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Leitura e Produção de Texto Autoria: Kate Mamhy Oliveira Kumada Tema 03 Texto e Intertextualidade seç ões Como citar este material: KUMADA, Kate Mamhy Oliveira. Leitura e Produção de Texto: Texto e Intertextualidade. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. Tema 03 Texto e Intertextualidade SeçõesSeções Tema 03 Texto e Intertextualidade Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Ler e compreender: os sentidos do texto, das autoras Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias, editora Contexto, Livro- Texto 225, 2013. Roteiro de Estudo: Kate Mamhy Oliveira Kumada Leitura e Produção de Texto 5 Conteúdo Nessa aula você estudará: • O uso da intertextualidade em diferentes textos. • O reconhecimento e o uso da intertextualidade explícita e implícita. • A influência dos gêneros e tipologias textuais na leitura e produção de textos. CONTEÚDOSEHABILIDADES 6 CONTEÚDOSEHABILIDADES LEITURAOBRIGATÓRIA Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • Como a intertextualidade pode ser utilizada em diferentes textos? • Qual a diferença entre a intertextualidade explícita e a intertextualidade implícita? • Quais as diferenças entre gêneros textuais e tipologias textuais? • Como produzir sentidos em um texto a partir da identificação da intertextualidade, do gênero textual e da tipologia textual? Texto e Intertextualidade A intertextualidade se constitui na possibilidade de construir um texto a partir do diálogo com outros textos, sendo facilmente encontrada na leitura e na produção de diversos textos presentes em nosso cotidiano. Em concordância com Fiorin e Savioli (2006, p. 18), quando se pretende uma compreensão mais ampla de um texto, “muitas vezes é preciso entender as alusões e referências que ele faz a outros textos”. Em outras palavras, é importante entender sua intertextualidade. O autor pode utilizar a intertextualidade sob dois intuitos: o primeiro, para reafirmar os sentidos do texto fonte; o segundo, para inverter ou contestar o texto fonte, polemizando-o. No segundo caso, quando o texto é citado com a finalidade de inverter seu sentido original, o resultado é uma paródia; já no primeiro caso, o empréstimo do texto fonte visando fortalecer suas ideias constitui uma paráfrase (FIORIN; SAVIOLI, 2006, p. 20). Para ilustrar as diferentes finalidades da intertextualidade, as autoras apresentam os seguintes excertos de textos: 7 LEITURAOBRIGATÓRIA Do que a terra mais garrida Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; “Nossos bosques têm mais vida” “Nossa vida”, no teu seio, “mais amores”. (Hino Nacional Brasileiro) Nossas flores são mais bonitas nossas frutas mais gostosas mas custam cem mil réis a dúzia. (MENDES, Murilo. Canção do exílio) Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores. Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. (DIAS, Gonçalves. Canção do exílio) FIORIN; SAVIOLI, 2006, p. 19. O poema de Gonçalves Dias é o mais antigo, sendo assim considerado o texto fonte, que é referenciado tanto pelo Hino Nacional Brasileiro quanto pelos versos de Murilo Mendes, versos que recebem, inclusive, o mesmo título: Canção do Exílio. Entretanto, além de identificar a intertextualidade e o texto fonte, cabe perceber como as finalidades da intertextualidade em ambos os textos se diferem. De acordo com Fiorin e Savioli (2006, p. 20), enquanto o Hino Nacional resgata o poema de Gonçalves Dias para reafirmar as qualidades de nossa natureza, Murilo Mendes inverte o sentido do poema de Gonçalves Dias. O Hino Nacional parafraseia os versos de Gonçalves Dias, ratificando-os; já Murilo Mendes, ao afirmar que nossas frutas são mais gostosas e nossas flores mais bonitas, contudo, possuem um alto valor, realiza uma paródia do poema original. 8 A leitura completa do poema de Murilo Mendes demonstra que sua intenção é polemizar Gonçalves Dias, pois Mendes ironiza e crítica o patriotismo exacerbado refletido na Canção do Exílio (obra original). A intertextualidade no texto de Murilo Mendes tem, portanto, o intuito de se opor ao texto fonte, dialogando com o texto, mas para criticá-lo. Segundo Koch e Elias (2013, p. 85), a intertextualidade pode ser reconhecida pelo uso do “estilo” do autor, vislumbrado em determinados trechos de um texto. Em outros casos, são emprestadas “passagens” do texto fonte. De qualquer forma, a intertextualidade precisa ser identificada e compreendida pelo leitor, para que assim se possa construir os sentidos presentes no texto. O leitor, enquanto sujeito ativo no processo de leitura e compreensão do texto, deve ser capaz de resgatar o texto fonte e discriminar sua finalidade, alcançando a construção do sentido. Para isso, o leitor precisa de um amplo repertório de conhecimentos gerais e literários que o auxiliem a estabelecer as relações entre um texto e outro, compreendendo como e para que fins tais relações foram organizadas (KOCH; ELIAS, 2013). Essa é a justificativa para a importância do papel da leitura, pois, em concordância com Fiorin e Saviolli (2006, p. 20) “quanto mais se lê, mais se amplia a competência para apreender o diálogo que os textos travam entre si por meio de referências, citações e alusões”. E esse é o caminho para uma leitura com sentido. Cabe salientar ainda que a intertextualidade pode ocorrer de forma explícita ou implícita. Em sua forma explícita, o texto revela claramente a referência à sua fonte, geralmente por meio de citações entre aspas que demarcam o que e por quem foi dito/escrito o texto utilizado. Por outro lado, na forma implícita (através de paráfrases e paródias) o reconhecimento da intertextualidade demanda a ativação de conhecimentos armazenados na memória do leitor. A intertextualidade está presente em diversos gêneros textuais, e possui características e implicações que variam de um gênero para outro. Observe o exemplo da resenha, um gênero textual que é bastante solicitado no âmbito acadêmico e com o qual você já deve ter (ou terá em breve) maior proximidade. Pensando na resenha, Ruiz e Faria (2012) destacaram as formas como a intertextualidade pode emergir em tal gênero textual. Assim, enquanto intertextualidade explícita, encontram- se as citações, a referência, a alusão, a sumarização e a tradução. Observe alguns exemplos: LEITURAOBRIGATÓRIA 9 LEITURAOBRIGATÓRIA Exemplo 1: Segundo Kumada (2012), familiares ouvintes e crianças surdas partem de uma base comum de linguagem que torna as línguas de sinais caseiras eficazes no contexto familiar e ininteligíveis em arenas externas. Exemplo 2: Em consonância com Clark (2000, p. 68), “[...] o uso da linguagem sempre envolve o significado do falante e o entendimento do interlocutor destinatário”. A intertextualidade é explícita nos exemplos 1 e 2, seja com ou sem o uso de aspas, pois, no primeiro exemplo, sem aspas, há uma interpretação do texto de Kumada (2012), enquanto no segundo exemplo, com aspas, há uma citação na íntegra, ou seja, com as mesmas palavras do autor (CLARK, 2000). O uso de citações, alusões, referências entre outras formas de dialogar com outros textos dentro de uma resenha (ou de monografias, dissertações, teses, livros, artigos científicos, etc.) é regulado por normatizações, entre elas (e a mais utilizada) está a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Tal normatização define as regras de formatação do texto acadêmico, e entre tais regras está a forma como uma citação deverá ser apresentada (com ou sem aspas, recuo de texto, indicação do número da página, indicação do ano de publicação do texto original, dentro do corpo do texto, nas referênciasfeitas no final do texto, etc.). Todas essas medidas são para garantir a ética de sua produção escrita, evitando que se utilize textos de propriedade intelectual de outros autores sem indicar os devidos créditos. Já na intertextualidade implícita, o texto acadêmico resenha pode apresentar a paráfrase, o plágio, o provérbio, a frase feita e o bordão (RUIZ; FARIA, 2012). Sabe-se que bordões, provérbios e muitas frases feitas possuem autores desconhecidos, contudo o plágio está associado ao uso indevido de um texto, sem indicação de sua verdadeira autoria, o que tem sérias implicações. Por essa razão, é sempre oportuno ter cautela durante a escrita de textos acadêmicos para que a intertextualidade implícita não constitua a apropriação de outros textos, como se os mesmos lhe pertencessem, pois isso configura plágio, e plágio é crime. De acordo com o Código Penal Brasileiro vigente (BRASÍLIA, 2003), artigo 184, sobre o crime contra a propriedade intelectual (também conhecido como plágio), a pena estabelecida ao infrator é de detenção no período de três meses a um ano (ou multa). Tal pena é aplicada em caso de não haver intuito de lucro sobre o material plagiado. Caso haja finalidade de lucro, a pena incorre em reclusão de dois a quatro anos e multa. 10 Para entender como o Hino Nacional e a tirinha puderam realizar a intertextualidade implícita sem constituir plágio, é necessário considerar como as peculiaridades da intertextualidade oscilam de um gênero textual a outro. Tal compreensão perpassa o conhecimento sobre os gêneros textuais. Primeiramente, deve ficar clara a distinção entre gêneros textuais e tipologias textuais. Tipologias (ou tipos) textuais estão relacionadas à forma como o texto é apresentado. Conforme Marcuschi (2002, p. 22), em geral, os tipos textuais podem ser categorizados como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. A tipologia textual narrativa é marcada por uma estrutura bastante comum em contos e histórias, ou seja, de começo, meio e fim. No começo, há a apresentação de personagens, de um local, de um tempo, o meio envolve um enredo, acontecimentos, fatos, enquanto o fim envolve as ideias apresentadas na trama, revelando seu desfecho. Já o tipo de texto descritivo está presente, de forma mais acentuada, em cardápios, anúncios e classificados, pois descreve um objeto, espaço ou sujeito. Apesar disso, é muito comum em contos e histórias em que seja feita a descrição dos personagens, o que revela nesses gêneros textuais a presença tanto da tipologia textual narrativa quanto da tipologia descritiva. Por sua vez, o tipo de texto argumentativo está associado à defesa de uma tese, por meio de argumentos que validem sua teoria e invalidem outras, buscando convencer o leitor de suas ideias. São exemplos de gêneros textuais com tipos de textos argumentativos: as monografias, teses, sermão, etc. Por fim, o tipo de texto injuntivo infere a orientação sobre uma ação e é, geralmente, caracterizado pelo uso de verbos no imperativo, tais como “faça”, “não faça”, “reserve”, “monte”, etc. São encontrados em gêneros textuais como receitas, pedidos, manuais de instrução, ordens, etc. Por outro lado, os gêneros textuais são inúmeros, ainda incalculáveis, pois diante do advento da tecnologia, a cada dia surgem novos gêneros textuais (e-mail, blogs, etc.). Se a tipologia envolve a forma como o texto é apresentado, por sua vez, o gênero textual está associado à materialização do texto, definida por “conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição características” (MARCUSCHI, 2002, p. 22). Quer exemplos de gêneros textuais? Alguns gêneros textuais conhecidos são: e-mail, blog, carta, diário, telefonema, bilhete, romance, notícia, tirinha, charge, cardápio de restaurante, LEITURAOBRIGATÓRIA 11 horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, instruções de uso, outdoor, resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea, bate-papo por computador, aulas virtuais, currículo, etc. Segundo Koch e Elias (2013, p. 113), os gêneros textuais não são definidos por uma forma, mas sim por sua função, tais como: informar (notícias), rir (piada), instruir (bula de remédio), etc. Ocorre ainda, com frequência, a hibridização de gêneros textuais, um fenômeno intitulado pelas autoras como intertextualidade intergêneros. Conforme as autoras (2013, p. 114) a intertextualidade intergêneros (ou intergenericidade) se refere ao “fenômeno segundo o qual um gênero pode assumir a forma de um outro gênero tendo em vista o propósito de comunicação”. Para ilustrar, observe a letra da música a seguir: A Carta Escrevo-te estas mal traçadas linhas, meu amor Porque veio a saudade visitar meu coração Espero que desculpe os meus erros por favor Nas frases desta carta que é uma prova de afeição Talvez tu não a leias, mas quem sabe até darás Resposta imediata me chamando de meu bem Porém o que me importa é confessar-te uma vez mais Não sei amar na vida mais ninguém Tanto tempo faz que li no teu olhar A vida cor de rosa que eu sonhava E guardo a impressão de que já vi passar Um ano sem te ver, um ano sem te amar LEITURAOBRIGATÓRIA 12 Ao me apaixonar por ti não reparei Que tu tivestes só entusiasmo E para terminar amor assinarei Do sempre sempre teu. Fonte: SANTOS, Benil; SAMPAIO, Raul. A Carta. In: CARLOS, Erasmo. Homem da rua. Sony, 1992. 1 CD. Faixa 6. No texto acima, o título A Carta é seguido de um texto cuja estrutura é muito semelhante à de uma carta, contudo, é necessário observar que o propósito comunicativo do texto não consiste na função do gênero textual carta, e sim de uma música. É necessário estar ciente de que aspecto determinante do gênero textual é a sua função, e não sua forma de apresentação, logo, o gênero textual do texto acima é uma música. A identificação do gênero textual, seu uso e compreensão nas práticas discursivas estão, segundo Koch e Elias (2013, p. 102) relacionados à sua competência metagenérica. Assim, o desenvolvimento dessa competência é fundamental para a produção de sentido do texto. Do mesmo modo, e de forma muito mais comum, existe a heterogeneidade tipológica, ou seja, a presença de várias tipologias textuais encontradas em um único texto. É o que você pode perceber na Imagem 3.1, onde é encontrada a presença dos tipos textuais narrativo, descritivo, argumentativo e injuntivo. LEITURAOBRIGATÓRIA 13 LEITURAOBRIGATÓRIA 3.1 Imagem do texto que revela a heterogeneidade tipológica. Fonte: KOCH; ELIAS, 2013, p. 121-2. Essa imagem retrata a presença da heterogeneidade tipológica, ou seja, da presença de diferentes tipos textuais compondo um único texto. 14 LINKSIMPORTANTES Quer saber mais sobre o assunto? Então: Sites Leia o artigo Intertextualidade no gênero resenha, de Eliana Maria Severino Donaio Ruiz e Melissa Bortoloto Faria. Revista Linguagem em (Dis)curso, abr. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-76322012000100005&lng= en&nrm=iso>. Acesso em: 9 out. 2013. O artigo aborda a intertextualidade no gênero textual resenha, indicando presença de intertextualidade explícita e implícita. Acesse o site Domínio Público, faça o download e leia a dissertação Intertextualidade e sentido em anúncios publicitários, de Vera Lucia dos Santos. Disponível em: <http://www. dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=193615>. Acesso em: 9 out. 2013. A partir da análise de textos publicitários veiculados pela Revista LEITURAOBRIGATÓRIA Para Koch e Elias (2013, p. 122), o estudo dos gêneros é uma das maiores contribuições para o ensino da leitura e da produção escrita, pois somente após o domínio dos principais gênerostextuais e de suas funções sociais, o aluno será capaz de “[...] perceber o jogo que frequentemente se faz por meio de manobras discursivas que pressupõem esse domínio”. Desse modo, você percebeu que o texto pode ser composto de forma bastante heterogênea, constituído de vários textos, de vários gêneros textuais ou de várias tipologias textuais. Esse diálogo entre textos, entre gêneros e entre tipologias textuais deve ser reconhecido pelo leitor para que haja a produção de sentidos na leitura. Mas, para isso, o leitor deve ativar seus conhecimentos prévios sobre a língua, sobre as coisas do mundo e sobre o modo de organização, estilo e propósito comunicacional do texto lido. 15 Veja, a dissertação realiza uma análise onde demonstra o uso de intertextualidade implícita e explícita. Além de demonstrar como aquele que anuncia espera que o leitor construa o sentido do texto. Leia o capítulo de livro Gêneros textuais: definição e funcionalidade, de Luiz Antônio Marcuschi, que integra o livro Gêneros textuais e ensino, organizado por Angela Paiva Dionisio, Anna Rachel Machado e Maria Auxiliadora Bezerra. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/61404180/Generos-textuais-definicao-e- funcionalidade-Luiz-Antonio-Marcuschil>. Acesso em: 9 out. 2013. O capítulo do livro aborda os principais conceitos que compõe a temática sobre gêneros textuais e tipologias textuais, estabelecendo comparações entre ambos os conceitos. Teste seus conhecimentos desenvolvendo exercícios sobre tipologia textual no site Português x Concursos. Disponível em: <http://portuguesxconcursos.blogspot.com. br/2013/02/tipologia-textual-exercicios-resolvidos.html>. Acesso em: 9 out. 2013. O site apresenta vários exercícios sobre interpretação de texto e identificação de tipologias textuais que foram extraídos de concursos públicos. Vídeos VideoAula – Português – Intertextualidade. Disponível em: <http://www.youtube.com/ watch?v=QKU26c5IJ38>. Acesso em: 9 out. 2013. O vídeo explora a relação da intertextualidade como uma conversa entre textos, sejam eles escritos, orais ou imagens (obras de arte), exemplificando de maneira lúdica as formas de intertextualidade explícita e implícita. Superaulas Enem 2012 - 26.10 - Português - Intertextualidade - Professor Wella. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=007gI_3i5f4>. Acesso em: 22 nov. 2013. O vídeo aborda conceitos como intertextualidade explícita e implícita, paráfrase e paródia, além de resolução de exercícios sobre a temática. LINKSIMPORTANTES 16 Aula de tipologia Textual – Curso completo de interpretação de textos. Disponível em: <http:// www.youtube.com/watch?v=jwOv_diU2p4>. Acesso em: 9 out. 2013. O vídeo apresenta de forma bastante clara os conceitos e o uso da tipologia textual e do gênero textual, bem como sua importância na compreensão e produção de textos. LINKSIMPORTANTES AGORAÉASUAVEZ Instruções: Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema. Questão 1: Você aprendeu que os conhecimentos pré- vios são muito valorizados nas práticas de leitura e produção de textos. Sendo assim, considerando seus conhecimentos prévios sobre intertextualidade e os conhecimen- tos adquiridos após a leitura do conteúdo discorrido no Tema 3, preencha a coluna a seguir com o que você já sabia e com o que você aprendeu. O que eu já sabia sobre intertextuali- dade? O que eu aprendi com a leitura do Tema 3 – Texto e intertextuali- dade? • • 17 Questão 2: Analise o texto a seguir. Receita de frango com pinga Ingredientes 1 garrafa de pinga (da boa) 1 frango inteiro 4 cabeças de alho 1 colher de sopa de manteiga 500 g de amendoim cru Sal e tempero a gosto Modo de preparo - Lave o frango. - Esfregue o frango por dentro e por fora com sal (ou tempero de sua preferência). - Beba uma dose de pinga. - Coloque o frango em uma assadeira e molhe-o com uma dose de pinga e man- teiga. - Beba outra dose de pinga. - Pré-aqueça o forno por aproximada- mente 10 minutos. - Enquanto isso, sirva-se com mais uma dose (caprichada) de pinga. - Use o amendoim como “tira gosto” acompanhado de mais uma dose de pinga. - Axuste o terbostato na marca 3, e debois de uns bihch binutos, bote a ave para asssssaassinar, digu assar. - Molhe o bicho com pinga debois de beia hora, e sirba-se com outra dose de pinga. - Debois, esquece o vrango, deixáaaa no vorno por umas 4 horas. - tenta retirar o vrango do vorno, mas num vai guemar a mão! - se na primeira teeendadivaaa de retirar o vrango do vorno dãooo deer certo e ele gair no jão, enjuga ele com bano de jão mesmu e poti servir, com pinga é claro! Fonte: Autor desconhecido. Com base na leitura do texto acima, analise as alternativas a seguir e indique se são (V) Verdadeiras ou (F) Falsas: ( ) O texto pode ser considerado um intertexto. ( ) O gênero textual do texto consiste em uma receita. ( ) O gênero textual do texto consiste em uma piada. ( ) O texto pode ser considerado uma paródia. ( ) O reconhecimento do gênero textual não interfere na construção de sentido. a) V, F, V, V, F. b) F, F, V, V, F. c) V, V, F, F, V. d) F, V, F, F, F. e) V, V, F, V, V. AGORAÉASUAVEZ 18 AGORAÉASUAVEZ Questão 3: Leia o texto a seguir: 04/10/2013 - 03h20 Análise: Haddad faz a lição de casa do professor Maquiavel LEÃO SERVA COLUNISTA DA FOLHA A prefeitura vai corrigir a Planta Genérica de Valores, o que aumentará o IPTU. Os proprietários que pagam imposto predial reclamam. A administração também provoca congestionamentos nas principais avenidas, abrindo faixas de ônibus. Os motoristas parados, em grande parte também contribuintes do IPTU, falam mal do prefeito ao ver ônibus em velocidade levar passageiros, majoritariamente isentos do imposto. É provável que as próximas pesquisas de opinião apontem queda da popularidade de Haddad. Mas a oposição pode tirar o potro da garoa. “Tudo cansa, meu anjo, como dizia o poeta inglês. Os mortos têm que ser renovados, a imprensa é uma necrófila insaciável”, escreveu Rubem Fonseca, em “Mandrake”. O mesmo vale para os eleitores. O mal- estar deve diminuir até outubro que vem, na eleição para o governo, e sumir até 2016, quando o prefeito tentará novo mandato. Tudo segue o que ensinou Maquiavel (1469-1527): faça as maldades de uma só vez e as bondades aos poucos. Com o caixa inchado pelas receitas de IPTU, a administração fará um monte de benesses nos próximos três anos. Ajudará a relaxar a tensão dos contribuintes com a nova Planta Genérica de Valores o teto que limitará o repasse da correção para o imposto predial. A correção da PGV é feita como as pesquisas de opinião: uma comissão da prefeitura compila registros de compra e venda de imóveis e constata as variações dos preços nas diversas áreas. Cada negócio realizado serve como dado amostral. Imprecisões existem, mas tendem a ser poucas. A reavaliação de casos a partir de reclamações melhora o resultado e reduz tensões. Muitos cidadãos se assustam com a variação da PGV. Embora ela seja a base de cálculo do principal imposto municipal, é atualizada a critério dos governos, de olho no calendário eleitoral. 19 AGORAÉASUAVEZ Com isso, o índice acumula inflação e valorização imobiliária de vários anos. Se corrigidas anualmente, as variações seriam suaves. Mas os alunos de Maquiavelconcentram as más notícias no primeiro ano de mandato. Fonte: Folha de S. Paulo, 4 out. 2013. Disponível em: <http://www1.folha.uol. com.br/cotidiano/2013/10/1351631- analise-haddad-faz-a-licao-de-casa-do- professor-maquiavel.shtml>. Acesso em: 10 out. 2013. O texto apresenta duas situações de intertextualidade explícita, identifique esses trechos. Questão 4: Analise os fragmentos de textos a seguir: “Era uma vez um burro que tinha trabalhado durante muitos anos para o seu dono, acartando sacos de milho. Com o tempo, foi perdendo as forças e acabou por não conseguir trabalhar como antigamente. Então, o dono resolveu cortar-lhe a ração. Vendo que dessa decisão não viria nada de bom para si, o Burro fugiu e pôs-se a caminho da cidade de Bremen. - Em Bremen posso tornar-me músico – pensava ele enquanto caminhava.” Fonte: IRMÃOS GRIMM, Os músicos de Bremen. Disponível em: <http://www. grimmstories.com/pt/grimm_contos/os_ musicos_de_bremen>. Acesso em: 10 out. 2013 “Eu, sou um jumento. Não sou bicho de estimação. Não tenho apelido, não tenho nome, nem estimação. Sou jumento e pronto. Na minha terra também me chamam de jegue. E me botaram para trabalhar na roça a vida inteira. Trabalhar feito jumento. Pra no fim... nada. Minha pensão, nenhuma cenoura. Acho que é por isso que às vezes me chamam de burro. Eu não me incomodo. Mas outro dia, eu estava subindo um morro com quinhentos quilos de pedra no lombo. Estava ali, subindo, quando um pai d’égua, falou assim: “Mas que mula preguiçosa, sô!”, fui ver, e a mula era eu. Aí eu parei - “Mula? ah! é demais” - resolvi dar no pé. Tomei a estrada que leva à cidade e fui seguindo, naquela humilhação, naquela escuridão, naquela solidão que nem sei. [...] Estava indo pra cidade. “E fazer o que na cidade?” - eu pensava. Quando alguém não sabe fazer mais nada, nada mesmo, pode ser artista. Fonte: HOLLANDA, Chico Buarque de. Os Saltimbancos. Tradução e adaptação Chico Buarque; [texto] Sergio Bardotti; música Luiz Enriquez. 3 ed. São Paulo: Global, 2000, p.5-8. 20 AGORAÉASUAVEZ Considerando que Os Saltimbancos se refere a uma fábula musical inspirada no conto Os músicos de Bremen, dos Irmãos Grimm, assinale a alternativa correta a partir da relação entre a fábula musical e o conto: a) O conto Os músicos de Bremen parafraseia a fábula musical Os Saltimbancos. b) A fábula musical Os Saltimbancos parafraseia o conto Os músicos de Bremen. c) O conto Os músicos de Bremen e a fábula Os Saltimbancos não podem ser considerados intertextos. d) O conto Os músicos de Bremen plagiou a fábula Os Saltimbancos. e) A fábula “Os Saltimbancos” plagiou o conto “Os músicos de Bremen”. Questão 5: Quanto ao uso de Equipamentos de Pro- teção Individual (EPI), descreva as obriga- ções do empregador. Os dicionários de meu pai Pouco antes de morrer, meu pai me chamou ao escritório e me entregou um livro de capa preta que eu nunca havia visto. Era o dicionário analógico de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Ficava quase escondido, perto dos cinco grandes volumes do dicionário Caldas Aulete, entre outros livros de consulta que papai mantinha ao alcance da mão numa estante giratória. Isso pode te servir, foi mais ou menos o que ele então me disse, no seu falar meio grunhido. Era como se ele, cansado, me passasse um bastão que de alguma forma eu deveria levar adiante. E por um tempo aquele livro me ajudou no acabamento de romances e letras de canções, sem falar das horas em que eu o folheava à toa; o amor aos dicionários, para o sérvio Milorad Pavic, autor de romances-enciclopédias, é um traço infantil de caráter de um homem adulto. Palavra puxa palavra, e escarafunchar o dicionário analógico foi virando para mim um passatempo. O resultado é que o livro, herdado já em estado precário, começou a se esfarelar nos meus dedos. Encostei-o na estante das relíquias ao descobrir, num sebo atrás da sala Cecília Meireles, o mesmo dicionário em encadernação de percalina. Por dentro estava em boas condições, apesar de algumas manchas amareladas, e de trazer na folha de rosto a palavra anauê, escrita a caneta-tinteiro. Com esse livro escrevi novas canções e romances, decifrei enigmas, fechei muitas palavras cruzadas. E ao vê- lo dar sinais de fadiga, saí de sebo AGORAÉASUAVEZ 21 em sebo pelo Rio de Janeiro para me garantir um dicionário analógico de reserva. Encontrei dois, mas não me dei por satisfeito, fiquei viciado no negócio. Dei de vasculhar livrarias país afora, só em São Paulo adquiri meia dúzia de exemplares, e ainda arrematei o último à venda a Amazom.com antes que algum aventureiro o fizesse. Eu já imaginava deter o monopólio (açambarcamento, exclusividade, hegemonia, senhorio, império) de dicionários analógicos da língua portuguesa, não fosse pelo senhor João Ubaldo Ribeiro, que ao que me consta também tem um quiçá carcomido pelas traças (brocas, carunchos, gusanos, cupins, térmitas, cáries, lagartas-rosadas, gafanhotos, bichos-carpinteiros). A horas mortas eu corria os olhos pela minha prateleira repleta de livros gêmeos, escolhia um a esmo e o abria a bel-prazer. Então anotava num Moleskine as palavras mais preciosas, a fim de esmerar o vocabulário com que embasbacaria as moças e esmagaria meus rivais. Hoje sou surpreendido pelo anúncio desta nova edição do dicionário analógico de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Sinto como se invadissem minha propriedade, revirassem meus baús, espalhassem ao vento meu tesouro. Trata-se para mim de uma terrível (funesta, nefasta, macabra, atroz, abominável, dilacerante, miseranda) notícia. (Francisco Buarque de Hollanda, Revista Piauí, junho de 2010) O modo predominante de organização textual é: a) Descritivo. b) Narrativo. c) Argumentativo. d) Dissertativo. e) Injuntivo. Questão 6: Os gêneros textuais podem ser vistos como a materialização do texto e são caracteriza- dos pela sua ______________ textual, en- quanto a tipologia é caracterizada pela sua _________________ textual. Considerando seu aprendizado sobre as concepções de gênero e tipologia textual e analisando o enunciado acima, a alternati- va que melhor completa as lacunas é: a) composição; produção de sentidos. b) referenciação; organização. c) bagagem de conhecimentos; prática. AGORAÉASUAVEZ 22 d) compreensão; produção. e) função; forma. Questão 7: A música Bom conselho, de Chico Buar- que, é um bom exemplo de intertextualida- de. Em sua canção, o compositor conversa com alguns provérbios populares que cir- culam frequentemente em nosso cotidiano. Analisando a letra da canção, identifique pelo menos um provérbio com o qual Chico Buarque conversa. Bom conselho Ouça um bom conselho Que eu lhe dou de graça Inútil dormir que a dor não passa Espere sentado Ou você se cansa Está provado, quem espera nunca alcança Ouça, meu amigo Deixe esse regaço Brinque com meu fogo Venha se queimar Faça como eu digo Faça como eu faço Aja duas vezes antes de pensar Corro atrás do tempo Vim de não sei onde Devagar é que não se vai longe Eu semeio o vento Na minha cidade Vou pra rua e bebo a tempestade Fonte: BUARQUE, Chico. Bom Conselho. Quando o carnaval chegar. Universal, 1972. 1 CD. Faixa 11. Questão 8: Leia os textos a seguir: Texto 1: Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. Eainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para AGORAÉASUAVEZ 23 ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor. Fonte: PAULO, Apóstolo. Carta à Igreja de Corinto. In: Bíblia Sagrada. Capítulo 13. Disponível em: <http://www. bibliaonline.com.br/acf/1co/13>. Acesso em: 10 out. 2013. Texto 2: Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. AGORAÉASUAVEZ 24 Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor? Fonte: CAMÕES, Luis Vaz de. Amor é fogo que arde sem se ver. In: Poesia Lírica. Ulisséia. 1988, 2 ed. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/ biografias/amor_e_fogo.htm>. Acesso em: 10 out. 2013. Texto 3: Monte Castelo - Legião Urbana Ainda que eu falasse A língua dos homens E falasse a língua dos anjos, Sem amor eu nada seria. É só o amor! É só o amor Que conhece o que é verdade. O amor é bom, não quer o mal, Não sente inveja ou se envaidece. O amor é o fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. Ainda que eu falasse A língua dos homens E falasse a língua dos anjos Sem amor eu nada seria. É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É um não contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder. É um estar-se preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É um ter com quem nos mata a lealdade. Tão contrário a si é o mesmo amor. Estou acordado e todos dormem. Todos dormem. Todos dormem. Agora vejo em parte, Mas então veremos face a face. É só o amor! É só o amor Que conhece o que é verdade. Ainda que eu falasse A língua dos homens E falasse a língua dos anjos, Sem amor eu nada seria. AGORAÉASUAVEZ 25 Fonte: Legião Urbana. Monte Castelo. Disponível em: <http://letras.mus.br/ legiao-urbana/22490/>. Acesso em: 10 out. 2013. Após a análise dos textos 1, 2 e 3, explique como ocorre o processo de intertextualidade entre eles, indicando qual ou quais são os textos fontes e qual foi a finalidade do intertexto. Justifique sua resposta. Questão 9: Enquanto existem inúmeros gêneros tex- tuais, teoricamente, os tipos textuais são designados como: 1. narrativos; 2. descriti- vos; 3. argumentativos; 4. expositivos e/ou 5. injuntivos. Nesse sentido, indique pelo menos dois exemplos de gêneros textuais para cada um dos tipos textuais menciona- dos. Questão 10: Analise o texto abaixo e, em seguida, iden- tifique quais tipologias textuais podem ser reconhecidas. Justifique sua resposta. Procura-se cachorra desaparecida Por volta das 23h do último domingo (20) desapareceu, no bairro dos Jardins, a cachorra que atende pelo nome de Dolly. A cachorra é da raça poodle, de porte médio e cor branca, está com os pelos do corpo tosados e com as orelhas e rabos peludos. Na ocasião, estava usando dois lacinhos vermelhos nas orelhas. A cachorra é doente, por isso precisa de medicação, a falta de cuidados pode levá-la à morte. Se você possui informações sobre esta cachorra entre em contato pelo telefone (51) 8881.9900. Oferecemos recompensa. AGORAÉASUAVEZ 26 FINALIZANDO Neste tema você aprendeu que as vozes de um texto podem apresentar o revozeio de outros textos. Na verdade, este é o princípio da intertextualidade, quando um texto é construído a partir de outros textos. Nessa direção, os textos podem ser alçados com efeito de reafirmar ou contestar o texto fonte e podem remeter a outros textos de forma explícita ou implícita. A compreensão e a produção dos sentidos da intertextualidade exige do leitor a competência metagenérica de reconhecer e compreender o gênero textual e sua função social. Vale enfatizar que, para isso, o leitor precisa de amplo repertório literário, linguístico e de conhecimentos de mundo, fortalecendo assim a premissa de que bons escritores devem ser também bons leitores. Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos! REFERÊNCIAS BRASÍLIA. Lei nº 10.695, de 1º de julho de 2003. Altera e acresce parágrafo ao art. 184 e dá nova redação ao art. 186 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Códi- go Penal. Planalto. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.695. htm>. Acesso em: 9 out. 2013. CLARK, H. H. O uso da linguagem. Cadernos de Tradução (9):49-71, UFRGS, Porto Alegre. Tradução de Nelson de Oliveira Azevedo e Pedro M. Garcez. 2000. FIORIN, J.L.; SAVIOLI, F.P. Para entender o texto: leitura e redação. 16. ed. São Paulo: Ática, 2006. 27 KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2013. KUMADA, K. M. O. “No começo ele não tem língua nenhuma, ele não fala, ele não tem LIBRAS, né?”: representações sobre línguas de sinais caseiras. Dissertação de Mestrado. Departamento de Linguística Aplicada. Instituto de Estudos da Linguagem. Unicamp, 2012. MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: (Orgs.) DIONÍSIO, A. et al. Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. RUIZ, E. M. S. D.; FARIA, M. B. A intertextualidade no gênero resenha. In: Revista Lingua- gem e (dis)curso, Tubarão , v. 12, n. 1, Abr. 2012 . Disponível em: <http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-76322012000100005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 9 out. 2013. REFERÊNCIAS GLOSSÁRIO Competência metagenérica: se refere à competência de produção e compreensão dos gêneros textuais, buscando identificá-los e interpretá-los de forma a construir sentidos para o texto. Hibridização: Relativo a misturas ou mesclas. Paráfrases: Uso de ideias de um texto sob outras palavras, mas com intuito de reafirmar o que o texto fonte revela. Paródias: Uso de ideias de um texto sob o intuito de ridicularizar, criticar ou contestar o texto fonte, transformando os sentidos produzidos no texto original. Plágio: Se refere à prática de copiar ou assinar um texto que contenha partes ou que seja integralmente de outro autor, cuja referência ou créditos de autoria não estejam claramente apontados. 28 GABARITO Questão 1 Resposta: A questão desperta no aluno a reflexão sobre os conhecimentos prévios e os adquiridos sobre Intertextualidade. Espera-seque o aluno consiga elencar pelo menos um dos temas principais apresentados, na coluna do que foi aprendido após a leitura do Caderno de Atividades, como por exemplo, a questão da intertextualidade explícita e implícita, as finalidades da intertextualidade (paródia e paráfrase), a importância do reconhecimento dos gêneros e tipos textuais, etc. Questão 2 Resposta: Alternativa A Questão 3 Resposta: A questão incentiva o aluno a realizar uma análise do intertexto em busca da identificação da intertextualidade explícita. Para isso o aluno deve dominar tal conceito e saber aplicá-lo. Assim, ele reconhecerá no excerto “Tudo cansa, meu anjo, como dizia o poeta inglês. Os mortos têm que ser renovados, a imprensa é uma necrófila insaciável, escreveu Rubem Fonseca, em ‘Mandrake’”, onde há a citação de Rubem Fonseca, cuja autoria está devidamente referenciada. Do mesmo modo como a alusão a Maquiavel é feita no trecho “Tudo segue o que ensinou Maquiavel (1469-1527): faça as maldades de uma só vez e as bondades aos poucos. Com o caixa inchado pelas receitas de IPTU, a administração fará um monte de benesses nos próximos três anos.” Em ambos os casos, a fonte é revelada, o que torna a intertextualidade explícita. Questão 4 Resposta: Alternativa B Questão 5 Resposta: Alternativa B 29 Questão 6 Resposta: Alternativa E Questão 7 Resposta: A questão explora a identificação da intertextualidade na canção Bom conselho, exigindo do aluno que recorra aos seus conhecimentos e vivências para identificar os trechos em que ocorrem tal fenômeno. Assim, o aluno deverá associar os trechos da música com pelo menos um dos provérbios populares utilizados pelo compositor, tais como: 1) Se conselho fosse bom não se dava, se vendia; 2) Basta dormir que a dor passa; 3) Quem espera [ou quem acredita] sempre alcança; 4) Quem brinca com fogo, pode se queimar; 5) Faça o que eu digo, não faça o que eu faço; 6) Pense, antes de agir; 7) Devagar se vai longe; 8) Quem semeia vento, colhe tempestade. Questão 8 Resposta: A questão incentiva o aluno a analisar os textos buscando identificar quais são os textos fontes e qual o intertexto. No caso, a música Monte Castelo é que realiza a intertextualidade com os textos fontes de Camões e de Corintos. Sua finalidade não é criticar ou contestar os textos fonte, mas sim reafirmar a magnitude do “Amor” como um sentimento nobre, temática que o poema de Camões e a passagem bíblica abordam. Questão 9 Resposta: A questão problematiza a distinção entre gêneros e tipologias textuais, consolidando em exemplos o aprendizado do aluno. Há uma grande diversidade de gêneros para apontar. Entre eles, o aluno pode mencionar na tipologia narrativa os contos, histórias, parlendas, notícias, etc. No que tange ao tipo textual descritivo, o aluno pode mencionar como exemplos de gêneros textuais os cardápios, anúncios, classificados, narrativas (nas quais são descritos personagens e espaços), etc. Por sua vez, o tipo de texto argumentativo está associado à defesa de uma tese, por meio de argumentos que validem sua teoria e invalidem outras, buscando convencer o leitor de suas ideias. São exemplos de gêneros textuais com tipos de textos argumentativos: as monografias, teses, sermão, etc. Por fim, o tipo de texto injuntivo infere a orientação sobre uma ação e é geralmente caracterizado pelo uso de verbos no imperativo, tais como “faça”, “não faça”, “reserve”, “monte”, etc. São encontrados em gêneros textuais como receitas, pedidos, manuais de instrução, ordens, etc. GABARITO 30 Questão 10 Resposta: A questão problematiza o conhecimento sobre as tipologias textuais, exigindo do aluno que apresente domínio da diferença entre tipologias e gêneros textuais. Assim, nesta questão o aluno deverá identificar os seguintes tipos de texto: 1) narrativo, pois há no anúncio o relato de quando, como e quem desapareceu; 2) descritivo, pois há a descrição da cachorra envolvendo sua raça, tamanho, cor, condição dos pelos, uso de lacinhos, etc.; 3) argumentativo, pois justifica a necessidade de se localizar a cachorra, uma vez que ela é doente e “por causa disso” (perceba o argumento) precisa de medicação, pois a falta de cuidados pode levá-la à morte (argumento pelo qual o autor do texto busca convencer o leitor a ajudá-lo); e 4) injuntivo, pois dá uma instrução ao leitor que tiver notícias da cachorra, solicitando que “entre em contato”. O verbo no imperativo “entre” sugere uma súplica, pedido, desejo ou ordem, característica da tipologia textual injuntiva. GABARITO
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