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Derivados de madeira

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Prévia do material em texto

I 
 
 
 
Materiais de Construção 
 
 
 
Derivados de 
Madeira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
série MATERIAIS 
joão guerra martins 
antónio vieira 
 
1.ª edição / 2004 
 
II 
 
Apresentação 
 
Este texto resulta inicialmente do trabalho de aplicação realizado pelos alunos da disciplina de 
Materiais de Construção I do curso de Engenharia Civil, sendo baseado no esforço daqueles que 
frequentaram a disciplina no ano lectivo de 1999/2000, vindo a ser anualmente melhorado e 
actualizado pelos cursos seguintes. 
 
No final do processo de pesquisa e compilação, o presente documento acaba por ser, genericamente, o repositório da 
Monografia do Eng.º ANTÓNIO VIEIRA que, partindo do trabalho acima identificado, o reviu totalmente, 
reorganizando, contraindo e aumentando em função dos muitos acertos que o mesmo carecia. 
 
Pretende, contudo, o seu teor evoluir permanentemente, no sentido de responder quer à 
especificidade dos cursos da UFP, como contrair-se ainda mais ao que se julga pertinente e alargar-
se ao que se pensa omitido. 
 
Esta sebenta insere-se num conjunto que perfaz o total do programa da disciplina, existindo uma por 
cada um dos temas base do mesmo, ou seja: 
 
I. Metais 
II. Pedras naturais 
III. Ligantes 
IV. Argamassas 
V. Betões 
VI. Aglomerados 
VII. Produtos cerâmicos 
VIII. Madeiras 
IX. Derivados de Madeira 
X. Vidros 
XI. Plásticos 
XII. Tintas e vernizes 
XIII. Colas e mastiques 
 
Embora o texto tenha sido revisto, esta versão não é considerada definitiva, sendo de supor a 
existência de erros e imprecisões. Conta-se não só com uma crítica atenta, como com todos os 
contributos técnicos que possam ser endereçados. Ambos se aceitam e agradecem. 
 
João Guerra Martins 
Aglomerados de Madeira 
 3
ÍNDICE 
 
ÍNDICE DE TABELAS ........................................................................................................... 6 
ÍNDICE DE FIGURAS............................................................................................................ 7 
SUMÁRIO................................................................................................................................. 9 
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 10 
CAPÍTULO I – A MADEIRA COMO “MATÉRIA-PRIMA DOS DERIVADOS” ....... 12 
1.1. - HISTORIAL DA MADEIRA...................................................................................................12 
1.2. – CONCEITO DE MADEIRA ...................................................................................................13 
1.3. – NOMENCLATURA DA MADEIRA......................................................................................14 
1.3.1. – ÁRVORES RESINOSAS ................................................................................................14 
1.3.2. – ÁRVORES FOLHOSAS..................................................................................................15 
1.4. – ESTRUTURA DA MADEIRA................................................................................................17 
CAPÍTULO II – PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DA MADEIRA .............. 21 
2.1. – PREÂMBULO.........................................................................................................................21 
2.2. – PROPRIEDADES FÍSICAS....................................................................................................21 
2.2.1. – HUMIDADE ....................................................................................................................22 
2.2.2. – DENSIDADE...................................................................................................................24 
2.2.3. – RETRACTILIDADE .......................................................................................................24 
2.2.4. – HETEROGENEIDADE...................................................................................................25 
2.2.5. – ANISOTROPIA ...............................................................................................................25 
2.2.6. – HIGROMETRICIDADE..................................................................................................26 
2.2.7. – POROSIDADE.................................................................................................................26 
2.2.8. – DUREZA..........................................................................................................................26 
2.2.9. – COR..................................................................................................................................27 
2.2.10. – BRILHO.........................................................................................................................27 
2.2.11. – ODOR E GOSTO...........................................................................................................28 
2.2.12. – CONDUTIBILIDADES ELÉCTRICA, TÉRMICA E SONORA.................................28 
2.3. – PROPRIEDADES MECÂNICAS ...........................................................................................28 
2.3.1. – RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO, À TRACÇÃO E À FLEXÃO................................29 
2.3.2. – ELASTICIDADE, FLUÊNCIA E FADIGA....................................................................29 
2.3.3. – A MADEIRA PERANTE A TEMPERATURA E O FOGO...........................................29 
CAPÍTULO III – PERCURSO DA MADEIRA ATÉ AOS SEUS DERIVADOS ........... 32 
3.1. – GENERALIDADES................................................................................................................32 
3.2. – CRESCIMENTO E PRODUÇÃO ...........................................................................................33 
3.3. – EVOLUÇÃO DO SECTOR DAS MADEIRAS EM PORTUGAL .........................................36 
CAPÍTULO IV – DERIVADOS DA MADEIRA................................................................ 38 
4.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS...................................................................................................38 
4.2. – TIPOS DE DERIVADOS DE MADEIRA...............................................................................39 
4.2.1. - AGLOMERADOS............................................................................................................40 
4.2.1.1 - DEFINIÇÃO E PROCESSO DE FABRICO..............................................................40 
Aglomerados de Madeira 
 4
4.2.1.2. – TIPOS DE AGLOMERADOS E SUAS APLICAÇÕES .........................................42 
4.2.2. – CONTRAPLACADOS ....................................................................................................63 
4.2.2.1. – DEFINIÇÃO E PROCESSO DE FABRICO............................................................63 
4.2.2.2. - TIPOS DE CONTRAPLACADOS E SUAS APLICAÇÕES ...................................66 
4.2.2.3. – FORMAS DE COLOCAÇÃO DOS CONTRAPLACADOS...................................70 
4.2.2.4. – VANTAGENS DOS CONTRAPLACADOS...........................................................71 
4.2.3. - FOLHEADOS...................................................................................................................73 
4.2.3.1 - DEFINIÇÃO E PROCESSO DE FABRICO..............................................................73 
4.2.4. – TERMOLAMINADOS....................................................................................................74 
4.2.4.1. – DEFINIÇÃO E PROCESSO DE FABRICO............................................................74 
4.2.4.2. - TIPOS DE TERMOLAMINADOS E SUAS APLICAÇÕES...................................76 
4.2.5. - PLACAS DE FIBRAS DE MADEIRA (PLATEX).........................................................784.2.6 – PAINÉIS DE MADEIRA RECONSTITUÍDA.................................................................79 
4.2.6.1 – DEFINIÇÃO E PROCESSO DE FABRICO.............................................................79 
4.2.6.2. - PAINÉIS DE MADEIRA RECONSTITUÍDA E SUAS APLICAÇÕES.................80 
4.2.7. – CORTIÇA ........................................................................................................................80 
4.2.7.1. - DEFINIÇÃO E PROCESSO DE FABRICO.............................................................80 
4.2.7.2. - TIPOS DE CORTIÇA................................................................................................82 
CAPÍTULO V – A MADEIRA E DERIVADOS FACE A OUTROS MATERIAIS ....... 84 
5.1. - CONSIDERAÇÕES GERAIS..................................................................................................84 
5.2. – A MADEIRA NATURAL FACE A OUTROS MATERIAIS ESTRUTURAIS .....................85 
5.3. – A MADEIRA NATURAL FACE AOS SEUS DERIVADOS.................................................87 
5.4. – PRODUÇÃO E CONSUMO DOS DERIVADOS DA MADEIRA.........................................88 
5.5. – PREÇOS COMPARATIVOS DE DERIVADOS DE MADEIRA ..........................................89 
6.1. – GENERALIDADES................................................................................................................94 
6.2. – PROCESSOS DE TRATAMENTO ........................................................................................95 
6.2.1. – SECAGEM.......................................................................................................................95 
6.2.2. – DESENSEIVAMENTO OU LIXIVIAÇÃO....................................................................95 
6.2.3. – CONSERVAÇÃO DA MADEIRA EM OBRA ..............................................................96 
6.3. – AGENTES DETERIORADORES...........................................................................................96 
6.3.1. - FUNGOS...........................................................................................................................97 
6.3.2. – INSECTOS XILÓFAGOS ...............................................................................................97 
6.3.3. – XILÓFAGOS MARINHOS.............................................................................................98 
6.4. – PRODUTOS DE MANUTENÇÃO E SUAS CARACTERÍSTICAS .....................................98 
6.5. – PROCESSOS DE APLICAÇÃO .............................................................................................99 
6.5.1. – PROCESSO COM PRESSÃO (IMPREGNAÇÃO PROFUNDA) ...............................100 
6.5.2. – PROCESSO SEM PRESSÃO (IMPREGNAÇÃO SUPERFICIAL).............................100 
6.5.2.1. – POR ABSORÇÃO ..................................................................................................100 
6.5.2.2. – POR CAPILARIDADE...........................................................................................101 
CONCLUSÕES .................................................................................................................... 103 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 106 
SITES DA INTERNET........................................................................................................ 108 
ANEXOS ............................................................................................................................... 111 
Aglomerados de Madeira 
 5
ANEXO I – ESPECIFICAÇÕES COMERCIAIS DOS PRINCIPAIS TIPOS DE 
AGLOMERADOS................................................................................................................ 112 
A. AGLOMERADOS .....................................................................................................................113 
B. MDF............................................................................................................................................114 
C. PLATEX.....................................................................................................................................115 
D. CONTRAPLACADOS .............................................................................................................116 
E. LAMELADOS............................................................................................................................117 
F. TERMOLAMINADOS ..............................................................................................................118 
ANEXO II – ESPECIFICAÇÕES COMERCIAIS DE ALGUNS TIPOS DE 
AGLOMERADOS................................................................................................................ 120 
1. AGLOMERADO DE FIBRAS DE MADEIRA DE DENSIDADE MÉDIA (MDF) PARA 
UTILIZAÇÃO GERAL EM AMBIENTE SECO ...........................................................................121 
2. AGLOMERADO DE FIBRAS DE MADEIRA DE DENSIDADE MÉDIA (MDF) PARA 
PAVIMENTOS ...............................................................................................................................122 
3. AGLOMERADO DE FIBRAS DE MADEIRA DE DENSIDADE MÉDIA (MDF) LEVE, 
PARA USOS GERAIS ....................................................................................................................123 
4. AGLOMERADO DE FIBRAS DE MADEIRA DE DENSIDADE MÉDIA (MDF) PARA 
UTILIZAÇÃO GERAL EM AMBIENTES OCASIONALMENTE HÚMIDOS...........................124 
GAMA.............................................................................................................................................124 
5. AGLOMERADO DE FIBRAS DE MADEIRA DE DENSIDADE MÉDIA (MDF) PARA 
LACAGEM .....................................................................................................................................125 
6. AGLOMERADO DE FIBRAS DE MADEIRA DE DENSIDADE MÉDIA (MDF) 
MOLDÁVEL ..................................................................................................................................126 
8. AGLOMERADO DE PARTÍCULAS DE MADEIRA COMPACTO PARA APLICAÇÕES 
INTERIORES DE SOFT E POSTFORMING E USO EM CONDIÇÕES SECAS.........................128 
9. AGLOMERADO DE PARTÍCULAS DE MADEIRA COMPACTO PARA APLICAÇÕES 
INTERIORES, INCLUINDO MOBILIÁRIO, PARA UTILIZAÇÃO EM CONDIÇÕES 
OCASIONALMENTE HÚMIDAS.................................................................................................129 
10. LAMINADO STANDARD PARA UTILIZAÇÃO GERAL EM APLICAÇÕES 
HORIZONTAIS ..............................................................................................................................130 
11. LAMINADO “POST-FORMÁVEL” PARA UTILIZAÇÃO GERAL EM APLICAÇÕES 
HORIZONTAIS ..............................................................................................................................131 
12. LAMINADO COM SUPERFÍCIE METÁLICA.......................................................................132 
13. LAMINADO PARA PAVIMENTOS .......................................................................................133 
14. ISOPLY .....................................................................................................................................134 
15. LAMÉPLY ................................................................................................................................136 
16. TRIPLY .....................................................................................................................................138 
ANEXO III – NORMALIZAÇÃO DE MADEIRAS E SEUS DERIVADOS................. 140 
 
Aglomerados de Madeira 
 6
ÍNDICE DE TABELAS 
 
TABELA 1 – ÁREA DE ALGUMAS ESPÉCIES OCUPADAS EM TERRITÓRIO CONTINENTAL, NOS ANOS DE 
1980 E 1992 ......................................................................................................................37 
TABELA 2 – MATERIAIS ESTRUTURAIS – DADOS COMPARATIVOS ........................ 85 
TABELA 3 – APLICAÇÕES DOS TIPOS DE MADEIRA E DOS SEUS DERIVADOS ...... 88 
TABELA 4 - PREÇOS DOS AGLOMERADOS DE MADEIRA POR ESPESSURAS E TIPOS
.......................................................................................................................................... 90 
TABELA 5 – PREÇOS DOS CONTRAPLACADOS POR ESPESSURAS E TIPOS............. 91 
TABELA 6 – PREÇOS DE FOLHEADOS POR ESPESSURAS E TIPOS............................. 92 
TABELA 7 – PREÇOS DE FOLHA DE MADEIRA NATURAL........................................... 92 
TABELA 8 – PREÇOS DE MDF FOLHEADO FINO POR ESPESSURAS E TIPOS............ 93 
 
Aglomerados de Madeira 
 7
ÍNDICE DE FIGURAS 
 
FIGURA 1 – IMAGEM DE UM TIPO DE PINHO: “CASQUINHA”…………………………………..15 
FIGURA 2 – EXEMPLO DE UMA ÁRVORE FOLHOSA: “FAIA”…………………………………...17 
FIGURA 3 –SECÇÃO TRANSVERSAL DO TRONCO DE UMA ÁRVORE, MOSTRANDO AS PRINCIPAIS 
COMPONENTES DO LENHO E DA CASCA (IN MOREY, 1978, P. 49) ....................................... 18 
FIGURA 4 – DIAGRAMA DE SECTOR CIRCULAR DO CAULE DE CINCO ANOS DE IDADE DE UMA . 19 
FIGURA 5 – DIRECÇÕES FUNDAMENTAIS DA MADEIRA............................................................ 20 
FIGURA 6- IMAGEM DE DUAS ÁRVORES DA MESMA ESPÉCIE, COM ANÉIS DE CRESCIMENTO 
DIFERENTES……………………………………………………………………………………26 
FIGURA 7- IMAGEM DE UM INCÊNDIO………………………………………………………...31 
FIGURA 8 – PINUS PINASTER -PINHEIRO MARÍTIMO ................................................................. 32 
FIGURA 9 - ILUSTRAÇÃO DA TORAGEM, FALCAS E TOROS (IN SANTOS, 1991, P. 62)................ 34 
FIGURA 10 -TOROS DE MADEIRA DESFIADA (IN SANTOS, 1991, P. 63) ................................... 35 
FIGURA 11 – CORTE ATRAVÉS DE UMA SERRA DE FITA SEM-FIM (CHARRIOT) (IN SANTOS, 1991, 
P. 63) ................................................................................................................................. 35 
FIGURA 12 – AGLOMERADOS (IN SANTOS, 1991, P .75) .......................................................... 40 
FIGURA 13 – AGLOMERADO DE FIBRAS (MDF) (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA) .................... 42 
FIGURA 14 – MDF STANDARD ( IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA) ............................................. 43 
FIGURA 15 – PAVIMENTO MDF (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA) ............................................ 44 
FIGURA 16 – MDF BAIXA DENSIDADE (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA) ................................. 44 
FIGURA 17 – MDF RESISTENTE À HUMIDADE (MR) (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA) .............. 45 
FIGURA 18 – MDF SUPERLAC (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA) ............................................... 46 
FIGURA 19 – MDF MOLDURAS E PERFIS (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA)............................... 46 
FIGURA 20 – MDF MOLDÁVEL (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA) ............................................. 47 
FIGURA 21 – AGLOMERADOS REVESTIDOS COM PAPEL MELAMÍNICO (IN SITE DA SONAE 
INDÚSTRIA) ....................................................................................................................... 48 
FIGURA 22 – AGLOMERADOS REVESTIDOS COM FOLHA DE MADEIRA (IN SITE DA SONAE 
INDÚSTRIA) ....................................................................................................................... 48 
FIGURA 23 – AGLOMERADO OSB (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA) ......................................... 50 
FIGURA 24 – OSB 2 MACHEADO (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA)........................................... 50 
FIGURA 25 – OSB 2 (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA) .............................................................. 51 
FIGURA 26 E FIGURA 27 – OSB 3 (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA)....................................... 52 
FIGURA 28 E FIGURA 29 – OSB 4 (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA)....................................... 53 
FIGURA 30 E FIGURA 31 – OSB 4 MACHEADO (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA) ................... 53 
FIGURA 32 – OSB 4 LAMBRIM (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA) .............................................. 53 
FIGURA 33 – PISO LAMINADO (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA)................................................ 56 
FIGURA 34 – AGLOMERADO PARTÍCULAS STANDARD (ST) (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA) .. 57 
FIGURA 35 – AGLOMERADO DE PARTÍCULAS POSTFORMING (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA). 58 
FIGURA 36 – AGLOMERADO DE PARTÍCULAS RESISTENTE À HUMIDADE (MR) (IN SITE DA SONAE 
INDÚSTRIA) ....................................................................................................................... 59 
FIGURA 37 – AGLOMERADO PINTADO (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA)................................... 60 
FIGURA 38- FORMAS DE CORTE DA MADEIRA (IN VALENTE, 1988, P. 52) ............................... 63 
FIGURA 39 - OBTENÇÃO DE UM CONTRAPLACADO (IN SANTOS, 1991, P. 76).......................... 64 
FIGURA 40 – FOLHA DESENROLADA E FIGURA 36A – CORTE POR SERRA OU LÂMINA ....... 65 
FIGURA 41 – CORTE DE FOLHA (IN PATTON, P.206)..................................................... 66 
FIGURA 42 – ALMA................................................................................................................. 66 
Aglomerados de Madeira 
 8
FIGURA 43 – CONTRAPLACADO COMUM (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA) ............................... 66 
FIGURA 44 – USO DO CONTRAPLACADO DE RESINOSAS (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA)........ 68 
FIGURA 45 – MÉTODOS DE OBTENÇÃO DOS FOLHEADOS......................................................... 73 
FIGURA 46 -ESTRUTURA DOS TERMOLAMINADOS................................................................... 75 
FIGURA 47 – TERMOLAMINADO (IN SITE DASONAE INDÚSTRIA) ............................................. 75 
FIGURA 48 - TERMOLAMINADO PARA APLICAÇÕES HORIZONTAIS/VERTICAIS (IN SITE DA SONAE 
INDÚSTRIA) ....................................................................................................................... 76 
FIGURA 49– TERMOLAMINADO METÁLICO (IN SITE DA SONAE INDÚSTRIA) ........................... 77 
FIGURA 50 – TERMOLAMINADO DE ELEVADA RESISTÊNCIA-PAVIMENTOS (IN SITE DA SONAE 
INDÚSTRIA) ..................................................................ERRO! MARCADOR NÃO DEFINIDO. 
FIGURA 51 – PLACAS DE PLATEX............................................................................................ 78 
FIGURA 52 – AGLOMERADO EXPANDIDO PURO (IN SITE DE AMORIM ISOLAMENTOS).............. 81 
FIGURA 53 – AGLOMERADO EXPANDIDO PURO (IN SITE DE AMORIM ISOLAMENTOS).............. 82 
FIGURA 54 – CORTIÇA EM FOLHA (IN SITE DE AMORIM ISOLAMENTOS).................................. 83 
FIGURA 55 – IMAGEM DE MADEIRA EM DESPARASITAÇÃO……………………………………98 
 
Aglomerados de Madeira 
 9
SUMÁRIO 
 
A floresta em Portugal tem um valor económico e social importantíssimo, uma vez que a 
respectiva indústria dos produtos florestais, que abrange a transformação da madeira e a produção 
dos seus derivados, tem já um peso proporcional elevado na formação do produto interno e na 
balança comercial do País. 
Procura-se assim abordar, neste trabalho monográfico, a variedade dos derivados de 
madeira que mais têm contribuído para o desenvolvimento da economia nacional, nomeadamente 
no sector da construção civil e do mobiliário. 
Deste modo, começa-se pelo historial da madeira como matéria-prima dos seus derivados, 
com referência não só à sua nomenclatura, estrutura, propriedades e características, como 
também ao percurso habitualmente seguido na indústria desde a árvore até à obtenção dos 
derivados da madeira. 
Desenvolve-se o tema principal (Derivados de Madeira), de forma prolongada, embora 
não exaustiva, identificando os principais produtos deste grupo, caracterizando-os e apresentando 
o seu processo de fabrico, bem como as suas principais aplicações. 
Por último, conclui-se com a análise e estudos de mercado sobre a comparação entre a 
madeira e respectivos derivados,sem esquecer o problema da sua conservação e manutenção. 
Incluem-se, ainda, dois conjuntos de anexos: um visando uma extrema sintetização dos 
principais tipos de Derivados de Madeira, outro com algumas soluções comerciais, colocadas na 
forma de quadros resumo. 
 
Aglomerados de Madeira 
 10
 INTRODUÇÃO 
A presente monografia subordinada ao tema “Derivados da Madeira” circunscreve-se no 
âmbito de uma disciplina final demonstrativa de conhecimentos adquiridos e capacidades 
desenvolvidas pelo seu autor, como parte dos requisitos para obtenção do grau de licenciado em 
Engenharia Civil na Universidade Fernando Pessoa. 
As árvores, muito delicadas enquanto jovens, são prodigiosos seres vivos que crescem 
vigorosamente quando as condições de solo e de ambiente são propícias, atingindo algumas vezes 
dimensões colossais. Portugal apresenta a taxa mais elevada de floresta dos Países Europeus, 
tendo cerca de três milhões de hectares e possivelmente capacidade para o dobro. 
Reconhece-se hoje o valor da árvore, quer como matéria-prima da economia industrial, 
quer como elemento fundamental do espaço natural, ou melhor, daquele onde impera a vida em 
toda a sua complexidade de formas e relações. 
As madeiras constituem um material complexo com características muito diferentes dos 
outros materiais de construção. A origem dessas diferenças reside sobretudo na sua estrutura 
fibrosa heterogénea e anisotrópica. 
A madeira tem sido desde sempre um dos principais materiais utilizados na construção. 
No entanto, estruturalmente, perdeu o seu protagonismo a partir da Revolução industrial, sendo 
substituída primeiro pelo ferro e depois pelo betão armado, materiais que constituem hoje em dia 
a estrutura da maior parte dos edifícios. 
A tecnologia, por sua vez, fez surgir uma série de derivados da madeira como alternativa 
à madeira maciça ou natural. Estes materiais, como os aglomerados e os contraplacados, têm 
características próprias que os distinguem entre si. 
Aglomerados de Madeira 
 11
A madeira maciça, considerada, por vezes erradamente, um material melhor do que os 
seus derivados, é obtida do tronco da árvore através do corte circular transversal ou em quartos. 
Necessita de um período de secagem alargado, entre um a dois anos, sendo que as resinosas 
secam mais depressa. Durante este processo ocorre, inevitavelmente, alguma deformação. O facto 
de a madeira que se adquire para trabalhos de marcenaria raramente estar bem seca, leva-a a 
acusar os efeitos da humidade e da temperatura, podendo vir a sofrer de diversas patologias e 
defeitos. 
Para remediar essa tendência natural surgiram os dois grandes grupos de derivados de 
madeira estratificada, os Aglomerados e os Contraplacados, a par de outros produtos seus 
sucedâneos existentes no mercado, dos quais se salientam os Folheados, os Termolaminados, as 
Placas de Fibras de Madeira (Platex), os Painéis de Madeira Reconstituída e a Cortiça. 
Enquanto os “contraplacados” surgem através das colagens de finas folhas de madeira, 
umas sobre outras, cruzando o seu veio na vertical e na horizontal, alternadamente, os 
“aglomerados" são fabricados a partir de pequenas aparas misturadas com uma resina sintética, 
sendo depois esta pasta prensada a alta temperatura, não apresentando no final quaisquer veios. 
Tanto num caso como noutro, para lhes conferir a aparência atractiva da madeira, a peça 
resultante é coberta com uma folha especificada desse material, chamando-se “folheado” a este 
processo de acabamento, o qual pode ser feita com madeira ou com laminados diversos. 
A madeira, mesmo tendo sido substituída por outros materiais, continua a ser um dos 
eleitos, quer pela sua beleza, quer pela sua maleabilidade. Contudo, por questões práticas e de 
orçamento, é cada vez mais substituída pelos seus derivados, os quais são hoje de capital 
importância para o sector da construção civil e do mobiliário 
De notar que se sentiu algumas dificuldades na obtenção de material de pesquisa, dada a 
modesta existência de bibliografia neste domínio. 
No final deste trabalho são referidas as fontes de informação e a bibliografia. 
Aglomerados de Madeira 
 12
Apesar das dificuldades referidas, e na certeza de que fica ainda muito por dizer, 
perspectiva-se de algum modo contribuir para o enriquecimento pessoal de quem se interessar por 
este assunto, tão diversificado como actual. 
CAPÍTULO I – A MADEIRA COMO “MATÉRIA-PRIMA DOS DERIVADOS” 
1.1. - HISTORIAL DA MADEIRA 
Desde o aparecimento do homem sobre a terra até aos nossos dias, a técnica e a arte de 
trabalhar a madeira tem evoluído desde o processo manual e primitivo, até à vasta e engenhosa 
indústria moderna contemporânea. A madeira esteve sempre ao alcance do homem desde os 
tempos remotos, o qual através da sua imaginação sempre soube tirar proveito dela para execução 
de inúmeros objectos e produtos. Foi, portanto, um dos primeiros materiais utilizados pelo 
homem, não só para sua defesa (como arma ou fazendo parte dela), como para se aquecer, 
cozinhar e iluminar, para construção dos primeiros abrigos, das primeiras jangadas e barcos, etc. 
Com o decorrer dos tempos, o homem começa a utilizar a madeira para edificar as 
cabanas e choupanas, fazendo as paredes de ramos entrelaçados, rebocados ou não, com terra 
argilosa. Mais tarde, substitui as paredes com pedra ou tijolo cozido ao sol, aplicando a madeira 
não só na sua cobertura, portas e janelas, bem como na decoração interna e externa. 
A evolução consegue, entretanto, novos materiais, mas a madeira e seus derivados 
continuam a ser usados em larga escala. Nos nossos dias, além de material de grande utilidade 
que continua a ser, a madeira é também a fonte de muitos produtos usados na indústria, de onde 
se destaca o papel como grande responsável pelo avanço da nossa Civilização. 
Aglomerados de Madeira 
 13
1.2. – CONCEITO DE MADEIRA 
Um estudo desta natureza deve começar por fazer uma breve abordagem sobre o conceito 
de “madeira”. É extremamente importante proceder-se à delimitação deste campo de estudo, 
antes mesmo de se abordar o conceito de “derivados”. 
Recorrendo a uma noção de “enciclopédia”1, a noção de “madeira” é apresentada como 
sendo a “substância compacta, sólida, fibrosa, que se diz lenhosa, que compõe as raízes, o tronco 
(fuste, haste ou caule) e os ramos de certos vegetais”. Descrevem-se assim duas noções neste 
mesmo local: uma oriunda da “botânica” e outra da “silvicultura”. 
Na noção oriunda da “botânica”, a madeira define-se como uma “porção de lenho de 
dimensões suficientes para poder ser transformada depois de trabalhada com qualquer objecto 
útil” (página 841). Devido ao crescimento do diâmetro do “cilindro central” do caule das 
gimnospérmicas e dicotiledóneas, é que se obtém a madeira em bruto, matéria-prima, para ser 
utilizada nas mais variadas aplicações. O crescimento deste “cilindro central”, chamado de 
“câmbio”, é uma zona que fica no meio do “líber” e do “lenho” das plantas gimnospérmicas e 
dicotiledóneas. Para produzir madeira é importante o “câmbio”, com os tecidos virados na 
direcção do interior (incluindo o “lenho” e os raios medulares). Mas este “câmbio” de raiz 
também pode dar madeira. 
Em relação à “silvicultura”, a madeira é perspectivada como resultado da natureza, 
assumindo três formas: - a madeira, enquanto tal, a “lenha” e a “rama”. Estas formas são 
variáveis no diâmetro que a árvore possui, e em função da sua idade e localização vegetativa. O 
processo de produção da madeira, propriamente dita, aparece a partir do “eixo principal” da 
árvore, ao qual também se dá o nome de “fuste”. Este processo de produção confina-se até ao 
diâmetro de 0,20 metros. A partir deste, para menos,passamos a ter a “lenha” até às formações 
terminais da árvore designadas por “rama”. É a parte mais importante para o desenvolvimento da 
árvore. 
 
1 Ver “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (GEPB)1, volume XV, página 841. 
Aglomerados de Madeira 
 14
Parece que podemos, então, concluir que a madeira, aquela que se extrai como matéria-
prima bruta da natureza, é definida segundo estas duas perspectivas – a “botânica” e a associada à 
“silvicultura”. 
1.3. – NOMENCLATURA DA MADEIRA 
A nomenclatura existente sobre madeira corresponde à classificação das árvores de onde a 
obtemos, resumindo-se, fundamentalmente, a dois grandes grupos: as árvores resinosas (ou 
“coníferas”) e as árvores folhosas (ou “caducas”). 
1.3.1. – ÁRVORES RESINOSAS 
As árvores resinosas têm naturalmente resina, sendo as folhas do tipo persistente, com 
maior durabilidade, possuindo forma em agulha. São próprias das zonas frias e temperadas, 
pertencem às melhores e mais apreciadas madeiras de construção pelas suas características de 
trabalho e resistência mecânica. Apodrecem facilmente se não forem devidamente tratadas. 
Os tipos de árvores enquadradas neste grupo são o pinho e diversos tipos congéneres. As 
árvores a partir das quais se obtém o pinho são os pinheiros bravos e os pinheiros mansos. A 
madeira de pinho existe praticamente em toda a parte do mundo, sendo usada nas obras públicas 
e construção civil, para além dos sectores do mobiliário e da construção naval. 
Podemos referir alguns tipos particulares de “pinho”: 
• “Pinho bravo” - É uma árvore que dá madeira de boa qualidade, muito embora não 
seja muito utilizada. Obtém-se a partir do “pinheiro bravo”; 
• “Pinho marítimo” - Também conhecida por “pinus pinaster”, é uma árvore típica dos 
países mediterrânicos como Portugal, Espanha, França e alguns países de África. Encontra-se na 
Aglomerados de Madeira 
 15
Europa em altitudes médias (de 0 a 400 metros) e elevadas (de 400 a 900 metros), bem como na 
África em alturas até 2000 metros; 
• “Pinho manso” - Caracteriza-se por ter ramificações e nodos; 
• “Casquinha” - Encontra-se um pouco por toda a Europa, designadamente na 
Escandinávia, bem como em Portugal (Serra do Marão). 
 
FIGURA 1 – Imagem de um tipo de pinho: “casquinha” 
1.3.2. – ÁRVORES FOLHOSAS 
As árvores folhosas são próprias de zonas temperadas tropicais, produzindo madeiras 
desde as mais suaves e brandas até às duras. Pertencem às madeiras aptas também para a 
marcenaria devido ao seu aspecto, acabamento e qualidade, sendo por isso mais indicadas para 
fins decorativos. 
Aglomerados de Madeira 
 16
São na sua maioria de folha caduca e entre os seus vários tipos temos: 
• O “carvalho” - É geralmente um tipo de árvore que, segundo GEPB (2000, p. 67), 
tem aquilo que se designa por “amentilhos masculinos delgados interrompidos, pendentes com 
uma flor na axila de cada bráctea”. Existem 200 espécies de árvores com este nome. Na madeira 
extraída desta árvore, os raios medulares são diferentes quanto à sua espessura, existindo uns 
delgados e outros com maior largura. Quanto ao tipo de folha, os carvalhos resumem-se a dois 
tipos: de folha caduca (ou folha marcescente, assim caracterizada por morrer no Outono mas cair 
só na Primavera seguinte) e de folha persistente. Nos de folha caduca os vasos possuem maior 
diâmetro do que os de folha persistente. O carvalho de folha caduca, quando atinge grandes 
dimensões, destina-se a ser utilizado preferencialmente no fabrico da aduela e na marcenaria, 
para além das decorações de casas e construção civil. Já o carvalho de folha persistente, de maior 
densidade, é muito usado para produzir carvão; 
• O “castanho” - É o nome porque é conhecido a madeira do castanheiro. Quanto à 
espessura e comprimento, são diferentes não tendo um padrão próprio. Aplica-se na tanoaria, na 
marcenaria e na construção civil; 
• O “eucalipto” - É uma árvore da família das “mirtáceas”. Existem 230 espécies 
diferentes. Estas árvores caracterizam-se pela sua altura e crescimento rápido, muito embora 
algumas apenas sejam “arbustos”; 
• O “álamo” - Trata-se de uma espécie de choupo. Porém, é possível extrair desta 
árvore boa madeira, podendo ter os destinos mais diversos; 
• A “nogueira” - É uma árvore de altura elevada, tendo a casca acinzentada e a copa 
grande com folhas de 7 a 9 folíolos. A sua madeira utiliza-se muito na marcenaria; 
• A “faia” - Caracteriza-se por possuir um porte esbelto, com cerca de 30 metros de 
altura, as folhas arredondadas, e uma considerável densidade. É utilizada na produção de 
Aglomerados de Madeira 
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carruagens, caixas de ressonância de pianos, utensílios de desporto e também em objectos de 
maior requinte e precisão. A “faia” é um exemplo de árvore das florestas dos climas temperados, 
da família das fagáceas, de córtex liso, cuja madeira branca, resistente e flexível é muito 
empregada em marcenaria; 
 
FIGURA 2 – Exemplo de árvore folhosa: “faia” 
1.4. – ESTRUTURA DA MADEIRA 
No que respeita à estrutura da “madeira”, existem também diferenças consoante a origem 
das árvores. Geralmente, qualquer que seja o tipo de árvore, o crescimento dá-se sempre pela 
sobreposição de camadas sucessivas, concêntricas e periféricas, provenientes do “câmbio” (zona 
geratriz compreendida entre o “líber” e o “lenho”). Este crescimento designa-se por “anel de 
crescimento” e varia conforme a localização das árvores nas várias regiões do globo. Durante o 
seu processo de evolução os “anéis de crescimento”, à medida que se desnvolvem, vão os mais 
antigos sendo substituídos pelos mais novos, deixando os primeiros de participar na evolução 
fisiológica que, basicamente, se identifica com o armazenamento e transporte das substâncias 
químicas que alimentam a árvore. 
Aglomerados de Madeira 
 18
Nesta modificação aparece-nos o “cerne”, conjunto dos anéis de crescimento, ou seja, a 
camada concêntrica da árvore situada entre a parte interna designada por “medula”, e a parte mais 
nova situada na periferia, sob a casca, constituída pelas últimas camadas anuais de madeira ainda 
vivas, designada por “alburno”. 
O “cerne” é de cor escura, mais seco e duro que as restantes camadas da árvore, 
desempenhando funções estruturais. A parte designada por “alburno” tem a cor mais clara do que 
o “cerne”, sendo a principal função das suas células contribuir para a alimentação da árvore. 
 
 
 
FIGURA 3 – Secção transversal do tronco de uma árvore, mostrando as principais componentes 
 do lenho e da casca (in Morey, 1978, p. 49) 
 
Importa referir ainda que os “anéis de crescimento” permitem conhecer não só a idade 
de uma árvore como também estudar a característica da anisotropia da madeira, propriedade 
física que depende da direcção segundo a qual é avaliada. A avaliação da qualidade da madeira 
pode ser feita através da “performance” física e mecânica dos “anéis de crescimento”, segundo 
três direcções possíveis: a “direcção tangencial” (ou direcção transversal tangencial), a “direcção 
radial” (ou direcção transversal radial) e a “direcção axial” (no sentido das fibra e longitudinal ao 
caule), tal como se representa na figura 3. 
Lenho 
Casca 
Aglomerados de Madeira 
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A estrutura celular das árvores possui “veios”, que são de toda a importância na extracção 
e serração das madeiras, visto que estas operações deverão ser efectuadas de maneira a que os 
“veios” fiquem sempre paralelos ao plano do corte. Se este aspecto não for tido em conta, dá 
origem a que se reduza significativamente a resistência da madeira, o que torna praticamente 
impossível obter uma peça de dimensão e qualidade aceitáveis.Os “veios” são de dois tipos: os 
“abertos” e os “fechados”. A diferença entre os dois está em que, no primeiro caso, os poros da 
árvore cobrem toda a superfície exposta, e no segundo, isso já não sucede, não sendo também 
visíveis a “olho nu”. 
Do ponto de vista “anatómico”, a madeira possui várias espécies que se encontram 
relacionadas com o “lenho”. O “lenho” pode ser de dois tipos: um “inicial” e outro mais “tardio”. 
As diferenças principais estão na fase do processo de crescimento do “lenho”, sendo o primeiro 
aquele que aparece na fase de nascimento e o segundo na fase terminal. As figuras seguintes (1 e 
2) representam duma forma esquemática, respectivamente, a secção tranversal do tronco de uma 
árvore e os aspectos principais da sua estrutura lenhosa. 
 
 
FIGURA 4 – Diagrama de sector circular do caule de cinco anos de idade de uma 
Folhosa, indicando os aspectos principais da estrutura lenhosa (in Rendle, 1937, p. 49) 
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FIGURA 5 – Direcções fundamentais da madeira (In Carvalho, 1996, p. 29) 
Aglomerados de Madeira 
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CAPÍTULO II – PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DA MADEIRA 
2.1. – PREÂMBULO 
As madeiras e seus derivados, de um modo geral, para além das suas características 
químicas, possuem importantes propriedades físicas e mecânicas, cuja diferença básica reside no 
facto de as físicas serem características intrínsecas da madeira, independentemente da sua 
utilização, ao passo que as mecânicas encontram-se associadas às diversas qualificações da 
madeira para as respectivas finalidades ou utilizações. 
Nem toda a madeira é igual. Cada variedade apresenta propriedades específicas. Há 
madeiras muito duras e resistentes e outras mais brandas e menos resistentes. Pegando num 
pouco de madeira, verifica-se que a sua estrutura é fibrosa, ou seja, formada por fibras. As fibras 
estão orientadas segundo uma direcção determinada, o que faz com que a madeira não tenha as 
mesmas propriedades em qualquer direcção, sendo mais fácil separar as fibras umas das outras no 
sentido dos veios do que no sentido perpendicular a eles. Esta particularidade que a madeira nos 
oferece exige que se tenha atenção ao projectar e ao trabalhar com ela. 
Como é heterogénea a constituição celular das árvores no seu processo de crescimento, 
não é de estranhar que o comportamento físico e mecânico da madeira que se extrai das árvores, e 
o seu desempenho, sejam díspares. 
2.2. – PROPRIEDADES FÍSICAS 
As propriedades físicas essenciais na madeira são a Humidade, a Densidade e a 
Retractilidade, havendo, no entanto, outras que se encontram de certa forma relacionadas com 
elas, pelo que se referenciam as seguintes: 
Aglomerados de Madeira 
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• A Heterogeneidade, a Anisotropia, a Higrometricidade, a Porosidade, a Dureza, a 
Cor, o Brilho, o Odor e o Gosto, bem como as Condutibilidades eléctrica, térmica e sonora. 
2.2.1. – HUMIDADE 
A humidade é o teor de água existente na madeira. Sem a água não é possível haver 
madeira. Se apenas o “lenho” possuir água, de um ponto de vista técnico, diz-se que a árvore não 
possui humidade. Se apenas as paredes das fibras possuírem água, então dizemos que este tipo de 
água é de “impregnação”. Se forem as próprias fibras que possuem a água, esta designa-se de 
água “livre”. A maior parte da madeira é constituída por celulose, sendo esta substância 
sobejamente conhecida pelo facto de necessitar de muita água para crescer. A quantidade de água 
absorvida pela madeira afecta o seu crescimento. Os “anéis de crescimento”, na retracção da 
madeira do tipo “transversal tangencial”, são de dimensões não regulares, podendo variar o seu 
grau de humidade entre 5% a 10% na passagem da madeira do tipo “seco” para madeira do tipo 
“saturada”. 
Após a extracção da madeira da árvore, podem advir complicações devido ao seu grau 
de humidade, designadamente, empenamentos, fissuras, etc. 
Segundo Carvalho (1996, p. 40), quanto ao teor de água a madeira pode classificar-se 
em: 
• “Madeira saturada” – com o teor de água (humidade) acima dos 70%; 
• “Madeira verde” – com o teor de água entre 30 e 70%. 
• “Madeira semi-seca” – com o teor de água entre 23 e 30%. 
• “Madeira comercialmente seca” – se o teor de água for de 18 a 22%. 
Aglomerados de Madeira 
 23
• “Madeira seca ao ar (sob coberto)” – se o teor de água for de 13 a 17%. 
• “Madeira muito seca” – com o teor de água entre 8 e 12%. 
• “Madeira completamente seca” – com 0% de teor de água. 
O conteúdo de humidade “H” da madeira define-se também como sendo a massa de 
água contida na madeira expressa como percentagem da massa seca. Dado que a massa se 
determina mediante pesagens, esta definição resulta equivalente se utilizarmos o peso em vez da 
massa, pelo que temos: 
100
2
21 ×−=
P
PPH 
Sendo P1 o peso inicial da amostra, e P2 o peso seco da amostra obtido por secagem em 
estufa a uma temperatura de 1030 C ± 20 C. 
A madeira recém-cortada tem um conteúdo de humidade compreendido entre 50 e 
110%, reduzindo-se a valores entre 16 e 18% por secagem ao ar livre. Para se conseguir 
conteúdos de humidade inferiores a 16 e 18%, temos de recorrer à secagem artificial. 
Ainda no respeitante à humidade temos a considerar a presença da água na madeira sob 
três formas: a água que faz parte intrínseca da matéria lenhosa da madeira e cuja eliminação só é 
possível com a destruição da própria madeira, dizendo-se neste caso que o teor em humidade é 
nulo; a água retida nas próprias paredes das fibras que é designada por água de impregnação ou 
água de saturação; e finalmente a água no interior das fibras que aparece quando as suas paredes 
já se encontram saturadas, chamada água livre, e que existe naturalmente na madeira verde. 
O teor de humidade da madeira nas árvores é de cerca de 50%. Se a madeira estiver sob 
imersão, o teor em humidade pode chegar aos 200%. 
Aglomerados de Madeira 
 24
2.2.2. – DENSIDADE 
A densidade é uma propriedade que está relacionada com a humidade da madeira, 
através do indicador “Massa Específica Aparente” (MEA). Este indicador permite determinar o 
peso que a madeira tem por cada unidade de volume aparente, a partir do teor de humidade que 
serve de base ao cálculo do mesmo, traduzindo também a compacidade da madeira, ou seja, a 
maior ou menor concentração do tecido lenhoso por unidade de volume. 
Esta importante propriedade física da madeira é muito variável nas espécies comerciais, 
não só devido às condições climáticas do ambiente de crescimento, mas também pela humidade 
ou teor de água que apresentam e ainda pela quantidade de infiltrações no lenho cerneiro. Com o 
fim de identificação, a densidade é apreciada por sopesagem comparativa de peças de madeira de 
idênticas dimensões e estados de humidade. 
2.2.3. – RETRACTILIDADE 
A retractilidade é a propriedade da madeira que consiste em variar de dimensões quando 
o seu teor de água se modifica. Ela expande-se ao absorver água, e contrai-se ao perdê-la. 
Define-se coeficiente de retractilidade como a variação de volume da madeira em função 
da variação de 1% do seu teor em humidade, e pode ser classificada em dois tipos: 
• Retracção transversal – a que respeita ao atravessamento do diâmetro da árvore, 
podendo ser uma “retracção transversal tangencial” ou “retracção transversal radial”; 
• Retracção longitudinal – a que respeita ao comprimento (altura) da árvore. 
Carvalho, (1996, p. 55), apresenta a seguinte classificação respeitante ao “coeficiente de 
retractilidade”: 
Aglomerados de Madeira 
 25
• “Madeira muito nervosa” – se o valor do coeficiente variar entre 0,75% e 1%; 
• “Madeira nervosa” – se o valor variar entre 0,55 e 0,75%; 
• “Madeira medianamentenervosa” – se o valor variar entre 0,35 e 0,55%; 
• “Madeira pouco nervosa” – se o valor variar entre 0,15 e 0,35%. 
2.2.4. – HETEROGENEIDADE 
A heterogeneidade consiste no facto de duas peças extraídas da mesma madeira nunca 
serem iguais uma à outra, ainda que sejam da mesma árvore. Esta diferenciação da madeira 
resulta do facto de as células das árvores serem diferentes, pelo que a madeira também é 
necessariamente diferente, ou seja, a madeira é um material orgânico. Os tecidos em questão são 
aqueles que dizem respeito aos “anéis de crescimento”. Estes apresentam diferenças conforme 
respeitarem à Primavera ou ao Outono. No que diz respeito ao “cerne” nota-se, de igual modo, 
também diferenças a nível dos tecidos. Esta heterogeneidade, conjugada com outras 
características (a referir mais à frente), tem como consequência o facto de a madeira ter também 
uma diferente dureza, uma diferente densidade e uma cor diferente. 
 
FIGURA 6 – Imagem de duas árvores da mesma espécie com anéis de crescimento diferentes 
2.2.5. – ANISOTROPIA 
A anisotropia tem a ver com o facto de as propriedades físicas e químicas da madeira 
variarem conforme as direcções ou sentidos que a árvore conheceu ao longo do seu processo de 
crescimento natural. Liga-se, por conseguinte, a questões que se prendem com a composição das 
Aglomerados de Madeira 
 26
fibras e a sua disposição formal. Carvalho (1996, p. 20) procede à apresentação de uma 
classificação dos vários tipos de madeira segundo esta propriedade, em “baixa”, “média” e “alta”, 
consoante assuma os valores de menor de 1,5, entre 1,5 a 2 e maior do que 2, em percentagem. 
2.2.6. – HIGROMETRICIDADE 
A higrometricidade é uma característica que a madeira possui de absorver a água e de a 
perder por evaporação. 
A madeira é um material orgânico e higroscópico, como tal muito sensível à influência 
da variação do grau de humidade ambiente, de tal forma que a cada par de valores higrotérmicos 
do ar (temperatura e humidade relativa) lhe corresponde um determinado valor de humidade, 
denominado humidade de equilíbrio higroscópico. 
Este valor deverá ser indicativo para a humidade de serviço da madeira em função da 
sua utilização, para que não venha a sofrer alterações dimensionais da sua estrutura, o mesmo é 
dizer do seu volume. 
2.2.7. – POROSIDADE 
A porosidade é uma característica da madeira que permite deixar passar mais ou menos 
organismos ou elementos voláteis na sua constituição material. Como noutros materiais, também 
está ligada à maior ou menor aptência para absorver água. 
2.2.8. – DUREZA 
A dureza é uma propriedade intimamente associada à ideia da resistência que a madeira 
possui, e varia com a sua idade e duração, sendo também diferente conforme se trate do “cerne” 
ou do “borne” da madeira. 
Aglomerados de Madeira 
 27
A dureza da madeira é um indicador corrente das suas propriedades físicas, uma vez que 
depende sobretudo da espessura das paredes celulares ou do tamanho do lúmen (espaço interno 
entre as suas paredes), variando, consequentemente, com a densidade. É possível ter uma ideia 
aproximada da dureza pela dificuldade de riscar com um bico metálico, ou mesmo com uma 
unha, uma superfície longitudinal da peça de madeira. A sua rigorosa determinação requer 
equipamento e metodologia próprias. A dureza também surge, portanto, associada ao conceito de 
deformabilidade. 
2.2.9. – COR 
A cor é a propriedade característica da tonalidade que apresenta cada tipo de madeira 
(branca, rosada, avermelhada, acastanhada, amarelada), sendo variável de acordo com a idade da 
madeira. 
A cor da madeira é devida aos denominados extractivos, embora os principais 
componentes da parede celular, com excepção da celulose, também possam contribuir para a 
tonalidade do tecido lenhoso exposto por corte, em virtude de naturais oxidações. A cor da 
madeira varia não apenas com as espécies lenhosas, mas com indivíduos da mesma população, 
inclusive em zonas ou áreas da árvore. Este facto, em conjugação com certas singularidades 
características, tais como o fio e o veio da madeira, confere uma imagem específica a cada peça 
deste material, valorizando-o em qualidades decorativas. 
2.2.10. – BRILHO 
O brilho é a propriedade que os corpos têm de reflectir luz incidente, ou seja, a 
propriedade de exibirem lustro. Consequentemente, uma madeira possui mais ou menos brilho 
consoante a sua capacidade de refletância, classificando-se por isso em baças ou lustrosas. A 
mais importante causa do brilho é a natureza das infiltrações no lenho, pelo que o cerne é mais 
lustroso que o borne. Contudo, há madeiras com modesta quantidade de extractivos e lustrosas, 
nomeadamente quando são de natureza oleosa ou gomosa. 
Aglomerados de Madeira 
 28
2.2.11. – ODOR E GOSTO 
O odor depende da presença, sobretudo no borne, de produtos infiltrados de diversa 
origem, desigandamente, os extractivos ou de metabolismo no cerne, e os metabolitos resultantes 
do desenvolvimento nos tecidos lenhosos, de microflora, mais frequente no borne, em virtude da 
sua maior assimilabilidade de substâncias aí contidas, como os amidos. Nas madeiras portuguesas 
são particularmente aromáticos certos pinhos, inclusive o pinho bravo, com pronunciado cheiro a 
resina, e o pinho manso com característico cheiro a pinhão. Claro que nem todos os cheiros são 
aromáticos, depende dos extractivos. Associa-se o odor ao gosto, mas este apenas pode ter 
verdadeiro interesse diagnóstico. 
2.2.12. – CONDUTIBILIDADES ELÉCTRICA, TÉRMICA E SONORA 
As condutibilidades eléctrica, térmica e sonora são propriedades que identificam a 
madeira como sendo boa isoladora da electricidade, de ter uma baixa condutividade térmica 
devido à escassez de electrões livres e à sua porosidade. É também um bom isolante acústico, 
ressalvando que, neste caso, é mais ou menos isolante conforme a quantidade de ar que ela é 
capaz de ter no seu interior, para além da sua compactação. Acresce referir a sua capacidade de 
absorção sonora, o que permite melhorar as condições acústicas dos locais públicos em que se 
use a madeira ou seus derivados, reduzindo o efeito da reverberação. 
2.3. – PROPRIEDADES MECÂNICAS 
Para se compreender o comportamento mecânico da madeira é preciso ter presente a sua 
constituição anatómica, que pode considerar-se como um material anisotrópico formado por 
tubos ocos com uma estrutura especificamente desenhada para resistir a tensões paralelas à fibra. 
As resistências e os módulos de elasticidade, na direcção paralela à da fibra, são sempre muito 
mais elevados que na direcção perpendicular. 
Aglomerados de Madeira 
 29
2.3.1. – RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO, À TRACÇÃO E À FLEXÃO 
A resistência à compressão tem a ver com o comportamento da madeira quando está 
exposta a pressões a partir das suas extremidades, e de forma a diminuir o seu comprimento. 
Conforme a direcção da compressão for paralela às fibras, ou perpendicular, ou ainda oblíqua, 
assim o efeito e as reacções da madeira também serão diferentes. Também quanto maior for o 
grau de humidade, maior é a vulnerabilidade da madeira e, portanto, menor a sua resistência à 
compressão. 
A resistência à tracção relaciona-se com o facto de nos seus topos, e segundo o seu eixo, 
entrarem em acção forças iguais mas opostas, cujo objectivo é o de tentar fazer com que o seu 
comprimento aumente. Se o esforço de tracção incidir no sentido paralelo ao das fibras, conclui-
se que a sua resistência é dupla da resistência à compressão. 
A resistência à flexão consiste na capacidade de reacção às cargas uniformemente 
distribuídas em todo o comprimento da madeira, ou em pontos variados e isolados uns dos outros. 
2.3.2. – ELASTICIDADE, FLUÊNCIAE FADIGA 
A elasticidade consiste na sua resistência à deformação por alongamento ou por 
encurtamento da madeira sob tracção ou compressão uniformes. A fluência e fadiga 
correspondem à deformação ou redução da resistência com o tempo (caso da fluência) às 
solicitações que se efectuam sobre a madeira, ou quando a mesma é sujeita de forma cíclica (caso 
da fadiga) a solicitações. 
2.3.3. – A MADEIRA PERANTE A TEMPERATURA E O FOGO 
O efeito da temperatura na resistência da madeira é muito pequeno. Com temperaturas 
inferiores a 00 C, os valores característicos da resistência à flexão e compressão são ligeiramente 
maiores que à temperatura normal. A madeira submetida a temperaturas muito elevadas pode 
Aglomerados de Madeira 
 30
sofrer uma perda de resistência, porém, quando está submetida de forma contínua a temperaturas 
de 370 C, alcançando ocasionalmente os 500 C, está provado que a sua resistência não é afectada. 
Acima desta temperatura (500 C) a resistência tenderá a reduzir-se. 
 
FIGURA 7 – Imagem de um incêndio 
Quanto ao comportamento da madeira perante o fogo, sabe-se que a reacção ao fogo da 
madeira e seus derivados depende muito da sua espessura, da humidade e da sua própria espécie. 
Um incêndio é uma combustão incontrolada que se desenvolve no espaço e no tempo, e que 
necessita para a sua evolução de uma acumulação de materiais combustíveis. É por isso que a 
legislação sobre a matéria pretende limitar a quantidade e a natureza dos materiais combustíveis 
existentes nos locais dos edifícios, já que a sua estrutura, propriamente dita, contribui muito 
pouco para o desenvolvimento do fogo. 
Apesar da madeira ser um material inflamável a temperaturas mais baixas relativamente 
às que se produzem num incêndio, é menos perigoso do que se julga, principalmente pelas 
seguintes razões: 
1. A baixa condutibilidade térmica da madeira faz com que a temperatura diminua até ao seu 
interior; 
Aglomerados de Madeira 
 31
2. A carbonização superficial que se produz dificulta por um lado a saída dos gases e por 
outro a penetração do calor, por ter uma condutibilidade térmica ainda menor que a 
própria madeira; 
3. A sua dilatação térmica não provoca deformações perigosas. 
Aglomerados de Madeira 
 32
CAPÍTULO III – PERCURSO DA MADEIRA ATÉ AOS SEUS DERIVADOS 
 
3.1. – GENERALIDADES 
Como referimos anteriormente, a madeira é extraída a partir de várias espécies de árvores. 
Tudo começa com a escolha do solo que reúna as condições apropriadas para uma árvore ser 
plantada, crescer e dar madeira, a qual se poderá transformar depois num seu produto derivado 
(aglomerado, contraplacado, folheado, lamelado, placas de fibra de madeira “platex”, folha de 
madeira natural, termolaminado, madeira reconstituída, etc.) 
As zonas mais apropriadas para plantar árvores que permitam extrair madeira, são as que 
possuem climas e solos que não sejam de extremos. Geralmente, a árvore nasce através do 
lançamento da semente à terra, embora não seja este o único método. A semente utilizada deve 
ser oriunda de uma área com características ecológicas similares àquela onde vai ser lançada. A 
melhor forma de a semente florescer é a existência de um bom meio ambiente, proporcionado por 
um solo que não possua quaisquer outros tipos de plantas que consumam a água e os nutrientes 
necessários ao desenvolvimento das árvores que se pretendem, como se pode ver na figura 4. 
 
FIGURA 8 – Pinus pinaster - pinheiro marítimo 
Aglomerados de Madeira 
 33
3.2. – CRESCIMENTO E PRODUÇÃO 
O crescimento das árvores não pode ser acelerado e, ainda que a produção possa ser 
aumentada por meio de repovoamentos florestais, não é possível abastecer com madeira natural 
todas as necessidades cada vez maiores da indústria. Para satisfazer as exigências postas pelos 
construtores e fabricantes de mobiliário, desenvolveu-se um novo tipo de material, os derivado da 
madeira, que permitem utilizar quase integralmente não só os ramos, as lenhas e os toros de 
pequeno diâmetro produzidos pelas matas, mas também os desperdícios de madeira, as aparas e 
as serraduras provenientes das serrações. 
Diferentes técnicas de fabrico permitiram, desde 1950, realizar industrialmente diversos 
tipos de painéis que são constituídos, sobretudo, por aparas ou partículas aglomeradas por meio 
de resinas sintéticas sob pressão e temperatura elevadas. Este sistema permite obter placas 
dotadas de grande estabilidade dimensional em qualquer direcção, uma vez que se destruiu, pelo 
processo indicado, a organização natural do material lenhoso que conferia a este desiguais 
retracções e propriedades mecânicas, consoante a orientação considerada. 
As árvores ao crescerem desenvolvem-se naturalmente devido à existência de quatro 
factores primordiais: o clima, o solo, o ar e a forma de povoamento. 
O clima, porque está intimamente relacionado com a quantidade de água das chuvas e 
com o sol, essencialmente. O solo porque é dele que as árvores retiram os sais minerais 
imprescindíveis à alimentação, designadamente, os fosfatos, o calcário, o potássio, etc. O ar que é 
fundamental para as trocas gasosas da função respiratória da árvore. Por último, a forma de 
povoamento florestal, visto que, segundo Santos (1991, p. 35), “uma distribuição equilibrada do 
número de árvores por uma determinada superfície conduz a um aproveitamento mais racional 
dos elementos do solo e da luz solar”. 
O tempo necessário, desde que a semente é lançada à terra até que se possa extrair a 
madeira da árvore, é variável de árvore para árvore. Por exemplo, no caso do sobreiro de onde se 
Aglomerados de Madeira 
 34
extrai a cortiça, Fabião (1996, p. 71), por imperativo legal o tempo de “descortiçamento” é de 9 
anos, numa mesma árvore. 
Após abate, as árvores de qualquer natureza são limpas no local onde floresceram, ou 
são submetidas a diversas operações tais como, desrama, desponta, toragem (ou traçagem) e 
falquejamento (ou falqueamento). A “desrama” consiste no corte de todos os ramos com folhas; a 
“desponta” é a denominação do corte dos ramos mais grossos; a “toragem” é o corte do tronco 
em comprimentos standardizados (12 palmos equivalentes a 2,64 metros), sendo de admitir 
outras dimensões de acordo com o diâmetro e a sua utilização; e, por fim, o falquejamento que 
consiste em retirar da parte exterior do toro, depois de descascado, quatro peças de madeira, com 
uma só face completa, obtendo-se uma só peça esquadriada (denominada no jargão técnico de 
“falca”). Esta “falca” pode ser de dois tipos: aresta viva ou meia quadra, tal como se pode ver na 
figura 5. 
 
FIGURA 9 - Ilustração da toragem, falcas e toros (in Santos, 1991, p. 62) 
Após a obtenção dos toros, procede-se ao seu desfiamento, isto é, à execução de “cortes” 
ou “fios longitudinais” (figura 6), com destino à indústria de transformação no caso de grandes 
quantidades. 
Aglomerados de Madeira 
 35
 
FIGURA 10 -Toros de Madeira Desfiada (in Santos, 1991, p. 63) 
Porém, se o destino for a sua utilização em quantidades de retalho, então os toros são 
transportados até às serrações para aqui serem serrados com recurso a serras manuais ou serras 
mecânicas. No caso destas últimas, como por exemplo as serras de lâminas oscilantes, circulares 
e as serras de fita sem-fim (figura 7), o corte do toro é mais rápido e rigoroso, havendo também 
menor desperdício. 
 
FIGURA 11 – Corte Através de uma Serra de Fita Sem-Fim (Charriot) (in Santos, 1991, p. 63) 
Para que se possa retirar o máximo aproveitamento do toro é, então, primordial conhecer-
se o destino a dar ao mesmo, seja na indústria onde vai ser utilizado, seja no tipo de produto final. 
É essencial este aspecto, poispermite escolher o melhor corte de entre os vários tipos possíveis: 
radial, primitiva, “cantibay”, “moreau”, holandesa, com falquejamento, etc. 
Aglomerados de Madeira 
 36
3.3. – EVOLUÇÃO DO SECTOR DAS MADEIRAS EM PORTUGAL 
No território de Portugal continental, até ao século XIX, pouco ou nada se conhecia 
quanto à quantidade de árvores, tipos de árvores e suas características, bem como a qualidade das 
mesmas, pelo que era muito difícil conhecer-se a madeira que era possível extrair. Segundo 
Fabião (1996, p. 122), desde o século XIX até à actualidade, as características mais importantes 
da evolução deste domínio podem ser traduzidas pela “progressiva ocupação de terrenos incultos 
sem vocação agrícola e na prodigiosa expansão da área de pinheiro bravo, que é hoje a nossa 
principal produtora de madeira”. 
Não obstante, as espécies de árvores que vem a ser as mais plantadas são o “carvalho”, o 
“castanheiro” e o “eucalipto”. Nas décadas mais recentes, pode-se observar que há um aumento 
célere da superfície plantada de eucalipto com diminuição constante e ténue da superfície do 
azinho. 
De acordo com Fabião (1996, p. 123), a evolução da ocupação em termos de floresta do 
Continente, desde 1980 até ao ano de 1992 (o mais recente disponível) é a constante na tabela 1. 
Como se pode constatar, do ano de 1980 para o ano de 1992, o pinheiro bravo, 
principalmente, e a azinheira, mais aquele do que esta, diminuíram no que se refere à área 
florestal ocupada. O eucalipto, o sobreiro e as demais árvores referidas no quadro, conheceram 
uma evolução ascendente no período considerado. 
Na opinião de Fabião (1996, p. 127), pela informação disponível até à actualidade, há 
uma ideia base que é possível retirar, e que se consubstancia no carácter profundamente artificial 
da floresta portuguesa. Esta ideia insere-se no crescimento desorganizado, casuístico e não 
planeado da nossa floresta, ditado por razões que têm a ver com os interesses de quem decide nas 
diversas localidades florestais do território. 
Aglomerados de Madeira 
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FLORESTA, POR TIPOS DE ÁRVORES, EM HECTARES E PERCENTAGEM OCUPADA DE 
ÁREA FLORESTAL EM PORTUGAL CONTINENTAL (1980 e 1992) 
 TABELA 1 – Área de algumas espécies ocupadas em território continental, nos anos de 1980 e 1992 
(in Fabião, 1996, p. 123) 
 
1980 1992 
 
MILHARES DE 
HECTARES 
PERCENTAGEM 
DE ÁREA 
FLORESTAL 
MILHARES 
DE 
HECTARES 
PERCENTAGEM 
DE ÁREA 
FLORESTAL 
PINHEIRO BRAVO 1300 42.7 845 30.7 
PINHEIRO MANSO 35 1.1 6 na 
OUTRAS RESINOSAS 35 1.1 91 3.3 
EUCALIPTO 295 9.7 438 15.9 
SOBREIRO 655 21.5 664 24.1 
AZINHEIRA 536 17.6 465 16.9 
CARVALHOS 66 2.2 112 4.1 
CASTANHEIRO 30 1.0 31 1.1 
OUTRAS FOLHOSAS 68 2.2 77 2.8 
Aglomerados de Madeira 
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CAPÍTULO IV – DERIVADOS DA MADEIRA 
4.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS 
A madeira natural, na sua forma maciça, era outrora aplicada em todos os tipos de 
trabalhos de construção e mobiliário sem ter em conta que se tratava de um material orgânico e 
higroscópico, portanto sujeito a variações dimensionais da sua estrutura e, consequentemente, do 
seu volume, quando exposto a variações de temperatura e de humidade ambientes. Assim, 
quando uma madeira perde humidade sofre fenómenos de retracção e quando absorve água fica 
sujeita a um entumecimento. 
Tais alterações de volume são geralmente acompanhadas de empenos no plano normal às 
fibras. Assim, é pouco aconselhável utilizar a madeira natural em grandes superfícies, pois as 
deformações podem tornar-se importantes e prejudicar o aspecto da obra e até a sua função de 
utilização. 
Surge então a técnica da conversão da madeira, a partir da divisão dos toros em pranchas 
ou tabuados cujas faces apresentam aspectos distintos consoante o plano de corte efectuado se 
aproxima da medula (corte radial) ou se afasta bastante desta (corte tangencial). A conversão 
posterior destas pranchas ou tabuados permite a obtenção de peças com diferentes secções e 
comprimentos. 
Por conseguinte, se obtivermos outros materiais que, por via de específicas operações de 
transformação, visem melhorar estes aspectos e/ou atenuar as condições sub-óptimas de 
quantidades de madeira, em termos de qualidade, resistência e duração, então podemos contar 
com a existência de madeira não só em maior quantidade como também de melhor qualidade. 
Estas específicas operações de transformação dão origem àquilo a que se designa por 
“derivados da madeira”, que não são mais do que uma forma de rearranjar as fibras existentes, 
especialmente do tecido do “lenho”. A ideia é obter, após transformação das estruturas de raiz da 
madeira, essencialmente os seguintes benefícios: 
Aglomerados de Madeira 
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• Homogeneidade de composição e razoável isotropia no comportamento físico e 
mecânico; 
• Maiores possibilidades de secagem e tratamento de preservação e ignifugação, 
quando o material, antes da aglomeração, está reduzido a lâminas finas ou pequenos fragmentos; 
• Melhoria de algumas características físicas, como sejam a retractilidade e a massa 
específica, e também de características mecânicas em relação à madeira natural, por meio de 
alternativas nos processoa de fabrico; 
• Fabricação de produtos novos, com dimensões que a natureza não produz e melhores 
características (adequadas à tecnologia moderna de pré-fabricação modulada, entre outros 
aspectos); 
• Possibilitarem um aproveitamento praticamente integral de todo o material lenhoso 
que se consegue extrair das árvores e, simultaneamente, mais economias na utilização da madeira 
como “matéria-prima” dos seus derivados. 
4.2. – TIPOS DE DERIVADOS DE MADEIRA 
Existem vários tipos de derivados de madeira. No âmbito desta Monografia, pretende-se 
efectuar uma caracterização dos aspectos principais de alguns deles, em especial dos que se 
consideram ser mais importantes no actual panorama nacional. Assim sendo, salientam-se os dois 
grandes grupos de estratificados de madeira, os “aglomerados” e os “contraplacados”, 
subdividindo-se depois os outros produtos derivados, seus sucedâneos mais correntes, 
em“folheados”, “termolaminados”, “placas de fibras de madeira (platex)”, “painéis de 
madeira reconstituída” e ”cortiça”. 
Aglomerados de Madeira 
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4.2.1. - AGLOMERADOS 
4.2.1.1 - DEFINIÇÃO E PROCESSO DE FABRICO 
Segundo Santos (1991, p. 75), os aglomerados “são placas especiais de madeira, 
construídas a partir de pequenas árvores e ramos, provenientes de abates florestais”. Após serem 
descascados e cortados em reduzidas dimensões, são objecto de um tratamento adequado em 
câmaras apropriadas para a sua “humidificação”, sendo depois reduzidos a pequenas partículas 
através de máquinas desfibradoras, e transportados em tapetes rolantes a secadores rotativos para 
eliminação de toda a sua humidade. Após esta fase, as partículas são conduzidas a máquinas 
misturadoras que procedem à impregnação de resina, passando depois para tabuleiros apropriados 
em camadas previamente estabelecidas, para serem prensadas a uma temperatura que ascende aos 
200º centígrados e uma pressão de 200 toneladas, afim de obterem a resistência e a forma final. 
Posteriormente, são levadas para máquinas de acabamento de forma a serem esquadriadas 
e polidas para o aglomerado ficar com as medidas standardizadas. Um exemplo do produto final 
pode ser observado na figura 8. 
 
FIGURA 12 – Aglomerados (in Santos, 1991, p .75) 
Estas placas possuem resistência e durabilidade, sendo por isso utilizadas nos mais 
diversos fins dos quais podemos destacar o revestimento de tectos, paredes e mobiliário. De entre 
Aglomerados de Madeira 
 41
os vários tipos de aglomerados que existem salientam-sedois tipos: “o aglomerado standard” e o 
“aglomerado hidrófugo”. 
Em relação ao aglomerado standard é de referir que se trata de um painel de partículas 
de madeira de pinho aglomeradas com resina química e que, geralmente, não possui qualquer 
revestimento nas faces. Este tipo de aglomerado é especialmente talhado para a construção civil, 
indústria do mobiliário e decoração de quaisquer domínios. A forma de utilização tanto pode ser 
em bruto (ou em cru), como revestido a papel ou a folha de madeira. 
No referente ao aglomerado hidrófugo, este é também um painel de partículas de 
madeira de pinho sem revestimento nas faces, mas fabricado com resinas especiais (não 
químicas) de tal forma que possa resistir à humidade, sendo por isso adequado para o fabrico de 
mobiliário a colocar em ambientes húmidos e para a construção civil. Também pode ser utilizado 
no seu estado bruto para efeitos de lacagem ou de revestimento. 
Cabem também na designação de aglomerados de madeira, as placas ou painéis de fibra 
que são constituídos por partículas obtidas por cocção de madeira fragmentada mecanicamente, 
ligada sob fortes pressões e altas temperaturas, utilizando a lenhina da própria madeira como 
aglutinante. 
Os painéis de partículas, segundo o seu fabrico, podem classificar-se em: 
♦ Painéis comuns – formados por uma só camada, também designados por 
homogéneos por serem constituídos por partículas sensivelmente das mesmas dimensões 
em toda a espessura ou por várias camadas, geralmente três, em que a central é formada 
por partículas de maiores dimensões e as superficiais por material mais fino. 
♦ Painéis folheados – de constituição análoga e revestidos nas suas duas faces por 
folhas decorativas. Os painéis de espessura superior a 30 mm podem ser obtidos por 
Aglomerados de Madeira 
 42
outros processos de fabrico que deixam perfurações tubulares no seu interior, de que 
resulta uma diminuição do seu peso. São conhecidos no mercado por painéis extrudidos. 
Os painéis de partículas apresentam-se com uma larga gama de dimensões, tendo 
espessuras geralmente de 4 a 30 mm, com larguras e comprimentos variáveis entre 1,00m e 
2,13m por 2,00m e 2,80m, respectivamente. 
4.2.1.2. – TIPOS DE AGLOMERADOS E SUAS APLICAÇÕES 
4.2.1.2.1 - AGLOMERADO DE FIBRAS (MDF) 
Hoje em dia, falar em produtos derivados de madeira é falar de MDF – Aglomerados de 
fibras de densidade média ou “Médium Density Fibreboard”. Apresentando-se como o produto 
derivado de madeira com melhores condições para substituir de facto a madeira maciça, o seu 
consumo mundial tem vindo a aumentar continuamente, sendo perfeitamente adequado para 
responder aos requisitos das aplicações de mobiliário ou pavimentos, a necessidades de 
resistência à humidade ou ao fogo, de baixa densidade ou moldabilidade ou mesmo para 
utilizações na construção. O MDF apresenta uma superfície macia ideal para lacagem, de elevada 
maquinabilidade e homogeneidade, tal como se vê na figura 9. 
 
FIGURA 13 – Aglomerado de Fibras (MDF) (in site da Sonae Indústria2) 
 
2 Retirado do site da Internet da “Sonae Indústria” <http://www.sonae-industria-
tafisa.com/port/produtos_gama1.asp?id_prodnivel1=2> em 26/01/2004. 
Aglomerados de Madeira 
 43
Apresenta-se a seguir alguns produtos de Aglomerado de Fibras MDF existentes no 
mercado e suas principais aplicações: 
♦ MDF “Standard (ST)”: Com uma superfície macia, sem descontinuidades e uma 
estrutura que o torna extremamente fácil de trabalhar. O MDF standard é muito 
versátil, tendo sido concebido especialmente para o fabrico de móveis e componentes 
com exigências elevadas de maquinabilidade e acabamento. A sua ampla gama de 
espessuras assegura uma excelente cobertura das necessidades da indústria de mobiliário 
(ver figura 10). 
 
 
FIGURA 14 – MDF Standard ( in site da Sonae Indústria3) 
Dimensões e espessuras existentes no mercado (mm): 
Dimensões: 1220 / 1830 x 2440 
Espessuras standard: 2,5 -3 -4 -5 -6 -8 -10 -12 -15 -16 -18 -19 -22 -25 -28 -30 
Dimensões: 1220 / 2440 x 3660 
Espessuras standard: 8 – 10 – 12 – 15 – 16 – 18 – 19 – 22 – 25 – 28 - 30 
♦ MDF “Pavimentos”: A estrutura e densidade deste tipo de MDF tornam-no na 
solução adequada para aplicações que exigem características de resistência mecânica e 
que estão sujeitas a elevado desgaste, como é o caso dos pavimentos. As suas superfícies 
macias e uniformes permitem o revestimento com qualquer tipo de material para 
pavimentos (ver figura 11). 
 
3 Ver site da “Sonae Indústria” <http://www.sonae-industria-
tafisa.com/port/produtos_gama2.asp?id_prodnivel1=2&id_prodnivel23=11> em 26/01/2004. 
Aglomerados de Madeira 
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FIGURA 15 – Pavimento MDF (in site da Sonae Indústria4) 
 
MDF “Pavimentos resistentes à humidade (MR)”: Combinando a estrutura e 
densidade típicas de um produto para pavimentos com características especiais de 
resistência à humidade, este tipo de MDF é uma solução acertada para aplicações de 
pavimento em áreas mais sensíveis a humidades ocasionais. 
Dimensões e espessuras existentes no mercado (mm): 
Dimensões: 1830 x 2440 
Espessuras standard: 6 - 7 - 8 
 
♦ MDF “Baixa densidade”: Aglomerado de fibras leve mas muito resistente, é a 
solução ideal para a fabricação de portas de guarda-roupa de grandes dimensões ou para 
todas as situações em que é necessária a performance mecânica e física de um MDF, 
mas com restrições especiais de peso. É muito utilizado na montagem e decoração de 
lojas, mesmo quando são especificados sistemas especiais de fixação dos painéis, 
especialmente em situações em que é necessária uma qualidade elevada e consistente do 
material (ver figura 12). 
 
FIGURA 16 – MDF Baixa Densidade (in site da Sonae Indústria5) 
 
4 Ver site da “Sonae Indústria” <http://www.sonae-industria-
tafisa.com/port/produtos_gama2.asp?id_prodnivel1=2&id_prodnivel23=12> em 26/01/2004. 
Aglomerados de Madeira 
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Dimensões e espessuras existentes no mercado (mm): 
Dimensões: 1830 x 2440 
Espessuras standard: 12 - 16 - 19 – 22 
♦ MDF “Resistente à humidade (MR)”: Combinando um excelente desempenho 
em termos de maquinagem com a sua elevada resistência à humidade, é uma solução 
ideal para designs especiais de mobiliário de cozinha e casa de banho. Além disso, este 
MDF resistente à humidade, pela sua excepcional aptidão para operações de 
maquinagem, lixagem e acabamento, é um material de referência para a fabricação de 
caixilhos de portas e janelas, lambrins e outros componentes para a construção (ver 
figura 13). 
 
FIGURA 17 – MDF resistente à humidade (MR) (in site da Sonae Indústria6) 
Dimensões e espessuras existentes no mercado (mm): 
Dimensões: 1830 x 2440 
Espessuras standard: 12 - 15 - 16 - 18 - 19 - 25 - 30
♦ MDF “Superlac”: Para situações especiais como, por exemplo, portas de cozinha 
lacadas, o MDF superlac, com características especiais de aptidão da superfície à 
lacagem, permite uma redução bastante significativa nos tempos de acabamento e no 
consumo de lacas, garantindo, ao mesmo tempo, uma excelente qualidade da superfície 
(ver figura 14). 
 
5 Ver site da “Sonae Indústria” <http://www.sonae-industria-
tafisa.com/port/produtos_gama2.asp?id_prodnivel1=2&id_prodnivel23=15> em 26/01/2004. 
6 Ver site da “Sonae Indústria” <http://www.sonae-industria-
tafisa.com/port/produtos_gama2.asp?id_prodnivel1=2&id_prodnivel23=16> em 26/01/2004. 
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 FIGURA 18 – MDF Superlac

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