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André Luiz Ribeiro Faculdade de Farmácia (FF) Universidade Federal de Goiás (UFG) Anticonvulsivantes Aula 05/12/12 Convulsão: crises isoladas Epilepsia: crises recorrentes Fatores que podem desencadear crises convulsivas: - Stress - Infecções do SNC (meningite, etc) - Álcool - Dor (doenças crônicas, fibriomialgia, etc) Epidemiologia: - Acomete 1% da pop. mundial; - AVE > epilepsia (2º distúrbio neurológico) - 80% com eficácia no tratamento farmacológico - 500.000 apenas nos EUA não possuem controle - Milhões de pessoas no mundo Causas das convulsões - Neonatos - Hipóxia e isquemia perinatais - Traumatismo craniano e hemorragia - Infecção aguda do SNC - Distúrbios metabólicos - Abstinência de fármacos - Distúrbios do desenvolvimentos genéticos - Lactentes e crianças - Convulsões febris - Adolescentes - Drogas ilícitas - Adultos Jovens - Traumatismo - Abstinência por álcool - Tumor cérebral - Adultos de mais idade e idosos: 1 André Luiz Ribeiro Faculdade de Farmácia (FF) Universidade Federal de Goiás (UFG) - Doenças cerebrovasculares Processo convulsivo: - Crise Generalizada: em toda a superfície cerebral e atingem todo o corpo (grande mal) - Crise Parcial: envolvendo apenas uma região do cérebro, tendo efeito em apenas uma parte do corpo, mistura de movimentos estranhos (pequeno mal) - Processo de duração limitada (2-5min) - Falha na condução elétrica no cérebro - Maior atividade elétrica ponto suscetível deste, o que provoca os sintomas da crise convulsiva Neurotransmissores: - GABA (inibitório) - Glutamato (excitatório) - Alteração do balanço (GABA x Glutamato) - Excesso de Glutamato e deficiência de GABA pode desencadear problemas na condutância iônica Anti-convulsivantes: - Podem aumentar a atividade inibitória do NT GABA - Podem diminuir a atividade excitatória do NT Glutamato - Essas informações chegam à medula - Os neurônios da medula passam as ordens de contração para os músculos, gerando convulsão - Há uma liberação excessiva de NTs excitatórios (principalmente Glutamato) o que pode resultar em contração muscular A crise convulsiva clássica, chamada de grande mal, caracteriza-se pela perda repentina da consciência, acompanhada de contrações musculares violentas. - Queda - Retração muscular - Debate violentamente contra a superfície - Olhos virados para cima e lábios e dedos arroxeados - Em certos casos há salorréia (babar) e perda dos esfíncteres - Perda de memória (paciente não se lembra do que ocorreu durante a crise) - Depois disto, os movimentos vão enfraquecendo e a vítima recupera-se lentamente - O paciente pode ficar inconsciente ou com movimentos lentos - Confusão mental e tonturas por vários minutos após a crise, o que representa o estado pós-convulsivo - As crises fortes podem levar a dores musculares intensas O que fazer? - Avalie a vítima e a cena do ocorrido 2 André Luiz Ribeiro Faculdade de Farmácia (FF) Universidade Federal de Goiás (UFG) - Deite a vítima no chão ou em local confortável - Afaste tudo o que estiver ao redor e que possa machucá-la - Proteger a cabeça, evitando lesões - Retirar próteses dentárias, óculos, colares e outros objetos que possam se quebrar e machucar a vítima - Cabeça - almofada - Afrouxe a gravata - Vire-o de lado - Nada na boca - Identificação - Não segure - Quando terminar, ofereça ajuda - Chame o SAMU, pois não se sabe o que pode ter desencadeado a crise convulsiva, chame assistência médica. - Não coloque o dedo na boca do paciente, você pode ficar sem o dedo ;) Diagnóstico: - Exames como EEG (eletroencefalograma) - Teste de eletrochoque máximo - Exames de neuroimagem - OBS: precisa de um acompanhante Tratamento: - Não é necessário tratar crises isoladas - Cirurgia - Estimulação do nervo vago (SNA parassimpático) - crises parciais ou tolerância - Retirada do tumor - Drenagem em casos hemorrágicos Tratamento farmacológico: - Aumento da transmissão gabaérgica - Diminuição da transmissão glutamatérgica - Modificação das condutâncias iônicas Cinética e dinâmica: - Semelhança estrutural (anel heterocíclico) - Sedativos e hipnóticos - barbitúricos - Hidantoínas - Oxazolidinedionas - Succinimidas - Acetiluréias 3 André Luiz Ribeiro Faculdade de Farmácia (FF) Universidade Federal de Goiás (UFG) - Diferentes: - Carbamazepina - Ácido Valpróico (valproato de sódio) - Benzodiazepínicos - Mais recentes (1990 > nowadays): felbamato, gabapentina, lamotrigina, pregabalina, rufinamida, tiagabina, estiripentol, topiramato, vigabatrina, zonisamida, eslicarbazepina - Maioria de atividade oral: 80-100% alcançam a circulação - Penetram no SNC (maior lipofilicidade) - Baixa ligação à proteínas plasmáticas - Metabolizados no fígado - maioria em metabólito ativo - Meia-vida prolongada - metabólitos ativos (a posologia varia de uma a duas vezes ao dia) - Melhor adesão ao tratamento - formulação de liberação prolongada - Exceção: feintoína, ácido valpróico e tiabagina - Fármacos mais usados: - Fenitoína: - AC não sedativo (1938) - Classe: hidantoínas - Oral e IV - Altera a condutância de Na, K e Ca (-), Glutamato (-) e Gaba (+) - Dose terapêutica 300mg/dia - Aumento de 25-30mg por vez - Criança: 5mg/kg/dia - 10-20mcg/ml sangue - Interações: - Relacionados à ligação à proteínas (90%) - Relacionado ao metabolismo - Alteração de função tireoidiana - Anormalidades da Vitamina D - Anemia Megaloblástica - Toxicidade: - Diplopia (visão dupla) e ataxia (irregularidade na contração muscular) - Sedação - Hiperplasia gengival “gengiva grossa” - Neuropatia periférica - Traços grosseiros 4 André Luiz Ribeiro Faculdade de Farmácia (FF) Universidade Federal de Goiás (UFG) - Ostemalácia - Hipersensibilidade: exantema cutânea, agranulocitose, febre (quem for alergênico) - Metabólitos ativos: mefenitoína, etotoína, fenacemida - Carbamazepina: - Classe ATD (tricícilos) - Indicações: depressão bipolar, neuralgia do trigêmeo e convulsões - Estrutura semelhante à fenitoína - Mecanismo de ação semelhante à fenitoína - Cinética: - Bem absorvida VO - Alcança níveis máximos 6-8h - Volume de distribuição lento - 70% de ligação às proteínas plasmáticas - Meia-vida de 36h - Metabolismo hepático: indutor enzimático e metabólito ativo - Interações: inibição da depuração com ácido valpróico/aumento da depuração com fenitoína e fenobarbital - Dosagens terapêuticas da carbamezepina: - Apenas VO - Crianças: 15-25mg/kg/dia - Adultos: 1-2g/dia - Níveis séricos: 4-8 mcg/ml - Formas farmacêuticas de liberação prolongada - Metabólitos ativos: oxcarbazepina e eslicarbazina - Toxicidade: - Diplopia, ataxia, desconforto do TGI, hiponatremia, alterações sanguíneas (anemia aplásica e agranulocitose), exantema e disfunção hepática - ajuste de dose. - Fenobarbital (Gardenal): - Classe: barbitúricos (sedação) - Uma escolha como AC apenas em lactentes (crises parciais e generalizadas) - Altera a condutância de Na, K e Ca (-), Glutamato (-) e Gaba (+) - Pode causar depressão cardiorespiratória - Cinética: - Semelhante aos barbitúricos - VO e parenteral 5 André Luiz Ribeiro Faculdade de Farmácia (FF) Universidade Federal de Goiás (UFG) - Doses terapêuticas: - 15-30mg, 2-3x/dia - 10-40mcg/ml O Flumazenil (antídoto) é um antagonista dos efeitos hipnóticos, sedativos e da inibiçãopsicomotora provocados pelos benzodiazepínicos. Sua ação após aplicação intravenosa é rápida e os efeitos provocados pelos benzodiazepínicos são neutralizados. Potencializa a ação gabaérgica Inibe a ação glutamatérgica Altera condução condutância iônica Primidona: 10-20mg (idosos e crianças) Primidona: 10-20mg (idosos e crianças) Primidona: 10-20mg (idosos e crianças) Viagbatrina: 2-3g (500mg) 50-150mg em lactantes Carbazepina Felbamato 2-4g Felbamato 2-4g Oxcarbazepina Gabapentina 2-5g e Pregabalina 150-600mg Gabapentina 2-5g e Pregabalina 150-600mg Tiagabina 16-56mg Topiramato 200-600mg (50mg) e Lamotrigina 100-300mg Etossuximida, fensuximida, metsuximida Ácido valpróico/valproato de sódio Oxazolidinedionas Ácido valpróico/valproato de sódio Outros Fármacos: - Levetiracetam - Rufinamida - Retigabina - Estiripentol - Zonisamida - Benzodiazepínicos - Acetazolamida 6 André Luiz Ribeiro Faculdade de Farmácia (FF) Universidade Federal de Goiás (UFG) - Etotoína - Fosfenitoína O Uso do Canabidiol no Tratamento da Epilepsia 7
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