Prévia do material em texto
Definição •São substâncias naturais ou sintéticas que produzem efeitos semelhantes aos da Morfina; •Quando se ligam aos receptores opióides produziram os mesmos efeitos que os opióides endógenos (neurotransmissores): Endorfina e Encefalina. •A principal indicação terapêutica é no alívio da dor intensa. • Opiáceos - são substâncias naturais derivadas do ópio, como a morfina e algumas semi-sintéticas como a heroína. • Opióides – termo mais amplo são todas as drogas, naturais e sintéticas, com propriedades semelhantes à morfina;. •Natural: morfina, codeina e tebaina •Semi-sintéticas: heroína, oximorfina, Hidromorfina •Sintéticas: metadona, propoxifeno. Efeitos semelhantes aos dos peptídeos opióides endógenos As principais são: encefalina, endorfina, dimorfina. Papaver somniferum 6 PEPTÍDEOS OPIÓIDES ENDÓGENOS •São substâncias produzidas pelo organismo que tem estrutura semelhante ao ópio. •As principais são: encefalina, endorfina, dimorfina. •Estas substâncias se ligam nos receptores farmacológicos promovendo analgesia. Receptores Opióides múltiplos •Existem espalhados de uma forma generalizada no SNC, predominando em regiões como: Hipotálamo (homeostasia) Sistema Límbico (emoções) Medula (porta de entrada de informações) •Também existem receptores concentrados no intestino Receptores Opióides múltiplos Os receptores mais conhecidos: •Mu1: analgesia supraespinhal. •Mu2: depressão respiratória, míose, dependência, redução dos movimentos do TGI (intestino). •kapa: Analgesia espinhal, sedação, sono, miose, dependência. •Gama: disforia, desilusão, alucinação. •Delta: alteração no comportamento afetivo (aceitação à dor) Receptores Opióides múltiplos • As endorfinas e encefalinas tem mais afinidade por receptores Mu e Delta. • As dimorfinas tem efeito maior em receptores Kapa. • A morfina tem atuação em receptores Mu, mas atua também em kapa e Delta . CLASSIFICAÇÃO • AGONISTAS FORTES Morfina (Dimorf®) , Meperidina(Dimerol®, Dolantina®), Tramadol (Tramal®), Nalbufina (Nubain®), Buprenorfina (Temgesic®) • AGONISTAS LEVES Codeína (Tylex®, Codelasa®, Setux®) • AGONISTA FRACO Propoxifeno (algafen®, Doloxene-A®) • ANTAGONISTAS Naloxona (Narcan®), Nalorfina e Naltrexona ANALGÉSICOS OPIÓIDES - MORFINA • Droga padrão • Droga de escolha para dor aguda intensa • Atividade principal: agonista Receptores Mu (200x). • Atua em kapa e Delta. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS - MORFINA SNC •depressão do centro da dor (produz analgesia sem perda da consciência). •Depressão do centro da vigília (sistema reticular ativado) – causa sonolência. •Alterações do humor (age no sistema límbico) - aceita mais facilmente a dor e a patologia. •Eventualmente promove confusão mental e dificuldade de raciocínio. MORFINA FARMACOCINÉTICA • A absorção após administração oral é utilizada no tratamento da dor crônica, mas há efeito significativo de primeira passagem. • Morfina liga-se fracamente às proteínas plasmáticas • É metabolizada no fígado e conjugada ao glicuronídeo. • O metabólito, morfina-6-glicuronídeo é mais potente. MORFINA - MECANISMO DE AÇÃO •Receptores opióides pertencem a família dos acoplados a proteína G. • Inibem adenilciclase e reduzem cAMP; •Provocam abertura dos canais de K+ e inibem os de Ca2+ na membrana: Hiperpolarização e diminuição da liberação de neurotransmissores Analgesia medular – kapa, Mu (<) As drogas opióides atuariam inibindo a liberação da substância P, não ocorrendo estímulo, não havendo sinal doloroso no córtex medular. Analgesia supra-medular (Mu) • A liberação da substância P é controlada pelas fibras pré- sinápticas, como as fibras Serotoninérgicas e Noradrenérgicas supra-medulares. • As drogas opióides alteram a atividade normal das fibras destas fibras diminuindo a liberação da substância P, diminuindo a dor. EFEITOS FARMACOLÓGICOS • HIPOTÁLAMO: ligeira queda na temperatura e diminuição do FSH e LH, ocorrendo distúrbios menstruais (amenorréia). • SISTEMA RESPIRATÓRIO: promove depressão respiratória (Mu 2). • *Contra-indicada em pessoas com problemas respiratórios • Em caso de intoxicação causa respiração de Cheyne-Stokes (apnéia e hiperpinéia: respira – pára – respira). EFEITOS FARMACOLÓGICOS •Pupila: atua no óculo-motor (míose). •Tríade de identificação do viciado Depressão do centro respiratório (Respiração cheyne-Stokes), Míose e Coma... EFEITOS FARMACOLÓGICOS Trato Gastrointestinal •Efeitos constipantes: da motilidade do estômago e aumento do tônus, produção de secreção gástrica. •Aumento do tônus do intestino delgado e espasmos periódicos. •Aumento do tônus do intestino grosso e das ondas propulsivas constipação EFEITOS FARMACOLÓGICOS Trato Biliar • Contração do músculo liso biliar, pode ocasionar cólicas biliares. Trato genitourinário • Depressão da função renal ( do fluxo plasmático renal) • do tônus do esfíncter uretral pode levar à retenção urinária. Age no centro do vômito (bulbo): age na zona quimiorreceptora e gera impulsos para desencadear o vômito (40% com a morfina). EFEITOS FARMACOLÓGICOS EFEITOS COLATERAIS •MAIS COMUNS: Sedação, constipação intestinal, náuseas e vômitos, boca seca, depressão respiratória, prurido, pele quente, hipotensão arterial, retenção urinária e míose. •Amenorréia •Doses altas levam a dependência física e síndrome de abstinência (retirada) INTERAÇÕES •Sedativos-hipnóticos: maior depressão do SNC, particularmente depressão respiratória. •Tranquillizantes antipsicóticos: Sedação maior; efeitos variáveis sobre a depressão respiratória; acentuação dos efeitos cardiovasculares (ações muscarínicas e alfa-bloqueadoras). • Inibidores da MAO: Contra-indicação a todos os analgésicos opióides pela elevada incidência de coma hiperpirético e hipertensão. • Instala-se rapidamente e doses cada vez maiores são necessárias para conseguir a euforia. • No homem 100-200 mg/Kg de morfina pode provocar a morte • Indivíduos tolerantes 4000 mg/Kg em 24 horas podem não produzir efeitos adversos. • Os opióides causam tolerância cruzada: indivíduos tolerantes morfina são também tolerantes a heroína, metadona, porém não ao álcool e barbitúricos. Tolerância Provocam marcada dependência caracterizada por: • compulsão incontrolável de continuar usando o fármaco • tendência crescente de aumentar a dose tolerância • Síndrome de abstinência agitação, ansiedade, bocejo, transpiração, calafrio, febre, vômitos, respiração ofegante, hipertensão, perda de peso, convulsões Dependência Opiáceos e Opióides • Intoxicação: Sintomas físicos: analgesia, depressão respiratória, reduzida motilidade intestinal, náusea, miose, hipotensão ortostática, fala arrastada, coma. Sintomas psíquicos: euforia, disforia, prejuízo da atenção e memória. Opiáceos e Opióides • Síndrome de Abstinência: Sintomas: dor abdominal, anorexia, ansiedade, insônia, disforia, fadiga, cefaléia, irritabilidade, dores musculares, náusea, transpiração, bocejos; Sinais: diarréia, aumento da pressão arterial e da pulsação, lacrimejamento, espasmos musculares, rinorréia, midríase, vômitos, piloereção. Usos terapêuticos dos Opióides • Analgesias: dores intensas. • Calmante de tosses dolorosas (não é de 1ª escolha). • Antidiarreico (não é de 1ª escolha). CODEÍNA • É um alcalóide do ópio natural, usada para efeitos analgésicos e antitussígenos. • Produz efeitos mais leves que a morfina, com menor tendência a abuso e dependência. • Parcialmente metabolizdo em Morfina. • Uso em associação com AINES (paracetamol). TRAMADOL • Éuma analgésico oral, sintético, de ação central para alívio da dor moderada a intensa. • Usado em casos de dor nas costas, fibromialgia, osteoartrite e dor neuropática. • Tem baixo potencial de produzir tolerância e abuso, podendo ser usado a longo prazo. •Receptores dos opióides e inibir a recaptação de noradrenalina e serotoniana no encéfalo. •Pode ser encontrado puro ou associado ao paracetamol. •Efeitos adversos: Sonolência Náusea Constipação Prurido TRAMADOL Antagonista dos opióides •Naloxona: •Uso terapêutico: •Está indicado para reverter os efeitos das drogas opióides; •Reverte quadro clínico de estado de coma e depressão respiratória; •Administração: EV, reverte o quadro tóxico em 30 segundos após