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Resumo Fluxos operacionais

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ANÁLISE DOS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA O PAÍS IMPORTADOR
Os erros mais ocorridos no processo de exportação consistem em: 
1) falta de documentos necessários para o desembaraço da mercadoria,
 2) envio de documentos em desconformidade com a legislação no país de destino ou, ainda, 3) documentos incorretos.
Portanto, o que deve ser feito antes mesmo da venda do produto para um determinado país é a consulta da legislação deste, a fim de saber quais licenças e documentos são necessários, checando, de igual forma, se haverá necessidade de alguma homologação no Brasil por determinados órgãos para a recepção da mercadoria.
Primeiramente, para que possamos saber quais são as necessidades para a importação em determinado país, podemos entrar em contato com o importador e seu despachante, solicitando as informações a respeito dos documentos necessários e das licenças e homologações, caso necessárias. Posteriormente, podemos verificar as informações com a embaixada deste país no Brasil e, ainda, checar se não há mais nenhuma necessidade para o desembaraço da mercadoria no país de destino. Também podemos entrar em contato com a embaixada brasileira no país de destino, a fim de verificar as informações. Depois, também se faz necessário examinar quais as exigências daquele país para venda e distribuição da mercadoria no mercado interno, tendo em vista que poderão existir determinadas licenças e homologações que não são necessárias para a importação e desembaraço da mesma, mas que podem ser indispensáveis quando em relação à venda e à utilização no mercado interno.
Outro ponto que deve ser verificado e que é de extrema importância é a existência de acordo para a emissão do certificado do país de origem para o país de destino, quando cabível, pois este pode ser o diferencial de venda do seu produto com relação aos demais exportadores da mesma área.
ÓRGÃOS ANUENTES PARA O PRODUTO A SER EXPORTADO
Para o bom andamento do processo de exportação, o setor responsável pelo envio da mercadoria ao exterior deve estar sempre em contato com o despachante aduaneiro; assim, ele saberá quais licenças e procedimentos devem ser seguidos para a liberação da mercadoria junto à Aduana brasileira. Antes de tudo, precisamos verificar se o despachante com quem estamos trabalhando tem conhecimento do procedimento e do processo de desembaraço com relação ao produto que iremos exportar. Isso minimiza as chances de erro durante a liberação alfandegária. Posteriormente, precisamos nos atentar ao tipo de produto que iremos exportar, verificando quais os órgãos que precisam estar envolvidos para a liberação da nossa mercadoria junto à Aduana.
Abaixo, alguns exemplos que poderão ajudar com relação às licenças e órgãos anuentes para determinados tipos de mercadorias.
 Alimentos: Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura; 
 Grãos: Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura; 
 Armas: Ministério do Exército; 
 Medicamentos e produtos médicos: Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura; 
 Explosivos: Ministério do Exército; 
 Cabelo: Ministério da Saúde – mercadoria com tratamento de carga perigosa; 
 Aparelhos odontológicos: Ministério da Saúde.
Se a mercadoria seguir para a Aduana para liberação e estiver faltando alguma destas licenças, o que podemos fazer? Quando a mercadoria chega à Aduana e falta alguma liberação, será necessário fazer todo o procedimento para o seu desembaraço. Como a mercadoria já se encontra no recinto alfandegado, o maior problema é o pagamento de armazenagem extra, o que pode acarretar a perda do lucro da empresa, dependendo do valor a ser pago e do valor inicialmente previsto para esta despesa.
ANÁLISE DOS DOCUMENTOS PELO IMPORTADOR ANTES DO EMBARQUE DA CARGA
Quando já verificados todos os documentos, legislação e órgãos anuentes no Brasil – e também no país de destino da mercadoria –, ainda precisamos ter o respaldo do importador e do seu despachante com relação à documentação que será emitida, para evitar problemas da liberação da mercadoria no destino. Primeiramente, devemos verificar com o importador qual é a classificação fiscal do produto a ser exportado, porque, frequentemente, a utilizada no Brasil não é a mesma que a utilizada no país do importador. Porém, devemos lembrar que a classificação a ser utilizada no Brasil tem de ser a que a Aduana brasileira entende como correta para fins de liberação alfandegária. Caso haja diferença entre a Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM utilizada no Brasil e no país de destino, somente nos documentos que serão enviados ao importador é que deve constar a classificação fiscal indicada pelo mesmo. Desta forma, os documentos devem ser emitidos com base na classificação informada pelo importador: Fatura comercial; Packin List; Certificado de Origem; Demais certificados e licenças solicitadas pelo importador.
Mais uma vez, entendam que, mesmo que a classificação do importador seja diferente, precisamos manter, nos documentos abaixo, a utilizada no Brasil para o desembaraço aduaneiro: Nota Fiscal; Registro de Exportação; Demais documentos exigidos pela Aduana para a liberação da mercadoria.
EMBARQUE DA MERCADORIA APÓS EMISSÃO DE TODOS OS DOCUMENTOS ANALISADOS E CONFIRMADOS PELO IMPORTADOR
Outro grande problema encontrado nos processos de exportação é o binômio tempo x custo. Quando há o fechamento do processo pelo importador, o mesmo quer receber a mercadoria o mais rápido possível com o menor custo possível. Muitas vezes, há demora na análise dos documentos pelo importador para que possamos fazer a emissão dos documentos, o que gera demora no envio da mercadoria. Se a mercadoria for embarcada antes da análise e emissão dos documentos, podemos ter dois grandes problemas: que estes documentos estejam incorretos ou que ocorra a chegada da mercadoria sem os documentos originais para o desembaraço aduaneiro da mercadoria. Caso ocorra o envio da mercadoria sem a análise documental pelo importador e seu despachante, enfrentaremos diversos entraves, como custos extras, multa por documentos incorretos e até mesmo a perda do benefício com o imposto de importação. Estes problemas deverão ser resolvidos junto ao importador. Se a mercadoria chegar antes dos documentos, o importador estará sujeito ao pagamento da armazenagem – que não precisaria pagar, caso os documentos estivessem verificados e enviados para a liberação alfandegária da mercadoria.
Não vamos esquecer de que devemos envolver o despachante do importador durante todo o procedimento de exportação, uma vez que este é quem conhece a Aduana no país de destino, sendo o responsável pelas informações corretas a respeito do procedimento para o desembaraço da carga no exterior.
Muitas empresas utilizam a Carta de Crédito, principalmente a pedido do exportador, que não quer: 
1) correr o risco de não receber do importador ou
 2) que o país do importador adote barreiras para a não transferência de pagamentos. Optando por essa modalidade de pagamento, o exportador terá a garantia de recebimento, caso o importador não o faça. O banco emitente da Carta de Crédito tem o compromisso de pagar o exportador, estando os documentos apresentados por ele em boa ordem. Na prática, ocorrem muitos erros por parte do exportador ao cumprir uma Carta de Crédito, principalmente porque existe o desconhecimento da importância deste documento. O exportador precisa ter total conhecimento de que uma Carta de Crédito somente será honrada pelo banco emitente ou confirmador, se for o caso, se as instruções nela contidas forem cumpridas integralmente pelo exportador. Considera-se que é obrigação do exportador, assim que receber uma Carta de Crédito, fazer uma verificação prévia nas condições nela definidas, examinando se poderá cumpri-las e se as condições estão de acordo com o que foi negociado com o importador. Antes de entregar os documentos ao banco e do vencimento da Carta de Crédito, o instrumento poderá ser alterado através de uma emenda, desde que todas as partes envolvidas na Carta de Crédito concordem. Quandoo exportador não cumpre com uma condição imposta na Carta de Crédito, ocorre uma discrepância que poderá ser aceita ou não pelo importador. Caso não seja aceita, a Carta de Crédito deixa de ser uma garantia, e o banco emitente não tem mais a obrigação de honrar com o compromisso. Esses são os cuidado principais que o exportador deve ter: procurar conhecer mais sobre o tema, ter em seu quadro um profissional qualificado, embarcar a mercadoria e apresentar os documentos que estão relacionados conforme instruções da Carta de Crédito. Somente assim terá a garantia de recebimento.
CONHECIMENTO DA PUBLICAÇÃO 600, QUE PADRONIZA USOS E COSTUMES INTERNACIONALMENTE EM RELAÇÃO À CARTA DE CRÉDITO
A Câmara de Comércio Internacional - CCI é a organização mundial de negócios, um órgão representativo que fala com autoridade em nome de empresas de todos os setores de todas as partes do mundo. A missão fundamental da CCI é promover o comércio e investimentos no mercado internacional e auxiliar as empresas a enfrentarem os desafios e oportunidades da globalização. Sua convicção de que o comércio é uma força poderosa para a paz e a prosperidade data das origens da organização, fundada em 1919, na França, por um grupo de líderes empresariais que se intitulavam “mercadores da paz.
Seu principal objetivo é o de contribuir para o crescimento e o desenvolvimento do comércio internacional.
* OMC Também elabora regras e padroniza as diferentes transações internacionais, oferecendo maior segurança para as partes envolvidas.
Entre as diversas publicações editadas pela Câmara de Comércio Internacional, existe a UCP 600 (Uniform Customs and Practice), conhecida também como Publicação 600, que desde 2007 está em vigor e tem como objetivo padronizar a formalização da Carta de Crédito (crédito documentário) no comércio global.
No mercado internacional, nas operações comerciais realizadas entre o exportador e o importador, são negociados vários itens, como preço da mercadoria, quantidade, prazos de entrega e de embarque, tipos de documentos, qualidade do produto, incoterm, modal de transporte e, principalmente, a modalidade de pagamento.
Além da Carta de Crédito, padronizada pela Publicação 600, tema de nosso estudo, há outras três modalidades. Sobre estas, apresentamos os conceitos básicos a seguir:
 Pagamento antecipado: pagamento realizado pelo importador ao exportador antes do embarque da mercadoria; 
 Remessa sem saque: pagamento realizado pelo importador ao exportador após o embarque da mercadoria, no prazo acordado pelas partes. Nessa modalidade, o exportador, posteriormente ao embarque da mercadoria, remete os documentos representativos da exportação diretamente ao importador; 
 Cobrança documentária: pagamento realizado pelo importador ao exportador após o embarque da mercadoria, no prazo acordado pelas partes, quando o exportador entrega os documentos representativos da exportação ao seu banco de relacionamento, solicitando que este envie os mesmos para o banco de relacionamento do importador, mediante instruções de cobrança. Essa modalidade tem a padronização da Câmara de Comércio Internacional, através da Publicação 522.
Para Aquiles Vieira (2005, p. 76): A Carta de Crédito, também conhecida como (crédito documentário), é uma modalidade de pagamento bastante usual, porque oferece maiores garantias tanto para o exportador quanto para o importador. Podemos defini-la como uma ordem de pagamento condicional, emitida por um banco, a pedido do importador, a favor do exportador, que somente fará jus ao recebimento do valor representativo do crédito se, e tão somente se, cumprir todas as exigências por ela estipuladas, tendo o exportador a garantia de pagamento de dois ou mais bancos, e o importador a certeza de que só haverá pagamento se suas exigências forem cumpridas.
Na versão “Publicação 600”, houve algumas modificações em relação à “Publicação 500” (anterior), como as denominações dadas ao importador, que era o tomador do crédito, ao banco negociador e à classificação da Carta de Crédito. Na atual versão, o importador é denominado “requerente” do crédito; o banco negociador, agora, é conhecido como “banco designado” e a Carta de Crédito é considerada somente “irrevogável”. Outra regulamentação sujeita à análise da Carta de Crédito é a ISBP 681 – Práticas Bancárias Internacionais para a Análise de Documentos em Créditos Documentários (International Standard Banking Practices for the Examination of Documents under Documentary Credits). O objetivo da ISBP 681 visa que os bancos padronizem a análise dos documentos que estão relacionados à Carta de Crédito. Outra consideração muito importante sobre a Carta de Crédito consiste em lembrar que os bancos envolvidos só analisam os documentos que estão relacionados na Carta de Crédito, além de checar se as informações que constam nos documentos estão de acordo com as instruções contidas na Carta de Crédito. Portanto, não se analisa, por exemplo, se a mercadoria descrita nos documentos da exportação e na própria Carta de Crédito é realmente a que foi embarcada pelo exportador. O que o banco analisa é se as informações que constam nos documentos estão de acordo com a Carta de Crédito. Se a Carta de Crédito informar que o porto de embarque da mercadoria é o Porto de Paranaguá e o exportador apresentar um conhecimento de embarque (bill of lading) com dados diferentes, por exemplo, informando que o local de embarque é o Porto de Santos, o banco que inicialmente recebe os documentos deve apontar esse erro. E assim o banco faz: analisa criteriosamente a Carta de Crédito com os documentos representativos da operação comercial.
INSTRUÇÕES PARA A ABERTURA DA CARTA DE CRÉDITO POR PARTE DO IMPORTADOR APÓS A NEGOCIAÇÃO
Em regra geral, os documentos que dão origem à abertura de uma Carta de Crédito são a “Fatura Proforma”, emitida pelo exportador, e o “Pedido de Abertura de Carta de Crédito”, formulário fornecido pelo banco emitente da Carta de Crédito e preenchido pelo importador.
Na prática, após a negociação entre o exportador e o importador, na qual ficam definidas as condições da operação comercial, o exportador emite a Fatura Proforma e envia ao importador. O importador, com a Fatura Proforma, procura o seu banco de relacionamento (banco emitente), no qual já deve ter um limite de crédito aprovado, e apresenta o pedido de abertura de Carta de Crédito. Joni Borges (2002, p.90) descreve as funções que exercem os participantes da Carta de Crédito:
Para que se possa usar essa modalidade de pagamento, é importante que sejam conhecidas as partes envolvidas na Carta de Crédito, quais sejam: Requerente do crédito: é o importador Beneficiário do crédito: é aquele em favor do qual o crédito foi emitido, em regra geral o exportador Banco emitente: é aquele que, por conta e ordem do Requerente, emite o crédito Banco designado: é o banco nomeado para, em nome do Requerente, cumprir o crédito Banco avisador: é o banco que autentica a Carta de Crédito e avisa e entrega o crédito ao beneficiário Banco confirmador, que assume o compromisso de honrar o crédito caso o banco designado não o faça.
Joni Borges (2002, p.93) apresenta outras características da Carta de Crédito:
 Carta de Crédito Irrevogável: é o compromisso que o banco emitente tem em honrar a Carta de Crédito, desde que os documentos estejam de acordo com as instruções de crédito. Qualquer alteração na Carta de Crédito ou mesmo o cancelamento só poderá ocorrer com o consentimento de todos os intervenientes que participam do referido crédito;
 Carta de Crédito Transferível ou Intransferível: o crédito é transferível quando o beneficiário do crédito pode transferi-lo, totalmente ou parcialmente, para outro(s) beneficiário(s). Por outro lado, a carta de crédito intransferível, como o nome já diz, não pode ser transferido a outro beneficiário;
 Carta de Crédito Confirmada: é outro interveniente que pode ser adicionado à Carta de Crédito para avalizar o banco emitente. O banco confirmador é chamado quando o exportadorconsidera que o banco emitente (banco de relacionamento do importador) poderá não honrar o pagamento ou quando o país no qual está localizado o banco emitente enfrenta situações econômicas e/ou políticas não favoráveis;
 Carta de Crédito Restrita e Irrestrita: caso a Carta de Crédito seja restrita, o banco que receberá os documentos (banco designado) tem que estar informado em campo próprio. Caso não haja essa indicação, a Carta de Crédito será considerada irrestrita e o exportador poderá entregar os documentos representativos do crédito em qualquer banco de sua escolha (any bank); 
 Carta de Crédito à vista ou a prazo: na Carta de Crédito à vista, o exportador receberá o pagamento após a apresentação dos documentos ao banco designado, desde que estejam em boa ordem (sem discrepâncias). Vale ressaltar que o banco tem prazo de 05 dias úteis para analisar os documentos determinados na Publicação 600. Já na Carta de Crédito a prazo, o pagamento ocorrerá, desde que não haja discrepâncias, na data acordada;
 A Carta de Crédito tem outras características, como a possibilidade de tolerância para o embarque da mercadoria. Utiliza-se a expressão about que significa cerca de ou aproximadamente. Nessa condição, pode haver uma diferença de preço ou de quantidade embarcada especificada na Carta de Crédito.
AS INSTRUÇÕES QUE CONTÉM A CARTA DE CRÉDITO
Dentro dessa modalidade, o importador providencia, preliminarmente, junto a um banco da praça, a abertura (emissão) de uma Carta de Crédito, em favor do exportador da mercadoria. Tal crédito pode ser transmitido ao beneficiário diretamente pelo banco emitente, como através de seu correspondente na praça do exportador. Nessa Carta de Crédito são delineados os termos e condições em que a operação deve ser concretizada, termos esses que dizem respeito, especialmente, aos seguintes itens: valor do crédito, beneficiário e endereço, documentação exigida (conhecimento de embarque, faturas, apólices de seguro, certificado etc.), prazo de validade para o embarque da mercadoria e para a negociação do crédito, porto de embarque e destino, discriminação da mercadoria, quantidades, embalagens, permissão ou não de embarque parciais ou transbordo etc.
Os tipos e quantidades de informações fornecidas para abrir a Carta de Crédito são similares, uma vez que, em seus procedimentos de abertura do crédito, os bancos seguirão o padrão da Publicação 600. Porém, cada banco, a seu critério, estipula o tipo de formulário de Pedido de Abertura de Carta de Crédito. 
A seguir, as instruções normalmente contidas neste pedido: 
 local e data do vencimento do crédito; nome e swift do banco avisados; nome e swift do banco designado (negociador); identificação do requerente do crédito (tomador), que normalmente é o importador; identificação do beneficiário do crédito, que normalmente é o exportador; comissão de agente, se houver; local de embarque; data prevista de embarque; se haverá embarques parciais e transbordos; a forma de pagamento do crédito: à vista, a prazo, por aceite; local de descarga da mercadoria; local de origem da mercadoria; Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM e descrição da mercadoria; número da fatura proforma; saques emitidos pelo beneficiário com vencimento, se houver; documentos de embarque: nomes e quantidades; condição de emissão dos documentos: a ordem de ou em nome de; frete: a pagar ou pago; incoterm; outros documentos; prazo para apresentação dos documentos no banco: data limite em que o exportador deve apresentar os documentos descritos na Carta de Crédito ao banco designado, a partir da data de emissão do conhecimento de embarque, dentro da validade da Carta de Crédito; condições especiais: se houver; por conta de quem ficam as despesas e comissões envolvidas na Carta de Crédito: exportador ou importador. 
Em regra geral, as despesas e comissões internas ficam por conta do importador e as externas por conta do exportador; se haverá confirmação do crédito; se há seguro de transporte internacional contratado.
1. Negociação entre exportador e importador;
 2. Banco emitente abre a Carta de Crédito a pedido do importador;
 3. Banco emitente transmite a Carta de Crédito para o Banco avisador via swift;
 4. Banco avisador notifica o beneficiário do crédito;
 5. Após o embarque da mercadoria, exportador entrega os documentos representativos da exportação e citados na Carta de Crédito ao bancodesignado;
 6. O banco designado analisa os documentos e remete-os para o banco emitente; 
7. O banco emitente analisa novamente os documentos. Não havendo discrepâncias, ele paga o banco designado na data acordada; 
8. O banco emitente entrega os documentos ao importador mediante pagamento ou aceite;
 9. O banco designado paga o exportador na data acordada (à vista ou a prazo); 
10. O importador, com os documentos em mão, retira a mercadoria.
A ANÁLISE PELO EXPORTADOR ANTES DE PROVIDENCIAR O EMBARQUE DA MERCADORIA
Assim, o exportador, ao receber uma Carta de Crédito, deve assegurar-se de que os dados constantes no instrumento conferem com os da fatura proforma, tais como: a) o Banco Emitente é de primeira linha e o crédito é irrevogável; b) a razão do exportador e do importador está completa e corretamente grafada; c) o Banco Confirmador, se houver, é confiável e o país de confirmação não oferece risco; d) o valor da moeda estrangeira corresponde ao valor de venda negociado; e) o exportador deve verificar se as tolerâncias em relação ao valor e à mercadoria estão corretas; f) o incoterm utilizado deve estar grafado corretamente e corresponder ao negociado; g) o prazo de embarque e negociação são compatíveis, de acordo com a negociação entre as partes; h) a descrição da mercadoria deve corresponder exatamente ao produto mencionado na fatura proforma; i) os embarques parciais são permitidos ou proibidos; j) os transbordos são permitidos ou não; l) os documentos exigidos podem ser atendidos; m) o crédito é restrito ou os documentos podem ser negociados com qualquer banco; n) o crédito contém instrução de reembolso; o) o crédito deve mencionar se está sujeito à Publicação 600 da Câmara de Comércio Internacional.
A Publicação 600 estabelece que os bancos envolvidos tenham 5 (cinco) dias úteis para fazer esta análise.
A seguir, vamos apresentar alguns destes campos, identificando a sua finalidade:
 ISSUING BANK – identificação do banco emitente da Carta de Crédito. O exportador deve verificar se o banco é de primeira linha. O exportador deve ter esta informação (sobre qual banco fará a emissão da Carta de Crédito) preferencialmente antes da abertura da mesma; 
 20: DOCUMENTARY CREDIT NUMBER – número da Carta de Crédito; 
 27: SEQUENCE OF TOTAL – número de páginas da Carta de Crédito. O exportador tem que conferir se está com a Carta de Crédito completa; 
 31C: ISSUE DATE – data de emissão da Carta de Crédito; 
 31D: DATE AND PLACE OF EXPIRY – local e data do vencimento do crédito. Os documentos devem ser entregues no local informado até a data de vencimento;
 32B: CURRENCY CODE, AMOUNT – valor e moeda da Carta de Crédito correspondentes ao da fatura comercial;
 42A: DRAWEE – contra quem o saque deve ser emitido; 
 44A: LOADING IN CHARGE – porto de embarque da mercadoria;
 44C: LATEST DATE OF SHIPMENT – prazo máximo para o embarque da mercadoria;
 45A: DESCRIPTION OF GOODS – a descrição da mercadoria deve ser igual à mencionada na fatura comercial e nos demais documentos.
 46A: DOCUMENTS REQUIRED – são os documentos exigidos na Carta de Crédito. Deve-se verificar especialmente a quantidade de vias de cada documento e se há alguma informação que deva constar. Normalmente, é solicitado que o número da Carta de Crédito conste na fatura comercial e demais documentos. Se há alguma particularidade, isto também deve constar, como, por exemplo, quando a fatura comercial precisar do visto do consulado do país do importador; 
 50: APPLICANT – é o requerente da Carta de Crédito; a razão social e endereço precisam ser iguais aosdocumentos;
 57D: ADVISING BANK – identificação do banco avisador, que deve estar na mesma praça do exportador;
 59: BENEFICIARY – em regra geral, é o exportador; sua razão social e endereço precisam ser os mesmos mencionados nos documentos; 
 71B: DETAILS OF CHARGES – informação de quem é responsável pelo pagamento de despesas e comissões – exportador ou importador, conforme negociação entre as partes.
PROVIDÊNCIAS PARA REGULARIZAR A CARTA DE CRÉDITO QUANDO HÁ DISCREPÂNCIAS
A emenda à Carta de Crédito consiste em alterações realizadas por solicitação do importador ou do exportador, conforme o caso, após a abertura da Carta de Crédito. O importador pode solicitar uma emenda para alterar a quantidade da mercadoria negociada. Consequentemente, essa alteração acarretará outras, como, por exemplo, no valor total, peso ou quantidades de volumes. O exportador também pode solicitar uma emenda, se considerar que o prazo máximo não será o suficiente para a produção e embarque da mercadoria.
Após receber os documentos, caberá ao banco emitente, e/ou ao banco confirmador ou ao banco designado, determinar, com base apenas nos documentos, se os mesmos aparentam estar em conformidade com o crédito. Caso os documentos não aparentem estar em conformidade com o crédito, os bancos poderão se recusar a aceitá-los. Quando da análise dos documentos, se os mesmos apresentarem estar aparentemente em desacordo com o crédito, poderá o banco emitente, a seu critério, solicitar ao tomador a liberação das discrepâncias. Caso o banco emitente e/ou o banco confirmador, ou o banco designado, decida recusar os documentos, deverá notificar sem demora o fato, pelo meio mais rápido possível (swift), não além do encerramento do sétimo dia útil bancário seguinte à data de recebimento dos documentos.
Bruno Ratti (2004, p.102) lista os erros mais comuns encontrados em documentos de exportação amparada em crédito documentário.
 Abaixo, alguns deles: Fatura Comercial 
a) descrição da mercadoria não exatamente da forma como aparece na Carta de Crédito; 
b) nome do comprador em desacordo com a Carta de Crédito; c) vias insuficientes; d) importância diferente da do saque; e) preços em desacordo com o crédito; f) omissão do preço básico (por exemplo: FOB Santos); g) sem indicação do valor do frete e/ou seguro (quando solicitado no crédito); h) contém rasuras não autenticadas; i) não está assinada (quando exigida no crédito). Seguro a) não cobre todos os riscos específicos requeridos pela Carta de Crédito; b) mercadoria não descrita com propriedade, particularmente quanto à embalagem; c) data do início do seguro posterior à data do conhecimento. nhecimento de embarque a) apresentação de jogo incompleto; b) não estão propriamente endossadas; c) não indicam que o frete foi pago antecipadamente, quando assim exige o crédito, tampouco que a mercadoria se acha a bordo; d) trazem data posterior à data de embarque especificada na Carta de Crédito; e) o embarque foi realizado de um porto ou de um destino diferente do que foi estipulado na Carta de Crédito.
Em regra geral, a maioria das importações se classifica como “importação dispensada de licenciamento”, isto é, importações que não precisam de autorização para ingressar no Brasil. Já as importações que têm o licenciamento não automático, tema principal deste estudo, precisarão de autorização prévia para que os produtos importados ingressem no Brasil. A autorização prévia pode ser concedida pelo órgão anuente antes do embarque da mercadoria no exterior ou antes do desembaraço aduaneiro. Para obter a autorização, o importador deve, inicialmente, registrar a Licença de Importação (LI) no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex). Para saber se o produto ou operação precisam de licenciamento prévio (autorização), o importador deve consultar o tratamento administrativo no próprio sistema Siscomex.
LEGISLAÇÃO ATUAL QUE REGULAMENTA A IMPORTAÇÃO (LI)
Para ingressar uma mercadoria no Brasil, o importador precisa cumprir com vários procedimentos exigidos pela legislação, principalmente no que diz respeito ao Banco Central do Brasil, que trata sobre a regulamentação cambial, e à Secretaria da Receita Federal, responsável pelo controle aduaneiro. A Secex, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, tem a competência de regulamentar os aspectos comerciais e administrativos.
Importações dispensadas de licenciamento As importações que se enquadram nessa modalidade não precisam de autorização para ingressar no país. O importador brasileiro pode autorizar o embarque no exterior e, quando a mercadoria chegar ao Brasil, deve dar início ao processo de desembaraço aduaneiro com o registro da Declaração de Importação (DI) no Siscomex. O importador deve consultar, previamente à importação, o tratamento administrativo no Siscomex, a fim de verificar se o produto (NCM) que pretende importar necessita de autorização ou não. Além das mercadorias (NCM) que estão dispensadas de licenciamento, há outras situações que também têm o mesmo tratamento.
 A seguir, alguns exemplos de operações que estão dispensadas de licenciamento
: sob os regimes de entrepostos aduaneiro e industrial, inclusive sob controle aduaneiro informatizado; peças e acessórios abrangidos por contrato de garantia; doações, exceto de bens usados; retorno de material remetido ao exterior para fins de testes, exames e/ou pesquisas, com finalidade industrial ou científica; arrendamento mercantil financeiro (leasing), Importações sujeitas a licenciamento automático Estão sujeitas ao licenciamento automático as NCM’s previstas no tratamento administrativo do Siscomex e as importações submetidas ao Drawback. Nessas situações, o importador deve providenciar o licenciamento à importação (LI) após embarque da mercadoria, porém, antes do desembaraço. Licenciamento não automático As importações sujeitas a essa modalidade necessitam de autorização prévia do órgão responsável pelo licenciamento não automático. Os produtos (NCM’s) podem ser consultados no Tratamento Administrativo do Siscomex, a fim de verificar se há a necessidade da Licença de Importação (LI). 
Outras ocasiões nas quais o licenciamento não automático é necessário consistem em alguns tipos de operações, como descrevemos a seguir e conforme relacionadas na Portaria 23:
 sujeitas à obtenção de cotas tarifária e não tarifária; sujeitas ao amparo dos benefícios da Zona Franca de Manaus e das Áreas de Livre Comércio; sujeitas à anuência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); sujeitas ao exame de similaridade; de material usado; originárias de países com restrições constantes de Resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU); substituição de mercadoria, nos termos da Portaria do Ministério da Fazenda nº 150, de 26 de julho de 1982; operações que contenham indícios de fraude. sujeitas a medidas de defesa comercial; sujeitas a medidas de defesa comercial e de bens idênticos aos sujeitos a medidas de defesa comercial. 
A autorização de Licença de Importação (LI) pelo órgão anuente* deve acontecer antes do embarque da mercadoria no exterior. Para as operações de importação a seguir, a LI pode ser autorizada após o embarque, mas antes do desembaraço aduaneiro, conforme portaria Secex 23/2011: importações ao amparo dos benefícios da Zona Franca de Manaus e das Áreas de Livre Comércio; mercadoria ingressada em entreposto aduaneiro ou industrial na importação; importações sujeitas à anuência do CNPq; importações de brinquedos. Exemplos de órgãos anuentes: Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) Comando do Exército (COMEX) Departamento de Operações de Comércio Exterior (DECEX) Departamento de Polícia Federal (DPF) Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) Ministérioda Defesa (MD) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
REGISTRO DA LICENÇA DE IMPORTAÇÃO
O registro da Licença de Importação (LI) deve ser realizado no Siscomex, e poderá ser efetuado pelo próprio importador ou por intermédio de terceiros credenciados, conforme as condições estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal (SRF). Siscomex”, instituído pelo Decreto nº 660, de 25 de setembro de 1992. É um sistema informatizado, responsável por integrar as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, por meio de um fluxo único e automatizado de informações. O Siscomex permite acompanhar tempestivamente a saída e o ingresso de mercadorias no país, uma vez que os órgãos de governo intervenientes no comércio exterior podem, em diversos níveis de acesso, controlar e interferir no processamento de operações para uma melhor gestão de processos. Por intermédio do próprio sistema, o exportador (ou o importador) troca informações com os órgãos responsáveis pela autorização e fiscalização. O módulo importação foi lançado em 1997.
A Licença de Importação é considerada um documento eletrônico emitido no Siscomex, apresentando as condições da negociação entre exportador e importador, com a finalidade de habilitar a importação de determinados produtos ou operações.
Características da LI
Ao preencher uma LI, a descrição da mercadoria deverá ser a mais completa, de maneira que caracterize o produto e esteja de acordo com a NCM. Para peças e sobressalentes que acompanham máquinas e equipamentos importados, é desnecessária a descrição, desde que estejam na mesma LI em que está a máquina (ou equipamentos), inclusive com a mesma NCM; seu valor não pode ultrapassar 10% (dez por cento) do valor da máquina ou equipamento. O campo da LI destinado às informações complementares deve ser utilizado para informações adicionais ou esclarecimentos sobre a importação, desde que não descaracterize as demais informações contidas na LI. A LI, ao ser registrada, receberá um número que ficará disponível para os órgãos anuentes, os quais procederão a análise para deferimento. Por meio desse número, o importador poderá, a qualquer momento, consultar o status da LI no Siscomex.
Na análise, o órgão anuente poderá solicitar ao importador documentos e informações para subsidiar o deferimento ou não da LI. Caso a LI esteja preenchida com erro ou tenha omissão de informações, o órgão anuente registrará na própria LI a advertência, solicitando a correção. No entanto, não serão autorizados os licenciamentos que contenham erros significativos em relação aos documentos que representam a importação ou LI que apresente indício de fraude. O prazo para análise por parte do órgão anuente do licenciamento não automático é de 60 dias, a partir da data do registro da LI no Siscomex. A validade da LI é de 90 dias, a partir da data do deferimento por parte do órgão anuente. Isso significa que o importador tem 90 dias para embarcar a mercadoria a partir dessa data. Caso a anuência seja de mais de um órgão para a mesma LI, o prazo será considerado de forma independente para cada anuência. O importador poderá solicitar uma única prorrogação da validade da LI (prazo para embarque) para o órgão anuente antes do vencimento deste documento, que poderá ser concedida, desde que não descaracterize a importação inicialmente autorizada, por um prazo igual a 90 dias. É de 90 dias também, a partir da data de deferimento da LI, o prazo para vinculá-la à Declaração de Importação (DI). 
No caso de o importador precisar alterar a LI inicialmente deferida, desde que a descaracterize, poderá fazê-lo mediante LI substitutiva, que terá uma nova análise pelo órgão anuente e manterá a mesma validade do licenciamento original. Após o desembaraço da mercadoria, o licenciamento pode ser retificado mediante solicitação ao órgão anuente. O Decex acata solicitação de retificação DI amparada em LI, caso tenha sido o anuente da LI. Dessa maneira, o importador poderá solicitar a retificação se a alteração for referente a (conforme portaria Secex 23, 2011): 
 código NCM; CNPJ do importador; país de origem, fabricante/produtor; condição da mercadoria como “Material Usado”; regime tributário do imposto de importação; fundamento legal do imposto de importação; negociação de “Com Cobertura Cambial” para “Sem Cobertura Cambial”; descrição da mercadoria quanto a suas características essenciais; destaque no tratamento administrativo do Siscomex; quantidade na unidade de medida estatística, peso líquido; valor total da mercadoria no local de embarque. As informações de que o importador dispõe, em regra geral, com base na Fatura Proforma e no conhecimento da legislação, são fundamentais para o preenchimento correto da LI.
ACOMPANHAMENTO DA LI – DO REGISTRO AO DEFERIMENTO/ INDEFERIMENTO
O importador deve registrar a LI no Siscomex. Previamente, precisa consultar, no mesmo ambiente, o tratamento administrativo para a NCM, isto é, verificar se a LI será ou não necessária; caso seja, procurará saber qual o órgão anuente desta LI, podendo, para uma mesma LI, haver dois ou mais anuentes. Com a consulta ao Siscomex, o importador ficará sabendo se a anuência deve acontecer antes ou após o embarque, e antes do desembaraço aduaneiro. Conhecendo o órgão anuente, o importador deverá providenciar a documentação necessária para subsidiar a análise do licenciamento pelo deferidor. O importador deve consultar o tratamento administrativo no Siscomex já na fase de planejamento da importação, na qual devem ser abordados todos os procedimentos exigidos pela mesma, como: classificação da mercadoria, tributação incidente, pesquisa de mercado, levantamento dos custos, logística, consulta à legislação vigente, contratação de prestadores de serviços, variação cambial, documentação necessária, dentre muitos outros.
O prazo para o deferimento da Licença de Importação não automática é de 60 (sessenta) dias, com início da contagem a partir do registro da mesma, podendo este prazo ser superior, caso haja uma impossibilidade por parte do órgão anuente em decorrência de fatores que não sejam de sua responsabilidade. Já o prazo de validade da LI ou prazo de embarque da mercadoria no exterior é de 90 dias a partir da data de deferimento da LI.
A Licença de Importação (LI) compreende quatro fichas, preenchidas pelo importador com as informações referentes à negociação comercial entre ele e o exportador.
A - Na aba "Básicas", informa-se o tipo de importador e dados auxiliares sobre a procedência da mercadoria a importar. É nesta aba que também se informa a "Identificação da Solicitação de LI", termo a ser usado nas funcionalidades de busca para encontrar a solicitação de LI posteriormente;
 B - Na aba "Fornecedor", informa-se o tipo de fornecedor e as informações relativas ao exportador e ao fabricante ou produtor; 
C - Na aba "Mercadoria", informa-se os dados gerais da mesma, sua condição e seu destaque NCM. Nesta aba, também devem ser informados os dados relativos ao processo anuente, o tipo de Drawback e a descrição detalhada da mercadoria; 
D - Na aba "Negociação", dados relativos ao regime de tributação, acordo tarifário e detalhes da cobertura cambial.
ERROS MAIS COMUNS REALIZADOS PELO IMPORTADOR
A seguir, serão considerados alguns aspectos que podem facilitar a importação. Se não observados, estes detalhes podem implicar atrasos ou até prejuízos para o importador. Para que se tenha uma estimativa de prazo, desde a negociação até a chegada da mercadoria ao destino final, o importador deve questionar: 
 Qual o prazo de produção da mercadoria pelo exportador? A mercadoria já está pronta para embarque? A mercadoria vem da China ou da Argentina? O modal será marítimo, aéreo ou rodoviário? Em relação à origem, NCM e preço da mercadoria: qual será o canal de parametrização? Onde ocorrerá o processo de desembaraço aduaneiro? Porto de Paranaguá ou Aeroporto de Guarulhos?
MULTAS E PENALIDADES
Alguns motivos que podem provocar a multa naimportação são: 
extravio de mercadoria (inclusive em ato de vistoria aduaneira), apresentação de fatura comercial sem o visto consular (quando exigível), ausência de LI, LI deferida após o embarque, embarque da mercadoria depois de vencido o prazo de validade da LI, entre outros.
REVISÃO ADUANEIRA
A revisão aduaneira consiste na verificação pela Receita Federal de qualquer requisito, pelo prazo de até cinco anos após o desembaraço do processo. Nos termos do artigo 638 do Regulamento Aduaneiro (Decreto 6.759/09), a revisão aduaneira é:
Revisão aduaneira é o ato pelo qual é apurada, após o desembaraço aduaneiro, a regularidade do pagamento dos impostos e dos demais gravames devidos à Fazenda Nacional, da aplicação de benefício fiscal e da exatidão das informações prestadas pelo importador na declaração de importação, ou pelo exportador na declaração de exportação.
A revisão aduaneira deverá estar concluída no prazo de cinco anos, contados da data: I – do registro da declaração de importação correspondente.
º Considera-se concluída a revisão aduaneira na data da ciência, ao interessado, da exigência do crédito tributário apurado.
ANÁLISE DOS VALORES E PADRÕES DO PRODUTO VENDIDO NO BRASIL
Mediante esta mensagem, o importador, que geralmente está importando de locais com valores mais baixos, como China, Índia, Indonésia etc., providencia:
 1) a juntada de todas as listas de preços de diversos fornecedores diferentes do declarado na LI; 2) a tradução juramentada; 3) a consularização das listas de preços; 4) a busca de estatísticas oficiais no Brasil e no exterior e/ou diversos outros documentos para tal comprovação junto ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços; 5) protocolamento no processo.
ANÁLISE DOS REQUISITOS E ETIQUETAS ANTES DO EMBARQUE DA MERCADORIA
Portanto, a rotulagem e a etiquetagem devem sempre ser observadas para evitar multas nos processos. Caso a mercadoria esteja na Aduana, será necessário produzir etiquetas e rótulos para inclusão antes da saída da mercadoria da alfândega, tendo em vista a função da Aduana, ou seja, de fiscalizar e analisar as exigências para liberação e desembaraço das mercadoras.
VERIFICAÇÃO DOS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA A IMPORTAÇÃO DO PRODUTO
Quando da verificação documental para o processo de importação, diversas empresas são multadas pela Aduana devido à falta de informações obrigatórias nos documentos para a análise da mercadoria. O principal problema é encontrado na fatura comercial. Abaixo, veja a legislação pertinente a ser observada com fins de correta emissão da fatura, evitando a demora no desembaraço, além das multas: Art. 557. A fatura comercial deverá conter as seguintes indicações: 
I - nome e endereço, completos, do exportador; II - nome e endereço, completos, do importador e, se for caso, do adquirente ou do encomendante predeterminado; III - especificação das mercadorias em português ou em idioma oficial do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, ou, se em outro idioma, acompanhada de tradução em língua portuguesa, a critério da autoridade aduaneira, contendo as denominações próprias e comerciais, com a indicação dos elementos indispensáveis a sua perfeita identificação; IV - marca, numeração e, se houver, número de referência dos volumes; V - quantidade e espécie dos volumes; VI - peso bruto dos volumes, entendendo-se, como tal, o da mercadoria com todos os seus recipientes, embalagens e demais envoltórios; VII - peso líquido, assim considerado o da mercadoria livre de todo e qualquer envoltório; VIII - país de origem, como tal entendido aquele onde houver sido produzida a mercadoria ou onde tiver ocorrido a última transformação substancial; IX - país de aquisição, assim considerado aquele do qual a mercadoria foi adquirida para ser exportada para o Brasil, independentemente do país de origem da mercadoria ou de seus insumos; X - país de procedência, assim considerado aquele onde se encontrava a mercadoria no momento de sua aquisição; XI - preço unitário e total de cada espécie de mercadoria e, se houver, o montante e a natureza das reduções e dos descontos concedidos; XII - custo de transporte a que se refere o inciso I do art. 77 e demais despesas relativas às mercadorias especificadas na fatura; XIII - condições e moeda de pagamento; e XIV - termo da condição de venda (INCOTERM). Parágrafo único. As emendas, ressalvas ou entrelinhas feitas na fatura deverão ser autenticadas pelo exportador. (BRASIL, 2009) Com relação à marcação, é importante verificar o Regulamento Aduaneiro, com vistas a evitar multas: Art. 558. Os volumes cobertos por uma mesma fatura terão uma só marca e serão numerados, vedada a repetição de números. § 1 o É admitido o emprego de algarismos, a título de marca, desde que sejam apostos dentro de uma figura geométrica, respeitada a norma prescrita no § 2 o sobre a numeração de volumes. § 2 o O número em cada volume será aposto ao lado da marca ou da figura geométrica que a encerre. 3 o É dispensável a numeração: I - quando se tratar de mercadoria normalmente importada a granel, embarcada solta ou em amarrados, desde que não traga embalagem; e II - no caso de partidas de uma mesma mercadoria, de cinquenta ou mais volumes, desde que toda a partida se constitua de volumes uniformes, com o mesmo peso e medida. (BRASIL, 2009).
PENAS NA IMPORTAÇÃO DE MERCADORIA
A pena mais severa é a de “perdimento da mercadoria”. Sua caracterização precisa preencher, primeiramente, o requisito do dolo, ou seja, a intenção de fraudar o processo de importação ou de exportação; em segundo lugar, a atitude do importador ou exportador devem causar danos ao Erário, configurando algo que prejudique a Receita Federal com relação ao recebimento de impostos e taxas.
Sempre que sua empresa for autuada com a pena de perdimento da mercadoria, a Receita Federal exigirá, no processo administrativo, que diversos documentos sejam entregues pelo importador/exportador, o que não se faz necessário. O importador/exportador poderá proceder uma defesa judicial, na qual indicará a falta de um dos requisitos nos casos em que não haja o cumprimento da legislação acima para as hipóteses de cabimento da pena de perdimento, restando somente o pagamento de multa pelo ato praticado e tido como ilícito pela Receita Federal. O papel da Receita Federal é o de aplicar a lei, e não “achar” que cabe perdimento por qualquer infração cometida pelo importador/exportador, até mesmo porque entende que o mesmo não tem condições financeiras para a compra de mercadorias nos casos de importação. Por isso, é de extrema importância que todas as finanças e a contabilidade da empresa estejam de acordo, a fim de que não haja configuração de ocultação do real importador, que é passível de aplicação da penalidade.
COMO EVITAR PROBLEMAS ANALISANDO O CONHECIMENTO DE EMBARQUE ANTES DO ENVIO DA MERCADORIA DO EXTERIOR
O Conhecimento de Embarque é o documento hábil que transfere a posse da mercadoria para o comprador. Sem o Conhecimento de Embarque, o comprador não faz a liberação da mercadoria. No Brasil, existem algumas situações nas quais a legislação autoriza a liberação da mercadoria sem o Conhecimento de Embarque, devido à existência do Siscomex-Carga, Siscarga, que contém todas as informações a respeito do conhecimento de carga. Por diversas vezes, entretanto, o fiscal solicita o Conhecimento de Embarque original para averiguação e análise, pois é nele que estão informadas todas as questões relativas à carga, como embalagem, numeração do container, tara etc., conforme trecho a seguir:
O responsável pelo veículo apresentará à autoridade aduaneira, na forma e no momento estabelecido em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil, o manifesto de carga, com cópia dos conhecimentos correspondentes, e a lista de sobressalentes e provisões de bordo (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 39, caput). 
 1º Se for o caso, o responsável pelo veículo apresentará, em complemento aos documentos a que se refere o caput, relação das unidades de carga vazias existentesa bordo, declaração de acréscimo de volume ou mercadoria em relação ao manifesto e outras declarações ou documentos de seu interesse. 
 2º O conhecimento de carga deverá identificar a unidade de carga em que a mercadoria por ele amparada esteja contida. (BRASIL, 2009, grifo nosso) Conforme o regulamento aduaneiro, o processo de importação deverá obrigatoriamente ser instruído com o Conhecimento de Embarque: Art. 553. A declaração de importação será obrigatoriamente instruída com (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 46, caput, com a redação dada pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 1988, art. 2º): (Redação dada pelo Decreto nº 8.010, de 2013) I - a via original do conhecimento de carga ou documento de efeito equivalente.
CONHECIMENTO DE EMBARQUE COM INFORMAÇÃO INCORRETA NA CHEGADA DA MERCADORIA
Quando a mercadora chega ao Brasil com alguma informação incorreta, diversos problemas acontecem, tendo em vista a existência de prazos e informações para o lançamento do conhecimento correto no Siscarga. No caso de o Conhecimento de Carga ser aéreo, rodoviário ou ferroviário, além da demora para alteração e liberação da mercadoria, não há maiores problemas, exceto a espera para a emissão de outro Conhecimento de Embarque no exterior e a chegada do mesmo ao Brasil para o desembaraço da mercadoria. Nestes casos, haverá a incidência de armazenagem maior que a prevista e, possivelmente, a cobrança de uma taxa de correção para a emissão do novo Conhecimento de Embarque. Porém, quando se trata de Conhecimento de Carga marítimo, a resolução é um pouco mais complicada, porque precisamos verificar o Siscarga e suas implicações. A alteração se dará conforme o cronograma descrito abaixo, pois, se o sistema não for alterado, não será possível efetuar o registo da Declaração de importação da forma correta:
1. O importador solicitará a alteração do conhecimento para o embarcador; 
2. O embarcador solicitará a alteração à cia marítima;
 3. A cia marítima solicitará a assinatura de uma carta, na qual o importador se responsabiliza pelo pagamento de multas no Siscarga;
 4. Com o conhecimento alterado, o embarcador fará o pedido de alteração para a Receita Federal; 
5. A Receita Federal fará as devidas alterações no sistema e, então, o processo poderá ser registrado. 
Neste momento, não haverá a cobrança de multas para a alteração do Conhecimento de Embarque ou no Siscarga. Porém, se os problemas com este documento ocorrerem no momento de verificação da carga – como falta de mercadoria, peso divergente do peso real da carga aferido na Receita Federal etc. –, haverá a incidência de multa e, dependendo do fiscal, também a solicitação da alteração do Conhecimento de Embarque original para a liberação da mercadoria. Abaixo, seguem as multas previstas no Regulamento Aduaneiro.
SISCARGA, SEUS PRAZOS E MULTAS
O Sistema de Carga (Siscarga) é o procedimento informatizado de controle pela Receita Federal Brasileira (RFB) nos portos alfandegados, no que se refere à entrada e à saída de embarcações e à movimentação de cargas e containers vazios transportados.
Finalidade do Siscarga
 Facilitar as operações de transbordo ou baldeação, substituindo os controles em papel (Manifesto de Carga de Cabotagem – MCC) e a Declaração de Trânsito internacional (DTI), via marítima, por controle informatizado via manifestação da operação no sistema em Manifesto Eletrônico de Baldeação (BCE), com liberação automática; Na importação, controlar as cargas aquaviárias, desde a manifestação pelo transportador até a entrega ao importador; Na exportação, controlar o embarque de cargas destinadas ao exterior; Controlar embarcações pelo território nacional, da primeira atracação até a última desatracação de Portos Alfandegados do País; Permitir à Receita Federal do Brasil (RFB) atuar previamente na fiscalização das cargas, analisando as situações de risco e facilitando o fluxo daquelas em situação regular;
Intervenientes nos sistemas (usuários) Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB); Departamento do Fundo Marinha Mercante (DEFMM); Transportador; Operador de Terminal Portuário; Depositário em Recinto Alfandegado; Consignatário; Embarcador, Transportador Empresas de Navegação nacionais ou estrangeiras; Agências Marítimas ou de Navegação; Agências de Carga (desconsolidador).
Consignatário ou embarcador Identificado no conhecimento eletrônico (CE) de transporte Importador ou Banco comercial (consignatário); Exportador (embarcador). Depositário Responsável pelos Recintos Aduaneiros Operador Portuário Responsável pelas operações de carga e descarga em Portos Alfandegados Prazos mínimos Art. 22. 
São os seguintes os prazos mínimos para a prestação das informações à RFB: 
II - as correspondentes ao manifesto e seus CE, bem como para toda associação de CE a manifesto e de manifesto a escala: d) quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação, para os manifestos de cargas estrangeiras com descarregamento em porto nacional, ou que permaneçam a bordo; e (Redação dada pelo (a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) 
III - as relativas à conclusão da desconsolidação, quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação no porto de destino do conhecimento genérico. (BRASIL, 2007) Pelo não cumprimento do disposto acima, haverá a incidência de multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por Conhecimento de Embarque. Muitas vezes, a Receita tem cobrado a mesma multa pela retificação de dados no sistema, mesmo que o prazo para a desconsolidação tenha ocorrido no tempo correto. Porém, já existem soluções de consulta que consideram que a retificação não é passível de multa
CARGA CHEGA AVARIADA / PROTESTO DOS PLAYERS E CÁLCULO DOS PREJUÍZOS / VERIFICAÇÃO DE CLÁUSULA CONTRATADA
O seguro é um dos principais requisitos para os processos de importação e exportação, levando em consideração todos os problemas que podem surgir durante o processo. Independentemente do Incoterm escolhido, é necessário sempre observar as coberturas oferecidas, a fim de verificar a necessidade de contratação de seguro no Brasil. Para a contratação de seguro, deve-se sempre checar as coberturas oferecidas pela cláusula contratada, para que, quando do acontecimento do sinistro, você não tenha despesas que não sejam contempladas. As cláusulas podem cobrir somente o valor da mercadoria ou, ainda, todas as despesas com o processo de desembaraço aduaneiro. Quando a mercadoria chega avariada ao destino, qual procedimento deve ser seguido? Primeiramente, com o conhecimento da avaria, deveremos acionar a seguradora, que irá até o porto/aeroporto ou ponto de fronteira onde esteja a carga, e avaliará a necessidade ou não de vistoria mais completa, ou se o importador poderá prosseguir com o desembaraço. Caso a seguradora faça a liberação, a mercadoria chegue à empresa e, neste ponto, seja constatada avaria na mesma, a seguradora deverá ser avisada para que faça nova vistoria; então, será solicitado que o importador apresente a carta protesto para todos os participantes do processo de importação, tais como agente de carga, transportadora que trouxe a carga até a empresa, despachante aduaneiro e demais envolvidos, caso hajam. Porém, existem casos em que a avaria é total quando da chegada ao porto/aeroporto ou fronteira. Deverão ser apurados os custos com a mercadoria até o momento, para que se informe à seguradora e o processo de reembolso ao importador seja iniciado. Os valores ressarcidos serão de acordo com a cláusula contratada de seguro
AVARIA GROSSA
Entende-se por avaria grossa aquela voluntariamente causada pelo capitão do navio com o propósito de evitar o mal maior, desde que o perigo arrostado não tenha sido causado pelo próprio comandante, tripulação ou equiparados. Em outras palavras, “avaria grossa é toda despesa extraordinária ou dano causado ao navio ou à carga, voluntariamente, em benefício comum de ambos.
Portanto, quando da existência de uma avaria grossa, as despesas chamadas “extraordinárias” serão divididas entre todos os importadores e/ouexportadores que possuam carga naquele navio. Ressalta-se que, sem o pagamento da sua parte, o armador não libera a mercadoria para desembaraço aduaneiro, ou seja, caso o importador/exportador não tenha contratado seguro com a devida cláusula na qual conste esta cobertura, acabará arcando com as despesas, caso a sua mercadoria não tenha sido afetada. No caso de sua mercadoria ter sofrido danos, o valor a ser recebido é o descrito no contrato de transporte, ou seja, haverá o recebimento de valores conforme seguro do armador. Logo, a contratação de seguro é de extrema importância para os processos de importação e exportação.
A LEGISLAÇÃO QUE AMPARA OS FINANCIAMENTOS À IMPORTAÇÃO
O mercado oferece, também para as empresas que atuam no mercado internacional, empresas exportadoras ou importadoras, linhas específicas para o financiamento à exportação e à importação.
A Libor é uma taxa de referência, calculada com base nas taxas de juros praticadas nas grandes operações de empréstimos e financiamentos entre os bancos internacionais que operam em Londres.
O prazo de financiamento à importação, normalmente, está atrelado à atividade da empresa importadora ou à finalidade para qual o produto será importado – para revenda ou para compor ativo imobilizado da empresa. Se o produto importado for para revenda, o prazo admitido será aquele que permite ao importador pagar o financiamento com recursos da venda do produto importado no mercado interno; se for para compor o ativo imobilizado da empresa – máquinas e equipamentos, por exemplo –, o prazo pode ser estendido conforme a linha de crédito de importação disponível e a capacidade de pagamento do importador. Para o Banco Central, os prazos são considerados:
 de curto prazo – quando as operações (financiamentos à importação) não ultrapassam 360 dias para pagamentos, começados a contar, em regra geral, da data do embarque (data de emissão do Conhecimento de Embarque) da mercadoria no exterior.
 de longo prazo – quando o financiamento à importação for superior a 360 dias. Para as operações com esse prazo, há a necessidade de registrá-las no Bacen na forma de uma regulamentação específica.
Para as operações de financiamento à importação realizadas pelos bancos e seus clientes com prazos inferiores e superiores a 360 dias, há incidência de juros sobre prazo financiado. Os juros devem ser pagos pelo financiado na data acordada entre as partes e através da formalização de um contrato de câmbio específico, separado do valor do pagamento do principal.
Pode-se considerar como características do financiamento à importação, com a possibilidade de variações de banco para banco, de acordo com seus critérios e interesses: 
 Financiamento em moeda estrangeira; Financiamento de até 100% do valor da importação; Financiamento de curto e longo prazo; Financiamento de bens para comercialização e ativo fixo da empresa; Custo do financiamento tem como referência a taxa Libor; Existe o risco da variação cambial; O financiado precisa dar garantias ao financiador; Financia qualquer modalidade de pagamento.
FLUXO NEGOCIAL DO FINANCIAMENTO À IMPORTAÇÃO
Para não incorrer em nenhum erro – ou pelo menos diminuir essa possibilidade –, a empresa brasileira que queira comprar um produto no exterior, financiando este pagamento, deverá saber (antes da negociação com o exportador): 
 se seu cadastro e limite de crédito para operar com essa linha de financiamento estão em ordem com seu banco de relacionamento; a garantia que vai oferecer ao banco; os valores mínimo e máximo do financiamento; os prazos mínimo e máximo do financiamento; o prazo para a liberação dos recursos (para o exportador); os documentos necessários que devem apresentados ao banco; o custo final do financiamento; a tributação incidente; se haverá o risco cambial.
Em resumo, o importador deve procurar todas as informações sobre o financiamento à importação antes de negociar com o exportador. Dessa maneira, realizará uma operação mais segura, com menor risco de se indispor com o exportador. Mais à frente, serão apresentados alguns erros que ocorrem no financiamento à importação, em decorrência da não observância das situações expostas aqui. A seguir, confira o fluxo de um financiamento à importação.
Financiamento à importação 
1 – Negociação entre importador e exportador Nesta etapa, definem-se as principais condições da negociação, como quantidade, preço, prazo de entrega e de embarque, incoterm e a modalidade de pagamento, que pode ser: pagamento antecipado, remessa sem saque, cobrança documentária ou carta de crédito. Como citado anteriormente, essa é uma negociação entre o importador e o exportador. O banco financiador não se envolve.
2 – Importador solicita financiamento à importação no seu banco Após a negociação com o exportador, o importador solicita o financiamento à importação a seu banco de relacionamento. Nesta etapa, fica definido o valor do financiamento, o prazo, a garantia a ser oferecida, os documentos necessários, de acordo com a modalidade de pagamento negociada entre as partes, e o custo do financiamento.
3 – Banco do importador formaliza a operação de financiamento à importação Após a concordância do importador sobre realizar o financiamento, o banco inicia a formalização do contrato de financiamento à importação, no qual constará, em diversas cláusulas, as condições negociadas.
 4 – Assinatura do contrato de financiamento à importação As partes, banco e importador, assinam o contrato de financiamento à importação.
5 – Liberação dos recursos do financiamento à importação Após a assinatura do contrato de financiamento à importação pelo importador, o banco financiador libera os recursos (valor do financiamento) para o exportador no exterior. A transferência se dá através de mensagem swift, na qual consta o domicílio bancário do exportador (nome do banco, agência e número de conta corrente). A data da disponibilidade dos recursos no banco do exportador, também conhecida como “data do desembolso”, é o início da contagem do prazo de financiamento.
6 - Pagamento das obrigações Na data acordada entre as partes, o importador efetua o pagamento ao banco financiador através da contratação de câmbio – referente a pagamento de principal e juros. Um dos fatores que devem ser observados pelo importador com maior destaque no fluxo negocial de um financiamento à importação é o custo pago pelo financiamento.
Alguns fatores que influenciam a formação do custo do financiamento são:
 custo da captação dos recursos no exterior; prazo do financiamento; avaliação da empresa importadora (classificação de risco); spread; risco cambial.
FLUXO OPERACIONAL NO FINANCIAMENTO À IMPORTAÇÃO
Entende-se com “fluxo operacional” as etapas necessárias para formalizar uma operação de financiamento à importação. São os procedimentos e exigências que o banco financiador faz a seu cliente, o importador. É justamente nessas etapas que comumente ocorrem problemas na operação de financiamento, acarretando consequências como atrasos, prejuízos ou até cancelamento da operação comercial entre importador e exportador. Previamente à formalização de um financiamento à importação, assim como em qualquer outra operação de crédito, o banco financiador realizará uma análise cadastral, a fim de avaliar o risco de seu cliente. Vários são os pontos analisados sobre a empresa. Entre eles: 
 tempo de atividade; faturamento; endividamento no mercado financeiro; segmento de atuação; capacidade de pagamento; garantias; performance de importação.
Uma das etapas consiste na apresentação da proposta de financiamento à importação. Esse documento, que não é padronizado pelos bancos, conta com o critério de cada um deles para determinar as informações de que precisam para formalizar o financiamento. Em regra geral, as informações a seguir são necessárias:
 Identificação do importador; Identificação do exportador; País do exportador; Identificação do(s) documento(s) comerciais; Valor da importação; NCM e descrição da mercadoria;Modalidade de pagamento para o exportador; Mercadoria embarcada: ( ) sim ( ) não; Valor do financiamento; Prazo total do financiamento; Prazo de pagamento do financiamento; Data prevista do desembolso (pagamento ao exportador); Domicílio bancário do exportador. Este documento deve ser apresentado pelo importador em papel timbrado e assinado pelo responsável da empresa. Com base nas informações contidas na proposta, o banco financiador poderá solicitar os documentos que representam a operação comercial de acordo com a modalidade de pagamento ao exportador.
As operações de financiamento à importação envolvem a transferência de moeda estrangeira no momento em que o banco financiador faz o desembolso (paga) ao exportador no exterior, e também na contratação de câmbio por parte do importador no vencimento da operação. Dessa maneira, essas operações estão sujeitas às legislações cambiais, devendo ser observados os princípios básicos do mercado cambial:
 Fundamentação econômica; Legalidade da operação; Comprovação documental.
ERROS MAIS COMUNS NA NEGOCIAÇÃO E CONDUÇÃO DO FINANCIAMENTO À IMPORTAÇÃO
O financiamento à importação é destinado a todo tipo de empresas (micros, pequenas, médias e grandes; comerciais, industriais ou prestadoras de serviços). Não se pode deixar de dizer que o financiamento é uma forma de incentivo à importação, seja para importar produtos para revenda (consumo) ou bens de capital (máquinas e equipamentos), pois as vantagens são excelentes: alongamento do prazo para pagamento, custos a taxas internacionais e não utilização de capital próprio para pagar a dívida. Seria ótimo se todos os procedimentos necessários para fazer um financiamento à importação ocorressem sem nenhum transtorno, porém, na prática, é bem diferente. Os problemas são ocasionados, normalmente, porque o importador solicita o financiamento a seu banco de relacionamento após a negociação com o exportador. Outros erros acontecem porque os documentos apresentados estão em descordo com o pedido de financiamento. s principais erros que ocorrem no financiamento à importação estão relacionados aos documentos que representam a operação comercial que, em regra geral, estão em desacordo com a operação de financiamento. Também acontecem erros por falta de planejamento por parte do importador, com relação ao fluxo de caixa da empresa, à variação cambial e aos prazos envolvidos em toda a importação. Para as empresas que queiram financiar suas importações, principalmente as iniciantes, é fundamental que, antes de negociar com o exportador, elas tenham o conhecimento das práticas utilizadas no mercado, garantindo maior segurança na contratação de um financiamento à importação.

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