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ARTIGO REABILITAÇÃO CARDIACA

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Corpus et Scientia
89
ISSN 1981-6855
REABILITAÇÃO CARDÍACA APÓS INFARTO 
AGUDO DO MIOCÁRDIO: REVISÃO SISTEMÁTICA
Monique Suelen de Moura e Silva *
Juliana Flávia Oliveira **
As cardiopatias representam 76% dos óbitos no mundo (BERRY; 
CUNHA, 2010). No Brasil, a doença arterial coronariana é a 
segunda maior causa de morte e o infarto agudo do miocárdio 
(IAM) é a principal causa isolada de morte entre as doenças não 
transmissíveis (BERRY; CUNHA, 2010). O monitoramento e o 
controle dos fatores de risco cardíaco são fundamentais para os 
programas de prevenção e intervenção através da reabilitação 
cardíaca (RC). Com o objetivo de sintetizar informações sobre a RC 
com enfoque nos protocolos de exercícios e sua contribuição para 
a recuperação após IAM, foi realizada uma revisão sistemática na 
literatura científica nos bancos de dados LILACS e SciELO, utilizando 
as palavras-chave exercícios, reabilitação cardíaca, doença 
coronariana, fisioterapia e infarto agudo do miocárdio. Foram 
incluídos estudos observacionais e ensaios clínicos que abordavam 
a Reabilitação Cardíaca após IAM, publicados em português, no 
período de janeiro de 2002 a outubro de 2012. Foram excluídos 
artigos que não abordassem a RC após IAM, artigos de revisão e 
não experimentais. Inicialmente foram selecionados 50 artigos que 
abordavam a RC, destes, 28 foram excluídos conforme critérios de 
exclusão. Como resultados, após busca nas bases de dados com as 
palavras-chave descritas, foram encontrados 50 artigos, entretanto, 
somente 22 foram considerados potencialmente relevantes. Após 
a leitura destes, somente sete estudos preencheram os critérios 
de inclusão. Pode-se concluir que a reabilitação cardíaca promove 
melhora da capacidade funcional, bem como da qualidade de vida 
dos cardiopatas, em especial após IAM.
Palavras-chave: Reabilitação. Exercícios. Reabilitação cardíaca. 
Fisioterapia. Infarto agudo do miocárdio.
* Aluna de graduação em 
Fisioterapia do Centro Universitário 
Augusto Motta (UNISUAM)
** Doutora em Ciências Médica 
pela Universidade Federal do 
Rio de Janeiro (UFRJ)
Professora do Programa de Pós-Graduação 
em Ciências da Reabilitação no Centro 
Universitário Augusto Motta (UNISUAM)
julianaflavia@unisuamdoc.com.br
RESUMO
Rio de Janeiro v. 9, n. 1, p. 89-100, jan. 2013
Corpus et Scientia
90
ISSN 1981-6855
CARDIAC REHABILITATION AFTER ACUTE 
MYOCARDIAL INFARCTION: SYSTEMATIC REVIEW
Heart diseases account for 76% of deaths in the world (BERRY; 
CUNHA, 2010). In Brazil, coronary artery disease is the second 
leading cause of death and acute myocardial infarction (AMI) is the 
single leading cause of death among non-communicable diseases 
(BERRY; CUNHA, 2010). The monitoring and control of cardiac risk 
factors are key to prevention programs and intervention through 
cardiac rehabilitation (CR). In order to synthesize information on 
the RC with a focus on exercise protocols and their contribution to 
recovery after AMI. Therefore we performed a systematic review 
of scientific literature in the databases LILACS and SciELO using 
the keywords exercise, cardiac rehabilitation, coronary artery 
disease, physical therapy and acute myocardial infarction. We 
included observational studies and clinical trials that addressed 
the Cardiac Rehabilitation after AMI, published in Portuguese, 
from January 2002 to October 2012. We excluded articles that did 
not cover the CR after AMI, review articles and not experimental. 
Initially we selected 50 articles that addressed the RC, of these, 
28 were excluded as exclusion criteria. As a result, after searching 
the databases using the keywords described, 50 articles were 
found, however, only 22 were considered potentially relevant. 
After reading these, only seven studies met the inclusion criteria. 
It can be concluded that promotes cardiac rehabilitation improves 
functional capacity and quality of life of cardiac patients especially 
after AMI.
Keywords: Rehabilitation. Exercises. Cardiac rehabilitation. 
Physiotherapy. Acute myocardial infarction. 
1 INTRODUÇÃO
As doenças cardiovasculares são responsáveis por 76% 
de óbitos no mundo. No Brasil a doença arterial coronariana 
representa a segunda maior causa de morte, ficando abaixo apenas 
da doença vascular cerebral (BERRY; CUNHA, 2010). 
A cardiopatia pode evoluir em gravidade pela manifestação 
de sinais e sintomas e por fatores de risco como história familiar de 
doença coronariana, angina, hipertensão arterial, insuficiência valvar, 
infarto agudo do miocárdio (IAM), tabagismo, estilo de vida sedentária, 
estresse, obesidade e diabetes melittus (SANTOS-FILHO, 2010). 
A alta incidência de doença coronariana vem se tornando 
questão relevante para a saúde pública mundial e a comunidade 
científica, em que as estimativas de óbitos para o ano de 2020 
ABSTRACT
Rio de Janeiro v. 9, n. 1, p. 89-100, jan. 2013
Corpus et Scientia
91
ISSN 1981-6855
superam 40 milhões (BERRY; CUNHA, 2010; CASTINHEIRAS-NETO 
et al. 2008; SANTOS-FILHO, 2010). 
Dentre as doenças crônicas não transmissíveis no Brasil, o IAM 
consiste na principal causa isolada de óbitos (BERRY; CUNHA, 2010).
Clinicamente, o tratamento de coronariopatas visa a 
diminuição de eventos cardíacos, manutenção ou recuperação da 
função ventricular, além do alívio de sintomas isquêmicos, com isso 
esses indivíduos podem ter maior sobrevida e chances reduzidas 
de sofrer eventos cardiovasculares recorrentes, em especial os já 
infartados (CASTINHEIRAS-NETO et al., 2008).
Nesse contexto, o conhecimento dos fatores de risco e 
mortalidade pode ser determinante na intervenção fisioterapêutica 
e nos programas preventivos. Estudos revelam que tais fatores 
possuem relação com distribuição geográfica, etnia, gênero, idade 
e condição socioeconômica (BAENA et al., 2012). 
Ao chegar à década de 70, aconselhava-se repouso médio 
de três semanas pós-infarto, visando à melhor cicatrização do 
miocárdio. Contudo, evidências indicaram que tal período de repouso 
produzia redução da massa muscular, da capacidade funcional, da 
volemia e do rendimento cardíaco, além de alteração dos reflexos 
cardíacos, aumento da pressão arterial e da ansiedade. Sendo, a 
partir da década de 80, introduzida a reabilitação cardíaca (RC), que 
por meio de exercícios minimiza os efeitos do repouso prolongado, 
diminuindo a permanência hospitalar, melhorando a funcionalidade 
e o perfil lipídico desses pacientes (PIEGAS et al., 20091).
A RC é definida pela Organização Mundial da Saúde como 
ação contínua de desenvolvimento e manutenção de mecanismos 
próprios para garantir ao paciente as melhores condições físicas, 
mentais e sociais a fim de permitir seu retorno e/ou manutenção 
de suas atividades sociais e laborais de forma independente 
(CASTINHEIRAS-NETO et al., 2008; MUELA;BASSAN; SERRA, 2011).
O programa de RC é multidisciplinar, contemplando diversos 
profissionais, dentre eles o fisioterapeuta. Este atua diretamente 
na prescrição de atividade física, visando, por meio de protocolos 
de exercícios aeróbicos e contrarresistência, o tratamento e a 
prevenção dos episódios cardiovasculares, e consequentemente 
reduzindo o número de óbitos (MUELA; BASSAN; SERRA, 2011). 
Em relação à sua função preventiva, a RC focada na prevenção 
secundária tem sido utilizada na redução do risco cardíaco, bem como 
a recorrência de eventos cardíacos e infartos, contribuindo para a 
qualidade de vida desses indivíduos e reduzindo a mortalidade em 
25% (GHISI et al., 2012). A sua prescrição deve ser individualizada e 
adequada a cada caso e classe funcional, principalmente, nos casos 
agudos (FURTADO; RAMOS; ARAÚJO, 2009). De acordo com a Diretriz 
de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica preconizada pela 
1 IV Diretrizes da Sociedade Brasileira 
de Cardiologiasobre Tratamento 
do Infarto Agudo do Miocárdio com 
Supradesnível do Segmento ST (2009).
Rio de Janeiro v. 9, n. 1, p. 89-100, jan. 2013
Corpus et Scientia
92
ISSN 1981-6855
Sociedade Brasileira de Cardiologia (2006), a RC se aplica por meio de 
quatro fases: a Fase I, que abrange o período de hospitalização; a Fase 
II, que se inicia após alta hospitalar e dura de três a seis meses; a Fase 
III, que tem duração de seis meses a um ano e a Fase IV, cuja duração 
é indefinida, por ter como objetivo manutenção da atividade física. 
Considerando a importância da atividade física após o 
IAM, o objetivo dessa revisão sistemática foi coletar e sintetizar 
informações sobre a RC com enfoque nos protocolos de exercícios 
e sua contribuição para a recuperação após IAM.
2 MATERIAIS E METODOS
Foi realizada revisão sistemática da literatura científica nas 
bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências 
da Saúde (LILACS) e Scientifc Eletronic Library Online (SciELO), 
utilizando as palavras-chave: reabilitação, exercícios, reabilitação 
cardíaca, doença coronariana, fisioterapia, infarto agudo do 
miocárdio. Foram incluídos estudos observacionais e ensaios clínicos 
que abordavam a Reabilitação Cardíaca após IAM, publicados em 
português, no período de janeiro de 2002 a outubro de 2012. Foram 
excluídos artigos que não abordassem a RC após IAM, artigos de 
revisão e não experimentais. Inicialmente foram selecionados 50 
artigos que abordavam a RC, destes, 28 foram excluídos conforme 
critérios de exclusão. A inclusão dos artigos obedeceu ao critério 
de conterem informações sobre atuação da reabilitação cardíaca na 
recuperação de indivíduos pós-IAM conforme fluxograma a seguir.
Figura 1: Seleção das publicações
Fonte: As autoras (2013)
50 artigos abordavam RC de forma geral 
e foram selecionados inicialmente.
22 artigos abordavam a RC na recuperação 
de pós-IAM e foram considerados relevantes 
para a fundamentação teórica da pesquisa. 
28 foram excuídos por não abordarem a RC na 
recuperação pós-IAM ou se tratarem de estudos 
de revisão ou desenho não experimental
Dos 22 artigos relevantes, 7 artigos compuseram 
o quadro dos resultados por obedecerem aos 
critérios de inclusão.
se
le
çã
o 
de
 p
ub
lic
aç
õe
s
Rio de Janeiro v. 9, n. 1, p. 89-100, jan. 2013
Corpus et Scientia
93
ISSN 1981-6855
3 RESULTADOS
Após busca nas bases de dados com as palavras-chave 
descritas, foram encontrados 50 artigos, entretanto, somente 
22 foram considerados potencialmente relevantes. Após leitura 
criteriosa destes artigos na íntegra, sete estudos preencheram os 
critérios de inclusão estabelecidos (Quadro 1).
Quadro 1: Matriz dos Estudos (continua)
Autor Tipo de Estudo População Amostra Protocolo Variáveis
Resultados 
analisados
Conclusão do 
estudo
Meirelles 
et al., 
2006
Ensaio Clínico 
Randomizado
Coronario-
patas
28
GC – (n=6) sedentário; 
GE – (n=22) exercícios 
3x por semana por seis 
meses FC treinamento 
(75-85% da FCmáx 
obtida no Teste 
ergométrico- esteira) 
com TA de 40’ de 
exercícios dinâmicos 
contínuos em esteiras 
ou bicicletas; TCR com 
duração média de 30’ 
utilizando pesos livres 
e máquinas, composto 
de 2 a 3 séries, 6 a 10 
exercícios cada série 
de acordo com aptidão 
física do executante. E 
TF através de exercícios 
passivos ou ativos.
FC, PA, 
escala de 
BORG e 
ECG.
Pacientes 
do grupo 
experimental 
apresentaram 
melhora na 
classe funcional. 
No grupo 
controle não 
houve alteração 
da classe 
funcional.
O PRC 
apresenta uma 
diversidade de 
benefícios para 
o cardiopata 
e deveria ser 
incluído como 
opção de 
tratamento 
vinculado ao 
tratamento 
farmacológico 
da doença 
cardiovascular, 
contribuindo 
para melhor 
qualidade 
de vida em 
cardiopatas.
Rebelo et 
al., 2007
Ensaio Clínico 
Randomizado
Cardiopatas 
sedentários
96
GT (n = 48) realizou 60’ 
de exercícios físicos, 5x 
semanais divididos em: 
3x semanais com 45’ 
de exercício aeróbico 
com intensidade 
de 70% - 80% da FC 
máxima, seguidos de 
15’ de relaxamento 
e alongamento. 2x 
semanais de exercícios 
aeróbicos por 30’ e 
exercícios resistidos com 
caneleiras e halteres de 
acordo com a condição 
física e hemodinâmica 
de cada paciente por 
mais 30’, seguidos 
de alongamento e 
relaxamento. O GC (n = 
48) não participava do 
programa de exercícios. 
O tempo médio de 
aplicação do programa 
foi de 22 meses.
FC, PA, 
escala de 
BORG, 
perfil lipo-
proteico 
plasmáti-
co, IMC, 
Rc/q e 
perfil eco-
nômico.
Não houve 
diferença 
significativa na 
medicação do 
GT; as variáveis 
clínicas sofreram 
alterações 
significativas 
exceto a Rc/q 
que apresentou 
diferença 
apenas no grupo 
masculino. 
Observou-se 
no GT que 
o programa 
de exercícios 
aplicado 
produziu clínica 
favorável em 
relação ao perfil 
lipoproteico 
plasmático, 
tolerância ao 
esforço e PAS, 
sem relação 
com mudanças 
nas medicações. 
O perfil 
econômico 
apontou 
redução nos 
gastos com 
saúde no GT e 
aumento nos 
gastos no GC.
Rio de Janeiro v. 9, n. 1, p. 89-100, jan. 2013
Corpus et Scientia
94
ISSN 1981-6855
Quadro 1: Matriz dos Estudos (continuação)
Autor Tipo de Estudo População Amostra Protocolo Variáveis Resultados analisados
Conclusão do 
estudo
Bachur et 
al. (2009)
Ensaio Clínico Cardiopatas 9
Treino aeróbico: 12 
sessões de exercício 
aeróbico, 3x semanais 
com 50’ de duração 
divididos em 
exercícios calistênicos, 
bicicleta ergométrica, 
relaxamento e 
alongamento. Seguido 
de avaliação de força e 
protocolo 2- treino de 
resistência com faixas 
elásticas: 12 sessões, 
3x semanais, em 
circuito com 4 séries 
de 25 repetições e 
intervalo de 2 minutos 
cada série. A cada 
2 séries o membro 
inferior era alternado, 
FC, PA 
Em ambos os 
protocolos 
FC e PAS não 
sofreram 
alterações, mas, 
após o treino 
de resistência 
observou-
se aumento 
significativo da 
PAD.
O treino de 
resistência com 
faixa elástica 
altera a PAD, 
porém não há 
risco na inclusão 
do mesmo no 
PRC. Entretanto 
há contradições 
na literatura em 
relação aos efeitos 
hemodinâmicos 
desse 
treinamento.
Berry & 
Cunha 
(2010)
Estudo 
Prospectivo 
Observacional
Pacientes 
pós IAM
37
90’ de exercício 
aeróbico (esteira 
ou bicicleta), 
exercícios contra 
resistência, exercícios 
de flexibilidade 
e alongamento, 
na frequência de 
3x semanais. A 
intensidade ao esforço 
foi determinada pelo 
limiar ventilatório com 
protocolo de rampa.
FC, Spo², 
CF, PA, 
NYHA.
Os pacientes 
apresentaram 
aumento no 
VO2 de pico, 
evoluindo da 
classe funcional 
II para I. Além 
de aumento 
do pulso e VE, 
houve redução 
do colesterol, do 
LDL e dos níveis 
séricos de glicose.
Foi observada 
melhora da CF, 
da influência 
cardiorrespiratória 
e do perfil 
bioquímico da 
amostra avaliada.
Rio de Janeiro v. 9, n. 1, p. 89-100, jan. 2013
Corpus et Scientia
95
ISSN 1981-6855
Quadro 1: Matriz dos Estudos (conclusão)
Autor Tipo de Estudo População Amostra Protocolo Variáveis
Resultados 
analisados
Conclusão do 
estudo
Benetti 
et al. 
(2010)
Ensaio Clínico 
Randomizado
Pacientes 
pós IAM
87
GC (n = 29) com 
acompanhamento 
clinico, GAI (n = 
29) com 85% da 
FCM e GIM (n = 
29) com 75% da 
FCM. Período 
de treinamento 
12 semanas na 
frequência de 5x 
semanais com 
45’ de exercícios 
aeróbicos e 15’ de 
exercícios de resis-
tência muscular e 
alongamento.
Medidas 
antropométricas, 
FC, teste 
cardiopul-monar 
e questioná-
rio de qualidade 
de vida Mac New
Observou-se que 
pacientes subme-
tidosao exercício 
aeróbico de alta 
intensidade têm 
aptidão cardior-
respiratória e 
qualidade de vida 
superior aos que 
se exercitam em 
média intensida-
de, bem como aos 
sedentários.
Os exercícios de 
alta intensidade 
proporcionam 
melhora na 
capacidade 
funcional 
assim como na 
qualidade de 
vida de pacientes 
pós IAM.
Muela 
et al. 
(2011)
Coorte 
retrospectivo
Corona-
riopatas 
estáveis
88
10’ a 15’ de aque-
cimento, 20’ a 30’ 
de TA (esteira)
com intensidade 
de 65 – 80% de 
FC de acordo com 
cada paciente, 10’ 
a 15’ de TCR com 
equipamentos 
específicos e 10’ 
a 15’ de TF. 2x por 
semana durante 
seis meses
FC, PA, ECG, 
escala de BORG
Houve melhora 
significativa 
dos parâmetros 
funcionais 
onde 42% 
dos pacientes 
apresentaram 
boa aptidão 
física.
O protocolo 
aplicado 
proporcionou 
aos pacientes 
significativa 
melhora dos 
parâmetros 
fisiológicos, 
hemodinâmicos, 
funcionais e 
autonômicos, 
além do aumento 
da tolerância ao 
exercício.
Hiss 
et al. 
(2012)
Ensaio Clínico 
randomizado
Pacientes 
pós IAM 
não compli-
cado
51 
Grupo 
único
10’ de repouso 
antes e após exer-
cício; 4’ de exercí-
cios respiratórios 
(padrão diafrag-
mático em 3 tem-
pos); 5’ de exercí-
cio físico dinâmico 
(flexão/extensão/ 
abdução/adução 
quadril). Contro-
lada a velocidade 
e a intensidade 
suficiente para 
manter 20 bpm 
acima da FC basal 
(repouso).
FC, VFC, PAS E 
PAD.
Observou-se 
aumento da FC 
e PAS durante 
o exercício, 
PAD inalterada, 
diminuição 
da FC de 
recuperação no 
1º e 3º minuto 
em relação 
à frequência 
de pico da FC 
atingida no 
exercício, porém 
não houve 
redução da FC 
do 3º minuto 
em relação ao 
1º minuto de 
recuperação.
O exercício 
promoveu 
alteração 
hemodinâmica 
e da modulação 
autonômica 
sem causar 
intercorrências 
clínicas podendo 
ser realizado com 
segurança após 
24hs de IAM não 
complicado com 
supradesnível do 
segmento ST.
Notas: GC = Grupo Controle, GE= Grupo Experimental, TA= Treinamento Aeróbico, TCR= Treinamento 
Contra Resistência Muscular, TF= Treinamento de Flexibilidade, GT= Grupo de Treinamento, Rc/
q= Relação Cintura Quadril, GAI= Grupo Alta Intensidade, GIM= Grupo Moderada Intensidade, 
IAM= Infarto Agudo do Miocárdio, FCM= Frequência Cardíaca Máxima, FC= Frequência Cardíaca, 
PAS=Pressão Arterial Sistólica, PAD=Pressão Arterial Diastólica, PA= Pressão Arterial, PRC= Programa 
de Reabilitação Cardíaca, VFC= Variabilidade da Frequência Cardíaca, NYHA= Classe funcional – New 
York Heart Association, VCO2= produção de dióxido de carbono, VE= Ventilação Máxima, SpO2= 
saturação de oxigênio, IMC= Índice de Massa Corporal, ECG= Eletrocardiograma, bpm= batimento 
cardíaco por minuto, CF= Capacidade Funcional, BORG= Escala Visual de Percepção do Cansaço.
Rio de Janeiro v. 9, n. 1, p. 89-100, jan. 2013
Corpus et Scientia
96
ISSN 1981-6855
4 DISCUSSÃO
Em relação à aplicação dos programas de RC, estudos clínicos 
de avaliação e intervenção consideram inúmeros benefícios para os 
pacientes, como melhora na qualidade de vida; melhora do perfil 
bioquímico; aumento da aptidão física; evolução na capacidade 
funcional e ganho nos parâmetros hemodinâmicos, fisiológicos e 
autonômicos (PIEGAS et al., 2009).
Os programas de RC em pacientes coronariopatas envolvem 
atividade aeróbica, exercícios de resistência, relaxamento e 
flexibilidade. Tais exercícios são distribuídos em sessões semanais 
de 50 minutos, com aplicação de protocolos proporcionais às 
condições e fases clínicas dos cardiopatas (MEIRELLES et al., 
2006; MUELA; BASSAN; SERRA, 2011). As variáveis avaliadas na 
maioria dos estudos foram: frequência cardíaca, pressão arterial 
sistólica e tolerância ao esforço, esta última medida por meio da 
escala de BORG, uma ferramenta qualitativa de classificação da 
percepção subjetiva do esforço físico (BACHUR et al., 2009; BERRY; 
CUNHA, 2010; HISS et al., 2012; MEIRELLES et al., 2006; MUELA; 
BASSAN; ARAÚJO, 2011; REBELO et al, 2007). Em menor escala 
encontram-se as variáveis: pressão arterial diastólica, medidas 
antropométricas, perfil lipoproteico, capacidade pulmonar, 
dados eletrocardiográficos e perfil econômico (BENETTI; ARAÚJO; 
SANTOS, 2010; BERRY; CUNHA, 2010; HISS et al., 2012; MEIRELLES 
et al., 2006; MUELA; BASSAN; ARAÚJO, 2011).
Rebelo et al., (2007), em estudo que objetivou analisar os 
gastos com saúde de indivíduos que se exercitavam com indivíduos 
que não faziam exercícios, compararam cardiopatas sedentários 
participantes de um programa de RC (n=48/ grupo intervenção) e 
não participantes (n=48 / grupo controle), observaram o aumento 
nos gastos financeiros com plano de saúde no grupo controle em 
relação ao intervenção. Fato atribuído à adesão e manutenção 
dos exercícios em longo prazo pelo grupo intervenção, quando 
comparado ao grupo controle.
Em estudo randomizado com 28 coronariopatas divididos 
em grupo controle (n=6) e experimental (n=22), Meirelles et al. 
(2006) observaram melhora importante em parâmetros como 
capacidade funcional, duração do exercício, consumo de oxigênio 
e aptidão cardiorrespiratória do grupo experimental em relação ao 
controle pós programa de reabilitação cardíaca através de treino 
aeróbico, resistido e de flexibilidade, corroborando os resultados 
relatados por Muela, Bassan e Araújo (2011).
Nos pacientes após IAM, Berry e Cunha (2010), Benetti, 
Araújo e Santos (2010) e Hiss et al. (2012) observaram melhora nas 
condições físicas, bioquímicas e funcionais dos pacientes avaliados, 
Rio de Janeiro v. 9, n. 1, p. 89-100, jan. 2013
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ISSN 1981-6855
sendo que Berry e Cunha (2010) e Benetti, Araújo e Santos (2010) 
aplicaram protocolos semelhantes, em que utilizaram exercícios 
aeróbicos, de resistência e de flexibilidade, enquanto Hiss et al. 
(2012) utilizaram exercícios respiratórios de padrão diafragmático 
e de baixa intensidade, uma vez que avaliaram pacientes pós-
infarto na fase aguda, em média de 24 horas pós evento cardíaco.
Em relação aos protocolos com exercícios de resistência, 
Bachur et al. (2009), em ensaio piloto com nove cardiopatas 
pós IAM, utilizaram resistência através de faixas elásticas e 
observaram aumento da pressão arterial diastólica pós exercícios. 
O uso de faixas elásticas pode promover alteração hemodinâmica, 
entretanto os autores afirmaram a indicação de seu uso em 
programas de RC. Em contrapartida, Meirelles et al. (2006) 
utilizaram em seu estudo exercícios resistidos em coronariopatas 
com pesos livres selecionados de acordo com a aptidão física 
do participante e máquinas, porém não citaram alterações 
hemodinâmicas importantes pós programa aplicado. Já Rebelo et 
al. (2007), que também aplicaram exercícios resistidos em seus 
protocolos envolvendo halteres e caneleiras, sinalizaram melhora 
nas condições hemodinâmicas após o treinamento. Berry e Cunha 
(2010) e Benetti, Araújo e Santos (2010) também aplicaram 
exercícios de resistência após os aeróbicos e obtiveram resultados 
positivos nos parâmetros hemodinâmicos, quanto ao consumo de 
oxigênio, FC e PA, entretanto, não relataram na metodologia que 
tipo de resistência foi utilizado.
Sobre a variável tolerância ao esforço, Meirelles et al. (2006), 
assim como Muela, Bassan e Araújo (2011), observaram em 
ensaios clínicos com coronariopatas submetidos ao programa de 
reabilitação cardíaca por seis meses o aumento significativo dessa 
variável, medida através de escala visual de cansaço ao exercício, 
da mesma forma que Rebelo et al. (2007) em sua amostra de 
cardiopatas sedentários que participaram por 22 meses do 
programa de exercícios similar ao supracitado.
O perfil lipoproteico plasmático e outras variáveis metabólicas 
como níveis séricosde glicose, colesterol total, LDL e triglicerídeos, 
foram analisados em estudos com cardiopatas e pós-infartados. Os 
resultados indicaram alterações positivas para essas variáveis após 
aplicação do programa de reabilitação cardíaca (BERRY; CUNHA, 
2010; REBELO et al., 2007).
A frequência cardíaca e a pressão arterial foram variáveis 
comuns a todos os estudos analisados, em que os autores 
observaram alterações hemodinâmicas relacionadas ao aumento 
da frequência cardíaca, da pressão sistólica e diastólica inalterada 
durante a execução dos exercícios aeróbicos, resistidos e de 
flexibilidade, com recuperação positiva dos parâmetros analisados 
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após tais exercícios (BENETTI; ARAÚJO; SANTOS 2010; BERRY; 
CUNHA, 2010; HISS et al., 2012; MEIRELLES et al., 2006; MUELA; 
BASSAN; ARAÚJO 2011; REBELO et al., 2007). 
Bachur et al. (2009), em estudo-piloto, observaram diferença 
na pressão arterial com aumento da pressão diastólica após 
aplicação dos exercícios resistidos. Vale ressaltar que de acordo 
com Furtado, Ramos & Araújo (2004) para valores entre 60 e 85% da 
FC são considerados submáximos e preconizados como a zona-alvo 
de prescrição do exercício na RC e não exercícios de alta intensidade, 
conforme consideram Benetti, Araújo e Santos (2010). 
A presente revisão teve como limitação o fato de sido 
realizada somente no idioma português, devendo outras revisões 
mais abrangentes serem realizadas a fim de traçar um panorama 
mundial sobre a reabilitação cardíaca em pacientes pós- infarto 
agudo do miocárdio.
5 CONCLUSÃO
O exercício físico, como parte do programa de RC, é capaz 
de influenciar e melhorar a capacidade funcional bem como 
a qualidade de vida após o IAM, principalmente por meio da 
realização de protocolos de exercícios baseados em atividades 
aeróbicas utilizando esteiras elétricas e bicicletas ergométricas, 
exercícios contrarresistência utilizando halteres, caneleiras e 
faixas elásticas, além de alongamentos e exercícios dinâmicos para 
aumento da flexibilidade.
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Recebido em: 13 jun. 2013
Aprvado em: 15 jul. 2013
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