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* INTRODUÇÃO AO EXERCÍCIO FISIOTERAPÊUTICO Prof.ª Esp: Márcia Cecília Benjó. ESTÁCIO SEAMA CURSO DE FISIOTERAPIA * DEFINIÇÃO. O exercício fisioterapêutico é o treinamento sistemático e planejado de movimentos corporais, posturas ou atividades físicas com a intenção de proporcionar ao paciente meios de: * TERMOS TÉCNICOS. A habilidade de executar atividades físicas de forma independente está correlacionada com as funções física, psicológica e social. A função física, por sua vez, depende de vários aspectos inter-relacionados: Equilíbrio/reajuste postural: Habilidade de alinhar os segmentos do corpo contra a gravidade para manter ou movimentar o corpo dentro da base de suporte disponível. Condicionamento/resistência cardiopulmonar: Habilidade de realizar movimentos repetitivos de baixa intensidade por um longo período de tempo. * Coordenação: É o seqüenciamento correto do recrutamento de fibras musculares, combinados com a intensidade apropriada de contração muscular, proporcionando o início, a condução e a graduação efetivos do movimento. Mobilidade: Habilidade das estruturas ou dos segmentos do corpo de serem movidos tanto passivo como ativamente, de modo a permitir a ocorrência de amplitude de movimento em atividades funcionais. Desempenho/condicionamento muscular: Capacidade do músculo de produzir tensão e realizar trabalho físico. * Controle neuromuscular: Interação dos sistemas sensorial e motor que possibilita aos músculos trabalharem na seqüência correta para produzir o movimento coordenado. Os sistemas do corpo que atuam no controle desses aspectos da função física reagem, adaptam-se e desenvolvem-se em resposta às forças e às sobrecargas neles impostas. O comprometimento de um ou mais sistemas corporais pode resultar em limitação funcional e incapacidade. * TIPOS DE TRATAMENTO. Para a elaboração de um programa de exercícios fisioterapêuticos, o terapeuta deve selecionar as técnicas de tratamento baseando-se na causa das limitações funcionais ou das incapacidades apresentadas pelo paciente. Os tipos de tratamento com exercícios fisioterapêuticos incluem: Condicionamento/recondicionamento aeróbico. * Exercícios de desempenho muscular. Técnicas de alongamento, incluindo procedimentos de alongamento muscular e de mobilização articular. * Controle neuromuscular, técnicas de inibição e facilitação e treinamento de consciência postural. Exercícios de controle postural, mecânica corporal e estabilização. Exercícios de equilíbrio e treinamento de agilidade. * Exercícios respiratórios e de relaxamento. Treinamento funcional específico à tarefa. * PROCESSO DE INCAPACITAÇÃO. * O processo de incapacitação refere-se às conseqüências funcionais de condições agudas ou crônicas em sistemas corporais específicos, comprometendo a habilidade do indivíduo de desempenhar funções e papéis necessários às suas atividades de vida cotidiana. Componentes -chave: Refere-se às perturbações da homeostase corporal que são decorrentes de doenças agudas/crônicas e distúrbios ou condições caracterizados por um conjunto de achados anormais indicativos de alteração ou descontinuidade da estrutura ou função do corpo. Patologia. * Comprometimentos. Comprometimentos são conseqüências das condições patológicas e apresentam-se na forma de sinais e sintomas que refletem as anormalidades do sistema corporal, órgão ou tecido. Os comprometimentos físicos comuns tratados com cinesioterapia incluem: -Comprometimentos musculoesqueléticos: algia; fraqueza muscular; diminuição da resistência muscular à fadiga; limitação da amplitude de movimento; hipermobilidade articular; deformidade postural; desequilíbrios musculares. * -Comprometimentos neuromusculares: algia; comprometimento do equilíbrio, estabilidade postural ou controle; descoordenação; atraso no desenvolvimento motor; anormalidade do tônus. -Comprometimentos cardiovasculares/pulmonares: diminuição da resistência cardiopulmonar; comprometimento circulatório. -Comprometimentos tegumentares: hipomobilidade da pele. Tratamento efetivo da disfunção Causas de base dos comprometimentos * Limitações funcionais. As limitações funcionais no aspecto físico referem-se à execução de tarefas sensoriomotoras, ou seja, ações corporais globais, que são tipicamente, componentes de atividades da vida diária do indivíduo. Ex: limitação para alcançar e segurar objetos. As limitações funcionais resultam de comprometimentos caracterizados pela redução da habilidade do indivíduo para desempenhar ações ou atividades de maneira eficiente e tipicamente esperada. * Incapacidade é a inabilidade do indivíduo de realizar ou participar de atividades ou tarefas relacionadas à sua vida cotidiana. Incapacidade. * Formas de prevenção da incapacidade: -Prevenção primária: ações de promoção de saúde para prevenção doenças em uma população de risco. -Prevenção secundária: diagnóstico precoce (triagem) e redução da gravidade ou da duração de uma doença e suas seqüelas. -Prevenção terciária: reabilitação para reduzir o grau e/ou progressão da incapacidade e melhorar as funções em indivíduos com doença crônica irreversível. * -Fatores biológicos: idade, sexo, raça, anormalidades ou distúrbios congênitos, predisposição genética. -Fatores comportamentais, psicológicos, estilo de vida: sedentarismo, tabagismo, alcoolismo, má nutrição, desmotivação, habilidades inadequadas para enfrentar dificuldades. -Características do ambiente físico: aspectos ergonômicos do ambiente físico. -Fatores socioeconômicos: baixo status econômico, baixo nível de educação, acesso inadequado aos serviços de saúde, apoio familiar ou social limitado. Fatores de risco para a incapacidade: * AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DO PACIENTE. Processo sistemático pelo qual o terapeuta coleta informações sobre o problema do paciente e as razões para ter buscado os serviços de fisioterapia. Anamnese / História do paciente: este processo baseia-se em questões genéricas feitas pelo examinador ao paciente a fim de obter informações sobre seu estado geral de saúde. Avaliação Fisioterapêutica. * * Medidas e testes específicos: A especificidade dos testes possibilita ao fisioterapeuta apoiar ou refutar a hipótese de trabalho formulada ao coletar a história do paciente e ao realizar a revisão dos sistemas. Análise dos dados coletados. A interpretação de dados coletados permite ao terapeuta tomar decisões clínicas pertinentes que levem à determinação do diagnóstico da disfunção e prognóstico dos resultados funcionais e à escolha de estratégias de intervenção para o plano de tratamento. Exame físico / Triagem dos sistemas corporais: consiste na identificação de anormalidades que exijam a realização de testes adicionais por um fisioterapeuta ou outro profissional da saúde. * A determinação do diagnóstico da disfunção baseia-se nos comprometimentos, limitações funcionais e incapacidade do paciente. É indispensável no plano de tratamento porque direciona o prognóstico e as medidas de intervenções da fisioterapia. Determinação do diagnóstico. Prognóstico e Plano de tratamento. Prognóstico é uma previsão do grau de função ideal esperado como resultado do curso do tratamento e do tempo necessário para atingir resultados funcionais específicos. Plano de tratamento envolve a colaboração e a negociação entre o paciente/família e o fisioterapeuta. * Intervenção refere-se ao papel desempenhado pelo terapeuta e que se relaciona diretamente com o tratamento do paciente. Intervenção. Áreas de intervenção: Coordenação, comunicação e documentação. O fisioterapeuta é o coordenador dos serviços de fisioterapia, e precisa comunicar-se de forma verbal ou por meio de documentação escrita com todos os profissionais envolvidos no tratamento do paciente. *Intervenções mediante procedimentos. Corresponde aos procedimentos e recursos fisioterapêuticos usados no tratamento do paciente. Orientações ao paciente. A instrução ao paciente é o meio pelo qual o fisioterapeuta auxilia o paciente a aprender como melhorar, tornando-se um participante ativo no seu processo de reabilitação. * -Fornecimento de informações básicas ao paciente: informações sobre sua condição patológica, comprometimentos e limitações funcionais resultantes; informações a cerca das intervenções e procedimentos a serem utilizados no decorrer do tratamento. -Treinamento do paciente, familiares ou cuidador para o aprendizado e execução correta dos exercícios propostos no plano de tratamento. A instrução ao paciente pode focar os seguintes aspectos: * Os resultados do tratamento devem ser monitorados continuamente pelo terapeuta. A análise de informações obtidas durante as reavaliações do paciente possibilita ao terapeuta averiguar se os objetivos e os resultados esperados do plano de tratamento e as intervenções implementadas estão produzindo os efeitos pretendidos para o restabelecimento do paciente. A avaliação contínua dos resultados permite ao terapeuta determinar quando é aconselhável a alta do tratamento. Esta somente é possível quando o paciente responde adequadamente ao tratamento e são alcançados os objetivos previstos e resultados esperados para sua reabilitação. Resultados. Plano de alta. * ESTRATÉGIAS PARA A INSTRUÇÃO DOS EXERCÍCIOS. As estratégias para instrução dos exercícios e aprendizado do paciente contribuem para o sucesso dos resultados obtidos. Para efetiva instrução de exercícios fisioterapêuticos é necessário: -Ambiente tranqüilo. -Usar comandos verbais e escritos claros e concisos. -Demonstrar e orientar a execução apropriada dos exercícios. -Pedir ao paciente para demonstrar o exercício sob supervisão e comentários do terapeuta. -Incrementar os exercícios de acordo com a evolução do paciente. * Aprendizado motor é um conjunto complexo de processos internos que envolve a aquisição e a retenção relativamente permanentes de um movimento ou tarefa habilidosa por meio da prática. Aprendizado motor. A integração dos princípios do aprendizado motor na instrução dos exercícios otimiza o aprendizado de um exercício ou de uma tarefa funcional. Exercício é uma tarefa motora, ou seja, uma habilidade psicomotora, que o terapeuta ensina e espera que o paciente aprenda. * -Estágio cognitivo. Nesse estágio, o paciente precisa pensar sobre cada componente/seqüência do exercício a fim de aprender como executar a tarefa motora de forma segura e correta. -Estágio associativo. Nesse estágio, o paciente concentra-se no refinamento da tarefa motora e seu aprendizado centraliza-se na produção de movimentos mais consistentes e eficientes. -Estágio autônomo. Nesse estágio, o paciente é capaz de executar a tarefa motora simultaneamente com outras tarefas. Estágios do aprendizado motor: * Aspectos que influenciam o aprendizado motor: -Compreensão. A compreensão do propósito de um exercício/ tarefa e o interesse na sua execução afetam a aquisição e retenção de habilidades. -Atenção. A habilidade do paciente de concentrar-se na atividade a ser aprendida sem influências do ambiente que o distraiam promove o aprendizado. -Instruções verbais pré-prática. A demonstração e comentários sobre a execução correta da tarefa tornam o aprendizado mais fácil. * -Quantidade, tipo e a variabilidade da prática. O aprendizado motor é resultado direto da realização repetida de um movimento ou uma série de movimentos dentro de uma tarefa. -Feedback. É a informação sensorial recebida pelo paciente durante ou após o desempenho de um movimento ou uma tarefa e que contribui para o seu aprendizado. Adesão. A adesão consiste na participação e no envolvimento ativo do paciente no seu plano de tratamento. * Aspectos que favorecem a adesão do paciente: -Identificar os benefícios derivados da adesão do paciente ao programa de exercícios. -Explicar a importância de cada exercício/atividade funcional para o restabelecimento do paciente. -Identificar como os exercícios são elaborados para alcançar aos objetivos e resultados funcionais específicos centrados no paciente. -Manter um breve programa de exercícios e salientar os progressos do paciente ligados aos exercícios. -Identificar as barreiras à adesão e sugerir soluções ou modificar o programa de exercícios.
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