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Atualizacao_em_Limpeza_Desinfeccao_e_Esterilizacao_Micobacteria

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ATUALIZAÇÃO EM 
LIMPEZA, DESINFECÇÃO E 
ESTERILIZAÇÃO -
MICOBACTÉRIA 
Simone Batista Neto Arza
Enfermeira Coordenadora do CME do ICESP
Especialista em CC, CME e RA – USP
Mestre em Enfermagem – USP
Membro do Conselho Fiscal - SOBECC
 Fundada em 1991.
SOBECC está associada à:
-Academia Brasileira de Especialistas de 
Enfermagem (ABESE) - 2000 
-International Federations Perioperative 
Nurses (IFPN) -1999. 
-World Forum Hospital Sterile Supply 
(WFHSS)-2008
-Além disso, mantém parceria constante com a 
Association periOperative Register Nurse 
(AORN)
VALORES E MISSÃO
 Proceder as intervenções de enfermagem e os 
resultados do paciente cirúrgico.
 Preparar tecnicamente e cientificamente o 
profissional de enfermagem, além de criar 
normatizações referentes ao funcionamento do 
Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de 
Material e Esterilização.
 Divulgar por meio de cursos, simpósios, congressos e 
certificações, informações sobre novas tecnologias, 
medidas de controle de infecção hospitalar e 
melhorias na qualidade da assistência perioperatória.
 LIMPEZA
 PREPARO
 EMBALAGEM
 ESTERILIZAÇÃO
 ARMAZENAMENTO
PREMISSAS
Não existe esterilização 
eficiente se a limpeza não for 
eficiente.
Definição:
 Remoção da sujidade 
visível reduzindo sua carga 
microbiana.
Desafios do reprocessamento seguro
 A Carga microbiana do artigo varia.
Fonte x conformação
 Dificuldade de limpeza:
1. Artigos com lúmen, fundo cego;
2. Produtos não desmontáveis; 
3. Matéria prima rugosa;
4. Presença de reentrâncias.
Formação do biofilme
Desafios do reprocessamento
seguro:
BIOFILME
 O biofilme é constituído por uma comunidade 
estruturada de células aderentes a uma superfície 
inerte (abiótica) ou viva (biótica), embebidas numa 
matriz de exopolissacarídeo. 
 A associação dos organismos em biofilmes constitui 
uma forma de proteção ao seu desenvolvimento, 
fomentando relações simbióticas e permitindo a 
sobrevivência em ambientes hostis.
(Pajkos; Vickery; Cossart, 2004; Branda; Vik; Friedman; Kolter, 2005)
Formação do Biofilme
Bactérias fixadas
Bactérias livres
 Adesão primária.
 Os microrganismos 
individualizados formando 
agregados na superfície a que 
aderem. 
 Maturação do biofilme.
 Massa crítica - as camadas 
mais externas do biofilme 
começam a libertar células. 
Modelos de Biofilme Visíveis:
 Placas bacterianas dentárias, 
 Limo que recobre pedras ou fundo de 
piscinas, 
 Película gelatinosa que se forma no fundo 
de um vaso com flores.
Sistema de circulação de água
 Biofilmes X Bactérias (Ecossistemas 
aquáticos).
 Pseudomonas aeruginosa , considerada 
uma das bactérias que mais coloniza 
redes hidráulicas 
Limpeza manual
 Escovas próprias.
 Dispositivos de 
limpeza para 
materiais canulados.
Limpeza automatizada
 Equipamentos como 
lavadora ultrassônica e 
termolavadora.
PRÉ TRATAMENTO
LIMPEZA MANUAL LIMPEZA
AUTOMATIZADA
SECAGEM DO MATERIAL
INSPEÇÃO VISUAL
PROTEÇÃO
 EPI
MÁSCARA com visor ou 
óculos de proteção
LUVA
AVENTAL
BOTAS
PRÉ - TRATAMENTO
Retirar excesso de 
sangue e secreções 
do material
LIMPEZA MANUAL
-Limpos individualmente e desmontados
-Fricção mecânica do artigo em todas a sua superfície
-Uso de solução de detergente enzimático e artefatos
-Água 
-Tempo
-Treinamento
LIMPEZA AUTOMATIZADA
LIMPEZA AUTOMATIZADA
Atenção!
Depois....
Inspecionar a limpeza
Antes....
desmontar 
Desafios para o reprocessamento 
seguro: Secagem
 Atenção! 
Gotículas de água
Desafios para o reprocessamento seguro
Preparo e Embalagem
 Verificar integridade e funcionamento 
 Lubrificação com produtos apropriados
 Embalagem confiável e compatível com método de 
esterilização 
Embalagens Esterilização 
compatíveis
Tecido de algodão Autoclave a vapor
Containers Autoclave a vapor
Papel Grau-cirúrgico Autoclave, VBTF e ETO
Papel Crepado Autoclave, VBTF e ETO
Manta de não-tecido PPH, autoclave, VBTF e ETO
Tyvek PPH, autoclave, VBTF e ETO
Métodos de esterilização 
 TERMORRESISTENTES: autoclavação
estufa
TERMOSSENSÍVEIS MANUAL:Agentes químicos 
AUTOMATIZADOS:
►Óxido de etileno ►Glutaraldeído
►Plasma de peróxido de Hidrogênio ►Ácido peracético
►Ortoftaldeído
►Vapor a baixa temperatura 
e formaldeído RDC Nº 8 de 27/2/2009 
Desafios para o reprocessamento seguro
Montagem recomendada da carga da 
autoclave
ARMAZENAMENTO
INDICADORES QUÍMICOS
Classe 1:Tiras impregnadas com tinta termo-química que muda de coloração 
quando exposto a temperatura.
Classe 2: teste de BOWIE & DICK - testa a eficácia do sistema de vácuo da 
autoclave pré-vácuo. Uso diário no 1º ciclo, sem carga, a 134°C por 3,5 a 
4 min sem secagem.
Classe 3:controla um único parâmetro: a temperatura pré-estabelecida.
Classe 4:indicador multiparamétrico: controla a temperatura e o tempo 
necessários para o processo.
Classe 5: integrador: controla temperatura, tempo e qualidade do 
vapor.
Classe 6: intervalo de confiança maior que classe 5.
CLASSIFICAÇÃO DOS ARTIGOS SEGUNDO O 
RISCO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO
(Spaulding, 1968) 
 Crítico:Tecido não colonizado- estéril
Artigos utilizados em procedimentos invasivos com
penetração de pele e mucosas adjacentes.
Limpeza + esterilização
 Semi-crítico: Tecido colonizado
Artigo que entram em contato com a
pele e mucosas íntegra
Limpeza + desinfecção
Não crítico: Pele íntegra ou contato direto
Limpeza
2102 casos registrados
Infecções relacionadas 
a Videolaparoscopia
 Total de notificados e confirmados:
2128 (até dezembro de 2008). M. 
massilienses mais prevalente na
maioria das cidades.
Agência Nacional
de Vigilância Sanitária
Nº de casos MCR
Situação no ANO de 2009
 Município de SP- 03 casos confirmados 
de MCR
Mycobacterium
principais características:
 Bacilos aeróbicos, não formadores de esporos, 
ligeiramente curvos;
 Alto conteúdo lipídico em sua parede celular 
 álcool-ácido resistente à coloração;
 Parasitas obrigatórios, saprófitas e 
patógenos oportunistas;
 Muitas espécies de vida livre
 Solo, água;
 Biofilmes.
Wikipedia, the free encyclopedia,2007
 Existem mais de 130 espécies de 
micobacterias não tuberculosas
 Mais de 60 associadas a patologia humana;
Podem ser de crescimento lento e rápido 
 Maioria isolada do meio ambiente
 Solo, água, plantas e pássaros
 Água potável é a maior fonte de contaminação humana
Mycobacterium:
Principais síndromes infecciosas relacionadas a 
micobactérias de crescimento rápido (MCR) 
(< 7 dias de incubação em laboratório)
-Doença bronco pulmonar crônica
-Linfadenite cervical
-INFECÇÃO DE PELE E PARTES MOLES
-Infecção ósteo-articular
-Infecção sistêmica
-Infecção relacionada a cateter
Slide cedido por Profa. Kazuko U. Graziano
Surto Rio de Janeiro- +1000 pacientes contaminadas
 Todos os infectados fizeram cirurgias em que 
foram empregadas artigos canulados; 
 Ministério da Saúde investiga a esterilização;
 Entre os afetados pela 'Mycobacterium abscessus’, 
4 fizeram lipoaspiração;
 Os demais foram submetidos a cirurgias com 
videolaparoscopia, sendo a maioria (60%) 
Colicistectomia.
Cirurgias para Inclusão de Prótese Mamária 
 As cirurgias de prótese têm sido cada vez mais 
freqüentes;
 O custo estimado anual, nos Estados Unidos, 
com infecção em cirurgias paraprótese de mama 
é de 20.000 dólares;
 A incidência de infecção, de modo geral, é em 
torno de 2%; 
 A presença da prótese dificulta o tratamento, 
pela formação de biofilme. 
Superfície do Material X Formação de Biofilme
 Carga da superfície, polaridade e a consistência do 
material. 
 Produtos de silicone possuem uma maior 
probabilidade de serem colonizados e evoluírem com 
biofilme na sua superfície,
Cuidados com Moldes de Silicone
*
Contaminação por Micobactéria
Granuloma
Lesões nodulares próximas ao portal cirúrgico ou pelo 
simples aparecimento de secreção serosa, na deiscência ou 
na cicatriz cirúrgica;
Geralmente não há febre, a lesão poderá estar restrita à 
epiderme e à derme, ou mais freqüentemente estar 
presente em todo o trajeto cirúrgico, inclusive com 
implantação em parede abdominal, articulações ou em 
outras cavidades;
A infecção evolui com aspecto inflamatório crônico e 
granulomatoso, podendo formar abscessos, com 
manifestação até um ano após o ato cirúrgico.
Não respondem ao tratamento antimicrobiano padrão para 
infecção do sítio cirúrgico.
Inflamação crônica granulomatosa
Dissecando o problema....
Expurgo impróprio.
-RHs incompetentes: não desmonta, diluição errada.
-Falta de insumos (ex:detergentes enzimáticos),
artefatos (escovas) e equipamentos.
-Ressecamento da matéria orgânica
Enxagüe inadequado.
- Sobrecarga de trabalho
-Superfícies dos materiais
não friccionadas.
- Espaços internos não sonicados.
- Material NÃO processado pelo CME
- Imersão do material 
SUJO direto no glutaraldeído.
- Reuso da mesma solução sem controle.
- Tempo de contato insuficiente.
- Imersão incompleta
- Desinfetante inadequado.
- Erro na diluição/ativação.
- Qualidade ? da água utilizada para diluição
Biofilme nos 
materiais
Falhas na 
desinfecção
Resistência das 
micobactérias
Material 
contaminado por
micobactéria
Sujidade residual
-Evidência da resistência da 
M. massilienses INCQS00594 a 
glutaraldeído 2%. 
Slide cedido pela Profa. Kazuko U. Graziano
Plano de ação
 Formação e informação RH; 
 Qualificar a estrutura e processos de 
trabalho nos Centros de material e 
esterilização;
 Água controlada; 
 Interdição cautelar do uso do glutaraldeído 
2%.
MEDIDAS ADOTADAS:
RDC 08 – 27/02/2009
 Dispõe sobre as medidas para redução da ocorrência 
de infecções por Micobactérias de Crescimento 
Rápido - MCR em serviços de saúde.
RDC 08 – 27/02/2009
 Art. 1º Esta Resolução aplica-se aos serviços de saúde 
que realizam procedimentos cirúrgicos e diagnósticos 
por videoscopias com penetração de pele, mucosas 
adjacentes,tecidos sub-epiteliais e sistema vascular, 
cirurgias abdominais e pélvicas convencionais, 
cirurgias plásticas com auxilio de óticas, mamoplastias 
e lipoaspiração.
 Art. 2º Fica suspensa a esterilização química por 
imersão, utilizando agentes esterilizantes líquidos, 
para o instrumental cirúrgico e produtos para saúde 
utilizados nos procedimentos citados no art 1.
Correto: SEMPRE esterilizar
 Método físico –1ª opção !!!
 –Autoclave a vapor
 Métodos físico-químico
 –Plasma de peróxido de hidrogênio (PPH)
 –Vapor a baixa temperatura e formaldeído (VBTF)
 –Ácido peracético a 56°C (Steris)
 –Óxido de etileno (ETO)
RDC 08 – 27/02/2009
 Art. 3º Os acessórios utilizados para biópsias 
ou outros procedimentos que atravessem a 
mucosa são classificados como artigos 
críticos.
RDC 08 – 27/02/2009
Art. 4º O responsável pelo Centro de Material e 
Esterilização - CME deve supervisionar todas as 
atividades relacionadas ao processamento de 
instrumentais e produtos para saúde, incluindo as 
realizadas por empresas terceirizadas.
Parágrafo único. Cada etapa do processamento do 
instrumental cirúrgico e dos produtos para saúde deve 
seguir um Procedimento Operacional Padrão - POP, 
elaborado com base em referencial científico. Este 
documento deve ser amplamente divulgado no CME e 
estar disponível para consulta.
CME
 Garantir que os parâmetros pré-estabelecidos para 
o reprocessamento de materiais odonto-médico-
hospitalares PERMANENTES sejam seguramente 
esterilizados, livres de biofilme, endotoxinas e 
outros pirógenos e substâncias tóxicas.
Responsabilidade:
Penal, Civil e administrativa.
RDC 08 – 27/02/2009
Art. 5º É proibido o processamento de instrumental 
cirúrgico e produtos para saúde fora do CME, exceto 
quando realizado por empresas terceirizadas 
regularizadas junto à Autoridade Sanitária.
Art. 6º Todo o instrumental cirúrgico e produtos para 
saúde que não pertencem ao serviço de saúde devem 
ser encaminhados previamente ao CME para 
processamento, obedecendo ao prazo definido por 
este setor.
RDC 08 – 27/02/2009
Art. 7º Os pacientes submetidos aos procedimentos 
referidos no art. 1º devem ser acompanhados pelo 
serviço de saúde que realizou o procedimento, para 
identificar sinais e sintomas sugestivos de infecção 
por MCR. Nos primeiros 90 dias, o acompanhamento 
deve ser mensal. Após este período, os pacientes 
devem ser orientados a procurar o serviço de saúde 
caso ocorra qualquer anormalidade relacionada ao 
procedimento cirúrgico, até completar 24 meses.
RDC 08 – 27/02/2009
 Art. 8º Os casos suspeitos e confirmados de 
infecção por MCR devem ser informados à 
autoridade sanitária local e eletronicamente, 
pelo formulário de "Notificação de Infecção 
Relacionada à Assistência à Saúde por 
Micobacteriose não Tuberculosa", disponível 
no endereço eletrônico da Anvisa 
(www.anvisa.gov.br).
RDC 08 – 27/02/2009
 Art. 10º O serviço de saúde deve possuir registro que 
permita a rastreabilidade do instrumental cirúrgico, 
consignado ou não, e produtos para saúde submetidos 
à esterilização e utilizados nos procedimentos 
referidos no art. 1º. O registro deve conter 
minimamente o nome do instrumental ou produto para 
saúde, data e local de processamento e método de 
esterilização.
RASTREABILIDADE
RDC 08 – 27/02/2009
Art. 11º. O ciclo flash das autoclaves a vácuo não pode ser 
utilizado como rotina para o processamento do 
instrumental e produtos para saúde utilizados nos 
procedimentos citados no art. 1º. Parágrafo único. A 
utilização do ciclo flash das autoclaves a vácuo só pode 
ocorrer em casos de urgência, como em contaminação 
acidental de instrumental cirúrgico do procedimento em 
curso. Este ciclo deve ser monitorado por indicadores 
químicos e biológicos. O ciclo deve ser documentado 
(data, hora, motivo, nome do material, nome e 
assinatura do responsável).
RDC 08 – 27/02/2009
Art. 12º. A inobservância dos requisitos desta Resolução 
constitui infração de natureza 
sanitária, sujeitando o infrator ao processo e 
penalidades previstas na Lei nº. 6.437 de 20
de agosto de 1977, sem prejuízo das responsabilidades 
civil e penal cabíveis.
Art. 13. Esta Resolução entra em vigor na data da sua 
publicação.
DIRCEU RAPOSO DE MELLO
.
Bibliografia
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 Novembro de 2005
 7. Recomendações práticas da SOBECC, 3 edição : Sociedade Brasileira de 
enfermeiros de CC/CME e RA, 2009.
OBRIGADA 
Simone.neto@icesp.org.br
simone.neto@icesp.org.br

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