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Material de Teoria Geral do Processo – 2ª aula – Profª Gisela Brum Isaacsson – giselaisaacsson@gmail.com Página 1 Universidade Católica de Pelotas Teoria Geral do Processo Profª Gisela Brum Isaacsson 2ª AULA JURISDIÇÃO (cont.) CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO 1ª) CARÁTER SUBSTITUTIVO: por meio dela, o Estado substitui-se às partes para solucionar os conflitos. Chiovenda afirma que a jurisdição tem um caráter substitutivo, pois substitui a vontade das partes. O juiz é terceiro estranho ao caso concreto. O Estado realiza coativamente uma atividade que deveria ter sido primariamente exercida de maneira espontânea e pacífica pelas partes. A atividade do Estado é secundária. Substitui-se a vontade das partes pela vontade imperativa do Estado. 2ª) INÉRCIA: o processo não pode ser iniciado de ofício pelo juiz – ne procedat iudex ex officio – assim, cabe às partes, com exclusividade, a iniciativa para movimentar a máquina judiciária e delimitar o objeto do litígio. Como a jurisdição visa “pacificar”, deve ser provocada. Art. 2º, CPC: “O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.” Art. 141, CPC: “O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.” a) Execução trabalhista: se instaura por ato do Juiz: art. 878, CLT: “A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex offício, pelo próprio juiz ou presidente ou tribunal competente, nos termos do artigo anterior.§ único - Quando se tratar de decisão dos Tribunais Regionais, a execução poderá ser promovida pela Procuradoria da Justiça do Trabalho.” b) Habbeas corpus: pode ser concedido de ofício: art 654, §2º, CPP: “Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal.” c) Falência: pode ser decretada de ofício, se a empresa está em recuperação judicial: arts. 73, Lei nº 11.101/05: “.O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial: I – por deliberação da assembléia-geral de credores, na forma do art. 42 desta Lei; II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo do art. 53 desta Lei;III – quando houver sido rejeitado o plano de recuperação, nos termos do § 4 o do art. 56 desta Lei;IV – por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação, na forma do § 1 o do art. 61 desta Lei.” d) Arrecadação de herança jacente: art. 738, CPC: “Nos casos em que a lei considere jacente a herança, o juiz em cuja comarca tiver domicílio o falecido procederá imediatamente à arrecadação dos respectivos bens.” EXCEÇÕES Material de Teoria Geral do Processo – 2ª aula – Profª Gisela Brum Isaacsson – giselaisaacsson@gmail.com Página 2 3º) EXISTÊNCIA DE LIDE: (ou litígio) para que haja lide é necessário que exista um conflito qualificado por uma pretensão resistida (Carnelutti). Se há conflito sem resistência não há lide. A missão do juiz é compor o impasse criado entre a pretensão e a resistência. Há lide quando o conflito surgido em torno do mesmo bem não encontra uma solução voluntária ou espontânea entre os diversos concorrentes. 4º) IMUTABILIDADE: a sentença proferida pelo juiz transita em julgado e, portanto, não pode ser modificada. Configura a vontade do Estado e não pode ser mais discutida, prevalecendo o interesse do Estado sobre a vontade das partes. Isso demonstra a tentativa de pacificação social da lide evitando-se uma eternização dessa. As decisões não podem ser revistas por outros poderes estatais. Faz-se a “coisa julgada”, assegurando-se assim a segurança jurídica. Art. 5º, XXXVI, CF: “ a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;” Art. 494, CPC: “Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo; II - por meio de embargos de declaração.” OBSERVAÇÃO: JUÍZO DE RETRATAÇÃO: arts. 331(“ Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se.”) e 332, §3º (“Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias”), ambos do CPC. 5º) IMPERATIVIDADE: após o devido processo legal a decisão é dotada de autoridade e já pode ser executada. É imposta coercitivamente às partes, como forma de pacificar a lide. O Estado impõe o resultado aos litigantes e esses devem se sujeitar ao que for decidido. Art. 523, CPC: “No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.” 6º) IMPARCIALIDADE: a jurisdição é atividade desinteressada do conflito e põe em prática as vontades concretas da lei. O juiz se mantém equidistante dos interessados e sua atividade é subordinada exclusivamente à lei que dita o procedimento legal a ser adotado. Há parcialidade nos casos de impedimento (art. 144, CPC) e suspeição (art. 145, CPC) Material de Teoria Geral do Processo – 2ª aula – Profª Gisela Brum Isaacsson – giselaisaacsson@gmail.com Página 3 PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO 1º) INVESTIDURA 2º) ADERÊNCIA AO TERRITÓRIO a) art. 60, CPC: “Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel.” b) Art. 255, CPC: “Nas comarcas contíguas de fácil comunicação e nas que se situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar, em qualquer delas, citações, intimações, notificações, penhoras e quaisquer outros atos executivos.” c) Art. 74, §2º, CPP: “Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração da competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência prorrogada.” d) Art. 427, CPP: “Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas.” e) Etc... A jurisdição somente pode ser exercida por quem tenha sido regularmente investido na autoridade de juiz, de conformidade com as normas legais. A jurisdição é monopólio do Estado. O juiz deve se encontrar no efetivo exercício do cargo, assim, não possuem investidura os juízes aposentados e os juízes em disponibilidade (sanção administrativa). CF/Art. 37.[...] II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade docargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; O juiz só tem autoridade nos limites do território nacional e nos limites da lei. Todo juiz ou órgão jurisdicional conta com uma circunscrição territorial dentro da qual exerce suas funções jurisdicionais. O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça têm jurisdição nacional. O Tribunal de Justiça de um estado possui jurisdição naquele estado. Este princípio comporta exceções. EXCEÇÕES (EXS) Material de Teoria Geral do Processo – 2ª aula – Profª Gisela Brum Isaacsson – giselaisaacsson@gmail.com Página 4 3º) INDELEGABILIDADE 4º) INEVITABILIDADE 5º) INAFASTABILIDADE a) art. 145, §1º, CPC:“Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões” b) art. 217, §1º, CF: “O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. 6º) JUIZ NATURAL Sendo o juiz investido de função jurisdicional como órgão do Estado, deve exercê-la pessoalmente, sem poder delegar atribuições. A jurisdição que lhe é atribuída não é sua, mas sim do Estado. O juiz age em nome do Estado e as funções delegadas por lei não podem ser repassadas. A autoridade estatal sendo uma emanação do próprio poder estatal soberano, impõe-se por si mesma, independentemente da vontade das partes ou de eventual pacto para aceitarem os resultados do processo. As partes devem se sujeitar à decisão, independentemente de sua vontade. Também conhecido por indeclinabilidade. Significa que o juiz não pode declinar do seu ofício, deixando de atender quem deduza em juízo uma pretensão, requerendo a tutela jurisdicional (art.3º, CPC: Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.”). Nem mesmo a lacuna ou obscuridade na lei exime o juiz de julgar, devendo aqui valer-se dos costumes, princípios gerais do direito e analogia (art. 140, CPC: O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico.”) – vedação do non liquet (sem resultado). Possui assento constitucional no artigo 5º, XXXV (“a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;”). EXCEÇÕES Todos têm, em igualdade de condições, direito a um julgamento por um juiz independente e imparcial, segundo as normas legais e constitucionais. Em face desse princípio não pode haver juiz ou tribunal de exceção, ou seja, juiz ou tribunal constituído post factum, para julgar fato já ocorrido ao tempo da sua constituição (“Art. 5º, XXXVII, CF: não haverá juízo ou tribunal de exceção”). Material de Teoria Geral do Processo – 2ª aula – Profª Gisela Brum Isaacsson – giselaisaacsson@gmail.com Página 5 7º) INÉRCIA EXERCÍCIOS I) Identifica qual a característica da jurisdição expressa em cada excerto: 1º) “AGRAVO DE INSTUMENTO[...] Dessa forma, tenho que a Lei n. 11.960/2009 não se aplica à hipótese, devendo ser observado o índice de correção monetária previsto no título executivo, sob pena de se operar a alteração da decisão coberta pelo manto da coisa julgada, por via transversa (embargos à execução). Por conseguinte, desnecessária a discussão sobre a modulação dos efeitos das decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento das Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns. 4357 e 4425, porque aplicável o índice que transitou em julgado, sob pena de afronta à coisa julgada e à própria segurança jurídica vinculada ao título executivo. Precedentes da Corte Gaúcha, inclusive deste órgão fracionário. NEGARAM PROVIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO. UNÂNIME.” (Agravo de Instrumento Nº 70070830179, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Laura Louzada Jaccottet, Julgado em 14/12/2016). 2º) “Conforme dita o art. 2º do CPC, que dispõe que „Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.‟ Assim, o Juiz deve compor a lide nos limites do pedido do autor, não podendo conceder, nem em sede de antecipação de tutela, mais do que o requerente pediu.” (Des. Giovanni Conti – Relator) (Agravo Nº 70062447172, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Giovanni Conti, Julgado em 27/11/2014). 3º) “Já em relação à incidência da multa prevista no artigo 475-J, esta é corolário lógico da aplicação do procedimento determinado pela Lei n. 11.232/05, que acrescentou ao Código de Processo Civil o referido artigo: „Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e avaliação.‟ Com efeito, da leitura do dispositivo legal acima, depreende-se que caso o devedor não cumpra, espontaneamente, sua obrigação, no prazo de 15 (quinze) dias, incidirá a multa, de caráter punitivo, no valor de 10% sobre o débito. A referida multa incide, por assim dizer, “automaticamente”, com o passar in albis do prazo legal, sem qualquer pedido do credor, em benefício do qual reverterá, pois a sua finalidade é a de incitar o devedor ao cumprimento da obrigação, ou seja, é, neste ponto, claramente coercitiva. (Des. Angelo Maraninchi Giannakos – Relator). (Agravo de Instrumento Nº 70033398595, Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Angelo Maraninchi Giannakos, Julgado em 20/11/2009). Não pode haver jurisdição sem ação, pois a jurisdição depende da provocação do interessado, não sendo, de regra, automovimentada. A inércia da jurisdição é rompida pelo exercídio do direito de ação e a partir daí o processo se movimenta por impulso oficial. Ne procedat iudex ex officio (o juízo não procede de ofício); Nemo iudex sine actore (não há juiz sem autor). Material de Teoria Geral do Processo – 2ª aula – Profª Gisela Brum Isaacsson – giselaisaacsson@gmail.com Página 6 4º) “É imperioso destacar que, na solenidade em que comparece a testemunha e não o representante do Ministério Público, deve o magistrado indagar a defesa sobre o interesse na oitiva da testemunha e, havendo, passar, de pronto, a palavra ao defensor para elaboração de seus questionamentos. Apenas de forma suplementar, nos moldes do parágrafo único do artigo 212 do Código de Processo Penal, pode proceder à inquirição de forma complementar, mas nunca atuando em substituição ao acusador constitucionalmente estabelecido. No caso de a Defesa não ter interesse na formulação de perguntas, está vedado ao juiz tomar as vestes do acusador, dirigindo-lhe, ele mesmo, perguntas no lugar daquele. É a acusação, como parte, que deve formular as perguntas diretamente às testemunhas. Na atual configuração do processo penal democrático, considerando os ditames de um sistema acusatório, as funções de acusador e julgador são previamente estabelecidas e delimitadas, não podendo haver a substituição de um pelooutro. Assim, a gestão da prova deve ficar adstrita às partes e não ao julgador.” (Des. Diógenes V. Hassan Ribeiro – Relator). (Apelação Crime Nº 70059120360, Terceira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Diogenes Vicente Hassan Ribeiro, Julgado em 18/12/2014) 5º) “Isso porque o art. 463 do CPC reza que, uma vez proferida a sentença, encerra, para o Juiz, o ofício jurisdicional, sendo-lhe vedado revisar ou até mesmo anular a própria decisão, salvo para correção de erro material (inexatidões materiais ou erros de cálculo) ou para o fim de acolher embargos de declaração (art. 535 do CPC). Verbis: „Art. 463. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: I - para Ihe corrigir, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais, ou Ihe retificar erros de cálculo; II - por meio de embargos de declaração.” (Des. Francisco José Moesch – Relator). (Agravo de Instrumento Nº 70046887790, Vigésima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Francisco José Moesch, Julgado em 21/03/2012). II) Identifica qual o princípio da jurisdição expresso em cada excerto: 1) “Pois bem, o Poder Judiciário do estado do Rio Grande do Sul, onde foi proposta a presente demanda, possui jurisdição sobre o território deste estado federado, possuindo competência para o julgamento de feitos relativos a fatos e pessoas, físicas ou jurídicas, a ele pertinentes. Nessa medida, por óbvio, não é dado ao Poder Judiciário rio-grandense conhecer de pretensão indenizatória manejada em face de outro estado federado e de sua fundação.” ( Des. Ney Wiedemann Neto – Relator). (Agravo Nº 70061365425, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ney Wiedemann Neto, Julgado em 09/10/2014). 2) “Com efeito, no início da decisão agravada, consta o seguinte: „REMETAM-SE os autos ao Contador Judicial para efetivação do cálculo, observando as seguintes diretrizes: Em caso de já existir o julgamento definitivo da ação de conhecimento e da impugnação ao cumprimento de sentença deverá o Sr. Contador obedecer os parâmetros delineados nas decisões, inclusive, na sentença da impugnação. Caso haja omissão nas decisões que transitaram em julgado utilizar as seguintes diretrizes, no que não for conflitante:...‟. Na segunda parte da decisão, constam diretrizes genéricas para o cálculo a partir do entendimento do magistrado acerca das questões pertinentes. Como se vê, a decisão não analisou quais as diretrizes efetivamente devem ser aplicadas no caso concreto conforme a decisão exequenda. Aliás, a decisão deixa para o contador do foro analisar os parâmetros determinados pela decisão exequenda e apreciar eventual incompatibilidade desta com as diretrizes genericamente definidas na decisão agravada.” (Des. Marco Antônio Angelo – Relator) (Agravo de Instrumento Nº 70060076379, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marco Antonio Angelo, Julgado em 16/10/2014). Material de Teoria Geral do Processo – 2ª aula – Profª Gisela Brum Isaacsson – giselaisaacsson@gmail.com Página 7 3) “Conforme previsão do art. 253, caput, do CPC, distribuir-se-ão por dependência os feitos de qualquer natureza, quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outro já ajuizado. Ao concreto, verifica-se que a julgadora unipessoal determinou a reunião de diversas ações ajuizadas pelo demandante em desfavor da ré, por entender configurada hipótese de continência. Entrementes, tal entendimento não deve prosperar, porquanto as inscrições negativas que motivaram o ajuizamento de diversas ações pela requerente são decorrentes de contratos igualmente distintos, não abrangendo o objeto de uma demanda ao das outras. Assim, resta desatendido o disposto no artigo 104 do CPC, in verbis:‟Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras.” (Des. Paulo Roberto Lessa Franz – Relator). (Agravo de Instrumento Nº 70063610570, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Roberto Lessa Franz, Julgado em 27/02/2015). 4) “O interesse de agir está plenamente demonstrado nos autos. É cediço a inexigibilidade de esgotamento da esfera administrativa para a parte buscar o alcance do seu direito junto ao Poder Judiciário. O direito de ação prescinde da formulação de pedido administrativo, pois o interesse de agir não está condicionado à existência de prévio pedido administrativo, conforme garante o artigo 5º, inciso XXXV da Constituição Federal. “ (Des. José Pedro de Oliveira Eckert – Relator). (Apelação Cível Nº 70063009658, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Pedro de Oliveira Eckert, Julgado em 12/02/2015). GABARITO: I) 1º) Imutabilidade; 2º) Inércia; 3º) Imperatividade; 4º) Imparcialidade; 5º) Imutabilidade; II) 1º) Aderência ao território; 2º) Indelegabilidade; 3º) Juiz Natural; 4º) Inafastabilidade.
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