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04_Simulado_II_Padrao_de_Resposta

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OAB XVI EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
1 
SIMULADO II – XVI EXAME DE ORDEM 
 
Luciano, caminhando pelas ruas da cidade, deparou-se com Tânia na 
parada de ônibus. Percebendo a distração de Tânia, que estava no celular, 
Luciano resolveu subtrair, empregando violência e grave ameaça, os seus 
pertences, incluindo o telefone. Após a subtração, saiu correndo pelas ruas da 
localidade. Nesse momento, alertados pelos gritos de Tânia, policiais chegaram à 
parada de ônibus e, após verificarem com a vítima sobre o ocorrido, logo 
empreenderam perseguição no intuito de encontrar o meliante, capturado a pouco 
mais de 1 km do local do crime. Conduzido à Delegacia, a autoridade policial 
lavrou o auto de prisão em flagrante pela prática do crime de roubo, nos termos 
do art. 157, caput, do Código Penal. 
Em sede policial, Luciano prestou depoimento alegando ter efetuado a 
subtração porque estava querendo um celular novo, mas não quis dar maiores 
detalhes. Além disso, esclareceu nunca ter sido indiciado nem processado por 
nenhum crime, morar na comunidade desde a infância e trabalhar como pintor há 
10 anos na loja da família. 
Durante as formalidades do auto de prisão em flagrante, o delegado 
comunicou imediatamente o Juiz, o representante do Ministério Público, a mãe de 
Luciano e o advogado da família, formalizando a prisão e remetendo as cópias 
necessárias. 
Além disso, no mesmo prazo, entregou nota de culpa ao preso, que prestou 
devido recibo nos termos da lei, informando-lhe sobre o motivo da prisão, o nome 
do condutor e os das testemunhas, tudo conforme preceitua o artigo 306 do 
Código de Processo Penal. 
Por fim, encaminhou cópia do auto de prisão em flagrante ao juiz de plantão 
no mesmo dia da prisão em flagrante, o qual ainda não se manifestou sobre a 
referida prisão. 
Considerando a situação hipotética acima, na qualidade de advogado 
contratado por Luciano, redija a peça cabível, excetuando-se a utilização do 
Habeas Corpus, no intuito de restituir a liberdade do seu cliente. (Valor: 5,0) 
 
PADRÃO DE RESPOSTA 
 
Endereçamento correto (Valor: 0,2) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL 
DA COMARCA DE _____________. 
 
Indicação correta dos dispositivos que dão ensejo à apresentação da liberdade 
provisória – artigo 5º, LXVI, da Constituição Federal em combinação com os 
artigos 310, III, 321, 323 e 324, todos do Código de Processo Penal (Valor: 0,6). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVI EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
2 
Luciano, (nacionalidade), (estado civil), pintor, portador da Cédula de 
identidade número ________, expedida pela _______, inscrito no Cadastro de Pessoa 
Física do Ministério da Fazenda sob o número _________, residência e domicílio, por 
seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem 
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer a sua 
LIBERDADE PROVISÓRIA 
com fundamento no artigo 5º, LXVI, da Constituição Federal, em combinação com os 
artigos 310, III, 321, bem como nos arts. 323 e 324, a contrario sensu, todos do Código 
de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: 
 
Exposição dos Fatos (Valor: 0,4) 
 
1. Dos Fatos 
O requerente foi preso em flagrante pela suposta prática de crime 
capitulado no art. 157, caput do Código Penal, pois teria subtraído, com emprego de 
violência e grave ameaça, os pertences de Tânia, quando esta estava na parada de 
ônibus. 
Após a condução até a Delegacia, foi interrogado, informando possuir 
bons antecedentes, residência e trabalho fixos, tendo praticado o crime porque queria 
um celular novo, mas sem dar maiores detalhes do caso. 
Após as formalidades de praxe, o auto de prisão foi remetido a Vossa 
Excelência, onde se encontra aguardando decisão. 
 
Da total ausência dos pressupostos da prisão preventiva (Valor: 1,0) 
- Indicar que não há fundamento que autorize a decretação da prisão preventiva, 
nos termos do art. 312 do Código de Processo Penal. (Valor: 1,0) 
 
2. Da total ausência dos pressupostos da prisão preventiva 
 
Inicialmente cumpre esclarecer que o auto de prisão em flagrante 
respeitou os pressupostos de legalidade material e formal, estando atualmente o 
investigado preso e aguardando decisão a ser proferida pelo juízo competente acerca 
do flagrante. 
Entretanto, a manutenção da prisão em flagrante do requerente é 
completamente desnecessária, tendo em vista que não estão presentes, no caso 
concreto, os requisitos autorizativos da prisão preventiva constantes no artigo 312 do 
Código de Processo Penal, enquadrando-se a hipótese nos moldes do artigo 321 do 
mesmo diploma legal. 
É evidente, no presente caso, a total ausência de qualquer dos 
pressupostos da prisão preventiva, pois o requerente, conforme se depreende de seu 
depoimento perante a autoridade policial e dos documentos anexos, possui bons 
antecedentes, identidade certa, residência fixa e trabalho, da mesma forma que não 
demonstra qualquer conduta que pudesse justificar sua custódia cautelar pelos 
requisitos indicados no artigo 312 do Código de Processo Penal, razão pela qual pode 
responder ao presente processo em liberdade. 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVI EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
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Além disso, é certo que a prisão se caracteriza como critério de absoluta 
exceção, devendo-se observar o disposto no artigo 282, § 6o, do Código de Processo 
Penal, o qual estabelece a possibilidade de aplicabilidade das medidas cautelares 
previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal antes da decretação da prisão 
preventiva. 
Assim sendo, inexiste qualquer perigo a ordem pública e econômica, pois 
não há receio de que o requerente, se solto, volte a delinquir, não oferecendo 
periculosidade social. 
Além disso, não há fundamento para a decretação da preventiva por 
conveniência da instrução criminal, pois inexistem indícios de que o investigado, se 
solto, venha a impedir a busca da verdade real e obstar a instrução processual. 
Por fim, não há fundamento para a decretação da preventiva para 
assegurar a aplicação da lei penal, pois não há receio de que o requerente, se solto, 
venha a evadir-se do distrito da culpa. 
Por fim, não há fundamento para a decretação da preventiva para 
assegurar a aplicação da lei penal, pois não há receio de que o requerente, se solto, 
venha a evadir-se do distrito da culpa. 
 
- Indicar ainda ser o crime afiançável, permitindo a liberdade provisória mediante 
o arbitramento da fiança, nos termos dos artigos 323 e 324 do Código de Processo 
Penal. (Valor: 1,0) 
 
3. Da possibilidade de fiança 
 
Vale ressaltar, inclusive, ser o crime de roubo simples, previsto no caput 
do art. 157 do Código Penal, passível de liberdade provisória mediante, já que não está 
previsto como crime inafiançável, em conformidade com os artigos 323 e 324, ambos 
do Código de Processo Penal. Tratando-se de crime afiançável, cabível ainda, caso 
não entenda Vossa Excelência, pela concessão da liberdade provisória apenas com 
base no art. 321 do Código de Processo Penal, a liberdade provisória mediante fiança, 
à qual também faz jus o ora requerente. 
 
Pedidos (Valor: 1,6) 
- Pedido de concessão de liberdade provisória sem fiança, em virtude da ausência 
dos requisitos autorizadores da prisão preventiva, nos termos do artigo 321 do 
Código de Processo Penal (Valor: 0,4) 
- Pedido subsidiário deliberdade provisória com arbitramento da fiança, já que o 
crime é afiançável, com fundamento nos artigos 323 e 324, e combinação com o 
artigo 325, todos do Código de Processo Penal. (Valor: 0,4) 
- Pedido subsidiário de aplicação das medidas cautelares previstas no art. 319 do 
Código de Processo Penal, caso seja conveniente. (Valor: 0,2) 
- Pedido de oitiva do representante do Ministério Público. (Valor: 0,2) 
- Pedido de expedição de alvará de soltura, mediante o termo de comparecimento 
a todos os atos do processo, quando intimado. (Valor: 0,4) 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ante o exposto, postula-se a Vossa Excelência, nos termos do artigo 310, 
inciso III, em combinação com o artigo 321, ambos do Código de Processo Penal, a 
concessão da liberdade provisória, visto que não há requisito para a decretação da 
prisão preventiva, mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo, 
quando intimado. 
Não entendendo Vossa Excelência pela concessão da liberdade 
provisória sem o arbitramento da fiança, postula-se, com fundamento no artigo 325 do 
Código de Processo Penal, diante da afiançabilidade da conduta imputada, o 
arbitramento da fiança com a concessão da liberdade provisória mediante fiança, com 
fundamento nos artigos 323 e 324, a contrario sensu, ambos do Código de Processo 
Penal. 
Contudo, face o critério da eventualidade, entendendo necessário esse 
douto juízo, seja aplicada uma das medidas cautelares indicadas no artigo 319 do 
Código de Processo Penal, conforme entenda conveniente. 
Requer-se ainda, a oitiva do ilustre representante do Ministério Público e 
a expedição do competente alvará de soltura. 
 
Indicação correta da Comarca, Estado, Data (Valor: 0,2). 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Comarca, data. 
Advogado, OAB. 
 
 
 
01. Sandra Paula, filha de um rico empresário brasileiro, é arrebatada, em sua 
residência, no bairro de Lourdes, cidade de Belo Horizonte-MG, por um 
delinquente conhecido pela alcunha de "Toninho Raptor", sendo mantida pelo 
mesmo em cativeiro localizado num bairro da periferia de Betim, também no 
Estado de Minas Gerais. Dois dias após o sequestro da vítima, Toninho ligou para 
a família da mesma, exigindo o pagamento de dois milhões de reais como 
condição para libertar a vítima do cativeiro. Ocorre que o referido sequestrador 
acabou sendo preso pela polícia, antes mesmo de receber a importância 
pecuniária exigida, quando do "estouro" do cativeiro. Pergunta-se: 
a) Qual é a situação jurídico-penal de "Toninho Raptor"? (Valor: 0,45) 
b) A prisão de Toninho demonstra-se possível no caso concreto? (Valor: 0,45) 
c) Quem será competente para o processo e julgamento? (Valor: 0,35) 
Fundamente suas respostas indicando os respectivos artigos legais. 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA 
 
a) Toninho praticou o crime de extorsão mediante sequestro consumado qualificado, 
previsto no art. 159, §1º do Código Penal. O crime de extorsão mediante sequestro, que 
se caracteriza como crime permanente, consumando-se com o arrebatamento da 
 
 
 
 
 
 
 
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vítima. Trata-se de crime formal de consumação manifesta já nos instantes iniciais da 
prática dos atos executório. Assim sendo, é irrelevante ao reconhecimento da 
consumação a satisfação ou não da vantagem patrimonial, podendo esta ser aferida a 
título d mero exaurimento a depender do caso concreto analisado. 
 
b) A prisão de Toninho é perfeitamente possível, uma vez que o mesmo se encontra 
praticando a infração. Nos crimes permanentes, a prisão em flagrante será admitida 
enquanto não cessar a permanência, conforme preleciona o art. 303 do Código de 
Processo Penal. 
 
c) Nos crimes permanentes, dentre os quais se enquadra a extorsão mediante 
sequestro, a competência será definida pela prevenção (art. 71 do Código de Processo 
Penal), sendo competentes para o processo e julgamento, no caso concreto, tanto a 
Comarca de Belo Horizonte, como a Comarca de Betim, já que a vítima foi mantida 
privada de sua liberdade desde seu domicílio, em Belo Horizonte, até o cativeiro, em 
Betim, competência esta a ser definida pela prevenção. Vale ainda ressaltar que o crime 
de extorsão mediante sequestro é crime patrimonial, sendo competente para o processo 
e julgamento uma das Varas Criminais da Comarca de Belo Horizonte ou uma das Varas 
Criminais da Comarca de Betim, a ser definida a competência territorial pela prevenção. 
 
DIREITO PENAL – QUESTÃO 1 
QUESITO AVALIADO 
A) Extorsão mediante sequestro qualificada consumada (0,3) / Art. 159, §1º do 
Código Penal (0,15) 
B) Prisão legal por ser crime permanente (0,3) / Art. 303 do CPP (0,15) 
C) Competência por prevenção (0,2) / Art. 71 do CPP (0,15) 
 
 
02. Roberto e Carlos, valendo-se da qualidade de funcionários públicos lotados 
em uma Delegacia de Polícia, resolveram subtrair uma motocicleta apreendida 
que se encontrava no pátio do estacionamento. No dia combinado, como a 
Delegacia estava tranquila, conseguiram realizar a subtração sem maiores 
problemas. No dia seguinte à pratica delitiva, a motocicleta foi desmontada e as 
peças vendidas, tendo os agentes rateado o valor recebido. Com base unicamente 
nas informações apresentadas, pergunta-se: 
a) Qual o crime praticado por Roberto e Carlos? (Valor: 0,65) 
b) Qual o momento consumativo do referido delito? (Valor: 0,60) 
A mera citação do dispositivo legal não confere a pontuação. 
 
PADRÃO DE RESPOSTA 
 
a) O crime praticado por Roberto e Carlos foi o de peculato, na modalidade peculato-
furto, tipificado ao teor do artigo 312, §1º em combinação com o art. 29, ambos Código 
Penal Brasileiro. 
Analisando o caso concreto, o bem que está sendo objeto do crime de peculato 
não se encontra sobre a posse, guarda, dos agentes delituosos em razão da função. Na 
verdade, eles se aproveitam das facilidades que lhes proporciona a qualidade de ser 
 
 
 
 
 
 
 
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funcionário público para subtrair ou concorrer que seja subtraído esse bem em proveito 
próprio ou alheio. 
Ou seja, o bem não está nas mãos dos agentes, mas eles se valem no fato de 
serem funcionários públicos para terem acesso privilegiado desse bem. 
Como os agentes agiram em concurso, aplica-se o art. 29 do Código Penal, que, 
para estabelecimento do concurso de agentes, adota a teoria monista ou unitária. Ou 
seja, quem de qualquer forma concorrer para a prática de um crime, responderá por 
este delito na medida da sua culpabilidade. 
b) O crime analisado é material e se consuma no momento da produção do resultado 
naturalístico, ou seja, quando houve a efetiva subtração da res furtiva. 
Aqui, pouco importa se houve o desmonte do bem e o rateio do valor vendida, já 
que a consumação se deu quando dá subtração da motocicleta. 
É imperioso destacar, não ser caso de furto, tipificado ao teor do art. 155 do 
Código Penal, uma vez que os agentes são funcionários públicos e, valendo-se dessa 
qualidade subtraíram bem da repartição, cometendo, assim, crimes contra a 
administração pública. 
 
DIREITO PENAL – QUESTÃO 2 
QUESITO AVALIADO 
A) Peculato-furto (0,4) / Art. 312, §1º do Código Penal (0,15) / Art. 29 do Código 
Penal (0,1) 
B) Momento consumativo do crime é com a produção do resultado naturalístico 
OU o crime se consumou no momento da subtração da res furtiva (0,60) 
 
03. Lucas, proprietário do EstabelecimentoGama, foi denunciado por ter omitido 
informação às autoridades fazendárias no intuito de suprimir o tributo devido. 
Antes da denúncia, impugnou administrativamente o lançamento do tributo, por 
entender a não ocorrência do fato gerador, decisão ainda pendente de 
manifestação na via administrativa. O juiz, verificando o caso narrado, recebeu a 
denúncia e citou o réu para se manifestar, alegando a independência da via 
judicial frente a administrativa. Como advogado contratado por Lucas, qual a 
peça cabível ao caso concreto e o que pode ser alegado em favor do agente? 
(Valor: 1,25) 
A mera citação do dispositivo legal não confere a pontuação. 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA 
 
É possível o intento de uma resposta à acusação, com fundamento nos artigos 
396 e 396-A do Código de Processo Penal, devendo ser alegado a aplicação da Súmula 
vinculante de nº 24 do Supremo Tribunal Federal. 
Analisando o caso concreto, o agente foi denunciado pelo cometimento do crime 
constante no art. 1º, I da Lei 8.137/90, que tipifica os crimes contra a ordem tributária, 
em seu art. 1º, por ter o agente, supostamente, suprimido tributo mediante a conduta de 
omitir informação às autoridades fazendárias. 
Ocorre que, a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal estabelece não 
ser possível a tipificação dos crimes constantes no art. 1º da referida lei enquanto não 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
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houver o lançamento definitivo do tributo. Como o agente estava discutindo, ainda, na 
via administrativa sobre o fato gerador da ocorrência do tributo, não há que se falar em 
crime, devendo, em sede de resposta à acusação, ser requerido a absolvição sumária, 
com base no art. 397, III do Código de Processo Penal. 
 
DIREITO PENAL – QUESTÃO 3 
QUESITO AVALIADO 
Resposta à Acusação (0,6) com base nos artigos 306 e 306-A do Código de 
Processo Penal (0,1) 
Alegar a aplicação da Súmula Vinculante 24 do Supremo Tribunal Federal OU 
Alegar que não se tipifica crime contra a ordem tributária antes do lançamento 
definitivo do tributo (0,4) 
 
04. Ismael, depois de ser provocado por ato injusto de Pedro, retira-se e vai para 
sua casa, mas, decorridos cerca de trinta minutos, ainda influenciado por violenta 
emoção, resolve armar-se e voltar ao local do fato, onde reencontra Pedro, no qual 
desfere um tiro, provocando-lhe a morte. Diante das informações, tipifique a 
conduta de Ismael, informando aquilo que pode ser utilizado na defesa do 
acusado. (Valor: 1,25) 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA 
 
Analisando o caso concreto, Ismael cometeu o crime de homicídio, tipificado ao 
teor do art. 121, caput do Código Penal, podendo ser utilizado em seu favor a atenuante 
genérica constante no art. 65, III, “c” do Código Penal, qual seja, sob a influência de 
violenta emoção. 
Não é possível a alegação do privilégio no crime de homicídio, uma vez que a 
conduta não foi realizada logo em seguida à injusta provocação da vítima. Para a 
caracterização do homicídio previsto no art. 121, §1º do Código Penal, não basta só 
que, no caso concreto, se tenha o domínio da violenta emoção; sendo necessário que 
seja logo em seguida a uma descabida provocação da vítima. 
 
DIREITO PENAL – QUESTÃO 4 
QUESITO AVALIADO 
Homicídio simples (0,50) / Art. 121, caput do Código Penal (0,15) 
Aplicação da atenuante genérica (0,45) / Art. 65, III, “c” do Código Penal (0,15)

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