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Direito da mulher - Artigos Acadêmicos - Adrianoulprist

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12/03/2015 Direito da mulher ­ Artigos Acadêmicos ­ Adrianoulprist
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Direito da mulher
By AdrianoUlprist | Studymode.com
UNIESP
TIJUCUSSU SÃO CAETANO DO SUL
1º NC DE DIREITO
ADRIANO ULPRIST
BRENDA RODRIGUES 
CAROLINA ULPRIST
CRISTIANE GENANGELO 
FELIPE FERRARI 
GUSTAVO BOZA
RENILDO JUNIOR 
ROSANA LOPES
DIREITO DA MULHER
UMA HISTÓRIA DE LUTAS E CONQUISTAS POR SEUS DIREITOS
SÃO CAETANO DO SUL
2012
UNIESP
TIJUCUSSU SÃO CAETANO DO SUL
1º NC DE DIREITO
DIREITO DA MULHER
UMA HISTÓRIA DE LUTAS E CONQUISTAS POR SEUS DIREITOS
12/03/2015 Direito da mulher ­ Artigos Acadêmicos ­ Adrianoulprist
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SÃO CAETANO DO SUL
2012
UNIESP
TIJUCUSSU SÃO CAETANO DO SUL
1º NC DE DIREITO
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
SÃO CAETANO DO SUL
2012
RESUMO
Apresentaremos, neste trabalho um estudo breve e substancioso sobre os direitos da
12/03/2015 Direito da mulher ­ Artigos Acadêmicos ­ Adrianoulprist
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mulher nas sociedades onde com o passar dos séculos até os dias atuais, podemos
observar que a mulher sempre viveu em um mundo machista e preconceituoso de
supremacia masculina, com liberdade restrita e direitos anulados.
Observaremos também neste estudo, que historicamente nem mesmo eram contadas
nos censos demográficos e não tinham domínio algum sobre sua vontade.
Com o passar dos séculos, a mulher começou a luta para libertar­se da submissão e
no decorrer da história, verifica­se o objetivo de garantir o reconhecimento de sua
identidade e nesse processo foram conquistadas vitórias no que diz respeito ao código
civil, a economia, os costumes e também na política.
Demonstraremos, o valor da mulher como mãe, como cidadã, comotrabalhadora que
quebrou barreiras, conceitos e preconceitos para ver seus direitos respeitados.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
1 – AS FONTES HISTÓRICAS
2 – A LUTA POR SEUS DIREITOS
3 – DIA INTERNACIONAL DA MULHER
4 – AS CONQUISTAS DAS MULHERES
5 – ACESSO AO MERCADO DE TRABALHO
5.1– PROTEÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO
5.2 – OS SALÁRIOS DAS MULHERES
5.3 – A MULHER NO MERCADO DE TRABALHO
6 – MULHER E ESTADO
7 – A MULHER E O CÓDIGO CIVIL
7.1 ­ O CÓDIGO CIVIL DE 1916
7.2 – O ESTATUTO DA MULHER CASADA DE 1962
7.3 – A LEI DO DIVÓRCIO
7.4 – AS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
7.5 – A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
7.6 ­ O NOVO CÓDIGO CIVIL – AS INOVAÇÕES PARA A MULHER
CONCLUSÃO
12/03/2015 Direito da mulher ­ Artigos Acadêmicos ­ Adrianoulprist
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
SITES
ANEXO 1
INTRODUÇÃO
O termo, Direitos das Mulheres refere­se à liberdade inerente e reclamada pelas
mulheres de todas as idades, direitos ignorados ou ilegalmente suprimidos por leis ou
por costumes de uma sociedade em particular.
Este trabalho interdisciplinar tem como objetivo apresentar os estágios da evolução da
história e direitos da mulher em todos os aspectos, passando desde a história e
origem dos direitos das mulheres, a mulher na economia, na política e em sua esfera
civil. 
A conquista dos direitos femininos tem sido marcada por constantes e velozes
mudanças. Muitas dessas mudanças permanecem no papel, entretanto já ganharam
espaço no papel, porque reconhecimento e legitimação de direitos demandam tempo
quando se visualiza que tais modificações se dão em estruturas sólidas, eternizadas
pelo comando masculino, desde o início dos tempos,em todas as esferas sociais. 
Quebrar os mitos, romper as barreiras, transpor as muralhas estabelecidas pela
sociedade exclusivamente masculina vai muito além da modificação ou criação de leis,
pactos ou tratados. Tornam reais os sonhos de conquista e liberdade de ação e
pensamento. Exterminam os pesadelos de cativeiro físico, moral, intelectual e social
sob o qual as mulheres viveram e muitas vivem até este momento da história humana.
Dentre tantas transformações da condição da mulher como ser livre para decidir sobre
seu destino, grande responsabilidade adquirem as convenções internacionais, como a
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a
Mulher "Convenção do Belém do Pará" (1994), por estabelecerem, determinarem,
definirem e permitirem a busca da execução na igualdade dos gêneros. 
Se já são difíceis de “alcançar o papel”, quando alcançam, as leis se apresentam de
forma extremamente genérica, a tal ponto que criam lacunas e permitem
interpretações diversas, provocando, inclusive, confusões entre o possível e o
realmente realizável na concretização do direito. 
No Artigo 5º, da Constituição Federal de 1988, o inciso I, não se pode negar,
demonstra a grande conquista legal das mulheres, porque as coloca em igualdade de
condições em relação aos homens: “homens e mulheres são iguais em direitos e
obrigações, nos termos desta Constituição”. 
12/03/2015 Direito da mulher ­ Artigos Acadêmicos ­ Adrianoulprist
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1 – AS FONTES HISTÓRICAS
É impossível determinar o momento a partir do qual a mulher foi relegada a uma
posição de inferioridade comrelação ao homem, já que desde os primórdios existe a
figura do primata arrastando sua fêmea pelos cabelos, após conseguir vencer sua
resistência, obvia­mente, mediante uma pancada na cabeça.
Dentro do Direito de Família o instituto mais importante sempre foi o casamento, que,
para os romanos, sempre foi monogâmico, sendo apenas um fato social. Apenas, a
partir do século IV com o advento do Cristianismo, adotado como religião oficial do
Império Romano, que o mesmo tornou­se um sacramento.
A família neste momento histórico era uma unidade política, jurídica, econômica e
religiosa que se erigia em torno da figura masculina.
A igreja somente empenhou­se realmente em combater tudo o que pudesse
desagregar os eio familiar: o aborto, o adultério, e principalmente o concubinato, nos
meados da Idade Média, com as figuras de Santo Agostinho e Santo Ambrósio; até
então o concubinatus havia sido aceito como ato civil capaz de gerar efeitos tal qual
matrimônio.
Ainda, no Direito Romano encontramos a origem do dote, uma espécie de
compensação à filha casada sob a convenio in manun, que perdia assim o direito aos
bens da casa paterna, restando­lhe apenas o dote (quinhão em dinheiro ou bens )a
ser administração pelo marido.
Assim, nesse momento histórico, a mulher era considerada incapaz de reger sua
própria vida, igualando­se aos filhos, estando, portanto, em posição de inferioridade.
Com o aparecimento do Cristianismo, a mulher ainda mantida em posição inferior,
começou a ser vista como uma criação condicionada à vontade do homem; Deus a
teria retirado da costela de Adão parasatisfazê­lo.
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Assim, no ano de 1564, Portugal, como país católico, tornou obrigatórias em todas as
suas terras, incluindo as colônias, as Normas do Concílio de Trento relativas ao
casamento, ou seja, a única forma de união admitida era o casamento religioso de
forma indissolúvel, normas estas que foram introduzidas mais tarde nas Ordenações
Filipinas, e que, vigoraram entre nós até a promulgação do Código Civil de 1916. Com
o casamento civil era desconhecido do mundo, o que tornava válida a união entre um
homem e uma mulher era o casamento religioso realizado pela Igreja Católica.Somente a partir do século XVII encontra­se alguma documentação importante sobre
as mulheres no Brasil.
A única “virtude” da mulher nesta época encontrava­se em sua virgindade, que
também compreendia a honra da família desta, e, portanto, era guardada pelo
patriarca com um valioso, tornando a mulher uma subserviente, que lhes prestava
apenas para dirigir o lar, onde não corria o risco de perder sua” virtude ".
E conseqüentemente, tais avanços das mulheres culminaram nas lutas
emancipatórias, agitadas pelo movimento feminista, onde a mulher descobriu o direito
à liberdade e passou a almejar a igualdade, questionando a discriminação de que
sempre foi alvo.
Os sistemas de estrutura social que vigoraram ao longo dos tempos em muitas
sociedades, entre as quais as ocidentais, fizeram com que o papel das mulheres se
estereotipasse e mantivesse cristalizado no tempo,sem atualização de acordo com a
evolução cronológica e social das comunidades. Mulheres como a egípcia Hoda
Shaarawi, a inglesaDora Russell, a porto­riquenha Luisa Capetillo e a sul africana
Shamima Shaikhlutaram ao longo da sua vida contra a discriminação feminina e pelo
reconhecimento de direitos e liberdades negados às mulheres ou socialmente
censurados quando deles faziam uso.
Os conflitos armados foram, desde sempre, dos principais propiciadores da violação
de direitos das mulheres, servindo­se os homens da condição de superioridade física,
da vantagem do armamento e do Estado caótico criado naquelas situações para,
impunemente, infligirem às mulheres humilhações físicas e verbais. O terror e a
repressão encontraram, assim, um meio eficaz para se expandirem, sendo grandes
aliados de conflitos étnicos, separatistas e entre nações. Por outro lado, verificou­se
um acentuado desrespeito pela integridade da mulher em sociedades que têm a
prática de costumes (embora culturalmente enraizados, na maior parte das vezes)
como a mutilação sexual e a penalização excessiva por vezes, a morte,por as
mulheres vestirem calças, apresentarem alguma parte do corpo descoberta ou
praticarem adultério.
Até ao século XIX, o papel das mulheres circunscrevia­se praticamente ao lar, à
reclusão monástica ou às festas mundanas, apesar da irrupção de figuras nas cortes
francesas, nos seus salões eruditos, como a Madame Pompadour, por exemplo, ou,
mais tarde, Emmanuelle Sand, ou ainda a Marquesa de Alorna, em Portugal. Kate
Sheppard, na Nova Zelândia, a partir de 1893, foi a pioneira da luta pelo sufrágio
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feminino,seguida depois na Inglaterra por Millicent Fawcett e, mais tarde, por
Emmeline Pankhurst,alimentando o chamado movimento das "sufragistas", que
ganhou foros de internacionalidade e também de manifestação pública, por vezes,
com alguma violência. A luta continuaria até massivamente se ter expandido o voto
feminino em quase todo o mundo. O acesso ao ensino superior foi também outra
batalha das mulheres no século XX, como o acesso a cargos públicos e
principalmente de direção.
Ao longo do século XX e no início do XXI, foram­se tomando medidas diversas no que
toca à proteção dos direitos das mulheres. Uma delas foi a Convenção sobre a
Eliminação de todas as Formas de Descriminação contra as Mulheres, adotada pelas
Nações Unidas em 1979, uma vez que se continuaram a verificar desigualdades após
a institucionalização dos Direitos do Homem. Nesta Convenção, tomaram­se
disposições relativas à eliminação da exploração das mulheres, à igualdade de
participação nas vidas política e pública nacional e internacional, à igualdade perante
as leis, na educação, no emprego e no trabalho, no acesso aos serviços de saúde, na
segurança social e no financiamento, nas matérias civis e jurídicas, no direito dentro
da família e nos direitos das mulheres que vivem em zonas rurais. Esta Convenção
também criou o Comité para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres. A
Conferência Mundial de Direitos Humanos (Viena, 25 de junho de 1993) preconizou
também a igualdade de direito das mulheres nos âmbitos culturais,econômicos, civis,
políticos e sociais. No final do século XX, os continentes em que as mulheres eram
mais desfavorecidas em relação aos homens eram o africano e oasiático.
Em Portugal, as mulheres deixaram, perante a lei, de dever obediência ao marido em
1910 e, em 1931,puderam votar, desde que tivessem um curso secundário ou
superior. Só em 1968 obtiveram direitos políticos iguais aos dos homens, e, apenas no
ano seguinte, salário equivalente ao masculino. Em 1990passou a ser proibida a
publicidade com discriminação sexual e, nove anos mais tarde, foi criado o Ministério
da Igualdade. 
Destacaram­se na defesa dos direitos das mulheres em Portugal Elina Guimarães e
as escritoras Maria Velho da Costa, Maria Isabel Barreno e Maria Teresa Horta,
conhecidas como "as três Marias", tendo escrito em conjunto "As Novas Cartas
Portuguesas", em 1971, obra proibida pelo regime de então. A escrita de Maria
Teresa Horta visa a defesa dos direitos das mulheres através do seu erotismo, que
lhes confere a liberdade de fruição que tradicionalmente era apanágio dos homens e,
juntamente com a das demais escritoras mencionadas, questiona o lugar que as
mulheres ocupavam na sociedade, reivindicando direitos e liberdades que socialmente
lhes eram vedados. 
Também em Portugal, no início do século XX, Adelaide Cabete surgiu como a
pioneira do sufragismo; entre outras atividades, fomentou a criação das Ligas da
Bondade, dirigiu a Cruzada Nacional das Mulheres Portuguesas e organizou, em
1924, o I Congresso Feminista e de Educação.
12/03/2015 Direito da mulher ­ Artigos Acadêmicos ­ Adrianoulprist
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A oito de março, comemora­se o Dia das Nações Unidas para os Direitos das
Mulheres e para a Paz Internacional.
2 – A LUTA POR SEUS DIREITOS
A década de setenta constituiu um marco para o movimento de mulheres no
Brasil,com suas vertentes de movimento feminista, grupos de mulheres pela
redemocratização do país e pela melhoria nas condições de vida e de trabalho da
população brasileira. Em 1975, comemora­se, em todo o planeta, o Ano Internacional
da Mulher e realiza­se a I Conferência Mundial da Mulher, promovida pela
Organização das Nações Unidas – ONU, instituindo­se a Década da Mulher.
Em fins dos anos setenta e durante a década de oitenta, o movimento se amplia e se
diversifica, adentrando partidos políticos, sindicatos e associações comunitárias. Com
a acumulação das discussões e das lutas, o Estado Brasileiro e os governos federal e
estaduais reconhecem a especificidade da condição feminina, acolhendo propostas do
movimento na Constituição Federal e na elaboração de políticas públicas voltadas
para o enfrentamento e superação das privações, discriminações e opressões
vivenciadas pelas mulheres.
Como exemplo, destaca­se a criação dos Conselhos dos Direitos da Mulher, das
Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, de programas específicos de
Saúde integral e de prevenção e atendimento às vítimas de Violência Sexual e
Doméstica.
Nos anos noventa, amplia­se o movimento social de mulheres e surgem inúmeras
organizações não­governamentais (ONGs). Além de uma diversidade e pluralidade de
projetos, estratégias, temáticas e formas organizacionais, consiata­se a
profissionalização/especialização dessas ONGs.
Também nesta década, consolidam­se novas formas de estruturação e de
mobilização, embasadas na criação de redes/ articulações setoriais, regionais e
nacionais, aexemplo da Articulação de Mulheres Brasileiras – AMB, da Rede Nacional
Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos – Rede Saúde e de articulações de
trabalhadoras rurais e urbanas, pesquisadoras, religiosas, negras, lésbicas, entreoutras.
Paralelamente, são desencadeadas campanhas como "Mulheres Sem Medo do
Poder", visando estimular e apoiar a participação política das mulheres nas eleições
municipais de 1996; "Pela Vida das Mulheres", visando manter o direito ao aborto nos
casos previstos no Código Penal Brasileiro (risco de vida da mãe e gravidez resultante
de estupro); "Pela Regulamentação do Atendimento dos Casos de Aborto Previstos
em Lei, na Rede Pública de Saúde"; e "Direitos Humanos das Mulheres", por ocasião
da comemoração dos 50 anos da assinatura da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, visando incorporara história das mulheres.
Nessa década, o movimento aprofunda a interlocução com o Legislativo e o Executivo
– e, em menor medida, com o Judiciário ­, tanto no sentido da regulamentação de
dispositivos constitucionais, quanto no sentido da implementação de políticas públicas
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que levem em conta a situação das mulheres e perspectiva de eqüidade nas relações
de gênero.
As mulheres brasileiras, enquanto integrantes e representantes de organizações do
movimento de mulheres, estão articuladas e sintonizadas com o movimento de
mulheres internacional, particularmente o Latino­americano e do Caribe, O Movimento
de Mulheres participou e contribuiu nos grandes fóruns internacionais, a exemplo das
Conferências Mundiais da ONU – sobre Direitos Humanos(Viena­1993), População e
Desenvolvimento (Cairo­ 1994) e Mulher, Igualdade, Desenvolvimento e Paz (Beijing
– 1995) – e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência
Contra a Mulher (Belém do Pará – 1994), da Organização dos Estados Americanos –
OEA.
Igualmente, vem participando do processo de avaliação das Conferências do Cairo e
Beijing, que serão concluídos em 1999 e 2000, respectivamente.
Direitos das Mulheres na Legislatura 1995–1999
A Legislatura 95 – 99 consolidou a inclusão da temática dos direitos das mulheres e
da eqüidade nas relações de gênero na pauta do Congresso Nacional, ainda que de
forma não privilegiada. A reivindicação dessa inclusão, desencadeada pelas
organizações do movimento de mulheres, ganhou força a partir do processo
Constituinte.
Os Avanços conquistados são fruto de uma interlocução com o Legislativo, mediante
um trabalho conjunto e produtivo de organizações do movimento de mulheres,
Conselhos dos Direitos da Mulher, Bancada Feminina e parlamentares sensibilizados
e comprometidos com a cidadania das mulheres e com a igualdade de direitos e de
oportunidades entre mulheres e homens na sociedade brasileira.
Uma parte da agenda do movimento de mulheres foi incluída na pauta do Congresso
Nacional na Legislatura 95­99 e pode ser evidenciada pela aprovação de leis e
realização de ações, em geral, acompanhada de publicação correspondente,
conforme algumas especificações a seguir. Além disso, mais de 200 proposições
referentes à temática tramitaram na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Destacam­se a aprovação de 13leis e emendas orçamentárias. (anexo1)
3 – DIA INTERNACIONAL DA MULHER
História do Dia Internacional da Mulher, significado do dia 8 de março, lutas femininas,
importância da data e comemoração, conquistas das mulheres brasileiras, história da
mulher no Brasil, participação política das mulheres, o papel da mulher na sociedade.
No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade
norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e
começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga
diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário),
equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um
terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento
digno dentro do ambiente de trabalho.
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A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro
da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas,
num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou
decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em
homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de
1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das
Nações Unidas).
Ao ser criada, esta data não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países,
realizam­se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher
na sociedade atual. O esforço épara tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar,
com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas
ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada
excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado,
mas muito ainda há para ser modificado nesta história.
4 – AS CONQUISTAS DAS MULHERES
Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher
brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois
de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para
cargos no executivo e legislativo.
Marcos das Conquistas das Mulheres na História:
1788 ­ o político e filósofo francês Condorcet reivindica direitos de participação
política, emprego e educação para as mulheres.
1840 ­ Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos
Estados Unidos.
1859 ­ surge na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos
direitos das mulheres.
1862 ­ durante as eleições municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na
Suécia.
1865 ­ na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs.
1866 ­ No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto
para as mulheres inglesas
1869 ­ é criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrágio das
Mulheres
1870 ­ Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina.
1874 ­ criada no Japão a primeira escola normal para moças
1878 criada na Rússiauma Universidade Feminina
1879 1901 ­ o deputado francês René Viviani defende o direito de voto das mulheresA
Lei Maria da Penha, nº 11.340, foi sancionada em 7 de agosto de 2006 e representa
um passo importante para enfrentar violência contra mulheres.
O nome da lei é uma homenagem a farmacêutica Maria da Penha, Maia Fernandes
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que foi agredida pelo marido durante seis anos. Em 1983, por duas vezes, ele tentou
assassiná­la. Primeiro com arma de fogo deixando­a paraplégica e depois por
eletrocução e afogamento.
O caso chegou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos
Estados Americanos (OEA), que acatou, pela primeira vez, uma denúncia de crime de
violência doméstica. O marido de Maria da Penha só foi punido depois de 19 anos de
julgamento e ficou apenas dois anos em regime fechado.
A Lei Maria da Penha dispõe sobre:
Formas de violência doméstica e familiar contra a mulher; Assistência à mulher em
situação de violência doméstica e familiar; Medidas integradas de prevenção;
Atendimento pela autoridade policial; Medidas protetivas de urgência; Atuação do
Ministério Público; Assistência judiciária; Equipe de atendimento multidisciplinar.
A lei altera o Código Penal brasileiro e possibilita que agressores de mulheres no
âmbito domésticoou familiar sejam presos em flagrante ou tenham sua prisão
preventiva decretada, não podendo mais ser punidos com penas alternativas. A
legislação também aumenta o tempo máximo de detenção previsto de 1 para 3 anos
e, ainda, prevê medidas como a saída do agressor do domicílio e a proibição de sua
aproximação damulher agredida e filhos.
5 – ACESSO AO MERCADO DE TRABALHO
Para proteger os direitos das mulheres foi inserida na consolidação das leis do
trabalho, regras sobre o acesso da mulher ao mercado de trabalho.(anexo1)
Ressalvadas as destinações legais destinadas a corrigir as distorções que afetam o
acesso da mulher no mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos
acordos trabalhistas, é proibido:
• publicar ou fazer anuncio de emprego no qual haja referencia ao sexo, a idade, cor
ou situação familiar , salvo quando natureza da atividade a ser exercida, pública e
notoriamente, assim exigir;
• recusar emprego, promoção ou motivar a dispensa do trabalho em razão de sexo,
idade, cor, situação familiar ou estado de gravidez, salvo quando a natureza da
atividade seja notória e publicamente incompatível;
• considerar o sexo, a idade , a cor ou a situação variável determinantes para fins de
remuneração, formação profissional e oportunidades de ascensão profissional;
• exigir atestado ou exame , de qualquer natureza , para comprovação de esterilidade
ou gravidez , na admissão ou permanência de emprego;
• impedir o acesso ou adotar critérios subjetivos para o deferimento de inscrição ou
aprovação em concursos , em empresas privadas, em razão de sexo idade , cor ,
situação familiar ou estado de gravidez; 
• proceder o empregador ou preposto a revistas íntimasnas empregadas e
funcionarias.
Não obsta a adoçãode medidas temporárias que visem ao estabelecimento das
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políticas de igualdade entre homens e mulheres , em particular as que se destinam
acorrigir as distorções que afetam a formação profissional, o acesso ao emprego e as
condições gerais de trabalho da mulher.
5.1– PROTEÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO
O artigo 5º da constituição federal que preceitua que todos são iguais perante a lei e
que não deve haver distinção de qualquer natureza. O inciso I do referido artigo
preconiza que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”, e o inciso
XXX do artigo. 7º proíbe diferença de exercício de funções, de critérios de admissão e
de salários, por motivo de sexo.
Em face desses dispositivos constitucionais, não pode o Poder Executivo, em especial
o Ministério Público do trabalho, criar restrições ao trabalho da mulher.
Assim no que concerne à jornada, seja quanto a hora extra ou compensação de horas
, seja quanto ao tempo de trabalho noturno, aplicam­se a mulher os dispositivos que
regulam o trabalho masculino. Devem­se observar as restrições ao trabalho da mulher
apenas quando menor.
5.2 – OS SALÁRIOS DAS MULHERES
O salário mínimo a ser fixado em lei, nacionalmente unificado, visa atender às
necessidades vitais básicas do trabalhador e as sua famílias, com moradia,
alimentação, educação, saúde , lazer, vestuários, higiene , transporte, e previdência
social. Será reajustado normalmente tendo­se em vista a preservação do poder
aquisitivo. Não pode ser vinculado para qualquer fim.
A constituição reconhece o piso salarial, proporcional à extensão e a complexidade do
trabalho, cujo valor será fixado de acordo com a convecção coletiva, sentença
normativa ou lei.
O salário é irredutível, salvo odisposto em convecção ou acordo coletivo, constituindo
crime em sua retenção dolosa, na forma da lei.
Aos que precedem remuneração variável , é garantido o salário nunca inferior ao
mínimo.
5.3 – A MULHER NO MERCADO DE TRABALHO
O mundo vem passando por grandes mudanças nas últimas décadas,
especialmentede gênero. Os homens estão perdendo a hegemonia na escala
econômica mundial.
A mulher tem marcado as últimas décadas demonstrando com competência sua
grande influência na economia que se tenta propagar na atualidade, pois consegue
transmitir a importante e dura tarefa de mudar os hábitos com a clareza e a delicadeza
necessária para despertar o envolvimento de cada indivíduo .
Desde a revolução sexual dos anos 60 do século passado, a crescente independência
feminina chegou a ponto de, naturalmente, transformar as mulheres em motor do
crescimento de um país.
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O fato de terem sido colocadas por anos apenas para tarefas domésticas , fez com
que no cenário econômico , ainda hoje, trouxesse algumas desigualdades econômicas
em relação ao mercado de trabalho em todas as áreas estudadas pelo IBGE em que
se encontram mulheres trabalhando e desenvolvendo a mesma função do sexo
oposto.
Em uma década, 10,7 milhões de brasileiras ingressaram no mercado de trabalho e
segundo um levantamento feito com 97 companhias do Grupo de Líderes
Empresariais (LIDE) mostra que 15% das mulheres têm cargo de diretoria e apenas
5% tem cargo de vice­presidentes e presidentes. Para atingir determinados cargos, as
mulheres se esforçam mais, e precisam provar um pouco mais que são
competentes.Mesmo com os indicadores de escolaridade superiores aos
apresentados pelo sexo masculino, as mulheres ganham salários 27,5% inferiores aos
dos homens , segundo pesquisa do instituto brasileiro de geografia e
estatística(IBGE).
Quando se junta toda a força de trabalho , a distância é maior ainda. No ano passado,
os ganhos médios anuais das brasileiras foram de R$ 4,1 mil, pouco mais da metade
dos R$ 7,9 mil obtidos pelos trabalhadores do sexo masculino.
E, mesmo assim elas conquistaram tamanha liberdade que, pela primeira vez no
mercado brasileiro, existem mais cartões de crédito nas carteiras das mulheres do que
nas do homem. Atualmente 50,2% dos 81 milhões de cartões estão em mãos
femininas, de acordo com levantamento Itaucard e representam 44% da população
economicamente ativa (OIT) .
Dados baseados na pesquisa mensal de emprego (PME) de 2009 , mostram que a
média salarial das mulheres representa 72,3% da media dos homens. No caso de
trabalhadores com nível superior, há uma discrepância ainda maior. Mulheres que
concluíram cursos em universidades ganham em media R$2.066 por mês –o
equivalente a 55,6% dos R$3.720 recebidos pelos homens com a mesma
escolaridade . O cenário é o mesmo para os profissionais de outros seguimentos ,
como (59,8% da média salarial dos homens ) indústria (60,9%) e a administração
pública (62,8%).
Segundo o IBGE, os números são um reflexo da atuação de homens e mulheres em
diferentes funções no mercado de trabalho .“ No setor de saúde , por exemplo , elas já
tem acesso semelhantes ao dos homens. Já na área da educação há
mulherestrabalhando como professoras do ensino básico e muitos homens como
professores universitários ” .explica : “ ainda existem carreiras que a mulher não está
tão presente.”
Mas, no mercado financeiro, elas já marcam presenças há alguns anos. Em 2004, o
fim do pregão a viva­voz acabou com um dos últimos redutos predominantemente
masculinos da Bovespa. As negociações eletrônicasnão distinguem o sexo dos
operadores e elas invadiram as mesas das corretoras. Tornaram­se peças chave nas
estruturas e já são um terço dos profissionais de investimento. Trouxeram consigo
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características incomuns até então: tranquilidade e sensibilidade para atender os
clientes. 
Em relação a qualificação dos profissionais , o IBGE constatou um aumento da
escolaridadedos trabalhadores dos dois sexos , com vantagem para as mulheres , o
que com certeza levara a uma projeção no cenário econômico com o passar dos anos.
A mulher tem mais escolaridade do que o homem por uma questão cultural . O
homem sai mais cedo de casa para trabalhar e a mulher tem a chance de estudar
mais ao longo do tempo.
Será muito para o Brasil se a evolução do papel da mulher na economia continuar a
ocorrer. Os estudos do Fórum Econômico Mundial mostram que elas já tem acesso
semelhante ao dos homens, mas precisam avançar mais em participação e
oportunidade econômica e participação política. As atuais limitações nessas áreas
impedem um nível maior de desenvolvimento, já que uma boa parte da população
economicamente ativa não está sendo aproveitada.
Conclui­se neste breve estudo, que os valores culturais e psicológicosconstruídos,
embora sejam passiveis de modificação ao longo do tempo, podem ser considerados
responsáveis pela subordinação da mulher no mercado de trabalho. Mas o avanço
feminino frente a economia , conferem as mulheres direito sociais , políticos e
econômicos.
“As corporações e os governantes precisam perceber que a maior participação
feminina aumentará a competitividade do Brasil na economia mundial ’’
Mas, se você ouvir que Lugar de mulher é na...Calma, e responda...Economia!!!
6 – MULHER E ESTADO
Desde a antiguidade até o fim do século XVII, a mulher era considerada imperfeita por
natureza. Thomas Laqueur situava a mulher num degrau abaixo do homem na
hierarquia social.
A luta inicial das mulheres pela igualdade de direitos nasce pela afirmação das
diferenças dando início a uma igualdade X diferenças, a chamada ambivalência. Uma
das primeiras reivindicações das feministas foi o direito de votar, pois alegavam que
na condição de mães e educadoras daqueles que integravam as arenas decisórias. O
primeiro país a conceder o direito ao voto da mulher foi a Nova Zelândia em 1893,
final do séc. XIX.
O Dia Internacional da Mulher teria sido criado no séc. XX com o protesto das
mulheres que trabalhavam na indústria têxtil, que veio com reivindicações de
condições melhores de trabalhos e salários.
No séc. XX é marcado por três correntes feministas:
• 1960 Feminismo igualitário, “Liberal ou Universalista”, que tem como princípio o
pensamento liberal em que os instrumentos sapo a educação, o trabalho e a política,
para uma ação transformadora.
• 1970 Feminismoradical, faz uma crítica à sociedade patriarcal e ao liberalismo, tem
como objetivo abordar as desigualdades geradas nas sociedades de feminismo
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“materialista , socialista”, “da especificidade ou autonomista” e “lesbiano”.
• 1980 Feminismo da feminitude, onde as mulheres reivindicam uma revalorização da
experiência feminina ligada a maternidade e aspectos biológicos característicos das
mulheres, enfatiza novamente a diferença entre os sexos.
Os adeptos do multiculturalismo lutam por uma política de reconhecimento que tem
por base a identidade de grupo. Argumentam os teóricos e militantes que membros de
uma comunidade política ou nação nem sempre compartilham as mesmas
comunidades culturais. Existem três tipos de multiculturalismo: comunitarismos, dentro
de uma estrutura liberal e como uma resposta a construção do Estado.
Os grupos de desvantagem social em relação a outros não devem adotar o ponto de
vista dominante. É possível manter suas identidades formadas a partir de experiências
específicas, ao mesmo tempo, compartilharem um espírito público mais abrangente e
estarem abertos a ouvir e perceber os interesses dos outros.
Segundo Iris Young, cientista política norte americana, descreve as cinco
características que configuram uma relação de opressão de um grupo em relação a
outro, “a exploração: quando os benefícios do trabalho e energia de alguns são
apropriados por outros sem reciprocidade; a marginalização: quando um grupo é
excluído de atividades sociais em larga escala, em geral, da esfera do mercado de
trabalho; a destituição de poder: viver e trabalhar soba autoridade de outros e ter
pouca autonomia e autoridade sobre outros; o imperialismo cultural: gera grupos
sociais estereotipados e, ao mesmo tempo, invisíveis no que diz respeito à expressão
de suas experiências e acesso a oportunidades; o sofrer violência ou perseguição por
ser considerado membro de um grupo que é odiado ou temido socialmente.”A autora
cita outros grupos que também são oprimidos em um ou mais destes aspectos:
mulheres, negros, pobres, homossexuais, operários, idosos e portadores de
necessidades especiais.
Segundo a filósofa e cientista política turca Seyla Benhabib, o Multiculturalismo e sua
ênfase na identidade. Segundo ela, o esforço por reconhecimento pode vir a negar a
alteridade como um elemento social construtivo. "O 'outro' está sempre dentro de nós
também e é um de nós". Benhabib defende que é possível criar instituições imparciais
na democracia igualitária e que o reconhecimento das diferenças culturais pode existir
sem dominação.
Segundo o cientista político Norberto Bobbio, a tolerância "é a virtude da moderna
democracia pluralista". Tolerância x intolerância, igualdade x desigualdade,
homogeneidade x diferença, individualismo x coletivismo são oposições constituintes
do debate e da política contemporânea em diversas áreas do conhecimento, assim
como do senso comum. Para ele, é fundamental formular duas questões em relação
ao princípio da igualdade. A idéia de que "todos são iguais, porém alguns são mais
iguais do que outros" é crucial para a proposição de que se faz necessário "tratar os
desiguais de forma desigual", por meiode políticas e ações afirmativas. O objetivo
principal das ações afirmativas é restituir ou atingir uma igualdade que foi rompida ou
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jamais existiu.
7 – A MULHER E O CÓDIGO CIVIL
Napoleão, líder da Revolução Francesa e autor de uma Código Civil considerado
moderno, declararam que "A natureza fez de nossas mulheres nossas escravas. O
marido tem direito de dizer à esposa: senhora, não saireis de casa, não ireis ao teatro,
não vereis tal pessoa, isto é,senhora, vós me pertenceis de corpo e alma."
No ano de 1889 a República foi proclamada, porém, somente em Janeiro de 1889,
Clóvis Beviláqua, professor da Faculdade de Direito de Recife ­­ PE, foi encarregado
de organizar o projeto do código, que ultimou em fins de outubro do mesmo ano.
Beviláqua era para época um jurista de idéias avançadas, porém, havia correntes
conservadoras bastantes fortes envolvidas na discussão da lei civil, especialmente a
lei que tratava do casamento, da filiação e do status jurídico da mulher.
Depois de longos debates e de novas alterações, agora aprovadas pela Câmar dos
Deputados e pelo Senado, foi o Código Civil sancionado em 1º de Janeiro de 1917.
7.1 ­ O CÓDIGO CIVIL DE 1916
Devido ao Código Civil o marido se constituiu o chefe da sociedade conjugal e o
administrador exclusivo dos bens do casal, tendo somente ele o direito de fixar o
domicílio da família, do qual se a mulher dele se afastasse por qualquer motivo
poderia ser acusada de abandono de lar, com a perda do direito à alimentos e à
guarda dos filhos.
E mais, o novo Código, trouxe ainda a obrigação à mulher de adotar onome de família
do marido, pois esta, na concepção arcaica da época, após o casamento passava a
ser parte da família do marido, deixando, até mesmo, de integrar a sua própria família.
O casamento continuava a gerar um vínculo indissolúvel, conforme dispunha os
artigos que previam o regime da comunhão universal de bens e a indispensabilidade
da adoção dos apelidos do marido pela mulher. Na realidade,a intenção era que se
formasse uma só unidade patrimonial, onde o homem era essência da família.
7.2 – O ESTATUTO DA MULHER CASADA DE 1962
No ano de 1949, a advogada Romy Medeiros da Fonseca tomou posse com membro
do Instituto dos Advogados do Brasil ( IAB ).
A IAB aceitou a "indicação" da ilustre advogada e criou uma Comissão Especial para
estudar a questão proposta, e deste estudo foi elaborado um anteprojeto que
modificava completamente a condição jurídica da mulher casada, eliminado, inclusive,
o conceito de chefia da sociedade conjugal, que era concedida exclusivamente ao
marido.
As principais mudanças requeridas no referido anteprojeto eram as seguintes:
• Igualdade de capacidade jurídica do homem e da mulher;
• A mulher como companheira, consorte e colaboradora do marido;
• O domicílio conjugal fixado por acordo entre os cônjuges, cabendo ao Juiz dirimir
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conflitos;
• O marido não poderia praticar atos sem o consentimento da mulher os atos que esta
não pudesse praticar sem o consentimento do marido;
• A mulher poderia exercer livremente seu direito de "pátrio poder;”
• À mulher competiria a representação legal da família, quando responsável por
seusustento;
• Não havendo convenção antenupcial, o regime de bens seria o de comunhão parcial
de bens;
• A mulher com bens e rendimentos próprios seria obrigada a contribuir para as
despesas comuns;
• Durane o casamento o " pátrio poder " seria exercido pelo casal, cabendo ao juiz a
decisão em caso de divergência.
O Estatuto, que foi incorporado ao Código Civil, revogou a incapacidade relativa da
mulher e corrigiu algumas aberrações, porém, deixou de corrigir outras igualmente
intoleráveis.
• A consideração de erro essencial à pessoa, por defloramento da mulher ignorado
pelo marido, motivo de anulação de casamento;
• A manutenção do artigo que permite ao pai deserdar a filha considerada
"desonesta", se esta viver sob o teto paterno. E também alguns avanços abatidos com
o Estatuto da Mulher Casada:
• Deu o direito a mulher de ficar com a guarda dos filhos menores, salvo em casos
expressos;
• Ampliou o direito da mulher em constituir bens reservados.
7.3 – A LEI DO DIVÓRCIO
Um dos grandes defensores do divórcio, e da modernização do Direito de Família era
o jurista e parlamentar Nelson Carneiro, que desde seu primeiro mandato
parlamentar, em 1914, dedicou­se a essa causa. O jurista apresentou inúmeros
projetos de lei para melhorar a situação da companheira do homem desquitado, da
solteira e da viúva, dando­lhe direito a pensão previdenciária, alimentícia e etc. E entre
os anos de 1951 e 1977, propôs projetos para a " anulação do casamento ", sendo
todos rejeitados, por terem sido considerados formas disfarçadas de divórcio, o que na
verdade o eram. Outrosprojetos por eles propostos que visavam a proteção do
trabalho da mulher foram convertidos em leis.
Apresentamos algumas alterações trazidas pela lei do divórcio:
• Facilitou o processamento das formas consensual e litigiosa do antigo "desquite",
que passou a ser denominado "separação judicial";
• Estendeu o direito ao marido de ser puncionado, se tiver necessidade;
• Limitou o divórcio a uma única vez.
Muitos dos dispositivos trazidos pela Lei do Divórcio são nitidamente igualitários, e
somente teriam sentido prático se tivesse sido revogado o princípio da chefia da
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sociedade conjugal, e terminado, com os privilégios do marido na administração dos
bens, no pátrio poder e em outros institutos discriminatórios.
7.4 – AS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
A primeira Constituição do Brasil foi promulgada em 24 de Fevereiro de 1891, sendo
chamada de Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, onde se
estabelecia que a Nação Brasileira adotava como forma de governo a República
Federativa, e desde essa época as Constituições Brasileiras dedicam alguma atenção
ao direito de família, e até a entrada em vigor da Constituição Federal de 1988,
nossas Cartas Magnas atentavam, especialmente, para definir a indissolubilidade do
casamento e estabelecer a legitimidade da família, não reconhecendo outra forma
senão aquela resultante do matrimônio, civil ou religioso.
A partir dessa Carta Magna, as mulheres conquistam o direito a cidadania e passam a
exercer os mesmo direitos políticos que os homens permanecendo, porém, na vida
privada, subordinadas ao poder marital, ao qualdeviam obediência através do Código
Civil de 1916.
Já a atual Constituição Brasileira, datada de 1988, foi chamada de " redentora ", pois
fazia frente ao período dos governos autoritários e ditatoriais.
7.5 – A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
A nova Constituição foi um "divisor de águas" no Direito de Família, pois igualou as
disparidades existentes até sua entrada em vigor, ampliando o reconhecimento de
novas formas de família, acolhendo as grandes transformações sociais e econômicas
do país e acatando as reivindicações dos movimentos feministas que há anos
trabalhavam para a modernização e democratização da legislação que mantinha até
então a mulher em situação de subalternidade e dependência.
Uma das maiores inovações da Constituição de 1988 foi o reconhecimento do
concubinato more uxório como "união estável”, fixando em seu art. 226, parágrafo
terceiro, embora de uma forma bastante tímida, mas sempre considerando um avanço
significativo para a aceitação da idéia de entidade familiares diferentes daquela forma
clássica e única de família legítima, vigente até o momento.
Somente em 1994 e 1996, foram editadas leis para regular o dispositivo 226,
parágrafo terceiro da Constituição Federal, ou seja, a união estável, que até as
referidas datas encontrava­se completamente sem orientação para ser aplicada, e a
partir daí começou a se conceder direitos, tais como, alimentos, reconhecer o direito à
herança, à habilitação e de usufruto, aos companheiros.
A Carta Magna de 1988 acabou produzindo uma profunda revolução na estrutura
social.
Os dispositivos do CódigoCivil de 1916 que discriminam as mulheres ­ e que ferem o
princípio da isonomia ­ foram tacitamente revogados, por força do Texto
Constitucional, conforme entendem muitos doutrinadores.
7.6 ­ O NOVO CÓDIGO CIVIL – AS INOVAÇÕES PARA A MULHER
Tramitava na Câmara, desde 1975, um Projeto de Novo Código Civil, e no Capítulo
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da Família era mantido o direito da chefia da sociedade conjugal nas mãos do marido,
apenas sendo chamado mais suavemente de "direção".
Muitos juristas da época defendiam essa prevalência e outros conceitos
discriminatórios trazidos por esse Novo Projeto, que, na verdade, pouco modificava a
área de Direito de Família. Mas, tal projeto foi "atropelado" pela Lei do Divórcio, em
1977. O que acabou comprovando que tão defendido projeto era contrário ao direito
moderno e a evolução da sociedade brasileira.
O anteprojeto do Novo Código Civil datado de 1972 foi submetido ao exame do
público em geral em 19 de Março de 1973, e após o mesmo foi revisto por sua
comissão elaboradora, que era supervisionada pelo Professor Miguel Reale.
Somente em Dezembro de 1997, com mais de 500 ( quinhentas ) emendas, o projeto
do Novo Código Civil voltou à Câmara para nova apreciação.
E em 15 de Agosto de 2001 a Câmara dos Deputados aprovou, por votação
simbólica, o novo Código do Direito Civil que tramitava há vinte e seis anos no
Congresso Nacional.
A Constituição Federal antecipou, em oitos aspectos, as matérias tratadas no projeto
do NovoCódigo Civil. Alguns desses institutos mereciam tratamento legislativo
adequado, principalmente na área do Direito de Família,como no caso da igualdade
entre cônjuges, devendo se considerar revogados, portanto, os incisos discriminatórios
contra a mulher e filhos, constantes do antigo codex.
O Brasil de hoje é a oitava economia do mundo, possuindo uma população de 160
milhões de habitantes, e as mulheres constituem a maioria dessa imensa massa, a
metade do eleitorado, a maioria das matrículas escolares, desde o primário até a
universidade, e ocupam até 40 % do mercado de trabalho, subindo na ocupação de
atividades econômicas que requerem maior escolaridade.
O princípio da isonomia entre os cônjuges, que desde 1988 é consagrado pela
Constituição Federal através do art. 226, parágrafo quinto, vem também inserido no
Novo Código Civil, da maneira como sempre foi pleiteado pelas mulheres em suas
constantes lutas pela igualdade de direitos e deveres.
Essa igualdade, como foi visto em todo o processo histórico das lutas femininas, não
existia no Código Civil de 1916, que discrimina acentuadamente a mulher, chegando
ao ponto de classificá­la como relativamente incapaz a certos atos e a maneira de
exercê­los.
O defloramento da mulher ignorado pelo marido sempre caracterizou " erro essencial "
por indicar a desonestidade e a falta de recato da mulher desposada, podendo o
homem, que ainda exercia o poder marital, presumir que a mesma tivesse um
procedimento leviano.
"Anulava­se dentro de dez dias, também contados do casamento, se tratasse de
matrimônio contraído com mulher já deflorada"
O Novo Código Civil traz no bojo do parágrafo primeiro do seu art. 1.565, que
qualquer dos cônjuges poderáacrescer ao seu nome o sobrenome do outro, aplicando
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mais uma vez o princípio da isonomia, igualando os direitos dos cônjuges, assim, tanto
o homem pode adotar o sobrenome da mulher, quanto à mulher acrescer ao seu
nome o sobrenome do marido.
O exercício dos direitos e deveres conjugais pertence igualmente a ambos os
cônjuges, pois lhes foi conferido conjuntamente o exercício da direção da sociedade
conjugal, não colocando qualquer dos cônjuges em posição inferior, preocupando­se
somente em harmonizar os interesses comuns da família.
Desaparece, assim, a idéia de chefe de família, indicada pelo art. 233 do Código Civil
de 1916, que colocava a mulher em posição subalterna, e que somente foi acentuado
pelo art. 240 do mesmo codex, com redação da Lei nº 6.515 / 77, pelo qual a mulher
passa a ser, com o casamento, companheira, consorte e colaboradora do marido nos
encargos da família, cumprindo­lhe velar pela direção material e moral desta.
No Código Civil de 1916 o art. 240, com redação da Lei nº 6.515 / 77, trazia que a
mulher com o casamento passaria a ser “companheira, consorte e colaboradora do
marido nos encargos da família, cumprindo­lhe velar pela direção material e moral
desta”. Com isso, a esposa passou a ter a condição de sócia e não de submissa ao
marido. Este preceito foi mantido pelo Novo Código equiparando os direitos e deveres
dos cônjuges, neste caso, principalmente os deveres.
Antes da Lei do Divórcio, de 1977, o fato da mulher injustificadamente se recusar a
acompanhar o marido caracterizava abandono de lar, desde que transcorressem dois
anos dadata da recusa, e se essa recusa datasse de menos tempo, caracterizaria
injúria grave, ou seja, em ambos os casos a mulher era penalizada por tentar exercer
sua liberdade, sua própria vontade, pois ambos os casos eram pressupostos
suficientes para o pedido de desquite (art. 317 do Código Civil).
Neste tópico, a evolução do nosso Direito de Família é nítida, principalmente, se
observamos que a solução encontrada no Código Civil de 1916 chega a ser
traumatizante para as crianças, pois trazia em seu art. 326, como regra geral, que
quando do desquite judicial, os filhos menores ficariam com o cônjuge " inocente ",
mais uma vez utilizando­se arcaica concepção de " inocência ", e, pelo parágrafo
primeiro deste dispositivo, em caso de culpa de ambos os cônjuges, a mãe teria o
direito de ficar com as filhas enquanto menores e com os filhos até seis anos de idade,
sendo que, ao completarem esta fase, os meninos deveriam ser entregues aos
cuidados do pai.
Na prática era desumano e inconveniente arrancar o filho da companhia da mãe, na
qual ele se encontrava bem, apenas porquê a legislação assim determinava, pois o
mesmo havia completado seis anos de idade.
Assim, o princípio da isonomia, neste aspecto vale também para igualar pai e mãe,
que com o advento do Novo Código devem ser tratados pela lei em absoluta
igualdade de condições, excluindo completamente o fator "culpa na separação" como
razão determinante da perda da guarda. A guarda dos filhos deve ser estabelecida
com base no princípio da prevalência dos interesses dos menores, observando que
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nem sempre o cônjuge "inocente " pode preservar tais interesses.
Como podemos observar o Novo Código Civil, principalmente na área do Direito de
Família muito se respaldou na Constituição Federal, pois, mais uma vez atendeu os
princípios constitucionais, interagindo para que haja mais equilíbrio entre os cônjuges,
na relação familiar, protegendo mais os filhos, e para tanto, estabelecendo, em lugar
do “pátrio poder”, o poder familiar, conferindo­o, conjuntamente ao pai e à mãe.
Na verdade, o poder familiar pode ser definido segundo José Virgílio Castelo Branco
Rocha, "como um conjunto de direitos e obrigações, quanto à pessoa e bens do filho
menor não emancipado, exercido, em igualdade de condições, por ambos os pais,
para que possam desempenhar encargos que a norma jurídica lhes impõe, tendo em
vista o interesse e a proteção do filho ". Assim, os cônjuges têm igualdade de
condições e o mesmo poder decisório sobre a pessoa e bens dos filhos menores e
não emancipados.
As mulheres conquistaram direitos legítimos de igualdade jurídica, e essa igualdade
trouxe para as mesmas não só direitos, mas também deveres e julgamentos afinados
com a modernidade. Esse é o caso dos alimentos que decorrem da mútua assistência,
um dever que persiste diante da isonomia consagrada pelo art. 226, parágrafo quinto,
da Constituição Federal.
Esse dever de sustento do marido à esposa já havia desaparecido mesmo antes da
promulgação da Constituição Federal de 1988 ­ desde que a esposa pudesse prover
sua própria subsistência ­ tendo essa alteração sido operada por força da Lei nº 4.121,
de 1962, e maistardiamente com o advento da Lei nº 6.515, de 1977, Lei do Divórcio.
Ademais, as mulheres casadas alcançaram um patamar de independência econômica
e jurídica que possibilitava essa alteração. E para apaziguar o ânimo dos que não
concordavam com a conquista desse dever feminino, veio a CF/ 88 que estatuiu a
perfeita igualdade jurídica entre marido e mulher e que foi mantida pelo Novo Código
Civil, assim, os deveres conjugais passaram a poder ser exercidos igualmente pelo
homem e pela mulher.
O Código Civil de 1916 trazia dos arts. 278 a 311 o Regime Dotal, que poderia ser
conceituado como aquele em que " um conjunto de bens, designado dote, era
transferido pela mulher, ou alguém por ela, ao marido, para que este, dos frutos e
rendimentos desse patrimônio, retirasse o que fosse necessário para fazer frente aos
encargos da vida conjugal, sob a condição de devolve­lo com o término da sociedade
conjugal. "
Mesmo sendo irreversível a nova trajetória, ainda encontramos a mulher muito
condicionada à família e a função reprodutora.
"Para que se resgate a credibilidade da Justiça e se acredite em umsDireito mais
legítimo, mais sensível, mais voltado à realidade social, é mister que a mulher ainda
empunhe sua bandeiras e prossiga na luta igualdade, direito que está calcado muito
mais no reconhecimento da existência de diferenças."
A mulher é a grande vítima da violência doméstica, que é o crime cometido com mais
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freqüência, mas que é o menos denunciado e normalmente não punido. A violência
doméstica se retrata no assassinato, no espancamento e no estupro de mulheres,
feitos pormaridos ou companheiros, normalmente dentro do silêncio do lar.
O estupro, por exemplo, ainda que pertencente à categoria de crimes hediondos é
classificado como um crime de ação privada, ou seja, a abertura do processo depende
de provocação da vítima, não sendo obrigação do Estado inicialmente apurar o
ocorrido, e para dificultar ainda mais, exige­se, normalmente, a evidência de lesões
corporais, acreditando que se essas não ocorreram é porque não houve resistência da
vítima, neste caso não se considera o estupro.
A mulher segue em frente, sempre vencendo batalhas e comemorando conquistas,
mas sempre em busca de novos caminhos e desafios, na tentativa de obter uma maior
igualdade em termos de oportunidades.
CONCLUSÃO
Apesar das leis civis, constitucionais e trabalhistas serem voltadas para a proteção dos
direitos da mulher, podemos perceber na prática que, apesar de todo este aparato
legal, a mulher ainda não conseguiu ver os seus direitos plenamente respeitados. As
barreiras culturais têm­se mostrado mais fortes do que as leis criadas para elevar a
mulher a sua real posição de igualdade intelectual, civil, trabalhista e ao pleno
exercício da cidadania.
Concluindo, é claro que grandes e valiosas vitórias foram conquistadas pela mulher
até o presente século, se lembrarmos que esta situação de suposta inferioridade
arrastava­se há séculos, havendo períodos em que a mulher, assim como as crianças,
nem mesmo eram contadas nos censos demográficos e não tinham domínio algum
sobre sua vontade. Via de regra, sempre foi tratada como meroobjeto de procriação e
considerada como propriedade dos homens, aos quais devia irrestrita obediência.
É bem verdade que, em pleno século XXI, ainda nos deparamos com esse sentimento
de posse e em nome dele se mata, espanca­se e estupra­se e ignoram­se direitos
ainda que escritos.
Essa dificuldade não é só nossa, pois está presente em todos os países. A diferença é
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que ela é maior ou menor, de acordo com o grau cultural de cada sociedade.
A mulher esteve adormecida durante várias décadas, aceitando a situação de
dependência. A sua luta, inicialmente, foi esparsa, com um ou outro movimento aqui
ou ali, personagens solitários rebelavam­se contra essa situação; porém, hoje, a
mulher tem plena consciência de seu potencial, dos seus direitos e demonstra seu
grande valor como cidadã, como mãe, como trabalhadora. Tem quebrado barreiras,
conceitos e preconceitos e a sociedade como um todo precisa se engajar nessa luta
que é de todos. Assim, com resultado positivo, não significará que houve vencedores
e vencidos, mas todos seremos vencedores em nome da dignidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS
BULHÕES, Antonio ­ Deputado Federal / PRB­SP
Guia básico dos Direitos da Mulher e procedimentos em casos de violação
OLIVEIRA, Aristeu de, 1949 ­ Práticas trabalhistas e previdenciárias. Aristeu de
Oliveira. ­10. Ed­são Paulo: atlas, 2001
Constituição federal­1988­Brasil.
CABRAL, Karina Melissa ­ Direito da Mulher ­ De acordo com o Novo Código Civil
LAQUER, Thomas – Inventando o sexo – Corpo e gênero dos gregos a Freud. Rio de
Janeiro: Relume Dumará, 2001.SITES
Casa de Cultura da Mulher Negra www.casadeculturadamulhernegra.org.br
CCR ­ Comissão de Cidadania e Reprodução www.ccr.org.br
CEERT ­ Cto Estudos das Relações do Trabalho e Desigualdades www.ceert.org.br
CEMICAMP Cto Pesquisas Materno­Infantis de Campinas www.cemicamp.org.br
CEVAM ­ Centro Vergueiro de Atenção à Mulher www.cevam.org.br
CLADEM Comitê Latino­Americano Defesa Direitos Mulher www.cladem.org
Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde de São Paulo www.mulheres.org.br
GELEDÉS – Instituto da Mulher Negra www.geledes.org.br
Instituto Socioambiental www.socioambiental.org
Rede Mulher de Educação www.redemulher.org.br
SOF ­ Sempreviva Organização Feminista www.sof.org.br
SOS ­ Ação Mulher e Família www.sosmulher.org.br
Secretaria de Políticas para Mulheres www.sepm.gov.br
Enciclopédia e Dicionários Porto Editora www.infopedia.pt
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ANEXO 1
Aprovação de 13 leis e emendas orçamentárias, entre as quais destacam­se:
Lei 9.278/96 – regula a união estável como entidade familiar
Lei 9.263/96 – regula o planejamento familiar. O direito à esterilização voluntária de
mulheres e homens é conquistado em agosto/97, com a derrubada dos vetos do
Presidente à lei
Lei 9.100/95 e 9.504/97 – estabelecem quotas mínimas e máximas por sexo para
candidaturas nas eleições proporcionais para Vereadores e Deputados
Estaduais/Federais, respectivamente
Aprovação de Emendas ao Plano Plurianual (1995­1999) e ao Orçamento da União
referente à cidadania das mulheres (97,98 e 99)
Lei número 9.799, de 26­05­1999(DOU DE 27­5­1999

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