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A importância dos índices contábeis na análise das demonstrações Evandro José dos Santos Silva Faculdade Joaquim Nabuco Curso Ciências Contábeis evandrojosé1981@hotmail.com RESUMO A avaliação das demonstrações contábeis, por meio das suas técnicas, permite aos gestores das organizações um maior conhecimento dos resultados possíveis a serem alcançados, como também, possibilitam a enxergar tendências positivas e negativas dentro de um cenário organizacional. O objetivo desse estudo é evidenciar a importâncias dos indicadores que se extraem das demonstrações contábeis que servem como apoio às tomadas de decisões dos gestores das organizações. Utilizou-se, para a realização do trabalho, a análise do balanço patrimonial e da demonstração de resultado da empresa fictícia Delta Ltda., isso para que servisse como um meio ilustrativo das aplicações dos indicadores. As observações de tendências possíveis, as análises comparativas de modo intrínseco decorrentes de observações feitas por períodos subsequentes, serão abarcadas no presente artigo de modo a evidenciar a importância dos indicadores econômico-financeiros no processo de gestão. Palavras-Chave: Análise das Demonstrações Contábeis. Índices de Liquidez. Solvências. Rentabilidade e Rotatividade. Análise Vertical e Horizontal de Balanços. The importance of accounting ratios in the analysis of financial ABSTRACT The evaluation of the financial statements, by their techniques, enables managers of organizations a better knowledge of possible outcomes to be achieved, as well as enable seeing positive and negative trends within an organizational setting. The intention of this study is to highlight the importance of the indicators that are extracted from financial statements that serve as support for decision making of managers of organizations. It was used to carry out the work, the analysis of the balance sheet and income statement for the fictitious company Delta Ltda, for that it would serve as a means of illustrative applications of the indicators. The observations of possible trends, comparative analyzes of intrinsically derived from observations made by subsequent periods will be embraced in this article in order to emphasize the importance of economic and financial indicators in the management process. Keyword: Analysis of Financial Statements. Liquidity ratios. Solvency. Profitability and turnover. Vertical and Horizontal analysis of balance sheets. 2 1 INTRODUÇÃO Existem diversos fatores que podem influenciar positiva ou negativamente a situação econômica e financeira da organização. Tais fatores podem ser internos ou externos da empresa. Sabendo que a mesma precisa de recursos do meio externo ao qual tem e deve relacionar-se, por consequência, acaba contraindo obrigações que deve honrá-las em um determinado momento. Todavia, durante o processo natural da sua atividade, seja a comercialização de produtos ou a transformação de recursos em produtos destinados a venda, o certo é que a empresa passa também a adquirir direitos, isso decorrente dos seus valores a receber, de investimentos aplicados, de impostos a recuperar, etc. Como a organização pode, através dos seus relatórios contábeis, adquirir informações que possam contribuir para o gerenciamento da mesma no que diz respeito ao comportamento das contas, a identificar as tendências apresentadas nas suas demonstrações, a evidenciar a capacidade de cumprimento de suas dívidas e conseguir ter o conhecimento da sua estrutura patrimonial? Isso é possível com os recursos técnicos obtidos pela análise de balanço, onde se é extraído informações que contribuem significativamente com a gestão empresarial, principalmente no que se refere às análises de prognósticos. As demonstrações Financeiras fornecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo com regras contábeis. A análise de balanços transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto melhores informações produzir. Matarazzo, (2010, p. 4). O presente artigo se ateve a abordar alguns dos principais indicadores ditos por autores que serão mencionados no transcorrer do trabalho. A importância e utilização dos índices de liquidez, os reflexos positivos e negativos da composição da estrutura de capital, os indicadores que transmitem a que ponto está à rentabilidade da organização, e os demonstrativos que indicam a rotatividade dos produtos como também dos valores a pagar e a receber, serão os elementos a serem apresentados por este artigo. A evidenciação conjunta dos mesmos seguirá na estrutura de analise vertical e horizontal da organização fictícia Delta Ltda, nas tabelas encontradas no desfecho do trabalho, mostrando a variação dos indicadores financeiros na observação de períodos. 2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Como uma ferramenta de gestão imprescindível para as organizações, os métodos de análise das demonstrações contábeis se apresentam como meios de interpretação dos dados ali expostos os transformando em informações substanciais para propiciar aos gestores 3 procedimentos confiáveis de projeções de resultados e acompanhamento de desempenho, colaborando para as tomadas de decisões. Os métodos de análise de balanço seguem critérios científicos para alcançar as suas conclusões. No primeiro momento, são escolhidos os indicadores de análises que serão submetidos a testes comparativos por padrões já definidos. Em seguida, é possível determinar algum diagnóstico sobre os elementos analisados levando ao procedimento final, a tomada de decisão. Esse esquema científico é evidenciado na Figura 1. Figura 1 – Etapas do processo de análise Fonte: Adaptado de Matarazzo (2010, p.7). 3 AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS As demonstrações contábeis se referem aos relatórios que são produzidos pelos dados que se adquirem da contabilidade. Os inúmeros procedimentos contábeis que ocorrem a cada período são organizados e submetidos a evidenciar, por exemplo, a situação patrimonial da empresa em um dado momento, ou demonstrar quais foram as alterações ocorridas em seu patrimônio líquido de um ano para o outro, ou ainda desdobrar os passos que levaram a empresa a atingir um determinado resultado. Enfim, alguns relatórios gerenciais são possíveis de serem extraídos dos levantamentos contábeis para auxiliar no processo de gestão desejada. 3.1 BALANÇO PATRIMONIAL O balanço patrimonial consiste na mais importante das demonstrações contábeis evidenciando a situação da empresa em um intervalo de tempo. Segundo BRIZOLLA, (2008, p. 28) “A contabilidade retrata, por meio do balanço, a situação patrimonial da empresa em determinada data, propiciando aos analistas o conhecimento de seus bens e direitos, de suas obrigações e de sua estrutura patrimonial”. 1 2 3 4 Escolha de Indicadores Comparação com padrões Diagnóstico ou conclusões Decisões 4 O balanço patrimonial sofreu, nos últimos anos, alterações na sua estrutura, determinadas pelas leis 11.638/07, pela medida provisória 449/08 e na sua conversão na lei 11.941/09. A figura a seguir demonstra a nova estrutura resumida do balanço patrimonial que passou a ser adotada pelas empresas brasileiras a partir do ano de 2010. Quadro 1 – Estrutura do Balanço Patrimonial Nova estrutura após a lei 11.941/09 BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Ativo Circulante Passivo Circulante Caixa e Equivalente de caixa Fornecedores Clientes Salários a pagar Adiantamentos Financiamentos Contas a receber Impostosa pagar Estoque Não Circulante Despesas Antecipadas Financiamento de longo prazo Obrigações com pessoas a longo prazo Não Circulante Outras obrigações de L.Prazo Realizável a Longo prazo Patrimônio Líquido Investimentos Capital Social Imobilizado Reserva de capital Intangível Reserva de Lucro (-) Ações em Tesouraria Fonte: MENDONÇA et al. (2011, p.8) 3.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO O lucro, que seria para o direito como sendo o animus lucrandi do empresário, ou seja, aquilo que o leva a empreender e que possibilita a continuidade da empresa é o que se busca por aqueles que aplicam os seus recursos em uma atividade empresarial. Para se apurar então esse lucro, ou um possível prejuízo, a contabilidade utiliza-se da DRE (Demonstração do Resultado do Exercício), que é um sistema de cálculo ordenado que se baseia pelo princípio da competência, aonde as receitas e despesas serão apuradas de acordo com a ocorrência do fato e não pelo seu recebimento ou desembolso. Segundo Iudícibus, (2008, p. 45) A Demonstração do Resultado do Exercício é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período. É apresentado de forma dedutiva 5 (Vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). Abaixo segue o esquema da elaboração de uma DRE. Quadro 2 – Estrutura das demonstrações de resultado DRE - Demonstração do Resultado do Exercício Receita Bruta (-) deduções .= Receita Líquida (-) Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) = Lucro Bruto (-) Despesas operacionais + Outras Receitas Operacionais = Lucro Operacional antes do Resultado Financeiro + Receitas Financeiras (-) Despesas Financeiras = Lucro Operacional (+/-) receitas/ despesas não operacionais = Lucro Antes do IRRF e CSLL (-) IRRF (-) CSLL = Lucro/Prejuízo Fonte: Elaborado pelo autor. 4 CONCEITOS E APLICAÇÕES DAS TÉCNICAS DE ANALISE DE BALANÇO Pela necessidade de extrair informações que levem a uma melhor tomada de decisão pelos gestores, existem algumas técnicas de análise de balanço que tem um maior destaque, como ilustra Miguel (2009, P. 11), “As técnicas mais conhecidas da análise de balanço são: Análise horizontal, análise vertical, análise dos índices e quocientes, sendo estes últimos melhores para analisar a saúde financeira das empresas”. 5 ÍNDICES DE BALANÇO Os índices de balanço mostram as relações entre contas e os reflexos dos seus resultados no andamento das atividades da empresa. Segundo o próprio conceito de índice, como sendo aquilo que expressa alguma qualidade, é com tal propósito que os gestores utilizam dessa ferramenta para melhor elaboração dos seus projetos. Os índices servem de medida dos diversos aspectos econômicos e financeiros das empresas. Assim como um médico usa certos indicadores, como pressão e temperatura, para 6 elaborar o quadro clínico do paciente, os índices financeiros permitem construir um quadro de avaliação da empresa. (MATARAZZO, 2010, p. 82). 5.1 PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES São três os tipos mais comuns de avaliação dos índices contábeis: Avaliação Intrínseca: Corresponde a uma análise de elementos qualitativos unicamente internos. No quadro abaixo é ilustrado uma situação onde a empresa apresenta um valor elevado no ativo permanente fazendo com que o seu índice de imobilizado sobre o PL, que será explica nesse material, ficasse muito elevado para os padrões atuais. Porém, por algum critério interno, essa situação é considerada ideal, pois a maioria de seus diretores deve ter uma postura mais conservadora. Tabela 1 – Balanço Patrimonial BALANÇO PATRIMONIAL A T I V O P A S S I V O Ativo Circulante Passivo Circulante Disponível R$ 300.000,00 Fornecedores R$ 750.000,00 Estoque R$ 500.000,00 Empréstimos Bancários R$ 400.000,00 Aplicações Financeiras R$ 300.000,00 Não-Circulante Ativo Não Circulante Empréstimos Bancários R$ 950.000,00 Investimentos R$ 500.000,00 Imobilizado R$ 2.000.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social R$ 1.400.000,00 Reservas de Capital R$ 100.000,00 R$ 3.600.000,00 R$ 3.600.000,00 Fonte: Elaborada pelo Autor. Índice imobilizado sobre o PL R$ 2.500.000,00/R$ 1.500.000,00 = 1,66. Sabe-se que um valor elevado no ativo permanente representa dinheiro parado que poderia ser aplicado nas atividades operacionais da empresa, por isso a atitude do corpo de dirigentes da organização, numa visão atual da gestão empresarial, seria inadequada. Avaliação por índice-padrão: Silva, apud Duarte; Lamounier, (2007, P. 13) conceitua índice-padrão como “um referencial de comparação, ou seja, a comparação de determinado índice de uma empresa em particular com um índice-padrão...”. Na questão comparativa, busca-se analisar se a elevação do valor de um índice é positiva 7 ou negativa para a empresa. Para isso se faz necessário estabelecer procedimentos de respostas aos valores encontrados. Comparação temporal: Esta avaliação refere-se a analise dos dados empresariais em períodos sequenciais para que possibilitem a visualização das oscilações e tendências, como explana Walczac (2008, p 25) Analise temporal: [...]é aquela desenvolvida com a finalidade de mapear ou acompanhar a evolução de determinado elemento patrimonial ou de resultado da empresa em determinados períodos de tempo, isto é, pode avaliar a evolução, por exemplo, das vendas líquidas em três, quatro ou mais exercícios sociais. Walczac (2008, p 25). 5.2 PRINCIPAIS ÍNDICES E SUAS APLICABILIDADES Alguns índices são usados com maior frequência pelas empresas devido a sua importância gerencial. Há outros índices que são analisados, por vezes, pelos usuários externos que tenham algum interesse na saúde financeira da empresa, seja para avaliação de investimento ou para concessão de financiamento, como fazem as instituições bancárias. Porém, há índices que são considerados como principais entre os profissionais e autores. Certos índices, como participação de capital de terceiros, liquidez corrente e rentabilidade do patrimônio líquido, são usados por praticamente todos os analistas. Outros, porém, como composição do endividamento, liquidez seca, rentabilidade do ativo, margem de lucro, nem sempre fazem parte dos modelos de análise. (MATARRAZZO, 2010). Os índices transmitem informações importantes sobre a situação de solvência ou liquidez das empresas (sua capacidade de pagamento), sobre a forma como está estruturado o seu capital (como estão distribuídos as suas obrigações) e sobre a rentabilidade (o retorno dos investimentos). Porém, não é possível esquecer que se faz necessário analisar os índices com relação aos intervalos de tempos ocorridos. Por isso, outros indicativos importantes são os de rotatividade, onde se analisam os giros do estoque, os prazos médios de recebimento de vendas a prazo, os prazos médios de pagamentos a fornecedores, entre outros que também serão vistos mais adiante. 5.2.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ OU SOLVÊNCIA Índice de liquidez Geral Ativo Circulante + Realizável a longo prazo ILG = Passivo Circulante + exigível a longo prazo 8 Este índice possibilita observar a saúde financeira de longo prazo daempresa, segundo IUDÍCIBUS (2010). É preciso, porém, estabelecer uma relação dos índices com os prazos a que são submetidos cada cumprimento dos passivos e os recebimentos dos ativos. Neste trabalho será apresentado um estudo dos índices e outros elementos de análise de forma conjunta, devido à interligação entre os mesmo. Índice de liquidez imediata Este índice representa a relação direta entre os disponíveis da empresa com as suas obrigações de curto prazo. Reflete a qual grau está a sua possibilidade em honrar as suas obrigações mais urgentes. Também índica o quanto de valor está preso no seu ativo que poderia está sendo aplicado em investimentos financeiros. Índice de Liquidez Corrente Ativo Circulante ILC = Passivo Circulante Segundo IUDÍCIBUS (2010, p. 94), o quociente de liquidez corrente “é um índice muito divulgado e considerado como o melhor indicador da situação de liquidez da empresa”. Pois esse indicativo faz uma relação com os elementos do ativo que podem ser transformados, em curto prazo, em dinheiro para que saldem as obrigações também de curto prazo. No numerador encontram-se os elementos do ativo circulante como os disponíveis, os estoques, valores a receber, os impostos a recuperar e as despesas antecipadas, ou seja, não há exclusão de contas na sua formulação, nem do ativo circulante, como também nem tão pouco do passivo circulante. Disponível ILI = Passivo Circulante 9 Índice de Liquidez Seca Ativo Circulante - Estoques ILS = Passivo Circulante Este índice faz uma relação das obrigações compostas no passivo circulante com os ativos de maior liquidez no ativo circulante, no caso, excluem-se os estoques. Isso se deve pelo fato de que, dependendo da atividade da empresa, não seja possível contar com algum produto em estoque pelo mesmo ter uma perecividade elevada. Os analistas das instituições concedentes de créditos, por vezes, consideram um valor excessivo no estoque como sendo uma atitude errônea da empresa com relação a sua gerência de compra e venda dos produtos, podendo vir a dificultar a concessão de financiamentos. 5.2.1.1 EXPOSIÇÃO PRATICA DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ O quadro a seguir representa a situação patrimonial da empresa fictícia Delta Ltda que atua na comercialização de Alimentos, onde nos servirá para que sejam mostradas as aplicações dos índices de liquidez vistas neste artigo. Tabela 2 – Balanço Patrimonial Dezembro 2012 BALANÇO PATRIMONIAL EMPRESA DELTA LTDA DEZEMBRO 2012 Ativo Total R$ 2.550.000,00 Passivo Total R$ 2.550.000,00 Ativo Circulante R$ 1.340.000,00 Passivo Circulante R$ 1.050.000,00 Caixa R$ 80.000,00 Fornecedores R$ 400.000,00 Bancos R$ 380.000,00 Empréstimos R$ 560.000,00 Clientes R$ 450.000,00 salários R$ 90.000,00 Estoques R$ 430.000,00 Passivo Não Circulante R$ 600.000,00 Ativo Não circulante R$ 1.210.000,00 Empréstimos R$ 600.000,00 Realizável a L.Prazo R$ 450.000,00 Patrimônio Líquido R$ 900.000,00 Investimentos R$ 80.000,00 Capital Social R$ 900.000,00 Imobilizado R$ 680.000,00 Lucro/Prejuízo - Fonte: Elaborada pelo autor Cálculos dos índices: Liquidez geral L.G. = (R$ 1.340.000 + R$ 450.000) / (R$ 1.050.000 + R$ 600.000) = 1,08 10 Este valor revela que para cada R$ 1,00 de divida da empresa com terceiros, a empresa tem R$ 1,08 para saldá-las, ou seja, há uma sobra de R$ 0,08. A condição dita como ideal pelos autores é que este indicador esteja acima de 1,00. Liquidez Corrente L.C. = R$ 1.340.000/R$ 1.050.000 = 1,28 Nesta situação, para cada R$ 1,00 de divida existente no passivo circulante a empresa dispõe de R$ 1,28 para cobri-las. O índice de liquidez corrente não deve ser encarado como um valor absoluto, uma vez que a transformação dos valores de alguns dos ativos circulantes em moeda levará algum tempo. Matarazzo ressalta essa importante observação. Os recursos do ativo circulante entrarão em caixa num momento diferente da saída para pagamento do passivo circulante. O ideal é que as entradas em caixa sejam equivalentes às saídas. Cabe à administração financeira da empresa atingir cotidianamente esse ideal, manobrando os prazos de recebimento e pagamento e renovando empréstimos bancários. (MATARAZZO 2010, p. 107). Liquidez Seca L.S. = (R$ 1.340.000 – R$ 430.000) / R$ 1.050.000 = 0,87 Neste caso a empresa tem a capacidade de honrar com 87% das dividas do passivo circulante sem a necessidade de vender as suas mercadorias em estoque. O ativo circulante da empresa Delta apresenta contas como aplicações, Clientes e as Disponibilidades num valor total de R$ 910.000,00, o que representa 36% do total do ativo da mesma, sendo elas as responsáveis por honrar boa parte das obrigações com terceiros. De acordo com Iudícibus: Em certas situações, pode-se traduzir num coeficiente bastante conservador, visto a alta rotatividade dos estoques. O quociente apresenta uma posição bem conservadora da liquidez da empresa em determinado momento, sendo preferido pelos emprestadores de capitais. (IUDÍCIBUS 2010, p. 96). Liquidez Imediata L.I. = (R$ 80.0000 + R$ 380.000) / R$ 1.050.000 = 0,44 A empresa Delta poderia honrar com 44% das suas obrigações de curto prazo se utilizasse apenas os seus recursos Imediatos, ou seja, as suas disponibilidades. Segundo 11 análises comparativas e tendências de mercado, as empresas devem utilizar-se o mínimo necessário de recursos imediatos, apenas em quantidades adequadas para tocar as atividades operacionais. Isso porque os valores excedentes poderiam está sendo aplicados em investimentos ou em produtos que poderiam lhe propiciar um maior retorno. É preciso observar o seguimento da empresa, no caso em questão se trata de uma empresa do ramo alimentício, mas se fosse uma instituição financeira, já seria interessante ter um índice de liquidez imediata de elevado valor por si tratar de um seguimento que exige essa disponibilidade. 5.2.2 ESTRUTURA DE CAPITAL – ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO Participação de Capital de Terceiros Este indicativo demonstra a origem dos recursos adquiridos pela empresa (capital de terceiros e capital próprio) e o grau de dependência em que a mesma se encontra. Em uma análise genérica o valor encontrado deve ser o menor possível, pois a sua majoração pode atribuir um risco à atividade empresarial. Por outro lado, a empresa pode preferir usar mais recursos de terceiros sabendo que o lucro estimado tende a ser mais elevado do que os custos com pagamentos a terceiros. Composição do Endividamento Neste índice encontra-se como estão distribuídas as obrigações da empresa perante os terceiros. Passivo Circulante + Passivo Não Circulante PCT = Patrimônio Líquido Passivo Circulante CE = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante 12 Para os gestores é de fundamental importância saber os prazos e as quantidades de valores que devem ser pagos para que possam estabelecer os seus planejamentos financeiros. A interpretação do índice de CE é no sentidode que quanto maior, pior, mantidos os demais fatores. A razão é que quanto mais dívidas para pagar a curto prazo, maior será a pressão para a empresa gerar recursos para honrar seus compromissos. (TELES, Cristhiane. Análise dos demonstrativos contábeis - UFPA, 2003). Imobilização do Patrimônio Líquido Este índice é encontrado pela formula mencionada por MATARAZZO (2010) Este índice representa o quanto que a empresa está incrementando de seus recursos próprios nos ativos que compõe o imobilizado da empresa. Os recursos oriundos do patrimônio líquido são destinados para o ativo circulante e para o ativo permanente da empresa sendo que é preciso achar a equação ideal, pois, segundo Matarazzo (2010), a empresa pode se torna mais dependente de capital de terceiros quando a mesma usa a maioria dos seus recursos próprios para aplicar no seu ativo permanente. 5.2.2.1 EXPOSIÇÃO PRÁTICA DOS ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO Usando ainda como referencia a tabela 2, a qual foi utilizada para encontramos os índices de liquidez, seguem os cálculos para as determinações dos índices de endividamento: Participação de capital de Terceiros P.C.T. = (R$ 1.050.000 + R$ 600.000)/(R$ 900.000) = 1,83 Este índice indica que para cada R$ 1,00 que a empresa está investindo com os seus próprios recursos, ela capta R$ 1,83 com terceiros. Segundo Iudícibus (2010), este quociente, quando perdura o seu resultado muito à cima de 1,0, tal resultado se torna um fator Ativo Permanente IPL = Patrimônio Líquido 13 preocupante, uma vez que as empresas que estiveram em processos de falência apresentaram esse sintoma. Porém, resalta o autor, que não necessariamente haja uma tendência de falência a empresa ter um quociente alto, mas nas maiorias dos casos se é preciso dosar a capitação equilibrada de recursos próprios com os de terceiros. Composição do Endividamento C.E = R$ 1.050.000/(R$ 1.050.000 + R$ 600.000) = 0,64 Nesta situação, 64% das dívidas da empresa estão no passivo circulante fazendo com que a mesma se preocupe em ter um fluxo de caixa no mesmo nível para poder honrar os seus compromissos mais urgentes. Imobilização do Patrimônio líquido I.P.L. =( (R$ 80.000 + R$ 680.000) / R$ 900.000) = 0,84 Neste caso, a empresa está aplicando 84% dos seus recursos próprios no ativo permanente. Segundo Matarazzo (2010), a parcela excedente, os 16%, é chamado de Capital Circulante Próprio (CCP = PL – AP), que representa a parcela empregada no ativo circulante com recursos próprios da empresa. 5.2.3 ÍNDICES DE RENTABILIDADE O valor expresso do lucro auferido de uma empresa, por si só, não consegue expressar o quanto de retorno foi alcançado pela mesma sobre o valor que foi investido, ou dimensionar a proporção da sua lucratividade. De acordo com Iudícibus (2010, p.118), “devemos relacionar um lucro de um empreendimento com algum valor que expresse a dimensão relativa do mesmo, para analisar quão bem se saiu a empresa em determinado período”. Entre os índices de rentabilidade existentes, seguem à baixo alguns com maior aplicabilidade pelos gestores, no que se refere à análise de retorno de investimento e projeções de resultados. 14 Giro do Ativo Este índice evidencia a relação entre o volume de vendas com o total dos investimentos aplicados. Quanto maior for o valor demonstrado, melhor será o seu resultado. Segundo Matarazzo (2010), o valor da receita descrita na DRE necessita de um elemento que possa ser utilizada como comparação de resultado. Uma empresa que alcançou um valor de R$ 10.000.000 em vendas e tem seu ativo total em R$ 5.000.000, pode considerar segundo comenta o autor, como sendo um resultado com vendas realmente elevado, uma vez que o seu resultado é duas vezes maior do que o seu próprio ativo. Porém, se o valor do seu ativo fosse R$ 200.0000.000, o seu volume de vendas seria considerado baixo. Rentabilidade do Patrimônio Líquido Lucro Líquido RPL = PL Seguindo o raciocínio das interpretações dos índices, este busca retratar o retorno que uma empresa aufere com relação aos seus recursos próprios investidos, ou seja, com relação àqueles valores constantes no patrimônio líquido da mesma. Segundo Matarazzo (2010), O papel do índice de rentabilidade do patrimônio líquido é mostrar qual a taxa de rendimento do capital próprio. Essa taxa pode ser comparada com a de outros rendimentos alternativos no mercado, como caderneta de poupança, CDBs, Letra de Câmbio, Ações, Fundos de Investimentos, etc. Com isso se pode avaliar se a empresa oferece rentabilidade superior ou inferior a essas opções. Matarazzo (2010, p.116) Margem Líquida Lucro Líquido M.L. = Vendas Líquidas Venda Líquida G.A. = Ativo Total 15 Este índice revela o quanto que a empresa consegue gerar de lucro com relação às suas vendas subtraídas das deduções. Também é utilizada como um comparativo com outros rendimentos externos, pois é necessário saber se a lucratividade da empresa está sendo satisfatória. Existe também o cálculo da Margem Líquida Operacional, que utiliza como numerador o valor do lucro operacional (Resultado que se encontra antes das deduções ou acréscimos dos resultados não operacionais) e permanece como denominador as Vendas Líquidas. Este último índice busca medir a capacidade operacional da empresa em gerar resultados. Retorno Sobre o Investimento Este índice demonstra qual é o percentual de retorno de um investimento em um determinado período. Tal como o Payback (retorno do capital investido), esse índice também desconsidera a valor do dinheiro no tempo, ou seja, sabe-se que há a desvalorização temporal do dinheiro e que, para cálculos financeiros, por vezes utiliza-se o método de valor presente para encontrar o valor atual de um investimento descontado os juros, taxas de atratividade, ou considerando a inflação. 5.2.3.1 EXPOSIÇÃO PRÁTICA DOS ÍNDICES DE RENTABILIDADE E LUCRATIVIDADE Para expor as exemplificações dos índices de rentabilidade segue a DRE da empresa Delta. Também serão usadas as informações constantes na Tabela 2, para acharmos os valores das contas patrimoniais. R.I. = MARGEM LÍQUIDA X GIRO DO ATIVO 16 Tabela 3 – Demonstração do Resultado da Delta Ltda. DRE - DELTA LTDA. Receita Bruta R$ 6.000.000,00 (-) deduções R$ 1.356.425,00 .= Receita Líquida R$ 4.643.575,00 (-) Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) -R$ 3.180.000,00 = Lucro Bruto R$ 1.463.575,00 (-) Despesas operacionais -R$ 778.356,34 + Outras Receitas Operacionais - + Receitas Financeiras R$ 689.356,45 (-) Despesas Financeiras -R$ 567.365,89 = Lucro Operacional R$ 807.209,22 (+/-) receitas/ despesas não operacionais R$ 32.976,01 = Lucro Antes do IRRF e CSLL R$ 840.185,23 (-) IRRF -R$ 126.027,78 (-) CSLL -R$ 75.616,67 = Lucro/Prejuízo R$ 638.540,77 Fonte: Elaborado pelo autor Giro do Ativo = (R$ 4.643.575,00 / R$ 2.550.000,00) = 1,82 Essa situação mostra que para cada R$ 1,00 investido na Empresa ela conseguiu realizar R$1,82 em vendas. Mas adiante, será mostrado um quadro geral com todos os índices em tabelas contendo períodos distintos para que os resultados possam transmitir uma melhor interpretação. A princípio, a intenção é conceituar os índices para que, posteriormente, uma explicação conjunta possa ser demonstrada aonde poderá ser extraído um maior número de informações relevantes. Rentabilidade do PL = (R$ 638.540,77 / 900.000,00) = 0,71 Neste caso, para cada R$ 1,00 composto no PL a empresa Delta consegui obter um lucro correspondente a R$ 0,71, evidenciando uma rentabilidade sobre o patrimônio bastante expressiva, 71%. Margem Líquida = (R$ 638.540,77 / R$ 4.643.575,00) = 0,14 O valor encontrado pode ser representado em percentual, como é demonstrado na análise vertical do resultado do exercício (assunto que ainda será mostrado adiante) e significa que o lucro líquido obtido representa 14% do valor das vendas líquidas. 17 Retorno Sobre o Investimento Total = R.I. = (0,14 x 1,82) = 0,25 OU (R$ 638.540,77 / R$ 2.550.000,00) = 0,25 É possível encontrar o mesmo resulta aplicando as fórmulas Margem líquida X Giro do Ativo ou simplesmente usando o Lucro / Ativo Total. O valor encontrado significa que a empresa obtém de retorno sobre o investimento 25% do que foi aplicado. Como o índice ignora a desvalorização do dinheiro no tempo, então é possível dizer que a empresa recuperaria o capital investido em quatro períodos. 5.2.4 ÍNDICES DE ROTATIVIDADE Os índices de rotatividade demonstram o prazo médio de giro de um grupo de conta qualquer. No caso, veremos os prazos médios de retorno do estoque (PMRE), prazos médio de pagamento de compras (PMPC), prazo médio de recebimento de vendas (PMRV). O conjunto desses três resultados possibilita o conhecimento do ciclo operacional e ciclo financeiro da empresa. Prazo Médio de Rotatividade do Estoque Este índice demonstra a quantidade de dias em que um produto permanece no estoque até o momento da sua venda. Porém, de acordo como queiram os gestores, o resultado também pode ser obtido em semanas, meses ou anos, dependendo da análise. Supondo que o saldo do ano de 2011 na conta Estoques tivesse sido de R$ 310.000,00, o PMRE seria o seguinte: PMRE = ((R$ 430.000,00 + R$ 310.000,00)/2 / R$ 3.180.000,00) X 360 = 42 Dias PMPC = MÉDIA DE FORNECEDORES X 360 CMV 18 Prazo Médio de Pagamento de Compras Este índice evidencia a quantidade de dias que a empresa dispõe para pagamento aos seus fornecedores. Obviamente que os gestores buscam um equilíbrio entre os prazos de recebimento das vendas e pagamento das compras para que possam honrar com os compromissos adquiridos sem ter que recorrerem a financiamentos. Supondo que o saldo do ano de 2011 na conta fornecedores foi de R$ 520.000,00, o PMPC seria o seguinte: PMRC = ((R$ 400.000,00 + R$ 520.000,00)/2) / R$ 3.180.000,00) X 360 = 52 dias Prazo Médio de Recebimento de vendas PMRV = MÉDIA DAS DUPLCATAS A RECEBER X 360 VENDAS Este índice mostra a quantidade de dias necessários para os recebimentos das vendas realizadas a prazo. Obvio que a condição que se espera alcançar é a de um tempo curto para o recebimento. Supondo um saldo anterior na conta Clientes de R$ 320.000,00, a quantidade de dias que a Delta dispões para os recebimentos de suas vendas será: PMRV = (( (R$ 450.000,00+ R$ 320.000,00)/2) / R$ 6.000.000,00) X 360 = 23 Dias 5.2.5 CICLO OPERACIONAL E CICLO FINANCEIRO Em posse dos prazos médios mencionados à cima a empresa pode visualizar como está sendo distribuído o ciclo da sua atividade operacional, que se refere ao intervalo que se inicia no momento da aquisição da mercadoria até o recebimento da venda da mesma. Também visualiza o seu ciclo financeiro, que se refere ao intervalo que vai desde o pagamento ao PMRE = MÉDIA DOS ESTOQUES X 360 CMV 19 fornecedor até o recebimento das vendas. Também existe uma fórmula para o ciclo financeiro que é: Ciclo Financeiro = PMRE + PMRV - PMPC = 42 + 23 – 52 = 13 dias Figura 2 – Ciclo Operacional CICLO OPERACIONAL 1º dia 42º dia 52º dia 65º dia PMRE Ciclo Financeiro PMPC PMRV Fonte: COSTA. < http://www.youtube.com/watch?v=NYO-ivVaBzU> acesso em: 23 de fevereiro de 2013. Como dito antes, o ciclo operacional compreende o tempo necessário para que ocorra a compra, venda, pagamento a fornecedor e recebimento pela venda da mercadoria. 6 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL Na avaliação das contas expostas nas demonstrações contábeis se faz necessário estabelecer uma relação de comparabilidade para que os valores ali declarados possam atribuir algum significado que venha a contribuir para as tomadas de decisões futuras. Segundo Assaf Neto, (2007, p. 115 Apud Bischoff, 2011, p. 9): “O montante de uma conta ou de um grupo patrimonial isoladamente na retrata adequadamente a importância do valor apresentado e muito menos o seu comportamento ao longo do tempo”. Nesse contexto, surge a importância das análises vertical e horizontal para transmitir uma informação mais 20 significativa de uma conta com algum outro elemento comparativo que venha a propiciar um maior conhecimento sobre sua variação. 6.1 ANÁLISE VERTICAL Esta análise consiste em avaliar uma conta com um elemento do seu grupo. Na análise vertical do balanço patrimonial, uma conta é relacionada com o total do seu grupo, por exemplo: A conta estoques pode ser relacionada com o total do ativo, com isso sabemos qual é o percentual do estoque em relação ao valor total do seu grupo. Imaginemos que essa mesma conta estoque tem como saldo no balanço patrimonial o valor de R$ 58.000,00 e que o total do ativo corresponde a um valor de R$ 150.000,00, ao aplicarmos a fórmula da análise vertical ((CONTA ANALISADA / TOTAL DA CONTA DO GRUPO) X 100), acharemos o valor de 38,66%, isso se refere à participação dos estoques com relação ao total do ativo, ou seja, a conta estoque representa, aproximadamente, 38,6% do ativo da empresa. No caso da análise vertical da DRE, se é mais comum utilizar, como elemento a ser relacionado, o valor da receita líquida, então todos os outros valores componentes da demonstração de resultados serão relacionados a essa conta. Se o valor da receita liquida, numa situação hipotética a título de ilustração, for de R$ 100.000,00 e o valor da CMV for de R$ 63.000,00, então saberemos que o percentual do CMV em relação à receita líquida será de 63%, valor encontrado ao se aplicar a formula: ((CMV / RECEITA LÍQUIDA) X 100). 6.2 ANÁLISE HORIZONTAL Na análise horizontal o que se busca encontrar é indicativo de tendências. Como referencia, se é determinada uma data base, exemplo o ano de 2010, então todas as contas desse ano serão a base para determinar o comportamento das variações das mesmas contas, porém nos anos subseqüentes. Se, no ano base de 2010, a conta imobilizado representava o valor de R$ 230.000, e no ano de 2011 o valor da mesma foi apresentado com o saldo de R$ 350.000,percebemos que, ao aplicarmos a fórmula da análise horizontal ((SALDO DA CONTA ATUAL / SALDO DA CONTA BASE) X 100), teremos o valor de 152,17%, ou uma variação a maior de 52,17%. 21 6.3 ANÁLISE CONJUNTA DOS ÍNDICES DE BALANÇO As tabelas 4 e 5 mostram as análises vertical e horizontal dos ativos e passivos da empresa Delta Ltda. Tabela 4: Análise vertical e horizontal dos Ativos da empresa Delta Ltda. BALANÇO PATRIMONIAL EMPRESA DELTA LTDA ATIVO 2012 AV AH 2011 AV Ativo Total R$ 2.550.000,00 100% 120% R$ 2.130.000,00 100% Ativo Circulante R$ 1.340.000,00 53% 133% R$ 1.005.000,00 47% Caixa R$ 80.000,00 3% 114% R$ 70.000,00 3% Bancos R$ 380.000,00 15% 125% R$ 305.000,00 14% Clientes R$ 450.000,00 18% 141% R$ 320.000,00 15% Estoques R$ 430.000,00 17% 139% R$ 310.000,00 15% Ativo Não circulante R$ 1.210.000,00 47% 108% R$ 1.125.000,00 53% Realizável a Longo Prazo R$ 450.000,00 18% 110% R$ 410.000,00 19% Investimentos R$ 80.000,00 3% 107% R$ 75.000,00 4% Imobilizado R$ 680.000,00 27% 106% R$ 640.000,00 30% Fonte: Elaborada pelo autor. A tabela à baixo apenas apresenta as mutações do passivo ao longo dos anos de 2011 para o ano de 2012, salienta-se a conto de patrimônio líquido. Tabela 5: Análise vertical e horizontal dos passivos da empresa Delta Ltda. BALANÇO PATRIMONIAL EMPRESA DELTA LTDA PASSIVO 2012 AV AH 2011 AV Passivo Total R$ 2.550.000,00 100% 120% R$ 2.130.000,00 100% Passivo Circulante R$ 1.050.000,00 41% 100% R$ 1.050.000,00 49% Fornecedores R$ 400.000,00 16% 77% R$ 520.000,00 24% Empréstimos R$ 560.000,00 22% 122% R$ 460.000,00 22% salários R$ 90.000,00 4% 129% R$ 70.000,00 3% Passivo Não circulante R$ 600.000,00 24% 113% R$ 530.000,00 25% Empréstimos R$ 600.000,00 24% 113% R$ 530.000,00 25% Patrimônio Líquido R$ 900.000,00 35% 164% R$ 550.000,00 26% Capital Social R$ 900.000,00 35% 164% R$ 550.000,00 26% Fonte: Elaborada pelo autor. A tabela a seguir demonstra as variações ocorridas nas apurações de resultados dos anos de 2011 e 2012, como também demonstra as relações verticais das contas. Para a análise vertical tens como unidade de referência o valor expressado na receita líquida, como já havia sido comentado anteriormente. 22 Tabela 6: Análise vertical e horizontal das DREs da empresa Delta Ltda. DRE - Demonstração do Resultado do Exercício Dezembro 2012 e 2011 2012 AV AH 2011 AV Receita Bruta R$ 6.000.000,00 129% 125% R$ 4.800.000,00 129% (-) deduções R$ 1.356.425,00 29% 125% R$ 1.085.000,00 29% .= Receita Líquida R$ 4.643.575,00 100% 125% R$ 3.715.000,00 100% (-) Custo das Mercadorias Vendidas R$ 3.180.000,00 68% 116% R$ 2.750.000,00 74% = Lucro Bruto R$ 1.463.575,00 32% 152% R$ 965.000,00 26% (-) Despesas operacionais R$ 778.356,34 17% 104% R$ 745.986,00 20% + Outras Receitas Operacionais - - = Lucro Operacional antes do Resultado Financeiro R$ 685.218,66 15% 313% R$ 219.014,00 6% + Receitas Financeiras R$ 689.356,45 15% 118% R$ 586.134,00 16% (-) Despesas Financeiras R$ 567.365,89 12% 115% R$ 491.348,00 13% = Lucro Operacional R$ 807.209,22 17% 257% R$ 313.800,00 8% (+/-) receitas/ despesas não operacionais R$ 32.976,01 1% 141% R$ 23.468,00 1% = Lucro Antes do IRRF e CSLL R$ 840.185,23 18% 249% R$ 337.268,00 9% (-) IRRF R$ 126.027,78 3% 249% R$ 50.590,20 1% (-) CSLL R$ 75.616,67 2% 249% R$ 30.354,12 1% = Lucro/Prejuízo R$ 638.540,77 14% 249% R$ 256.323,68 7% Fonte: Elaborada pelo autor. Percebe-se que a conta capital social teve um aumento expressivo de 64%, como está demonstrado na tabela 5. Tal foi ilustrado nesse artigo para mostrar como as empresas diminuem o seu indicativo de imobilização do patrimônio líquido. Percebe-se também, na tabela 7, que o IMPL, no ano de 2011, estava com um valor de 130%. Significa que todo o valor do PL estava sendo aplicado no imobilizado e que ainda 30% estavam sendo financiado por capital de terceiros. Sabe-se que a mola propulsora da atividade comercial se encontra no ativo circulante da mesma. São os seus produtos dispostos à comercialização que fazem com que a empresa possa obter receita e com isso ampliar os seus negócios, por isso que na conjecture hipotética demonstrada, os valores do ativo circulante apresentam significativos aumentos percentuais de um ano para o outro (analise horizontal). Tais aumentos podem ocorrer por maior concessão de crédito aos clientes ou um limite maior para pagamento; um melhor planejamento de aplicações financeiras; um estoque maior, porém mantendo a qualidade da rotatividade dos produtos, dentre outras possibilidades. 23 Abaixo segue os valores dos índices encontrados neste artigo, dispostos na mesma estrutura e ordem em que foi apresentado no desenvolvimento. Tabela 7: Analise dos índices de balanço inseridos no contexto da analise horizontal ANÁLISE DOS ÍNDICES NA ESTRUTURA HORIZONTAL 2012 2011 Variação INDICES DE LIQUIDEZ Liquidez Geral 108% 90% 19% Liquidez corrente 128% 96% 32% Liquidez seca 87% 66% 20% Liquidez imediata 44% 36% 8% ÍNDICES DE SOLVÊNCIA Participação de capital de Terceiros 183% 287% -104% Composição do Endividamento 64% 66% -3% Imobilização do Patrimônio líquido 84% 130% -46% ÍNDICES DE RENTABILIDADE Giro do Ativo 182% 174% 8% Rentabilidade do PL 71% 47% 24% Margem Líquida 14% 7% 7% Retorno Sobre o Investimento Total 25% 12% 13% ÍNDICES DE ROTATIVIDADE PMRE 42 dias PMPC 52 dias PMRV 23 dias Ciclo Financeiro 13 dias Ciclo Operacional 65 dias Fonte: Elaborada pelo autor. Ao analisarmos as variações ocorridas nos índices de liquidez percebemos que houve medidas que visaram aumentar a capacidade de pagamento da empresa. A forma encontrada é perceptível na tabela 5, onde houve a diminuição na conta de fornecedores, pois como foi explicado antes, os sócios da empresa aumentaram o capital social, aplicando esse recursos principalmente no ativo circulante. Com o aumento do capital social, outro índice que teve uma variação relevante, foi o de participação de capital de terceiro. Nota-se que este indicativo foi reduzido a mais de 100% devido a uma maior participação de capital dos sócios na organização. Por se manter praticamente estável os valores gastos com as despesas operacionais e os custos das mercadorias vendidas terem uma variação inferior a variação ocorrida nas 24 receitas, os resultados apresentados em 2012 foram notoriamente superiores aos apresentados em 2011. Nesse contexto, houve uma maior eficiência e produtividade devido à obtenção de resultados melhores com pouca alteração nos gastos. 7 CONCLUSÃO Na análise das demonstrações contábeis, não são os cálculos dos índices ou os seus valores finais encontrados o que de fato importam, mas sim as informações relevantes que podem ser extraídas por usuários da contabilidade que entendem e interpretam os valores demonstrados para auxiliá-los nas suas projeções de resultados, nos seus planejamentos e nas suas futuras tomadas de decisões. São esses os objetivos do uso dos índices de balanços nas organizações que buscam ter um controle interno eficaz e que querem se manter competitivas comparando seus resultados com os índices apresentados por outras empresas no mercado. Percebe-se então, que os índices das demonstrações contábeis são utilizados para atender aspectos relacionados à área de controle da empresa, como também aos processosque visão o planejamento estratégico, onde outras ferramentas podem ser agregadas aos mesmos, como os instrumentos da contabilidade de custos: O grau de alavancagem operacional; o uso do custeio variável e da margem de contribuição; as técnicas de rateio; o estudo do ponto de equilíbrio, dentre outras ferramentas que somadas aos índices de balança, contribuem significativamente aos processos decisórios nas organizações. 25 8 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: Artigo em publicações periódicas. Rio de Janeiro, 2002. ________. NBR 10520. Apresentação de citações em documentos. Rio de Janeiro, 2002. _________. NBR 6023. Informação e documentação: referências. Rio de Janeiro, 2002. BRIZOLLA, Maria Margarete Baccin, Contabilidade Gerencial, Ijui: Unijui, 2008. CABRAL, Jaccqueline Dias; SILVA, Ilma Maira; LOPES, Elizabeth Aparecida. Manual De Elaboração De Artigo Científico. Disponível em: <http://www.unilestemg.br/portal/biblioteca/downloads/manual-para-elaboracao-de-artigos- cientificos.pdf>, acesso dia 27 de janeiro de 2013. IUDÍCIBUS, Sergio de. Análise De Balanço. 10ª Edição. São Paulo: Atlas, 2010. MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanço. 7ª Edição. São Paulo: Atlas, 2010. MENDONÇA, Geordana et al. Mudanças na Estruturação do Balanço Patrimonial: um Estudo Envolvendo as Leis n° 11.638/07 e n° 11.941/09. Disponível em: < http://www.convibra.com.br/upload/paper/adm/adm_1104.pdf > Acesso dia 13 de janeiro 2013. PINTO, Ivonete. Normas Para Formação de Artigo Científico. Disponível em: <http://iad.ufpel.edu.br/cinema/animacao/tcc/normas_tcc_cinema_animacao_audiovisual.pdf >, acesso dia 27 de janeiro de 2013. RUBINI, Arlete Ines Ribeiro; MACÁRIO, Nilza M.. Como elaborar um artigo científico. 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