera-se, para a garantia das referidas verbas, que o trabalho foi prestado, a energia foi despendida. Não são, porém, asseguradas verbas rescisórias, uma vez que o pacto se encerra, não por dispensa sem justa causa, mas pela declaração de nulidade, ou seja, o contrato foi expurgado do mundo jurídico.
Há ainda situações em que a nulidade constatada é tão intensa e afronta um bem social tão relevante, que o Direito do Trabalho nega qualquer repercussão justrabalhista à prestação laborativa concretizada e aplica plenamente a regra geral do Direito Civil.
Nesse caso configura-se um tipo de nulidade que inviabiliza a aplicação da Teoria Especial Justrabalhista, afinal, o valor-trabalho tutelado pela Constituição Federal sequer chega a se configurar. São circunstâncias em que o defeito que vicia o contrato laboral não se restringe às partes, mas fere igualmente interesses públicos e, de tal forma, torna-se inviável a admissão de qualquer efeito proveniente do pacto de trabalho.
Geralmente isso se configura nos casos de "trabalho ilícito", pois aqui não há efetivo trabalho, posto que a Constituição Federal consagra o labor como a produção de bens e serviços sob a ótica social; ou quando há um trabalho que fere o interesse público, sendo desmerecedor de qualquer proteção jurídica.
Um exemplo clássico da questão em apreço é a prestação de serviços realizada para o tráfico de drogas, a qual não pode ser convalidada, eis que tal pacto acarreta prejuízo para toda a sociedade.
Nesse caso o vício se encontra ligado ao objeto do contrato: o trabalho que o empregado se propôs realizar é contra legem, sendo tipificado como ilícito penal. In casu, o valor do trabalho defendido pela Constituição Federal é desvanecido pela ilicitude do objeto do contrato.
Dessa maneira, a Teoria Civilista é aplicada in totum e se esvai toda a proteção que seria dispensada ao empregado, assim, o ato é expurgado da seara jurídica e completamente desconsiderado.
A aplicação do Direito Público em detrimento do Direito Privado faz com que a nulidade gere efeitos ex tunc, extinguindo toda a obrigação do tomador de serviços, até mesmo a de concretizar a contraprestação inerente ao contrato, isto é, o pagamento pelo serviço prestado. Apesar de tal imposição parecer injusta deve-se levar em conta que esta é uma forma de coibir o ingresso no mundo do crime e a colaboração com o mesmo.
Deve-se ressaltar que esse posicionamento não é pacífico, então, a análise do caso concreto, tendo em mente os princípios gerais de direito, a analogia e a equidade, é imprescindível para a decretação do efeito ex tunc à declaração de nulidade de um contrato laboral.
Diante do que foi exposto é possível concluir que a Teoria das Nulidades no Direito do Trabalho não está totalmente pacificada nos Tribunais. Apesar de ser certo que esta Teoria tem como alicerce a Teoria das Nulidades do Direito Civil, também é possível asseverar que a Nulidade Civilista não pode ser aplicada ipsis litteris no âmbito trabalhista.
Hoje, já existem respeitáveis doutrinadores que dissertam sobre a Teoria das Nulidades no Direito Trabalhista, contudo, inexiste legislação específica sobre este tema. Assim, cabe ao aplicador da lei, de acordo com o caso concreto, analisar a possibilidade de utilizar os princípios gerais do direito, a analogia e, principalmente, a eqüidade, para alcançar a solução mais adequada.
O cerne da questão em tela é a existência de dúvida objetiva para se estabelecer, com clareza, em que circunstâncias a Teoria Trabalhista das Nulidades Contratuais deve ser amplamente observada, quando é necessária a aplicação de ressalvas ou quando não deve ser aplicada.
Esta dúvida deve ser extirpada do sistema jurídico, afinal, o objetivo principal desse sistema é garantir segurança jurídica aos seus subordinados. Entretanto, com essa falta de regulamentação, o que se percebe é a insegurança reinante. Para agravar a situação, é possível notar que esta insegurança pende para o lado dos trabalhadores; justamente o lado hipossuficiente da relação trabalhista e que merecia maior zelo do ordenamento jurídico.
Para solucionar os conflitos trabalhistas de maneira justa, o Direito brasileiro precisa construir uma Teoria definitiva acerca das Nulidades; além de elaborar lei clara e certa sobre o tema. Para tanto é preciso que a realidade nacional seja analisada em pormenores pelo operador jurídico, pois só assim será possível evitar que atos ilícitos no Direito Trabalhista gerem enriquecimento infundado de fraudadores, prejudiquem o trabalhador que despendeu sua força de trabalho e ainda afrontem francamente o interesse público.
FORMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS
AUTODEFESA
l      A própria parte procede à defesa de seus interesses, impondo a solução à outra parte.
l      Técnicas autodefensivas: Greve e Lockout
I - AUTOCOMPOSIÇÃO
l      A solução dos conflitos trabalhistas é realizada pelas próprias partes, sem a intervenção de um terceiro.
l      Técnicas autocompositivas:  Acordo e convenção coletivas (art. 611 e seguintes  da CLT)
II - HETEROCOMPOSIÇÃO
l      A solução dos conflitos é determinada por um terceiro
l      Técnicas heterocompositivas: Mediação, arbritragem e jurisdição
II – 1 - Mediação
Ø      É realizada por um terceiro, que propõe a solução às partes.
Ø      Pode ser qualquer pessoa que atua como intermediário entre as partes.
Ø      Art. 616, parágrafo 1º , CLT – Delegado Regional do Trabalho – conflito coletivo
Ø      Portaria 3.097/88 – estabelece as regras para a mediação
Ø      Decreto 1.572/95 – sobre mediação nas negociações coletivas
Ø      Portaria 817/95 do Ministro do Trabalho – critérios para a participação do mediador nos conflitos de negociação coletiva de natureza trabalhista
Ø      Portaria 818/95 do Ministro do Trabalho – critérios para o credenciamento de mediador perante as DRTs.
v     Comissão de conciliação prévia
v     Arts. 625-A a 625-H da CLT
II – 2 Arbitragem
Ø      A solução do conflito é feita por um terceiro estranho à relação das partes ou por um órgão, que é escolhido por elas, impondo a solução do litígio.
Ø      Árbitro - Sentença arbitral
Ø      Natureza jurídica de justiça privada
Ø      Lei 9307/96
II – 3 – Jurisdição
É a forma de solucionar os conflitos por meio da intervenção do Estado  gerando o Processo judicial.FRANCESCO CARNELUTTI asseverava que a palavra jurisdição origina-se da expressão latina dicere ius, ou seja, o poder de dizer o direito que, atualmente, é atividade exclusiva do Estado, donde dizer (dictio) informa qual a regra jurídica,  e o ius, que incidi no caso concreto.
II – 3-1 Formas de classificação
A) Com relação ao objeto:
Pode ser penal ou civil. Se a causa de pedir for uma questão penal, haverá atuação de um juízo criminal. Já a expressão jurisdição civil é utilizada num sentido amplo, e por isso envolve a solução de qualquer controvérsia ou não de caráter não criminal.
 B) No que tange ao grau em que a jurisdição é exercida(ou posição hierárquica dos órgãos):
Pode ser ORIGINÁRIA  ou  RECURSAL. A Jurisdição Originária  que conhece originariamente ( inicialmente)  as ações vale dizer que têm competência originária.A jurisdição Recursal ( reexame). Conhece o julga recursos
C) Quanto ao órgão que a exerce:
É denominada de comum ou especial. A comum pode ser subdivida em federal ou estadual. Enquanto que a especial em militar, eleitoral e trabalhista.
HH – II- 2 Características da Jurisdição:
1.     Inevitabilidade
2.     Indeclinabilidade
3.     Investidura
4.     Indelegabilidade
5.     Inércia
6.     Aderência
7.     Unicidade
8.     Improrrogabilidade
9.     Imprescindibilidade
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO, COMPETÊNCIA MATERIAL E TERRITORIAL.
ESQUEMA DE AULA
1-       ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
2-       COMPETÊNCIA  MATERIAL
3-       COMPETÊNCIA TERRITORIAL
1-       ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
VARAS DO TRABALHO – A jurisdição da vara do trabalho abrange um ou mais municípios. Cada vara compõe-se de um juiz do trabalho titular e um juiz do trabalho substituto (em tese. Geralmente isso de fato não ocorre).Compete às Varas do trabalho conciliar e julgar, em linhas gerais, os dissídios individuais oriundos das relações de trabalho.Os juízes do trabalho ingressam na magistratura como juízes substitutos (art. 654 da CLT) após aprovação em concurso público de provas e títulos realizado pelo Tribunal |Regional do Trabalho da região respectiva.Art. 112 da CF – redação nova EC 45/2004 dispõe que a “lei criará varas da justiça do trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho”.
Juízes de Direito: Nas comarcas não abrangidas pela jurisdição da Vara do Trabalho, será atribuída competência à Juízes de Direito, com recurso ao TRT.
TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO-  estão divididos por regiões. A título de exemplo o Estado de São Paulo, possui dois TRTs ( única hipótese da Federação), o TRt da 2ª Região com sede na Capital e o TRT da 15ª Região  com sede em Campinas. Existem vários TRTs com competência para mais de um Estado da Federação,
Os Magistrados dos tribunais serão juízes do trabalho escolhidos e nomeados pelo Presidente da República por promoção, alternadamente, por antigüidade e merecimento.
Composição: No mínimo de 7 juízes (quando possível na respectiva região) dentre brasileiros com mais de 30 (trinta) e menos de 65 (sessenta e cinco) anos.
Um quinto dentre os Advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros doMinistério Público do Trabalho com mais de 10 (dez) de exercício. (leitura dos artigos 94 e 115 da CF).
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – sede na Capital da República e jurisdição em todo o território nacional é a instância superior da Justiça do Trabalho.
Composição: 27 ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 anos e menos de 65, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação por maioria absoluta do Senado Federal, sendo\;Um quinto dentre Advogados com mais de 10 anos de carreira profissional e membros doMinistério Público do Trabalho com mais de 10 anos de exercício.Os demais serão Juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior do Trabalho.
Funcionarão junto ao TST: Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho; o Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
ÓRGÃOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DO TRABALHO – secretaria, distribuidor e a contadoria.Secretaria – Diferentemente de como se utiliza na justiça comum, na Vara do trabalho usa-se a denominação de secretaria e não cartório. A Vara do Trabalho possui uma secretaria que, recebe petições, faz autuações e demais serviços determinados pelo Juiz (art. 711 da CLT)Diretor de Secretaria: dirige a secretaria preparando os despachos para o juiz, cumprindo as determinações deste. (art. 712 da CLT).Nos Tribunais Regionais também terão secretarias, dirigidas por um secretário. (art. 718 da CLT) O secretário, exercerá a mesma função que exerce o diretor da secretaria da Vara, além de mandar os processos a conclusão do juiz presidente e da organização e manutenção de um fichário de jurisprudência do tribunal para consulta dos interessados.Oficiais de Justiça: desempenha os atos determinados pelo Juiz da vara do Trabalho. Regra geral fazem as citações nas execuções, mas podem também notificar testemunhas, traze-las à Juízo, ou fazer as citações nos processos de conhecimento onde haja problema de endereço, e outros.O Oficial de justiça na Vara do Trabalho e na Justiça Federal é também avaliador.  Distribuidor: Existindo mais de uma vara na localidade, haverá um distribuidor. Os distribuidores podem fornecer recibos ou certidões da distribuição.
 MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO: incumbência de defender  a ordem pública, o regime democrático e os interesses indisponíveis da sociedade e dos indivíduos …” (art. 129 da CF).O MPT tem como “chefe” o Procurador Geral  do Trabalho. É um dos ramos do Ministério Público da União.O Procurador Geral do Trabalho é nomeado pelo Procurado Geral da República entre os integrantes da Procuradoria com mais de 35 anos de idade e cinco anos de carreira.A Procuradoria Geral do Trabalho atua perante o TST, através do Procurador Geral e dos subprocuradores-gerais.Junto aos Tribunais Regionais funcionam as procuradorias Regionais do Trabalho, compostas por procuradores regionais, nomeados por concurso público de títulos e provas.Todas as Procuradorias contam com os serviços de uma Secretaria.
2-       COMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Conferiu o inciso I, do artigo 114 da Constituição Federal, que "as ações oriundas da relação detrabalho", e o inciso IX"outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho" são competência daJustiça do Trabalho.
Diferente da relação de emprego, como existente no texto anterior, atualmente, por força do dispositivo constitucional , consta a expressão relação de trabalho, o que é mais ampla e genérica, não se restringindo, apenas, aos julgamentos dos conflitos empregado/ empregador.
Relação de trabalho é conceito mais amplo que relação de emprego e abrange todas as relações jurídicas em que há prestação de trabalho por pessoa natural ou outra pessoa, tanto no âmbito de contrato de trabalho (artigo 442 da Consolidação das Leis do Trabalho), como de prestação de serviços (arts. 593 e seguintes do Código Civil), e, também, outros tipos de contratos de trabalho como a empreitada, mandato, transporte e demais.
Um dos critérios determinantes para a delimitação da expressão relação de trabalho é a pessoalidadena prestação de serviços. Já a subordinação e a onerosidade que anteriormente eram necessárias, com a atual expressão "relação de trabalho", em sentido amplo, quer tenha sido formalizada ou não, autônomo ou não, serão de competência da Justiça do Trabalho para julgar tais conflitos.
LEIA O ARTIGO 114 DA CF COM MUITA ATENÇÃO
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aosempregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do  Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
3-       COMPETÊNCIA TERRITORIAL
A competência das VARAS DO TRABALHO é definida pelo local onde o empregado prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro (CLT, art. 651), como regra geral.
Se tratar de empregado agente ou viajante será competente a Vara do Trabalho ou Juiz da localidade onde o empregador tiver seu domicílio, salvo se o empregado estiver subordinado à agência ou filial, quando será competente a Vara  em cuja jurisdição estiver situada a mesma agência ou filial (CLT, art. 651, § 1º);
Se o empregador prestar serviços fora do lugar da contratação o empregado pode reclamar no foro da celebração do contrato ou no da prestação do serviço (CLT, art. 651, § 2º).
 É competente a Justiça do Trabalho do Brasil para decidir dissídio trabalhista entre empregadobrasileiro e agência ou filial de empresa, no estrangeiro, se não houver convenção internacional dispondo em contrário. ( CLT, art., 651 § 23º)
Qualquer que seja a regra em contrário, constante do direito estrangeiro, será competente a autoridade judiciária brasileira, em razão do lugar, quando:
a)       o réu for domiciliado no Brasil.
b)       aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
c)       a empresa estrangeira não-domiciliada no Brasil aqui possuir agência ou filial (porque a obrigação deverá ser cumprida aqui).
d)       a ação se originar de ato ou fato ocorrido ou praticado no Brasil.
LEIA COM ATENÇÃO O ARTIGO 651 DA CLT
Art. 651 - A competência das Varas do Trabalho  é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
 § 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Vara  da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima
  § 2º - A competência das Vara do Trabalho, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.
        § 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.
RGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO 2A PARTE
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO.
( membros  - MINISTROS)
O Tribunal Superior do Trabalho, com sede em Brasília-DF e jurisdição em  todo o território nacional, tem por principal função uniformizar a jurisprudência  trabalhista, através das Súmulas ( pelo Pleno do Tribunal) , Orientações Jurisprudenciais( OJ de direito material pela SDI 1, de direito processual SDI - 2 e Precedentes Normativos ( pela SDC).
O Tribunal Superior do Trabalho julga recursos de revista, recursos ordinários( em Dissídio Coletivo)  e agravos de instrumento contra decisões de Tribunais Regionais do Trabalho e dissídios coletivos de categorias organizadas em nível nacional, além de mandados de segurança, embargos opostos a suas decisões e ações rescisórias.
Leia o artigo 111 A  da CONSTITUIÇÃO FEDERAL
TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO
( membros - DESEMBARGADORES DO TRABALHO)
A Justiça do Trabalho conta com 24 Tribunais Regionais do Trabalho artigo 112 da Constituição Federal, “A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-las aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho”.
Os Tribunais Regionais do Trabalho :
1ª Região (Rio de Janeiro) 54 juízes;
2ª Região (São Paulo) 64 juízes;
3ª Região (Minas Gerais) 36 juízes;
4ª Região (Rio Grande do Sul) 36 juízes
5ª Região (Bahia) 29 juízes;
6ª Região (Pernambuco)18 juízes;
7ª Região (Ceará) 8 juízes;
8ª Região (Pará) 23 juízes;
9ª Região (Paraná) 28 juízes;
10ª Região (Distrito Federal) 17 juízes;
11ª Região (Amazonas) 8 juízes;
12ª Região (Santa Catarina) 18 juízes;
13ª Região (Paraíba) 8 juízes;
14ª Região (Rondônia) 8 juízes;
15ª Região (Campinas/SP), 36 juízes;
16ª Região (Maranhão) 8 juízes;
17ª Região (Espírito Santo) 8 juízes;
18ª Região (Goiás) 8 juízes;
19ª Região (Alagoas) 8 juízes;
20ª Região (Sergipe) 8 juízes;
21ª Região (Rio Grande do Norte) 8 juízes;
22ª Região (Piauí) 8 juízes;
23ª Região (Mato Grosso) 8 juízes;
24ª Região (Mato Grosso do Sul) 8 juízes.
Os Tribunais Regionais do Trabalho com maior número de desembargadores se subdividem em turmas para  julgamento. Todavia, em cada um deles, todavia, há um órgão destinado a dissídios individuais (Seção de Dissídios Individuais ) e dissídios coletivos (Seção de Dissídio Coletivos).
OS TRTs tem competência originária em dissídios coletivos, ações rescisórias, mandados de segurança e etc e competência RECURSAL, para reexame das decisões proferidas pelas Varas do Trabalho.
Os TRTs  também se organização de forma plena, onde todos os juízes participam de determinadas sessões de  julgamento. Há também um órgão de corregedoria, responsável pela administração FGV
do tribunal. A competência e divisão de tarefas, quando não dispostas em lei ou pelo Tribunal Superior do Trabalho, são definidas pelo regimento interno  de Cada Tribunal.
VARAS DO TRABALHO
( Juiz do Trabalho ou Juiz Federal do Trabalho)
A Vara é constituída  de um juiz do trabalho titular e um juiz do trabalho substituto, que é designado na ausência do titular pelos TRTs.
Compõe as varas de trabalho os analistas judiciários, (profissionais que auxiliam os juízes em redação de sentenças), os técnicos judiciários (que auxiliam o procedimento dos processos), os diretores de secretaria (que comandam o trabalho dos serventuários)
Nas  comarcas onde não exista Vara do Trabalho, a lei  atribuir a jurisdição trabalhista ao juiz de direito, que deve se ater ao procedimento e ao processo trabalhista e não ao processo comum.
PETIÇÃO INICIAL - esquema
FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS
A petição inicial   é de fundamental importância para o processo, nela deverá constar desde a narração dos fatos, passando pela exposição dos fundamentos jurídicos, até a formulação dos pedidos, deve demonstrar um desencadear lógico e cronológico, para que se permita o exercício do amplo direito de defesa da parte contrária , bem como, a atuação do juiz que deve se ater aos limites da lide.
 Sérgio Pinto Martins, ao definir a  a petição inicial salienta que a mesma deve  conter  um silogismo:  onde a premissa menor são os fatos  fatos, o fundamento jurídico é a premissa maior, e a  conclusão é o pedido  aduzido na ação.
PEDIDOA formulação dos pedidos é de fundamental importância, nos termos do artigo 460 do CPC, que também se aplica ao processo do trabalho por força do artigo 769 da CLT
Os pedidos podem ser assim classificados:
v     IMEDIATO  - aquilo que o autor objetiva de forma direta  da pretensão deduzida em juízo);
v     MEDIATO -  representado pelo bem da vida, o bem jurídico material).
v     CERTO OU DETERMINADO -  (Art. 289 do CPC). , o que significa  que o pedido deve ser certo quanto ao seu objeto , o que não significa a obrigatoriedade em relação à apresentação de valores de quantificação, ( artigo 286 do CPC)  exceto no rito sumaríssimo, por exigência legal . Se o pedido apresenta quantificação, nos termos do artigo 459 do CPC é vedado ao juiz proferir sentença ilíquida .
v     ALTERNATIVO -  Art. 288 do CPC “o pedido será alternativo, quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo”
v     SUCESSIVO.  Quando ocorrer  a possibilidade de o julgador não conhecer do pedido anterior, de forma que venha a acatar o pedido posterior, ou sucessivo .
v  CUMULATIVOS (Artigo 292 do CPC)    apresentados em face dos mesmo(s) réu(s) .
   
O INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
Inicialmente cumpre ressaltar que no processo do trabalho não existe previsão legal do despacho saneador , sendo certo, que via de regra o Magistrado tem o primeiro contato com a petição inicial no dia da audiência.
No entanto , embora seja muito raro de acontecer, em razão do principio da informalidade que norteia o processo do trabalho,  o  juiz do trabalho a poderá indeferir, liminarmente, antes da notificação do réu, obstando  o prosseguimento da ação (Arts. 840, §1º, da CLT c/c 295 do  CPC). Mas via de regra o que se observa, a não ser que o vício seja insanável , a audiência é adiada, e é concedido prazo para o  autor  emende a petição inicial , eis que o artigo 765 da CLT, permite que o juiz determine qualquer diligência que julgue necessária  para o bom andamento do processo  ( leia a Súmula 263 do TST)
As regras para indeferimento de plano da petição inicial estão nas normas contidas no artigo 295 do CPC  subsidiariamente aplicado ao processo do trabalho, por força do artigo 769 da CLT , a saber:
a)      for inepta, ( (1) lhe faltar pedido ou causa de pedir, (2) da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão, (3) o pedido for juridicamente impossível, e (3) contiver pedidos incompatíveis entre si.).
b)      a parte ser manifestamente ilegítima,
c)      o autor carecer de interesse processual,
d)      for verificada a decadência ou a prescrição,
e)      o tipo de procedimento escolhido pelo autor não corresponder à natureza da causa, ou ao valor da ação,
f)        o autor não indicar o endereço onde receberá intimações (neste último caso o juiz dará prazo de 48 horas para o autor reclamante suprir a falta).
PARTES . AUDIÊNCIA E DEFESA DO RÉU
Esquema da Aula
1-       Partes e Procuradores
2-       Substituição Processual
3-       Audiência
4-       Defesa do Réu
1-       PARTES E PROCURADORES
Parte é todo aquele que pede ou contra quem se pede no processo. Podem ser partes as pessoas físicas, ou naturais, as jurídicas e as formais (espólio, massa falida, herança jacente e herança vacante), o condomínio, as sociedades de benemerência e todos os que contratarem empregados sob subordinação e onerosidade, para trabalho de natureza não-eventual e intuitu personae.
Exceto se na condição de aprendiz, o menor de 16 anos não pode trabalhar (CF/88, art. 7º, XXXIII). O maior de 16 anos e menor de 18 é relativamente capaz e pode celebrar contrato de trabalho com assistência do pai, tutor, curador ou responsável legal, pode assinar recibos de pagamento de salário sem qualquer assistência, mas não pode firmar o recibo de rescisão final. O menor entre 14 e 18 anos é, pois, assistido na Justiça do Trabalho.
 O assistente do menor não o substitui e não pode, pois, fazer acordo em nome do assistido. Se não houver pai, mãe ou tutor cabe à Procuradoria do Trabalho oficiar como assistente do menor.
Os incapazes serão representados em juízo por seus representantes (CPC, art. 8º).
 O empregador pode ser representado por gerente ou qualquer outro preposto. Não há na lei exigência para que o preposto seja empregado. MAS A JURISPRUDÊNCIA SUMULADA DO TST EXIGE A CONDIÇÃO DE EMPREGADO.
O empregado pode ser representado pelo sindicato (CLT, art. 791, § 1º).
A massa falida é representada pelo síndico; o condomínio, pelo síndico ou preposto credenciado por ele; o espólio, por seu representante, independentemente de inventário.
2-       SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL
O sindicato pode atuar na Justiça do Trabalho na condição de assistente (representante) ou de substituto processual. Na condição de assistente ou representante será necessária à juntada de mandato. Mandato é um contrato. Pode ser gratuito ou oneroso. A representação do mandante não é da essência do mandato. Pode haver mandato sem representação. A procuração ad juditia (para o foro, para o advogado atuar no processo), é um instrumento de mandato, isto é, não é o mandato mesmo, mas uma exteriorização (materialização) do mandato. Como o mandato judicial é um contrato que implica, também, representação do mandante (outorgante) pelo mandatário (outorgado), diz-se que a procuração representa um mandato representativo. Não há mais necessidade de reconhecimento de firma na procuração (Lei nº. 8.952, de 13/12/94).
  substituto processual, para que seja aceito no processo, nessa condição (de substituto processual), tem de ser, tanto quanto o substituído, titular do mesmo direito material em discussão, e tem de provar, no processo, que está agindo em seu nome, mas no lugar do substituído, para evitar que a inércia do substituído prejudique o seu (do substituído) direito, que é o mesmo direito dele, substituto.
3-       AUDIÊNCIA
A audiência é também ela, um ato processual. Na audiência produzem-se quase todas as provas (é claro que a inspeção, a vistoria, a perícia grafotécnica, de insalubridade ou periculosidade e a contábil, entre outras, realizam-se fora das audiências, mas repercutem nelas, e ali são apreciadas).
É na audiência que o juiz entra em contato com as partes, advogados, testemunhas, peritos, tradutores, intérpretes. Nela se materializa o princípio da imediação ou imediatidade.
 As audiências realizam-se, em princípio, na sede do órgão da Justiça do Trabalho; se houver necessidade ou conveniência, poderá ser fixado outro local, desde que previamente comunicado às partes, por edital (CLT, art. 814, § 1º). As audiências são unas e indivisíveis, mas fraciona-se se não for possível concluir num só momento a instrução e o julgamento.
Às audiências deverão comparecer as partes e suas testemunhas, independentemente de seus advogados (CLT, art. 843 e 845); não há tolerância legal para atrasos, a não ser o de 15 minutos para o juiz (CLT, art. 815, parágrafo único). O empregador poderá se fazer substituir por gerente ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento sobre os fatos (relevantes) da lide e obrigatoriamente por entendimento do TST deve ser empregado, em caso de doença ou de qualquer outro motivo relevante, devidamente comprovado, o empregado poderá se fazer representar por outro empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato (a representação é apenas para impedir o arquivamento do processo e provocar o adiamento da sessão).
Para a audiência as partes são intimadas por registrado postal (SEED); não há previsão de citação por hora certa (CPC, art. 227) no processo do trabalho; se o reclamado, intimado, não for encontrado ou criar embaraços, será intimado por oficial de justiça ou por edital (mão no rito sumaríssimo). O juiz do trabalho poderá, contudo, tratando-se de comarcas contíguas (CPC, art. 230), fazê-la; por fim, como não há nulidade se o ato, praticado de outra forma, atingir sua finalidade, nada obsta a que o juiz, dentro do seupoder de diretor do processo, determine a citação por hora certa.
O não comparecimento injustificado do reclamante à audiência impõe o arquivamento do processo; o não comparecimento do reclamado implica revelia e confissão quanto à matéria de fato. Se houver motivo relevante, o juiz poderá suspender o julgamento, designando nova audiência, e deixando de aplicar qualquer penalidade. É o que consta do art. 844 da CLT: "Art. 844 - O não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação e o não comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato”.                Parágrafo único - Ocorrendo, entretanto, motivo relevante, poderá o presidente suspender o julgamento, designando nova audiência".
Se o reclamante der causa a dois arquivamentos seguidos ficará proibido de demandar na Justiça do Trabalho por seis meses (CLT, art. 732). A esse hiato de suspensão chama-se perempção de instância.
 Se a ausência do reclamante se der após a audiência inaugural, haverá confissão ficta, e não mais arquivamento. A confissão ficta do empregado permite ao juiz presumir a veracidade das alegações da defesa, da mesma forma que a confissão ficta do empregador permite ao juiz presumir a veracidade das alegações da inicial. A presunção é juris tantum (admite prova em contrário).
O reclamante e seu advogado sentam-se à esquerda do juiz; o reclamado e seu advogado, à direita. Antes da contestação, o juiz proporá a conciliação é a primeira proposta obrigatória de conciliação; a 2ª, ocorrerá após as razões finais, depois de terminada a instrução (CLT, art. 850); não havendo acordo, será apresentada a defesa trabalhista é oral, feita em 20 minutos (CLT, art. 846), pelo que consta da CLT; inobstante, a praxe consagrou a defesa escrita iniciar-se-á a instrução, ouvindo-se o reclamante e o reclamado, de ofício ou a requerimento das partes, depois as testemunhas do autor e em seguida as do réu, o perito e os técnicos, se houver; dependendo da matéria alegada, e do ônus de cada parte na produção da prova, essa ordem poderá ser invertida pelo juiz, sem qualquer nulidade. Após o interrogatório, qualquer das partes poderá retirar-se, prosseguindo a instrução com seus representantes.
A falta de proposta de conciliação torna nula a sentença; parte da jurisprudência entende que apenas a falta da 2ª proposta de conciliação nulifica a sentença; a da 1ª, não,
HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO
Se houver acordo, lavrar-se-á termo, assinado pelo Juiz e pelos litigantes (CLT, art. 847, § 1º); as partes podem conciliar-se a qualquer tempo, antes e depois do julgamento, tendo ou não interposto recurso. O juiz não está obrigado a homologar qualquer acordo. Se entender que o acordo é prejudicial a uma das partes pode deixar de homologá-lo.
4-       DEFESA TRABALHISTA
Ninguém é obrigado a se defender. A defesa não é um ônus, mas uma oportunidade que se dá ao reclamado ou réu de contrapor-se às alegações do autor ou reclamante. Logo, revelia não é pena, mas uma forma de procedimento em que se presume que o réu ou reclamado abdicou da oportunidade de defesa que o Estado lhe outorgou. Diante da revelia, prossegue-se na marcha processual ignorando os atos processuais que deveriam ter sido praticados pelo revel e presumindo, por ficção jurídica, a veracidade das alegações da inicial.
A confissão ficta (ficta confessio) do empregado ou do patrão, conseqüência da revelia é simples meio de prova e não impede a colheita do depoimento pessoal ou a realização do interrogatório da parte presente nem elimina a possibilidade de oitiva de testemunhas de qualquer das partes, mesmo da ausente. Mesmo diante da revelia de uma das partes o juiz não pode deixar de considerar os demais elementos de prova constantes dos autos (cartões, recibos etc.). A confissão ficta gera presunção juris tantum (admite prova em contrário) das alegações da parte presente à audiência. Embora na prática trabalhista geralmente o Juiz não permite a juntada da defesa pelo advogado  da empresa presente ou a oitiva de testemunhas, nessa hipótese deverá o advogado protestar e consignar o seu protesto em ata para posterior alegação de cerceamento de defesa.
Há casos na Justiça do Trabalho em que a simples revelia não atrai confissão ficta. Quando se pede, por exemplo, adicionais de insalubridade ou de periculosidade, a revelia e a confissão do reclamado são irrelevantes, porque o art. 195, § 2º da CLT determina que a apuração desses adicionais se faça, exclusivamente, por meio de prova pericial, a cargo de médico do trabalho ou de engenheiro do trabalho.
Revelia não é pena, pois a defesa não é obrigação, mas simples conseqüência da falta de impugnação das pretensões da inicial no momento próprio. O Estado não pode obrigar ninguém a se defender. Deve isso sim, assegurar em pé de igualdade a qualquer um a possibilidade de defesa, com os mesmos prazos e o acesso às mesmas provas. Nisso consiste o due process of law.
EXCEÇÕES
Ao defender-se, o réu pode apenas contestar, reconvir ou excepcionar. Por isso se diz, com correção, que o prazo de defesa é, em rigor, de resposta, pois nesta (na resposta), estão incluídas todas as modalidades de defesa (contestação, reconvenção, exceção).
Contestação é a defesa direta sobre o mérito; reconvenção é uma ação do réu em face do autor, dentro do mesmo processo e exceção é a defesa indireta, ou processual, isto é, todo tipo de defesa que, embora não contrariando diretamente o fato afirmado na exordial, opõe-lhe outro, ou outros, que possa(m) eliminar ou impedir o efeito normal e desejado daquele fato afirmado na inicial.
No direito processual do trabalho só se consideram exceções às alegações de suspeição ou impedimento e de incompetência (CLT, art. 799). Todas as demais serão preliminares, devem ser alegadas na resposta, examinadas com o mérito e decididas na sentença final (Ex.: coisa julgada (salvo se abranger todo o objeto da lide, litispendência, prescrição (exceto a actio nata), compensação e retenção (CLT, arts. 767 e 799, § 1º).
A exceção de suspeição ou de impedimento de juiz ou classista, se não for declarada de ofício, deve sê-lo pela parte. Recebida, será julgada pela própria Vara em 48 horas contadas da argüição. Rejeitada, reabre-se à ré o prazo de resposta. Da decisão da vara sobre o impedimento ou suspeição não cabe recurso; é meramente interlocutória.
Se a argüição de suspeição ou impedimento envolver juiz de direito investido da jurisdição trabalhista aplicam-se os arts. 312 e 313 do CPC, substituindo-se o juiz segundo a lei de organização judiciária local (CLT, art. 802, § 2º).
EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO
O juiz deve dar-se por impedido ou suspeito (CPC, arts. 134 e 135):
1º - Quando for parte;
2º - Quando interveio como mandatário da parte;
3º - Quando oficiou como perito;
4º - Quando oficiou como órgão do Ministério Público;
5º - Quando prestou depoimento como testemunha;
6º - Quando conheceu da lide em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão;
7º - Quando na lide estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo, ou afim, em linha reta, ou na linha colateral até segundo grau;
8º - Quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau;
9º - Quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa.
10º - Por foro íntimo.
CONTESTAÇÃO
Resposta é termo amplo, que engloba a defesa (ataque direto sobre o mérito), a reconvenção e as exceções. Se o reclamante não comparecer à audiência, arquiva-se a reclamação, com ou sem condenação em custas; se o réu não o fizer, será condenado a revelia, disso advindo confissão quanto à matéria de fato.
 Presentes as partes, a audiência se inicia com a leitura da petição inicial; se a leitura for dispensada, serão concedidos 20 minutos para o réu aduzir sua defesa. Se houver mais de um reclamado, cada um deles terá 20 minutospara a defesa. Na prática, as defesas são escritas.
 Não são admitidas defesas por negação geral. O réu deve rebater um a um os argumentos da inicial. A inexistência de defesa pode levar ao decreto de revelia e, lógico, de confissão. leia o artigo 302 do CPC.
Após a resposta o reclamante só poderá desistir da ação com o consentimento do réu. Se da desistência não resultar prejuízo ao réu o juiz poderá rejeitar a recusa e homologar o pedido do reclamante.
 Produzida a defesa, e em não havendo acordo, passar-se-á à instrução do feito, ouvindo-se o reclamante, o reclamado, as testemunhas do reclamante e as testemunhas do reclamado, os peritos, intérpretes, tradutores etc., nessa ordem. Pode haver inversão do ônus da prova, segundo a teoria da partição do ônus da prova.
RECONVENÇÃO
Reconvenção é ação do réu contra o autor, no mesmo processo. É admissível no processo do trabalho, porque a CLT não a veda expressamente. O art. 767 da CLT considera a compensação e a retenção matérias de defesa. Se o crédito que o réu julga deter em face do autor for maior do que o que se pode pedir na contestação a título de compensação ou de retenção, o réu deve argüir a compensação e reconvir pelo que sobejar. É cabível no mesmo prazo da defesa (CPC, art. 299). Deve ser trazida, sempre, em audiência. Não há recurso separado da reconvenção, porque tanto ela quanto a ação serão julgadas na mesma sentença (CPC, art. 318). Como a reconvenção é uma ação autônoma, a desistência da ação, ou a extinção desta, não extingue a reconvenção nem impede o julgamento da reconvenção.
RITOS
I - RITO ORDINÁRIO
Estão submetidas a esse rito as ações cujo valor da causa exceda a 40 salário mínimos. A reclamação pode ser verbal ou escrita, admite-se a citação por edital e na fase instrutória pode cada parte apresentar até três testemunhas.
II - RITO SUMÁRIO 
rito sumário : também chamado de alçada. Parte da doutrina entende que deixou de existir com o advento do rito sumaríssimo. 
Esse rito  é regulado pela lei 5584/70 abrangendo as causas de pequeno valor que não excedam a dois salários mínimos.
Tem como caraterística principal : as sentenças não permitem recursos, salvo se houve violação a constituição federal, portanto, fica limitado as questões constitucionais. O número de testemunhas por parte é de três.
III -  RITO SUMARÍSSIMO
O procedimento sumaríssimo foi estabelecido e incluído na CLT (arts. 852-A/852-I) pela Lei 9.957/00, sendo aplicável exclusivamente aos dissídios individuais com o objetivo de tornar o processo trabalhista mais célere.
O procedimento sumaríssimo será aplicável às causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente no momento do ajuizamento da demanda, conforme estabelece o art. 852-A da CLT, incluído pela referida lei:
Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.
Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional.
O parágrafo único do art. 852-A estabelece que estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que seja parte a Administração Pública Direta, autárquica e fundacional. Ao assim dispor, a lei do procedimento sumaríssimo segue o entendimento disposto no art. 3º, I e § 2º da Lei 9.099/95, que também estabelece o valor da causa e exclui expressamente as lides de interesse da Fazenda Pública.
Com isso, buscou o legislador alcançar celeridade e economia processual nas causas de pequeno valor econômico, tendo em vista a sua menor complexidade.
O rito sumaríssimo pode ser utilizado nas ações plúrimas, desde que o valor total dos pedidos somados não exceda o valor de 40 salários mínimos.
Em prosseguimento, estabelece o art. 852-B da CLT:
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:
I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente; 
II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado; 
III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento. 
§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa (ônus do demandante).
§ 2º As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência de comunicação. 
O pedido, portanto, deverá ser certo (pedido claro) e determinado (o pedido deve ser um bem jurídico perfeitamente caracterizado na qualidade e na quantidade), indicando o valor correspondente. Não se admite a citação por edital, sendo dever do demandante indicar corretamente o nome e o endereço do demandado, resguardando a segurança do processo e a garantia do direito de defesa do réu.
O valor do pedido é determinado por uma breve memória de cálculo onde consta a discriminação das somas correspondentes aos créditos pretendidos pelo demandante, devendo seguir os critérios estabelecidos no Código de Processo Civil, em seus arts. 258, 259, I a V, e 260:
Art. 258. A toda causa será atribuído um valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediato.
Art. 259. O valor da causa constará sempre da petição inicial e será:
I - na ação de cobrança de dívida, a soma do principal, da pena e dos juros vencidos até a propositura da ação;
II - havendo cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles;
III - sendo alternativos os pedidos, o de maior valor;
IV - se houver também pedido subsidiário, o valor do pedido principal;
V - quando o litígio tiver por objeto a existência, validade, cumprimento, modificação ou rescisão de negócio jurídico, o valor do contrato;
(...)
Art. 260. Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, tomar-se-á em consideração o valor de umas e outras. O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado, ou por tempo superior a 1 (um) ano; se, por tempo inferior, será igual à soma das prestações.
Adicione-se que o §2º do art. 852-B determina como dever das partes e dos advogados informar qualquer mudança de endereço durante o processo, determinando como eficazes as intimações enviadas para o endereço anteriormente informado, na ausência de comunicação.
Conforme destacado, a apreciação da reclamação trabalhista deverá ocorrer no prazo máximo de 15 dias, a contar do seu ajuizamento, podendo constar em pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Vara do Trabalho. O prazo máximo de 15 dias a que alude a lei não é propriamente para a apreciação da reclamação ou prolação da sentença, mas para a designação da audiência inaugural.
Obs.: pela CLT (parte final do caput do art. 841), o prazo mínimo para marcação da audiência é de cinco (5) dias.   Enquanto isso, no procedimento sumaríssimo, a designação da audiência não pode ultrapassar quinze (15) dias. Para tanto, a Vara do Trabalho poderá adotar, se necessário, o sistema de pauta especial, de acordo com o movimento judiciário do órgão de 1º grau.
No caso de descumprimento do art. 852-B, II, § 1º do mesmo artigo estabelece que ocorrerá o arquivamento da demanda trabalhista e a condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa, não sendo possível a emenda à inicial, tendo em vista a negação ao principal objetivo do procedimento estabelecido, qual seja a celeridade e economia processual.
O art. 852-C cuida dos poderes e deveres do juiz quanto à concentração dos atos:
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única, sob

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