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INQUÉRITO POLICIAL

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INQUÉRITO POLICIAL 
CONCEITO DE INQUÉRITO POLICIAL
	Análise de um fato, em tese criminosa, com o objetivo de esclarecer uma situação criminosa, seja no aspecto material, como subjetivo. Visando apurar o fato criminoso, suas circunstâncias e sua autoria. Portanto, trata-e de um procedimento que se caracteriza pela realização de diligências de investigação, documentadas e reunidas em autos próprios.
Delegado – autoridade incumbida das atividades de polícia judiciária.
	O inquérito é o mecanismo mais comum para de apuração preliminar de fatos criminosos.
	Precede as ações penais, ajuizadas por seu respectivo autor, MP, no caso de ação pública, e o particular, em caso de ação penal privada.
	Não é somente polícia que investiga crime – conduzido por mais de um órgão
Processo – algo que corre em juízo 
Procedimento – refere-se a questões administrativas - meio, sequência de atos processuais – o inquérito não tem uma sequência pré-ordenada de atos, diferente das ações penais, ou seja, não tem procedimento.
CRIME – INVESTIGAÇÃO – AÇÃO PENAL OU ARQUIVAMENTO
Investigação – só tem a pretensão de esclarecer o fato, não existem partes, ou seja, é unilateral, não há relação processual (polícia é um órgão do executivo).
Ação Penal – há uma relação judicial – corre em juízo, presidida por um juiz – poder judiciário.
Portanto, inquérito é um procedimento administrativo e a ação penal é um processo judicial.
- Juizado Especial não tem inquérito 
Os dois (inquérito e ação penal) servem para esclarecer fato, mas há diferenças de finalidade:
INQUÉRITO 
Termina quando a autoridade entende que o fato está esclarecido, ou não esclarecido.
Relatório – sem sanção, sem juízo de valor, somente descreve o que foi feito.
Não tem contraditório
Torna possível, viabiliza a ação penal, ou seja, esclarece o fato para que o acusador possa propor ação penal.
Processo administrativo levado a efeito pela autoridade pública, que tem como finalidade servir de base à ação penal.
AÇÃO PENAL
Termina com uma sentença – sanção 
Finalidade de se chegar a um juízo de certeza
Nenhuma condenação pode ocorrer somente pelas provas do inquérito, visto que não há ampla defesa e contraditório, portanto, por ser prova unilateral vale menos.
FINALIDADE DO INQUÉRITO
	A finalidade geral do inquérito é apurar o fato criminoso, suas circunstâncias e autoria. Já sua utilidade prática (finalidade específica) para o processo penal, como estabelecido no artigo 12 do CPP, é servir de base para a denúncia ou queixa, ou seja, servir de suporte para a acusação. Isso releva o caráter instrumental dos procedimentos investigatórios, assim, por ser um instrumento que tem a finalidade de servir de base para a denúncia, é considerado um procedimento meramente informativo, ou seja, dispensável.
	Segundo o STF, o MP pode dispensar o inquérito policial quando possuir elementos de convicção que considere suficientes para o oferecimento da denúncia.
QUEM INVESTIGA?
A AUTORIDADE COM ATRIBUIÇÕES PARA INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO É O DELEGADO DE POLÍCIA, TANTO NO PLANO FEDERAL, QUANTO NO ÂMBITO ESTADUAL , OU SEJA, É EXCLUIDA A POSSIBILIDADE DE INSTAURAÇÃO E PRESIDÊNCIA DO INQUÉRITO POLICIAL POR QUALUQER OUTRA AUTORIDADE. ENTRETANTO, HÁ OUTRAS AUTORIDADES COM ATRIBUIÇÕES INVESTIGATÓRIAS E QUE ACABAM INVESTIGANDO CRIMES FORA DO INQUÉRITO POLICIAL. 
Polícia – criada especificamente para investigar crimes
Na esfera Estadual:	
CIVIL - Polícia Judiciária – Auxilia o judiciário investigando 
	MILITAR - Polícia Administrativa – Repressão e prevenção de crimes 
Na esfera Federal:
	POLÍCIA FEDERAL 
Na esfera Municipal:
	GUARDA MUNICIPAL – prevista no artigo 144 da CF – não tem atribuição investigativa – sua função é cuidar do patrimônio público municipal
POLÍCIA MILITAR
CRIME MILITAR 
Quem investiga é a polícia militar
E quem julga é a justiça militar
Função atípica
P2
Atividade de inteligência 
Investiga – legalidade duvidosa – aparenta invasivo
Função de monitorar pessoas para prevenção e diminuir riscos
Não é investigação criminal, pois não há foco em algo ocorrido
QUEM MAIS INVESTIGA?
CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito 
	Parlamentares Investigam:
Crimes ocorridos dentro do prédio do congresso nacional (lei 1579/52, súmula 397 STF)
CPI, previsto no artigo 58, §3º da CF – requisitos constitucionais: fato determinado (vínculo com a atividade parlamentar), prazo certo.
NATUREZA JURÍDICA DO INQUÉRITO
	A natureza do inquérito é nitidamente administrativa, sendo um ato de uma autoridade administrativa vinculada à administração da segurança pública, visto que os atos nele praticados geralmente são atos discricionários, em que a autoridade pode definir a ocasião, a conveniência e a forma deles. Entretanto, alguns atos do inquérito são totalmente vinculados pela lei, como a prisão em flagrante, o indiciamento do investigado, o interrogatório. E não estão submetidos à solenidade as formas procedimentais, já que não é correto se falar em nulidade dos atos do inquérito.
	Ademais, tem natureza inquisitiva, pois se desenvolve sem contraditório e ampla defesa, podendo em certos momentos se constituir em um procedimento sigiloso. Procedimento meramente investigatório, em que não há acusação e nenhuma dialeticidade típica do processo judicial. Mas isso não pode ser entendido de forma absoluta, visto que alguma espécie de defesa sempre será cabível no inquérito, como os direitos fundamentais do indiciado, acesso ao inquérito, por exemplo. Portanto, não há que se confundir ausência de contraditório com ausência de qualquer defesa, mesmo que restrito, uma vez que, muito embora o indiciado possa ser alvo de investigação, jamais perderá a sua condição de sujeito de direitos.
O INÍCIO DO INQUÉRITO – INSTAURAÇÃO 
Depende da ação penal do crime investigado – iniciativa é o que diferencia
 Artigo 129 da CF – Funções do MP
	PÚBLICA INCONDICIONADA: MP é obrigado a agir independente de provocação ou impulso (terceiro ou vítima), age de ofício – sempre que a autoridade policial tiver conhecimento da ocorrência de um crime de ação penal pública.
	PÚBLICA CONDICIONADA: depende de condição – representação da vítima ou requisição do ministro da justiça
	PRIVADA: ajuizada pela vítima, particular (crimes contra a honra...)
SE O CRIME FOR DE AÇÃO PENAL PRIVADA OU CONDICIONADA, A INSTAURAÇÃO SOMENTE SERÁ POSSÍVEL SE HOUVER ANUÊNCIA OU REQUERIMENTO DA VÍTIMA, SEU REPRESENTANTE LEGAL OU DE QUEM TENHA QUALIDADE PARA AJUIZAR A AÇÃO PENAL NA FALTA DESTES, COMO O CÔNJUGE, ASCENDENTE, DESCENDENTE OU IRMÃO DO OFENDIDO.
É INDISPENSÁVEL UM FATO TÍPICO DETERMINADO, POIS NÃO SE ABRE INQUÉRITO COM A FINALIDADE DE APURAR ILÍCITOS CIVIL, ADMINISTRATIVOS, ETC.
Pública Incondicionada:
Portaria – BO (vítima, terceiro), denúncia (delação) anônima – este sozinho não permite a abertura do inquérito, só podendo se seguidas de diligências informais confirmatórias.
Pedido de abertura de inquérito – notícia crime (substitui a portaria)
Auto de prisão em flagrante 
Requisição do MP
Requisição do Juiz (uso de documento falso, falso testemunho)
Quando tem foro por prerrogativa de função (privilegiado) – pelo cargo que ocupa – não é julgado pelo juiz de 1º grau, mas sim pelo tribunal – é necessário que haja autorização judicial para abertura de inquérito caso envolva alguém com foro privilegiado – EXCEÇÃO (ATÍPICO).
Pública Condicionada à representação:
Representação (manifestação expressa da vítima para desdobramento penal, nos casos que a lei permite) 
BO – não pode ser feito por terceiros 
Por escrito – com ou sem advogado, por terceiro por procuração.
Não pode delação anônima
Auto de prisão em flagrante 
(a vítima tem 6 meses para representar à partir do conhecimento do fato)
Privada:
Vontade expressa da vítima – requerimento da vítima
Prisão em flagrante é igual à pública condicionada
Nos casos de cognição espontânea e provocada, mesmo naquelas hipóteses de requisição pelo Ministério da Justiça, a autoridade policial somente estaráobrigada a instaurar o inquérito se considerar que a conduta é mesmo típica, nos demais casos de cognição coercitiva, seja por requisição da autoridade judicial ou pelo promotor de justiça, seja por força do auto de prisão em flagrante, a instauração será automática, obrigatória, não restando à autoridade policial nenhuma margem de discricionariedade sobre a instaurar ou não o inquérito policial.
Cognição espontânea ou imediata: quando a autoridade policial toma conhecimento do crime por intermédio de suas atividades rotineiras, sem a intermediação de qualquer pessoa. Por exemplo, quando a autoridade transita pela via pública e se depara com a situação de um fato criminoso, devendo tomar espontaneamente todas as providências para a instauração do inquérito.
Cognição provocada ou mediata: ciência do crime chega à autoridade policial por meio de interposta pessoa (vítima, representante legal, delação), requerendo o inquérito. Ou quando, por exemplo, os agente policiais atendem alguma ocorrência e lavram o boletim de ocorrência entregando-o ao delegado de polícia.
Cognição coercitiva: Requisição pelo juiz ou promotor de justiça, bem como nos casos de prisão em flagrante, quando a autoridade policial, juntamente com a notícia do crime, recebe o criminoso, as testemunhas, os instrumentos e o produto do crime, não lhe restando alternativa senão instaurar o inquérito policial.
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício; 
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. 
§ 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível: 
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; 
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; 
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. 
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. 
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. 
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado. 
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. 
PRAZO DO INQUÉRITO
Art. 10.  O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.
§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Em regra, o prazo para a conclusão do inquérito policial é de:
30 dias, quando o indiciado estiver solto – possibilidade de prorrogação sucessiva do prazo, por quantas vezes necessárias.
10 dias, quando o indiciado estiver preso – contados da data da prisão - por flagrante ou prisão preventiva – o excesso configura constrangimento ilegal sanável por meio de habeas corpus.
O artigo 798, §1º do CPP determina que o prazo para a conclusão do inquérito policial, em caso de indiciado preso, deve ser contado como se contam os prazos processuais em geral:
Art. 798.  Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
§ 1º Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.
	Porém, quando a prisão do indiciado é providência gravosa que suprime o direito fundamental do indivíduo, a liberdade, deve-se proceder à contagem na forma prevista no artigo 10 do CP, que é forma mais benéfica, computando-se, portanto, o dia do começo.
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.
EXCEÇÕES
Lei 5010/66, artigo 66
Art. 66. O prazo para conclusão do inquérito policial será de quinze dias, quando o indiciado estiver preso, podendo ser prorrogado por mais quinze dias, a pedido, devidamente fundamentado, da autoridade policial e deferido pelo Juiz a que competir o conhecimento do processo. 
Parágrafo único. Ao requerer a prorrogação do prazo para conclusão do inquérito, a autoridade policial deverá apresentar o preso ao Juiz. 
Lei 11343/06, artigo 51 – LEI ANTIDROGAS
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.
Lei 1521/51, artigo 10 – CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR – 10 dias solto ou preso
Art. 10. Terá forma sumária, nos termos do Capítulo V, Título II, Livro II, do Código de Processo Penal, o processo das contravenções e dos crimes contra a economia popular, não submetidos ao julgamento pelo júri.
§ 1º. Os atos policiais (inquérito ou processo iniciado por portaria) deverão terminar no prazo de 10 (dez) dias. 
§ 2º. O prazo para oferecimento da denúncia será de 2 (dois) dias, esteja ou não o réu preso. 
§ 3º. A sentença do juiz será proferida dentro do prazo de 30 (trinta) dias contados do recebimento dos autos da autoridade policial (art. 536 do Código de Processo Penal). 
§ 4º. A retardação injustificada, pura e simples, dos prazos indicados nos parágrafos anteriores, importa em crime de prevaricação (art. 319 do Código Penal). 
Lei 12.714/2012 – sobre o sistema de acompanhamento da execução das penas, da prisão cautelar e a medida de segurança – a autoridade deverá estipular o prazo para a conclusão do inquérito, inserindo esse dado em um sistema informatizado de acompanhamento acessível ao juiz, MP e defensores.
	
	
Art. 4º  O sistema referido no art. 1º deverá conter ferramentas que:
I - informem as datas estipuladas para:
a) conclusão do inquérito;
CARACTERÍSTICAS
	Natureza Jurídica – procedimento administrativo – presidido por profissional sem competência jurisdicional (autoridade administrativa) – geralmente no executivo – delegado/promotor – os atos do inquérito, em regra, são de competência discricionária, como os atos da administração em geral – esses atos não são submetidos ao rigor de forma nem ao sistema de nulidades processuais.
A forma do Inquérito sempre será escrita – hoje é formalizado, documentado – até mesmo prova oral (testemunhal), visual (reconhecimento de pessoa ou coisa), tudo era reduzido a termo, ou seja, colocado no papel.
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
- Documentar os atos, a fim de que posteriormente possam servir de base para a denúncia e até mesmo de prova no processo.
- Possibilitar um adequado controle da legalidade dos atos de investigação.
É oficial – feito por órgão público, não pode ser particular.
Disponível/Dispensável – pode ter ação sem inquérito, mas precisa de provas (investigação particular, outro processo...), pois ninguém pode ser processado sem provas.
Inquisitivo – não tem contraditório e ampla defesa – inquérito não é processo, e sim procedimento administrativodestinado a colheita de provas, visto que é um procedimento meramente investigatório, em que não há nenhuma acusação e nenhuma dialeticidade típica do processo judicial. 
Alguma espécie de defesa sempre será cabível no âmbito do inquérito, apesar de não ser realizado em contraditório, haverá a possibilidade de defender os direitos fundamentais do indiciado, ou as liberdades públicas. Assim, não pode ser confundida a ausência de contraditório com ausência de defesa, pois embora o indiciado possa ser alvo de investigação, jamais perderá sua condição de sujeito de direitos.
Sigiloso – O inquérito é sigiloso, mediante a diligências que necessitem deste para efetividade, mas não se estende à algumas pessoas: JUIZ (fiscal da regularidade do inquérito), MP, ADVOGADO – ou seja, não é absoluto. 
Art. 20.  A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
		Elucidação do fato: Se tiverem acesso ao inquérito vão esconder provas... genérico – estendido para qualquer inquérito (acaba e tornando regra).
		Interesse social: Fere o status de inocência – não prejudicar socialmente o indivíduo.
		SIGILO EXTERNO: à 3º
		SIGILO INTERNO: partes, advogado – RECLAMAÇÃO – AÇÃO IMPETRADA DIRETAMENTE AO STF.
Súmula Vinculante 14
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
Há, é verdade, diligências que devem ser sigilosas, sob o risco do comprometimento do seu bom sucesso. Mas, se o sigilo é aí necessário à apuração e à atividade instrutória, a formalização documental de seu resultado já não pode ser subtraída ao indiciado nem ao defensor, porque, é óbvio, cessou a causa mesma do sigilo. (...) Os atos de instrução, enquanto documentação dos elementos retóricos colhidos na investigação, esses devem estar acessíveis ao indiciado e ao defensor, à luz da Constituição da República, que garante à classe dos acusados, na qual não deixam de situar-se o indiciado e o investigado mesmo, o direito de defesa. O sigilo aqui, atingindo a defesa, frustra-lhe, por conseguinte, o exercício. (...) 5. Por outro lado, o instrumento disponível para assegurar a intimidade dos investigados (...) não figura título jurídico para limitar a defesa nem a publicidade, enquanto direitos do acusado. E invocar a intimidade dos demais acusados, para impedir o acesso aos autos, importa restrição ao direito de cada um do envolvidos, pela razão manifesta de que os impede a todos de conhecer o que, documentalmente, lhes seja contrário. Por isso, a autoridade que investiga deve, mediante expedientes adequados, aparelhar-se para permitir que a defesa de cada paciente tenha acesso, pelo menos, ao que diga respeito ao seu constituinte."
Discricionariedade – da polícia no inquérito, que é diferente da legalidade estrita da administração em geral – AUTORIDADE POLICIAL TEM A LIBERDADE DE DEFINIR QUAIS OS ATOS DE INVESTIGAÇÃO QUE DEVERÃO SER PRATICADOS NO INQUÉRTO, MAS ALGUNS ATOS DESSE PODER ESTÃO INTEIRAMENTE VINCULADOS PELA LEI, COMO O INDICIAMENTO DO INVESTIGADO, O AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, O INTERROGATÓRIO, ETC.
SE HOUVER VÍCIO OU IRREGULARIDADE NO INQUÉRITO A CONSEQUÊNCIA É A DIMINUIÇÃO DO VALOR PROBATÓRIO (PROVAS TERÃO VALOR DIMINUÍDO) E PODE DAR ENSEJO AO RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE.
NÃO HÁ NULIDADE NO INQUÉRITO POLICIAL, POIS NÃO É PROCESSO.
NÃO PODE SER DECLARADA A INCOMUNICABILIDADE DO PRESO. OU SEJA, O ARTIGO 21 DO CPP NÃO FOI RECEPCIONADO PELA CF/88. É CONSIDERADO LETRA MORTA.
Art. 21.  A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.
O QUE SE FAZ NO INQUÉRITO – DILIGÊNCIAS 
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; 
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
O artigo 6º do CPP não é taxativo, mas exemplificativo – diligências básicas e iniciais que a autoridade policial deve realizar logo que tiver notícia do crime, instaurando o inquérito. Poder discricionário do delegado, que determina a ordem dos acontecimentos e quais diligências se mostram necessárias.
Bem como, utilizando sua discricionariedade, pode proceder outras diligências, como arbitrar fiança, determinar a realização de diligências requeridas pelo indiciado, convocar o ofendido e testemunhas para serem ouvidos no inquérito (OBS: estes não poderão ser conduzidos coercitivamente, cabendo-lhe apenas solicitar ao juiz a ordem para a condução compulsória). Outras formas de diligência também estão descritas nos artigos seguintes:
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos; 
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; 
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; 
IV - representar acerca da prisão preventiva. (à autoridade judicial pela decretação)
POSSIBLIDADE DE INVESTIGAÇÃO REALIZADA PELA DEFESA, EM PROL DO INDICIADO
	Não há previsão legal neste sentido, e a investigação dos crimes é uma atribuição constitucional do poder de polícia judiciária. Mas é claro que o particular sempre poderá tomar as providências legais necessárias para a colheita de elementos de prova que interessem à sua defesa. Todavia, tais providências não implicam a possibilidade de instaurar procedimentos investigatórios, nem o exercício dos poderes re requisição delegados apenas ao agente público.
AS DILIGÊNCIAS REALIZADAS NO INQUÉRITO MUITAS VEZES ENTRAM EM CONFRONTO COM AS LIBERDADES FUNDAMENTAIS DO INDIVÍDUO, COMO A LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO, INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO, DIREITO À INTIMIDADE, DIREITO À IMAGEM, SIGILO DAS COMUNICAÇÕES... PORTANTO, ALGUMAS DESSAS DILIGÊNCIAS DEVEM ESTAR SUBMETIDAS A CERTO RIGOR DE FORMA, CUJA INOBSERVÂNCIA PODE CARACTERIZAR UM ATO ARBITRÁRIO E POTENCIALMENTE LESIVO A DIREITOS FUNDAMENTAIS, TORNANDO-O ILÍCITO.
INDICIAMENTO
	É o ato pelo qual a autoridade policial indica o possível ou provável autor da infração penal, apontar aquele para quem devem convergir as atividades investigatórias do inquérito. Ou seja, no indiciamento o suspeito passa à condição de indiciado, sendo objeto das investigações. Porém, não necessariamente haverá denúncia. 
ENCERRAMENTO – RELATÓRIO FINAL
	Uma vez encerradas as diligências do inquérito, este se encerra com o relatório do delegado de polícia,cuja peça deverá conter um relato objetivo de tudo que foi realizado no procedimento investigatório, devendo se abster de qualquer juízo de valor sobre a responsabilidade criminal do indiciado, bem como emitir juízos sobre a classificação definitiva do crime apurado, já que tais juízos competem exclusivamente ao titular da ação penal.
	
	Com o relatório final, o inquérito será remetido a juízo, seguindo com vista para o MP, nos casos de ação penal pública. Já nos casos de ação penal privada, os autos serão remetidos ao juízo, mas ficarão aguardando em cartório a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, com a respectiva queixa crime. 
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
Ou seja, de acordo com o artigo 28 do CPP, após o relatório final poderão ocorrer tais hipóteses:
	- Oferecer Denúncia
	- Requerer novas diligências 
	- Requerer arquivamento

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