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TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL 2009 PROF. DR. JOSÉ ANTONIO DE MILITO PREFÁCIO Estas anotações de aulas, compiladas em forma de apostila, tem o intuito de facilitar a consulta e o acompanhamento das disciplinas de Técnicas das Construções Civis e Construções de Edifícios da Faculdade de Ciências Tecnológicas da P.U.C. Campinas e Construção Civil da FACENS-Faculdade de Engenharia de Sorocaba. Não houve pretensão de escrevê-la para ser publicada como livro, mas sim reunir coletânea, conhecimentos extraídos de livros, catálogos, informativos, pesquisas, palestras, seminários etc. desde 1981, por esta razão não consta as citações e as referências bibliográficas dos autores e fontes de consulta em boa parte dos capítulos. Contém um bom número de informações gerais úteis para que, ao projetar ou edificar, se esteja atento para não cometer os erros mais graves, que são encontrados em grande quantidade, principalmente nas construções de pequeno porte. Espero que, de alguma forma, esta apostila contribua para acrescentar algo de novo aos alunos e mostre a importância do assunto, para que nos futuros projetos, seja dedicado algum tempo, aos cuidados necessários às técnicas de edificar. JOSÉ ANTONIO DE MILITO SUMÁRIO 1 ESTUDOS PRELIMINARES 1.1 Estudo com o cliente ....... 1 1.2.Exame local do terreno ....... 3 1.3 Limpeza do terreno ....... 4 1.4 Levantamento topográfico de lotes urbanos ....... 4 1.4.1 Medidas do terreno (levantamento planimétrico) ....... 4 1.5 Nivelamento (levantamento altimétrico) ....... 7 1.5.1 Com uso do clinômetro ....... 8 1.5.2 Nível de bolha ....... 9 1.5.3 Nível de mangueira ..... 10 2 TRABALHOS PRELIMINARES 2.1 Construções vizinhas ..... 14 2.2 Movimento de terra ..... 14 2.2.1 Cortes ..... 15 2.2.2 Aterros e reaterros ..... 16 2.2.3 Sistemas de contratação dos serviços de movimento de terra ..... 17 2.3 Instalação de canteiros de serviços ou canteiro de obras ..... 17 2.3.1 Exemplo de barracão para obras de pequeno porte ..... 19 2.4 Locação de obra ..... 21 2.4.1 Processo dos cavaletes ..... 21 2.4.2 Processo da tábua corrida ..... 22 2.5 Traçado ..... 23 2.5.1 Traçado de ângulos retos e paralelas ..... 24 2.5.2 Traçado de curvas ..... 25 2.5.3 Locação de estacas ..... 26 2.5.4 Locação da fôrma de fundação ..... 28 3 FUNDAÇÕES CONVENCIONAIS 3.1 Sondagem ..... 31 3.1.1 Execução da sondagem ..... 31 3.1.2 Resistência à penetração ..... 33 3.1.3 Determinação do número de sondagens a executar ..... 33 3.1.4 Perfil de sondagem ..... 35 3.2 Escolha do tipo de fundações ..... 36 3.2.1 Tipos de fundações ..... 37 3.3 Fundação direta ou rasa ..... 38 3.3.1 Sapata corrida em alvenaria ..... 39 3.3.2 Sapatas isoladas ..... 42 3.3.3 Sapatas corridas ..... 42 3.3.4 Radiers ..... 43 3.4 Fundações profundas ..... 44 3.4.1 Estacas ..... 44 3.4.2 Blocos de coroamento das estacas ...... 46 3.4.3 Brocas ..... 47 3.4.4 Estacas escavadas ..... 49 3.4.5 Estacas apiloada ..... 49 3.4.6 Estacas Strauss ..... 50 3.4.7 Estacas Franki ..... 51 3.4.8 Tubulões ..... 51 3.4.9 Alvenaria de embasamento ..... 53 3.5 Impermeabilização ..... 54 3.5.1 Impermeabilização dos alicerces ..... 55 3.5.2 Impermeabilização nas alvenarias sujeitas a umidade do solo ..... 57 3.6 Drenos ..... 58 4 ALVENARIA 4.1 Elementos de alvenaria tradicional ..... 63 4.1.1 Elementos cerâmicos ..... 63 4.1.2 Tijolos de solo cimento ..... 67 4.1.3 Blocos de concreto ..... 68 4.2 Outros elementos de alvenaria de vedação ..... 69 4.3 Elevação da alvenaria tradicional ..... 69 4.3.1 Paredes de tijolos maciços ..... 70 4.3.1a Amarração dos tijolos maciços ..... 72 4.3 1b Formação dos cantos de parede ..... 74 4.3.1c Pilares de tijolos maciços ..... 75 4.3.1d Empilhamento de tijolos maciços ..... 76 4.3.1e Cortes em tijolos maciços ..... 77 4.3.2 Paredes com blocos de concreto ..... 77 4.3.3 Paredes de tijolos furados ..... 79 4.4 Vãos em paredes de alvenaria ..... 79 4.5 Outros tipos de reforços em paredes de alvenaria ..... 82 4.6 Fixação das alvenarias de vedação em estruturas de concreto ..... 84 4.7 Muros ..... 85 4.7.1 Fechamento de divisas em blocos de concreto ..... 85 4.7.2 Fechamento de divisas em tijolo maciço e baiano ..... 86 4.7.3 Tipos de fundações para muros ..... 87 4.8 Argamassa de assentamento – preparo e aplicação ..... 88 4.8.1 Preparo da argamassa para assentamento de alvenara de vedação ..... 88 4.8.2 Aplicação ..... 89 5 FORROS 5.1 Forro de madeira ..... 91 5.2 Lajes pré-fabricadas unidirecionais ..... 92 5.2.1 Elementos que as compõe ..... 93 5.2.2 Generalidades sobre a laje comum (LC) ..... 94 5.2.3 Generalidades sobre laje treliça (LT) ..... 98 5.2.4 Generalidades sobre laje protendida (LP) ... 102 5.2.5 Montagem e execução de lajes pré-fabricadas ...103 5.3 Lajes pré-fabricadas bidirecionais ... 107 5.4 Pré-lajes unidirecionais e bidirecionais ... 108 5.5 Lajes pré-fabricadas – Painel alveolar de concreto protendido ... 108 6 COBERTURA 6.1 Estrutura ...111 6.1.1 Materiais utilizados nas estruturas ...112 6.1.2 Peças utilizadas nas estruturas de telhado ...114 6.1.3 Ligações e emendas ...119 6.1.4 Telhado pontaletado ...122 6.1.5 Recomendações ...124 6.2 Cobertura ... 125 6.2.1 Cerâmica ... 125 6.2.2 Concreto ... 130 6.2.3 Telhas onduladas de fibrocimento ... 130 6.2.4 Inclinação e caimento ou declividade das telhas ... 131 6.3 Sistema de captação de águas pluviais ... 133 6.3.1 Calhas ... 134 6.3.2 Água furtada ... 135 6.3.3 Condutores ... 136 6.3.4 Coletores ... 136 6.3.5 Rufos e pingadeiras ... 136 6.4 Dimensionamento ... 136 6.4.1 Calhas ... 136 6.4.2 Condutores ... 138 6.5 Formas de telhados ... 138 6.5.1 Beirais ... 138 6.5.2 Platibanda ... 139 6.5.3 Linhas do telhado ... 140 6.5.4 Tipos de telhados ... 141 6.6 Regra geral para desenho das linhas dos telhados ...142 6.7 Calculo das telhas para cobertura plana ...143 7 ESQUADRIAS 7.1 Esquadrias de madeira ...145 7.1.1 Portas ...145 7.1.2 Porta balcão ... 150 7.1.3 Janelas ...151 7.1.4 Tipos de janelas de madeira ...153 7.2 Esquadrias de metal ...156 7.2.1 Janelas ... 156 7.2.2 Portas ... 160 7.3 Esquadrias de PVC ... 160 7.4 Representação gráfica de portas e janelas ... 161 7.4.1 Portas ... 161 7.4.2 Janelas ... 161 7.5 Algumas dimensões comerciais ... 163 7.5.1 Portas ... 163 7.5.2 Janelas ... 163 7.6 Como escolher uma esquadria ... 164 8 REVESTIMENTO 8.1 Preparo dos substratos ...166 8.1.1 Na vertical ...166 8.1.2 Na horizontal ...168 8.2 Revestimentos argamassados tradicionais ...170 8.2.1 Na vertical ...170 8.2.2 Na horizontal ...177 8.3 Revestimentos não argamassados ...178 8.3.1 Gesso ...178 8.3.2 Revestimento cerâmico ...181 8.3.2.1 Revestimento cerâmico na vertical ...185 8.3.2.2 Revestimento cerâmico horizontal ...188 8.3.3 Piso de madeira ...192 8.3.4 Carpete ...196 8.3.5 Pedras decorativas ...196 8.3.6 Pisos vinílicos ...200 8.3.7 Pisos de borracha ...201 8.3.8 Pisos laminados ...203 8.3.9 Piso de concreto ...204 9 TINTAS E VIDROS 9.1 Tintas ... 211 9.1.1 Seus tipos ... 211 9.1.2 Sua qualidade ... 212 9.1.3 Preparação da superfície ... 213 9.1.4 Esquema de pintura ... 214 9.1.5 Cuidados na aplicação das tintas ... 216 9.1.6 Condições ambientaisdurante a aplicação ... 220 9.1.7 Material de trabalho ... 220 9.1.8 Rendimentos ... 222 9.1.9 Recomendações gerais ... 222 9.2 Vidro ... 223 9.2.1 Vidro temperado ... 224 10 PATOLOGIAS MAIS COMUNS EM REVESTIMENTO 10.1 Revestimento Argamassados – Analise das causas ... 229 10.1.1 Causas decorrentes da qualidade dos materiais utilizados ... 229 10.1.2 Causas decorrentes do traço da argamassa ... 231 10.1.3 Causas decorrentes do modo de aplicação do revestimento ... 232 10.1.4 Causas decorrentes do tipo de pintura ... 233 10.1.5 Causas externas ao revestimento ... 234 10.1.6 Reparos ... 236 10.2 Revestimento cerâmicos – Analise das causas ... 239 10.2.1 destacamento de placas ... 239 10.2.2 Trincas, gretamentos e fissuras ... 239 10.2.3 Eflorescência ... 240 10.2.4 Deterioração das juntas ... 240 10.3 Pinturas – Análise das causas ... 241 11 DETALHES DE EXECUÇÃO EM OBRAS COM CONCRETO ARMADO 11.1 Materiais empregados em concreto armado ... 244 11.1.1 Cimento ... 244 11.1.2 Agregados miúdos e graúdos ... 247 11.1.3 Água ... 248 11.1.4 Armaduras ... 248 11.2 Sistemas de fôrmas e escoramentos convencionais ... 251 11.2.1 Materiais e ferramentas ... 252 11.2.2 Peças utilizadas na execução da fôrmas ... 256 11.2.3 Detalhes de utilização ... 257 11.2.4 Junta das fôrmas ... 263 11.2.5 Sistema de forma leve ... 264 11.2.6 Sistema médio de fôrmas ... 265 11.2.7 Sistema pesado de fôrma ... 266 11.2.8 Sistema trepante e auto trepante ... 266 11.2.9 Sistema de fôrmas deslizante ... 267 11.3 recomendação quanto ao manuseio e colocação das barras de aço ... 267 11.3.1 Corte ... 267 11.3.2 Dobramento das barras ... 268 11.3.3 Montagem das armaduras ... 269 11.3.4 Barras de espera de pilares ... 270 11.3.5 Armação de fundação ... 271 11.3.6 Emendas ... 272 11.3.7 afastamento mínimo das barras ... 272 11.4 Como se prepara um bom concreto ... 273 11.4.1 Concreto preparado manualmente ... 273 11.4.2 Concreto preparado com betoneira ... 274 11.4.3 Concreto dosado em central ... 276 11.4.4 Aplicação do concreto em estruturas ... 277 11.4.5 Cobrimento da armadura ... 282 11.4.6 Cura ... 284 11.4 7 Desforma ... 285 11.4.8 Consertos de falha ... 286 11.4.9 plano de concretagem ... 286 12 VOCABULÁRIO DA CONSTRUÇÃO ... 289 ANEXOS Ferramentas ... 321 EPI - Equipamentos de proteção individual ... 323 Pregos na escala natural 1:1 ... 324 Tabelas para obras em concreto armado ... 327 Tabelas prática de traço de concreto ... 330 Tesouras terças e pontaletes ... 332 Caibros ... 333 Referências Bibliográficas ... LISTA DE FIGURAS 1 ESTUDOS PRELIMINARES 1.1 Lote regular ..... 5 1.2.Lote irregular com pouco fundo ..... 5 1.3 Lote irregular com muita profundidade ..... 6 1.4 Lote com setor curvo ..... 6 1.5 Representação de curva de nível ..... 7 1.6 Clinômetro ou nível de Abney ..... 8 1.7 Clinômetro inclinado ..... 8 1.8 Realização das medidas útil com o clinômetro ..... 9 1.9 Utilização do nível de bolha ... 10 1.10Posição da água quando não existe bolhas ... 10 1.11 Processo da mangueira de nível ... 11 1.12 Levantamento altimétrico em terreno com aclive ... 12 1.13 Levantamento altimétrico em terreno com declive ... 12 2 TRABALHOS PRELIMINARES 2.1 Corte em terreno ... 15 2.2 Aterro em terreno ... 16 2.3 Barracão para pequenas obras ... 19 2.4 Aproveitamento das chapas compensadas ... 20 2.5 Cavalete ... 21 2.6 Processo dos cavaletes ... 22 2.7 Marcação sobre gabarito ... 23 2.8 Processo da tábua corrida ... 23 2.9 Traçado de ângulos retos e paralelas sobre o gabarito ... 24 2.10 Traçado de ângulos retos e paralelas sobre o gabarito usando esquadro metálico ... 25 2.11 Traçado de curvas de pequeno raio ... 25 2.12 Traçado de curva pelo método das quatro partes ... 26 2.13 Projeto de locação de estacas ... 27 2.14 Locação de estaca ... 28 2.15 Projeto de forma locadas pelo eixo ... 29 3 FUNDAÇÕES CONVENCIONAIS 3.1 Esquema de sondagem ... 32 3.2 Equipamento de sondagem a percussão ... 32 3.3 Exemplo de locação de sondagens em pequenos lotes ... 34 3.4 Planta de locação das sondagens ... 35 3.5 Exemplo de um perfil de subsolo ... 36 3.6 Relação dos tipos de fundações usuais em construção ... 37 3.7 Profundidade de uma estaca isolada ... 38 3.8 Detalhe do nivelamento do fundo de vala ... 39 3.9 Sem cinta de amarração ... 41 3.10 Com cinta de amarração ... 41 3.11 Com cinta de amarração ... 41 3.12 Sapata isolada retangular ... 42 3.13 Sapata corrida sobre parede ... 42 3.14 Sapata corrida sobre pilares ... 43 3.15 Sapata corrida com viga ... 43 3.16 Radier ... 44 3.17 Esforços nas estacas ... 45 3.18 (a) Arrasamento das estacas (b) Cota de arrasamento das estacas ... 45 3.19 Bloco de coroamento ... 46 3.20 Tipos de trado ... 47 3.21 Perfuração das brocas ... 48 3.22 Perfuratriz ... 49 3.23 Execução das estacas Strauss ... 50 3.24 Execução das estacas Franki ... 51 3.25 Seção típica de um tubulão ... 52 3.26 Tubulão a ar comprimido ... 53 3.27 Alvenaria de embasamento ... 54 3.28 Impermeabilização no respaldo do alicerce ... 56 3.29 Detalhe da aplicação da argamassa impermeável ... 57 3.30 Impermeabilização em locais de pouca ventilação ... 57 3.31 Impermeabilização em locais com ventilação ... 58 3.32 Dreno horizontal ... 59 3.33 Dreno horizontal cego ... 59 3.34 Exemplo de aplicação dos drenos ... 60 4 ALVENARIA 4.1 Tijolo comum ... 64 4.2 Tijolo com furo cilíndrico ... 66 4.3 Tijolo com furo prismático ... 66 4.4 Tijolo laminado ... 67 4.5 Tijolo de solo cimento comum ... 67 4.6 Tijolo de solo cimento para assentamento com cola ... 67 4.7 Bloco de concreto ... 68 4.8 Bloco canaleta ... 68 4.9 Detalhe do nivelamento da elevação da alvenaria ... 70 4.10 Detalhe do prumo do canto da alvenaria ... 70 4.11 Colocação da argamassa de assentamento ... 71 4.12 Assentamento do tijolo ... 71 4.13 Retirada do excesso de argamassa ... 72 4.14 Ajuste corrente ... 73 4.15 Ajuste francês ... 73 4.16 Ajuste inglês ou gótico ... 73 4.17 Canto de parede de meio tijolo no ajuste comum ... 74 4.18 Canto em parede de um tijolo no ajuste francês ... 74 4.19 Canto de parede de um tijolo no ajuste comum ... 74 4.20 Canto em parede de espelho ... 75 4.21 Canto em parede de um tijolo com parede interna de meio tijolo ajuste francês ... 75 4.22 Exemplo de pilares em alvenaria ... 76 4.23 Empilhamento de tijolos maciços ... 76 4.24 Corte do tijolo maciço ... 77 4.25 Detalhe do assentamento do bloco de concreto ... 78 4.26 Detalhe de execução dos cantos ... 78 4.27 Execução da alvenaria utilizando tijolos furados ... 79 4.28 Execução da amarração na alvenaria de tijolo furado ... 79 4.29 Vão de alvenaria ... 80 4.30 Vergas sobre e sob os vãos ... 80 4.31 Vergas em alvenaria de tijolo maciço para vãos até 1,0m ... 81 4.32 Vergas em alvenaria de tijolo maciço para vão entre 1,0 e 2,0m ... 81 4.33 Vergas em alvenaria de bloco de concreto para vão de 1,0m e entre 1,0 e 1,5m ... 81 4.34 Vergas em alvenaria de tijolo maciço para vãos entre 1,5 e 2,0m ... 82 4.35 Vergas em alvenaria de tijolo furado para vãos até 1,0m e entre 1,0 e 2,0m ... 82 4.36 Coxins de concreto ... 82 4.37 Cinta de amarração em alvenaria de tijolo maciço ... 83 4.38 Cinta de amarração em alvenaria de tijolo furado ... 83 4.39 Cinta de amarração em alvenaria de bloco de concreto ... 83 4.40 Fixação da alvenaria de vedação em estrutura de concreto ... 84 4.41 Detalhe dos pilaretes executados nos blocos ... 85 4.42 Detalhe da elevação de muros de bloco aparente, revestidoe viga baldrame ... 86 4.43 detalhe de execução de um muro de tijolo maciço ... 86 4.44 Exemplo de fundação para muros ... 87 4.45 Preparo da argamassa manualmente ... 88 4.46 Preparo da argamassa com betoneira ... 88 4.47 Assentamento tradicional ... 89 4.48 Assentamento em cordão ... 89 4.49 Tipos de frizos ... 90 5 FORROS 5.1 Tipos de forros de madeira ... 91 5.2 Fixação do forro na estrutura do telhado ... 92 5.3 Fixação do forro em laje e em tirantes para execução de rebaixos ... 92 5.4 Elementos da laje pré-fabricada comum ... 94 5.5 Variação das alturas de uma laje pré-fabricada comum ... 95 5.6 Apoio da laje comum sobre alvenaria ... 96 5.7 Apoio da laje comum em estrutura de concreto armado ... 96 5.8 Apoio da laje comum passante em beirais ... 96 5.9 Apoio da laje com balanceado em beirais ... 96 5.10 Exemplo de reforços em laje pré comum ... 97 5.11 Elementos de uma laje pré-fabricada treliça ... 98 5.12 Exemplos das variações das alturas da laje treliça ... 98 5.13 Apoio da laje treliça em estrutura de concreto armado ... 99 5.14 Armadura adicional de tração . 100 5.15 Armadura adicional de compressão . 100 5.16 reforço em laje treliça . 100 5.17 Exemplo de execução de nervuras . 100 5.18 Manuseio da laje treliça . 101 5.19 Vigota protendida . 102 5.20 Exemplo de escoramento convencional para laje pré- fabricada . 104 5.21 Exemplo de escoramento metálico para laje pré-fabricada . 104 5.22 Detalhe da colocação da laje pré-fabricada . 105 5.23Detalhe da colocação da armadura negativa . 106 5.24 detalhe do apoio das tábuas da passarela . 107 5.25 (a) laje maciça com pré-laje treliçada (b) laje maciça com pré-laje treliçada e elemento de enchimento . 108 5.26 Painel alveolar de concreto protendido . 109 6 COBERTURA 6.1 Esquema de estrutura de telhado . 112 6.2 Seção típica de uma estrutura de telhado . 114 6.3 Detalhe do apoio da tesoura sobre o frechal . 115 6.4 Esquema de contraventamento das tesouras . 115 6.5 Esquema do apoio das terças nas tesouras . 116 6.6 Detalhe da colocação da primeira ripa ou testeira nos beirais . 118 6.7 Detalhe da galga . 118 6.8 Detalhe da ligação entre linhas e a perna . 119 6.9 Detalhe da ligação entre a linha e a perna . 119 6.10 Detalhe da ligação entre a perna e a escora . 120 6.11 Detalhe da ligação entre as pernas e o pendural . 120 6.12 Detalhe da ligação entre as pernas e o pendural . 120 6.13 Detalhe da ligação entre a linha, asna e pendural . 121 6.14 Detalhe das emendas de uma linha de terça . 121 6.15 Detalhes da emenda das terças com pregos . 121 6.16 Detalhe da emenda das terças com parafusos e chapas . 121 6.17 Apoio dos pontaletes em berços . 123 6.18 Detalhe do berço para distribuir as cargas . 123 6.19 Detalhe do apoio dos pontaletes sobre as paredes . 124 6.20 Detalhe da fixação por pregos menores . 124 6.21 Detalhe da fixação das ripas nos caibros . 125 6.22 Fixação das ripas nos caibros . 125 6.23 Acabamento da cumeeira . 126 6.24 Telha francesa ou marselha . 127 6.25 Telha paulista . 128 6.26 Telha plan . 128 6.27 Telha romana e portuguesa . 129 6.28 Telha termoplan . 129 6.29 Telha germânica . 130 6.30 Inclinação e caimento de telhados retos . 131 6.31 Inclinação mínima para telhados selados com vão até 8,0m . 132 6.32 Detalhe da estrutura de um telhado selado . 133 6.33 Calha tipo coxo . 134 6.34 Calha tipo platibanda . 135 6.35 Calha tipo moldura . 135 6.36 Detalhe de uma água furtada . 135 6.37 Detalhe da utilização dos rufos e das pingadeiras . 136 6.38 Áreas de contribuição condutores . 137 6.39 Divisão do telhado em áreas “a” . 137 6.40 Calha tipo platibanda . 137 6.41 Calha tipo coxo . 138 6.42 Beiral em laje . 139 6.43 Beiral em telhas vã . 139 6.44 Detalhe das platibandas . 140 6.45 Desenho das linhas de um telhado . 140 6.46 Telhados terminando em águas ou em águas mais oitão . 141 6.47 Telhados com uma água . 141 6.48 Telhados com duas águas . 142 6.49 Telhados com três águas . 142 6.50 Telhados com quatro águas . 142 6.51 Perspectiva das linhas de um telhado . 143 7 ESQUADRIAS 7.1 Componentes das portas de madeira . 145 7.2 Vão livre ou vão de luz . 146 7.3 Detalhes da fixação dos batentes das portas . 146 7.4 Detalhe da fixação dos batentes por pregos . 147 7.5 Detalhe da fixação dos batentes por parafusos . 148 7.6 Detalhe da fixação dos batentes por espuma de poliuretano . 148 7.7 Detalhe da fixação das guarnições .149 7.8 Tipo de fechaduras para as portas . 150 7.9 Porta balcão . 151 7.10 Batentes das janelas . 152 7.11 Detalhe da fixação das janelas em alvenaria de um tijolo . 153 7.12 Caixilho de correr . 153 7.13 Caixilho de abrir . 154 7.14 Venezianas de abrir com caixilho guilhotina . 154 7.15 Veneziana de correr com caixilho de correr . 154 7.16 Veneziana de abrir com caixilho de abrir . 155 7.17 Janela tipo ideal . 155 7.18 Janela de enrolar . 156 7.19 Fixação dos caixilhos de ferro na alvenaria e dos vidros nos caixilhos . 157 7.20 Detalhe do caixilho tipo basculante . 157 7.21 Caixilho maximo ar . 158 7.22 Janela veneziana . 159 7.23 Caixilho de correr . 159 7.24 Venezianas de projeção . 160 7.25 Representação das portas em planta e vista . 161 7.26 Representação dos caixilhos basculante e máximo ar . 161 7.27 Representação dos caixilhos de empurar e guilhotina . 162 7.28 Representação dos caixilhos de correr e de abrir . 162 7.29 Representação dos caixilhos pivotante . 162 7.30 Representação dos caixilhos tipo ideal . 163 8 REVESTIMENTO 8.1 Diversas formas de aplicação do chapisco . 167 8.2 Procedimento para nivelar sub-base do lastro . 169 8.3 Assentamento das taliscas superior nas paredes . 172 8.4 Assentamento das taliscas inferiores nas paredes . 173 8.5 Determinação da colocação das taliscas nos tetos utilizado o nível referêncial . 173 8.6 Determinação da execução das guias e do emboço . 174 8.7 Determinação da aplicação do reboco . 175 8.8 Determinação dos tipos de juntas . 183 8.9 Determinação da execução do rejuntamento . 184 8.10 Juntas superficiais dos azulejos . 185 8.11 Determinação do assentamento dos azulejos .186 8.12 Exemplo de divisão dos azulejos . 186 8.13 Tacos de madeira . 192 8.14 Parquete e tacão . 193 8.15 Fixação das tábuas com parafusos sobre caibros ou ganzepes . 194 8.16 Fixação das tábuas por pregos anelados . 194 8.17 Exemplo de regularização sem nivelamento . 196 8.18 Situação de empenamento devido à posição do cerne . 196 8.19 Junta de expansão tipo diamante . 206 8.20 Selante para junta de construção . 206 8.21 Selante para junta serrada . 207 8.22 Detalhe de execução do piso de concreto . 208 9 TINTAS E VIDROS 9.1 Materiais utilizados no preparo das pinturas em madeiras . 220 9.2 Material utilizado no preparo e aplicação das pinturas em metais . 221 9.3 Materiais utilizados no preparo e aplicação da pintura em parede . 221 9.4 Exemplo de fixação dos vidros em caixilhos . 223 9.5 Cargas nos vidros . 224 9.6 Impacto nos vidros . 225 9.7 Flambagem . 225 9.8 Posição dos furos em vidros temperados . 226 10 PATOLOGIAS MAIS COMUNS EM REVESTIMENTO 10.1 Vesícula formada no reboco . 229 10.2 Aspecto típico do deslocamento da argamassa de cal do revestimento interno . 230 10.3 Argamassa magra de saibro e cal aplicada muito espessa . 231 10.4 Argamassa em processo de deslocamento por falta de chapisco . 232 10.5 Revestimento em processo de deslocamento por carbonatação insuficiente . 234 10.6 Efeitos da umidade sobre o reboco . 234 10.7 Acúmulo de bolor no revestimento por efeito da umidade . 235 10.8 (a)(b) Fissuras do revestimento por expansãoda argamassa de assentamento . 236 10.9 Aspecto do revestimento Interno . 236 11 DETALHES DE EXECUÇÃO EM OBRAS COM CONCRETO ARMADO 11.1 Local para guarda de material . 246 11.2 Baia de madeira para separar os agregados . 248 11.3 Armazenagem das barras de aço sobre travessas . 250 11.4 Modelos de tensores e espaguetes utilizados em fôrmas . 255 11.5 Bancada com gabarito para montagem dos painéis das fôrmas . 255 11.6 Tipos de disco para corte de tábua e chapas compensadas . 256 11.7 Detalhes do escoramento e contraventamentos em pilares . 258 11.8 Detalhe do escoramento e contraventamento em pilares bem como das janelas . 258 11.9 Tipos de gravatas utilizadas em pilares . 259 11.10 Tipos de reforços em gravatas . 259 11.11 Detalhe de uma fôrma de viga . 260 11.12 Detalhe de fôrma de vigas de pequena dimensão . 261 11.13 Detalhe de fôrma das vigas com sarrafo de pressão . 261 11.14 Detalhe da fôrma das lajes maciças . 262 11.15a Detalhe da fôrma das lajes maciças conjugado com vigas . 262 11.15b detalhe da fôrma das lajes maciças conjugado com vigas . 262 11.16 Fechamento das juntas de fôrma utilizando mata-junta e fita adesiva . 263 11.17 Detalhe da fôrma utilizando tábuas . 263 11.18 Escoramento de madeira tipo H . 264 11.19 Escoramento metálico . 265 11.20 Fôrma trepante . 266 11.21 Equipamento utilizados no corte das barras de aço . 267 11.22 Bancadas com pino de dobramento . 268 11.23 Pontos de amarração usuais . 269 11.24 Quadro de madeira para servir de suporte às barras de espera dos pilares . 270 11.25 Lastro de brita sob as vigas baldrames . 272 11.26 Lastro de brita sob os blocos de estacas . 272 11.27 Mistura da areia e de cimento sobre superfície impermeável . 274 11.28 Adição das britas . 274 11.29 Colocação da água . 274 11.30 Sequência da mistura em betoneira . 275 11.31 Aplicação do vibrador na vertical . 278 11.32 Cachimbo para facilitar a concretagem . 279 11.33 Emendas e concretagem de vigas realizadas à 45º . 280 11.34 Determinação da colocação de caranguejos no posicionamento das armaduras lajes . 281 11.35 Detalhe das guias de nivelamento . 281 11.36 Passarela para concretagem apoiadas na fôrma . 282 11.37 Pastilhas de argamassa . 283 11.38 Pastilha plásticas . 283 11.39 Método mais comum de consertos de falha . 286 LISTA DE TABELAS 1 ESTUDOS PRELIMINARES 1.1 Modelo de questionário para uso residencial ..... 2 2 TRABALHOS PRELIMINARES 2.1 Relação de empolamentos ... 15 2.2 Potência e sistema de alimentação dos equipamentos de obras ... 18 2.3 Relação de materiais para execução de barracão para pequenas obras ... 20 3 FUNDAÇÕES CONVENCIONAIS 3.1 Compacidade das areias e consistência das argilas ... 33 3.2 Número mínimo de pontos em função da área construída ... 35 4 ALVENARIA 4.1 Dimensões normalizadas dos elementos cerâmicos ... 65 4.2 Dimensões nominais dos blocos de concreto ... 68 4.3 Traço de argamassa em latas de 18 litros para argamassa de assentamento ... 89 4.4 Equivalência das bitolas dos aços ... 91 5 FORROS 5.1 Altura total da laje (h) ... 94 5.2 Vãos livres máximos para laje pré-fabricada comum ... 97 5.3 Consumos de materiais para capeamento por m2 de laje ... 97 5.4 Vãos máximos para laje treliça . 101 6 COBERTURA 6.1 Algumas espécie de madeiras indicadas para estrutura de telhado . 112 6.2 Vão máximo de terças (m) . 116 6.3 Vão máximo dos caibros (m) . 117 6.4 Dimensão das telhas onduladas de fibrocimento . 131 6.5 Correspondência entre (αº) e (d%) usuais . 132 6.6 Ponto de cobertura . 132 6.7 Dimensões mínimas para telhados selados com vão até 8,0m . 133 6.8 Fator de inclinação para caimentos usuais . 143 7 ESQUADRIAS 7.1 Dimensões das portas . 163 7.2 Dimensões das janelas . 163 7.3 Características dos diversos tipos de janelas . 164 8 REVESTIMENTO 8.1 Traço do emboço para as diversas bases . 171 8.2 Traço do reboco . 176 8.3 Desvios máximos de prumo, nível e planeza . 179 8.4 Etapa e tempo aproximado de execução da aplicação manual do gesso . 181 8.5 Classificação das cerâmicas quanto a absorção de água . 181 8.6 Classificação das cerâmicas esmaltadas ao ataque químico . 182 8.7 Classificação dos pisos cerâmicos quanto a abrasão . 182 8.8 Consumo de rejunte por m2 . 184 8.9 junta superficial entre azulejos . 187 8.10 Consumo de argamassa colante . 191 8.11 Locais indicados para aplicação dos mármores e granitos .198 8.12 Pedras naturais mais comuns . 199 8.13 Locais mais indicados de aplicação de algumas pedras naturais . 199 9 TINTAS E VIDROS 9.1 Defeitos observados, agentes causadores e possíveis mecanismos de degradação . 219 9.2 Rendimentos mais comuns em tintas de boa qualidade . 222 9.3 Classificação dos vidros . 223 9.4 Resistência ao impacto . 224 9.5 Dimensões máximas de fabricação . 225 10 PATOLOGIAS MAIS COMUNS EM REVESTIMENTO 10.1 Identificação das causas, externas do dano e solução . 237 10.2 Identificação das causas, externas do dano e solução . 238 10.3 Patologia mais comuns das tintas . 242 10.4 Patologia mais comuns das tintas . 243 11 DETALHES DE EXECUÇÃO EM OBRAS COM CONCRETO ARMADO 11.1 Cimentos disponíveis no mercado brasileiro . 245 11.2 Característica dos fios e barras . 251 11.3 Dimensões dos pregos em “mm” . 254 11.4 Diâmetros dos pinos de dobramento . 268 11.5 Diâmetro dos pinos de dobramento - Estribos . 269 11.6 Comprimentos básicos para esperas de acordo com o fck do concreto . 271 11.7 Tempos mínimos de acordo com o diâmetro e tipo de betoneira . 275 11.8 Limite de abatimento (slump-test) . 276 11.9 Cobrimento das armaduras . 282 11.10 número de dias para cura de acordo com a relação a/c e do tipo de cimento . 284 1 1 - PROJETO - ESTUDOS PRELIMINARES APÓS ESTUDAR ESTE CAPÍTULO; VOCÊ DEVERÁ SER CAPAZ DE: • Elaborar um bom projeto arquitetônico; • Utilizando métodos simples, definir a planimetria e a altimetria de um terreno; • Analisar a topografia de um terreno; • Utilizar melhor a topografia dos terrenos. Os projetos são peças importantes na execução de uma obra. Um projeto bem elaborado reduz muito as incertezas e dúvidas como também o desperdício de material e de mão-de-obra. Todas as possibilidades e informações devem ser analisadas e discutidas na fase de projeto. Começamos com: • Estudo com o cliente; • Exame local do terreno; • Restrições da Prefeitura ou de outros órgãos; • Levantamento topográfico. Com os dados levantados, podemos então iniciarmos a elaboração dos projetos de maneira a aproveitar melhor o terreno a insolação etc. 1.1 - ESTUDO COM O CLIENTE Sabemos que para se elaborar um projeto devemos antes de mais nada, realizar uma entrevista com os interessados em executar qualquer tipo de construção. O cliente poderá ser um grupo de profissionais (médicos, industriais etc), municipalidade, entidades, uma família etc. Nesta apostila o nosso cliente será o interessado juntamente com os seus familiares, pois vamos nos ater a pequenas obras (residências unifamiliares). Devemos considerar que geralmente o cliente é praticamente leigo, cabendo então ao profissional orientaresta entrevista, para obter o maior número possível de dados. Para auxiliar na objetividade da entrevista inicial com o cliente, podemos utilizar um questionário (Tabela 1,.1), que tem a função de orientar evitando esquecimentos. Este modelo de questionário poderá ser preenchido parcialmente durante a entrevista. Não é possível seu preenchimento completo, pois é útil e indispensável uma visita ao terreno, antes de iniciarmos o projeto. 2 Tabela 1.1 - Modelo de questionário para uso residencial PROJETO RESIDENCIAL nº _______ I Dados do cliente: Nome:_________________________________________________ e-mail ___________________ End. Res.:___________________________________CEP __________ Fone ( )______________ End. Com.:__________________________________CEP __________ Fone ( )______________ CPF: ________________________________RG: _______________________________________ Nome Esp.:____________________________________________ e-mail____________________ End. Com.:________________________________________________ Fone ( )______________ Prof. Ele: _______________________________ Ela _____________________________________ II Dados do Terreno Localização: Medidas: Frente _____________ LE _____________ LD ____________ Fundo _______________ Rua: ________________________________ CEP ____________Bairro: ____________________ Lote: _______________ Quadra: ________________ Quarteirão: __________________________ Larg. da rua: ____________ Tipo de Pav.: _______________ nº casas Viz. __________________ Distância da esquina__________________________Largura do passeio:____________________ Inclinação do Terreno: Plano Inclinação lateral Sobe para os Fundos Suave Esquerda Desce para os Fundos Forte Direita Local de passagem da rede de Água Centro LE LD Local de passagem da rede de Esgoto Centro LD LD Os terrenos vizinhos estão construídos ? LE LD Fundos Nível econômico das construções no local Alto Médio Popular Croquis de situação III Restrição da Prefeitura Zoneamento: ______ To (taxa de ocupação)______ Ca (coeficiente de aproveitamento) _______ Recuos obrigatórios: de frente ___________________ lateral _____________________ de fundo ___________________ % de área permeável_______________Outros ________________________________________ 3 IV Da Futura Construção Nº de Pav.: ________ Área aprox. de construção: ________m² Estilo: ____________Nº de usuários: ____ Dados dos usários: sexo________ idade_______ Ambientes Méd.Aprox. Pisos Paredes Tetos Portas Janelas Verba disponível: R$ ______________________________________ Revestimento Externo: Pisos: ______________________________Paredes: ___________________________________ Fachada: ___________________________ Muro: ______________________________________ Detalhes: _______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 1.2 - EXAME LOCAL DO TERRENO Sem sabermos as características do terreno, é quase impossível executar-se um bom projeto. As características ideais de um terreno para um projeto econômico são: a) Não existir grandes movimentações de terra para a construção; b) Ter dimensões tais que permita projeto e construção de boa residência; c) Ser seco; d) Ser plano ou pouco inclinado para a rua; e) Ser resistente para suportar bem a construção; f ) Ter facilidade de acesso; g) Terrenos localizados nas áreas mais altas dos loteamentos; h) Escolher terrenos em áreas não sujeitas a erosão; i) Evitar terrenos que foram aterrados sobre materiais sujeitos a decomposição orgânica. Mas como nem sempre estas características são encontradas nos lotes urbanos, devemos levá-las em consideração quando da visita ao lote, levantando os seguintes pontos: a) Deve-se identificar no local o verdadeiro lote adquirido segundo a escritura, colhendo-se todas as informações necessárias; b) Verificar junto a Prefeitura da Municipalidade, se o loteamento onde se situa o terreno, foi devidamente aprovado e está liberado para construção; c) Números das casa vizinhas ou mais próximas do lote; 4 d) Situação do lote dentro da quadra, medindo-se a distância da esquina ou construção mais próxima. e) Com bússola de mão, confirmar a posição da linha N-S. f) Verificar se existem benfeitorias.(água, esgoto, energia) g) Sendo o terreno com inclinação acentuada, em declive, verificar se existe viela-sanitária vizinha do lote, em uma das divisas laterais ou fundo; h) Verificar se passa perto do lote, linha de alta tensão, posição de postes, bueiros, etc... i) Verificar se existe faixa non edificandi .( de não construção) j) Verificar a largura da rua e passeio. Obs.: Todos esses dados poderão ser acrescidos no questionário anterior. Geralmente, estes dados colhidos na visita ao terreno não são suficientes, e na maioria das vezes, devemos pedir previamente que se execute uma limpeza do terreno e um levantamento plani-altimétrico. 1.3 - LIMPEZA DO TERRENO Temos algumas modalidades para limpeza do terreno, que devemos levar em consideração e sabermos defini-las: 1.3.1 - Carpir - Quando a vegetação é rasteira e com pequenos arbustos, usando para tal, unicamente a enxada. 1.3.2 - Roçar - Quando além da vegetação rasteira, houver árvores de pequeno porte, que poderão ser cortadas com foice. 1.3.3 - Destocar - Quando houver árvores de grande porte, necessitando desgalhar, cortar ou serrar o tronco e remover parte da raiz. Este serviço pode ser feito com máquina ou manualmente. Os serviços serão executados de modo a não deixar raízes ou tocos de árvore que possam dificultar os trabalhos. Todo material vegetal, bem como o entulho terão que ser removidos do canteiro de obras. 1.4 - LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO DE LOTES URBANOS O levantamento topográfico é geralmente apresentado através de desenhos de planta com curavas de nível e de perfis. Deve retratar a conformação da superfície do terreno, bem como as dimensões dos lotes, com a precisão necessária e suficiente proporcionando dados confiáveis que, interpretados e manipulados corretamente, podem contribuir no desenvolvimento do projeto arquitetônico e de implantação (Pinto Jr.et al, 2001) 1.4.1 - MEDIDAS DO TERRENO (LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO) Executada a limpeza do terreno e considerando que os projetos serão elaborados para um determinado terreno, é necessário que se tenha as medidas corretas do lote, pois nem sempre as medidas indicadas na escritura conferem com as medidas reais. 5 Apesar de não pretendermos invadir o campo da topografia, vamos mostrar em alguns desenhos, os processos mais rápidos para medir um lote urbano. Os terrenos urbanos, são geralmente de pequena área possibilitando, portando, a sua medição sem aparelhos ou processos próprios da topografia desde que se tenha uma referência confiável (casa vizinha,esquina, piquetes etc). No entanto, casos mais complexos, sem referência, necessitamos de um levantamento executado por profissional de topografia. a) Lote regular Geralmente em forma de retângulo, bastando portanto medir os seus "quatro" lados, e usar o valor médio, caso as medidas encontradas forem diferentes as da escritura.(Figura 1.1). Figura 1.1-Lote regular Obs. Para verificar se o lote está no esquadro, devemos medir as diagonais que deverão ser iguais. b) Lote irregular com pouco fundo Medir os quatro lados e as duas diagonais (Figura 1.2). Figura 1.2-Lote irregular com pouco fundo 6 c) Lote irregular com muita profundidade Neste caso, a medição da diagonal se torna imperfeita devido a grande distância Convém utilizar um ponto intermediário "A" diminuindo assim o comprimento da diagonal (Figura 1.3). Figura 1.3-Lote irregular com muita profundidade d) Lote com um ou mais limites em curva Para se levantar o trecho em curva, o mais preciso será a medição da corda e da flecha (central). Nestes casos devemos demarcar as divisas retas até encontrarmos os pontos do início e fim da corda. Medir a corda e a flecha no local. E com o auxílio de um desenho (realizado no escritório) construir a curva a partir da determinação do centro da mesma utilizando a flecha e a corda (Figura 1.4). c = corda f = flecha Construção da curva Figura 1.4-Lote com setor curvo 7 1.5 - NIVELAMENTO (LEVANTAMENTO ALTIMÉTRICO) É de grande importância para elaborarmos um projeto racional, que sejam aproveitadas as diferenças de nível do lote. Podemos identificar a topografia do lote através das curvas de níveis. A curva de nível é uma linha constituída por pontos todos de uma mesma cota ou altitude de uma superfície qualquer. Quando relacionadas a outras curvas de nível permite comparar as altitudes e se projetadas sobre um plano horizontal podem apresentar as ondulações, depressões, inclinações etc. de uma superfície (Figura 1.5) Podemos observar na Figura 1.5 que quando mais inclinada for a superfície do terreno, as distâncias entre as curvas serão menores, menos inclinada as distâncias serão maiores d1 < d2. Figura 1.5-Representação de curva de nível (Pinto Jr.et al, 2001) As curvas de níveis são elaboradas utilizando aparelhos topográficos que nos fornecem os níveis, os ângulos, as dimensões de um terreno ou área. Este levantamento não é muito preciso, quando utilizamos métodos simples para a sua execução (descritos nos itens 1.5.1; 1.5.2; 1.5.3), mas é o suficiente para construção residencial unifamiliar, que geralmente utilizam terrenos pequenos. Caso seja necessário algo mais rigoroso, devemos fazer um levantamento com aparelhos recorrendo a um topógrafo. Geralmente é suficiente tirar um perfil longitudinal e um transversal do terreno, mas nada nos impede de tirarmos mais, caso necessário. d2d1 RN 0,0 1,0 1,0 2,0 3,03,0 2,0 3,0 2,0 1,0 1,0 2,0 3,0 RN 0,0 8 Nos métodos descritos abaixo se usa basicamente balizas com distância uma da outra no máximo de 5,0m, ou de acordo com a inclinação do terreno. Terrenos muito íngremes a distância deverá ser menor e terrenos com pouca inclinação podemos utilizar as balizas na distância de 5,0 em 5,0m. Alguns métodos para levantarmos o perfil do terreno: a) Com o nível e Abney ( clinômetro) b) Com o nível de mão c) Com o nível de mangueira 1.5.1) Com uso do clinômetro (Nível de Abney) Figuras 1.6 e 1.7. Materiais: clinômetro 2 balizas trena Figura 1.6-Clinômetro ou Nível de Abney (Borges, 1972) Figura 1.7-Clinômetro inclinado proporcionando a leitura (Borges, 1972) 9 Coloca-se o clinômetro (Figura 1.8), na 1ª baliza a uma altura de 1,50m (ponto A). Inclina-se o tubo do clinômetro para avistarmos o ponto B. Pela ócula se vê a bolha e giramos o parafuso até colocá-la na horizontal e produzirá sobre a graduação (através de um ponteiro fixo no parafuso) a leitura do ângulo α. Resta medir a distância horizontal "d" ou a inclinada "m". Figura 1.8-Realização das medidas utilizando o Clinômetro (Borges, 1972) 1.5.2) Nível de bolha Materiais : - Nível de bolha; - 2 balizas; - régua - trena. Utilizando o método do nível de bolha, a medida do desnível se consegue colocando uma régua entre as duas balizas. Com o auxílio do nível de bolha, nivelamos a régua (Figura 1.9). O desnível obtido é a diferença entre o H e h e assim consecutivamente. Com os diversos desníveis conseguimos delinear um perfil. 10 Figura 1.9 Utilização do nível de bolha 1.5.3) Nível de mangueira O método da mangueira é um dos mais utilizados. Fundamenta-se no princípio dos vasos comunicantes, que nos fornece o nível. Este é o método que os pedreiros utilizam para nivelar a obra toda, desde a marcação da obra até o nivelamento dos pisos, batentes, azulejos etc... A mangueira deve ter pequeno diâmetro, parede espessa para evitar dobras e ser transparente. Para uma boa marcação ela deve estar posicionada entre as balizas, sem dobras ou bolhas no seu interior (Figura 1.10 e 1.11). A água deve ser colocada lentamente para evitar a formação de bolhas. Figura 1.10 - Posição da água quando não existe bolhas 11 Para utilizarmos o nível de mangueira necessitamos: Materiais: - Mangueira - 2 balizas - Trena Figura 1.11 - Processo da mangueira de nível Para facilitar a medição, podemos partir com o nível d'água em uma determinada altura "h" numa das balizas, que será descontada na medida encontrada na segunda baliza “H”. Fazemos isso para não precisarmos colocar o nível d'água direto no ponto zero (próximo do terreno), o que dificultaria a leitura e não nos forneceria uma boa medição. O desnível é obtido pela diferença entre “H” e “h”. Exemplos de medição com mangueira: • Em terrenos com aclive • Em terrenos com declive 12 a) Terreno em aclive: Portanto: h1 = H -h ; h2 = H'- h' ...... Htot = h1 + h2 + hn . Figura 1.12 - Levantamento altimétrico em terreno com aclive b) Terreno em declive: Portanto: h1 = H -h ; h2 = H'- h' ...... Htot = h1 + h2 + hn . Figura 1.13 - Levantamento altimétrico em terreno com declive 13 ANOTAÇÕES 1 - Devemos ter o cuidado de não deixar nenhuma bolha de ar dentro da mangueira, para não dar erro nas medições (Figura 1.13). 2 - A mangueira deve ser transparente, e de pequeno diâmetro, da ordem de ∅ 1/4" ou 5/16" para obter maior sensibilidade. 3 - A espessura da parede da mangueira deve ser espessa para evitar dobras 14 2 - TRABALHOS PRELIMINARES DE CONSTRUÇÃO APÓS ESTUDAR ESTE CAPÍTULO; VOCÊ DEVERÁ SER CAPAZ DE: • Calcular os volumes de corte e aterro; • Realizar as compensações de volume; • Analisar e executar um canteiro de obras; • Realizar ou conferir a marcação de uma obra. Antes de iniciarmos a construção de um edifício, algumas atividades prévias, devem ser realizadas. Essas atividades são denominadas trabalhos preliminares e compreendem: • Verificação das condições das construções vizinhas; • Demolições, quando existirem; • Movimento de terra necessário para obtenção do nível desejado; • Canteiro de obras e a locação da obra. 2.1 – CONSTRUÇÕESVIZINHAS É importante, antes do início da obra, o registro das condições das construções vizinhas. O registro é composto por um relatório técnico com fotografias datadas da vizinhança e relatos das observações realizadas, antes do início das obras. A análise prévia das condições das construções vizinhas evita surpresas desagradáveis durante a execução da sua obra, como trincas, desabamentos de muros ou de construções vizinhas. Garante também as reclamações infundadas de vizinhos. 2.2 – MOVIMENTO DE TERRA O acerto da topografia do terreno, de acordo com o projeto de implantação e o projeto executivo, pode ser entendido como um conjunto de operações de escavação, aterros, carga, transporte, descarga, compactação e acabamentos executados a fim de passar de um terreno natural para uma nova conformação (Cardão, 1969). O momento da obra em que ocorre o movimento de terra pode ser variável. Depende das características de execução das fundações e das demais atividades de início da obra. Pode ser necessário executar as fundações antes de escavar o terreno (quando se trabalha com grandes equipamentos, para facilitar a sua entrada e retirada). Ou quando se tratar de fundações feitas manualmente o acerto do terreno pode ser realizado entes. Portanto o movimento de terra deve ser cuidadosamente estudado. 15 As etapas que influenciam no projeto de movimento de terra são: • Sondagem do terreno; • Seqüência da execução do edifício; • Níveis das construções vizinhas; • Localização do canteiro de obras. Podemos executar, conforme o levantamento altimétrico, cortes, aterros, ou cortes + aterros: 2.2.1 - Cortes: No caso de cortes, deverá ser adotado um volume de solo correspondente à área de projeção do corte multiplicada pela altura média, acrescentando-se um percentual de empolamento (Figura 2.1). O empolamento é o aumento de volume de um material, quando removido de seu estado natural e é expresso como uma porcentagem do volume no corte. Relacionamos na Tabela 2.1 alguns empolamentos. Por exemplo, o empolamento de um solo superficial é de 43% (Tabela 2.1), significa que um metro cúbico de material no corte (estado natural) encherá um espaço de 1,43 metros cúbicos no estado solto. Tabela 2.1 - Relação de Empolamentos (Manual Caterpillar, 1977) materiais % Argila natural 22 Argila escavada, seca 23 Argila escavada, úmida 25 Argila e cascalho seco 41 Argila e cascalho úmido 11 Rocha decomposta 75% rocha e 25% terra 50% rocha e 50% terra 25% rocha e 75% terra 43 33 25 Terra natural seca 25 Terra natural úmida 27 Areia solta, seca 12 Areia úmida 12 Areia molhada 12 Solo superficial 43 OBS.: Quando não se conhece o tipo de solo, podemos considerar o empolamento entre 30 a 40% Vc = Ab x hm e Vs = Vc+ empolamento Sendo Ab = área de projeção do corte hm= altura média Vc =volume no corte = volume natural Vs =volume solto Figura 2.1 - Corte em terreno 16 O corte é facilitado quando não se tem construções vizinhas, podendo fazê-lo maior. Mas quando efetuado nas proximidades de edificações ou vias públicas, devemos empregar métodos que evitem ocorrências, como: ruptura do terreno, descompressão do terreno de fundação ou do terreno pela água. No corte os materiais são classificados em: - materiais de 1ªcategoria: são materiais que podem ser extraídos com equipamentos convencionais de terraplenagem, incluindo eventual escarificação. Compreendem as terra em geral, piçarra ou argila, rochas em decomposição e seixos com diâmetro máximo de 15cm. - materiais de 2ª categoria: rocha com resistência à penetração mecânica inferior ao do granito. - Materiais de 3ª categoria: rochas com resistência à penetração mecânica igual ou superior ao granito. 2.2.2 - Aterros e reaterros: No caso de aterros, deverá ser adotado um volume de solo correspondente à área de projeção do aterro multiplicada pela altura média, acrescentando de 25% a 30% devido a aproximação dos grãos, reduzindo o volume de vazios, quando compactado (Figura 2.2). Va = Ab . hm + 25% a 30% Sendo Ab = área de projeção do aterro hm= altura média Figura 2.2 - Aterro em terreno Para os aterros as superfícies deverão ser previamente limpas, sem vegetação nem entulhos. O material escolhido para os aterros e reaterros devem ser de preferência solos arenosos, sem detritos, pedras ou entulhos. Devem ser realizadas camadas sucessivas de no máximo 30 cm, devidamente molhadas e compactadas manual ou mecanicamente. Quando o nível de compactação for baixo, isto é, não é fundamental para o desempenho estrutural do edifício, é possível utilizar pequenos equipamentos, como os compactadores mecânicos (sapos), os soquetes manuais, ou os próprios equipamentos de escavação. Quando o nível de exigência é maior devem-se procurar equipamentos específicos de compactação, tais como compactadores lisos e rolos pé de carneiro (Barros, 2006). 17 2.2.3 Sistemas de contratação dos serviços de movimento de terra Podemos contratar os serviços de movimento de terra através do aluguel de equipamentos, por empreitada global ou empreitada por viagem. a) Aluguel de equipamentos: Neste caso deve ser pago a máquina de escavação por hora e os caminhões para a retirada do solo. É indicado para obras com grandes movimentos de terra. b) Empreitada global: A empresa contratada realiza e é remunerada por todos os serviços (escavação e retirada de material). Para esse tipo de contratação é necessário calcular o volume de solo tanto para corte como para o aterro. c) Empreitada por viagem: Neste tipo de contratação a remuneração pelo serviço é efetuada por caminhão (volume retirado ou colocado). O aluguel da máquina está incluso no preço da viagem, e deve-se registrar o número de viagens. Este sistema é indicado para obras com pequeno movimento de terra. 2.3 - INSTALAÇÃO DE CANTEIRO DE SERVIÇOS - OU CANTEIRO DE OBRAS Após o terreno limpo e com o movimento de terra executado, O canteiro é preparado de acordo com as necessidades de cada obra. Deverá ser localizado em áreas onde não atrapalhem a circulação de operários veículos e a locação das obras. A sua organização é desenvolvida e detalhada no escritório central. No mínimo devemos fazer um barracão de madeira, chapas compensadas (Figura 2.3), ou ainda containers metálicos que são facilmente transportados para as obras com o auxílio de um caminhão munck. Nesse barracão serão depositados os materiais (cimento, cal, etc...) e ferramentas, que serão utilizados durante a execução dos serviços. Áreas para areia, pedras, tijolos, madeiras, aço, etc...deverão estar próximas ao ponto de utilização, tudo dependendo do vulto da obra, sendo que nela também poderão ser construídos escritórios, alojamento para operários, refeitório e instalação sanitária, bem como distribuição de máquinas, se houver. Em zonas urbanas de movimento de pedestres, deve ser feito um tapume, "encaixotamento" do prédio, com tábuas alternadas ou chapas compensadas, para evitar que materiais caiam na rua. O dimensionamento do canteiro compreende o estudo geral do volume da obra, o tempo de obra e a distância de centros urbanos. Este estudo pode ser dividido como segue: • Área disponível para as instalações; • Empresas empreiteiras previstas; • Máquinas e equipamentos necessários; • Serviços a serem executados; • Materiais a serem utilizados; • Prazos a serem atendidos. 18 Deverá ser providenciada a ligação de água e construído o abrigo para o cavalete e respectivo hidrômetro. O uso da água é intensivo para preparar materiaisno canteiro. Ela serve também para a higiene dos trabalhadores e deve ser disponível em abundância. Não existindo água, deve-se providenciar o fornecimento de água através de caminhões “pipa” ou abertura de poço de água, com os seguintes cuidados: a) - que seja o mais distante possível dos alicerces; b) - o mais distante possível de fossas sépticas e de poços negro, isto é, nunca a menos de 15 metros dos mesmos; c) - o local deve ser de pouco trânsito, ou seja, no fundo da obra, deixando- se a frente para construção posterior da fossa séptica. Deve-se providenciar a ligação de energia. As instalações elétricas nos canteiros de obras são realizadas para ligar os equipamentos e iluminar o local da construção, sendo desfeitas após o término dos serviços. Mas precisam ser feitas de forma correta, para que sejam seguras. Antes do início da obra, é preciso saber que tipo de fio ou cabo deve ser usado, onde ficarão os quadros de força, quantas máquinas serão utilizadas e, ainda, quais as ampliações que serão feitas nas instalações elétricas. Para o dimensionamento do cabo devemos somar as potências dos equipamentos utilizados no canteiro, aliada a um fator de demanda (visto que nem todos os equipamentos serão utilizados simultaneamente). Na Tabela 2.2 temos a potência de alguns equipamentos. Tabela 2.2 – Potência e sistema de alimentação dos equipamentos de obra (Barros, 2006) Equipamento Potência (hp) Sistema Guincho 7,5 a 15 trifásico Betoneira 3,0 trifásico Bombas d’água 3,0 trifásico Serra elétrica 2,0 trifásico Maquina de corte 2,0 trifásico vibrador 3,0 trifásico Em função do empreendimento podemos utilizar equipamentos de porte maior, como, as gruas que elevam sensivelmente a demanda de energia (Barros, 2006). Caso, no local, não existir rede elétrica, deve-se fazer um pedido de estudo junto à concessionária, para verificar a possibilidade de extensão da rede até a obra ou optar pela energia gerada a diesel através de geradores de energia. Se no local existir rede mais é monofásico, deve-se também fazer um pedido de estudo, pois a maioria dos equipamentos é trifásica (Tabela 2.2) ou optar por equipamentos monofásico que tem custo maior. Tendo rede trifásica devemos conferir a capacidade para atender demanda da obra, atendendo a demanda é só pedir a ligação para a concessionária local. 19 2.3.1 - Exemplo de barracão para obra de pequeno porte Utilizando chapas compensadas, pontalete de eucalipto ou vigotas 8x8, e telhas de fibrocimento podemos montar um barracão de pequenas dimensões, desmontável para utilizar em obras, como segue (Figura 2.3): Figura 2.3 - Barracão para pequenas obras Para realizar um barracão econômico podemos realizar o aproveitamento das chapas compensadas (Figura 2.4). 20 Figura 2.4 – Aproveitamento das chapas compensadas Na Tabela 2.3, está relacionado os materiais utilizados na execução do barracão de obra da Figura 2.3. Tabela 2.3 - Relação de materiais para execução de barracão para pequenas obras Quant. un Descrição 03 un Pontaletes ou caibros de 3,00m 03 un Pontaletes ou caibros de 3,50m 16 pç Chapas de compensado 6,0 ou 10,0mm 11 pç Telhas fibrocimento 4,0mm de 0,50x2,44 11 pç Telhas fibrocimento 4,0mm de 0,50x1,22 01 pç Viga 6x12 de 5,0m 60 m Sarrafo de 7,0cm 01 pç Cadeado médio 0,5 m Corrente 03 pç Dobradiças 0,5 kg Prego 15x15 0,3 kg Prego 18x27 21 2.4 - LOCAÇÃO DA OBRA Podemos efetuar a locação da obra, nos casos de obras de pequeno porte, com métodos simples (utilizando o nível de mangueira, régua, fio de prumo e trena), sem o auxílio de aparelhos, que nos garantam certa precisão. No entanto, em obras de grande área, os métodos simples, poderão acumular erros, sendo conveniente, portanto, o auxílio da topografia. Em quaisquer dos casos, para materializar a demarcação exigirá um elemento auxiliar que poderá ser constituído por cavaletes ou tábua corrida (gabarito). 2.4.1 - Processo dos cavaletes No processo dos cavaletes os alinhamentos são obtidos por pregos cravados em cavaletes. Estes são constituídos de duas estacas cravadas no solo e uma travessa pregada sobre elas (Figura 2.5). Devemos sempre que possível, evitar esse processo, pois não nos oferece grande segurança devido ao seu fácil deslocamento com batidas de carrinhos de mão, tropeços, etc. Figura 2.5 - Cavalete Depois de distribuídos os cavaletes, previamente alinhados conforme o projeto, linhas são fixadas e esticadas nos pregos para determinar o alinhamento do alicerce, e em seguida inicia-se a abertura das valas (Figura 2.6) 22 Figura 2.6 - Processo dos cavaletes - determinação dos alinhamentos 2.4.2 - Processo da tábua corrida (gabarito) Este método se executa cravando-se no solo cerca de 50 cm, pontaletes de pinho de (7,5 x 7,5cm ou 7,5 x 10,0cm) ou varas de eucalipto a uma distância entre si de 1,50m a 2,0m e a 1,20m das paredes da futura construção, que posteriormente poderão ser utilizadas para andaimes. Nos pontaletes serão pregadas tábuas na volta toda da construção (geralmente de 15 ou 20 cm), em nível e aproximadamente 1,00m do piso (Figura 2.8). Pregos fincados nas tábuas com distâncias entre si iguais às interdistâncias entre os eixos da construção, todos identificados com letras e algarismos respectivos pintados na face vertical interna das tábuas, determinam os alinhamentos (Figura 2.7). Nos pregos são amarrados e esticados linhas ou arames, cada qual de um nome interligado ao de mesmo nome da tábua oposta. Em cada linha ou arame está materializado um eixo da construção. Este processo é o ideal. 23 Figura 2.7 - Marcação sobre gabarito Figura 2.8 - Processo da Tábua Corrida – Gabarito Como podemos observar o processo de "Tábua Corrida" é mais seguro e as marcações nele efetuadas permanecem por muito tempo, possibilitando a conferência durante o andamento das obras. Não obstante, para auxiliar este processo, pode utilizar o processo dos cavaletes. No entanto, seja qual for o método escolhido, é de extrema importância que no final da marcação sejam devidamente conferidos os eixos demarcados procurando evitar erros. 2.5 - TRAÇADO Tendo definido o método para a marcação da obra, devemos transferir as medidas, retiradas das plantas para o terreno. A 24 Quando a obra requer um grau de precisão, que não podemos realizar com métodos simples devemos utilizar aparelhos topográficos. Isto fica a cargo da disciplina de Topografia, cabendo a nós, para pequenas obras, saber locá-las com métodos simplificados. 2.5.1 - Traçado de ângulos retos e paralelas. É indispensável saber traçar perpendiculares sobre o terreno, pois é através delas que marcamos os alinhamentos das paredes externas, da construção, determinando assim o esquadro. Isto serve de referência para locar todas as demais paredes. Um método simples para isso, consiste em formar um triângulo através das linhas dispostas perpendicularmente, cujos lados meçam 3 - 4 e 5m (triângulo de Pitágoras), fazendo coincidir o lado do ângulo reto com o alinhamento da base (Figura 2.9). Figura 2.9 - Traçado de ângulos retos e paralelas sobre o gabarito Outro método consiste na utilização de um esquadro metálico (geralmente 0,60 x 0,80 x 1,00m) para verificar o ângulo reto (Figura 2.10). O esquadro deve ser colocado sobre uma base plana e ficar tangenciando as linhas sem as tocá-las, quando as linhas ficarem paralelas ao esquadro garantimos o ângulo reto.25 Figura 2.10 - Traçado de ângulos retos e paralelas sobre o gabarito utilizando esquadro metálico 2.5.2 - Traçado de curvas A partir do cálculo do raio da curva (que pode ser feito previamente no escritório) achamos o centro e, com o auxílio de um arame ou linha, traçamos a curva no terreno (como se fosse um compasso) Figura 2.11. Figura 2.11 - Traçado de curva de pequeno raio Este método nos fornece uma boa precisão, quando temos pequenos raios. No caso de grandes curvas, podemos utilizar um método aproximado, chamado método das quatro partes. Consiste em aplicar, sucessivamente, sobre a corda obtida com a flecha precedente, a quarta parte deste último valor (Figura 2.12). Encontram-se assim, por aproximações sucessivas, todos os pontos da curva circular (G.Baud, 1976) 26 Figura 2.12 - Traçado de curva pelo método das quatro partes (G.Baud,1976) 4 f , 4 f seguida em 231222 2 1 ff tr r rf == + −= sendo: r = raio da curva t = tangente à curva (na intercessão da curva com a reta) Portanto, com o auxílio do gabarito, inicialmente devemos locar as fundações profundas do tipo estacas, tubulões ou fundações que necessitam de equipamentos mecânicos para a sua execução, caso contrário podemos iniciar a locação das obras pelo projeto de forma da fundação ("paredes"). 2.5.3 - Locação de estacas Serão feitas inicialmente a locações de estacas, visto que qualquer marcação das "paredes" irá ser desmarcada pelo deslocamento de equipamentos mecânicos. O posicionamento das estacas é feito conforme a planta de locação de estacas, fornecida pelo cálculo estrutural (Figura 2.13). 27 Figura 2.13 - Projeto de locação de estacas A locação das estacas é definida pelo cruzamento das linhas fixadas por pregos no gabarito. Transfere-se esta interseção ao terreno, através de um prumo de centro (Figura 2.14). No ponto marcado pelo prumo, crava-se uma estaca de madeira (piquete), geralmente de peroba, com dimensões 2,5 x 2,5 x 15,0cm. 1 A 32 B C D E 28 Figura 2.14 - Locação da estaca Após a execução das estacas e com a saída dos equipamentos e limpeza do local podemos efetuar com o auxílio do projeto estrutural de formas a locação das "paredes". 2.5.4 - Locação da Forma de Fundação "paredes" Devemos locar a obra utilizando os eixos, para evitarmos o acúmulo de erros provenientes das variações de espessuras das paredes (Figura 2.15). Em obras de pequeno porte ainda é usual o pedreiro marcar a construção utilizando as espessuras das paredes. No projeto de arquitetura convencionou-se as paredes externas com 25cm e as internas com 15cm, na realidade as paredes externas giram em torno de 26 a 27cm e as internas 14 a 14,5cm difícil de serem desenhadas a pena nas escalas usuais de desenho 1:100 ou 1:50, por isso da adoção de medidas arredondadas que acumulam erros. Hoje com o uso de softwares específicos de desenho ficou bem mais fácil e dependendo da espessura da alvenaria adotada define-se a espessura das paredes. 29 Figura 2.15 - Projeto de forma locadas pelo eixo A 1 B C D E 2 3 30 ANOTAÇÕES 1 - Nos cálculos dos volumes de corte e aterro, os valores são mais precisos se o número de seções for maior. 2 - Na execução do gabarito, as tábuas devem ser pregadas em nível. 3 - A locação da obra deve, de preferência, ser efetuada pelo engenheiro ou conferida pelo mesmo. 4 - A marcação pelo eixo, além de mais precisa, facilita a conferência pelo engenheiro. 5 – Verificar os afastamentos da obra, em relação às divisas do terreno. 6 – Constatar no terreno a existência ou não de obras subterrâneas ( galerias de águas pluviais, ou redes de esgoto, elétrica ) e suas implicações. 7 – Verificar se o terreno em relação às ruas está sujeito à inundação ou necessita de drenagem para águas pluviais. 8 – Confirmar a perfeita locação da obra no que se refere aos eixos das paredes, pilares, sapatas, blocos e estacas. • Noções de segurança para movimentação de terra: 1 - Depositar os materiais de escavação a uma distância superior à metade da profundidade do corte. 2 - Os taludes instáveis com mais de 1,30m de profundidade devem ser estabilizados com escoramentos. 3 - Estudo da fundação das edificações vizinhas e escoramentos dos taludes. 4 - Sinalizar os locais de trabalho com placas indicativas. 5 - Somente deve ser permitido o acesso à obra de terraplenagem de pessoas autorizadas. 6 - A pressão das construções vizinhas deve ser contida por meio de escoramento. • Instalações elétricas em Canteiro de obras: 1 - Os quadros de distribuição devem ser de preferência metálicos e devem ficar fechados para que os operários não se encostem às partes energizadas. 2 - Os quadros de distribuição devem ficar em locais bem visíveis, sinalizados e de fácil acesso mias longe da passagem de pessoas, materiais e equipamentos. 3 - As chaves elétricas do tipo faca devem ser blindadas e fechar para cima. Não devem ser usadas para ligar diretamente os equipamentos. 4 - Os fios e cabos devem ser estendidos em lugares que não atrapalhem a passagem de pessoas, máquinas e materiais. 5 - Os fios e cabos estendidos em locais de passagem, devem estar protegidos por calhas de madeira, canaletas ou eletro dutos. Podem ser colocados a certa altura que não deixe as pessoas e máquinas encostarem-se a eles. 6 - Os fios e cabos devem ser fixados em isoladores. As emendas devem ficar firmes e bem isoladas, não deixando partes descobertas. 31 3 - FUNDAÇÕES CONVENCIONAIS APÓS ESTUDAR ESTE CAPÍTULO; VOCÊ DEVERÁ SER CAPAZ DE: • Determinar o número de furos de sondagem, bem como a sua localização; • Analisar um perfil de sondagem; • Saber escolher a fundação ideal para uma determinada edificação; • Especificar corretamente o tipo de impermeabilização a ser utilizada em alicerce; • Especificar o tipo de dreno e a sua localização. Não querendo invadir o campo da Engenharia de Fundações, damos nestas anotações de aulas, um pequeno enfoque sobre fundações mais utilizadas em residências unifamiliares térreas e sobradas, ficando a cargo da Cadeira de Fundações aprofundar no assunto. 3.1 - SONDAGENS É sempre aconselhável a execução de sondagens, no sentido de reconhecer o subsolo e escolher a fundação adequada, fazendo com isso, o barateamento das fundações. As sondagens representam, em média, apenas 0,05 a 0,005% do custo total da obra. Os requisitos técnicos a serem preenchidos pela sondagem do subsolo são os seguintes (Godoy, 1971): • Determinação dos tipos de solo que ocorrem, no subsolo, até a profundidade de interesse do projeto; • Determinação das condições de compacidade (areias) ou consistência (argilas) em que ocorrem os diversos tipos de solo; • Determinação da espessura das camadas constituintes do subsolo e avaliação da orientação dos planos (superfícies) que as separam; • Informação completa sobre a ocorrência de água no subsolo. 3.1.1 - Execução da sondagem A sondagem é realizada contando o número de golpes necessários à cravação de parte de um amostrador no solo realizada pela queda livre de um martelo de massa e altura de queda padronizada. A resistência à penetração dinâmica no solo medida é denominada S.P.T. - Standart Penetration Test. A execução de uma sondagem é um processo repetitivo, que consiste em abertura do furo, ensaio de penetração e amostragem a cada metro de solo sondado.32 Desta forma, em cada metro faz-se, inicialmente, a abertura do furo com um comprimento de 55 cm utilizando um trado manual ou através de jato de água, e o restante dos 45 cm é utilizado para a realização do ensaio de penetração. (Figura 3.1) As fases de ensaio e de amostragem são realizadas simultaneamente, utilizando um tripé, um martelo de 65 kg, uma haste e o amostrador. (Figura 3.2) (Godoy, 1971) Figura 3.1 - Esquema de sondagem Figura 3.2 - Equipamento de sondagem à percussão 55cm - Abertura 45cm - Ensaio 55cm - Abertura 45cm - Ensaio 100cm 100cm Operador peso guia haste amostrador 33 3.1.2 - Resistência à penetração O amostrador é cravado 45 cm no solo, sendo anotado o número de golpes necessários à penetração de cada 15 cm. O Índice de Resistência à Penetração é determinado através do número de golpes do peso padrão, caindo de uma altura de 75 cm, considerando-se o número necessário à penetração dos últimos 30 cm do amostrador. Conhecido como S.P.T. A Tabela 3.1 apresenta correlações empíricas, que permite uma estimativa da compacidade das areias e da consistência das argilas, a partir da resistência à penetração medida nas sondagens. (Godoy, 1971) Tabela 3.1 - Compacidade das areias e consistência das argilas "in situ" (Godoy, 1971) COMPACIDADES E CONSISTÊNCIAS SEGUNDO A RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO - S.P.T. SOLO DENOMINAÇÃO No DE GOLPES Fofa ≤ 4 Pouco Compacta 5 - 8 Med. Compacta 9 - 18 Compacta 19 - 41 Compacidade de areias e siltes arenosos Muito Compacta > 41 Muito Mole < 2 Mole 2 - 5 Média 6 - 10 Rija 11 - 19 Consistência de argilas e siltes argilosos Dura > 19 3.1.3 - Determinação do número de sondagens a executar Os pontos de sondagem devem ser criteriosamente distribuídos na área em estudo, e devem ter profundidade que inclua todas as camadas do subsolo que possam influir, significativamente, no comportamento da fundação. No caso de fundações para edifícios, o número mínimo de pontos de sondagens a realizar é função da área a ser construída (Tabela 3.2). Tabela 3.2 - Número mínimo de pontos em função da área construída (NBR8036/1983) ÁREA CONSTRUÍDA Nº. DE SONDAGENS de 200 m² até 1,200 m² 1 sondagem para cada 200m² de 1,200 m² até 2,400 m² 1 sondagem para cada 400m² que exceder a 1,200m² acima de 2,400m² Será fixada a critério, dependendo do plano de construção. Podemos ainda, avaliar o mínimo de furos para qualquer circunstância em função da área do terreno para lotes urbanos: 34 • 2 furos para terreno até 200m² • 3 furos para terreno entre 200 a 400m², ou • No mínimo, três furos para determinação da disposição e espessura das camadas. Os furos de sondagens deverão ser distribuídos em planta, de maneira a cobrir toda a área em estudo. A Figura 3.3 apresenta alguns exemplos de locação de sondagens em terrenos urbanos. A distância entre os furos de sondagem deve ser de 15 a 25m, evitando que fiquem numa mesma reta e de preferência, próximos aos limites da área em estudo. Figura 3.3 - Exemplo de locação de sondagens em pequenos lotes Em relação à profundidade das sondagens, existem alguns métodos para determiná-las: • Pelo critério do bulbo de pressão • Pelas recomendações da norma brasileira Mas, um técnico experimentado pode fixar a profundidade a ser atingida, durante a execução da sondagem, pelo exame das amostras recuperadas e pelo número de golpes. Em geral, quatro índices elevados de resistência à penetração, em material de boa qualidade, permitem a interrupção do furo. Nos terrenos argilosos, a sondagem deverá ultrapassar todas as camadas. Nos terrenos arenosos, as sondagens raramente necessitam ultrapassar os 15 a 20m. 7 25 30 10-12 20 30 20 40 35 Obs.: profundidade mínima 8,0m. Essa profundidade pode ser corrigida, à medida que os primeiros resultados forem conhecidos. Poderá ocorrer obstrução nos furos de sondagens do tipo matacões (rochas dispersas no subsolo) confundindo com um embasamento rochoso. Neste caso a verificação é realizada executando-se uma nova sondagem a 3,0m, em planta, da anterior. Se for confirmada a ocorrência de obstrução na mesma profundidade, a sondagem deverá ser novamente deslocada 3,0m numa direção ortogonal ao primeiro deslocamento. Caso necessário, a sondagem na rocha é realizada com equipamento de sondagem rotativo. 3.1.4 - Perfil de Sondagem Os dados obtidos em uma investigação do subsolo são normalmente apresentados na forma de um perfil para cada furo de sondagem. A posição das sondagens é amarrada topograficamente e apresentada numa planta de locação bem como o nível da boca do furo que é amarrado a uma referência de nível RN bem definido ( Figura 3.4) Figura 3.4 - Planta de locação das sondagens No perfil do subsolo as resistências à penetração são indicadas por números à esquerda da vertical da sondagem, nas respectivas cotas. A posição do nível d'água - NA - também é indicada, bem como a data inicial e final de sua medição (Figura 3.5). (Godoy, 1971) 1. 40 2.00 5. 60 21.00 1. 40 5. 60 2.00 21.42 2.4 4 7. 00 25.00 CASA EXISTENTE EM CONSTRUÇÃO CASA EXISTENTE R UA . . . G UI A EX IS TE NT E CA LÇ AD A 2.20 S1 S2 (100,13) (99,95) RN=100,00 36 Figura 3.5 - Exemplo de um perfil de subsolo 3.2 - ESCOLHA DO TIPO DE FUNDAÇÃO Com os resultados das sondagens, de grandeza e natureza das cargas estruturais e conhecendo as condições de estabilidade e fundações das construções vizinhas, pode o engenheiro, proceder à escolha do tipo de fundação mais adequada, técnica e economicamente. O estudo é conduzido inicialmente, pela verificação da possibilidade do emprego de fundações diretas. Mesmo sendo viável a adoção das fundações diretas é aconselhável comparar o seu custo com o de uma fundação profunda. 37 E finalmente, verificando a impossibilidade da execução das fundações diretas, estuda-se o tipo de fundação profunda mais adequada. 3.2.1 - Tipos de fundações Os principais tipos de fundações podem ser reunidos em dois grandes grupos: fundações diretas ou rasas e fundações profundas (Figura 3.6). Alvenaria Simples Sapata Corrida Pedra ou Contínua Armada Diretas Simples ou Sapata Isolada Rasas Armada Rígidos Radier Flexíveis Pré Mega ou de reação Moldadas Vibradas de concreto Centrífugas Protendida Estacas Brocas sem camisa Escavadas Raiz Moldadas monotube in loco perdidas Raynond com camisa Strauss recuperadas Simples Profundas Duplex Franki de madeira de aço Tipo poço céu aberto Tipo Chicago Tipo gow Tubulões Pneumático Tipo Benoto (ar comprimido) Tipo Anel de concreto Figura 3.6 - Relação dos tipos de fundações usuais em construção 38 Portanto os principais tipos de fundações são: • Fundações diretas ou rasas; • Fundações profundas. Para a escolha das fundações podemos iniciar analisando uma sapata isolada (Figura 3.7). Figura 3.7 - Profundidade de uma sapata isolada (Df) • Quando Df ≤ B ⇒ Fundações diretas • Quando Df > B ⇒ Fundações profundas - (sendo “B” a menor dimensão
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