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Teorias dos Fins da Pena.

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Acadêmico: Luiz Celso Galino Cassi. 
RU: 556804.
Orientador: Prof. Me. Rui Carlo Dissenha 
ao Trabalho de Dreito Penal II – 
atividade para o Curso de DIREITO – 
4º período pelo GRUPO EDUCACIONAL 
UNINTER - Campus Divina 
Providência.
 AS TEORIAS DOS FINS DA PENA. 
Curitiba
2015
Introdução.
O presente trabalho de pesquisa bibliográfica versa sobre os fins da pena, as teorias envolvendo fins da pena e o sistema carcerário brasileiro comparado sob o olhar de uma breve conjuntura.
É paradoxal afirmar que se esta diante de um sistema de equações indeterminado da matemática quando procura – se caracterizar a função social que o sistema penal cumpre na realidade social, pois, de uma lado o ressocializado sofre a discriminação da sociedade e o apenado sofre inserido num sistema prisional, dito falido.
 A dicotomia entre a criminologia e a sociologia do direito penal, segundo Zaffaroni (2001) seleciona para uns, o sistema penal está direcionado para os setores sociais mais humildes e marginalizados e, para outros esta em sustentar a hegemonia de um setor sobre o outro, segundo os autores marxistas e outros heterodoxos.
 Diante do impasse, o sistema penal cumpre uma função substancialmente simbólica perante os marginalizados ou os próprios setores hegemônicos. A via punitiva para a sustentação da estrutura do poder social é fundamentalmente simbólica.
 De certo modo a constatação de que em toda sociedade existe o fenômeno dual “ hegemonia - marginalização “ impõe-se para Zaffaroni a buscar uma aplicação de soluções punitivas mais limitada e possível diferente daquela da matemática com equações indeterminadas, além da limitação do uso, a hipótese em que se deva lançar mão dela, a redução ao mínimo dos níveis de sua irracionalidade.
 Esta linha de limitação da irracionalidade da mesma, é o que se denomina de Princípio da Intervenção Mínima.
Toda a América esta sofrendo as consequências de uma agressão aos Direitos Humanos que declara ter sido violado o direito ao desenvolvimento de El Salvador e no Haiti como um injusto jushumanista reconhecido pela jurisprudência internacional.
 A prévia conclusão é que o sistema penal deve corresponder ao princípio de intervenção mínima na América Latina, não somente por razões válidas nos países centrais, em face de nossa característica de países periféricos, que sofrem os efeitos do injusto jushumanista de violação do direito ao desenvolvimento.
No Brasil, a nossa Constituição estabelece como princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito, a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político. Pode-se afirmar que a primeira grande fonte de pesquisa encontra-se na Constituição.
A repressão penal deve ser o último instrumento utilizado, quando já não houver mais alternativas disponíveis. Sendo o direito penal o mais violento instrumento normativo de regulação social, particularmente, atinge a aplicação das penas privativas de liberdade, o direito de ir e vir dos cidadãos, devem ser utilizados minimamente e dar preferência a todos os modos extrapenais de solução de conflitos.
A essência pragmática do Direito Penal Brasileiro são os bens jurídicos mais importantes e necessários considerados vitais ao convívio em sociedade.
 Fazer a segurança no que tange, inclusive ao apenado nos art 5º e art. 6º da C.F./ 88 “dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio” e art. 144 da C.F. / 88. 
Para “ a sobrevivência e, manutenção “ dessa sociedade ao qual Zaffaroni &Pierangeli (2001,p.69) denominam ao conceituar o sistema penal como “ controle social punitivo institucionalizado ” e bens jurídicos constitucionalizados, consagrados na parte geral e parte especial da legislação penal.a exemplo do código alemão, do código espanhol e do código português que subdividem –se, também, em duas partes, geral e especial. 
Assim como no Brasil e na maioria dos modernos sistemas penais da família jurídica romana, a sociedade bem conhece os problemas do sistema penal informada constantemente pela mídia sobre os seus mais diversos aspectos.�
A pena ou sanção é a punição ou castigo, imposto por lei a algum delito ou contravenção por condutas e não por pessoas.
 Para René Dotti : “ é a sanção imposta pelo Estado consistente na perda ou restrição de bens jurídicos do autor da infração, em retribuição à sua conduta e para prevenir novos ilícitos. 
Em Prado�: “ a pena é a mais importante das conseqüências jurídicas do delito. Consiste na privação ou restrição de bens jurídicos, com lastro na lei, imposta por Lei, imposta por órgãos jurisdicionais competentes ao agente de infração penal e, o pensamento jurídico moderno reconhece que o escopo imediato e primordial do Direito Penal radica na proteção de bens jurídicos essenciais ao indivíduo e à comunidade.”
As críticas atuais se dão monta em Princípios da dignidade da pessoa humana e Princípio da Proporcionalidade nas prisões lotadas do sistema prisional, a cadeia pública, por exemplo, tem capacidade máxima para 50 presos mas devido as circunstâncias extremas, ela está além da sua capacidade máxima alojando 150 presos temporários, ressalta no cumprimento do importante papel que o Estado encontra obstáculos na falta de interesse político dos governos estaduais, os quais não têm dado a ele a importância merecida, porquanto não lhe destinam os recursos necessários, impossibilitando as​sim que o órgão efetive suas atribuições previstas em lei.
Esta é uma situação de considerável redundância ou uma crítica ao sistema nessa tendência por projetos para redução do tempo da pena afim de liberar o espaço prisional, há, ainda, àqueles projetos que admitem, ao contrário, ampliar esse tempo para demonstrar maior rigor quanto a prevenção na segurança pública e ainda, àqueles aos quais, a tendência ( Projeto de Lei ) de diminuir a idade penal de 18 anos para 16 anos como solução para todos os problemas do controle social informal e formal.
Desenvolvimento.
BREVE HISTÓRICO DA PENA.
Dividida em períodos: vingança privada, vingança divina, vingança pública, humanitária e científica.
DIREITOS HUMANOS E OS FINS DA PENA.
“ O princípio de igualdade de todos perante a Lei e a dignidade da pessoa de todo o ser humano.” Não há distinção entre o homem e a mulher na aplicação da justiça, o olhar holístico na pessoa, no ser humano indiferentemente de substituir por outros valores que possam superar essa expectativa.
 “ Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. “ Para os que tendem mais ao positivismo ou a jusnaturalismo, o livre arbítrio na ação traduz direitos inerentes a todos de forma pacificada.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem advém da Declaração da Assembleia Geral das Nações Unidas, aprovada em 10 de dezembro de 1948. Princípios consagrados pela Carta das Nações Unidas pela qual é reconhecida a sua obrigatoriedade jurídica por todos os países, seus membros.
O Brasil tardiamente ratificou os Pactos das Nações Unidas e a Convenção Americana de Direitos Humanos mas, já se encontrava juridicamente vinculado à Declaração Universal, como também à Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, de 1948, aprovada pela IX Conferência Interamericana, reunida em Bogotá, como membro que é da Organização dos Estados Americanos ( OEA ).
A Constituição reza: “ ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento desumano ou degradante. “ Art. 5º, III da CF/88. Permeia o contexto de aplicação constitucional incidindo que os direitos humanos são contemplados na Constituição Brasileira retira a possibilidade de injusto jushumanista na Lei maior. 
Cabe ao Estado a ação pública e a administraçãoprisional, mas ao que concerne das políticas públicas fica a crítica nesta área, a impressão que passa à população é a de quê não se tem muita vontade política por não trazerem votos imediatos aos governos e nem pelos investimentos necessários a serem implementados no x dessa questão, na lotação de apenados nas penitenciárias, por exemplo, refletem nos quadros estatísticos levantados.
Dois casos concretos e verídicos retirados do Tribunal Judicial do Júri em Curitiba, localizado no Centro Cívico, a respeito deste tema julgue- os, abaixo: 
O primeiro deles consiste no julgamento de um policial que já estava efetuando a investigação em reservado sobre um foragido e em estando em seu horário de folga, resolveu conjuntamente com seu colega de trabalho ir no encalço do rapaz reincidente com um rol de delitos em sua ficha criminal e com prisão provisória decretada investigado no bairro em que morava em Curitiba e, foram fazer a prisão deste foragido e o policial acabou matando na abordagem outro rapaz por engano, com as mesmas características fisionômicas do foragido. O policial responde por Homicídio doloso, artigo 121 do Código Penal, parágrafo segundo. 
 Fica o seu julgamento em estabelecer a pena ou a inocência do julgado?
Outro caso concreto é o do marido que estava na Itália trabalhando para o sustento da família e através de telefonema ficou sabendo que sua esposa colocou outro para morar em sua casa enquanto ele estava trabalhando na Itália.
O réu imediatamente retornou ao Brasil, assassinou dentro da própria casa com dois disparos no amante de sua esposa, amarrou seu enteado no quarto da casa e o ameaçou e, também, a sua esposa de morte, por telefone no momento de fúria.( homicídio ). 
 O réu já tinha prisão cumprida na Argentina por uso de maconha. A esposa em depoimento ao Ministério Público do Paraná na investigação deste homicídio, declarou que estavam separados de corpos e ele tornou-se uma pessoa altamente depressiva mas, um excelente pai de família, decidiu retornar à Itália para trabalhar. Entretanto, em questão dos últimos meses antes do julgamento o casal refez as pazes e retornaram a convivência matrimonial e familiar mas o réu, no momento, responde pelo crime de homicídio doloso qualificado no artigo 121, inciso dois do código penal brasileiro e artigo 147 do mesmo Código Penal perante o Poder Judiciário.
 Fica o seu julgamento em estabelecer a pena ou a inocência do réu ?
Estes dois casos concretos no Direito Penal envolvem bens jurídicos fundamentais, traduzem a ideia da sanção ou da pena que permeia neste seara holística com todo um rol estatístico de demanda nos Estados da Federação e em cada uma das unidades prisionais com situação factual dos estabelecimentos prisionais, onde, o Estado aplica a maior punição admitida em tempos de paz ao cidadão na restrição de sua liberdade e recai num contexto prisional com problemas específicos.
 Os dados colhidos pelo Conselho Nacional do Ministério Público� só serão citados por se tratarem de dados estatísticos que se tem em conta espelham os graves problemas do sistema prisional do Brasil repercutem nas condições de vida de centenas de milhares de presos definitivos ou provisórios e nas condições de trabalho de milhares de agentes públicos no sistema e na realidade social.
A legislação traz ao Decreto-lei 2848 de 7 de setembro de 1940, da Parte Geral do Título I ‘ da aplicação da lei penal “, da anterioridade da lei, art 1º : “ não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem cominação legal. “ de um modo simplificado, afirma - se que ocorrendo o delito cabe após investigação pelo Poder Judiciário ao infrator ou infratora ser julgado através de ação processual penal em que pese o resultado conduzirá a uma sentença penal condenatória ou não, trânsito em julgado cominará na execução de pena de restrição de liberdade, em regime fechado, semi aberto ou aberto e/ou pena restritiva de direitos ou multa ( pecuniária ). 
De maneira simples, os objetivos da pena no código penal são:
 Artigo 59 do Código Penal, “ ... reprovação e prevenção do crime...”
Art. 1º da Lei de execução penal: “... a harmônica integração social do condenado e do internado... “ para a ressocialização. 
 No entanto, faz-se necessário detalhar com maior eficácia as teorias da PENA que buscam justificar seus fins e fundamentos reunidas de modo didático em grandes grupos, abaixo:
Teoria absoluta ou de retribuição ou de justiça.
Teoria da prevenção geral.
Teoria da prevenção especial.
Teoria mista ou unificadora da pena.
Modelo Penal Garantista de Luigi Ferrajoli.
Privatização do Direito Penal.
Teoria agnóstica de zaffaroni.
Teoria absoluta ou de retribuição ou de justiça:
Para quem tenha uma conduta lesiva terá uma pena que é a retaliação e a expiação são os que advogam a tese de retribuição. O fundamento da pena é o delito, que tem como finalidade retribuir o mal do crime pelo mal da pena, a pena é mera retribuição jurídica.
Não há qualquer finalidade utilitária. Fundamenta – se no questionável livre arbítrio ( do homem distinguir o justo do injusto) da decisão. Autores conhecidos Kant ( moral ) e Hegel ( jurídico). Na atualidade tais teorias não possuem adeptos.
Quando Kant conclui que a pena não pode ser imoral, ou seja, não pode tornar o homem como um meio. Afirma que a pena nunca pode ser um meio, porque, se assim for, mediatiza o apenado. Nem sequer aceita que seja um meio para melhorar o próprio delinqüente. Daí que conceba a pena como um fim em si mesmo, derivado da simples violação do dever jurídico. Qual será, a medida da pena ? Não pode ser outra além do mal imerecido infligido a vítima, isto é, o talião, que Kant entende como a devolução da mesma quantidade de dor injustamente causada. Tal teoria é a teoria absoluta da pena em Kant.
Hegel afirmava que “ a pena é a negação da negação do direito é o mal pelo mal.” Significa dizer que a pena era um ato de fé, esta é a primeira ideia.
Teoria Relativa da prevenção geral ou especial:
Teorias relativas em oposição das absolutas advogam e apregoam a prevenção.
Já no século XVIII com o Marquês de Beccaria tratando sobre o tema pena trouxe a prevenção e formas de prevenção justificando a sanção penal. Essa teoria se subdivide em teorias da prevenção geral ( voltada para a sociedade como um todo para evitar que o indivíduo retorne a praticar novos crimes ) e da prevenção especial. ( ela é voltada ao cidadão que já praticou a conduta criminosa ).
A crítica fica por conta, nos crimes culposos, onde o cidadão por sua conduta seja lícita mas o resultado é ilícito.
Na prevenção geral positiva a pena surte efeito sobre os membros da comunidade jurídica que não delinquirem, e na prevenção geral especial age sobre o apenado.
Na prevenção geral positiva reforça o caráter positivo das normas e cabe citar a antiga teoria da intimidação, uma versão um pouco mais moderada, que foi a teoria da “ coação psicológica “ sustentada por Feuerbach. Para Ele, a pena é aplicada em razão de um fato consumado e passado, e tem por objeto conter todos os cidadãos para que não cometam delitos, isto é, almeja coagi-los psicologicamente. A pena é exemplo e age pedagogicamente sobre a coletividade.
Cabe neste tópico a subdivisão em duas modalidades de prevenção geral positiva e negativa. 
Prevenção relativa geral negativa conhecida pela expressão prevenção por intimidação. A pena aplicada ao autor da inflação penal tende a refletir na sociedade, evitando-se, que as demais pessoas que se encontram com os olhos voltados na condenação,de um de seus pares, reflitam antes de praticar qualquer infração penal �.
A prevenção relativa especial positiva consiste, segundo Roxin�, com um caráter ressocializador na “ missão da pena é unicamente em fazer com que o autor desista de cometer futuros delitos. “ E a especial negativa permeia uma neutralização daquele que praticou a infração penal, com sua segregaçãono cárcere, ou seja, a retirada momentânea do agente do convívio social o impede de praticar novas infrações penais, pelo menos na sociedade da qual foi retirado. A prevenção especial foi sustentada, também, por Roeder e os positivistas.
Teoria mista ou unificadora da pena.
Teoria mista ou unificadora é a adotada pelo Código Penal Brasileiro. Em razão da redação contida no caput do art. 59 do Código Penal. Na parte final do caput conjuga a necessidade de reprovação com a prevenção do crime, fazendo, assim, com que se unifiquem as teorias absolutas e relativas pelos critérios da retribuição e prevenção�. Logo, a sanção penal tem uma tríplice função a de prevenção, de retribuição e ressocialização, no virs da educação.
Modelo Penal Garantista de Luigi Ferrajoli.
Conforme as lições de Bobbio: “ as normas de um ordenamento não estão todas no mesmo plano. Cada ordenamento possui uma norma fundamental, que dá unidade a todas as outras normas, isto é, faz das normas espalhadas e de várias proveniências um conjunto unitário que pode ser chamado de ordenamento. “
Segundo Kelsen em sua visão piramidal, a Constituição é a “ mãe “ de todas as normas. Todas as normas consideradas inferiores nela vão buscar sua fonte de validade.
Nesse sentido, Ferrajoli aduz ao “ garantismo “ no sentido do Estado Constitucional de Direito, um conjunto de vínculos e regras racionais impostas a todos os poderes de tutela dos direitos de todos, considerando garantias primárias e garantias secundárias. As primárias como as proibições e obrigações, formais e substanciais, na tutela dos direitos ao exercício de qualquer poder. As secundárias as diversas formas de reparação subseqüentes às violações das garantias primárias. Os direitos fundamentais e humanos constitucionalizados adquirem a função de estabelecer o objeto e os limites do direito penal nas sociedades democráticas.
Palavras de Ferrajoli:
“ a sujeição do juiz à lei, já não é, como o velho paradigma positivista, sujeição à letra da lei,qualquer que fosse seu significado, senão sujeição à lei enquanto válida, quer dizer, coerente com a Constituição. E no modelo constitucional Garantista a validez já não é um dogma associado à mera existência formal da lei, senão uma qualidade contingente, da mesma ligada à coerência de seus significados com a Constituição, coerência mais ou menos opinável e sempre remetida à valoração do juiz. Disso segue que a interpretação judicial da lei é também um juízo sobre a lei mesma, que corresponde ao juiz junto com a responsabilidade de eleger os únicos significados válidos, compatíveis com as normas constitucionais substanciais e com os direitos fundamentais estabelecidos pelas mesmas. “
Privatização do Direito Penal.
Após a 2ª Guerra Mundial com as descobertas das atrocidades do nazismo, surge o termo vitimologia. Muitos Institutos penais e processuais penais foram criados mais sob o enfoque dos interesses precípuos da vítima. Sua vontade é levada em consideração; como no arrependimento posterior, previsto no art. 16 do Código Penal, a própria Lei que criou os Juizados Especiais Cíveis e Criminais ( 9099/95), em seu artigo 62, depois de esclarecer que o processo deverá ser orientado pelos critérios da oralidade, da informalidade, da economia processual e da celeridade,afirma a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade.
Essa Lei nos Fornece outro exemplo que se amolda ao conceito de privaticação do Direito Penal, a composição dos danos, nas hipóteses de ação penal de iniciativa privada ou de ação acarreta na renúncia ao direito de queixa ou representação, nos termos do parágrafo único do art. 74 da Lei 9099/95.
Teoria agnóstica de Eugênio zaffaroni.
O crime tem um cunho político, portanto, seria ineficaz qualquer legitimação ou justificação.
A Teoria Agnóstica entende que a pena passa a ser, também, um direito do condenado em não ser punido por outrem, senão pelo próprio Estado, refutando as justificações ultrapassadas das teorias utilitaristas clássicas, assim como congregando a moderna ideia de redução de danos, posto que entender ser possível a coexistência entre estado de direito máximo e estado de polícia mínimo. Por derradeiro, impõe salientar que a Teoria Agnóstica da Pena propicia o entendimento de que, em sendo o Estado moderno fundamentado no contrato social, decorrente da disponibilidade das parcelas de autonomia dos indivíduos a ele pertencente, a pena passa a ser entendida, não só como garantia da pessoa de ser mas integralizada pelo dever do Estado em proteger esta garantia.
O sistema carcerário brasileiro comparado. 
ÚLTIMAS NOTÍCIAS:
Após tumulto, quatro presos devem ser transferidos da Casa de Custódia de Curitiba
Detidos quebraram a chapa de ferro da porta, arrancaram três barras de ferro da cama e colocaram fogo no colchão
07/04/2015 retirado da Gazeta do Povo .
 
10h49
 
Catarina Scortecci ESPECIAL PARA A GAZETA DO POVO
Quatro presos da Casa de Custódia de Curitiba, na CIC, devem ser transferidos ainda nesta terça-feira (7) para outras unidades da região metropolitana da capital. De acordo com o diretor do Depen (Departamento de Execução Penal), Cezinando Paredes, os quatro foram responsáveis por um tumulto que começou por volta das 20h30 de segunda-feira (6).
“Eles primeiro quebraram a chapa de ferro da porta e depois conseguiram arrancar três barras de ferro da cama. Também colocaram fogo no colchão. Isso foi feito por quatro presos de uma única cela. Mas, a partir daí, todos os outros presos do bloco começaram a chutar fortemente as portas”, relata Paredes.
O Bope (Batalhão de Operações Especiais) chegou cerca de uma hora depois, acionado pelo Depen. Uma revista foi feita em parte do bloco até 1 hora da madrugada desta terça-feira (7). Os trabalhos de revista devem continuar ao longo do dia.
Os quatro que causaram o tumulto, segundo Paredes, alegam que estão sendo ameaçados de morte por outros presos. “Desde domingo estamos acompanhando de perto porque o clima está tenso. É disputa de poder. Na segunda-feira, por causa disso, fechamos o bloco, impedindo que os detidos tivessem qualquer saída ou convívio. Hoje (terça-feira) o bloco vai continuar fechado”, informa Paredes.
Na Casa de Custódia de Curitiba são três blocos, com 614 presos, número que extrapola a capacidade máxima do local, de 432. Segundo o diretor do Depen, a cela onde foi registrado o início do tumulto pertence ao chamado “bloco de seguro”, com cerca de 150 pessoas que já têm problemas de convívio.
Nesta terça-feira, os quatro presos serão levados ao Conselho Disciplinar da Casa de Custódia. Eles também devem responder por dano ao patrimônio. Durante o tumulto, houve uma briga e um deles, com o supercílio machucado, foi atendido por médicos. 
Crítica: reitera o transcurso normal deste trabalho, se a capacidade máxima do local é de 432 presos para uma totalização de 614 presos, o resultado já era o esperado: a rebelião.
A realidade política e econômica é diretamente proporcional a prática punitiva dos mesmos reflete nos ambientes e na administração do sistema carcerário.
Exemplificando, quando se tem um sistema inchado de regras é como o que pode acontecer com um aparelho eletrodoméstico com um manual de 300 ou 400 páginas de instruções e surge um momento em que o aparelho apresente um problema qualquer, portanto, perde-se de imediato o interesse em solucionar o problema com tantas regras e funções relativas ao manual de instrução do aparelho pelo detalhamento técnico em seu funcionamento e o mais lógico é substituí-lo por outro mais simples. 
A partir dessa crítica, na história da pena surgiu a idéia do sistema penitenciário “ progressivo “ adotado ao final do Século XIX. 
Seguindo nessa trajetória o sistema penal brasileiro de 1940 até os meados de 1988 consiste que prepondera hoje, o sistema penal brasileiro considerado por muitos como um dos mais avançados no mundo.
Permita-se, através desteexemplo do eletrodoméstico em conseqüência a um oceano de reflexões singelas de imediato mas, no mediato das premissas lançar-se mão de um questionamento jurídico, filosófico, político, antropológico e outros relacionados ao tema que dê suporte ao que a política e a economia vigentes influenciam ao sistema carcerário.
Estipulam - se regras, direitos e deveres, os princípios no ordenamento jurídico na integração da vida do ser humano apenado que cometeu o crime em descumprimento a esse ordenamento da época e determinado tempo.
Venha a perder a sua liberdade, direitos, pagar multas e consiga ter os seus direitos como a dignidade da pessoa humana preservados pelo Estado, os laços afetivos com os familiares, as amizades serem considerados como importantes ao cumprimento da pena definitiva aplicada, a ressocialização e a reconstrução da vida do apenado pelo Estado cabe o dever de suportar tal ônus, ou seja, restituí-lo dando-lhe oportunidades de reaver a sua dignidade humana que foi extraída quando da sua própria conduta típica, antijurídica e culpável.
Tão logo possa, nessa conjuntura quais são as causas imediatas e mediatas ao longo do modelo carcerário, possam apresentar parâmetro de convencimento que justifique as ações públicas de qualidade e eficiência comparado ao Código Penal, na Legislação, na Jurisprudência, na Doutrina, que permitam dirimir à distância entre a teoria e a prática da realidade atual. 
Nas penitenciárias lotadas, na espera de revisão de sentenças condenatórias e outros elementos quais são as expectativas destes apenados?
Qual é o país com maior população carcerária do mundo?
‘retirado de http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-e-o-pais-com-maior-populacao-carceraria-do-mundo em 4/04/2015.”
No Brasil dois terços dos presos brasileiros são de réus provisórios, aguardando decisão judicial, o que deixa cadeias e penitenciárias superlotadas, além de sobrecarregar as celas das delegacias. Presos - 496 mil, Vagas - 299 mil, Ocupação - 166% comparado aos ( 1º Lugar ) Estado Unidos, com cerca de 2,3 milhões de presos. Com um sistema de justiça rígido, o número presos dobrou no país desde o início dos anos 90. São 743 presos para cada 100 mil habitantes. Cerca de 6% dos presidiários são estrangeiros e quase 9% são mulheres, Presos - 2,3 milhões, Vagas - 2,1 milhões, Ocupação - 110%
 Em seguida vêm ( 2ª Colocada ) China, com 1,65 milhão de detentos condenados – estima-se que haja outros 650 mil à espera de julgamento –, e Rússia, que passa dos 800 mil presidiários. De acordo com pesquisa divulgada pelo King’s College London em 2009, cerca de 9,8 milhões de pessoas vivem atrás das grades ao redor do mundo. Baseando-se em dados oficiais enviados por órgãos penitenciários e de segurança de 218 países, o relatório também revela em que países os presidiários vivem mais apertados e onde está sobrando espaço nas celas. 
SOCIEDADE CATIVA
Dos anos 90 até hoje, o número de presos no Brasil cresceu mais de quatro vezes. Países como o Haiti e o Benin têm o triplo de presos que as cadeias deveriam comportar a Rússia com uma população do sistema prisional russo vem diminuindo nos últimos anos. É que a Justiça passou a ser mais branda, deixando de deter pessoas que poderiam aguardar o julgamento fora das grades. Presos - 806 mil, Vagas - 955 mil e Ocupação - 84%.
  
Índia: Um presídio local oferece aulas de ioga para diminuir o número de presos: completar o curso reduz a pena. exemplos assim podem dar certo em outros países com superlotação prisional
Presos - 384 mil, Vagas - 297 mil e Ocupação - 129%. 
África do Sul: Além do excesso de presidiários, cerca de 40% deles têm o vírus da aids. Para cada 100 mil habitantes, há 316 presos; Presos - 159 mil, Vagas - 118 mil e Ocupação - 134%. Japão: A criação de mais de 15 mil novas vagas solucionou o problema da superpopulação nas cadeias japonesas, Presos - 74 mil, Vagas - 87 mil e Ocupação - 85%. - No Japão, existe até um presídio só para idosos
 Alemanha: Mais de 25% dos presidiários em cadeias alemãs são estrangeiros. Presos - 69 mil, Vagas - 78 mil, Ocupação - 88%.  Argentina: Cerca de 58% dos presos argentinos ainda aguardam por julgamento, Presos - 60 mil, Vagas - 53 mil, Ocupação - 113%. 
 O XADREZ CHINÊS:
A China tem a segunda maior população prisional do mundo, mas ficou fora do infográfico por não revelar a capacidade do seu sistema prisional , - San Marino, república minúscula no norte da Itália, tem apenas dois presos ocupando um centro de detenção com lotação para 12 pessoas. ‘ retirado de http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-e-o-pais-com-maior-populacao-carceraria-do-mundo em 4/04/2015.
Conclusão.
Existe o artigo de Rafael Damaceno de Assis sobre “ A Realidade Atual do Sistema Penitenciário Brasileiro “ ao qual analisa a situação atual, afirma que as rebeliões e fugas de presos são uma resposta e um alerta às autoridades diante das condições desumanas a que são submetidos, da ineficácia do sistema de ressocialização do egresso prisional que volta a delinqüir e retornam à prisão. E, conclui com uma frase qual concordo plenamente: “ o egresso dasassistido de hoje continuará sendo o criminoso reincidente de amanhã. “
Referência Bibliográfica.
Curso de Direito Penal – Rogério Greco – Parte Especial – Vol II – 9ª Ed., Edit. Impetrus – RJ – 2012.
Curso de Direito Penal – Rogério Greco – Parte Geral – Vol II – 9ª Ed., Edit. Impetrus – RJ – 2012.
Zaffaroni & Pierangeli – Manual de Direito Penal – Parte Geral – 5ª Edição revista e reisada – Editora dos Trinunais – São Paulo. – 2004.
PRADO, Luiz Regis, Bem Jurídico-penal e Constituição.
A Visão do Ministério Público sobre o Sistema Prisional Brasileiro, 2013 pelo Conselho Nacional do Ministério Público.
ROXIN, Clauss. Derecho Penal – Parte general.
 Catarina Scortecci ESPECIAL PARA A GAZETA DO POVO.
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-e-o-pais-com-maior-populacao-carceraria-do-mundo em 4/04/2015.”
Constituição da República Federativa do Brasil – 1988.
DOTTI, Rene Ariel. Bases alternativas para um sistema de penas. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1998.
Revista CEJ, Brasília, Ano XI, n. 39, p. 74-78, out./dez. 2007 - Artigo de Rafael Damaceno de Assis sobre “ A Realidade Atual do Sistema Penitenciário Brasileiro.
� Curso de Direito Penal – Rogério Greco – Parte Especial – Vol II – 9ª Ed., Edit. Impetrus – RJ – 2012.
� PRADO, Luiz Regis, Bem Jurídico-penal e Constituição, p.47.
� A Visão do Ministério Público sobre o Sistema Prisional Brasileiro, 2013 pelo Conselho Nacional do Ministério Público.
� Ao tempo das cerimônias de suplício, o personagem principal era, na verdade, o povo que a tudo assistia. Um suplício, diz Foulcault, “ que tivesse sido conhecido, mas cujo desenrolar houvesse sido secreto, não teria sentido. Procurava-se dar o exemplo não só suscitando a consciência de que a menor infração corria sério risco de punição; mas, provocando um efeito de terror pelo espetáculo do poder tripudiando sobre o culpado “ ( Vigiar e prunir, p. 49) “
� ROXIN, Clauss. Derecho Penal – Parte general, t. I , p.85.
� A Lei 11.343 de 2006, fugindo a regra do art. 59 do Código Penal, vale-se da palavra prevenção. Quando diz respeito a fatos que envolvem o usuário ou dependente de drogas, ao contrário, usa o termo repressão,sempre que diz respeito a comportamentos que importem no reconhecimento do tráfico de drogas. Com isso, fica a dúvida: “ quando estivermos diante de usuários, não se poderá falar em repressão ( teoria absoluta ) ou, em sentido contrário, quando estivermos diante de situações que importem tráfico, não se cogitará de aplicar a pena, visando a suas funções preventivas ( teoria prevenção ) embora o legislador tenha fugido,à técnica exigida, entendemos que o art. 59 terá plena aplicação, adotando-se, pois, em ambos os casos, consumo e tráfico de drogas, a teoria mista, devendo a pena a ser aplicada cumpriras funções de reprovação e prevenção do crime.
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