Buscar

negocio juridico

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
Semana 9
*
DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
LUCY FIGUEIREDO
Rio de Janeiro, xx de xxxxxxxxx de xxxx (caixa alta e baixa)
*
Semana 9
*
Semana 9
*
DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS Negócio jurídico (conceito e classificação). Noções sobre os planos de existência, validade e eficácia do negócio jurídico. Da representação. Elementos acidentais (condição, termo, encargo ou modo): conceitos, espécies e efeitos jurídicos.
Bibliografia: Uma Introdução ao Direito Civil
NEVES, José Roberto de Castro - Forense -2007
PLANO DE ENSINO
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Conceito 
Negócio Jurídico é uma espécie do gênero ato jurídico em sentido amplo. 
Pode ser entendido como toda ação humana, de autonomia privada, com o qual o particular regula por si os próprios interesses. 
Nele há uma composição de interesses. 
Os atos praticados pelos agentes foram previstos em lei e desejados por eles.
*
Semana 9
Negócio Jurídico 
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Classificação do Negócio Jurídico
*
Semana 9
*
Classificação do Negócio Jurídico
1. Quanto à manifestação da vontade: 
unilaterais – a declaração de vontade, feita por uma ou mais pessoas, na mesma direção. 
Ex.: testamento, instituição de fundação, procuração, renúncia de direitos, promessa de recompensa) 
bilaterais – duas manifestações de vontade, em sentido oposto, porém há coincidência em relação ao objeto.
 Ex . Contratos.
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Semana 9
*
2. Quanto às vantagens: 
gratuitos – só uma das partes aufere vantagem; Ex.: doação pura; comodato. 
onerosos – ambos os celebrantes possuem ônus e vantagens recíprocas. 
ATENÇÃO: Todo negócio oneroso é bilateral, porque a prestação de uma das partes envolve uma contraprestação da outra. Mas nem todo ato bilateral é oneroso. Ex. doação é contrato e, portanto, negócio jurídico bilateral.
*
Semana 9
*
Semana 9
*
3. Quanto ao tempo em que devam produzir efeitos: 
inter vivos – destinados a produzir efeitos durante a vida dos interessados; 
causa mortis – emitidos para gerar efeitos após a morte do declarante
4. Quanto à subordinação: 
principais – são os negócios jurídicos que têm existência própria e não dependem de nenhum outro; 
acessórios – aquele cuja existência subordina a um outro. 
*
Semana 9
*
Semana 9
*
5. Quanto às formalidades: 
solenes – são celebrados de acordo com a forma prevista na lei; 
não solenes – não dependem de forma rígida para sua celebração. 
6. Quanto à pessoa: 
impessoais – não importa quem sejam as partes; 
intuitu personae – aquele realizado de acordo com as qualidades especiais de quem o celebra. 
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Interpretação dos negócios jurídicos 
Interpretar o negócio jurídico é, precisar o sentido e alcance do conteúdo da declaração de vontade. Busca-se apurar a vontade concreta das partes, não a vontade interna, psicológica, mas a vontade objetiva, o conteúdo, as normas que nascem da sua declaração.
As Teoria da vontade e da declaração
Art. 112 do CC: “Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem”. 
*
Semana 9
*
O artigo112 do CC. estabelece, pois, uma regra de interpretação destacando o elemento intenção sobre a literalidade da linguagem. Cabe ao intérprete investigar qual foi a real intenção dos contratantes na elaboração da cláusula contratual duvidosa ou obscura. 
Outros dispositivos: arts. 423, 819 e 1899 do CC. e art. 47 do CDC.
Regras de Interpretação
*
Semana 9
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
*
Semana 9
*
Semana 9
*
É possível distinguir, no mundo jurídico, os planos de existência, validade e eficácia do negócio jurídico. Embora esses vocábulos sejam empregados, muitas vezes, como sinônimos, é importante precisar o significado de cada um.
O novo Código Civil não adotou a tricotomia existência –validade – eficácia conhecida como Escada Ponteana porque esses requisitos de existência se encontram na base do sistema dos fatos jurídicos.
PLANOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
*
Semana 9
*
PLANOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Os requisitos de existência são os seus elementos estruturais 
Manifestação de vontade:
Finalidade negocial
Idoneidade do objeto:
PLANO DE EXISTÊNCIA
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Semana 9
*
MANIFESTAÇÃO DE VONTADE: a vontade é o pressuposto básico do negócio jurídico, que pode ser expressa, tácita e presumida. O silêncio pode ser interpretado como manifestação de vontade tácita quando a lei, as circunstâncias ou os usos o autorizarem (CC. Art ). A vontade uma vez manifestada, obriga o proporiente, segundo o princípio da obrigatoriedade dos contratos (pacta sunt servanda), ao qual se opõe o da onerosidade excessiva (art. 478 ). “A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento”
*
Semana 9
*
Expressa: é a que se realiza por meio da palavra, falada ou escrita, e de gestos, sinais ou mímicas, de modo explícito, possibilitando o conhecimento imediato da intenção do agente.
Ex. celebração de contratos verbais ou escritos,na emissão de títulos de crédito, cartas, mensagens. Os gestos e mímicas são utilizados principalmente pelos surdos-mudos, bem como nos pregões da Bolsa de Valores.
Formas de manifestação de vontade
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Tácita: é a declaração da vontade que se revela pelo comportamento do agente.
Ex. aceitação de herança, que se infere da prática de atos próprios da qualidade de herdeiro (art. 1.805, CC) e da aquisição de propriedade móvel pela ocupação (art. 1.263). Mas nos contratos, a manifestação de vontade só pode ser tácita quando a lei não exigir que seja expressa.
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Presumida: é a declaração não realizada expressamente, mas que a lei deduz de certos comportamentos do agente. Ex. As presunções de pagamento previstas nos arts. 322, 323 e 324 do CC.; aceitação da herança quando o doador fixar prazo ao donatário para declarar se aceita ou não a liberalidade e este se omitir (art. 539) e de aceitação da herança quando o herdeiro for notificado a se pronunciar sobre ela em prazo não maior de trinta dias e não o fizer (art. 1.807)
*
Semana 9
*
Semana 9
*
O silêncio só poderá ser interpretado como manifestação tácita da vontade:
quando a lei conferir a ele tal efeito: é o que sucede na doação pura, quando o doador fixa prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração entender-se-á que aceitou.(CC, art. 539), ou quando o herdeiro, notificado para dizer se aceita ou não a herança, nos termos do art. 1.807, deixa transcorrer o prazo fixado pelo juiz sem se manifestar.
O silêncio como manifestação de vontade
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
*
Semana 9
*
Semana 9
*
 quando tal efeito ficar convencionado em um pré-contrato ou ainda resultar dos usos e costumes: como se infere do ar. 432, CC 
“Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa”.
Cabe ao juiz examinar caso por caso para verificar se o silêncio, no caso concreto, traduz ou não a vontade.
*
Semana 9
O silêncio como manifestação de vontade
*
Semana 9
*
Há reserva mental quando um dos contratantes reserva-se, secretamente, a intenção de não cumprir o contrato. 
A reserva mental é combatida no Código Civil no seu artigo 110, onde dispõe que: 
"a manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito
a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento“. 
Ex. um autor declara que o produto da venda de seus livros será para fins filantrópicos, mas faz isto unicamente para granjear simpatia e assim fazer com que a venda seja boa; não poderá depois voltar atrás e não destinar o valor auferido para o fim anunciado.
Reserva mental
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Ex. estrangeiro que, em situação ilegal no país, casa-se com uma mulher da terra a fim de não ser expulso pelo serviço de imigração.
Ex. declaração do testador que, com a preocupação de prejudicar herdeiro, dispõe em benefício de quem se diz falsamente devedor. 
ATENÇÃO: A reserva mental, regra geral, é irrelevante, subsistindo a validade do negócio jurídico. Mas, se conhecida da outra parte, gera a inexistência do negócio jurídico, em face da ausência de vontade. 
A reserva mental conhecida da outra parte não torna nula a declaração de vontade, esta é inexistente.
Reserva mental
*
Semana 9
*
Semana 9
*
 FINALIDADE NEGOCIAL OU JURÍDICA: é o propósito de adquirir, conservar, modificar ou extinguir direitos. 
A existência do negócio jurídico depende da manifestação de vontade com finalidade negocial. 
 
 IDONEIDADE DO OBJETO: é necessária para a realização do negócio que se tem em vista. Se a intenção das partes é celebrar um contrato de mútuo, a manifestação de vontade deve recair sobre coisa fungível. No comodato, o objeto deve ser coisa infungível. Para constituição de hipoteca, é necessário que o bem dado em garantia imóvel, navio ou avião.
*
Semana 9
Finalidade negocial ou jurídica: 
*
Semana 9
*
O negócio jurídico é uma emissão volitiva dirigida a um determinado fim. Para que produza todos os efeitos, é necessário que se revista de certos requisitos fáticos referentes à pessoa do agente(capacidade do agente), ao objeto da relação (a licitude do objeto) e à forma da emissão da vontade (forma prescrita em lei). 
PLA NO DE VALIDADE
Requisitos para a validade
*
Semana 9
Art . 104 A validade do negócio jurídico requer: 
I – agente capaz; 
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III – forma prescrita ou não defesa em lei”
*
Semana 9
*
Capacidade do agente é a aptidão para intervir em negócios jurídicos como declarante ou declaratário. A incapacidade de exercício é suprida, porém pelos meios legais: a representação e a assistência: (CC, art.1.634, V) 
Para que o negócio jurídico ganhe plena eficácia produzindo todos os seus efeitos, exige a lei que ele seja praticado por agente capaz. Por agente capaz há que se entender a pessoa capaz ou emancipada para os atos da vida civil. 
A capacidade do agente
*
Semana 9
*
Semana 9
*
A licitude está inserida no conceito. É o objeto que não atenta contra a lei a moral e os bons costumes.
A possibilidade: O objeto também tem que ser possível. Quando impossível o negócio é nulo.
Impossibilidade física: é a que emana de leis físicas ou naturais; deve ser absoluta. Impossibilidade jurídica: quando o ordenamento jurídico proíbe negócios à respeito de determinado bem(art. 426)
O objeto também tem que ser determinado ou determinável.
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável
*
Semana 9
*
Semana 9
*
A vontade, manifestada pelas pessoas, pode ser verbal, por escrito, ou através de gestos. Em numerosos casos a lei exige das partes uma forma especial. 
A regra geral é a forma livre. 
“A validade da declaração de vontade – diz o art. 107 do CC - não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir”. 
Todas as exceções devem ser respeitadas, ou seja, se a lei impuser forma especial, esta deverá ser atendida. Por exemplo, a compra de uma casa à vista, deve ser através da escritura pública. Se realizada por instrumento particular, não tem validade, porque a lei impõe uma forma (CC, artigo 108).
A Forma
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Representação é a possibilidade de outro praticar atos da vida civil no lugar do interessado, de forma que o primeiro, o representante, possa conseguir efeitos jurídicos para o segundo, o representado, do mesmo modo que este poderia fazê-lo pessoalmente. Pode ser legal ou voluntária. O representante é um substituto do representado, porque o substitui não apenas na manifestação externa, fática do negócio, como também na própria vontade do representado.
ATENÇÃO: Quem age em nome de outrem sem poderes pratica ato nulo ou anulável.
DA REPRESENTAÇÃO
*
Semana 9
*
Semana 9
*
O vigente Código Civil traz, em sua parte geral, disposições gerais sobre a representação (arts. 115 a 120), distinguindo o art. 115 essas duas formas de representação, conferidas "por lei ou pelo interessado". 
Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado.
Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.
ATENÇÃO: O representante deve agir na conformidade dos poderes recebidos. Se os ultrapassar, haverá excesso de poder, podendo, por tal fato, ser responsabilizado.(CC, art. 118).
*
Semana 9
Regras da representação
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Consequências da representação
os efeitos do negócio jurídico representativo, concretizado dentro dos limites dos poderes conferidos, repercutem, exclusivamente, na esfera jurídica do representado;
o vínculo negocial é estabelecido apenas entre o representado e a contraparte, sendo o representante estranho ao negócio jurídico representativo celebrado;
os efeitos, obrigações e direitos são auferidos e suportado direta e indiretamente pelo dominus negotii;
as obrigações inadimplidas do dominus negotii não são de responsabilidade do representante, salvo quando este pessoalmente responsabilizou-se pelo cumprimento;
o dominus negotii é legitimado, ativa e passivamente, para figurar na relação processual tendo por objeto o negócio jurídico representativo, no exercício do jus persequendi in judicio.
*
Semana 9
*
Representação Legal: A representação legal ocorre quando a lei estabelece, para certas situações, uma representação, o que ocorre no caso dos incapazes, na tutela, curatela etc. Nesses casos, o poder de representação decorre diretamente da lei, que estabelece a extensão do âmbito da representação, os casos em que é necessária, o poder de administrar e quais as situações em que se permite dispor dos direitos do representado. 
Representação Voluntária: A representação voluntária é baseada, em regra, no mandato, cujo instrumento é a procuração. A figura da representação não se confunde com a do mandato
Tipos de Representação
*
Semana 9
*
Semana 9
*
 legal: aquele a quem a lei confere poderes para administrar bens e interesses alheios, como pais, tutores e curadores.
 judicial: o nomeado pelo para exercer poderes de representação no processo, como o inventariante e o administrador da empresa penhorada.
 convencional: o que recebe mandato outorgado pelo credor (art. 115 e 656).
Tipos de Representantes
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Semana 9
*
dupla representação: quando ambas as partes se manifestam por meio do mesmo representante (art. 685) - o representante não figura e não se envolve no negócio jurídico, o que cabe somente aos representados. Somente os representados adquirem direitos e obrigações.
Quando o representante é a outra parte no negócio celebrado, exercendo dois papéis distintos como é o caso do mandato em causa própria – o mandatário recebe poderes para alienar determinado bem, por determinado preço, a terceiros ou a si mesmo.
Contrato Consigo mesmo ou Autocontratação
*
Semana 9
*
Regra geral, o mandatário (representante), não pode atuar em seu próprio interesse, não lhe sendo lícito celebrar contrato consigo mesmo, ainda que não exista conflito de interesse. 
Apenas excepcionalmente o mandante ou a lei podem autorizar que o mandatário atue em nome do representado
e que também se apresente como a outra parte do negócio jurídico a ser celebrado. 
Contrato Consigo mesmo ou Autocontratação
*
Semana 9
117 do Código Civil, "salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo".
*
Semana 9
*
São elementos dispensáveis para a celebração do negócio jurídico. 
Têm como objetivo modificar uma ou algumas conseqüências naturais dos negócios jurídicos. 
São declarações acessórias de vontade. 
Condição
Termo
Encargo ou modo
Elementos acidentais do negócio jurídico
*
Semana 9
PLANO DA EFICÁCIA
*
Semana 9
*
Condição é uma cláusula que subordina o efeito jurídico ao efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. A incerteza deve ser objetiva e não subjetiva. (art. 121)
Enquanto não realizada a condição, o ato não pode ser exigido. 
Assim, a promessa de pagar quantia a alguém, se concluir curso superior, não pode ser exigida enquanto não ocorrer o evento.
A condição atinge os efeitos dos negócios jurídicos se assim desejarem os agentes. Uma vez que o ato sob condição apresenta-se como todo unitário, não deve a condição ser encarada como cláusula acessória.
CONDIÇÃO
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Elementos da CONDIÇÃO
Voluntariedade: a cláusula tem que ser voluntária
Futuridade: que o acontecimento a que subordina a eficácia ou a resolução do ato jurídico seja futuro
Incerteza: que o acontecimento a que subordina a eficácia ou a resolução do ato jurídico deve ser incerto. Ex. Pagarei a dívida se a colheita não me trouxer prejuizo.
*
Semana 9
*
Os negócios jurídicos que não aceitam condição são os chamados ‘atos puros’.
São condições não aceitas pelo direito: 
a) não se casar; 
b) exílio ou morada perpétua em determinado lugar; 
c) exercício de determinada profissão; 
d) seguimento de determinada religião; 
e) aceitação ou renúncia de herança; 
f) reconhecimento de filho; 
g) emancipação.
Negócios jurídicos que não aceitam condição
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Há várias espécies de condição, as quais podem ser classificadas: 
quanto à licitude; 
quanto à possibilidade; 
quanto à fonte de onde promanam; 
quanto ao modo de atuação.
1. Quanto à licitude: 
lícitas: são lícitas, em geral, “ todas as condições não contrárias à lei, à ordem público ou aos costumes” (art. 122, CC.)
Ilícita: serão ilícitas todas as que atentarem contra proibição expressa ou virtual do ordenamento jurídico, a moral ou os bons costumes. Ex. é ilícita a condição que obriga alguém a mudar de religião.
CLASSIFICAÇÃO: 
*
Semana 9
*
Semana 9
*
2. Quanto à possibilidade: possíveis e impossíveis
As condições impossíveis podem ser:
fisicamente impossíveis: as que não podem ser cumpridas por nenhum ser humano. Ex. Te dou R$ 100,00 se tocares o céu com o dedo.
juridicamente impossíveis: as que esbarram em proibição expressa do ordenamento jurídico ou ferem a moral e os bons costumes. 
 Ex. a condição de adotar pessoa da mesma idade(CC,art.1.619) ou a de realizar negócio que tenha por objeto herança de pessoa viva (CC,art.426).; a condição de cometer crime ou de se prostituir.
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Desde que a impossibilidade física seja genérica, não restrita ao devedor, têm-se por inexistentes quando resolutivas, isto é, serão consideradas não escritas. 
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.
Efeitos das condições impossíveis
ATENÇÃO! O que se reputa inexistente é a cláusula estipuladora da condição e não o negócio jurídico subjacente, cuja eficácia não fica prejudicada.
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
III - as condições incompreensíveis ou contraditórias.
Quando a condição é suspensiva, a eficácia do contrato está a ela subordinada. Se o evento é impossível, o negócio jamais alcançará a necessária eficácia.
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Quando resolutivas: são consideradas inexistentes, não escritas, permanecendo válido o negócio jurídico subjacente:
Quando suspensivas: invalidam a cláusula condicional e contaminam todo o contrato, que, por essa razão, não pode subsistir. O mesmo sucede com as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita e com as incompreensíveis ou contraditórias.
resumo dos efeitos
*
Semana 9
*
Semana 9
*
3. Quanto à fonte de onde promanam ou quanto à participação dos celebrantes: (causais, potestativas, mistas, promíscuas e perplexas ou contraditórias)
 Causais: são as que dependem do acaso, do fortuito, de fato alheio à vontade das partes ou da vontade exclusiva de terceiros.Ex. te darei tal quantia se chover amanhã.
 Potestativa: são as que decorrem da vontade ou do poder de uma das partes, que pode provocar ou impedir sua ocorrência.As condições potestativas dividem-se em: 
 puramente potestativas 
 simplesmente potestativas.
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Puramente potestativas: são consideradas ilícitas pelo art. 122 do C.C. por sujeitarem todo o efeito do ato ao puro arbítrio de uma das partes. Ex. se eu quiser, se eu levantar o braço, se me aprouver... Dependem de mero capricho.
Simplesmente potestativas: são admitidas por dependerem não só da manifestação de vontade de uma das partes como também de algum acontecimento ou circunstância exterior que escapa ao controle. Ex. Se fores a Roma. Tal viagem não depende somente da vontade, mas também da obtenção de tempo e dinheiro.
 Ex. art. 420, 505, 509 e 513 do Código Civil.
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Mistas: são as condições que dependem simultaneamente da vontade de uma das partes e da vontade de um terceiro. Ex. Te darei uma certa quantia se casares com tal pessoa ou se constituíres sociedade com fulano.
Promíscuas: as condições puramente potestativas podem perder esse caráter em razão de algum acontecimento inesperado ou causal que venha a dificultar sua realização. Ex. é de início puramente potestativa a condição de escalar determinado morro, mas perderá esse caráter se o agente, inesperadamente, vier a padecer de algum problema físico que dificulte e torne incerto o implemento da condição. Nesse caso, a condição se torna promíscua.
Perplexas ou contraditórias: as que não fazem sentido e deixam o intérprete perplexo sem entender o propósito da estipulação. Ex. instituo A meu herdeiro universal se B for meu herdeiro universal.
*
Semana 9
*
Semana 9
*
4. Quanto ao modo de atuação: (suspensiva e resolutiva)
 Suspensiva – a eficácia do negócio jurídico fica suspensa até a implementação de evento futuro e incerto. As partes protelam o negócio temporariamente a eficácia, quando o evento futuro e incerto acontecer o negócio se realiza. Ex. “Te darei uma quantia se te graduares no curso superior“
Condição suspensiva é mera expectativa de direito.
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Resolutiva – é a que subordina a ineficácia do negócio a evento futuro e incerto. Quando ocorre o evento futuro e incerto extingue-se os efeitos do negócio jurídico. 
É aquela condição que deseja que certo contrato seja extinto, logo que se verificar um determinado fato, o seu acontecimento faz terminar os efeitos do negócio, 127, CC. 
Ex: Custeio os teus estudos até te formares.
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Termo é o dia ou momento em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico, podendo ter como unidade de medida a hora, o dia, o mês ou o ano. É a cláusula contratual que subordina a eficácia do negócio jurídico a evento futuro e certo. 
Termo inicial (ou suspensivo ou
dies a quo) aquele a partir do qual se pode exercer o direito; O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito (art. 131, CC)
Termo final (ou extintivo ou dies ad quem) aquele no qual termina a produção de efeitos do negócio jurídico.o termo final resolve seus efeitos. 
PRAZO é o lapso de tempo compreendido entre o termo inicial e o termo final.
TERMO: 
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.
§ 1o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.
§ 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência.
§ 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto
CONTAGEM DO PRAZO: Regra geral
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Não confundir termo inicial com condição suspensiva.
Na condição suspensiva configura-se uma mera expectativa de direito.
No termo inicial, configura-se um direito adquirido conforme preceituam os arts. 125 e 131 do CC.
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Cláusula acessória, em regra, descreve atos de liberalidade inter vivos ou causa mortis , que impõe ônus ou obrigação a uma pessoa contemplada pelos referidos atos. 
O encargo não suspende a aquisição ou exercício de direito. 
Ex. faço doação a instituição, impondo-lhe o encargo de prestar determinada assistência a necessitados; faço legado de determinada quantia a alguém, impondo-lhe o dever de construir monumento em minha homenagem; etc. 
Obs. Art. 555 CC. “A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário ou por inexecução do encargo”.
Obs. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.
ENCARGO OU MODO 
*
Semana 9
*
Semana 9
*
Carlos Alberto e Miguel são colegas de turma e estudam no 3o período da faculdade de Direito. Durante a aula de Direito Civil, Miguel, que anotava a matéria, vê que sua caneta começa a falhar. Carlos Alberto, percebendo que o amigo está em dificuldades, abre seu estojo, tira dele uma lapiseira e, em silêncio, a entrega a Miguel que, também em silêncio, a aceita e retoma suas anotações. Ao final da aula, Carlos Alberto pede a lapiseira de volta. Miguel se recusa a devolvê-la, alegando ter havido uma doação na presença de diversas testemunhas.
Pergunta-se:
*
Semana 9
CASO CONCRETO 1
*
Semana 9
*
1) Houve negócio jurídico entre Carlos Alberto e Miguel? Justifique a resposta.
 
2)Tomando por base a classificação dos negócios jurídicos como podemos classificar o ato praticado ?
3) É possível a prática de negócio jurídico sem a troca de palavras?
4) Como se deve resolver o conflito entre Carlos Alberto e Miguel, diante das regras de interpretação contidas em nosso Código Civil?
*
Semana 9
*
Semana 9
*
José Carlos decide doar bens imóveis de sua propriedade para Júlio e determina que tais bens sejam utilizados em atividades de ensino para crianças com necessidades especiais. Júlio assume o compromisso de cumprir tal destinação. Pouco tempo depois, os bens recebidos por ele são utilizados para a implantação de uma rede de padarias. 
A doação feita para Júlio possuí algum elemento acidental? Em caso positivo, justifique e conceitue. Em caso negativo, justifique.
Pode haver revogação do contrato celebrado? Fundamente a resposta.
Aplica-se na hipótese, a regra do artigo 125 do CC? Esclareça.
*
Semana 9
CASO CONCRETO 2
*
Semana 9
*
Antero empresta a Luiz Guilherme a quantia de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais ), concedendo a este último um ano de prazo para pagar. O empréstimo ocorre no dia 26 de junho. O dia 26 de junho do ano seguinte é um sábado.
Pergunta-se:
1) Qual é a data do vencimento da dívida de Luiz Guilherme?
2) No caso, identifique o termo e o prazo para o pagamento da dívida.
*
Semana 9
CASO CONCRETO 3
*
Semana 9
*
Requisitos de validade do negócio jurídico. 
O Código Civil exige, para a validade do ato jurídico, que o agente seja capaz. Tal disposição legal configura a exigência de que o agente: 
A) tenha capacidade de gozo, a capacidade de direito, a capacidade de aquisição.
B) tenha capacidade de fato, a capacidade de ação, a capacidade de exercício.
C) pessoa física, seja dotado de personalidade jurídica.
D) tenha sempre mais de 18 anos de idade. 
E) nenhuma das respostas anteriores está correta. 
*
Semana 9
QUESTÃO OBJETIVA 1
*
Semana 9
*
Sobre os elementos acidentais do negócio jurídico, que podem afetar sua validade ou comprometer sua eficácia em determinadas situações, marque a alternativa correta:
a) sobrevindo condição resolutiva em negócio jurídico de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, ainda que incompatíveis com a natureza da condição pendente;
b) considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico;
*
Semana 9
QUESTÃO OBJETIVA 2
*
Semana 9
*
Semana 9
*
c) ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, não é permitida a prática de atos destinados à sua conservação ou execução;
d) não tendo sido estipulado prazo para sua execução, os negócios jurídicos celebrados entre vivos são exeqüíveis trinta dias após a data da celebração.
*
*

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes