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35 Capítulo 6 – Incisivo Central Superior Para uma familiarização com a escultura de um elemento dental o treinamento, evidentemente, é um passo muito importante. O método geométrico é um auxiliar no treinamento da escultura dental. A maior dificuldade para o iniciante na escultura é dar o posicionamento espacial inicial do dente; o método geométrico deve ser visto como a obtenção de um esboço para que se chegue na anatomia final do dente. O conhecimento da forma dental e das proporções que os detalhes anatômicos possuem é de fundamental importância para que se corrija as limitações desse método. O método baseia-se na projeção ortogonal das faces proximais e vestibulares dos dentes em um bloco de cera e tem a seguinte seqüência: • Obtenção das silhuetas proximal e vestibular (fig. 6.1 e 6.2). • Desenho da projeção da face proximal no bloco de cera (fig. 6.3). • Recorte da projeção proximal (fig. 6.4). É importante, nesse recorte, que a face vestibular e a lingual estejam paralelas entre si, isto pe obtido com o auxilio de uma placa de vidro e uma lamínula. Apóia-se a parte plana do bloco de cera, não recortada, na placa de vidro e com a lamínula, também apoiada na placa, tenta-se contato em toda a superfície testada. Pequenos recortes de ajuste podem ser feitos com a lamínula. • Desenho da projeção vestibular no recorte da projeção proximal (fig. 6.5). • Recorte da projeção vestibular (fig. 6.6). ESCULTURA DENTAL COM AUXÍLIO DO MÉTODO GEOMÉTRICO PARTE II 36 Após o recorte das projeções é importante observar se as vistas vestibulares e lingual estão em igual proporção, assim como as vistas mesial e distal. Observar também se o posicionamento das bossas e a linha de colo está correto. Os passos seguintes são: • Demarcação das bossas. • Demarcação da linha do colo. • Traçar linhas longitudinais a partir do bordo incisal, seguindo o longo eixo do dente (fig. 6.6 e 6.7). As linhas demarcadas podem ser avivadas com talco, para facilidade da visualização. Após a demarcação das linhas, procederemos ao recorte da parte expulsiva e retentiva dos dentes. A referência para o recorte será dada pela interseção das linhas longitudinais (a partir do bordo incisal) e transversais (linha do colo e linha das bossas). 37 Fig. 6.8 Pontos ‘b” e “c” interseção das linhas longitudinais com linhas de bossa. Pontos “d” e “e” interseção das linhas longitudinais com linha de colo. Unir pontos “b” e “c” e recortar plano “a, b, c”. Unir ponto “d” e “e” e recortar plano “b, c, d, e”. Seguiremos os seguintes passos (fig. 6.7 e 6.8): • Demarcação da interseção das linhas longitudinais e transversais. • Unir ponto de encontro das interseções nas bossas proximais com as das bossas vestibulares mais próximas. • Unir ponto de encontro das interseções na linha do colo proximal com as das linha de colo vestibular. Após a união de “bossa com bossa” e “colo com colo” recortaremos a porção retentiva e expulsiva. Seguiremos a seqüência (fig. 6.9 e 6.10): • Recorte da porção expulsiva próximo-vestibular. • Recorte da porção retentiva disto-vestibular. Por lingual, na união da interseção lingual, chega-se um pouco aquém desse ponto em função do arredondamento (fig. 6.11 e 6.12). 38 . Fig. 6.9 Recorte da porção expulsiva e retentiva vestíbulo- proximal. Fig. 6.10 Vista vestibular dos recortes expulsivos e retentivos. Fig. 6.11 Por lingual, há apenas uma linha longitudinal. Observar a posição da demarcação das linhas de colo com colo e bossa com bossa. Fig. 6.12 O limite do recorte da parte retentiva não deve chegar à linha longitudinal (seta), para não se perder volume do dente durante o arredondamento. O recorte expulsivo nos incisivos é muito pequeno. 39 • Recorte da parte retentiva mésio-lingual e disto-lingual. Observar que por lingual, a porção expulsiva requer pouco recorte. É importante observar que as linhas de demarcação são respeitadas, pois elas são os limites do contorno. Serão desgastadas durante o arredondamento do dente, que é a última fase da escultura. Detalhes que devem ser observados durante o arredondamento: • Lóbulos de desenvolvimento vestibular. • Cristas marginai, mesial e distal, na face lingual. • Cíngulo lingual. • Lojas papilares. Fig. 6.13 Vista disto-vestibular da fase geométrica concluída. Fig. 6.14 Vista lingual após o arredondamento. Fig. 6.15 Aspecto de uma vista vestibular. Passa-se, agora, ao alisamento da escultura primeiro com a escova de dente e, depois com a meia de seda ou solventes de cera aplicados com algodão apenas umedecido. 40 Capítulo 7 – Segundo molar inferior A seqüência de escultura utilizando-se o auxílio do método geométrico é, basicamente, a mesma para todos os dentes. Nos dentes posteriores, a dificuldade pode estar no envolvimento da face oclusal. De todos os dentes, o segundo molar inferior é o que possui maior geometrismo nessa face. Razão esta, para que este dente seja feito no início do tratamento. Assim como nos incisivos, após o recorte das projeções, é importante observar se as vistas vestibular, lingual e proximais, assim como as posições das bossas e da linha de colo, estão corretas. Os passos seguintes são: Fig. 7.3 Demarcada a posição da linha do colo, desenhamos a vista proximal no bloco de cera. Fig. 7.4 Recorte da projeção mesial no bloco de cera. Fig. 7.5 Desenho da vista vestibular aplicado sobre o bloco após o recorte da vista proximal. 41 • Demarcação das bossas. • Demarcação da linha de colo. • Traçar linhas longitudinais a partir da ponta das cúspides, seguindo o longo eixo do dente, duas para cada face. Fig. 7.6: Como é uma projeção das faces, as bossas são demarcadas em uma linha (a1, a2); a linha do colo (b), apesar de nos dentes posteriores estar próximo de um plano em todo o contorno do dente, nas proximais fazendo uma ligeira curvatura; as linhas longitudinais (c1, c2, c3, c4) partem da ponta de cúspide e seguem reto, seguindo o longo eixo do dente. Pontos importantes são a interseção dessas linhas longitudinais com as linhas de bossas e a linha do colo. • Demarcação da interseção das linhas longitudinais e transversais (colo e bossa). • Demarcar-se o ponto de encontro das linhas longitudinais com as bossas proximais e une-se este ponto com o ponto de encontro das linhas longitudinais e das bossas vestibulares mais próximas. 42 • Une-se, agora o encontro dessas mesmas linhas longitudinais com a linha do colo, tanto por proximal, como por vestibular. Fig. 7.7: Da interseção das linhas longitudinais com as linhas transversais, encontramos pontos nas bossas e na linha do colo. Unimos esses pontos com uma reta, logicamente marcando o bloco de cera, obtendo assim a figura 7.7. Após a união de “bossa com bossa” e “colo com colo”, recortaremos a porção retentiva e expulsiva. Seguindo a seqüência: • Recorte da porção expulsiva mésio-vestibular e disto-vestibular. • Recorte a porção retentiva disto-vestibular e mésio-vestibular. • Recorte da parte retentiva e expulsiva mésio-lingual e disto-lingual. • É importante observar que as linhas de demarcação são respeitadas, pois elas são os limites do contorno. Serão desgastadas durante o arredondamento do dente, que é a última fase da escultura. 43 Fig. 7.8, 7.9 e 7.10: os pontos “a, b, c, d, e” formam uma figura geométrica com 3 planos, plano “a, b, c” “a, e, d” e plano “e, c, d”. Unindo-se os pontos “a, b, d” obtemos um novo plano que é a parteexpulsiva (acima da linha de maior contorno) do dente. O mesmo procedimento obtém-se a parte retentiva. Fig. 7.11, 7.12 e 7.13: O mesmo procedimento executado por próximo-vestibular é feito com relação as faces próximo-linguais. Obtendo-se desta forma a parte retentiva e expulsiva dessas faces. Após essa fase, nós obtemos as vertentes proximais externas das cúspides. Em uma visão oclusal (figura 7.14), observamos que as arestas longitudinais estão em uma posição mais externa à sua posição real do dente. Procederemos agora, o recorte das vertentes distais das cúspides mesiais e as vertentes mesiais das cúspides distais. A definição dessas vertentes define também a parte externa dos sulcos ocluso-vestibular e ocluso-lingual e o posicionamento correto das arestas longitudinais. A seqüência do recorte é: • União das pontas de cúspides vestibulares. • União das pontas de cúspides linguais. • Traçar direção do sulco vestibular (até a metade o terço médio da face vestibular). • Recorte das vertentes que formam os sulcos, tendo como referencia a união das cúspides (arestas longitudinais) e as linhas longitudinais. 44 Fig. 7.14 e 7.15: Vista oclusal após o recorte da parte expulsiva e retentiva da coroa. Observar que a aresta longitudinal vestibular encontra-se mais vestibularizada (a), o mesmo ocorre por lingual. O posicionamento correto desses detalhes anatômicos (a2) é o primeiro passo para a escultura da vertente externas meisal; outra linha que se traça neste momento pe a referência do sulco mésio-vestibular (b) e mésio-lingual. Fig. 7.16, 7.17 e 7.18: Detalhes da escultura das vertentes que formam o sulco ocluso-vestibular (porção vestibular). Fig. 7.19: Após o término da escultura geométrica das paredes axiais, passamos para oclusal. Nesta fase os sulcos principais mésio-distal e vestíbulo-lingual (s) e as arestas longitudinais vestibular e lingual (a2), encontram-se posicionados. O importante é definir a posição das arestas das vertentes internas, no exemplo a arestas interna da cúspide mesial (a). O recorte geométrico da fase oclusal tem a seguinte seqüência: 45 • Demarcar as arestas longitudinais. • Traçar a base das vertentes internas (que são ta,be, os limites das vertentes internas da crista marginal transversal). • Recortar as vertentes mesiais. • Recortar as vertentes distais. • Recortar as vertentes internas das cristas marginais transversais. Fig. 7.20, 7.21, 7.22 e 7.23: Observar o detalhe da marcação dos limites das arestas internas (a), o triângulo formado está na parte mais externa do dente no limite da cera e vamos aprofundá-lo até o vértice (observar figuras 7.24 e 7.25). A partir de dois planos internos, “1” e “2”, Fig. 19 transformamos em uma única vertente. O mesmo procedimento é feito em todas as vertentes internas das cúspides. Fig. 7.24 e 7.25: Vista vestibular e palatina do final dos cortes geométricos. Observar que as linhas de referências não foram tocadas, o que vai propiciar um dente do tamanho planejado. 46 Fig. 7.26, 7.27, 7.28 e 7.29: O arredondamento, fase final da escultura, torna-se bastante fácil, entretanto o conhecimento da anatomia é fundamental para que se proceda esse passo. 47 Capítulo 8 – Canino superior O canino superior é um dente que apresenta um contorno volumoso. Durante a fase geométrica cuidados devem ser observados para que o dente não perca dimensão durante o arredondamento. • As linhas longitudinais são em número de uma para cada face. No entanto, podem ser duas na face vestibular e na face lingual, uma bem próxima da outra. • Se a opção for por um linha longitudinal. Durante o recorte expulsivo e retentivo, chegar com o recorte aquém do encontro de bossa com bossa e colo com colo. 48 Fig. 8.5: Unindo bossa com bossa e colo com colo; recortar os planos expulsivos e retentivos. Fig. 8.6: Vista vestibular do recorte expulsivo e retentivo. Obsevar que os recortes ficam aquém da interseção da linha longitudinal com a linha do colo. Fig. 8.7:Vista do recorte da porção expulsiva e retentiva da face mesial, vista por lingual. Observar que nesta face o recorte também chega apenas próximo da interseção da linha longitudinal com a linha do colo. Fig. 8.8: Vista proximal do final do recorte geométrico. Fig. 8.9: Vista vestibular do final da escultura. Fig. 8.10: Vista lingual. 49 Capítulo 9 – Pré-molar superior Este dente tem dois detalhes anatômicos importantes: o tamanho menor da cúspide lingual em relação ao da vestibular e o deslocamento dela para mesial. Três passos devem ser seguidos para a obtenção desses detalhes: • Linha longitudinal lingual deslocada para mesial (fig. 9.8). • Antes de se realizar o corte geométrico da face oclusal, diminuir o volume da cúspide lingual (fig. 9.11, 9.12 e 9.13) • Deslocar a aresta transversal da cuspide lingual para a mesial (fig. 9.15). Fig. 9.1: Silhueta da face proximal. Fig. 9.2: Projeção da face vestibular. Fig. 9.3: Desenho da face vestibular após o recorte da projeção proximal. Fig. 9.4: Marcação das linhas de bossa, linha de colo e as linhas longitudinais à partir das pontas de cúspides. 50 Fig. 9.5: Recorte da porção expulsiva mesial. Fig. 9.6: Recorte da parte retentiva. Deve-se evitar avançar nas linhas de demarcação, pois o dente ficará, durante o arredondamento, com um dimensão menor que o proposto inicialmente. Fig. 9.7: Vista vestibular com recorte retentivo e expulsivo. Observar o comprimento das arestas longitudinais, a distal é maior que a mesial. Fig. 9.8: Os pré-molares têm a cúspide lingual deslocada para mesial, por essa razão deslocamos a língua longitudinal. 51 Fig. 9.9: Detalhe da parte expulsiva mesial recortada. Fig. 9.10: Vista da lingual com a parte retentiva e expulsiva recortadas. Observar que a ponta de cúspide não está na posição correta do recorte. Fig. 9.11: Vista por oclusal após o recorte axial. Observar que a cúspide lingual encontrase com muito volume. Fig. 9.12: Desenha-se o contorno oclusal, marcando-se as arestas. Fig. 9.13: Aspecto da vista oclusal após o recorte dos excessos axiais. Fig. 9.14 e 9.15: Definir as arestas medianas a partir das pontas de cúspides e as fóssulas proximais. Recorte das vertentes internas mesiais e a vertente interna da crista marginal transversal. Notar que a aresta interna da cúspide lingual está deslocada para mesial. 52 Fig. 916. e 9.17: Vista próximo-vestibular do arredondamento do primeiro pré-molar superior. Fig. 9.18 e 9.19: Vista oclusal geométrica e após o arredondamento. Fig. 9.20: Vista próximo-oclusal. 53 sendo duas linguais e três vestibulares. As vestibulares denominam-se: mesial, mediana e distal, esta última a menor delas. Durante a forma geométrica, as características as características do recorte são: • Na silhueta vestibular, desconsiderar a cúspide distal. Seria como se ela tivesse contida na aresta distal da cúspide mediana (fig. 10.4 e 10.5). • No recorte da vista vestibular, não incluir recorte do sulco ocluso-vestibular (fig. 10.4). • As linhas longitudinais vestibulares partem das pontas de cúspides mesial e mediana(fig. 10.4). • Após o recorte expulsivo, desenhar a cúspide distal da face vestibular (fig. 10.6). Capítulo 10 – molar inferior Primeiro dente, caracterizamcúspides Cinco este 54 Fig. 10.4: As linhas longitudinais são em número de duas, uma parte da ponta da cúspide vestíbulo-mesial e a outra da cúspide mediana. Fig. 10.5: O recorte da porção expulsiva e retentiva desconsidera, nesta primeira etapa, a cúspide disto-vestibular. Fig. 10.6: Após o recorte da parte retentiva a expulsiva “vertente distal”, que é bem mais alongada devido a desconsideração da cúspide distal, desenhamos agora a vertente distal da cúspide mediana e a cúspide disto-vestibular. Fig. 10.7: Vista oclusal após o recorte expulsivo e retentivo das faces proximais, vestibular e lingual. Fig. 10.8: Observar na linha pontilhada, as arestas obtidas até então. As linha por vestibular e lingual são as posições dos sulcos ocluso-vestibular e ocluso- lingual. A linha contínua é que caracterizará as arestas longitudinais. 55 Fig. 10.9, 10.10, e 10.11: Com as vertentes externas das cúspides já recortadas, obteve-se os sulcos ocluso-vestibulares e ocluso-lingual (seta). A partir das pontas de cúspides, demarcar as arestas das vertentes internar. Observar na figura 10.10 o aspecto geométrico da escultura oclusal, e na figura 10.11, o início do arredondamento dessa face. Fig. 10.12: Vista por oclusal da face oclusal após o arredondamento. Fig. 10.13: Vista disto-oclusal do dente após o arredondamento. Fig. 10.14: Vista vestibular após o arredondamento. 56 Capítulo 11 – Primeiro molar superior Dentre todos os dentes do arco, o primeiro molar superior é o único que apresenta uma distância mésio-distal da face lingual maior do que a mesmo distância por vestibular. Possui também como característica a ponte de esmalte, que nada mais é do que a continuidade de uma aresta da cúspide mésio-lingual com a aresta da cúspide disto- vestibular, interrompendo o sulco mésio-distal. Uma outra característica desse dente é que a cúspide mésio-lingual possui cinco vertentes, sendo duas externas (ou lisa) e três internas (ou triturantes). Os detalhes a serem observados no recorte geométrico desse dente são: • A silhueta é uma vista lingual, pois esta é face maior que a vestibular (fig. 11.4). • As arestas internas da cúspide mésio-lingual são em número de duas, portanto, este dente tem três vertentes internas nesta cúspide. Fig. 11.1: Silhueta proximal. Fig. 11.2: Silhueta lingual. Fig. 11.3: Detalhes da face oclusal. 57 Fig. 11.4: A projeção neste dente, no recorte proximal, é da face lingual. Fig. 11.5: Vista próximo-vestibular após o recorte expulsivo e retentivo. Fig. 11.6: Vista oclusal após o recorte expulsivo e retentivo das faces axiais. Observar a demarcação do sulco ocluso- lingual deslocado para distal, pois a cúspide disto-lingual é a menor neste dente. Fig. 11.7: Demarcação do sulco mésio- distal (interrompido na região da ponte de esmalte) e as fóssulas mesial (seta) e distal. 58 Fig. 11.8: Vista oclusal do primeiro molar superior com as vertentes externas das cúspides concluídas, tanto as vestibulares quanto as linguais. Observar que além dos sulcos (fig. 11.7), agora estão demarcadas as arestas. Note também a posição da ponte de esmalte que está contida nas arestas que vão da ponta de cúspide vestíbulo-distal à ponta de cúspide mésio-lingual. Fig. 11.9, 11.10 e 11.11: Detalhes da escultura das vertentes internas das cúspides mesiais do primeiro molar superior.
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