Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
27/03/2014 1 Leitura e Produção de Texto Revisão de Conteúdo Profa. Ma. Rosemeire Farias Para início de conversa • A Articulação entre a Leitura e a Produção de Textos. • Quem lê escreve O Processo de Leitura e o Bom Leitor • Savioli e Fiorin (2006) defendem que a boa leitura não significa ler um texto várias vezes, mas sim dirigir corretamente sua atenção durante a leitura. 27/03/2014 2 • O que exige o ato de ler • Um mergulho no texto • As Três Concepções de Leitura (KOCH; ELIAS, 2013) • Leitor como sujeito passivo. • Foco no autor • Leitor como sujeito passivo. • Foco no texto • Leitor como sujeito ativo. • Foco na interação autor-texto-leitor Como ser um leitor ativo? • Espera-se que o leitor ativo: • Processe. • Critique. • Contradiga. • Avalie a informação. • Desfrute ou rechace. • Dê sentido e significado ao que lê. Fonte: KOCH; ELIAS, 2013, p.13 27/03/2014 3 Estratégias de Leitura do leitor ativo Seleção Antecipação Inferência verificação Leitura, Texto e Sentido • Pluralidade de sentidos • As interpretações para um mesmo texto podem variar em decorrência de vivências e conhecimentos diferentes de cada leitor. • Paula está com um problema de coração. Estratégias sociocognitivas • De acordo com Koch e Elias (2013, p.39), a leitura e a produção de sentidos são guiadas pelo processamento textual que, por sua vez, é ativado a partir de estratégias sociocognitivas. 27/03/2014 4 • Tais estratégias sociocognitivas envolvem três grandes sistemas de conhecimentos: • o linguístico, • o enciclopédico • e o interacional. Estratégias sociocognitivas: Conhecimento interacional • Está baseado nas formas de interação por meio da linguagem, faz referência aos conhecimentos: • Ilocucional: identificar reais intenções do autor. • Comunicacional: Adequar quantidade de informação, variedade linguística e gênero textual. Metacomunicativo: uso de sinais de articulação ou apoios textuais, de atividades de formulação ou construção textual. - Pedro diz: Carla, por favor, não me ligue NUNCA mais! Superestrutural (ou conhecimento de gêneros textuais): possibilita identificar objetivos do texto, estrutura, uso. 27/03/2014 5 O Contexto • Certamente você já deve ter ouvido a expressão “depende do contexto”, frequentemente utilizada para indicar que o seu entendimento pode ser alterado conforme o lugar ou a situação. • De fato, o contexto é realmente um conceito determinante, não apenas na oralidade, mas também no processo de leitura e de produção de textos Observe • “A revista Veja de 1º de junho de 1998 traz uma reportagem sobre um caso de corrupção [...]. Entre os suspeitos figurava o nome de Otávio Ceccato, que, no momento, ocupava o cargo de secretário da Indústria e Comércio e que negava sua participação na negociata. • Na sua posse com secretário de Indústria e Comércio, Ceccato nervoso, foi infeliz ao rebater as denúncias. "Como São Pedro, nego, nego, nego", disse a um grupo de repórteres, referindo-se à conhecida passagem em que São Pedro negou conhecer Jesus Cristo três vezes na mesma noite. Esqueceu-se de que São Pedro, naquele episódio, disse talvez a única mentira de sua vida. (Ano 20, 22:91)” Fonte: Fiorin; Savioli, 2006, p.11. 27/03/2014 6 Leitura e Produção de Texto Parte 2 Profa. Ma. Rosemeire Farias Contexto e o Cotexto • Segundo Vereza (2000), a leitura pode exigir mais ou menos compreensão do contexto e do cotexto. Contexto - Implícito - Não verbal - Ativa conhecimentos prévios Cotexto - Explícito- Contexto linguístico - Emerge do próprio texto. Contexto Sociocognitivo • Por estar implícito, o contexto exige: • A participação ativa do leitor. • E o mínimo de compatibilidade de contextos sociocognitivos (conhecimentos linguístico, enciclopédico e interacional) entre o autor e o leitor (público-alvo). 27/03/2014 7 • Fiorin e Savioli (2006, p. 113) explicam que o contexto é tão eficaz que é capaz de neutralizar os problemas de compreensão que a polissemia poderia causar, pois "uma vez inserida no contexto, a palavra perde o seu caráter polissêmico, isto é, deixa de admitir vários significados e ganha um significado específico no contexto". Contexto permite a interpretação unívoca de enunciados ambíguos a) A costureira de tão velha, não conseguia mais enfiar a linha na agulha. b) O técnico deslocou o jogador da linha para a defesa. c) As linhas do bonde foram cobertas pelo asfalto. d) O conferencista, apesar da agressividade da plateia, não perdeu a linha. (FIORIN; SAVIOLI, 2006, p.113) O Conceito de Intertextualidade • Diálogo com outros textos. • Intertextualidade está presente no texto escrito e também no oral. • Alusões e referências a outros textos. 27/03/2014 8 Intenções da Intertextualidade • Paráfrase • Reafirma o sentido do texto fonte • Fortalece • Paródia • Inverte ou contesta o texto fonte Polemiza Reconhecimento da Intertextualidade • Poderá ocorrer por meio do: • Estilo do autor. • Empréstimo de passagens do texto fonte. • Visa garantir a produção de sentido do texto Intertextualidade Explícita e Implícita • Intertextualidade Explícita • Revela o texto fonte. • Citações entre aspas. • Intertextualidade Implícita • Oculta o texto fonte. • Demanda memória do leitor. 27/03/2014 9 • Exemplo: resenha • A intertextualidade está presente em diversos gêneros textuais, por exemplo, a resenha. • Intertextualidade explícita: • Citações. • Referências. • Alusão. • Sumarização. • Tradução. Gêneros Textuais e Tipologias Textuais • Tipologias (ou tipos) textuais estão relacionados à forma como o texto é apresentado. • São categorizados, em geral, como: • Narração. • Argumentação. • Exposição. • Descrição. • Injunção. Gêneros Textuais • São inúmeros. • Estão relacionados à função textual: • Informar. • Provocar o riso. • Instruir. • Entreter. • Comunicar. • Anunciar/divulgar. 27/03/2014 10 Coerência Textual e a Produção de Sentidos • Texto coerente Texto com sentido • Texto incoerente Texto sem sentido • Coesão e Coerência • Coesão - Explícita no texto. - Linguístico: conectivos. - Não garante a coerência. • Coerência - Implícita no texto. - Estabelecida a partir de fatores de ordem semântica, pragmática, cognitiva e interacional. Agora é sua vez 27/03/2014 11 • A coesão favorece a coerência, mas não é suficiente • Seja na hora do banho ou nas aulas de natação, Pedrinho sempre corria para se esconder. Assim, não demorou muito e todos os seus colegas o apelidaram de Cascão, igual ao das histórias em quadrinhos. • Há coesão nesse texto? Coerência Textual como Fenômeno Externo ao Texto • Segundo Koch e Elias (2013), a coerência textual trata-se de um fenômeno externo ao texto, constituída pelo leitor a partir de seus conhecimentos prévios e da materialidade linguística presente no texto. • Em virtude da participação ativa do leitor, muitos textos destituídos de elementos coesivos podem se tornar coerentes, tendo em vista seus contextos de produção e de uso. É bom exercitar • O contexto permite a interpretação unívoca de enunciados ambíguos • Vamos ver: • O policial viu o ônibus acelerando em sua direção. Ele levantou a mão e parou-o. • O goleiro viu a bola indo em direção à rede. Ele levantou a mão e parou-a. Fonte: KOCH; ELIAS, 2013, p.66. 27/03/2014 12 O contexto permite preencher lacunas do texto O contexto permite: Estabelecer elos faltantes, por meio de inferências ponte. • O empregado alimentou os pássaros. Os grãos de alpiste foram logo devorados. Fonte: KOCH; ELIAS, 2013, p.66. Vamos ver o seguinte texto: • O rapaz chegou, olhou para oslados, viu que não tinha nada de diferente naquela festa. As pessoas eram normais. Havia uma fumaça espessa no ar, que impedia ver com clareza. Paulo caminhou pelo salão, desconfiado, passou a prestar atenção no olhar das pessoas. Queria analisar o ambiente detalhadamente para não se sentir tão perdido. Outro texto • A secretária da escola atende o telefone. - Alô. - Meu filho está muito gripado e não vai poder ir à escola hoje. - Quem está falando? -Quem tá falando é o meu pai. Fonte: Koch e Elias, 2013, p.72. 27/03/2014 13 • Exemplos de Intertextualidade na Resenha • Ex. 1: Segundo Kumada (2012), familiares ouvintes e crianças surdas partem de uma base comum de linguagem que torna as línguas de sinais caseiras eficazes no contexto familiar e ininteligíveis em arenas externas. • Ex. 2: Em consonância com Clark (2000, p. 68) “[...] o uso da linguagem sempre envolve o significado do falante e o entendimento do interlocutor destinatário”. Finalizando O que vimos • As diferentes concepções de leitura. • O papel do leitor ativo e crítico na leitura como interação autor-texto-leitor. • Como utilizar as estratégias de leitura para interagir dialogicamente com o texto. 27/03/2014 14 • As implicações dos objetivos de leitura (no tempo, interesse e atenção), da pluralidade de sentidos, dos fatores de compreensão (aspectos materiais e fatores linguísticos) e das circunstâncias de escrita (produção e uso). • Conhecimento linguístico. • Conhecimento enciclopédico. • Conhecimento interacional. Falamos também sobre: • As vozes de um texto podem apresentar o revozeio de outros textos; na verdade, este é o princípio da intertextualidade, quando um texto é construído a partir de outros textos. • A intertextualidade está presente em nosso cotidiano (fala e texto). 27/03/2014 15 • Gêneros X Tipos textuais • As diferenças entre os conceitos de coerência e de coesão. • Compreendeu que a coesão se refere às informações explícitas no texto, fatores linguísticos propriamente ditos (elementos coesivos). • Por outro lado, a coerência exige conhecimentos externos ao texto, baseados no repertório do leitor. • Não é possível deixar de lembrar os tipos de coerência que garantem a coerência global do texto, são eles: • Coerência sintática. • Coerência semântica. • Coerência temática. • Coerência pragmática. • Coerência estilística. • Coerência genérica.
Compartilhar